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Biografia de Regina Quintanilha

Nasceu a 9 de maio de 1893, na freguesia de Santa Maria, concelho de Bragança, Regina da


Glória Pinto de Magalhães Quintanilha de Sousa e Vasconcelos, era filha de Francisco
Fernandes e de Josefa Magalhães.

Com apenas 17 anos, Regina Quintanilha matriculou-se na Faculdade de Direito da


Universidade de Coimbra, a 6 de Setembro de 1910, sendo o seu caso analisado e deliberado
pelo Conselho Universitário que autorizou a entrada da aluna, e no dia 24 de Outubro, poucos
dias após a implantação da República Portuguesa. Integrando a primeira vaga de mulheres
estudantes do ensino superior em Portugal com notas exemplares, terminou o curso em três
anos e em 1913, com apenas 20 anos, foi convidada para o cargo de reitora do recém-criado
Liceu Feminino de Coimbra. Apesar do convite e até mesmo do cargo serem inéditos para uma
jovem mulher, Regina Quintanilha recusou a oferta por ambicionar uma carreira no exercício
da advocacia Tentando prosseguir com o seu sonho, a jovem licenciada apelou então ao
Supremo Tribunal de Justiça para que o seu caso fosse considerado 14 de Novembro de 1913,
Regina Quintanilha recebeu a autorização do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça para
advogar, estreando-se nesse mesmo dia com a toga dos advogados no Tribunal da Boa-Hora,
em Lisboa, tornando-se assim na primeira advogada portuguesa em 1918, a lei portuguesa foi
alterada durante a presidência de Sidónio Pais, criando-se o Decreto n.º 4676 que possibilitava
às mulheres o poder para exercerem profissões na função pública, deixando no entanto
explícito que os cargos dirigentes continuariam destinados aos homens e o direito ao voto
permaneceria proibido para as mulheres. Como tal, Regina Quintanilha que já se tinha tornado
pioneira como a primeira mulher licenciada em Direito e primeira advogada a exercer em
Portugal, pouco depois começou também a exercer as funções de procuradora judicial e
conservadora do registo predial, tornando-se uma vez mais na primeira mulher a
desempenhar essas actividades não só no país como em toda a Península Ibérica. Ainda no
mesmo período, Regina começou a exercer como notária, tornando-se na segunda mulher a
desempenhar o cargo em Portugal, após Aurora de Castro Gouveia nos depois, a convite do
Ministro da Justiça João Catanho de Meneses, Regina Quintanilha partiu para o Brasil, onde
integrou a comitiva diplomática portuguesa que visava colaborar na elaboração de novas
reformas para a Lei brasileira. Permanecendo cinco anos no país, a advogada abriu escritório
no Rio de Janeiro, e mais tarde viajou para Nova Iorque, Estados Unidos, onde também teve
um escritório de advocacia que seria premiada em 1943 com o Prémio Valmor, situada na Rua
Sidónio Pais, e exerceu como advogada de várias empresas francesas em território português,
cessando a sua actividade em 1957, quando suspendeu a sua inscrição na Ordem dos
Advogados.
Faleceu a 19 de Março de 1967, com 73 anos, em Lisboa, na sua casa que se situava na Rua
Castilho

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