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Artigo 18 min de leitura

Como ser mais


inteligente?
Descubra o passo a
passo da vida
intelectual
LITERATURA VIDA INTELECTUAL FILOSOFIA

21 de setembro de 2022

Redação Brasil Paralelo

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“Todos os homens tendem, por natureza, ao


conhecimento”. Esta frase é de Aristóteles e está no
Livro I da Metafísica. A ignorância não é o ideal de
vida. Descobrir como ser mais inteligente é entender
como estudar do jeito certo. Para saber como ser
intelectual, alguns passos precisam ser seguidos.

Hábitos, técnicas de estudo, referências aos


clássicos… tudo isso precisa ser aprendido ou
aprimorado por quem procura ser mais inteligente.

Na Brasil Paralelo, milhões de brasileiros já


aprenderam com nossas produções gratuitas.
Escolha alguma produção de seu interesse e assista-a
também.

O que você vai encontrar


neste artigo?
1. Será que a vida intelectual é para mim?
2. Relação do ser humano com o conhecimento
3. Introdução à vida intelectual
4. É possível tornar-se mais inteligente?
5. Por que ser mais inteligente?
6. Como treinar para ser mais inteligente?
7. A divisão da inteligência humana

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Será que a vida intelectual


é para mim?
A vida intelectual não depende de uma profissão
específica, nem de ocupações sociais ou hobbies.
Não é necessário ser professor, escritor, ter diploma
ou semelhantes.

É curioso notar também que cultivar a vida de


estudos não é se fechar em um quarto apenas com a
companhia dos livros.

É possível se tornar mais


inteligente?
Sim, é possível. Todo ser humano normal possui a
faculdade da inteligência. Para aprimorar essa
capacidade basta treiná-la e fortalece-la, assim como
todos podem se tornar fortes se malharem e
comerem bem.

Como ser intelectual?


É preciso buscar a autoformação da personalidade
através da busca do conhecimento, ampliação da
cultura e da qualificação para tarefas científicas,
filosóficas e artísticas.

Quem quer ser mais inteligente busca conhecer o


sentido da vida além de buscar dinheiro e status
social. É preciso usar a inteligência para aprender a
verdade.

Ao negar a vida intelectual, nega-se o conhecimento


de si mesmo, a família enfraquece, a vida perde o
sentido e a carreira profissional paralisa.

Por tudo isso, a resposta é que a vida intelectual é


para todos os que querem saber qual vida vale a pena
ser vivida.

Relação do ser humano


com o conhecimento
Mesmo que uma pessoa não saiba, ela busca o
conhecimento. Saber é ter a posse intelectual das
coisas. Mas o desejo de sabedoria não possui uma
instrução, algo como um caminho definido. De forma
análoga, a fome não indica qual alimento específico
trará saciedade.

Como regra básica, o ser humano procura saber por


que deseja viver melhor. Aquele que busca ser mais
inteligente, quer, na verdade, melhorar sua vida de
alguma forma.

Introdução à vida
intelectual
Não é possível saber como se tornar mais inteligente
sem considerar a história. Quem busca a vida
intelectual precisa consultar o passado, aprender com
os mestres, com aqueles que já se dedicaram a um
tema.

Para Hannah Arendt, filósofa política alemã, a


educação é um processo histórico. É conservadora e
revolucionária ao mesmo tempo. Ao aprender, o
aspirante à vida intelectual, ou seja, a pessoa que
quer ser mais inteligente, conserva algo do passado e
depois poderá propor algo para o futuro.

Além disso, Arendt cita René Char, um poeta francês.


De acordo com ele, a tradição cultural é como uma
herança recebida, mas sem testamento. É preciso
aprender como usar o que foi transmitido pelos
mestres do passado.

A educação preserva a tradição herdada e, através da


criatividade e de novas realidades, pode iniciar uma
nova tradição.

A realidade de quem quer começar a vida intelectual


e não sabe por onde, é como:

Ter a herança do conhecimento e não saber


como usufruí-la;

Ter os ingredientes para um bolo e não saber


como fazê-lo.

Na Brasil Paralelo, quem guiou o caminho dos alunos


na busca pelo conhecimento foi o Professor Bruno
Magalhães, com base no livro A Vida Intelectual, de
A. D. Sertillanges. Este artigo é baseado em seu
conteúdo, cujas aulas completas estão disponíveis no
Núcleo de Formação.

Definição de vida intelectual


De acordo com o Professor Bruno, a definição de vida
intelectual é:

“Busca pessoal automotora iniciada por


um desajuste que consolida no individuo a
disposição de atualizar suas virtudes
intelectuais mais ou menos latentes; e
essa busca, salvando suas circunstâncias
pessoais, colaborará para que você
exerça sua vocação e cumpra dessa
forma o sentido único da sua vida”.

Muito difícil?

Em outras palavras, a decisão de iniciar sua vida


intelectual é sua. Trata-se de um caminho de
aperfeiçoamento pessoal para cumprir sua vocação
e encontrar, nos estudos, o sentido da vida.

É possível tornar-se mais


inteligente?

Pintura de um senhor em sua mesa de estudos.

Sim, contanto que a mente assimile a imagem do


conhecimento. Para ser mais inteligente, cultivando a
vida intelectual, o conteúdo precisa ser unificado pelo
professor quando transmitido.

Na filosofia, encontra-se a radicalização da busca


pelo conhecimento. Por isso, é preciso pensar como
os primeiros filósofos e buscar com sinceridade a
verdade.

Mortimer Adler, famoso por sua obra Como Ler


Livros, escreveu uma síntese da obra de Aristóteles.
Segundo ele, há três tipos de ser humano:

1. O homem como conhecedor;


2. O homem como agente ou como ator;
3. O homem como fazedor.

Quanto mais uma pessoa se aprimora nestas três


variações, mais ela é livre. Primeiro, absorve-se os
dados através dos cinco sentidos. Depois, a memória
organiza o que foi percebido. Através do acúmulo e
da prática, isto se torna experiência.

Por que ser mais


inteligente?
É preciso encontrar o motivo que leva cada um a
buscar como ser mais inteligente. Propósitos
diferentes podem conduzir as pessoas à busca da
vida intelectual.

Pode ser realização pessoal, vaidade, busca de


reconhecimento, retorno financeiro, vontade de
deixar um legado, de impactar a sociedade, mudar a
história, etc.

Seja qual for o motivo, surgem obstáculos na vida de


quem quer ser mais inteligente.

São desculpas para não estudar.

1. Falta de tempo;
2. Cansaço;
3. Desordem na sequência de leituras;
4. Influência social e familiar que não incentiva os
estudos;
5. Falta de ambiente;
6. Não se considerar capaz de entender os autores;
7. Falta de referência para conversar e tirar dúvidas;
8. Dificuldade para se autoavaliar e saber se está
realmente aprendendo.

Considerando estas dificuldades, é necessário ter


um propósito claro, que leve em conta a realidade da
vida.

Qual é a sua vocação?


A vocação é uma trajetória de vida pessoal. Quem
cumpre sua vocação, realiza de maneira intensa
aquilo de que é capaz. Isto quer dizer que o indivíduo
consegue se tornar a pessoa que quis ser.

Algumas pessoas identificam em si a vocação para os


estudos. Elas sentem-se chamadas a ter uma vida
intelectual. Se você percebe em si o desejo de saber
como ser mais inteligente, pode ser o seu caso.

Alguns extremos fazem dos estudos o essencial de


suas vidas. Alguns têm todo o seu tempo disponível
para dedicar-se aos livros. Outros têm uma ocupação
profissional diferente, mas fazem de seu tempo livre
uma feliz realização quando estudam.

Por isso, entende-se que a vocação não é


necessariamente uma profissão com registro. Ela
pode ser encontrada e vivida fora do trabalho formal.

É possível escolher temas de seu interesse de


estudo, independentemente do trabalho. No
Núcleo de Formação da Brasil Paralelo, há
cursos de história, filosofia, política, economia,
arte e muito mais.

Como identificar seu próprio


estágio no caminho intelectual

Homem lendo o jornal e pensando.

Existem basicamente seis possibilidades.

Há quem busque a vida intelectual de forma


semelhante ao namoro que não evolui para o
casamento. Ainda não existe constância nos
estudos. Uma decisão definitiva ainda não foi
tomada;

Há quem já tenha começado a investir na


educação literária, mas sem muito
aprofundamento. Neste caso, o estudioso
consegue ler várias obras, escreve bem e
inclusive já possui boas habilidades ouvindo e
comunicando o que entende;

Há quem aprenda o máximo possível sobre um


assunto específico, buscando ser um
especialista;

Há quem busque a vida intelectual para


conseguir resolver um problema específico.
Seja teórico ou prático;

Há quem queira estabelecer uma verdadeira


intimidade com um autor ou autores. Isto é
querer conhecer o autor como se conhece um
amigo e conseguir dialogar mentalmente com
ele em suas obras e pensar como ele pensaria
ao dialogar com outros autores;

Por último, há quem queira ser mais inteligente


para adquirir virtudes. Muitos buscam em seus
estudos o conhecimento para se tornarem uma
pessoa melhor.

Como treinar para ser mais


inteligente?
A lista abaixo serve como uma preparação para a vida
de estudos. Não é recomendado pular etapas, sob o
risco de falhar na vida intelectual.

1 – Ordem interior

Mestre Yoda do filme Star Wars.

É preciso cultivar uma retidão interior, uma firmeza de


espírito. Os estudos estão intimamente ligados a uma
vida bem direcionada. É necessário, portanto, ter
controle de si mesmo.

Pessoas apáticas, hipersensíveis e hiperativas podem


ter dificuldades nesta etapa. Uma pessoa
desordenada interiormente pode ler o conteúdo de
um livro e deturpá-lo, sem entender o que o autor
realmente queria ensinar.

Há quatro formas de se conseguir este ordenamento


da alma.

Educação sentimental
Os poetas são exemplos de artistas que usam
palavras para descrever sentimentos. Quem quer ser
um intelectual precisa estar consciente de qual
emoção está sentindo e descrevê-la em palavras,
expressões e narrativas.

Hierarquização de princípios
É necessário perceber em si mesmo um núcleo moral
que não muda. Para ser mais inteligente é preciso
reconhecer e nomear a hierarquia de princípios a
serem seguidos. Afinal, não basta ser erudito, culto e
devorar livros para ter uma vida intelectual.

Não se trata apenas de saber. O estudo é também


entender como viver bem, como lidar consigo mesmo
e com os outros.

Inventário de crenças
Pode-se perceber na, própria vida, algumas regras
presentes em nosso interior. Qual é a autoridade das
normas que você segue? É importante buscar
referências, pessoas que realmente merecem ser
ouvidas e obedecidas. Ao mesmo tempo, aqueles
que não têm autoridade no que dizem precisam ser
excluídos do imaginário.

Recusar discussões que não dizem respeito


ao que é vital
Quantos debates sem importância não acontecem
em redes sociais? Há muita energia desperdiçada em
assuntos que mesmo aqueles que debatem não
dominam. O vício no debate é um obstáculo para
quem quer ser mais inteligente.

Sem conhecimento ou disposição para mudar de


opinião, o debate não leva a nada. Cada lado termina
mais convicto de que sabe mais do que o outro.

Estude com a Brasil Paralelo. São mais de 50


produções gratuitas sobre muitos temas
importantes na vida de todos os brasileiros.

Obras literárias para esta etapa da


vida intelectual:
1. Confissões, de Santo Agostinho;
2. Apologia de Sócrates, de Platão;
3. Críton, de Platão;
4. Os irmãos Karamazov, de Dostoievski;
5. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

Não basta ler esses livros para ser mais inteligente. O


processo de assimilação do conhecimento é longo e
demanda diversas etapas.

2 – Instrumentos para auditar o


conhecimento
A primeira coisa a se fazer é o mapa da própria
ignorância.

Antes de começar a estudar, o ideal é mapear a lista


do que se sabe e do que não se sabe. Por exemplo,
sobre:

Seu bairro;

Seu país;

Sua profissão;

Seu assunto favorito;

O que almeja ser.

O que você precisa saber sobre sua vida? E sobre o


que você almeja estudar? Anote. Além disso, você
tem que averiguar o grau de confiabilidade do que
você julga saber. Uma dica para esta etapa é fazer
perguntas ao livro que for ler.

Isto significa fazer perguntas sobre o assunto e ver


se o autor as responde.

3 – Cultura geral
Antes de buscar a especialização em um único
conteúdo, o intelectual deve formar uma base geral,
com um mínimo de conhecimentos diversificados.
Antes de nós, há uma tradição de milênios, um
patrimônio que não pode ser ignorado.

Não conhecer o passado é como caminhar nas trevas.


Uma forma propícia para ajudar nesta etapa é
conversar com pessoas que trilham o mesmo
caminho na busca de ser mais inteligente e escutá-las
em seus assuntos.

Uma obra indicada para fortalecer a cultura geral é:

Cultura Geral: Tudo o que se deve saber, de


Dietrich Schwanitz.

Conhecer a história do Brasil é um ótimo


caminho. A série Brasil, a Última Cruzada possui
7 episódios que contam a história de nosso país
desde a descoberta até o Regime Militar de 64.

4 – Assimilação de dados do
sentido
Existe uma transitoriedade entre a realidade e a
imagem da realidade na mente. Há o mundo real (o
fato) e a imagem do mesmo formada na cabeça de
quem estuda.

Para bem compreender a realidade, é preciso ter


acesso à boa literatura. Isto conduz à organização
estética do imaginário. Boas obras de ficção,
romances e poemas devem ser buscados para este
propósito.

A recomendação é o seguinte livro:

O Trivium, da Irmã Miriam Joseph.

A sugestão do Professor Bruno Magalhães é dedicar-


se por dois anos selecionando livros clássicos, obras
já consagradas. Assim a memória recebe o impacto
da imagem formada por autores renomados.

Depois disso, passa-se aos livros mais detalhados e


complexos.

A divisão da inteligência
humana
Uma maneira utilizada por alguns para medir a
inteligência, que se tornou bem conhecida, é a de
medição do QI (quociente de inteligência).

Este teste avalia principalmente a capacidade lógica


do indivíduo. Entretanto, outros estudiosos
começaram a contestar a eficácia deste teste,
alegando que existem outros tipos de inteligência.

Por exemplo, para o psicólogo Howard Gardner,


existem sete tipos de inteligência. O que pode variar
é a intensidade em cada um desses tipos. Longe de
entrar em disputas acadêmicas ou psicológicas, é
válido conhecê-los para ter inspiração na escolha do
que focar nos estudos.

Os 7 tipos de inteligência são:

1. Inteligência linguística;
2. Inteligência lógica;
3. Inteligência motora;
4. Inteligência espacial;
5. Inteligência musical;
6. Inteligência interpessoal;
7. Inteligência intrapessoal.

Nesta seleção, a palavra inteligência assume um


significado semelhante a uma “maior habilidade ou
facilidade de aprendizado”. Como já foi explicado, a
percepção destes indicativos pode ser útil na
descoberta do propósito de ser mais inteligente e na
descoberta da vocação.

Como estudar melhor e


ser mais inteligente? Veja
essas 19 dicas

Estantes de livros.

1 – Não se feche em livros


Parece incoerente sugerir isto a quem busca ser mais
inteligente. Seria de se esperar que, na busca da vida
intelectual, perder-se em livros fosse a lei. Mas não.

Os livros cristalizam a realidade intelectual que foi


vivida em outro momento. É como uma partitura.

O início está na experiência e o verdadeiro


intelectual não se fecha para a realidade, para o
mundo ao seu redor. A recomendação, portanto, é
viver o mundo de verdade, sem criar um castelo
mental desvinculado de todo o resto.

2 – Medite o conteúdo estudado


Este é um ponto muito importante do método de
estudo vitoriano. A primeira coisa é ler. Na sequência,
um resumo é elaborado e memorizado. Com o
conteúdo em mente, pode-se meditar sobre o que foi
lido.

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