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RESUMO: Este trabalho objetivou analisar o desenvolvimento dos assuntos abordados nas
quatro ediçoã es do Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design (SPGD) da Escola Superior de
Desenho Industrial (ESDI), a fim de contribuir para o fortalecimento do evento e, por
conseguinte, do programa. Metodologicamente Foram levantadas as palavras-chave de
todos os artigos que compoã em os anais das quatro ediçoã es do evento, seguida da
categorizaçaã o e exame dessas palavras-chaves. Espera-se contribuir para enriquecimento
das futuras ediçoã es do Simpoó sio e para traçar seu perfil frente a comunidade acadeê mica,
bem como servir de registro e anaó lise de suas ediçoã es anteriores.
Palavras-chave: Epistemologia do design. Gestaã o do design. Pesquisa e metodologia do
design.
ABSTRACT: This work aimed to analyze the development of the subjects covered in the four
editions of the Postgraduate Symposium on Design (SPGD) of the Superior School of
Industrial Design (ESDI), in order to contribute to the strengthening of the event and,
therefore, of the program. Methodologically The keywords of all the articles that make up
the annals of the four editions of the event were surveyed, followed by the categorization and
examination of these keywords. It is expected to contribute to the enrichment of future
editions of the Symposium and to outline its profile vis-à-vis the academic community, as well
as to serve as a record and analysis of its previous editions.
Keywords: Design epistemology. Design management. Design methodology and research.
LAMAS; VUÓNÓ; BÓGHÓSSIAN. Avaliaçaã o e sugestaã o de palavras-chaves para o Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o...
1 — Introduçaã o
Ó presente artigo pretende analisar o desenvolvimento dos assuntos abordados nas
quatro ediçoã es do Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design (SPGD) da Escola Superior de
Desenho Industrial (ESDI), a fim de contribuir para o fortalecimento do evento e, por
conseguinte, do programa.
Foram levantadas as palavras-chave de todos os artigos que compoã em os anais das quatro
ediçoã es do evento, seguida da categorizaçaã o e exame das mesmas. A categorizaçaã o foi
cumprida com apoio de bases teoó ricas como Rosch e Lakoff, sendo possíóvel a criaçaã o de
novas categorias levando em consideraçaã o a frequeê ncias do uso das palavras-chave nos
quatro anos de simpoó sio.
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para enriquecimento das futuras ediçoã es do
Simpoó sio e para traçar seu perfil frente a comunidade acadeê mica, bem como servir de
registro e anaó lise de suas quatro primeiras ediçoã es.
3— O SPGD
Ó SPGD da ESDI eó um evento acadeê mico endoó geno, de caraó ter formativo, e que ocorre
anualmente no aê mbito do Programa de Poó s-Graduaçaã o em Design da ESDI (PPDESDI). Foi
idealizado e realizada a sua primeira ediçaã o no ano de 2015. A criaçaã o do evento se deu
por iniciativa da coordenaçaã o do PPDESDI, que entaã o assumiu a responsabilidade de
organizaó -lo com a colaboraçaã o do corpo discente do programa.
Ó caraó ter formativo do SPGD eó explíócito desde sua criaçaã o. Sua proposta surgiu da
necessidade de promover internamente os trabalhos de pesquisa dos alunos do PPDESDI
que, em 2015, jaó oferecia os cursos de mestrado e doutorado, dos quais o corpo discente
ainda era crescente. Óutra necessidade observada na eó poca, e que a proposta do evento
buscava sanar, era a de promover aquilo que seria primeira experieê ncia de divulgaçaã o
cientíófica para muitos alunos. Conforme consta no Edital de 2017, “o evento tem por
objetivo o registro e divulgaçaã o das pesquisas realizadas na ESDI, bem como a integraçaã o
dos participantes com a comunidade acadeê mica” (PPDESDI, 2017).
Por ser um evento endoó geno, podem submeter artigos e apresentar seus trabalhos
somente discentes, docentes e egressos do programa que se formaram a ateó treê s (3) anos.
Apesar disso o SPGD apresentou um crescimento consideraó vel entre 2015 e 2018, em
parte por causa do crescimento do corpo discente do PPDESDI, que soó estacionou em
2017, mas tambeó m em parte pela maior adesaã o da comunidade acadeê mica, incentivada
pelas açoã es de divulgaçaã o empreendidas pelas comissoã es organizadoras anualmente.
caracteríóstica em particular; o exemplar, que utiliza descriçoã es das formas tíópicas dos
membros e o modelo de protoó tipo, onde elementos saã o considerados melhores
representantes de uma categoria do que de outra. Ós modelos saã o bastante similares em
sua estrutura, sendo o modelo exemplar e de protoó tipo variaçoã es do modelo
probabilíóstico.
Para Eysenck e Keane (1990), no modelo claó ssico de categorizaçaã o, a ideia de que os
elementos dependem de um conjunto de caracteríósticas essenciais eó equivocada. Este
modelo tambeó m foi questionado por Rosch (1975) na deó cada de 70, que provou que nem
sempre os exemplares de uma mesma categoria tinham os mesmos atributos, ressaltando,
por exemplo, as diferenças entre canaó rios e pinguins, mesmo todos estando inclusos na
categoria “aves”. Ó modelo de protoó tipo aborda a categorizaçaã o baseada no melhor
exemplar (protoó tipo), ou em torno de um pequeno conjunto dos melhores exemplares
disponíóveis na categoria. A inclusaã o de um exemplar na categoria se daó de acordo
com a proximidade com os melhores exemplares disponíóveis.
Um elemento eó tido como membro de uma categoria por se considerar o quanto as
dimensoã es desse membro se aproximam das dimensoã es ideais para ele, sendo os conceitos
representados por um grupo de caracteríósticas e naã o por suas definiçoã es.
Ós princíópios do modelo de protoó tipo saã o descritos por Eysenck e Keane (1990, p. 235),
conforme a seguir:
a) As caracteríósticas teê m uma estrutura baseada num protoó tipo;
b) Naã o haó um conjunto delimitado de atributos necessaó rios e suficientes para
determinar a inclusaã o numa categoria;
c) Ós limites das categorias saã o imprecisos a ponto de alguns membros poderem
pertencer a mais de uma categoria, como acontece, por exemplo, com tomate em
relaçaã o a “fruto” e “vegetal”;
d) Ós exemplares de uma categoria podem ser ordenados em grau de tipicidade que
possuem;
e) A classificaçaã o dos exemplares numa categoria eó determinada pela similaridade
dos atributos de um objeto com o protoó tipo da categoria;
f) As categorias saã o ordenadas, segundo uma hierarquia, em treê s níóveis:
superordenados, baó sicos e subordinados, por exemplo, “fruta”, “laranja” e “laranja-
pera”.
Tendo em vista essa afirmativa, neste estudo foi utilizado o modelo de protoó tipo, onde as
categorias das palavras-chave saã o organizadas em torno de termos surgidos com maior
frequeê ncia, como por exemplo, o termo “acessibilidade”. As palavras-chave foram
categorizadas de acordo com a similaridade dos atributos atrelados aà s categorias
preexistentes e definidas em cada ediçaã o do simpoó sio, aleó m da criaçaã o de outras
categorias de acordo com novos termos identificados, facilitando assim a busca pelos
artigos.
5—Resultados e Representaçoã es
Ó levantamento das palavras-chave encontradas nos artigos do SPGD desde 2015 permitiu
que a visualizaçaã o de determinados padroã es fosse facilitada. Para explicitar esses padroã es,
optou-se por representar o conjunto de palavras-chave na forma de nuvens de palavras.
A Figura 1 mostra a nuvem de palavras resultante do SPGD 2015, sua primeira ediçaã o:
A Figura 5 demonstra a evoluçaã o dos nuó meros de artigos nos anais, nuó mero global
de palavras-chave uó nicas e a porcentagem do nuó mero de palavras-chave que foram
inspiradas na lista de palavras-chave sugeridas.
6—Conclusoã es
Em sua primeira ediçaã o, em 2015, quando o edital do evento ainda naã o
disponibilizava uma lista de sugestoã es de palavras-chave, o vocaó bulo "design"
aparece isolado nove vezes. Nos anos seguintes, treê s (3), quatro (4) e uma (1),
respectivamente. Isso ocorre pois a denominaçaã o aà aó rea de pesquisa se veê cada vez
mais categorizada em outros termos, e em diferentes níóveis, como, por exemplo,
"Ergonomia e usabilidade", "Design de interaçaã o", “Design e computaçaã o” etc.
Assim, ao longo das quatro ediçoã es do SPGD, observa-se que palavras-chave mais
especíóficas passam a ser utilizadas a fim de delimitar o grande campo do Design,
que cobre vasta variedade de praó ticas. No entanto, algumas dessas praó ticas saã o
identificadas em posiçoã es centrais como “Design de produto”, “Design graó fico”,
“Design e serviços” entre outras, o que explica constarem na lista de palavras-
chave sugeridas pelos editais e, portanto, sendo treê s das cinco palavras-chave
utilizadas no artigo serem de uso obrigatoó rio – norma esta estabelecida a partir de
2016. Aleó m disso, nota-se a variedade de termos comuns aà s outras aó reas, em
consonaê ncia com a expansaã o do campo e seu caraó ter transdisciplinar no mundo
contemporaê neo, acarretando na sugestaã o da adiçaã o de “Transdisciplinaridade do
design” aà lista de palavras-chave sugeridas dos futuros editais.
A expressaã o "Design e computaçaã o" eó eliminada da lista de palavras-chave
sugeridas em 2017, sendo a uó nica exclusaã o identificada durante a existeê ncia do
Simpoó sio. Neste mesmo ano, houve quatro adiçoã es: "Design e tecnologia", que
abrange maior espectro da relaçaã o entre design e meó todos ou teó cnicas da açaã o
humana, e englobando tambeó m o termo excluíódo; "Design de moda" e "Design
graó fico", que especificam aó reas de atuaçaã o e, apesar de jaó tidas como tradicionais,
naã o constavam na lista; e "Gestaã o do design", que reflete a ampliaçaã o do campo. No
ano seguinte, em 2018, foram somadas "Design e sustentabilidade" e "Design e
arquitetura". Ó surgimento desta uó ltima reflete uma maior aproximaçaã o da Escola
ao campo da arquitetura, uma vez que o curso de graduaçaã o em Arquitetura e
Urbanismo eó iniciado na instituiçaã o em 2016.
Um termo que teve crescente no nuó mero de utilizaçoã es no mesmo períóodo foi
"Acessibilidade". Em razaã o disto, e em consonaê ncia com a tambeó m crescente
preocupaçaã o com o tema nos uó ltimos anos, acredita-se ser interessante a inserçaã o
aà lista o termo "Design inclusivo". Óutra expressaã o que teve crescente apariçaã o eó
"Design instrucional", que reflete o aumento de artigos relacionados ao assunto.
Apesar de, para Dolzan, Vela e Triska (2015), inovaçaã o e design serem
indissociaó veis, a "inovaçaã o" naã o eó empregada sequer uma vez no histoó rico de
palavras-chave do SPGD da ESDI, ainda que presente nos textos de apresentaçaã o
de suas linhas de pesquisa, elaboradas pelo proó prio programa. Contido em
"Inovaçaã o social", surge em apenas treê s (3) ocasioã es durante as quatro ediçoã es do
evento, mas nesta e em outras expressoã es, eó assunto recorrente na produçaã o
acadeê mica de design fora desta instituiçaã o. Estes argumentos indicariam o
acreó scimo da palavra em questaã o aà lista de sugestoã es.
EÓ sugerida ainda a soma de "Design estrateó gico", por ser considerado um termo
atual e recorrente e que cobre "Design de negoó cios", "Design de serviços" e "Gestaã o
de design". A adiçaã o de expressoã es que naã o estreitam, mas ampliam seu alcance,
foram observadas no histoó rico do Simpoó sio, como nos casos de "Design graó fico" e
"Design da informaçaã o". Por este motivo, tambeó m aconselha-se a inclusaã o de
"Design colaborativo" que, apesar de associado aà "Design e tecnologia", abre maior
leque, o que facilita a busca por artigos.
Óutras mudanças consideradas pertinentes devem ocorrer em razaã o da
atualizaçaã o de expressoã es ou para estarem em conformidade com a literatura
especializada. Por isso, indica-se a alteraçaã o de "Design e serviços" para "Design de
serviços", traduçaã o do termo original da líóngua inglesa "Service Design" – usado
inclusive pela escola pioneira no estabelecimento desta habilitaçaã o enquanto
disciplina, a Köln International School of Design, em Coloê nia, na Alemanha – e
expressaã o mais usada para se referir a parte da criaçaã o de touchpoints entre
clientes e organizaçoã es.
Portanto, contribuindo para as proó ximas ediçoã es do evento e trazendo benefíócios aà
busca de artigos, indica-se a seguinte lista de 27 palavras-chave, a serem sugeridas
nos proó ximos editais:
Arte e visualidade
CoDesign e políóticas puó blicas
Cultura e sociedade
Design colaborativo
Design da informaçaã o
Design de interaçaã o
Design de moda
Design de negoó cios
Design de produto
Design e inovaçaã o
Design de serviços
Design e tecnologia
Design e sustentabilidade
Design e arquitetura
Design estrateó gico
Design graó fico
Design inclusivo
Design instrucional
Educaçaã o e pedagogia do design
Epistemologia do design
Ergonomia e usabilidade
Gestaã o do design
Histoó ria do design
Imagem e comunicaçaã o
Inovaçaã o
Pesquisa e metodologia do design
Transdisciplinaridade do design
Agradecimentos
Agradecemos aà Coordenaçaã o de Aperfeiçoamento de Pessoal de Níóvel Superior
(CAPES), a todos os profissionais dedicados ao PPDESDI, em especial os
professores Fernando Reiszel Pereira, Sydney Fernandes de Freitas e Joaã o de
Souza Leite, agradecemos tambeó m aà Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), ao Instituto Federal de Educaçaã o, Cieê ncia e Tecnologia do Rio de Janeiro
(IFRJ), ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), aà Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aà Faculdade de Tecnologia SENAC Rio e ao Centro
Universitaó rio Carioca (UNICARIÓCA).
Refereê ncias
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