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SPGD 2019

5º SIMPÓÓ SIÓ DE PÓÓ S-GRADUAÇAÃ Ó EM DESIGN DA ESDI


Rio de Janeiro, 27, 28 e 29 de novembro de 2019

Avaliaçaã o e sugestaã o de palavras-chaves


para o Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em
Design da ESDI
Keyword evaluation and suggestion for ESDI's Graduate
Symposium on Design

LAMAS, Caio; VUÓNÓ, Fernanda; BÓGHÓSSIAN, Mariana.

RESUMO: Este trabalho objetivou analisar o desenvolvimento dos assuntos abordados nas
quatro ediçoã es do Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design (SPGD) da Escola Superior de
Desenho Industrial (ESDI), a fim de contribuir para o fortalecimento do evento e, por
conseguinte, do programa. Metodologicamente Foram levantadas as palavras-chave de
todos os artigos que compoã em os anais das quatro ediçoã es do evento, seguida da
categorizaçaã o e exame dessas palavras-chaves. Espera-se contribuir para enriquecimento
das futuras ediçoã es do Simpoó sio e para traçar seu perfil frente a comunidade acadeê mica,
bem como servir de registro e anaó lise de suas ediçoã es anteriores.
Palavras-chave: Epistemologia do design. Gestaã o do design. Pesquisa e metodologia do
design.

ABSTRACT: This work aimed to analyze the development of the subjects covered in the four
editions of the Postgraduate Symposium on Design (SPGD) of the Superior School of
Industrial Design (ESDI), in order to contribute to the strengthening of the event and,
therefore, of the program. Methodologically The keywords of all the articles that make up
the annals of the four editions of the event were surveyed, followed by the categorization and
examination of these keywords. It is expected to contribute to the enrichment of future
editions of the Symposium and to outline its profile vis-à-vis the academic community, as well
as to serve as a record and analysis of its previous editions.
Keywords: Design epistemology. Design management. Design methodology and research.
LAMAS; VUÓNÓ; BÓGHÓSSIAN. Avaliaçaã o e sugestaã o de palavras-chaves para o Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o...

1 — Introduçaã o
Ó presente artigo pretende analisar o desenvolvimento dos assuntos abordados nas
quatro ediçoã es do Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design (SPGD) da Escola Superior de
Desenho Industrial (ESDI), a fim de contribuir para o fortalecimento do evento e, por
conseguinte, do programa.
Foram levantadas as palavras-chave de todos os artigos que compoã em os anais das quatro
ediçoã es do evento, seguida da categorizaçaã o e exame das mesmas. A categorizaçaã o foi
cumprida com apoio de bases teoó ricas como Rosch e Lakoff, sendo possíóvel a criaçaã o de
novas categorias levando em consideraçaã o a frequeê ncias do uso das palavras-chave nos
quatro anos de simpoó sio.
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para enriquecimento das futuras ediçoã es do
Simpoó sio e para traçar seu perfil frente a comunidade acadeê mica, bem como servir de
registro e anaó lise de suas quatro primeiras ediçoã es.

2 — A poó s-graduaçaã o em design na ESDI


Por meio de decreto, assinado pelo governador Carlos Lacerda em 25 de dezembro de
1962, a Esdi eó criada no Estado da Guanabara. Sendo a primeira escola superior de design
da Ameó rica Latina, e com discurso metodoloó gico de projeto baseado na HfG de Ulm
(SÓUZA, 1996), se tornou um mito e uma refereê ncia para outras escolas que surgiam no
paíós (NIEMEYER, 1997). No entanto, foi apenas nos anos de 2005 e 2013, que abriram-se
em seu Programa de Poó s-Graduaçaã o stricto sensu as primeiras turmas de mestrado e
doutorado, respectivamente.
Reformulado em 2017, o curríóculo do Programa visa a “formaçaã o de pesquisadores e
docentes altamente qualificados na aó rea de Design” (UNIVERSIDADE DÓ ESTADÓ DÓ RIÓ
DE JANEIRÓ, 2017) em duas linhas de pesquisa de natureza teoó rica e tambeó m praó tica:
Tecnologia, Produto e Inovaçaã o; e Teoria, Informaçaã o, Sociedade e Histoó ria.
A primeira se deteó m a pesquisas que estudam a inovaçaã o de produtos e serviços, as
interaçoã es homem-tecnologia, e processos projetuais das aó reas de projeto de produto,
design de serviços, automaçaã o, arquitetura da informaçaã o, ergonomia entre outras.
Enquanto a segunda aborda Teoria e Críótica, debruçando-se sobre questoã es de
metodologia e pensamento projetual, modelos de ensino e de produçaã o do saber no
campo, e a ampliaçaã o do campo aà s outras aó reas de conhecimento; Informaçaã o, abrangendo
assuntos relacionados a elementos de comunicaçaã o e linguagem visuais, design de
interaçaã o, estrateó gia, gestaã o e inovaçaã o; e tambeó m Histoó ria do Design, considerando
aspectos relativos ao surgimento e desenvolvimento do campo, seus antecedentes,
contextos sociais e desdobramentos, com foco nacional ou internacional.
Hoje, o Programa recebe discentes de outras aó reas de conhecimento que naã o apenas do
design como arquitetura, engenharia, comunicaçaã o social, administraçaã o, sociologia etc,
originais das mais diversas regioã es do paíós e do exterior, e tem conceito 4, de acordo com a
Comissaã o de Aperfeiçoamento de Pessoal do Níóvel Superior (CAPES). Por esta razaã o e
aliado aà sua missaã o de divulgar os conhecimentos gerados na Esdi, o SPGD se torna cada
vez mais rico, quando apresenta as mais diversas ramificaçoã es do campo do Design, e se
aprimora a cada uma de suas ediçoã es.

3— O SPGD
Ó SPGD da ESDI eó um evento acadeê mico endoó geno, de caraó ter formativo, e que ocorre
anualmente no aê mbito do Programa de Poó s-Graduaçaã o em Design da ESDI (PPDESDI). Foi

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idealizado e realizada a sua primeira ediçaã o no ano de 2015. A criaçaã o do evento se deu
por iniciativa da coordenaçaã o do PPDESDI, que entaã o assumiu a responsabilidade de
organizaó -lo com a colaboraçaã o do corpo discente do programa.
Ó caraó ter formativo do SPGD eó explíócito desde sua criaçaã o. Sua proposta surgiu da
necessidade de promover internamente os trabalhos de pesquisa dos alunos do PPDESDI
que, em 2015, jaó oferecia os cursos de mestrado e doutorado, dos quais o corpo discente
ainda era crescente. Óutra necessidade observada na eó poca, e que a proposta do evento
buscava sanar, era a de promover aquilo que seria primeira experieê ncia de divulgaçaã o
cientíófica para muitos alunos. Conforme consta no Edital de 2017, “o evento tem por
objetivo o registro e divulgaçaã o das pesquisas realizadas na ESDI, bem como a integraçaã o
dos participantes com a comunidade acadeê mica” (PPDESDI, 2017).
Por ser um evento endoó geno, podem submeter artigos e apresentar seus trabalhos
somente discentes, docentes e egressos do programa que se formaram a ateó treê s (3) anos.
Apesar disso o SPGD apresentou um crescimento consideraó vel entre 2015 e 2018, em
parte por causa do crescimento do corpo discente do PPDESDI, que soó estacionou em
2017, mas tambeó m em parte pela maior adesaã o da comunidade acadeê mica, incentivada
pelas açoã es de divulgaçaã o empreendidas pelas comissoã es organizadoras anualmente.

4—Metodologia: modelos de categorizaçaã o


A categorizaçaã o eó uma atividade cognitiva que trabalha com os processos de memoó ria,
raciocíónio, linguagem e resoluçaã o de problemas. Ócorre sempre que dois ou mais
elementos ou acontecimentos diferentes saã o agrupados devido a uma certa semelhança
entre si e baseia-se em informaçoã es do mundo real e relaciona-se com a capacidade
perceptiva do indivíóduo em agrupar elementos semelhantes em categorias similares.
Para Piedade (1983), a categorizaçaã o eó um processo mental do homem que classifica
coisas e ideias de forma automaó tica, a fim de compreender e conhecer. Plataã o, em seu
diaó logo “Políótico”, foi um dos primeiros a abordar a categorizaçaã o, introduzindo a ideia de
agrupar objetos baseados na semelhança de suas propriedades. Posteriormente,
Aristoó teles analisa a diferença entre classes e objetos sistematizando e aperfeiçoando o
esquema proposto por Plataã o.
Com o avanço dos estudos relacionados aà cogniçaã o, a categorizaçaã o foi sofrendo alteraçoã es
passando de um processo cognitivo individual a um processo cultural de organizaçaã o de
conceitos, onde as categorias conceituais diferem de cultura para cultura e tambeó m entre
indivíóduos de uma mesma cultura. De acordo com Lakoff,
Categorizaçaã o naã o eó um processo que deve ser estudado superficialmente. Naã o haó nada
mais baó sico do que a categorizaçaã o para o nosso pensamento, percepçaã o, açaã o e discurso.
Cada vez que noó s vemos algo como “um tipo” de coisa, por exemplo, uma aó rvore, noó s
estamos categorizando. (LAKÓFF, 1985, p. 5)
De acordo com Collins e Quillian (1969), a “promoçaã o da economia cognitiva” eó um dos
principais conceitos da categorizaçaã o, onde o indivíóduo divide o mundo em classes de
seres e objetos, diminuindo a quantidade de informaçaã o necessaó ria a aprender e
memorizar.
Ó modelo claó ssico de categorizaçaã o determina que todos os elementos de uma categoria
dividem propriedades em comum e saã o os responsaó veis pela categoria. Quando possuem
atributos em comum, os elementos saã o dispostos como membros de uma mesma
categoria.
Segundo Gardner (1996) a categorizaçaã o claó ssica foi mantida ateó meados do seó culo XX,
quando foi proposto por Hull (1920) treê s modelos, o probabilíóstico, que utiliza a
representaçaã o descritiva, incorporando probabilidades, onde os membros teê m uma

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caracteríóstica em particular; o exemplar, que utiliza descriçoã es das formas tíópicas dos
membros e o modelo de protoó tipo, onde elementos saã o considerados melhores
representantes de uma categoria do que de outra. Ós modelos saã o bastante similares em
sua estrutura, sendo o modelo exemplar e de protoó tipo variaçoã es do modelo
probabilíóstico.
Para Eysenck e Keane (1990), no modelo claó ssico de categorizaçaã o, a ideia de que os
elementos dependem de um conjunto de caracteríósticas essenciais eó equivocada. Este
modelo tambeó m foi questionado por Rosch (1975) na deó cada de 70, que provou que nem
sempre os exemplares de uma mesma categoria tinham os mesmos atributos, ressaltando,
por exemplo, as diferenças entre canaó rios e pinguins, mesmo todos estando inclusos na
categoria “aves”. Ó modelo de protoó tipo aborda a categorizaçaã o baseada no melhor
exemplar (protoó tipo), ou em torno de um pequeno conjunto dos melhores exemplares
disponíóveis na categoria. A inclusaã o de um exemplar na categoria se daó de acordo
com a proximidade com os melhores exemplares disponíóveis.
Um elemento eó tido como membro de uma categoria por se considerar o quanto as
dimensoã es desse membro se aproximam das dimensoã es ideais para ele, sendo os conceitos
representados por um grupo de caracteríósticas e naã o por suas definiçoã es.
Ós princíópios do modelo de protoó tipo saã o descritos por Eysenck e Keane (1990, p. 235),
conforme a seguir:
a) As caracteríósticas teê m uma estrutura baseada num protoó tipo;
b) Naã o haó um conjunto delimitado de atributos necessaó rios e suficientes para
determinar a inclusaã o numa categoria;
c) Ós limites das categorias saã o imprecisos a ponto de alguns membros poderem
pertencer a mais de uma categoria, como acontece, por exemplo, com tomate em
relaçaã o a “fruto” e “vegetal”;
d) Ós exemplares de uma categoria podem ser ordenados em grau de tipicidade que
possuem;
e) A classificaçaã o dos exemplares numa categoria eó determinada pela similaridade
dos atributos de um objeto com o protoó tipo da categoria;
f) As categorias saã o ordenadas, segundo uma hierarquia, em treê s níóveis:
superordenados, baó sicos e subordinados, por exemplo, “fruta”, “laranja” e “laranja-
pera”.
Tendo em vista essa afirmativa, neste estudo foi utilizado o modelo de protoó tipo, onde as
categorias das palavras-chave saã o organizadas em torno de termos surgidos com maior
frequeê ncia, como por exemplo, o termo “acessibilidade”. As palavras-chave foram
categorizadas de acordo com a similaridade dos atributos atrelados aà s categorias
preexistentes e definidas em cada ediçaã o do simpoó sio, aleó m da criaçaã o de outras
categorias de acordo com novos termos identificados, facilitando assim a busca pelos
artigos.

5—Resultados e Representaçoã es
Ó levantamento das palavras-chave encontradas nos artigos do SPGD desde 2015 permitiu
que a visualizaçaã o de determinados padroã es fosse facilitada. Para explicitar esses padroã es,
optou-se por representar o conjunto de palavras-chave na forma de nuvens de palavras.
A Figura 1 mostra a nuvem de palavras resultante do SPGD 2015, sua primeira ediçaã o:

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Figura 1: nuvem de palavras do SPGD 2015. Fonte: produçaã o proó pria.

Ó conjunto de palavras-chave encontrado nos artigos do SPGD de 2015 apresentou uma


grande variedade de termos naã o recorrentes. A maior parte desses termos ocorreu em
apenas um uó nico trabalho. Ó nuó mero de termos recorrentes eó baixo, ainda que presente,
dentre estes destaca-se apenas a palavra “Design”, que ocorreu em nove (9) dos quarenta
e quatro (44) trabalhos apresentados no evento, portanto em 20,45% do total de
trabalhos apresentados. Ós termos “Design de Moda”, “Usabilidade”, “Memoó ria Graó fica
Brasileira”, “Projeto” e “Artesanato” tambeó m ocorreram mais de uma vez.
EÓ relevante ressaltar a informaçaã o de que na primeira ediçaã o do SPGD naã o houve lista de
palavras-chave sugeridas, tampouco qualquer regra que delimita um padraã o de adesaã o aà
palavras-chave especíóficas. Portanto os autores escolheram suas palavras-chave
avulsamente
A Figura 2 mostra a nuvem de palavras resultante do SPGD 2016, a sua segunda ediçaã o.
No ano de 2016, o conjunto de palavras-chave resultantes dos artigos submetidos ao SPGD
tambeó m apresentou uma variedade proporcionalmente menor de termos naã o recorrentes,
aquelas que ocorreram em apenas um uó nico trabalho. Poreó m o nuó mero de termos
recorrentes aumentou e pudemos destacar “Pesquisa e Metodologia”, presente em 39,47%
dos trabalhos, “Cultura e Sociedade”, presente em 23,68%, “Design de Produto”, presente
em 21,05% e “Histoó ria do Design”, tambeó m presente em 21,05% do total de trabalhos
apresentados. Óutros termos como “Epistemologia do Design”, “Design de Informaçaã o”,
“Imagem e Comunicaçaã o” e “Ergonomia e Usabilidade” tambeó m ocorreram mais
consistentemente. A maior consisteê ncia entre os termos mais recorrentes deveu-se ao
estabelecimento de uma lista de palavras-chave sugeridas, assim como regras de
submissaã o que induziram os autores a aderir aà s palavras-chave da lista. Uma vez que foi
dada a liberdade aos autores de incluir tambeó m seus proó prios termos especíóficos, ainda haó
termos naã o recorrentes, poreó m em menor nuó mero.
A Figura 3 mostra a nuvem de palavras resultante do SPGD 2017, a sua segunda ediçaã o:

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Figura 2: nuvem de palavras do SPGD 2016. Fonte: produçaã o proó pria.

Figura 3: nuvem de palavras do SPGD 2017. Fonte: produçaã o proó pria.

Jaó em 2017, o conjunto de palavras-chave encontradas nos artigos do SPGD 2015


apresentou novamente uma variedade menor de termos naã o recorrentes. A recorreê ncia de
termos, especialmente aqueles presentes na lista de palavras-chave sugeridas, se
estabilizou. Dentre estes, destacam-se: “Pesquisa e Metodologia”, presente em 26,92% dos

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trabalhos apresentados; “Cultura e Sociedade”, em 23,07%; “Design e Tecnologia”, em


19,23%; e “Histoó ria do Design”, presente em 17,30%. Vale destacar outros termos tambeó m
recorrentes como “Gestaã o do Design”, “Design e Serviços”, “Design de Produto” e “Design
de Moda”.
Na Figura 4, que mostra a nuvem de palavras resultante do SPGD 2018, pudemos observar
que neste ano destacaram-se entre os termos mais recorrentes: “Pesquisa e Metodologia”,
presente novamente em 26,92% dos trabalhos; o ascendente termo “Design Graó fico”,
presente em 21,15%; “Design e Tecnologia”, presente em 21,15%; “Design de Produto”,
presente em 21,15%; e “Cultura e Sociedade”, presente em 17,30% dos trabalhos
apresentados. Óutros termos bastante recorrentes foram “Imagem e Comunicaçaã o”,
“Design e Serviços”, “Design de Moda” e “Metodologia de Projeto”.

Figura 4: nuvem de palavras do SPGD 2018. Fonte: produçaã o proó pria.

A Figura 5 demonstra a evoluçaã o dos nuó meros de artigos nos anais, nuó mero global
de palavras-chave uó nicas e a porcentagem do nuó mero de palavras-chave que foram
inspiradas na lista de palavras-chave sugeridas.

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Figura 5: nuvem de palavras do SPGD 2018. Fonte: produçaã o proó pria.

As listas de palavras-chave sugeridas foram estabelecidas nos editais com o intuito


de reduzir a difusaã o de palavras-chave de ocorreê ncia uó nica. Ó graó fico apresentado
demonstra que, considerando todo o períóodo entre 2015 e 2018, a estrateó gia estaó
funcionando. Em 2015, ocorreram treê s (3) palavras-chave uó nicas por artigo nos
anais. Em 2018, esse nuó mero reduziu para 2,7 palavras-chave uó nicas por artigo.
Aleó m disso, em 2015, houve apenas uma palavra-chave com nuó mero relevante de
ocorreê ncias. Enquanto que, em 2018, esse nuó mero saltou para nove (9), e isso se
deu graças ao estabelecimento da lista de palavras-chave sugeridas e das regras
dos editais.

6—Conclusoã es
Em sua primeira ediçaã o, em 2015, quando o edital do evento ainda naã o
disponibilizava uma lista de sugestoã es de palavras-chave, o vocaó bulo "design"
aparece isolado nove vezes. Nos anos seguintes, treê s (3), quatro (4) e uma (1),
respectivamente. Isso ocorre pois a denominaçaã o aà aó rea de pesquisa se veê cada vez
mais categorizada em outros termos, e em diferentes níóveis, como, por exemplo,
"Ergonomia e usabilidade", "Design de interaçaã o", “Design e computaçaã o” etc.
Assim, ao longo das quatro ediçoã es do SPGD, observa-se que palavras-chave mais
especíóficas passam a ser utilizadas a fim de delimitar o grande campo do Design,
que cobre vasta variedade de praó ticas. No entanto, algumas dessas praó ticas saã o
identificadas em posiçoã es centrais como “Design de produto”, “Design graó fico”,
“Design e serviços” entre outras, o que explica constarem na lista de palavras-
chave sugeridas pelos editais e, portanto, sendo treê s das cinco palavras-chave
utilizadas no artigo serem de uso obrigatoó rio – norma esta estabelecida a partir de
2016. Aleó m disso, nota-se a variedade de termos comuns aà s outras aó reas, em
consonaê ncia com a expansaã o do campo e seu caraó ter transdisciplinar no mundo
contemporaê neo, acarretando na sugestaã o da adiçaã o de “Transdisciplinaridade do
design” aà lista de palavras-chave sugeridas dos futuros editais.
A expressaã o "Design e computaçaã o" eó eliminada da lista de palavras-chave
sugeridas em 2017, sendo a uó nica exclusaã o identificada durante a existeê ncia do

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Simpoó sio. Neste mesmo ano, houve quatro adiçoã es: "Design e tecnologia", que
abrange maior espectro da relaçaã o entre design e meó todos ou teó cnicas da açaã o
humana, e englobando tambeó m o termo excluíódo; "Design de moda" e "Design
graó fico", que especificam aó reas de atuaçaã o e, apesar de jaó tidas como tradicionais,
naã o constavam na lista; e "Gestaã o do design", que reflete a ampliaçaã o do campo. No
ano seguinte, em 2018, foram somadas "Design e sustentabilidade" e "Design e
arquitetura". Ó surgimento desta uó ltima reflete uma maior aproximaçaã o da Escola
ao campo da arquitetura, uma vez que o curso de graduaçaã o em Arquitetura e
Urbanismo eó iniciado na instituiçaã o em 2016.
Um termo que teve crescente no nuó mero de utilizaçoã es no mesmo períóodo foi
"Acessibilidade". Em razaã o disto, e em consonaê ncia com a tambeó m crescente
preocupaçaã o com o tema nos uó ltimos anos, acredita-se ser interessante a inserçaã o
aà lista o termo "Design inclusivo". Óutra expressaã o que teve crescente apariçaã o eó
"Design instrucional", que reflete o aumento de artigos relacionados ao assunto.
Apesar de, para Dolzan, Vela e Triska (2015), inovaçaã o e design serem
indissociaó veis, a "inovaçaã o" naã o eó empregada sequer uma vez no histoó rico de
palavras-chave do SPGD da ESDI, ainda que presente nos textos de apresentaçaã o
de suas linhas de pesquisa, elaboradas pelo proó prio programa. Contido em
"Inovaçaã o social", surge em apenas treê s (3) ocasioã es durante as quatro ediçoã es do
evento, mas nesta e em outras expressoã es, eó assunto recorrente na produçaã o
acadeê mica de design fora desta instituiçaã o. Estes argumentos indicariam o
acreó scimo da palavra em questaã o aà lista de sugestoã es.
EÓ sugerida ainda a soma de "Design estrateó gico", por ser considerado um termo
atual e recorrente e que cobre "Design de negoó cios", "Design de serviços" e "Gestaã o
de design". A adiçaã o de expressoã es que naã o estreitam, mas ampliam seu alcance,
foram observadas no histoó rico do Simpoó sio, como nos casos de "Design graó fico" e
"Design da informaçaã o". Por este motivo, tambeó m aconselha-se a inclusaã o de
"Design colaborativo" que, apesar de associado aà "Design e tecnologia", abre maior
leque, o que facilita a busca por artigos.
Óutras mudanças consideradas pertinentes devem ocorrer em razaã o da
atualizaçaã o de expressoã es ou para estarem em conformidade com a literatura
especializada. Por isso, indica-se a alteraçaã o de "Design e serviços" para "Design de
serviços", traduçaã o do termo original da líóngua inglesa "Service Design" – usado
inclusive pela escola pioneira no estabelecimento desta habilitaçaã o enquanto
disciplina, a Köln International School of Design, em Coloê nia, na Alemanha – e
expressaã o mais usada para se referir a parte da criaçaã o de touchpoints entre
clientes e organizaçoã es.
Portanto, contribuindo para as proó ximas ediçoã es do evento e trazendo benefíócios aà
busca de artigos, indica-se a seguinte lista de 27 palavras-chave, a serem sugeridas
nos proó ximos editais:

 Arte e visualidade
 CoDesign e políóticas puó blicas
 Cultura e sociedade
 Design colaborativo

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 Design da informaçaã o
 Design de interaçaã o
 Design de moda
 Design de negoó cios
 Design de produto
 Design e inovaçaã o
 Design de serviços
 Design e tecnologia
 Design e sustentabilidade
 Design e arquitetura
 Design estrateó gico
 Design graó fico
 Design inclusivo
 Design instrucional
 Educaçaã o e pedagogia do design
 Epistemologia do design
 Ergonomia e usabilidade
 Gestaã o do design
 Histoó ria do design
 Imagem e comunicaçaã o
 Inovaçaã o
 Pesquisa e metodologia do design
 Transdisciplinaridade do design

Conclui-se que as palavras-chave identificadas no histoó rico do SPGD da ESDI ateó o


momento estaã o em consonaê ncia com o perfil teoó rico do Programa da Escola, bem
como com o campo do Design, um campo transdisciplinar em plena expansaã o e
transformaçaã o e, portanto, acredita-se que esta lista pode e deve ser alterada e
atualizada a partir da anaó lise das ediçoã es subsequentes.

Agradecimentos
Agradecemos aà Coordenaçaã o de Aperfeiçoamento de Pessoal de Níóvel Superior
(CAPES), a todos os profissionais dedicados ao PPDESDI, em especial os
professores Fernando Reiszel Pereira, Sydney Fernandes de Freitas e Joaã o de
Souza Leite, agradecemos tambeó m aà Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), ao Instituto Federal de Educaçaã o, Cieê ncia e Tecnologia do Rio de Janeiro
(IFRJ), ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), aà Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aà Faculdade de Tecnologia SENAC Rio e ao Centro
Universitaó rio Carioca (UNICARIÓCA).

Refereê ncias
ARISTÓÓ TELES. Categorias. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

CÓLLINS, A. M., e QUILLIAN, M. R. (1969). Retrieval time from semantic memory.


Journal of Verbal Learning and Verbal Behavior, 8, 240-247.

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DÓLZAN, Jorge Elias; VELA, Joaã o Carlos; TRISKA, Ricardo. A inovação nas produções dos
programas de pós-graduação em design no Brasil. In: 5o Gampi Plural, 2015, Joinville.
Anais... Joinville: Univille, 2015.

ESCÓLA SUPERIÓR DE DESENHÓ INDUSTRIAL – UERJ. Histórico do PPD Esdi. Disponíóvel


em: <http://www.esdi.uerj.br/ensino/pos-graduacao/ppd-esdi/historico>. Acesso em:
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ESCÓLA SUPERIÓR DE DESENHÓ INDUSTRIAL – UERJ. Sobre a linha de pesquisa Teoria,


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http://lattes.cnpq.br/5631575856505560
caio.lamas@ifrj.edu.br

Anais do 5º Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design da ESDI - SPGD 2019


ISSN: 2447-3499 ISSN ÓNLINE: 2526-9933
LAMAS; VUÓNÓ; BÓGHÓSSIAN. Avaliaçaã o e sugestaã o de palavras-chaves para o Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o...

VUÓNÓ, Fernanda; Doutoranda; IÓcones como fator essencial na Usabilidade em Ambientes


Virtuais de Aprendizagem de dispositivos moó veis em IESs; Sydney Fernandes de Freitas;
2022.
http://lattes.cnpq.br/9756162355766637
vuono.laranja@gmail.com

BÓGHÓSSIAN, Mariana; Mestranda; Ó Design Graó fico do MAM Rio de 1948 a 1978: um
capíótulo da histoó ria do design brasileiro; Joaã o de Souza Leite; 2020.
http://lattes.cnpq.br/1956664703290563
nome.sobrenome@provedor.com

Anais do 5º Simpoó sio de Poó s-Graduaçaã o em Design da ESDI - SPGD 2019


ISSN: 2447-3499 ISSN ÓNLINE: 2526-9933

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