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A Pedra Bruta

A pedra bruta simboliza o começo do aperfeiçoamento moral a que


todo aprendiz é convidado a buscar. Nela, o recém iniciado,
trabalhará objetivando a extinção de seus vícios adquiridos ao longo
da sua vida antes da maçonaria. A pedra bruta representa o homem
do mundo, imerso na rotina, embebido na vida ilusória, arrastado
pelas paixões e vaidades de toda ordem, que mais obedece aos
instintos do que a razão, representa enfim, nosso estado de
imperfeição.
Sendo assim, o ofício do aprendiz que se coloca disposto a
autotransformação é integrado, sendo ele o próprio artífice da
mudança, constituindo-se ao mesmo tempo em trabalhador, matéria
prima e ferramenta, a desbastar da pedra bruta, que é ele mesmo,
as imperfeições que o distanciam do Criador.
No momento em que reconhecemos nossas falhas estamos a um
passo de começar a trabalha-las, empregando nosso esforço na
intenção de atingir o progresso, isso porque só podemos modificar
aquilo que de fato conhecemos. Essa tarefa baseia-se na
eliminação daquilo que identificamos como incorreto na nossa
conduta, nocivo nas nossas ações, e recorrente dentre nossas
fraquezas, o que vai nos exigir muita disciplina, por tratar-se de um
aprimoramento permanente.

Aparando as asperezas
A arte de aparar as asperezas da pedra bruta é um caminho
ininterrupto ao alcance daquilo que se considera como o ideal de
moralização integral do ser. Embora o trabalho de lapidação da
pedra bruta seja a simbologia maçônica ligada ao aprendiz, não se
esgota nele, e sim, trata-se de um processo contínuo de
aprendizagem porque o ser humano está em constante
aprimoramento.
Esse trabalho de lapidação da pedra bruta não busca chegar a
nenhuma forma física predefinida, entretanto visa formatar
moralmente o indivíduo, tanto melhor quanto possa, esculpindo-o e
libertando-o das asperezas de sua personalidade, deixando
manifestar-se o sentimento que carregamos em nosso íntimo de
alcançarmos a perfeição relativa que se encontra latente em nossas
almas.
“Em cada bloco de mármore vejo uma estátua, vejo-a tão
claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita
na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas
que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos
como os meus já a vêem.” (Michelangelo)

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