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NOS CAMINHOS DA IMAGINÁRIA PAULISTA

Mirza Pellicciotta

A colonização do Brasil ganhou forma em meio aos percursos de reforma da cristandade europeia. A
imaginária paulista nasceu fruto da complexidade deste mundo cristão em expansão.

Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, a iconografia devocional traduziu anseios e proposições de uma Igreja
em mudança; uma igreja que também se fez integrada ao projeto lusitano de colonização. Sua imaginária
emergiu dos processos de expansão da fé, ao mesmo tempo, que de fenômenos de resistência, interação e
transformação de um vasto conjunto de etnias indígenas e populações procedentes de diferentes regiões do
mundo que, no curso do tempo, deram forma a América Portuguesa.

A imaginária paulista é portadora de múltiplas histórias. Ela nos fala das trajetórias de conquista e ocupação
do território; da criação e desenvolvimento de instituições; da proposição de relações e experiências de
trabalho; da expansão de atividades produtivas, ou ainda, do nascimento de uma sociedade mestiça
fundamentada em ideários cristãos.

Os santos e objetos sacros guardados pelos museus de São Sebastião, Cananéia e Caraguatatuba (litoral
paulista); Santana do Parnaíba, Santo André, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Barueri, Embú das Artes, Cajamar,
Mauá, Santo André, São Caetano do Sul, Pirapora do Bom Jesus, São Paulo (grande São Paulo); Jacupiranga,
Miracatú, Iguape (vale do ribeira); Guaratinguetá, Aparecida, Taubaté, São José dos Campos, Jacareí (vale do
paraíba); trazem à tona possibilidades inestimáveis de investigação e de compreensão das bases históricas
de constituição do mundo paulista e também da América Portuguesa.

IMAGINÁRIA COLONIAL

A formação da América Portuguesa se nutriu de diretrizes, instituições, procedimentos e operações


condizentes com a expansão da fé cristã nos moldes definidos pelo Concílio de Trento (1545-1563). A
cristandade colonial constituída por membros do clero regular e secular, em conjunto com a administração
real, desempenhou papel estrutural na orientação e efetivação dos percursos de penetração, fixação e
desenvolvimento de povoados, aldeamentos e fazendas em regiões litorâneas e sertanejas, de diferentes
porções da colônia portuguesa.

Entre os fundamentos desta reforma tridentina, constava o resgate de teses do II Concilio de Nicéia (século
VIII) acerca da “invocação e veneração das santas imagens”; o reforço de representações artísticas
conferidas desde o século XII pelo papado, aos santos, mártires, confessores, doutores da igreja e virgens; e
ainda, a incorporação de novos santos, os santos fundadores das ordens, cujas representações conferiram
novos sentidos à imaginária até então celebrada.

A reforma tridentina procurava elucidar, orientar, conduzir e reforçar, através da imaginária, as ações
missionárias, devocionais e litúrgicas das ordens religiosas que se encontravam à frente dos trabalhos de
(re)construção da cristandade dentro e fora da Europa.

Esta imaginária se centrava nas representações da Virgem Maria, dos santos, do papado, dos sacramentos e
das obras de misericórdia para a propagação da fé católica, mantendo atenção sobre as virtudes, realizações
e vitórias contra a heresia de santos como São Bento de Núrsia (480/547); São Domingos de Gusmão
(1170/1221), São Francisco de Assis (1182/1226), Santo Inácio de Loyola (1491/1556, canonizado em 1622),
São Francisco Xavier (1506/1552, canonizado em 1622), Santa Tereza de Ávila (1515/1582, canonizada em
1622), entre outros.

O alargamento das representações e significados motivou as autoridades eclesiásticas a estabelecer, entre


meados do século XVI e a segunda metade do século XVII, tratados artísticos destinados a controlar a
produção de imagens religiosas de instrução. Neste sentido, a iconografia devocional tridentina promoveu a
instalação de oficinas e escolas artísticas no interior das ordens, ganhando forma, pouco a pouco, um
universo simbólico enriquecido pelas proposições do clero regular.

No território paulista dos séculos XVI, XVII e XVIII, a imaginária que integrou os trabalhos missionários,
devocionais e litúrgicos de padres, freis e monges, antes de tudo, se prestou a traduzir as ações de suas
ordens religiosas nos aldeamentos, vilas e povoados. E na medida em que as capelas, igrejas, colégios e
seminários se multiplicavam, a produção de imagens também se intensificou, incorporando em seu
percurso elementos jesuíticos, beneditinos, franciscanos, carmelitas, entre outros, essenciais às práticas de
conversão e administração da vida religiosa na colônia.

Os jesuítas, no curso dos séculos XVII e XVIII, desenvolveram uma imaginária primorosa nos colégios do Rio
de Janeiro, Belém e Rio Grande do Sul; sua arte escultórica cumpriu função primordial nos trabalhos
catequéticos e desde sua origem, contaram com as populações indígenas na fabricação das peças. Por outro
lado, os beneditinos, que desempenharam um papel destacado na formação do próprio clero da América
Portuguesa, também se especializaram na confecção da imaginária cristã, surgindo no colégio de Salvador,
uma escola escultórica de grande presença na imaginária colonial. Coube a ela formar, no século XVII, frei
Agostinho de Jesus que, de Santana do Parnaíba, forneceu imagens sacras em terracota para as
congregações beneditinas do Rio de Janeiro e São Paulo.

INVOCAÇÕES CRISTÃS NO TERRITÓRIO PAULISTA DOS SÉCULOS XVI E XVII

O território paulista ganhou forma no curso do século XVI.

Em sua porção litorânea, os primeiros núcleos de povoamento surgiram na década de 1530 com a
instalação das vilas de São Vicente (1532), Santos (1545), Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (1561) e
São João Batista de Cananéia (1600). No planalto, os percursos de fixação tiveram início em meados do
século XVI com a constituição da vila de Santo André da Borda do Campo (1553) e do aldeamento jesuíta de
São Paulo de Piratininga (1554), logo transformado em vila (1558) em lugar de Santo André.

A ordem dos jesuítas auxiliou, em grande medida, estes caminhos de penetração e povoamento ao mediar
os conflitos entre colonizadores e etnias indígenas, e mais do que isso, ela se revelou fundamental às
perspectivas de avanço das áreas produtivas num território de fortíssima presença indígena. Foi com esta
perspectiva que os padres inacianos instalaram nas margens do rio Tietê e de um de seus afluentes, o rio
Pinheiros, dois novos aldeamentos em 1560: São Miguel e Pinheiros. Data, ainda, de 1585 a criação de um
terceiro aldeamento no rio Tietê, na margem oposta ao aldeamento de São Miguel: o de Nossa Senhora de
Guarulhos, mas de iniciativa da Câmara Municipal de São Paulo.

Nos primeiros oitenta anos de constituição da Capitania de São Vicente, alguns santos cultuados
tradicionalmente por lusitanos se somaram a um conjunto de santos de preferência jesuíta para compor a
imaginária do território paulista. As representações jesuítas de Jesus Cristo, da Virgem Maria (em especial,
de Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora da Candelária e Nossa Senhora da Conceição), de São
Miguel, São Paulo e São João Batista; se uniu às devoções tradicionais de Santo Antonio, São Gonçalo, Santa
Isabel, São Vicente, para celebrar a fé e a conquista paulatina de um território ocupado por etnias indígenas.
Entre as igrejas do período, encontramos templos dedicados a São Vicente (1532), São Paulo (aldeamento
em 1554, vila em 1558), Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (1561, conhecida como “a Virgem de
Anchieta”), São Miguel (aldeamento em 1560), entre outros.

A partir da década de 1580, período que se tornou conhecido por “União Ibérica” (por marcar a junção das
coroas da Espanha e Portugal, sob domínio dos Filipes, reis espanhóis), a América Portuguesa passou a
contar com a presença de outras ordens religiosas, além da jesuíta; com beneditinos, franciscanos e
carmelitas, entre outras. E o território paulista viu diversificar suas invocações. Em fins do século XVI, seriam
acrescidos o culto de santos hispânicos (Nossa Senhora do Pilar, Nossa Senhora das Cabeças, Nossa Senhora
das Mercês) e de santos de preferência das ordens recém chegadas: de São Roque e Nossa Senhora de
Monteserrate (beneditinos); de São João da Cruz e Nossa Senhora do Carmo (carmelitas); de Nossa Senhora
do Amparo, São Francisco de Assis e Santo Antonio (franciscanos).

Em princípios do século XVII, a ordem jesuíta instalou novos aldeamentos num território localizado a oeste
da vila de São, nas proximidades do rio Cotia (outro afluente do rio Tietê Paulo): os aldeamentos de Nossa
Senhora da Escada de Barueri (1609, nas margens do rio Tietê), de Nossa Senhora da Graça de Carapicuiba
(1615) e de Nossa Senhora do Rosário de Embú (1624). Também se deu a instalação do aldeamento de
Nossa Senhora dos Prazeres de Itapecerica da Serra (século XVII), nas proximidades deste mesmo rio.

No mesmo período, os carmelitas se fixaram em Santos (em 1589) e alcançaram a vila de São Paulo de
Piratininga em 1594; nas décadas seguintes criaram um convento em Mogi das Cruzes (em 1629) e já no
começo do século XVIII estabeleceram uma residência em Itú (1719). Os freis também foram chamados a
substituir os jesuítas na gestão de alguns aldeamentos, em momentos de crise entre a ordem e os colonos
paulistas. No âmbito da arte sacra, foi na vila de Itú, na segunda metade do século XVIII, que os carmelitas
ganharam notoriedade com os trabalhos de Jesuíno de Monte Carmelo, pintor, escultor, arquiteto, além de
entalhador, músico e poeta, que nutriu forte devoção à ordem.

Os beneditinos chegaram à Vila de São Paulo do Piratininga em 1598 e no curso das primeiras décadas do
século XVII, eles enfrentaram dificuldades. Sua abadia foi criada em 1635, ocasião em que receberam terras
nas margens do rio Tamanduateí do Capitão Duarte Machado (no “tijucuçu”, origem de São Bernardo do
Campo); esta fazenda seria ampliada em 1671 por doações de Fernão Dias Paes Leme. Mas foi no curso do
século XVII que os monges ampliaram sua presença no território paulista, instalando novos mosteiros em
Santana do Parnaíba (1643), São Vicente (1650), Santos (1660), Sorocaba (1667) e Jundiaí (1668). Em
Santana do Parnaíba, Frei Agostinho de Jesus produziu por longo período sua imaginária em terracota.

Os franciscanos chegaram à América Portuguesa nos primeiros momentos de ocupação; no entanto, foi
apenas em 1584 que a ordem decidiu criar missões e estabelecer residências na América Portuguesa,
fixando-se em Olinda, Salvador, Porto Seguro, Vitória, São Francisco do Sul, ilha de Santa Catarina e São
Paulo. Na capitania de São Vicente, os freis chegaram em 1532, mas foi apenas em 1583 que eles
alcançaram a Vila de São Paulo do Piratininga; seu convento, instalado numa das bordas da colina
paulistana, foi inaugurado décadas depois, em 1647.

Em paralelo à fixação e desenvolvimento das quatro ordens religiosas, o mundo seiscentista paulista
vivenciou a descoberta de ouro na Serra do Voturuna (ou Boturuna), processo extrativo que em fins do
século XVI promoveu uma importante mudança nos caminhos de ocupação do planalto paulista.

A busca pelo ouro intensificou o avanço das populações para os sertões, ao mesmo tempo em que reforçou
o caráter mercantil da economia em formação, enfrentando os jesuítas, sérios limites nas proposições de
formar e oferecer “índios aldeados” às frentes econômicas de colonização. Seus aldeamentos seriam
paulatinamente substituídos pela captura e pelo trabalho forçado dos índios nas novas frentes produtivas.
A escravização indígena, adotada inicialmente nos trabalhos de extração aurífera, logo se expandiu para as
lavouras de abastecimento e, de forma especial, para o cultivo e beneficiamento do trigo, gênero que
contribuiu de maneira especial para o reforço das bases mercantis da economia paulista.
Data das primeiras décadas do século XVII, a fixação e desenvolvimento de uma rede de fazendas (de trigo,
milho, entre outros gêneros de abastecimento) e de capelas rurais que, orientadas pela passagem do rio
Tietê e de seus afluentes, se fixaram nas serras do Votoruna, da Cantareira e do Japi.

Na serra do Votoruna e nas margens do rio Tietê surgiu, também, uma nova vila: Santana do Parnaíba
(1625), que desde sua origem se firmou como um núcleo de atividades extrativas, de práticas agrícolas e de
comércio, além de uma área especializada na organização de entradas para a captura de índios nos sertões.

Nas proximidades e no interior da serra da Cantareira instalaram-se as capelas rurais de Nossa Senhora do Ó
(1615, próxima ao rio Tietê); Nossa Senhora da Luz (1603, na outra margem do rio Tietê); Nossa Senhora do
Desterro ou Santa Inês (1625), Nossa Senhora do Desterro (1683, próxima do rio Juqueri); Nossa Senhora da
Penha (1668, do outro lado do rio Tietê); Nossa Senhora do Bonsucesso (1680, próxima do rio Baquirivu).

Em terrenos há leste da Vila de São Paulo e nas margens do rio Tietê, também surgiu no começo do século
XVII, a vila de Santana de Mogi das Cruzes (1611) e a noroeste, nas margens do rio Paraíba, a vila de Nossa
Senhora da Conceição do Paraíba ou Jacareí (1653).

Nos primeiros cem anos de ocupação do litoral e do planalto paulista, enfim, as invocações de santos
respondiam a diversos processos. Entre os jesuítas, centrados nos trabalhos missionários e nos povoados
em formação, os santos preteridos seriam, numa primeira fase (1550/1580), Nossa Senhora da Assunção,
Nossa Senhora da Candelária e Nossa Senhora da Conceição, Jesus Cristo, São Miguel, São Paulo e São João
Batista. Numa segunda fase (1580/1640) seriam Nossa Senhora da Conceição (de Guarulhos, 1585), Nossa
Senhora da Escada (de Barueri, 1609); Nossa de Nossa Senhora da Graça (de Carapicuiba, 1615) e Nossa
Senhora do Rosário (do Embú, 1624). Entre os colonos, responsáveis pela instituição de capelas rurais, os
santos escolhidos foram Nossa Senhora da Luz (1603), Nossa Senhora do Ó (1615), Nossa Senhora do
Desterro ou Santa Inês (1625). E no espaço das vilas, onde se encontravam reunidas as diversas ordens
religiosas e uma população de diferentes procedências, as devoções se centraram em São João Batista de
Cananéia (1600), Sant’Ana (de Mogi das Cruzes, em 1611 e de Parnaíba, em 1625), Nossa Senhora do
Amparo (convento franciscano de São Sebastião, 1637) e Santa Cruz (de Ubatuba, 1637).

E então, em meados do século XVII, a Capitania de São Vicente se viu imersa num contexto mais amplo de
mudanças conhecido como período de “restauração” (a partir de 1640). Nesta ocasião, a monarquia lusitana
retomou o controle de seus territórios do domínio da Espanha e redesenhou seus projetos de ocupação,
desenvolvimento e expansão da fé no além-mar. Data deste período a celebração de Nossa Senhora da
Conceição como padroeira da casa de Bragança; sua invocação se prestaria a celebrar, além da imagem
santificada, o trono português.

Neste período também veríamos se intensificar a migração de lusitanos que, para além do culto de Nossa
Senhora da Conceição, reforçaram ou introduziram o culto de santos tradicionais portugueses a Nossa
Senhora de Nazaré, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora do Ó, Nossa Senhora dos Prazeres e à Virgem do
Lavramento.

No âmbito do território paulista, este período se fez marcado, ainda, pela ocupação de terrenos e regiões
mais interiorizadas. A serra do Voturuna ganhou novas fazendas e capelas rurais, entre elas, as de invocação
de São Roque (1653), Santo Antonio (1681), Nossa Senhora da Conceição de Voturuna (1687) e Nossa
Senhora da Conceição de Araçariguama (1697). Os paulistas seguiram rumo ao oeste da vila de São Paulo e
fizeram nascer as vilas de Nossa Senhora da Candelária de Itu (1658) e Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba
(1661), além de realizar os primeiros movimentos de ocupação da serra do Japi, território situado ao norte
da calha do rio Tietê, e no qual nasceu a Vila de Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí (1655). Nesta área
seriam instaladas fazendas e as capelas rurais de Nossa Senhora de Belém (1673), de São João de Atibaia
(1669) e de Nossa Senhora de Nazaré (1676), já nas proximidades do rio Atibaia.
Entre as invocações religiosas, as capelas rurais adotaram o culto a São Roque (1653), Nossa Senhora de
Monte Serrate (1662), São João (Atibaia, 1669), Nossa Senhora da Penha (1668), Nossa Senhora de Belém
(1673), Nossa Senhora de Nazaré (1676), Nossa Senhora do Bonsucesso (1680), Santo Antonio (1681), Nossa
Senhora do Desterro (1683), Nossa Senhora da Conceição de Voturuna (1687), Nossa Senhora da Conceição
(Araçariguama, 1697) e São Gonçalo (capela em São Sebastião, de fins do séc XVII).

Nas vilas do período, foram adotadas as invocações de São Francisco de Chagas de Taubaté (1645), Nossa
Senhora da Conceição (do Rio Paraíba/Jacareí, 1653), Nossa Senhora do Rosário (Paranaguá, 1653), Nossa
Senhora do Desterro (do Campo Alegre de Jundiaí, 1655), Santo Antonio (de Guaratinguetá, 1657), Nossa
Senhora da Candelária (de Outú Guaçu, Itu, 1657), Nossa Senhora da Ponte (de Sorocaba, 1661), Nossa
Senhora das Neves (de Iguape, 1665), Nossa Senhora da Luz (dos Pinhais de Curitiba, 1693).

Em seus primeiros cento e setenta anos de formação (1530/1700), o planalto paulista passava a contar com
um raio de povoamento estimado em 60 km (nos limites de Jundiaí, Parnaíba, Itú, Sorocaba e Atibaia)
(MATOS, 1991); na porção litorânea, a ocupação assumia um formato esgarçado entre as áreas atuais de
Ubatuba e Paranaguá (no Estado do Paraná).

A IMAGINÁRIA PAULISTA DOS SÉCULOS XVIII E XIX

Em fins do século XVII, a descoberta de veios auríferos, por paulistas, em porções muito interiorizadas da
colônia deu lugar a um novo período de expansão territorial. A presença, mais uma vez, de metais preciosos
nos sertões provocou mudanças nos caminhos de desenvolvimento paulista, valendo observar que a
diversidade e a qualidade destes veios auríferos provocaram transformações mais profundas, entre elas, a
aquisição, pela Metrópole Portuguesa, da própria Capitania de São Vicente.

A partir de 1709, ganhou forma a Capitania Real de São Paulo e Minas de Ouro, e no curso das décadas
seguintes, a antiga capitania deu origem aos territórios reais de Minas Gerais (1720), Mato Grosso (1748),
Goiás (1748), Santa Catarina e Rio Grande, restringindo-se o território propriamente paulista a uma área
próxima a do atual Estado de São Paulo, então sob administração da Capitania do Rio de Janeiro (1738 a
1765). Estas terras, enfim, se fizeram reconfiguradas como Capitania Real de São Paulo, em 1765, e com um
papel primordial: o de se firmar como “celeiro” de abastecimento das capitanias auríferas, além de auxiliar
na defesa das fronteiras meridionais do Brasil (nos termos do Tratado de Madrid, de 1750).

Para assumir o novo papel, caberia à administração real romper com as formas tradicionais paulistas de
ocupação (consideradas esparsas e auto-suficientes), para instalar uma rede de povoados e vilas fundada
em sesmarias e fazendas lucrativas. Na visão metropolitana, tratava-se de repovoar estes sertões através da
fixação, apoio e desenvolvimento de uma população organizada em núcleos produtivos.

O mundo paulista começava a enfrentar alterações sociais, culturais e econômicas ainda mais profundas.

Data deste período, a instauração de freguesias e vilas no planalto, nos vales do Paraíba e do Ribeira, entre
outras áreas, orientada pela abertura de estradas e distribuição de sesmarias. Entre elas, surgiriam as vilas
de Pindamonhangaba, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Cunha e Lorena nas imediações da
“Estrada do Norte de São Paulo” (que seguia para o Rio de Janeiro através do Vale do Paraíba). Seriam
criadas as vilas de Itapeva, Itapetininga e Apiaí no “Caminho para o Paraná” (que rumava por Cotia e São
Roque para Sorocaba e daí para os campos de Viamão, no atual estado do Rio Grande do Sul, passando pelo
Vale do Ribeira). Também seriam constituídas, as vilas de Mogi Mirim e Campinas nas margens da “Estrada
do Anhanguera” (ou Estrada dos Goiases, que seguia para o “sertão da farinha podre”, no atual triângulo
mineiro, e de lá para Goiás); e, nas proximidades da “Estrada para a divisa de Minas Gerais”, as vilas de
Atibaia e Bragança Paulista.

Entre as novas freguesias, constariam as invocações de Nossa Senhora do Bonsucesso (de


Pindamonhangaba, 1705), de São José (de Paraíba/São José dos Campos, 1767), de São João Batista (de
Atibaia, 1769), de São José (de Mogi Mirim, 1769), de Nossa Senhora dos Prazeres (de Itapetininga, 1770),
de Santo Antonio (das Minas de Apiaí, 1771), de Nossa Senhora da Piedade (de Lorena, 1788), de São Carlos
(Campinas, 1797), de São Miguel (de Areias, 1816).

Na região cortada pela “Estrada para Itu”, também seria criada a vila de Porto Feliz, valendo observar que
nesta porção territorial achava-se presente a rota fluvial das monções (que seguia pelos rios Tietê, Paraná,
Pardo, afluentes do Paraguai e São Lourenço até chegar ao rio Cuiabá) e o “Picadão de Cuiabá” (caminho em
sua maior parte por terra e por diversas vezes abandonado, que partia de São Paulo, seguia pela margem
direita do Rio Tietê até acessar o rio Paraná acima, e em seguida, tomava o rio Paranaíba para chegar a
Cuiabá).

No curso do século XVIII, apesar de diminuído em sua extensão, o território paulista passava a contar com
uma nova e profícua rede de caminhos, povoados, freguesias, vilas e fazendas produtivas, que seguiam em
diferentes direções, já superando em muito as demarcações dos séculos XVI e XVII.

No universo das práticas religiosas, esta nova e efetiva expansão de fronteiras se veria complementar pela
entrada progressiva de etnias africanas que traziam consigo um outro corpo de referenciais e práticas
religiosas. Data de fins do século XVIII a presença progressiva de “santeiros” populares, além da
multiplicação de capelas rurais e igreja no Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, nos sertões a oeste, entre outras
regiões.

No início do século XIX, as atividades agrícolas e criatórias associadas ao mercado interno ganhariam, por
fim, uma nova especialidade: as lavouras extensivas de cana de açúcar e café, que agora passavam a se
orientar pelo mercado externo. As lavouras de açúcar se fariam introduzidas nas últimas décadas do século
XVIII na porção sul da Capitania (no chamado “quadrilátero do açúcar”, formado entre as regiões de
Constituição/Piracicaba, Mogi Guaçu, São Carlos/Campinas e Itu) e já nas primeiras décadas do século XIX,
elas subsidiariam a instalação de lavouras de café. O chamado “complexo cafeicultor”, que também
ganharia forma no território carioca, tornaria ainda mais integrado e dinâmico o sistema produtivo,
mercantil e viário paulista, promovendo, no curso do século XIX, uma aceleração dos processos de
desenvolvimento. Fundado na monocultura extensiva, na diversificação do capital, na especialização
regional e na migração em massa, esta economia cafeeira acabaria por transformar vastas porções de
sertões paulistas (em diferentes direções) em novas áreas de lavoura, criação e industrialização; São Paulo
começava a assumir a fisionomia que viria a apresentar no século XX.

A presença negra no mundo paulista (adensada no curso do século XIX), somada a entrada de um número
progressivo de migrantes de diferentes regiões do Império e, depois, da República brasileira; podem estar
nas origens da intensa produção de imagens de barro queimado de uso doméstico, chamadas
“paulistinhas”, que ao longo do século XIX, celebrizaram diversos santeiros no litoral e planalto paulista,
entre eles, Benedito Luzia, de Arujá; Benedito Amaro de Oliveira ou Dito Pituba, de Santa Isabel; José Alves
do Nacimento ou “Juca Angélico”, de Piedade; Chico Santeiro de Aparecida; Boaventura dos Santos de
Guarulhos; José Benedito da Cruz ou JBC, de Guararema.

Entre as invocações das “paulistinhas”, estudadas por Eduardo Etzel, encontramos antigas devoções
paulistas (São João Batista, Nossa Senhora das Dores, Santana Mestra, Nossa Senhora da Conceição, Nossa
Senhora das Dores, Bom Jesus, Nossa Senhora com menino, Nossa Senhora da Piedade, São Miguel, Santo
Bispo, São Roque, São Sebastião, São Bento, Santa Escolástica, Santa Gertrudes, Santa Bárbara, São Gonçalo,
São José) que se somam, agora, às representações de santos negros (São Benedito, Santo Antonio do
Categeró, Santa Ifigênia), valendo observar que a presença negra também se faria responsável pela
produção de imagens em nó de pinho, de grande significação na imaginária paulista do século XIX.

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