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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 A MATEMÁTICA
[...] até hoje muitas tribos indígenas só têm palavras na sua língua para
contar até três. Mais a maioria dos povos do mundo sentiu a necessidade
de construir maneira eficaz de registrar quantidades, e com o passar dos
séculos as necessidades são cada vez maiores (BONJORNO e
BONJORNO, 2001, p.20).
para Matemática como gente especial, com algum dom extraordinário: o saber
matemático goza de prestígio.
Isso se deve, por um lado, ao fato de que as dificuldades da disciplina fazem
com que quem a sabe ou a aprende com facilidade seja visto como diferente, como
diferente, especialmente dotado; por outro lado, os jovens com particular facilidade
para a Matemática, em geral, têm também facilidade para formar conceitos em
outras disciplinas, para continuar a concatenação lógica de raciocínios, até para
encontrar semelhanças em geografia e física (DRUCK, 2004).
Na visão dessa autora, esse “prestígio”, por sua vez, gera em quem tem
dificuldades uma aversão muito forte à Matemática. Sentem-se aparvalhados,
passam a ignorar a beleza, a coerência e a ordenação da disciplina e a recusar
qualquer tipo de formalização, por sua semelhança com a formalização matemática.
É bastante comum que os estudantes com dificuldades sejam mais retraídos, sintam
que não poderão ocupar papéis importantes em suas atividades ou obter ocupações
de destaque e modernas. Consideram-se humilhados perante seus professores de
Matemática e, mais adiante, muitos deles serão incapazes de ter uma base mínima
para incorporar conhecimentos matemáticos ou meramente quantitativos, que lhes
permitam avançar normalmente nos seus estudos (DRUCK, 2004).
[...] fazer o aluno pensar produtivamente e para isso, nada melhor que
apresentar-lhe situações-problemas que envolvam, o desafiem e o motivem
a querer resolvê-las. Esta é uma das razões pela a qual a resolução de
problemas tem sido reconhecida no mundo todo como umas metas
fundamentais da matemática [...] (DANTE, 2007, p.1).
educativas atividades humanas (SILVA, 2015, p.13) [...]. “Ele educa não para que
saibamos mais matemática ou português ou futebol; ele educa para sermos mais
gente, o que não é pouco (FREIRE, 2002, p.78)”.
Nessa perspectiva, é possível dizer que, mesmo quando utilizado apenas
como recreação, é possível fazer do jogo uma ação educativa.
Sem desmerecer a importância de todos os conceitos citados até aqui,
chama-se a atenção para a definição para o verbete jogo dada por Murcia (2005),
pois acredita-se ser a mesma a mais abrangente.
ações que jamais poderiam ser realizadas ou possuir objetos, coisas que na vida
real seriam impossíveis, reduzindo assim as frustrações da vida e acomodando os
conflitos.
Em outras palavras, a brincadeira pode ser entendida como um processo
interno individual enquanto reflete anseios, conceitos, sonhos, prazeres e
frustrações do indivíduo que busca construir sua personalidade, seus ideais, mas ao
mesmo tempo é o reflexo do meio social e da cultura na qual a criança está inserida,
demonstrando atitudes e sentimentos que são exercitados para a vida em sociedade
e que, uma vez retirados da realidade, serão reelaborados e postos em prática
novamente.
Todavia, se faz mister dizer que, ainda que se defenda ser possível, por meio
da brincadeira de forma livre e espontânea trabalhar a estimulação da criança, é
preciso ficar atento contudo, a escolha da brincadeira pela criança, pois, assim se
estará não somente cultivando a sua autonomia, mas, contribuindo para que:
O dicionário Aurélio diz que brinquedo é: “1. Objeto que serve para as
crianças brincarem: brinquedo mecânico; loja de brinquedos. 2. Jogo de crianças;
brincadeira: brinquedo de amarelinha; brinquedo de pegas. 3. Divertimento,
passatempo, brincadeira: [...]” (HOLANDA, 2010).
Nos escritos de Bohm (2015) antigamente, o brinquedo era entendido como
uma preparação para a vida, ou seja, os pais ensinavam e preparavam seus filhos
homens para as dificuldades da vida, eles aprendiam a caçar, montar, atirar, pescar,
entre outros. Já as meninas ficavam aos cuidados das mães, onde aprendiam a
cuidar da casa e dos irmãos menores. Sendo atividades e, afazeres que ainda
verificamos nos dias atuais.
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se comunica com o seu mundo, pelo brincar ela expõe seus sentimentos,
pensamentos e descobre um mundo diferente ao seu redor.
Segundo Oliveira (2010) o brinquedo, que para muitos simboliza apenas uma
atividade voltada para o lazer infantil ou o entretenimento da criança, também pode
ser utilizado como ferramenta educativa, podendo ser “entendido como agente de
transmissão metódica de conhecimentos e habilidades” (p.44).
O mesmo pensamento é defendido por Santos (2013) uma vez que defende
que o brinquedo não é apenas um instrumento notório para a criança, pois tem valor,
sentimentos, emoções e comportamentos que podem ser vistos quando a criança
está brincando. O brinquedo favorece a autonomia, aguça o cognitivo e a
imaginação, como também propicia momentos de alegria e prazer.
Kishimoto (2017, p. 18) ressalta que o brinquedo diferindo do jogo, o
brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao
uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que organiza sua utilização. Em
consonância e essa ideia Bueno (2010, p. 26) declara que:
Objetivos:
▪Exercício de memorização do conteúdo matemático de cálculo de área e perímetro
do quadrado.
▪Desenvolvimento da atenção e concentração (ao fazer o desenho do tabuleiro e
colorir este é necessário atenção da criança).
▪ Exercício de habilidades de antecipação e estratégia: durante o jogo é necessário
prever a iniciativa do oponente.
▪Respeito às regras limites.
▪Treino do controle emocional diante de ganhar ou perder.
▪Trabalhar a autoestima.
▪Trabalhar a ansiedade.
▪ Trabalhar controle segmentar.
Material:
▪Papel cartão de cor clara
▪Régua
▪Tesoura
▪Lápis
▪Canetas coloridas hidrográficas
▪Massa plástica para modelar as peças ou tampinhas de garrafa de duas marcas
diversas
▪Tinta plástica ou cola colorida
Estratégia:
1
Elaborado pela autora.
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Regras do Jogo
▪Inicialmente é necessário que se explique às regras do jogo, pois embora seja um
jogo conhecido há diferenças de regras. Esse momento é importante para que a
criança sinta que ao se conhecer as regras previamente não tem como discordar
depois.
▪O objetivo do jogo é eliminar as pedras do adversário – comer as pedras, e levar
uma ou mais pedras para o lado adversário. As pedras se movimentam na vertical e
para frente, somente para se comer às pedras é que se movimenta na diagonal,
podendo comer para trás. ▪Para comer as pedras do oponente pula sobre a pedra
que se encontra no caminho. Cada um protege a suas pedras e ao chegar com essa
pedra na linha final do adversário ela se transforma em uma rainha capaz de
percorrer qualquer caminho de várias casas, sempre em linha reta. As comidas de
pedras são obrigatórias e se o adversário não enxergar a jogada ele perde a vez e
tem sua pedra soprada. A cada jogada se monta a estratégia de que é prever acima
de tudo qual será a jogada do outro.
Dominó 2
É um jogo que pode ser adaptado a qualquer matéria e a qualquer conteúdo,
especificamente na Matemática, tabuada e operações.
Objetivos:
▪Fixação de conteúdos
▪Avaliação
▪Trabalhar o ganhar e perder
▪Trabalhar conceitos matemáticos na confecção (medida, geometria do retângulo,
área, divisão).
Material:
▪Papel cartão de cor clara e canetas esferográficas
▪Tesoura e régua
Estratégia:
Antes da confecção do jogo, é necessário um planejamento específico e um
estudo de dominó, pois é preciso que as peças se encaixem, portanto, é importante
explorar este momento de descobertas e fazer um jogo com a mesma estrutura
original:
0.0 1.1 2.2 3.3 4.4 5.5 6.6
0.1 1.2 2.3 3.4 4.5 5.6
0.2 1.3 2.4 3.5 4.6
0.3 1.4 2.5 3.6
0.4 1.5 2.6
0.5 1.6 2.7
0.6 1.7 2.8...........
▪Assim, portanto, fica fácil de saber o número de pedras 7+6+5+4+3+2+1= 28 peças.
▪A montagem das operações fica por conta do professor e sua melhor adequação.
2
Elaborado pela autora.
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3. Bingo da Tabuada3
O Bingo da Tabuada é um dos jogos bem fáceis de fazer e que tem bons
resultados, é possível brincar de bingo e aprender a tabuada ao mesmo tempo.
Objetivos:
Estimular as crianças a decorar ou a compreender como os resultados da
tabuada são obtidos.
Avaliar a aprendizagem das operações matemáticas/tabuadas.
Avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o conteúdo.
Material:
Papel cartão de cor clara e canetas esferográficas
Tesoura e régua
Estratégia:
As cartelas de bingo devem ter números que são os resultados das somas,
divisões, subtrações e multiplicações.
Se você fizer cartelas com 9 números, já será o suficiente para as crianças se
divertirem e o jogo não demorar muito tempo.
É possível ir alterando alterar a configuração das cartelas de acordo com as
operações matemáticas e/ou tabuadas que se estiver ensinando.
Organize também os números dos sorteios (exemplos: 1x1; 4x2; 8-3....) conforme
os números (resultados) constantes nas cartelas.
Estabeleça junto com os educandos o prêmio e as regras do bingo (cartela cheia,
os números da horizontal...) e inicie o jogo/brincadeira.
Amarelinha da Matemática4
O jogo é tradicionalmente brincado com um gráfico rabiscado no chão,
constituído por dez casas, onde as crianças tentam chegar ao céu. Com o
3
Adaptado de http://lanaminhaescola.blogspot.com.br/2011/08/bingo-de-tabuada.html. Acesso em 18
de julho de 2018.
4
FERREIRA, Daniely Freitas et. al. Amarelinha da Matemática. Disponível em:
http://jogandoaprendendoensinando.blogspot.com/2012/11/amarelinha-da-matematica-2012.html
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Objetivos:
Estimular o interesse pela disciplina de matemática agregando conhecimento
matemático, bem como, raciocínio lógico, melhorando a coordenação motora, o
relacionamento com o grupo e também o espirito competitivo.
Material:
Giz ou carvão para fazer o desenho representativo da amarelinha.
Estratégia:
Dividir a sala em grupos.
Montar a amarelinha (quadro de números).
Realizar um sorteio para definir a ordem que os grupos formados irão jogar.
Inicia-se o jogo com um jogador definido pelo grupo onde o mesmo tem como
objetivo acertar o marcador no número um, o qual é o inicial do quadro de números.
O jogador acertando o número com o marcador é realizado uma pergunta
matemática para o jogador, caso o mesmo não saiba a resposta seu grupo tem o
direito de responder por ele, acertando a resposta continua o jogo passando para a
etapa seguinte do quadro de números aumentando também o grau de dificuldade
das perguntas. Porém caso o grupo não consiga responder a pergunta efetuada
passa sua vez para o grupo seguinte.
As perguntas que todos os grupos não conseguirem responder o professor
realizará a demonstração da sua resolução para a sala.
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As questões do jogo terão graus de dificuldade como: fácil, médio e difícil, porém
cada grau com uma pontuação diferente. Do número 1 ao 4; perguntas verde de
nível fácil valendo 2 pontos. Do número 5 ao 7; perguntas azuis de nível médio
valendo 3 pontos. Do número 8 ao 10; perguntas vermelhas de nível difícil valendo 4
pontos.
Vence o jogo o grupo que atingir maior pontuação ou chegar primeiro até o
quadrante 10 do quadro de números.
O Boliche Matemático5
O Boliche Matemático proporciona maior aprendizado por meio da
brincadeira, desenvolvendo o conhecimento dos algarismos, comparação de
conjuntos, envolvendo noções de distância, espaço, força, construção de
democracia, através da elaboração do conjunto de regras e a coordenação, quando
os alunos tentam acertar as garrafas.
Objetivos:
Compreender o conceito de número por meio do jogo de boliche.
Instigar a criança a ampliar o pensamento numérico;
Reconhecer os princípios da contagem, através do jogo;
Estimular a integração e colaboração dos alunos na construção de materiais para
a realização do jogo.
Material:
Garrafas pet;
Areia;
Tampas de garrafa pet;
Tinta guache;
Pincéis;
Jornal;
Fita Crepe;
Cartolina;
Canetas coloridas;
Quadro branco e pincel.
5
SILVA, Ângela Maria Ferreira. Boliche Matemático. Disponível em:
http://jogoseducativosmatematicos.blogspot.com/2015/06/boliche-matematico.html.
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Estratégia:
A atividade se inicia pela construção das peças do jogo (pinos de boliche, bola, e
placar em forma de tabela para contagem dos pontos das equipes) as crianças irão
se dividir em grupos de 5 alunos e cada grupo irá confeccionar as peças do jogo,
utilizando materiais recicláveis, como garrafas pet, tinta e pincéis para os pinos;
jornal e fita crepe para as bolas; e para a construção do placar, usarão tampas de
garrafa, cartolina e canetas coloridas.
Enquanto ocorre o jogo de boliche, as crianças são estimuladas a realizar
contagens, marcando os pontos que fizeram durante o jogo no placar;
Para a realização da marcação dos pontos, será construído um cartaz, em forma de
tabela, com os nomes dos grupos, os pontos serão marcados com tampas de
garrafas;
As tampinhas também serão problematizadas e contadas da seguinte maneira:
Quantas tampas temos? Quantas tampas são azuis? Quantas tampas são brancas?
Consequentemente será realizada essa contagem com as cores obtidas.
Durante a partida, o jogo será problematizado, trazendo algumas reflexões: Qual
a distância, em passos, entre o ponto de partida da bola e os pinos? Qual equipe
derrubou mais garrafas? Quem derrubou menos garrafas? Quantas garrafas verdes
foram derrubadas? Quantas garrafas de cor branca foram derrubadas?
- A Equipe A derrubou 5 garrafas, quantas ainda faltam derrubar? Quantas garrafas
foram derrubadas pela Equipe B? Quantas garrafas foram derrubadas pela Equipe
C? Qual Equipe derrubou mais garrafas?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fazer com que se tenha a Matemática para todos, transformar o ensino que
provocou tanta exclusão em ensino que leve em conta os sujeitos humanos constitui
um grande desafio para o professor que tem compromisso ético com uma sociedade
justa e igualitária, que se preocupa com os excluídos e com o futuro de seus alunos.
O professor não pode esconder sua posição em nome de uma suposta neutralidade
profissional. Ao fazê-lo estará fortalecendo a ideologia dominante.
Vale ressaltar ainda que, a inserção de jogos no contexto de ensino-
aprendizagem implica na adoção de uma reflexão e de uma prática dos professores.
Ao assumir uma proposta de trabalho com jogos, o professor deve assumi-la como
uma opção metodológica, prevista pelo seu plano de ensino, vinculada a uma
concepção coerente presente no plano escolar, sem, no entanto, cair na armadilha
do conteudismo e da linearidade de um conhecimento que não se edifica.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei n.º 8.060 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Brasília: Senado federal, 1990.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 6. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2001.
OLIVEIRA, Vera Barros de; SOLÉ, Maria Borja i; FORTUNA, Tânia Ramos. Brincar
com o outro: Caminho de saúde e bem-estar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
OLIVEIRA, Vera Barros de. (org.) O brincar e a criança do nascimento aos seis
anos. Petrópolis: Vozes, 2002.
SILVA, Tiago Aquino da Costa e. Jogos e brincadeiras na escola. São Paulo: Kids
Move Fitness Programs, 2015.
VIGOTSKY, Lev. S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2017.