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RESUMO
ABSTRACT
From the knowledge acquired during my formative process, mainly from my entry into
the pedagogy course, I chose to report my trajectory and tell what I faced in order to
complete my graduation, therefore, I will write this text in the first person singular,
referring to me to my academic, personal and professional experience. The study's
main objective is to reflect on the relationship between school training and
professional training in Pedagogy. I also hope, when describing my school and
professional training, in addition to discussing changes in Brazilian legislation, to
understand the continuity of the training process in Higher Education. There were
many mishaps that I faced during the four years of college, however, I also had many
achievements and joys, friendships that came true and that I will take with me for life.
Due to all the positive experiences and some negative ones, I became stronger and
stronger, successfully and proudly concluding my degree in Pedagogy.
Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau –
Fortaleza.CE – E-mail:
Mestra em Educação Profissional de Saúde. Docente do Centro Universitário Mauricio de Nassau –
Fortaleza.CE – E-mail: fran2429@hotmail.com
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nesse mesmo sentido as palavras de Bosi (1987) ao dissertar que narrar e/ou
ler uma historia de vida é dela (re)apropriar-se, refazer caminhos já trilhados, o que
bem mais que simplesmente “revivê-los” (p.5). A história narrada “[...] não é feita
para ser arquivada ou guardada numa gaveta como coisa, mas existe para
transformar a cidade onde ela floresceu” (BOSI, 2003, p. 69).
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Àquela época, eu ainda criança, com menos de sete anos, idade necessária
para iniciar os estudos, observava todo este movimento da casa e participava
também, com a família, da plantação, colheita e cuidados dos cereais, portanto, era
uma família que viva da agricultura. Mas, tinha curiosidade em entender aquele
monte de letras acumuladas no caderno de meu pai, que anotava a compra e venda
destes produtos e outros materiais.
Uma vez por semana um senhor vinha deixar mercadoria e levar o legume
que os trabalhadores tinham colhidos, como algodão, mamonas, feijão, milho e
batata, e sempre ali perto do meu pai olhando como fazia aquelas letras formar
palavras. E sempre perguntava onde ele tinha aprendido a fazer tantas letras. Eu
não sabia, mas meu pai tinha frequentado uma escola; e isso me fez sentir vontade
de ir também nessa escola; mas, como eu poderia chegar na cidade, que era muito
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longe e não tinha transporte; além do mais, pensava, eu era só uma criança. E não
sabia que crianças deviam ir para escola; imaginava que dependia só de vontade e
condição para ir.
Era uma época em que os filhos só podiam fazer qualquer coisa com
autorização dos pais; até mesmo falar com esse senhor que vinha deixar
mercadoria, só com autorização de meu pai; e foi por meio dessas perguntas que um
dia a esposa dele veio e perguntei se quando eu tivesse idade para ir à escola, se
ela me levaria para estudar na cidade. Eu tinha apenas sete anos de idade. Mas, ao
completar oito, aquela senhora pediu aos meus pais para me levar para morar com
ela na cidade, o que foi aceito de imediato. A família, à época, era formada por
quatro irmãos e meus pais; depois que fui morar na cidade com esta senhora,
nasceram mais oito irmãos.
Porém, não fui morar na cidade apenas para estudar. A condição era de
ajudar nas tarefas da casa da senhora (varrer, passar as roupas, encher as
cisternas) e fazer din-dins para vender; pela manhã ia para escola particular com o
filho dela, durante dois anos, parando no segundo ano Fundamental.
Por fim, desde muito criança eu tinha o desejo de aprender, mas até hoje,
para eu estudar é muito difícil, pois além de não ter o apoio de ninguém da família
não encontro um ambiente em que possa me dedicar aos estudos. Além do mais, as
dificuldades de aprendizagem, compreensão de textos, pouca leitura trazem outras
dificuldades como a de escrita, principalmente de textos acadêmicos.
Já com os meus 7 anos de idade, lembro que queria muito aprender a fazer
contas e palavras igual ao meu pai; mas ele não tinha tempo para me ensinar e
também não queria porque ele falava que era cedo demais, pois eu era muito
pequena para aprender essa coisas; e que eu deveria aprender a ajudar minha irmã
nos afazeres de casa e da roça. Mas, eu não gostava, e quando chegou o dia de ir
para escola fui tão feliz, pois tinha a certeza de que poderia aprender a ler e
escrever. Porém, outros obstáculos surgiram, a escola onde eu estudava era muito
longe.
As leis vão se modificando ao longo dos anos, a cada novo governo, cada
nova época, cria-se e se renovam. Primeiramente, temos a Constituição de 1988,
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que é a atual Carta Magna do Brasil, tendo alguns artigos dedicados á educação,
sendo esses, os artigos 205º a 214º, garantindo que a educação é um direito de
todos e dever do estado e da família assegurar que a mesma seja efetivada. Art 205º
diz que a educação “[...] será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p. 137–
141).
Embora, a Constituição Federal de 1988 retrate o direito a educação e
garante que o estado e a família tem o dever de garantir o acesso e a permanência
da criança na escola, a partir de 4 anos de idade, como se descreve no artigo 208º,
inciso I. “Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria” (BRASIL, 1988). Na minha trajetória de vida,
comecei a ter acesso a educação a partir dos 8 anos de idade, devido a falta de
escolas na cidade de Ubiraçu, em virtude disso, o meu desenvolvimento teve
sequências de atrasos no decorrer da trajetória escolar, de certo, aprendi mais com
o mundo do que em instituições de ensino.
A educação que tive, no seio familiar e em ambientes informais, também é
assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da educação LDB de 1996, logo, no
primeiro artigo, diz:
Assim como a LDB, temos outra lei que se dedica ao direito a educação em
alguns dos seus artigos, é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei
8.069 de 13 de julho de 1990, capitulo IV, bem como, assegura á cultura, ao esporte
e ao lazer, esses direitos estão nos artigos 53º ao 59º.
formação dos profissionais da educação básica, que serão a base para toda a
formação da criança. A sua ênfase é dada aos currículos que são trabalhados na
formação desse profissional, “currículo proposto por estes cursos de um modo geral
tem uma característica fragmentária, apresentando um conjunto disciplinar bastante
disperso” (SANTOS, p. 30).
Realmente, sentir uma diferença na prática entre universidade e sala de aula,
porém minhas dificuldades antecederam a prática da escola, o primeiro bloqueio
deu-se pelo fato da minha entrada tardia na universidade, ingressei com 38 anos de
idade, entretanto, me deparei com jovens que haviam saído recentemente do ensino
médio. As minhas dificuldades era bem maiores do que as que eles vivenciavam,
pois, o mundo havia mudado, trazendo a nova era digital, no qual os jovens estão
habituados, acredito que exista diferenças entre as dificuldades encontradas por
alunos adolescentes e os adultos. Além disso, quando se trata também de gênero
distinto, há muitas diferenças entre responsabilidades dirigidas para homens e
mulheres.
Medeiros (2017) estudou as dificuldades de adultos a partir dos quarenta anos
que iniciaram o Ensino Superior, tendo que se adequar ao lado de adolescentes e
jovens, e de metodologias pensadas mais para estes grupos. Considerou ainda os
compromissos assumidos por estes adultos e que nem sempre são adequados a
vida escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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14
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