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Ao fazer essa opção, fica claro que é preciso valorizar as experiências dos
educandos, reconhecer que possuem um universo de conhecimentos práticos, têm formas
de pensar e responder aos diversos aspectos da realidade social e natural. Isto obriga
reconhecer que aprendem de maneiras próprias e que as condições de aprendizagens
precisam ser diversificadas e facilitadoras, pois a assimilação de novos conteúdos exigirá
novas construções, reorganizando e ampliando por combinação com os elementos
próprios das novas aprendizagens. O que inicialmente se utiliza como instrumento do
pensamento, torna-se um objeto do pensamento, modificando sua posição enquanto
elemento do conhecimento.
[...]
ETAPA ALFABETIZAÇÃO
Expectativa geral
Espera-se que, ao final desta etapa, o educando disponha de conhecimentos
formais e práticos, em especial no que concerne à leitura e escrita e ao cálculo
matemático, que lhe proporcionem suficiente domínio de tarefas imediatas pela escrita das
esferas relativas à administração da vida cotidiana, do trabalho e do estudo, bem como do
âmbito da sociabilidade imediata, tais como, as relações que se estabelecem em posto de
saúde, igreja, delegacia, comércio, escola, etc.
No que tange à leitura e escrita, supõe-se que o educando seja capaz de produzir
pequenos textos (listas, avisos, recados, anotações etc.) e ler textos relativos a assuntos
da vida prática, com sintaxe e léxico próximos da linguagem comum.
Espera-se também que os educandos desenvolvam, junto com o aprendizado da
escrita, novas formas de compreensão, elaboração e controle da atividade intelectual e do
conhecimento, tanto em nível da vida prática quanto nos processos formais de
compreensão do mundo e da sociedade, o que implica, entre outras coisas, conhecimentos
básicos no cuidado de sua própria saúde e de seus familiares, reconhecimento da história
como fundamento da humanidade e percepção do tempo e do espaço socialmente
produzidos.
Da expectativa geral apresentada anteriormente e transcrita aqui, propõe-se,
apenas, uma revisão que possibilite ampliar a visão que o documento oferece em relação
ao alcance da leitura e escrita, pois não pode ser negado aos jovens e adultos da EJA o
conhecimento como elemento essencial de compreensão da realidade e da cultura. Assim,
há que se trabalhar para que o aluno seja capaz de produzir textos de diferentes tipologias
e ler textos relativos a assuntos variados e não só aqueles relacionados à vida cotidiana,
com sintaxe e léxico que o ajudem a integrar-se à realidade e à cultura erudita.
Não podemos pensar que, reduzindo as tarefas de escrita a situações de uso do
cotidiano e propondo leitura de pequenos textos com vocabulário de senso comum com
pouco ou nenhum recurso estilístico, estaríamos facilitando as aprendizagens dos alunos.
Pelo contrário, dessa forma não estaríamos dando condições para que se apropriem da
escrita formal. A falta disso, além de não propiciar a continuidade de sua formação,
contribui para a manutenção da desigualdade social e cultural. Eles não podem continuar
privados em relação ao suporte e aos recursos intelectuais mais elaborados, necessários à
compreensão de material escrito por meio da leitura.
Língua Portuguesa
Leitura
1.Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura;
2.Identificar as finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte,
seu gênero e sua contextualização;
3.Ler, por si mesmo, textos de gêneros comuns ao cotidiano e que tratem de assuntos
relacionados com a vida prática (canções, ditados populares, citações, além de placas de
identificação, listas, manchetes de jornal, legendas, quadrinhos e rótulos);
4.Ler, com ajuda do professor e outras pessoas, textos de diferentes gêneros apoiando-se
em conhecimentos sobre o tema;
5.Participar de eventos de leitura em grupo com texto na mão;
6.Revisar textos com ajuda do professor;
7.Usar a escrita para a organização de questões práticas da vida pessoal e profissional
(agenda, arquivos, contas, documentos, endereços, etc.).
Escrita
8.Compreender e dominar o princípio alfabético-ortográfico da escrita do português;
9.Escrever listas, bilhetes, anotações, cartas, etc.
10.Anotar recados, avisos e pequenos ditados;
11.Ter noção do conceito de palavra e saber aplicá-la na consulta e uso de catálogos e
dicionários;
12.Reescrever, de próprio punho, histórias conhecidas, considerando as idéias principais
do texto-fonte e algumas características da linguagem escrita;
13.Produzir textos de autoria (bilhetes, cartas e instrucionais).