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NO CURSO DE PEDAGOGIA
O CEDERJ, ele foi incrível. Eu fui muito feliz passar pelo CEDERJ,
porque ele permitiu a mim, um nível de leitura e de investigação que eu
não sei se um curso presencial me daria. Eu não tive esse empenho de
pesquisador no curso de Matemática, por exemplo, que era presencial.
Talvez isso seja até preconceituoso, mas o curso presencial me dava
às coisas muito mastigadas e o curso a distância não. Eu tinha todo o
suporte dos tutores, da tutoria online e por telefone também. Mas a
necessidade de ler aquele material todo e fazer as atividades. Havia as
atividades à distância, aquilo me deu uma segurança de leitura, de
escrita que eu não tive em nenhum outro lugar. Eu lembro bem da minha
diretora falando que nós sairíamos de lá muito bem formados, porque nós
líamos muito, escrevíamos muito e que em outros lugares essas coisas não
aconteciam. Eu costumo dizer que o que eu sou antes e depois daquela
prática do CEDERJ, principalmente no que diz respeito à escrita
porque nós escrevíamos muito. Nosso contato era todo escrito nos e-
mails, nas plataformas, nos fóruns. Essa interação era muito grande, era
intensa. Eu sei que mudei muito essa minha forma de comunicação por
conta do CEDERJ. O CEDERJ foi muito importante assim na minha vida
acadêmica, eu tenho muita clareza disso. Grifos nossos
Tinha que fazer CEDERJ e CEDERJ muita gente fala assim: - Ah! Mas
CEDERJ é muito difícil. Você não consegue terminar o curso não. É uma
loucura. Você faz prova sábado e domingo o dia inteiro. E me assustavam
muito. Mas eu pensava assim: -- Poxa eu já passei por tantos, por tanta
coisa e, assim, é de graça. Não vou ter condições mesmo de pagar outra.
Vou tentar. O primeiro período foi um baque muito grande para mim porque
eu fiz AP3 em quatro disciplinas, se eu não me engano. Peguei cinco que
era a grade e fiquei logo com quatro de cara. – Meu Deus eu não sei nada,
eu não aprendo nada, eu sou uma burra, não tem como, não tem condições.
E foi quando começou a estreitar o laço entre algumas amigas que foi a
Fabíola, Márcia e Daiane porque eram de Araruama. E a gente começou a
fazer essa amizade. Elas diziam: -- Não. Você consegue sim. Isso acontece.
Todo início é difícil. Eu não conseguia me adaptar a metodologia, a forma
escrita da AD. Até mesmo na hora da AP, de articular as minhas respostas,
eu acredito que eu sabia a resposta, mas eu não conseguia colocá-la no
papel até por conta de deficiências lá atrás. Um ensino fundamental fraco,
um ensino médio também fraco porque era à noite, o professor acaba
aliviando. Poxa quantas vezes eu cheguei a dormir dentro da sala de aula,
muito cansada mesmo e o professor sabia disso. Então foram deficiências
que eu tive que correr atrás. E o CEDERJ muito bom, mas você tem que
querer muito porque não tem um conselho de classe para te aprovar, que
nós sabemos que isso acontece muito. Então assim, você tem que querer
muito. É você e você e tem que correr atrás. No segundo período só fiquei
em três. Senti que a coisa estava melhorando. A minha média de primeiro
período, segundo, terceiro era tudo assim: sessenta e cinco setenta. Oitenta
era um sonho para mim, não chegava aquele oitenta e eu estudava muito.
No quarto período em diante eu consegui me adaptar. (Entrevistada P)
A gente consegue trabalhar, estudar, fazer curso, ter uma vida. Mesmo,
às vezes quem não está trabalhando consegue tempo para estar se
dedicando, para estar vivendo coisas [...] a gente consegue conciliar.
Já numa presencial não. A gente precisa se dedicar aquilo vinte e
quatro horas, perde vida social, perde tudo. Já na faculdade à
distância, a gente consegue viver, estudar, trabalhar, montar o seu
próprio horário. Eu por exemplo não conseguia, não consigo estudar
durante o dia com movimento. Gente perto (não consigo). Então, quando eu
comecei no meu ensino a distância, eu estudava à noite na casa dos meus
pais [...] fazia tudo sozinha com tranquilidade. Grifos nossos
Sendo assim, Freire teve por princípio a certeza de que a educação é um ato
político, de construção do conhecimento e de criação de outra sociedade, sendo um
processo mais ético, mais justo, mais humano, e deste modo, mais solidário. Torna-
se relevante ressaltar que, em todos os momentos da vida a área educacional deve
ser avaliada como sendo um importante componente para a cidadania, sobretudo,
quando se quer ter a chance de tratar sobre, por exemplo, a diversidade no mundo e
isso se revestem de inúmeros desafios para todos aqueles abrangidos no método
ensino-aprendizagem. A educação, no entanto, precisa ser compreendida como um
mecanismo importante para a redução das desigualdades, oferecendo equidade e
igualdade social e étnico-cultural perante a sociedade.
Destarte, nesse contexto, as tendências pedagógicas têm uma função de
suma importância na Educação, dando representação aos conflitos e as críticas
disseminadas pelas sociedades, pois cada contexto histórico marca um aspecto
pedagógico predominante, isto é, um modo de domínio. Contudo, como pauta
Foucault (2017, p.104), “onde há poder, há resistência”. Ou seja, onde há poder há
sempre a possibilidade de resistir, visto que, poder e resistência se distribui nas
vicissitudes do social em um vínculo perpétuo de forças.
A tutoria também possui um papel de suma importância que pode ser
compreendida como uma atuação na orientação global, ponto para pronunciar a
educação e o educativo. De tal modo, é necessário também que o professor-tutor
tenha conhecimento acerca das tecnologias digitais de informação e comunicação
(TDIC) que fazem parte desse novo evento educacional. Contudo, o professor-tutor
não precisa ser um perito em tecnologia para que possa instituir propostas
inovadoras na educação, entretanto deve ter conhecimento em empregar as TDIC
para ser apropriada de escolher a relação entre o conteúdo e as tecnologias.
A possibilidade de você estudar dentro do horário que você pode. Apesar de eu ter
ido a todas as tutorias, eu procurei não faltar nenhuma tutoria. Mas assim, como
eu tinha que buscar mais, porque num curso normal você está todo dia ali com o
professor. Então você tira suas dúvidas na hora, ali na hora que ele está
explicando e na EAD a gente precisa se dedicar mais. Então essa facilidade de
você ter um horário para estudar de madrugada, estudar à tarde, ter a sua
disposição o material isso te ajuda bastante.
Talvez um ponto negativo, até pensei aqui, agora, em algo que eu poderia
colocar como negativo. Eu vejo assim hoje passando pelo stricto sensu,
passando pelo mestrado, eu consigo perceber que o ensino a distância, ele
proporciona pouquíssimo contato com trabalhos de iniciação científica. Eu
não via isso, eu cobrava inclusive. –Ah! Será que eu não posso participar de
um grupo de pesquisa? Será que não tem um trabalho de iniciação
científica? Eu sentia falta desse contato, de ter contato com professores
presenciais, que falassem: --Ah! Eu tenho um grupo de pesquisa, vem
pesquisar com a gente, entra no nosso grupo, vem assistir uma aula como
ouvinte aqui no mestrado para você saber. Isso infelizmente o curso a
distância não proporcionou. Eu senti bastante falta disso estando depois no
mestrado e tendo contato com vários amigos que participaram disso
naturalmente na sua graduação. –Ah! Eu estou pesquisando isso porque na
minha graduação eu participei de um projeto de iniciação científica e eu não
tinha essa vivência pelo fato de ter passado por um curso em educação à
distância. Acredito que seja assim, em minha opinião esse o ponto negativo
que pode não ser um ponto negativo dependendo da perspectiva
profissional daquele aluno. Por exemplo: foi ruim para mim porque eu tinha
perspectiva de dar continuidade na minha vida de professor pesquisador,
mas muitas pessoas não. Estão ali porque querem ser profissionais e que
não querem dar continuidade. Eu quero fazer mestrado, eu quero fazer
doutorado, quero ser profissional, quero ser gestor. Então, talvez esse
contato com a academia não seja um ponto negativo para eles.
Uma das coisas que tem, é crítica da EAD, que eu ouço, é essa vivência
que eu escutei já falar que é. Eu escutei uma professora uma vez falar
que é um pecado, que é uma maldade de você não dar essa vivência
para o aluno estar junto, de estar num ambiente acadêmico. Eu sinto
falta disso. Então eu acho que tem que ter essa formação, essa coisa toda
junta e agora outra coisa que estava falando de negativo que eu acho que
tem assim, uma coisa que eu senti tanto da primeira como da segunda é
essa relação acadêmica, e não tem esse incentivo. Você faz parte de uma
universidade, mas você é como se fosse à parte. Então você não participa
da vida acadêmica, simpósios. Você termina muito fraquinha em relação a
isso. Assim, eu estou no grupo de estudo, eu tenho insegurança. Eu vou,
mas [...] eu me sinto assim meio que “burrinha” em relação ao grupo. Eu me
sinto assim um pouco menos. Até falei para a minha filha e meu marido
sobre isso porque o pessoal lê, escreve rápido, lê aquilo, faz um resumo,
apresenta trabalho em tudo quanto é lugar. Isso a EAD, eu acho que ela
peca nisso. Eu achei que o CEDERJ pecou nisso. Eu achava que deveria
inserir esse aluno. Ele está à distância, mas está estudando igual. Então
deveria colocá-lo junto assim, eu acho. Não! Eu tenho certeza. Deveria estar
ali. Teve um simpósio de qualquer coisa, de Educação, deveria o Polo ou
quem é responsável na EAD lá, os coordenadores ou outra pessoa avisar
para os alunos se inscreverem e apresentar trabalho. Ter alguém que te
orientasse nisso, tipo assim como no outro tem um orientador que te
direciona. Ó, vai ter não sei o que, vai assistir simpósio. Pelo menos para
você estar no meio acadêmico. Isso não tem. Esse incentivo não vejo não.
MATERIAL DIDÁTICO
O material era de boa qualidade. [...] Não sei como está, se continua os
mesmos livros agora, porque começou a mudar no finalzinho. Mas o
material foi muito bom, de fácil compreensão e ainda você tem a condição
de pesquisar na internet. Então não tenho o que reclamar.
O material é muito bom. Até uma colega minha que é professora do Estado
me pediu emprestado que ela dava aula de Sociologia da Educação porque
o material do CEDERJ é sempre atual, sempre está sendo reformulado,
sempre está sendo reeditado digamos assim. Então, não tenho o que
reclamar do material didático. Eu acho que ele é de excelente qualidade e
assim os teóricos que são utilizados são atuais, são importantes para a
educação, para a sociedade também. Então eu acho que é de uma
excelente qualidade.
PRÁTICA
DISCIPLINAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA A FORMAÇÃO E PARA A PRÁTICA
*PII
Educação Infantil, que eu da primeira vez que cursei fiquei enrolada. Aquele
negócio de reinstitucionalização. Isso foi uma tristeza na minha vida, mas
depois eu aprendi e não esqueço mais esse negócio. Educação infantil
contribuiu muito porque eu peguei a minha matrícula de primeiro ao quinto
ano e de educação infantil. Então os livrinhos que eu tenho que eu guardei,
eles falam muita coisa. Quando você pega para estudar, o livro é uma coisa,
quando você pega o livro para observar em relação a sua prática dentro da
escola é outra visão, então muita coisa que eu observo nas crianças está
contido ali. Outro livro é o da Alfabetização, por que alfabetização?
Alfabetização fala dos ambientes alfabetizadores, da proposta
alfabetizadora, como é que você vai levar aquela criança dentro do macro,
que são os textos ir para o micro e trabalhar com as hipóteses de escrita,
como Emília Ferrero fala, que é o pré-silábico, o silábico, o silábico-
alfabético e alfabético. Então essas disciplinas, elas me deram alicerce para
eu trabalhar dentro da Educação Especial, porque dentro da Educação
Especial Inclusiva eu tenho alunos que estão tanto no pré como na
alfabetização. OUVIR AUDIO Nos meus horários na Educação Infantil eu
trabalho com Artes que também a faculdade me deu [...] porque são os
quatro eixos que você trabalha dentro da UNIRIO que te dá uma bagagem
que é música, dança, teatro e artes visuais. E na dança e suas artes visuais
eu entrei em contato com o expressionismo, eu achei isso muito show e eu
fiz uma dança. Uma amiga minha, professora de Educação Física, eu pedi
para ela me ajudar e eu peguei uma música clássica e fiz as crianças
dançarem hip hop. Então foi muito legal. Construí um conceito totalmente
diferente para aquele aluno, mostrei para aquele aluno que aquelas músicas
que eles acham arcaicas eles podem colocar numa roupagem atual, dentro
da ideologia deles hoje que é o hip hop, o funk.
Nossa! Eu aprendi com um cara fantástico de Avaliação. Ele até veio aqui
no ano passado, na Semana Pedagógica. O Celso Antunes e tinha outro
que era o cara da Avaliação. [...] Luckesi! Nossa! Luckesi quando fala de
avaliação, caramba! Acho que todo educado tinha que ler e semplo já leu
tem que ler de novo, conversar com ele, ouvi-lo. Celso Antunes, por
exemplo, que ele veio agora, eu fui. No ano retrasado que eu não fui ao ano
passado eu fui eu o ouvi. Nossa! Então, assim, Avaliação contribuiu Didática
contribuiu. Adolescência e Juventude foram uma optativa, mas foi muito
bom para mim também. Educação para a Diversidade porque me mostrou
que a sala de aula é bem diversificada e eu tenho que ensinar todos, todos
têm que aprender. Então eu tenho que considerar todo tipo de diferença
dentro da sala de aula, na escola, na sociedade, na minha família. Enfim,
saber me relacionar com todo tipo de pessoa, nível social, econômico, etc.
Matemática foi muito bom para mim. História foi uma desconstrução e uma
reconstrução por causa daquela tradição lá que eu aprendi. Educação e
Trabalho foi uma coisa muito engraçada porque é logo no início do curso e
para mim, eu fiz até uma crítica. Aí eu tranquei e fiz no último período ou
penúltimo. Último. Foi a melhor coisa que eu fiz porque estava com outra
coisa na cabeça, mais informação. Uma também, Dinâmica e Organização
Escolar, parece. Tinha outra que todo mundo tremeu na base e para mim foi
muito boa. Currículo, que eu pude ver muita coisa interessante. A parte de
Filosofia, todas as disciplinas de Filosofia. Para você ter uma ideia eu fiquei
com Marx gravado na minha mente, porque eu fiz Educação e Trabalho no
último período porque eu hoje eu olho a sociedade de outra forma, eu posso
ver as relações econômicas, as relações do modo de produção em tudo,
presente em tudo e principalmente na educação. Então, assim, de uma
forma geral, só algumas disciplinas que foram ruins, tipo Políticas Públicas
que era uma cobrança desnecessária para eu saber, qual era o artigo tal, da
lei não sei o que. Achei aquilo desnecessário, mas a maioria das disciplinas
me marcou muito.
Na concepção do entrevistado R, as disciplinas iniciais do curso
proporcionaram um conhecimento amplo sobre a educação. De modo particular a
disciplina optativa denominada Paulo Freire, vida e obra foram fundamental para
uma visão crítica da educação e também Matemática na Educação, disciplina a qual
lhe deu muitas respostas aos questionamentos feitos em sua vida cotidiana em sua
outra atividade como professor de matemática.
AVALIAÇÃO
Os entrevistados apresentaram várias críticas sobre a forma como são avaliados.
Dentre as críticas apresentadas pelos entrevistados está a avaliação como medida.
Luckesi () define avaliação como um ato de medir quando:
Convém ressaltar que críticas sobre a avaliação não são exclusivas da EAD,
pois aparecem também quando ensino é presencial como aponta Luckesi
Sobre a avaliação, a entrevistada D relata:
A única crítica que eu sempre fiz, foi no âmbito da pontuação da AD. Porque
quem faz CEDERJ sabe que a educação a distância não é feita de qualquer
forma. Tem que estudar sim, tem que ler sim, tem que ler muito. Às vezes,
muitas vezes para você poder assimilar alguma coisa, entender o que o
autor quer dizer. [...] Eu só deixei de fazer uma AD. Em todo o curso, eu só
não fiz uma AD porque eu tinha que ler um montão de coisas para valer dois
pontos. Então, a minha única crítica nisso tudo é na pontuação da AD,
porque a gente tem que ler muito também para responder as perguntas e
fazer o que eles propõem e a pontuação é muito pouca para quem faz sério
mesmo. Eu acredito que deveria ser como a Informática, por exemplo, que é
de quatro pontos e seis pontos, a AP.
Tudo foi assim muito prático. Teve a última vez que a plataforma mudou que
eu fiquei desesperada, não conseguia me encontrar. Quando entrei era de
um jeito. Depois que a gente se acostuma com uma coisa, quando muda, o
novo, causa certa estranheza. Então quando a plataforma mudou, eu fiquei
um pouco assustada, mas a gente logo se adaptou. Eu achava interessante
que tinha os fóruns, a gente podia debater conhecer, estar em contato com
outras pessoas também. Aquilo permitia a gente trocar uma ideia. Então a
plataforma contribuía muito, tinha um vídeo na plataforma, então eu não
sentia falta de estar numa sala de aula ai presencial porque tudo que a
gente precisava estava ali: informes, tudo no tempo certo. Então foi muito
bom, muito válido.
Não tive problema nenhum com a plataforma, tanto que depois fui fazer a
pós no Moodle, plataforma Moodle. Acho fácil de lidar, fiz o curso de... Há
pouco tempo fiz o curso de Formação para tutoria para mexer no Moodle,
então eu acho tranquilo.
A plataforma eu acho que ela pode ser mais interativa, ter mais vídeos, uma
comunicação maior com os alunos, porque é muita leitura, leitura, leitura. É
livro, é livro, é livro. Então eu acho essa questão da interação da plataforma.
TUTORIA
Eu acho que o tutor é importante, porque se não tiver tutor, você fica muito
solto. Eu vejo pelo meu filho. Tentou CEDERJ também duas vezes, como
ele não acompanhava com tutoria, ele desistiu. Então, eu acho que precisa
ter tutoria presencial. A tutoria a distância utilizava muito o telefone. Eu
tirava dúvidas, utilizava muito para tirar dúvidas nas APs. Eu tirava para
fazer as APs, para fazer a AD. Eu ia todo sábado, eu assistia todas as
tutorias. Somente as tutorias que eram no meio da semana, como eu
morava longe que eu ia às vezes, mas não era sempre não. Mas sábado eu
ia de oito até as cinco. Eu fazia todas elas.
A justificativa apontada pela entrevistada D está no papel que as tutorias
desempenham na aprendizagem dos alunos e que frequentá-las depende da
necessidade de cada aluno. No seu caso, ela frequentou todas independente do dia
da semana devido ao seu alto grau de dificuldade em aprender.
Olha tinha aqueles à distância que a gente não tinha muito contato. E
mesmo assim, às vezes tinha uma dúvida. Eu raramente entrava em contato
com a tutoria a distância para tirar dúvida. Tinha colegas que discavam o
zero oitocentos* (0800). Viviam falando: -- Vai lá! Liga! Você não está
entendendo, disca o zero oitocentos, é rapidinho. Olha a pessoa atende,
fala com você. Mas, eu não tive essa experiência do tutor a distância. Acho
que os presenciais foram os que contribuíram mais. Tinha alunos que não
iam à tutoria à noite por exemplo. Eu ia, eu saía de Maricá à noite, por
exemplo, ia para lá. Meu pai reclamava. – Não eu tenho que ir nessa tutoria.
O tutor de Geografia teve uma vez que ele pegou e me deu zero numa
prova de Geografia. Fiquei horrorizada. Zero! Eu nunca tirei zero na minha
vida. Por que eu tirei zero? Eu vou nessa tutoria. Vou lá, vou debater, vou
perguntar para ele. Aí ele pegou, ele disse que a minha prova ficou idêntica
a de uma menina. Ficou idêntica a prova de fulana. Aí fiquei, mas como
assim ficou idêntica? Tinha respostas ali que... Eu nem conhecia a outra
pessoa que ele disse que a minha prova ficou igual. Nem conhecia, mas
tinha questões que não tinha como fugir. Por exemplo: -- Qual o significado
da sigla tal? Tinha uma sigla lá, a gente tinha que dizer né? O que era a
sigla. Ficou igual. Claro. Porque não tem outro significado para sigla. Então
aquela questão como que ele me deu zero naquela questão. Pelo menos
me desse um, dois. – Ah! Deu-me zero. Aí fiquei de noite, debate, tal. Então
essa questão, né? Semipresencial, semipresencial. É a distância, mas é
semipresencial. Então foi muito bom, porque eu tinha tutores que eu podia
contar, sabia os dias da semana que eles iam estar lá. Tinha-se qualquer
problema, eu chegava lá falava, perguntava. E tinha uma disciplina
também de teatro que foi muito interessante que a gente brincava. Ele
ensinava a gente brincar, dar aula de forma lúdica, contar histórias. Então foi
muito interessante. Eu ia para o Polo, a gente tirava dúvida, perguntava.
Tinha a Naida também que era a tutora de Educação Especial que eu
adorava, porque eu já tinha esse contato com o Arthur. Então sempre que
eu tinha uma dúvida perguntava para ela de Libras. Eu fazia Libras também.
Aí eu perguntava para ela. Eu fiz o curso de Libras em Maricá. Terminei.
Então foi muito válido, aquilo contribuiu, dava gosto da gente querer
aprender mais. Então vendo agrade, quando eu vi que tinha a disciplina de
Libras com a Naida, caramba! Que legal! Vou aprender Libras. Mas não foi
bem isso. Ali a gente aprendeu a teoria, da onde veio, como que é, o que
que é e aquilo já foi dando um gostinho. E aí na rede, surgiu no Município o
curso de Libras. Comecei. Em dois anos terminei o curso de Libras. Então
foi muito válido. Eu já dei aula na sala. Agora no Município a gente tem a
diversificada que são horários de planejamento do professor. O professor
sai de sala e entra o professor da diversificada. Eu fiquei como professora
diversificada de Libras. Eu entrava na classe bilíngue e dava aulas de
Português e Matemática da classe de surdos. Então foi um conhecimento
muito válido, uma coisinha que surgiu ali, uma semente que ela plantou e
que mais para frente eu pude colher os frutos.
A gente teve aqueles tutores que você teve mais contato. Por que o tutor na
realidade que foi mais incisivo foi aquele que fez o papel de professor, que
você ia para a sala de aula e ele não perguntava onde você parou, qual a
sua dúvida. Ele chagava e fazia um resumo, dava um aulão. Então esse
tutor, ele marca mais porque o aluno vai para a aula dele para poder ter.
Não ter uma tutoria, mas para ter uma aula.
*tutor x professor
*tutoria x aula presencial
TEORIA X PRÁTICA
Houve uma unanimidade por parte dos alunos ao narrar as experiências que
tiveram ao realizar o curso de Pedagogia no CEDERJ e de como essa formação foi
importante para a vida deles tanto pessoal como profissional.
R relata a importância do curso em sua vida ao permitir que ele se transformasse
num ser autônomo, protagonista de sua história justificando que o mesmo
protagonismo não aconteceria se o curso fosse presencial.
Eu tenho muita certeza de que esse curso em especial foi importante para
essa minha transformação, como eu posso dizer? Essa necessidade que eu
tive de buscar, essa quase obrigatoriedade que o curso de Educação a
Distância te dá, de ter essa autonomia. Eu sou realmente um protagonista
do meu processo de formação, o ensino a distância permite isso de uma
forma tão interessante que o curso presencial não permite. Então eu me
sentia muito responsável. Sabe assim, o meu desempenho era realmente
responsabilidade minha. [...] Eu tinha realmente muita autonomia, o curso,
permite isso, mas ele ao mesmo tempo me dava esse feedback, de que: --
Olha o se desempenho é seu. Existem variáveis, mas você está se
formando, você está buscando. Não sei se eu sei explicar muito bem o que
é. Mas o curso em EAD me permitiu esse protagonismo que eu tenho
certeza que eu não teria no presencial, porque eu passei pelo presencial.
Então consigo fazer esse comparativo entre o que foi o presencial e o que
foi a educação a distância e eu tive umas certezas m relação ao curso e eu
te digo hoje isso com muito mais convicção da importância da EAD, quando
no mestrado eu tive uma professora de Educação, de Informática Educativa,
ela trabalhava com tecnologias em sala de aula, ela falava muito sobre isso.
E ela uma vez colocou numa mesa de discussão que preferia um aluno de
EAD a dez alunos do presencial. Todo mundo ficou muito chocado com
aquilo e ela falou porque ela preferia um aluno da EAD a dez do presencial,
porque esse aluno de EAD, ele realmente tinha um espírito de pesquisa, ele
tinha uma bagagem de leitura bastante diferente do aluno da presencial e
eu me reconheci naquela fala, porque eu realmente, eu sempre pensei
nisso. – Nossa! Eu li muito no a distância e foi uma leitura estimulada. Eu
lembro que na presencial nós líamos assim: --Ah! Eu tenho que
complementar aquela aula, eu preciso ler isso aqui para poder levar para a
aula e na EAD não, a leitura era a aula. Então eu era estimulado, era uma
leitura leve. No CEDERJ tinha uma inteligência na forma de gestar os
processos de estudos, que era tudo muito leve, era tudo muito prazeroso,
tudo muito interessante.
A entrevistada P
PRÁTICA X FORMAÇÃO
Eu lia muito durante a Pedagogia. Foi a época que eu mais li. Eu lia e fazia
todas as disciplinas, respondia tudo, tinha todo aquele cuidado de fazer
aquilo. Então aquilo me ajudou a ter segurança. Assim, logo que peguei
turma eu não tinha segurança, eu não tinha segurança de montar plano de
aula. Mas ao fazer o curso eu me sentia segura e eu optei na época e todo
o trabalho que eu fiz para o UMEI foi sempre com arte, voltada pela arte.
Então tudo meu era ligado em arte, tanto que minha colega dizia que eu
tinha que fazer arte terapia, [...] Eu não trabalho música, eu não sei, não
tenho esse jeito para música, mas eu trabalhava muito artes plásticas. Na
época tudo que eu tinha lido os livros de Janirei Barbosa que eu tinha pelo
CEDERJ, eu continuei, me aprofundei para fazer a Pós e para fazer o TCC.
O TCC da Pós também foi sobre Artes. Um deles eu falei sobre artes
novamente: “O trabalho do Pedagogo utilizando a Arte na Educação” e
então eu tinha segurança, eu sabia o que eu estava fazendo. Então na hora
de trabalhar com as crianças pequenininhas, então eu pegava um quadro
de Monet eu sabia trabalhar um quadro de Monet com crianças de quatro
para cinco anos. Eu tenho essa segurança, eu sei o que eu tenho o que
fazer como trabalhar. Não é para eles fazer a arte em si, mas como ajuda-
los a desenvolver. Então foi por aí, foi por esse lado, foi importante isso para
mim também para concurso, que se eu não tivesse, não somente para
titulação, eu também não teria base para fazer as provas.
Eu passei no concurso, fiz para professor. Fui trabalhar no UMEI que é uma
Unidade de Educação Infantil. Trabalhei um ano na Educação Infantil.
Gostei muito, mas com crianças maiores, assim de cinco anos. Peguei
crianças com cinco anos. Peguei crianças com cinco anos. Quando eu
estava comum ano de trabalho, mudou o governo e estava formando um
grupo novo, eu fui convidada para trabalhar na Gestão Escolar como
Coordenadora de Polo. Era um trabalho novo que eu não conhecia nada. Eu
aprendi. Estou quatro anos já nisso. Estou como coordenadora de Polo Um.
Na época eram dezessete polos. Fiquei nesse trabalho coordenando tanto o
UMEI, como a Educação Especial e a EJA. Enfim todas as modalidades,
acompanhando as escolas, o trabalho dos diretores, problemas escolares,
matrículas. No momento, este mês estou, eu tive a oportunidade de ir para a
Gestão de Pessoas e estou no setor de lotação, no momento lotação de
professor.