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RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIAS

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA -


PIBID

CAMOCIM – CE
2019
Francisco Evair Silva das Chagas

RELATO DE EXPERIÊNCIAS NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL


IDELZUITE TAVARES CARNEIRO - PIBID

Relato referente as experiências obtidas na Escola de


Ensino Fundamental Idelzuite Tavares Carneiro
através da participação e elaboração de projetos
enquanto bolsista do PIBID (programa institucional
de bolsa de iniciação à docência).

Coordenadora – Profa. Inambê

CAMOCIM – CE
2019
1. INTRODUÇÃO
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, tem
propiciado a inúmeros estudantes bolsistas um contato mais prático com a área de
ensino. Mais precisamente, levando alunos a saírem de sua zona de conforto, ou seja, a
sala de aula, e assim, ampliarem seu campo de visão no que diz respeito as atividades
que exercerão profissionalmente.
É dentro dessa perspectiva, e partindo do pressuposto de que a docência não é
uma atividade simples, mas sim, complexa, que requer dos professores conhecimentos
que vão além da teoria, solicitando desses profissionais mais que o domínio de
conteúdos específicos, que este relato assume como objetivo mostrar a contribuição do
projeto executado na escola de Ensino Fundamental Idelzuite Tavares Carneiro no
decorrer da minha trajetória acadêmica até o momento.
Antes de tudo, é preciso compreender porque esse tipo de contato mais direto, ou
seja, a experiência, é importante para nós como futuros profissionais docentes. Sobre
esse tema LARROSA (2002) afirma que:

A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o
que se passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas
coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece.

Nota-se que, Larrosa está deixando bem claro a importância da experiência na


vida do ser humano, ainda mais no desenvolvimento do docente. Ele vê que aquilo que
nos acontece e nos toca deve ser valorizado, ser tomado como aprendizado. Porém, ao
afirmar: “A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada
nos acontece.”, deixa claro a pouca importância que se dá a isso. Hoje em dia, cada vez
mais se valoriza os conhecimentos técnicos e menos a vida, os acontecimentos que nos
cercam, a prática. Logo, a valorização da experiência encontra-se cada vez mais rara,
em desuso, sendo literalmente deixada de lado.
Portanto, cada vez mais é preciso valorizar e extrair de nossas experiências
conhecimentos que nos vão ser uteis no progredir de nossa trajetória profissional. É
pensando nesse aspecto que começo a tecer a seguir, as contribuições que o PIBID
trouxe para mim. Assim como, mostrar o que mudou em minha visão a respeito da
carreira como
professor.
2. O ATO DE ENSINAR, UMA TAREFA MAIOR.
Ao iniciar a graduação, muitos enxergam o ato de ensinar como sendo um mero
processo de transmissão de conteúdo, sem nem ao menos se perguntar, “o que faz com
que um professor seja bom?”. Devemos refletir o ato de ensinar, e entender que nele
estão envolvidos diversos fatores, dentre eles: a relação professor e aluno, assim como,
características estruturais do ambiente educativo, as relações de autoridade e hierarquia
que são estabelecidas no decorrer de todo o processo, etc. Todos esses aspectos
assumem um papel importantíssimo na aprendizagem, logo, um bom profissional deve
manter atento a tudo que o cerca se visa ser um bom profissional.
O professor como sujeito que interage com o meio, precisa ressignificar todas
essas experiências de forma que crie uma conexão entre elas, e assim crie a partir disso
um novo conhecimento. Sendo assim, o bom professor exerce o papel de mediar a
experiência, possibilitando que ela venha a se transformar em algo significativo ao
aluno. Ser um bom professor nada mais é do que conduzir o aluno através de suas
capacidades e aprender com o meio que o cerca, ou seja, aprender com a experiência.
Para isso, este bom profissional precisa de uma prática reflexiva, e ser capaz de
aprimorar-se sempre. Ter o entendimento que o aluno traz consigo conhecimentos
prévios, que de certa forma, se não forem trabalhados, acabarão por se tornar algo
problemático. Dai, podemos aferir que o bom professor deve ser observador, está
sempre em contato com o educando, e acima de tudo, precisa buscar entende-lo.

3. AS EXPERIÊNCIAS NO PROJETO
Ao iniciarmos o projeto na escola supracitada alguns parágrafos acima, todos,
creio eu, encontravam-se inquietos. Isso por alguns motivos, seja pela falta de
experiência em sala de aula, ou até mesmo, pelo fato de já termos vivenciado de alguma
forma que era o ato de ensinar, como no meu caso, que já tinha trabalhado por 1 ano
lecionando em uma escola pública do município.
O que encontramos na escola, sem sombra de dúvidas, foi uma alta taxa de
desmotivação por parte dos alunos. O que se via era uma grande falta de perspectiva. O
que me levou a pensar no motivo para tamanho problema, seria a maneira como o
ensino estava ocorrendo? Ou seria os próprios alunos que não queiram nada, apesar do
esforço dos discentes?
Com o passar dos encontros fui percebendo que esse problema era resultado de
uma serie de fatores aglomerados. Problemas sociais, localização da escola, que se
encontra em uma área pouco privilegiada da cidade, ou até mesmo questões
relacionadas a política. Sim, política. Em uma oportunidade a parte do PIBID, duas
colegas e eu tivemos a oportunidade de entrevistar uma das discentes da escola, que por
sinal é a monitora do projeto na escola, ela nos relatou na entrevista que a escola é
muito distante de onde reside, e que ela se encontrava lecionando ali pelo simples fato
de ser contra a atua gestão política. Ou seja, colocaram ela ali como retaliação.
Esse fato, segundo ela, fez com que ela se desmotivasse, e pensasse em fazer um
trabalho “meia boca”, visto que a mesma é concursada e não poderiam demiti-la.
Contudo, ao se deparar com a situação dos alunos, a mesma viu que eles não mereciam
essa desmotivação dela, muito pelo contrário. Sendo assim, passou a trabalhar com mais
ímpeto. Entretanto, supondo que a situação dessa professora não seja única, mas que
acontece em diversas escolas espalhadas pelo país a fora, não serão todos os
profissionais que irão ter a mesma atitude da professora em questão. Tais profissionais
não farão um trabalho a altura das necessidades dos alunos, e como consequência só
agravarão a situação dos mesmos.
Os encontros com as turmas foram acontecendo, e nós nos propomos a trabalhar
o letramento através das lendas locais. Pedimos aos alunos que escrevessem relatos
coletados por eles mesmo com seus familiares. Essa estratégia definitivamente não
surtiu efeito e nem foi aceita pela grande maioria da turma. Isso ocorreu porque os
envolvidos não têm o hábito e muito menos gostam de escrever, esse fato nos causou
uma grande dor de cabeça. Pois estava evidente que o projeto não estava andando.
Pensando nessas questões, e observando os alunos e as condições em que eles
estão inseridos mais atentamente, resolvemos mudar a abordagem d projeto, que ao que
tudo indica, agora focará em gêneros que não se limitem apenas ao ato de escrever.
Dessa forma estaremos buscando uma melhor forma de alcança-los, e assim nos
aproximarmos deles.
Conclui-se que, ao se iniciar uma jornada educativa, deve-se primeiro conhecer
o terreno, observar, como se dá o dia a dia dos alunos. Para além disso, o professor, terá
que absorver toda a experiência obtida, e assim se adaptar a nova situação. Ademais, ele
deve trazer para absorver para si esse novo conhecimento, com o fim de se tornar um
profissional melhor.

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