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ASPECTOS GERAIS DA
TUTORIA

Professora :

Me. Fabiane Carniel

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar o contexto histórico que permeia a atividade de tutoria.

• Apontar as concepções que envolvem a identidade do tutor.

• Discutir o processo de formação do tutor.

• Demonstrar a relação do processo de formação do tutor com o processo de ensino e aprendizagem em EaD.

• Expor os desafios que envolvem a tutoria e o processo de mediação em EaD.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• O contexto histórico da tutoria

• A identidade do tutor

• O processo de formação do tutor

• Os desafios do tutor e dos processos de mediação na educação a distância

Introdução
Caro(a) aluno(a), conhecer o processo de tutoria não será uma tarefa simples, até porque não é, contudo apresentaremos uma
série de ideias, conceitos e queremos propor reflexões que vão aprimorar seus conhecimentos acerca dessa temática. Além disso,
nossa proposta se constitui diante da interação teoria e prática, ou seja, partimos do pressuposto teórico para dar subsídios para a
prática. Para tal, essa unidade se constitui de aulas que nos permitem esclarecer alguns aspectos gerais da tutoria. Tais aspectos
servem como uma espécie de introdução que o contextualizará em relação ao processo de tutoria e o(a) fará refletir e
compreender como e por que algumas estruturas são como são. Trata-se ainda de contextualização que servirá de base para outras
discussões.

Ao estudar o contexto histórico da tutoria, será possível compreender alguns conceitos importantes sobre o surgimento da tutoria
na educação e como essa atividade passou por mudanças, conforme as necessidades educacionais e sociais de diferentes
contextos históricos. Poderá ainda compreender as origens da tutoria e sua relação com a educação, especialmente com a
Educação a Distância (EaD).

Também vamos verificar sobre a identidade do tutor e a importância de sua constituição, mais, especificamente, tendo em vista a
identidade docente, pois compartilhamos da ideia de vários autores de que os tutores que exercem suas funções na EaD são
docentes.

Trabalharemos ainda algumas concepções acerca do processo de formação do tutor. Processo esse que é previsto em documentos
que servem como referenciais de qualidade para a modalidade de ensino em questão. Entendemos que esse é assunto de extrema
importância para qualquer programa de EaD que procure qualidade. Não é comum haver uma formação específica para a tutoria
que não seja aquela ofertada pela própria instituição de ensino, além disso, é muito importante que esse profissional aceite esse
processo de formação e entenda a necessidade.

Por fim, estudaremos ainda os desafios a serem transpostos pelos tutores na EaD. Nesta aula será discutida logo de início, visto
que a partir do conhecimento dos possíveis desafios a serem vencidos, você, futuro tutor ou gestor da EAD pode compreender e
tirar maior proveito das discussões que serão apresentadas na sequência dessa unidade.
Lembramos ainda que, embora apresentemos um aporte teórico bastante diversificado a respeito do tema proposta, a ideia
fundamental é que esse seja capaz de promover a melhoria da prática e proporcione um processo no qual os interessados na
tutoria possam se preparar para o desenvolvimento de novas estratégias em sua carreira docente.

Então, vamos à leitura desses conceitos!

Avançar

UNICESUMAR | UNIVERSO EAD


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O CONTEXTO HISTÓRICO DA TUTORIA


Caro(a) aluno(a), o ponto de partida para iniciarmos nossa trajetória em relação ao conhecimento do processo de tutoria é
compreender um pouco do contexto histórico no que tange à palavra “tutor”. Dessa forma, é importante saber: qual sua origem?
Qual seu significado? O tutor está presente somente na EaD? Por que esse termo e afins e esse profissional ganharam destaque
com a EaD?

Ter respostas para essas questões é muito importante para o próprio tutor bem como para os envolvidos com essa modalidade de
ensino. Pois bem, então, para início de conversa, vamos procurar elucidar cada uma delas. Você me acompanha?

Ao recorrermos à etimologia da palavra, ou seja, sua origem, temos que ela é proveniente do Latim tutore que significa guardião,
protetor, defensor e ainda aquele que exerce uma tutela, ampara, protege, defende. Por esse motivo, o tutor pode figurar em
diferentes áreas da sociedade, como no direito e administração, por exemplo. No direito, sua denotação também parte do
pressuposto do significado inicial da palavra, assim também se relaciona à guarda e proteção, vinculando-se a uma questão de
tutela. Na administração, o tutor também representa um papel de guardião e desempenha uma função de governança.

Em relação aos verbetes, temos em Ferreira (2000. p. 693 ) que tutor é “1. Indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém. 2.
Protetor”. E se continuarmos nossa busca pelos dicionários, na maioria dos casos, a definição indicará o significado da palavra para
a área do direito.

Nessa perspectiva, será necessário, então, aprofundarmo-nos nessa busca no sentido de esclarecer que o “tutor” não se relaciona
somente à área do direito, muito, além disso, desde a antiguidade o tutor tem uma forte relação com a educação e é sobre isso que
gira o nosso interesse.

Ao verificarmos a evolução histórica do professor, há estudos que afirmam, inclusive, que as funções do pedagogo e do professor
tiveram origem na figura do tutor/preceptor. Esse era uma espécie de escravo da família encarregado de acompanhar e instruir a
criança. Nesse período se percebe uma educação de caráter individual, relacionada a uma aprendizagem de bons costumes e à
religião.
Tomaz (2012 ) no sentido de esclarecer os significados da tutoria explica que Sócrates e Platão são
responsáveis pela configuração da tutoria como um processo de construção do conhecimento e da
aprendizagem. Nesse processo, utilizavam-se da Maiêutica que consistia em um método que fazia uso do
diálogo como ponto de partida para incitar o aprendiz na construção de seu próprio conhecimento, tratava-
se, por meio de perguntas e respostas, de uma espécie de indução do aluno ao raciocínio e à descoberta
daquilo que pensava não saber.

Fonte: Tomaz (2012, p. 36).

Traçando uma ordem cronológica do trabalho do tutor na educação, Geib et al. (2007) pontuam que na universidade medieval a
figura do tutor também era percebida. Sobre isso, as autoras explicitam que:

para obter o grau o aluno era obrigado, ao entrar na universidade, a ficar sob a responsabilidade de um
[...]

mestre até dominar certas habilidades, como a leitura de textos, a definição de palavras, o significado de
frases e outras. Quando adquiria esse domínio, ensinava, sob supervisão docente, a alunos mais jovens. Vê-
se, assim, que o papel de tutor e monitor está presente na origem da universidade (GEIB et al ., 2007, p. 218).

Considerando essa citação, é possível inferir que o processo de tutoria, nesse caso, era concebido como uma espécie de sucessão,
na qual primeiramente o mestre ensinava seus alunos e os preparava para que esses auxiliassem outros alunos mais jovens.
Percebemos, ainda, a possibilidade de acompanhamento até a autonomia. Complementando a ideia supracitada temos Bernal
(2008, p. 59 ), relatando que:

A Universidade na Idade Média buscava a transmissão do saber e do conhecimento, o respeito pela verdade
e o espírito de estudo. Para esse propósito era necessária a presença de um sujeito que guiava, orientava e
tutoriava a conduta moral, social e intelectual de seus estudantes na busca de conhecimento e em estrita
relação pessoal.

Ainda no sentido de fazer um resgate histórico acerca do trabalho do tutor, Geib et al. (2007 ) apontam que na universidade
moderna o mesmo continuava a figurar. O tutor novamente era responsável por acompanhar e aconselhar o desenvolvimento do
aprendiz. Com isso, o sistema de tutoria ligava-se também a uma espécie de sistema de monitoria no qual esses tutores
acompanhavam seus aconselhados no desenvolvimento de exercícios de leitura e memorização, uma vez que essas eram
metodologias mais comuns na época.

Sobre esse assunto, Bezerra e Carvalho (2011 ) explicam que os tutores nas universidades dessa época não eram docentes. Seu
trabalho era de aconselhar e acompanhar os estudantes, auxiliando-os em questões gerais e criando uma relação pessoal com o
aluno. As autoras explicam ainda que a tutoria funcionava como algo agregado à universidade e, com isso, a imagem da tutoria
relacionava-se à assistência, ao suporte do educando.

Nesse período, é importante ressaltar ainda a invenção ou reinvenção da imprensa de Gutenberg. No modelo educacional, até
então vigente, prevalecia a ideia de que o conhecimento era transmitido de um único sujeito para outro sujeito ou ainda de um
sujeito para outros poucos sujeitos e nesse processo a tradição oral predominava, visto que os registros escritos eram mais
complexos. A partir da possibilidade da impressão dessas informações, ainda que de forma bastante tímida, a circulação do
conhecimento foi se ampliando, sendo possível atingir um número maior de pessoas.

De acordo com Bernal (2008), no século XIX modelos diferentes de universidades foram se caracterizando, mas mesmo assim, a
figura do tutor ainda se apresentava. Algumas dessas instituições desenvolveram um modelo de seminário em que o tutor era
responsável por conduzir pequenos grupos de alunos no estudo de determinados temas com o objetivo de aprofundar tais
temáticas.
Em relação aos modelos diferenciados de universidades no século XIX, Geib et al (2007) apresentam algumas concepções acerca
dos modelos francês, inglês, alemão e norte-americano. As autoras explicam que o modelo francês, de certa forma, destituiu a
figura do tutor uma vez que:

A centralização e ausência de autonomia, de ritos de juramento dos professores de fidelidade absoluta aos
interesses do Estado, lógica liberal e de desigualdade, investimentos mínimos em bibliotecas, laboratórios e
pessoal, a preocupação parecia mais voltada a garantir a tirania estatal e o monopólio do diploma – obtido
em programas uniformes – do que em fornecer uma formação humanizada e qualificada por meio de
programas tutoriais (GEIB et al. p. 219, 2007).
,

Em relação ao modelo inglês, nesse ainda prevalecia uma metodologia voltada para a formação profissional e moral, sendo dessa
forma educativo por excelência. Assim, tal modelo manteve a tutoria na “formação da personalidade, base de sustentação da
educação universal adotada neste modelo” (GEIB el al. p. 219, 2007).
,

No modelo alemão a educação na universidade era concebida como a busca da verdade como diretor na humanidade, nesse
,

sentido adotava-se a pesquisa como caminho para essa busca. Ocorre que, nesse modelo, o processo de pesquisa derivava da
cooperação entre professores e alunos. Diante disso, Geib et al. (2007) explicam que a tutoria se apresenta como fonte de um
processo mediador na formação acadêmica, uma vez que o estudante acaba sendo responsável por ele mesmo e o professor o
incita a participação, considerando a liberdade de criação intelectual.

O modelo norte americano, inicialmente, pautou-se no modelo inglês, procurando uma formação moral e intelectual no qual o
tutor figurava como sujeito ativo do processo, contudo, em pouco tempo foi se alterando essa formação moral e intelectual uma
formação mais técnica na medida em que foi se integrando com as empresas.
É importante ressaltar ainda que nesse período assim como também nos primórdios de sua criação, universidade era uma
instituição incumbida da criação e transmissão da ciência, porém, com o passar do tempo, essa função foi se alterando.

Nesse sentido, Geib et al (2007) explicam que com as mudanças sociais ocorridas a partir da Revolução Industrial, a educação
.

também sofrera alterações. Assim, houve um rompimento com os modelos educacionais anteriores o que causou enfraquecimento
no papel do tutor e até mesmo o seu desaparecimento em alguns modelos educacionais. Pautando nisso, reiteramos a importância
de se compreender a trajetória da tutoria na educação através dos séculos, pois, assim, será possível compreender muitos aspectos
que se relacionam ao trabalho do tutor atualmente e com os novos modelos educacionais vigentes.

Além disso, outra importante questão potencializadora das mudanças do modelo educacional foi o capitalismo. A alteração nos
modos de produção e a necessidade da preparação de sujeitos para o desenvolvimento técnico-científico de tais modos de
produção fez com que a universidade precisasse formar esse profissional. Com isso, percebe-se que um espaço antes destinado à
produção da ciência e à formação de intelectuais que perpetuassem a prática dessa criação científica passa a ser um espaço capaz
de formar pessoas para o mundo do trabalho, sendo essa uma formação mais técnica do que intelectual. Assim, esse processo
também influenciou no contexto da tutoria educacional.

“Em consequência, a formação do docente ou do tutor se dirigiu ao desenvolvimento de competências profissionais para
responder à oferta, à demanda e a competividade em um contexto global” (BERNAL, 2008, p. 60). Nesse contexto, a figura do tutor
foi se resumindo a um papel secundário ou de mera monitoria, porém nunca deixou de existir, embora seu trabalho tenha ficado de
certa forma escondido.

No sentido de esclarecer alguns modelos de tutoria, Preti (2003) explica que a figura do tutor, na universidade, aparece ao final do
século XV, principalmente, nas universidades inglesas de Oxford e Cambridge. Essas realmente se pautaram nas definições do
direito como a função tutelar, de proteger entre outras para estabelecer o papel do tutor acadêmico.

Com isso, segundo Preti (2003, p. 3): “No campo acadêmico, então, a função do tutor seria de assessorar grupos de alunos, de
modo individualizado, cuidando de seu comportamento e de seus estudos, sempre sobre a coordenação do professor titular”. Em
uma progressão histórica, bem mais tarde, as universidades, ao implantarem um modelo de EaD, resgataram esse modelo.

Existem várias definições para a EaD, elencamos duas dessas definições para compartilhar como você!

Modelo de educação no qual:

alunos e professores estão em locais diferentes durante todo ou grande parte do tempo em que aprendem e
"[...]

ensinam. Estando em locais distintos, necessitam de alguma tecnologia para transmitir informações e lhes
proporcionar um meio para interagir" (MOORE; KEARSLEY, 2011, p. 01).

O artigo 1º do decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005, por sua vez, apresenta a seguinte definição para a
EAD:

"Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios de tecnologia informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares e tempos diversos" (BRASIL, 2005, p. 01).
Nessa progressão histórica a que estamos nos referindo e traçando, chegamos a um período bem mais recente em que a EaD
passou a figurar como uma importante modalidade de ensino. Assim, ao nos referirmos a tal modalidade não podemos deixar de
mencionar a Open University .

Nunes (2009) explica que essa instituição apresenta-se como referência em relação à EaD no mundo. Sua criação ocorreu em
1969, contudo os primeiros cursos começaram a operar em 1971. Ainda de acordo com esse autor, sua implantação ocorreu a
partir da crença de que a televisão poderia ser um meio para promover significativas mudanças educacionais de forma que
atingiria um maior número de pessoas.

Atualmente a Open University já soma mais de 200 mil alunos que estudam virtualmente. Em curso de pós-
graduação também apresenta um número expressivo de alunos cuja soma ultrapassa 40 mil alunos, além
disso, também se apresenta como precursora na oferta de cursos de extensão universitária e
aperfeiçoamento profissional.

Há autores que pontuam que o contexto de criação da referida instituição possui forte ligação com um
projeto de educação de massa, pautado em um modelo ligado ao capitalismo e a produção.

Ainda que criação da Open University tenha acompanhado um modelo econômico vigente na época, sua
experiência representou uma evolução na educação como todo e, principalmente, para a EaD, visto que tal
modalidade de ensino já existia. Assim, a instituição em questão tem muita importância nesse cenário,
merecendo respeito e atenção ao se falar em EaD, em especial pelas metodologias utilizadas, incluindo
dentre eles o resgate do processo de tutoria.

Vale dizer que a EaD tem suas raízes em outras épocas, todavia ganhou expressividade a partir da Open University além disso, no ,

século XX outra situação que impulsionou essa modalidade de ensino foi a evolução dos meios de comunicação e Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC).

Criando as primeiras relações entre a tutoria e a EaD, Preti (2003, p. 3) explicita que:

esse modelo tutorial presencial influenciou muito a configuração da tutoria implementada pela primeira
[...]

universidade a distância, a Open University (1969) e que serviu de “modelo” às mega universidades a
distância que surgiriam depois dela, como a Universidade Nacional de Educação a Distância (UNED) da
Espanha (1972), a Anadolu University da Turquia (1978), a University of South Africa (1973), a Indira
Gandhi National Open Univesity da Índia (1985), para citar algumas.

Preti (2003) se refere ao modelo presencial que já explicamos aquele no qual o tutor figura como um guardião, conselheiro do
aluno procurando promover a autonomia do aprendiz. Assim, nesse novo cenário social e educacional novamente a tutoria ganha
relevância, visto que essas grandes instituições de ensino em EaD elaboraram suas metodologias considerando o tutor como peça-
chave do processo.

No Brasil, a EaD passou por um conturbado processo de reconhecimento e regulamentação e muitos programas de EaD se deram
na informalidade, contudo, com base no artigo 80 da LDB 9394/96 tal modalidade é regulamentada e passa a existir formalmente.
É claro que desse período até os dias de hoje muitas outras leis surgiram.

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância,
em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A Educação a Distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma, relativos a
cursos de Educação a Distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de Educação a Distância e a autorização


para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e
integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A Educação a Distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em


-

outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do
poder público;

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais
III -

(BRASIL, 1996).

No sentido de traçar uma trajetória da tutora na Educação a Distância no Brasil Bezerra e Carvalho (2011) explicam:

Na medida em que íamos percorrendo os programas percebemos logo em 1969, no projeto da TV Educativa
do Maranhão, um Tele Ensino para alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental, no qual o papel da tutoria
era de Orientador da Aprendizagem.

Também identificamos no Programa da Fundação Roberto Marinho – Telecurso 2000, e no Projeto Um


Salto para o Futuro que a tutoria tinha essa mesma atribuição. Já nos programas da TV Escola e no
Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO), observamos que a tutoria cabia a função de
Multiplicador. Enquanto que nos programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/SP) a
tutoria era concebida como uma Monitoria.

Já Schlosser (2010) ao falar do processo histórico da tutoria no Brasil informa que embora a modalidade a distância esteja em
evolução no país, os termos “tutoria” e “tutor” são de certa forma recentes no contexto acadêmico brasileiro e em especial na EaD,
aparecendo com maior frequência neste século de forma que têm merecido pesquisas e estudos. Assim, aspectos como função,
características e identidade desse profissional têm se tornado objeto de estudo em muitas pesquisas.

Mattar (2012) apresenta reflexões muito importantes sobre o papel do tutor, defendendo que esse profissional deve ser tratado
como docente e dessa forma a tutoria também deve ser pensada como um programa docente. Ao se referir o termo “tutor” o autor
comenta que esse termo, considerando sua etimologia, não é adequado ao profissional que queremos na docência da EaD.

Para explicar sua ideia, ele faz uma analogia com o significado da palavra tutor originada do direito, no qual o tutor é nomeado por
um juiz para tomar as decisões por alguém que não pode fazê-lo em determinado momento. O tutor não deve figurar na EaD como
alguém que toma as decisões pelo aluno, ele deve ser o mediador do conhecimento e para isso deverá desenvolver inúmeras
habilidades, dentre elas: dinamismo, perspicácia, comunicação fluente, bom uso das tecnologias, habilidades didático-pedagógicas
entre outras.

A partir disso, percebemos que as origens da tutoria encontram-se na educação presencial e embora haja a utilização desses
termos em outras áreas, também teve ligação com a educação. Nesse sentido, engana-se quem acredita que a tutoria é uma
atividade que nasceu juntamente com EaD, contudo, é preciso compreender que, mesmo proveniente da educação presencial, na
EaD deve ganhar uma nova configuração e conforme a evolução dessa modalidade de ensino isso fica ainda mais latente.

O ‘ambiente’ da educação é vasto como o oceano, pois é alimentado pelas águas da política, da economia, da
cultura.
(O. Preti)

A IDENTIDADE DO TUTOR
Falar sobre identidade não é tarefa fácil, pois ela está ligada a vários fatores e áreas do conhecimento que, por sua vez, definem
conforme sua própria perspectiva ou objeto de estudo. Assim para compreendê-la, é preciso relacionar várias áreas do
conhecimento como psicologia, antropologia, sociologia entre outras.

Basicamente, a identidade, como o próprio nome nos diz, refere-se a um processo de identificação do indivíduo. Com isso, já de
início, podemos inferir que não é simples conceituar a identidade, mas mesmo assim, Muniz e Oliveira (2013, p. 24) ao falarem
sobre o assunto explicam que “a concepção mais clássica de identidade pessoal é relacionada ao conceito de personalidade e se
refere, portanto, a uma sensação de continuidade pessoal ao longo do tempo”.

Em contrapartida, no que diz respeito à psicologia, seus estudos sobre a identidade pontuam que não se pode considerá-la como
inflexível e imutável, assim, pode-se alterar na medida em que as novas experiências são agregadas à vida.

Vale dizer que a identidade, embora tenha um teor individual, liga-se ao coletivo e social, pois não é possível pensá-la sem o
reconhecimento do outro.

[...] identidade de todo e qualquer indivíduo está em constante transformação, ou seja, não é produto
a
pronto e acabado, mas uma produção continuada sujeita a novas mudanças que certamente ocorrerão no
decorrer de novas experiências com o outro nos relacionamentos sociais (MUNIZ; OLIVEIRA, 2013, p. 25).

Nesse sentido, considerando a ligação com os aspectos sociais da identidade, podemos afirmar que essa sofrerá também
alterações conforme a sociedade também o sofrer. Na sociedade pós-moderna essas mudanças são constantes e isso faz com que a
identidade dos sujeitos também se altere com maior frequência, causando o que os teóricos do assunto classificam como crise de
identidade.

Com isso, embora em poucas palavras já percebemos a complexidade da identidade do sujeito, nosso maior interesse não diz
respeito à identidade do sujeito, mas sim da identidade profissional. Assim, na discussão que propomos nessa aula não nos
interessa aprofundarmos na identidade do sujeito, do indivíduo, mas na identidade profissional do tutor.
Nessa perspectiva e ainda considerando a ligação histórica do tutor com ambiente educacional, ao falarmos sobre a identidade do
tutor, a trataremos como identidade docente. Tal identidade tem sido muito discutida no âmbito das pesquisas educacionais, além
disso, conhecer e ter uma identidade profissional nos faz executar nossas tarefas de uma maneira mais coerente e adequada.

É através de nossa identidade que nos percebemos, e nos vemos e queremos que nos vejam.

(C. Marcelo)

Inicialmente, caro(a) acadêmico(a), já pontuei que falar sobre identidade não é uma tarefa fácil, da mesma maneira, falar sobre
identidade docente também não será e de igual forma será um tanto complexo falarmos da identidade docente do tutor, mas, como
já mencionado, trata-se de uma discussão de grande relevância que deve fazer parte da formação de todo tutor.

Dessa forma, é importante verificarmos as concepções acerca da identidade docente, uma vez que essas também permearão a
identidade do tutor. Em relação a algumas características da identidade docente Marcelo (2009, p. 112) explicita que;

A identidade profissional é um processo evolutivo de interpretação e reinterpretação de experiências, uma


noção que coincide com a ideia de que o desenvolvimento dos professores nunca para e é visto como uma
aprendizagem ao longo da vida. Desse ponto de vista, a formação da identidade profissional não é a
resposta à pergunta “quem sou eu neste momento?”, mas sim a resposta à pergunta “o que quero vir a ser?”.

Nessa perspectiva se compreende com facilidade que algo que caracteriza a formação da identidade docente é a formação
continuada. As mudanças políticas, econômicas sociais precisam ser consideradas no espaço educativo, os conteúdos precisam ser
repensados para acompanhar, criticar e até mesmo reverter cenários conturbados. As práticas educativas precisam evoluir e por
esse e vários outros motivos, essa formação continuada é essencial. Vale dizer que, neste momento, não queremos julgar ou avaliar
em que medida essa formação, de fato, ocorre, porém, queremos deixar claro que ela precisa ocorrer.

Ainda no sentido de caracterizar a identidade docente, Marcelo (2009) relata que a mesma envolve aspectos diferenciados que
dizem respeito tanto ao sujeito quanto ao contexto que o cercam. Com isso, o autor pontua que a identidade docente não é única,
ela poderá variar conforme a valorização dada pelo professor a determinadas características como conhecimentos e atitudes.

Assim, pontua que a identidade profissional docente é “composta por subidentidades mais ou menos relacionadas entre si”
(MARCELO, 2009, p.113). Contudo é importante alertar que essas subidentidades não podem conflitar-se entre si, pois isso seria
nocivo ao processo educativo, uma vez que poderia “particularizá-lo” de acordo somente com a concepção do professor e não
conforme as necessidades da educação.

Dessa forma, é claro que situações pessoais e até mesmo as crenças que o sujeito tem a respeito do processo de ensino e
aprendizagem comporá sua identidade docente, todavia, esses aspectos não podem sobrepor os aspectos gerais da formação e
dessa identidade. Assim, podemos afirmar que paradoxalmente, identidade docente é composta pelas características da profissão
e ainda pelas particularidades do sujeito no que diz respeito a sua concepção de professor.

Mais uma vez, retomo juntamente com você, caro(a) aluno(a), a importância de considerar o tutor também como profissional da
docência e ainda chamo sua atenção para compreender que além de aspectos gerais da profissão docente, ainda é preciso
constituir a identidade profissional do tutor considerando as especificidades da tutoria, em especial, na EaD.

Oliveira (2008, p. 30) explica que o tutor tem papel humanizador na EaD, considerando o processo de mediação que exerce. Sendo
esse, um fator de identidade primordial para esse profissional. Para o autor, trata-se de:

quem lida diretamente com o estudante, seja para prestar esclarecimentos administrativos, seja no
[...]

processo de ensino e aprendizagem, na avaliação do processo formativo do estudante ou, simplesmente, na


monitoria das atividades dos estudantes. Por isso, é considerado o ‘fator humanizador’ do sistema de
educação na modalidade a distância.

Na EaD, o papel do tutor transcende a ideia estabelecida em outras épocas como um guardião do aluno e seu conselheiro. É preciso
considerar que esse papel vai muito além disso. Até porque a sociedade do século XXI se caracteriza por uma questão fundamental
em relação às outras: os avanços tecnológicos. Avanços esses que envolvem a educação e, principalmente, a EaD em sua geração
atual.

Dessa forma, ao se falar em identidade docente do tutor é preciso considerar a organização na EaD. No Brasil, existem leis,
normativas e diretrizes que ditam as regras para a EaD, dentre esses documentos, podemos citar os Referências de Qualidade da
Educação a Distância (2007). Tal documento esclarece alguns itens que devem ser considerados acerca da referida modalidade de
educação, sendo essa Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; Sistemas de Comunicação;
Material didático; Avaliação; Equipe multidisciplinar; Infraestrutura de apoio; Gestão Acadêmico-Administrativa e
Sustentabilidade financeira.

No que se refere à equipe multidisciplinar, Brasil (2007) específica que essa deve ser composta por docentes, tutores e pessoal
técnico-administrativo. Outra questão a ser esclarecida é que a referida equipe deve ser assim composta independentemente do
modelo de EaD no qual a instituição optou, visto que o mesmo documento também explica que não há um modelo único de EaD,
contudo, em qualquer dos modelos, essa estrutura de equipe é fundamental.

Em relação à tutoria e sua importância, Brasil (2007) pontua que a equipe de tutores, além de apresentar-se como diferenciada na
instituição, também ocupa papel de destaque na modalidade em questão. Assim, ao relatar as competências do tutor esclarece
que:

O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas
atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos
processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico
(BRASIL, 2007, p. 21).

Com isso, já podemos perceber a importância desse profissional e quão diferenciada sua função é neste momento do que já foi no
passado. Seu envolvimento com o processo pedagógico na Educação a Distância é abrangente e devido a isso, é importante chamar
atenção para que esse profissional tenha consciência disso, visto ser um pressuposto para o desenvolvimento de suas tarefas.

Vale dizer que assim como são possíveis vários modelos e metodologias de Educação a Distância, também são possíveis tipos
diferentes de tutor, podendo haver tutores presenciais e on-line .

Em qualquer situação, ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor
presencial quanto para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das
funções. Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global,
capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de comunicação
e informação (BRASIL, 2007, p. 22).

O que se compreende a partir disso, é que o domínio do conteúdo, obviamente, também é componente da identidade docente do
tutor. Chamamos a atenção para o fato de que a tutoria deve ser exercida pelo profissional que tenha conhecimento e formação na
área do curso no qual atua ou atuará.

Mattar (2012) no sentido de atribuir identidade ao tutor pontua que esse, considerando a maioria dos modelos de EaD que temos
no Brasil, exerce alguns papéis como:

• Papel administrativo e organizacional diz respeito à própria organização da sala de aula virtual, no que se refere a prazos,
liberação de material etc.
• Papel social relaciona-se à necessidade de fazer com que os alunos, mesmo a distância, sintam em uma comunidade, ainda que
virtual.

• Papel pedagógico/intelectual , diz respeito à própria docência, à sua relação com o conteúdo e com a construção do
conhecimento dos alunos.

• Papel tecnológico é referente à necessidade do uso de ferramentas para a disponibilização do curso para os alunos.

Ainda no sentido de esclarecer a identidade desse profissional é importante pontuar que será necessário o desenvolvimento de
habilidades e competências constantes para se adaptar as mais variadas situações de ensino e de aprendizagem. Precisa
compreender também que existirão ações inerentes à sua área profissional que o caracterizam como tal. Assim,

Nas discussões on-line assíncronas (como nos fóruns) - devem permitir aos alunos o tempo necessário à
reflexão, manter as discussões vivas, produtivas e arquivar os dados resultantes das discussões, para uso
posterior. Nas discussões on-line síncronas (como nos chats) - devem estabelecer as regras básicas para que
a discussão aconteça; estimular as interações com o mínimo de intervenção ou diretividade; perceber como
as mensagens textuais são recebidas pelo aluno distante e estar atento às diferenças culturais; devem
estimular os alunos na utilização das várias interfaces de comunicação do AVA para realizar downloads dos
artigos e anexos que facilitam a participação nas etapas do Estudo Dirigido, fazer acessos ao protocolo de
estudos para o cumprimento das diversas atividades nele discriminadas, acompanhar a agenda de
realização dos chats e fóruns participando ativamente desses eventos; devem estimular os alunos a
realizarem pesquisas com a finalidade de ampliar os conhecimentos no contexto dos temas desenvolvidos
em cada módulo disciplinar; devem estimular os alunos no desenvolvimento continuado da própria
autonomia (MUNIZ; OLIVEIRA, 2013, p. 31).

No decorrer de nossas reflexões acerca da tutoria, vamos nos deparar com termos muito peculiares à
educação a distância, dessa forma, faz-se importante esclarecer alguns desses termos. Vamos a eles:
comunicação assíncrona: possibilidade de comunicação que não seja em tempo real; comunicação síncrona:
possibilidade de comunicação em tempo real e Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

Analisando as palavras de Muniz e Oliveira (2013), afirmamos que identidade docente do tutor também se constitui como
heterogênea e diversificada. Muitas habilidades precisam ser desenvolvidas por esse profissional, visto que ele atuará em níveis
diferenciados do processo de ensino e aprendizagem. Contudo, é preciso ter cautela em relação a esse contexto.

Esse profissional necessita estar consciente do papel que lhe cabe, necessita ainda estar preparado para organizar seu trabalho,
tendo como princípio a autogestão de suas funções e de seu tempo e muito, além disso, precisa discernimento para equilibrar as
ações a serem realizadas de maneira que não seja somente transmissor de conteúdos e tampouco técnico demais. Também não
pode dedicar-se apenas ao estímulo dos alunos sem mostrar-se apto ao trabalho com o conteúdo.

Muitas teorias têm discutido a questão das habilidades e das competências tanto no âmbito da educação
como em outras áreas. Não vamos trazer à tona essa discussão, embora falar sobre as habilidades e
competências dos tutores seja fundamental para a constituição da identidade desse profissional, contudo,
queremos convidá-lo a refletir sobre o sentido dessas palavras. Para Ferreira (2000, p. 168 e 359):

• Habilidade Característica de quem é hábil e hábil, por sua vez, significa: 1. Que tem a mestria de uma ou
:

várias artes ou um conhecimento profundo, teórico e prático de uma ou várias disciplinas. 2. Diz-se de quem
tem uma disposição de espírito e de caráter que o torna particularmente apto para resolver as situações
que lhe apresentam ou para agir de maneira apropriada aos fins a que visa; astucioso, sutil, manhoso;
esperto, sagaz.

• Competência É formada pelo conjunto de habilidade, atitude e conhecimento. É a capacidade de


:

mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação.

Considerando essas definições, é possível compreender que para sermos competentes, precisamos
devolver habilidades, assim, além de dominar determinados conhecimentos, é preciso saber aplicá-los
conforme o contexto e a necessidade.

Conseguir alcançar esse equilíbrio nessas tarefas é essencial para não entrar em crise de identidade docente como já falamos aqui.
Tal crise pode ser desencadeada justamente pelo fato de que o tutor, ao desempenhar tantas tarefas em níveis diferentes, pode
não se centrar em nenhumas delas ou ainda se desviar de seu papel docente. Outro ponto a ressaltar é que na educação a
distância, diferentemente do modelo tradicional e presencial de ensino, existem tipos diferenciados de professores, assim, tais
professores deverão coexistir trabalhando um mesmo conteúdo com a mesma turma.

Isso pode parecer estranho para muitos profissionais que acabam tendo problemas para assumir o seu real papel dentro do
modelo de EaD no qual está inserido.

Ferreira (2011) ao realizar uma pesquisa para determinar o papel do tutor constatou que, em muitos casos, a literatura referente a
esse assunto faz uma mistura entre professor e tutor não dando muita clareza ou delimitação às funções de cada um.

Da mesma forma Barion e Marques (2013), ao apresentarem um estudo sobre as funções do tutor, também expõem que, na EaD,
esse profissional recebe diferentes nomenclaturas assim como também diferentes papéis e que muitas vezes se mesclam com o
papel dos professores, causando certa confusão.

Em nossa concepção, embora se encontrem nomenclaturas diferenciadas, todas convergem ao processo de tutoria, até porque
esse é um processo previsto nas diretrizes que regulamentam a EaD. Além disso, é inegável que existem momentos em que os
papéis de professores e tutores se confundem, isso ocorre, inclusive, porque ambos atuam diretamente no processo de ensino e
aprendizagem, o que acaba se tornando normal. Diante desse contexto, o importante é saber trabalhar em equipe e cooperar para
que tais processos sejam fortalecidos e o aluno seja privilegiado por essa parceria.

Borges e t al. (2014) com o objetivo de elaborem um estudo para diagnosticar as competências individuais
de tutores que atuam na modalidade a distância elencaram, com base na literatura sobre um assunto, uma
série de competências necessárias ao tutor. Em um segundo momento de estudo, enviamos aos tutores do
sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) de EaD assim como também a tutores de universidades
privadas um questionário que visava verificar em que medida esses tutores tinham essas competências.

Dentre vários dados e números importantes que conseguiram coletar, consta o perfil dos participantes do
estudo:

Dentre os 200 casos válidos, [...] A grande maioria dos tutores (84.5%) exerce outra
atividade profissional ou acadêmica além da tutoria. Isso permite deduzir que muitos
dos participantes têm a atuação na educação a distância como algo complementar
às suas atividades, não sendo possível, entretanto, definir se a EaD corresponde à
atividade principal ou não entre seus afazeres (BORGES et al., 2014, p. 942).

No que diz respeito à identidade do tutor, o fato de exercer atividade profissional paralela pode ser um fator
muito prejudicial, pois a tutoria pode acabar figurando em segundo plano de maneira que pouco se
reconheça realmente como tutor.

Fonte: Borges et al. (2014, on-line).

Em relação ao trabalho do tutor Bezerra e Carvalho (2011, p. 243) explicam que:


podemos perceber a amplitude das atribuições da tutoria que vão além do simples acompanhamento
[...]

pedagógico. A este profissional cabe criar um ambiente que possibilite a construção do conhecimento por
parte dos estudantes, buscando envolvê-los ativamente no processo de aprendizagem.

Schlosser (2010) ao se referir às responsabilidades do tutor e às suas funções, apresenta algumas qualidades essenciais para esse
profissional:

1) qualidades humanas, ou seja, ter empatia, maturidade intelectual e afetiva, sociabilidade,


responsabilidade e capacidade de aceitação; 2) qualidades científicas, ou seja, conhecimento de elementos
pedagógicos e didáticos que o auxiliarão no convívio com seu aluno e no trato com cada um
individualmente, e 3) qualidades técnicas do “saber fazer tutoria”, ou seja, trabalhar com eficácia e em
equipe, envolvendo-se nos projetos e programas criados em prol da formação de seus alunos.

De acordo com o que estamos verificando, a identidade profissional se relaciona também às competências da profissão. Dessa
forma, para identificar-se como tutor, faz-se necessário aderi-las e torná-las parte da prática cotidiana. No intuito de apresentar as
competências pedagógicas dos tutores, pautados em vários outros autores que também tiveram esse objetivo, Tenório et al. (2014,
p. 525) elencaram algumas funções:

a) Conduzir o processo de ensino-aprendizagem; b) Estabelecer metas para o processo de ensino-


aprendizagem; c) Dominar métodos de ensino- aprendizagem; d) Implantar abordagens de ensino de acordo
com as teorias de aprendizagem; e) Ajudar alunos com dificuldades no processo de ensino- aprendizagem; f
) Induzir a participação ativa na aprendizagem; g) Promover a autonomia do aluno; h) Promover a
aprendizagem coletiva por meio da interação entre os alunos; i) Estimular a adoção de posturas críticas
pelos alunos; j) Realizar a mediação pedagógica; k) Saber o conteúdo a ser ministrado no curso;

l) Ter motivação para manter seus conhecimentos atualizados; m) Estar inteirado acerca dos recursos
didáticos; n) Saber empregar os recursos didáticos existentes; o) Conhecer os instrumentos avaliativos do
curso; p) Saber os critérios de avaliação do curso; q) Avaliar os cursistas; r) Auxiliar no planejamento
didático do curso; s) Auxiliar na preparação de materiais didáticos.

Com a análise dessas funções, podemos depreender que elas são estratégias a serem desenvolvidas pelos educadores, nesse caso,
os tutores, de forma que consigam orientar, facilitar e estimular a aprendizagem de seus alunos atuando como verdadeiros
mediadores do conhecimento.

Nessa perspectiva, atrelamos essas qualidades à construção da identidade docente do tutor, uma vez que essa é constituída de
percepções, crenças, habilidades, competências e atitudes sejam elas, técnicas e comportamentais.

Sobre esse assunto, também é importante esclarecer que a identidade docente pode ser constituída por assimilação, de forma que
o professor busque para suas práticas, aquelas com as quais teve contato quando estava na condição de aluno. É possível ainda que
se espelhe em seus professores até porque, muitas vezes, acabam sendo as únicas referências possíveis. Na educação a distância,
esse pode ser um problema grave, principalmente, quando a formação acadêmica desse tutor é proveniente da educação
presencial.

Ao importar modelos, esses podem descaracterizar o processo de ensino e aprendizagem na EaD visto as diferenças cruciais
existentes em relação ao ensino tradicional e presencial. Como podemos perceber, a atuação do tutor é diversificada e por esse
motivo é preciso que tenha conhecimento desses fatores para que constitua sua identidade de forma consistente e com segurança
de sua importância e atuação. Para isso, um passo muito importante é o processo de formação de tutores. Esse também deve ser
amplo e bem estruturado concebendo aspectos socioculturais, socioafetivos ou comportamentais, pedagógicos e cognitivos, entre
outros.
O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO
TUTOR
A tutoria não pode ser compreendida como uma atividade secundária. É preciso que ela seja compreendida como parte
fundamental do processo de ensino e aprendizagem da EaD e, por esse motivo, a formação dos tutores deve ser valorizada pelas
instituições. Sobre esse assunto, devemos chamar a atenção que a EaD, no Brasil, está massivamente no Ensino Superior, com a
oferta de cursos de graduação e especialização em várias áreas diferentes do conhecimento.

Diante disso, com exceção dos cursos de licenciatura, a maioria dos professores que atua no referido nível de ensino não tem
formação para a docência. Em boa parte dos casos, esses profissionais realizaram graduação e especializações nas áreas nas quais
atuam e, além disso, em muitos casos a docência é exercida como atividade complementar e secundária.

A educação é uma prática social, determinada pelos fatos, por seu entorno, que, contudo, acaba também por
afetá-los. Por isso, deve ser espaço de diálogo, aberto e comunicativo.

(O. Preti)

Outra questão essencial nesse contexto é que uma sólida formação em sua área de conhecimento com mestrado, doutorado e até
mesmo pós-dourado não serão garantias de que esse profissional estará preparado para ensinar. Ao transpormos essa mesma
situação para a Educação a Distância, ela se agrava mais ainda, uma vez que a referida modalidade tem muitas especificidades.

Nesse sentido, para a atuação no Ensino Superior é necessária uma formação na área de conhecimento nas aulas que serão
ministradas e uma formação para a docência. Na educação a distância esse processo é semelhante, porém, essa formação para
docência, além de considerar aspectos epistemológicos da educação como todo, precisa considerar ainda as particularidades de
modalidade de ensino.
No caso do tutor, esse processo é mais minucioso ainda visto que, além de todas as situações relatadas, a tutoria, mesmo sendo
uma atividade milenar, tem ganhado novo formato conforme a evolução da EaD e as tecnologias que viabilizam essa modalidade
de ensino.

Em relação ao processo de formação do tutor, esse é previsto nas Referências de Qualidade para a Educação a Distância (2007), o
documento explicita que é necessário que as instituições tenham um programa de capacitação de tutores. Determina ainda que
essa formação deve contemplar aspectos referentes ao domínio de conteúdo, capacitação em mídias de comunicação e
capacitação em fundamentos da EaD e no modelo de tutoria.

Além disso, considerando o que expusemos até aqui e ainda o desenvolvimento dessa modalidade de ensino, podemos afirmar que
outros aspectos igualmente importantes devem ser considerados, como capacitação para compreender o processo de
comunicação e seus elementos, o processo de avaliação e sua importância para a aprendizagem, ainda que parcialmente, o
processo que permeia as relações humanas e a aprendizagem entre outros.

A EaD acaba sendo responsável pela capacitação de professores e tutores que nela atuarão, primeiramente porque a educação
presencial não prepara para a atuação na EaD e segundo porque é da vivência com as próprias práticas e particularidades da
modalidade de ensino que tal formação terá mais sentido nesse processo.

Segundo Arredondo (2003, p. 07) o desenvolvimento da EaD está fazendo com que as próprias instituições universitárias
instituam programas de capacitação docente a respeito de conhecimentos teóricos, técnicos e operacionais próprios dessa
modalidade de ensino. Dentre várias considerações importantes, esse autor, também explica que:

El profesor que ejerce su función docente en la modalidad de educación a distancia – EAD – es un


profesional de la enseñanza que pone su punto de mira en el alumno invisible, que sabe que existe en algún
lugar, y le convierte en el epicentro de la acción didáctica. Sin olvidar el nivel y las exigencias de los
contenidos, redobla su esfuerzo en ver la forma de cómo comunicar al alumno dichos contenidos sin la
necesidad de su presencia física y la exclusividad de la expresión oral.

Considerando a ideia exposta, é possível inferir que processo de formação do professor da educação a distância assim como do
tutor pressupõe teorias de comunicação e interação, mas de maneira mais aprofundada e especializada, visto se tratar de um
processo de comunicação e interação que ocorrerá com a separação física de seus partícipes.

Ainda no sentido de direcionar o processo de formação do tutor, Arredondo (2003) relata que esse profissional precisa de uma
formação alicerçada em três aspectos: formação básica, capacitação específica e formação permanente. No primeiro caso, refere-
se à formação inicial, graduação e área de conhecimento de atuação do referido profissional. No que diz respeito à formação
específica, trata-se do conhecimento dos fundamentos da EaD, assim como suas particularidades a ainda o mais fundamental que a
formação para atuar como tutor. Por último, fala sobre a formação permanente que trata de um constante processo de formação e
atualização de conteúdos e conhecimentos.

Machado e Machado (2004, p. 18) faz considerações acerca da atuação do tutor:

Na formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual e domínio da matéria, destacando-se as


[...]

técnicas metodológicas e didáticas. Além disso, deve conhecer com profundidade os assuntos relacionados
com a matéria e área profissional em foco. A habilidade para planejar, acompanhar e avaliar atividades, bem
como motivar o aluno para o estudo, também são relevantes. Na formação pessoal, deve ser capaz de lidar
com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos e éticos: maturidade
emocional, empatia com os alunos, habilidade de mediar questões, liderança, cordialidade e, especialmente,
a capacidade de ouvir.

Ao discorrerem sobre a formação do tutor, Muniz e Oliveira (2013) explicam que essa não pode ser reducionista, ao contrário
disso, precisa ser ampla de forma que esse profissional seja preparado para o trabalho em equipe, para a constante busca de
informações em diferentes fontes, esteja apto ao uso das novas TIC e que seja dinâmico e preparado para a tomada de decisões.
Bernal (2008, p. 60) ao discorrer sobre a formação de tutores para a EaD nos chama atenção relatando que:

O tutor é sujeito que personaliza a educação a distância, mediante ao apoio organizado e sistemático de um
processo que, compreende, em primeiro lugar, o conhecimento da filosofia institucional e dos objetivos da
educação a distância e, em segundo, o conhecimento dos objetivos disciplinares, conteúdo, metodologias e
critério de avaliação das matérias que dirige.

Dessa forma, tais concepções devem estar presentes em seu processo de formação. Ainda sobre esse assunto a autora traz à tona
a necessidade de uma formação para uso das tecnologias, visto que essas, em gerações mais atuais da EaD, figuram como elemento
fundamental de interação e comunicação.

Trata-se de um processo de formação que deve contemplar as tecnologias, a virtualidade, o manejo de redes globais de
comunicação, em suma, preparação para agir em uma sociedade globalizada e, de certa forma, integrada, ao menos, em quesitos
comunicacionais. Ao mesmo tempo, necessita-se de uma formação para a pesquisa e para o desenvolvimento constante de novas
estratégias de ensino e aprendizagem (BERNAL, 2008).

Villardi (2004) ao expor experiências com o processo de formação dos tutores, explica que esse se pautou na proposta
sociointeracionista como base epistemológica e se estruturou em três eixos: conteúdo, ferramentas de interação e mecanismos de
comunicabilidade. Essa proposta nos demonstra a importância do processo de comunicação na atuação do tutor sendo que o
desenvolvimento de habilidade acerca disso perpassa pelo processo de formação desse profissional.

Assim, para além de um conhecimento teórico, cada tutor precisa ser alvo de uma formação sócio-
interacionista capaz de desconstruir um paradigma tradicional de «ensino», de que ele foi alvo ao longo de
sua vida de estudante, para implantar um paradigma em que o lócus do professor se desloca, instaurando a
figura de um mediador, que não ensina, mas que viabiliza a aprendizagem (VILLARDI, 2004, p. 7).

A autora considera ainda que o domínio da linguagem seja primordial pelo tutor e compartilhamos integramente dessa ideia, pois,
primeiramente, pelo fato de ser um professor e segundo pelo fato que a comunicação é fator fundamental para a interação e,
consequentemente, para o entendimento de muitos conteúdos e fonte de aquisição de conhecimento.

A teoria sociointeracionista

Trata-se de uma teoria de aprendizagem pautada na interação. Tal interação ocorre no âmbito histórico,
social e cultural. Conforme o sujeito amplia suas relações sociais e a interação com outros sujeitos, ele se
desenvolve.

Criada no início do século XX por Lev Vygotsky, apoiando-se na teoria marxista, considera as funções
psicológicas superiores e ainda o contexto social. Dentre os conceitos envolvidos nessa teoria, podemos
destacar a aprendizagem mediada e pensamento verbal. Esse último refere-se à capacidade que os
humanos têm de atribuir significados às palavras e, consequentemente, verbalizar o pensamento que acaba
sendo histórico-social.

Com isso, a linguagem se torna ferramenta para o desenvolvimento humano, uma vez que por meio dela
somos capazes de compreender e organizar o mundo ao nosso redor.
Percebemos, a partir das ideias de Villardi (2003), que essa formação para a tutoria deveria suscitar nesse profissional o
sentimento de participante do processo de ensino e aprendizagem, visto que uma das funções do tutor é a promoção do processo
de humanização da EaD. Esse deve ocorrer por meio do diálogo e da reflexão junto dos alunos.

Nesse sentido, uma estratégia fundamental nessas capacitações, muitas vezes realizadas pelas próprias instituições de ensino
superior que visam a qualificar sua equipe de tutores, é a formação por meio da EaD, utilizando-se da própria plataforma na qual se
mediará a aprendizagem dos alunos.

Isso proporciona o conhecimento de todas as ferramentas, tanto da perspectiva do docente quanto da perspectiva do aluno.
Também viabiliza o desenvolvimento de diferentes práticas, uma vez que as ferramentas acabam se tornando familiares. E outra
questão fundamental é que essa prática permite que o tutor se coloque na posição de aluno e faça uma avaliação tanto das
possibilidades do ambiente como do próprio processo de tutoria.

Exemplo disso pode ser verificado nas palavras de Mercado et al. (2009, p. 20) ao relatar a experiência da formação de tutores por
meio da educação a distância cuja plataforma utilizada foi o Moodle.

Os tutores aprenderam a trabalhar com o ambiente virtual de aprendizagem do curso, operacionalizando as


ferramentas deste. Tiveram oportunidade de ingressar e se aprimorar em uma experiência efetiva de EaD.
Travaram interações online e conheceram o papel do tutor e habilidades específicas para desenvolver um
trabalho consistente; apropriaram-se da metodologia de ensino da EaD; estudaram sobre o
desenvolvimento e importância das TIC no contexto atual; conheceram o panorama, estrutura e
funcionamento da EaD; observaram e analisaram o processo de expansão da EaD; familiarizaram-se com o
gerenciamento do tempo e do espaço na EaD e exercitaram a disciplina para a realização das atividades
propostas.

Além disso, para complementar os conceitos apresentados até, então, partimos do pressuposto que a formação de qualquer
docente deve levar em conta que oportunidades significativas são as que estão contextualizadas à prática docente de forma que
tenham e façam sentido para o professor.

Para Orzechowski et al. (2015) ao falar sobre o processo de formação na UNED, enfatiza sobre a importância do planejamento.
Para as autoras esse item é cerne para a organização do processo de ensino e aprendizagem e por esse motivo tutores e
professores devem estar aptos ao planejamento. Em relação a isso, explicam que na EaD deve haver um planejamento minucioso
em todas as etapas do processo de ensino.

Ainda sobre o processo de formação de professores e tutores, as autoras relatam que a referida instituição organiza seu programa
de capacitação buscando desenvolver naqueles que são treinados três competências: “a docência, a pesquisa e a gestão”
(ORZECHOWSKI et al 2015, p. 106).
.

Como já mencionamos e confirmamos com as proposições apresentadas, a formação do tutor deve ser ampla e diversificada.
Investir nesse processo é fundamental para as instituições assim como para o próprio tutor. Dessa forma, se é obrigação das
instituições de ensino implementarem esse processo, também o é por parte do próprio tutor. A formação continuada é
pressuposto para um bom desempenho e um bom trabalho.

Ressaltamos ainda que tal formação não se relaciona ao fato que esse sujeito exerce a tutoria, mas, principalmente, porque está no
meio acadêmico integrando o processo de formação de profissionais para atuarem na sociedade e que estão cada vez mais
carentes de profissionais capacitados seja nas instâncias técnicas de sua área de atuação como no próprio meio social.

Assim, é preciso determinar a formação do tutor a partir da articulação teórica e prática, ensino e aprendizagem, preparação e
formação continuada, ação e reflexão, mediação e interação. Essa última deve ser desenvolvida e potencializada com o uso das TIC.
OS DESAFIOS DO TUTOR E DOS
PROCESSOS DE MEDIAÇÃO NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A educação a distância não é uma modalidade de ensino recente, suas origens são bastante antigas, contudo, experiências
importantes com essa modalidade de educação despertaram a atenção da comunidade educacional no século XX. Isso ocorreu
diante da necessidade de formação de um grande contingente, visto que o mercado de trabalho, devido aos avanços tecnológicos
necessitava dessa preparação. Dessa forma, esse renascimento da EaD, ao mesmo tempo que veio repleto de expectativas, porque
realmente poderia ser uma saída para a democratização do ensino, também trouxe muitos preconceitos, sendo considerada
educação de massa, na qual os mesmos fundamentos dos meios de produção capitalistas poderiam figurar. Nesse período de novas
experiências com a Educação a Distância, Preti (2009) cita quatro fatores importantes que caracterizam o cenário dela no mundo:
político-social, econômico, pedagógico, tecnológico.

• Em relação ao político-social relata que o crescimento tecnológico tendia ao desemprego, dessa forma, seria preciso capacitar
a população para evitar um colapso em relação a isso.

• No campo econômico a relação político-social se mantinha, visto que não seria possível crescimento com o desemprego, pois
,

acarretaria problemas sociais, contudo, como seria possível capacitar essas pessoas de forma que não onerasse os cofres públicos
e tampouco as empresas?

• No que diz respeito ao pedagógico a escola, de forma geral, não era mais um ambiente atrativo para aqueles que haviam
,

deixado os bancos escolares há tempos, além disso, para essas pessoas, já existiam outras atribuições e tarefas do dia a dia que
inviabilizavam a permanência em uma sala de aula convencional.

• Acerca das tecnologias principalmente sobre suas possibilidades de comunicação, elas poderiam favorecer novas práticas
,

pedagógicas, assim como novas metodologias.

Diante disso, a educação a distância seria a saída mais viável para a resolução dos problemas de formação dos trabalhadores.
Assim, muitos países passaram a repensar antigas metodologias envolvidas com essa modalidade de ensino e passaram a investir
nela, contudo, muitos desafios também foram surgindo e mesmo que o tempo tenha passado e muita coisa tenha mudado desse
período até hoje, a EaD ainda tem muitos desafios pela frete.
A educação é um dos direitos do cidadão e embora o Ensino Superior esteja previsto a uma fase da vida em
que o sujeito já seja capaz de fazer suas próprias escolhas, essa deveria ser uma possibilidade para todos, ou
seja, ao menos a possibilidade de escolha.

(Carniel e Luvizotto)

Dessa forma, ao falarmos sobre os desafios do tutor no processo de ensino e aprendizagem na EaD, devemos refletir sobre o que
Preti (2009) pontua acerca dos desafios gerais da modalidade de ensino, pois não há como desvincular o trabalho do tutor de um
contexto macro relacionado à referida modalidade.

Desafios no sentido de demonstrarmos nossa capacidade de produzir educação de qualidade, voltada para
o trabalhador, que não seja tratada, simplesmente, como um “bem econômico”, e o trabalhador como um
“cliente” a quem se deve vender uma mercadoria, um conhecimento, uma habilidade. Devemos tratá-la
como uma qualificação “social”, não simplesmente técnica. A EaD deve ser praticada como outra opção que
se propõe ao trabalhador para sua qualificação. Não pode ser encarada, simplesmente, como substitutivo
do sistema educacional que está aí, por mais deficiente que esteja operando, pois é uma das conquistas
históricas do trabalhador, um compromisso e obrigação do Estado com as classes trabalhadoras. Alimenta-
se o discurso da democratização do conhecimento, ele está aí disponível para todos; cabe a cada um o
interesse e o esforço para buscá-lo, qualificar-se e, assim, alcançar ou manter o emprego. Fortalece-se com
isso a perspectiva da privatização do ensino, a criação de um mercado educacional sem precedentes. EaD
vem sendo vista por muitos governos como caminho mais barato, que atinge rapidamente a um número
maior de trabalhadores, sem a devida preocupação com a qualidade da educação oferecida. Ao mesmo
tempo, a EaD é assumida como estratégia política de “desmobilização”, pois não haveria necessidade de o
trabalhador estar reunido e ter que se encontrar em locais determinados, uma formação sem a presença do
educador, mais impessoal. Temos que combater este pragmatismo e esta “despolitização” do ato educativo
(que é político em sua essência), e fazer da EaD um caminho real de socialização de conhecimentos, de
democratização dos bens culturais e técnicos produzidos pela sociedade, de sociabilidade e convivência, e
da formação do cidadão, de um cidadão solidário, cooperativo e coletivo. Desafios no sentido de
ingressarmos nas novas linguagens de comunicação, mas sem sermos por elas abafados e anulados, pelo
encantamento, por uma espécie de canto das sereias. Não podemos alijar o trabalhador da sociedade.
Temos que aprender a conviver com as novas tecnologias e a desenvolver-nos, como cidadãos livres e
responsáveis. Portanto, temos que ousar aprendendo, sem timidez, com o olhar no horizonte, para onde
caminha a sociedade, o progresso, mas com os pés calcados em nossa realidade local. Desafios para
superarmos a dimensão “reprodutivista”, da “individualidade acrítica” favorecida pelo vislumbramento do
indivíduo diante da modelagem de “belas verdades”, rumo à construção de sujeitos sociais coletivos, mais
presentes nos destinos da sociedade (PRETI, 2009, p. 31-32).

Ao refletirmos acerca desses desafios, verificamos que eles estão diretamente ligados ao trabalho do tutor e ao processo de ensino
e aprendizagem. Vale dizer que, atualmente, o público recebido pela EaD, principalmente no Brasil, não é mais o trabalhador que
estava inserido no mercado de trabalho e precisava de qualificação.

Hoje, ela tem sido uma estratégia importante para que a educação superior chegue a lugares distantes de nosso país nos quais, em
outras épocas, não se tinha acesso ao referido nível de ensino. Assim, no Brasil, a Educação a Distância tem figurado como um
processo de formação e qualificação superior e profissional para diferentes faixas etárias e para um público bastante
heterogênico.

Com isso, destacamos mais um desafio do tutor. Ele precisa estar preparado para lidar com a abrangência e a heterogeneidade
presentes na modalidade de ensino ao mesmo tempo precisa saber lidar com a individualidade de cada aluno dentre tantos. Sobre
isso Luvizotto e Carniel (2014, p. 87) alertam que:
Por se tratar de uma modalidade de ensino que tem democratizado, especialmente, o Ensino Superior, a
diversidade de alunos é bem maior do que o normalmente encontrado nas salas de aula do ensino
presencial. Isso faz com que esse professor necessite ter formas diferenciadas para lidar com o mesmo
conteúdo de maneira que consiga fazer com que os acadêmicos assimilem o máximo possível considerando
as dificuldades.

Também se faz necessário ressaltar que a mediação pedagógica em um processo de ensino e aprendizagem no qual os alunos estão
dispersos espacialmente não é nada simples. O tutor deve preparar-se para compreender com clareza essa circunstância. A partir
disso, deve desenvolver estratégias que façam com que seus alunos sintam-se seguros com a sua presença ainda que não
compartilhem o mesmo espaço físico, deve fazer do AVA um espaço de aprendizagem e interação.

Ao iniciar suas atividades na EaD, o Tutor José, passou por um processo de formação no qual várias
instâncias acerca das competências e trabalho do tutor foram abordadas. Dentre essas competências foram
discutidos vários aspectos em relação à questão da dispersão geográfica de seus alunos. Essa foi debatida
como uma particularidade da EaD e algo que deveria constantemente ser pensado pelo tutor.

José, enquanto passava pelo processo de treinamento e refletia sobre suas futuras práticas, preocupava-se
muito com isso, pois sua experiência docente era proveniente da educação presencial, na qual, tinha ao
alcance de seus olhos todos os seus alunos. Isso permitia que ele soubesse imediatamente a qualquer
atividade a reação de seus alunos. Já na EaD, as ferramentas para essa identificação seriam outras. Sua
grande dúvida era: Será que estou preparado para isso?

Além desses pontos desafiadores, em relação aos aspectos docentes propriamente ditos, temos mais uma série de desafios. É
importante deixar claro para você, caro(a) aluno(a), que defendemos a ideia de que o tutor é docente na educação a distância.
Defendemos ainda que a modalidade de ensino em questão, em suas especificidades, apresenta diferentes tipos de docentes e
dentre eles está o tutor. Esse tem grande relevância no processo de ensino-aprendizagem, visto que, na maioria dos modelos
metodológicos, é ele que tem um contato mais direto com o aluno.

O fato dessa modalidade de ensino apresentar mais de um docente, também se apresenta como um desafio a ser vencido. Sobre
isso Luvizotto e Carniel (2014) explicam que na EaD diferentes professores dividem a mesma disciplina com uma mesma turma.
Isso implica em uma preparação para a convergência das ideias e conceitos no que diz respeito ao conteúdo de forma que os
objetivos de aprendizagem sejam atingidos.

Embora seja capacitado para isso, um desafio constante desse profissional é lidar com as situações pedagógicas e suas práticas, é
aprender a todo momento mesmo estando sempre com muitas demandas para serem resolvidas, ou seja, mesmo diante de tantas
atribuições e muito trabalho. Ainda se faz um desafio o fato que, diante dessas diferentes possibilidades de docentes na EaD e da
grande quantidade de competências necessárias a esse profissional, ele mantenha uma identidade docente que o qualifica como
tal e não como um mero operador do sistema educacional que está inserido.

Para Barion e Marques (2013, p.49) “Entender a importância do tutor como mediador é resgatar o princípio epistêmico da ação
docente e compreendê-lo como articulador do processo de formação, ampliando, assim, as possibilidades de autonomia do aluno
quanto à sua própria aprendizagem”.

Na expressão “princípio epistêmico”, o termo epistêmico vem de epistemologia. Essa, por sua vez, é a ciência
que estuda o conhecimento verificando sua origem, estrutura, métodos e sua validade. Segundo Laville e
Dionne (1999, p. 13) trata-se do “estudo da natureza e dos fundamentos do saber, particularmente, de sua
validade, de seus limites, de suas condições de produção”. Podemos dizer ainda que é a filosofia ou a teoria
do conhecimento.

Assim, quando se fala em princípio epistêmico, trata-se do conhecimento e da constituição dele em


determinada área. Dessa forma, é possível entender que todas as áreas têm sua epistemologia.

Lidar com o conhecimento não é uma tarefa simples, principalmente, em um tempo em que as tecnologias das informações e
comunicação favorecem a circulação e o acesso da informação e do conhecimento. Um objetivo importante a ser atingido, e que se
torna mais desafio, é o discernimento entre informação e conhecimento e a forma que a primeira pode ser transformada na
segunda. Para isso será necessário descontruir e construir novas verdades, o que não é muito simples. Realizado esse exercício,
mais um desafio é desenvolver estratégias que possibilitem esse mesmo exercício com esses alunos.

Houve um tempo em que o saber do professor era absoluto e acima de qualquer suspeita, até porque, ele era um dos poucos que
tinha acesso a esse saber. Atualmente, esses conhecimentos podem ser colocados em dúvida a qualquer momento. Tarcia e Cabral
(2012, p. 149) mencionam que “o desafio a enfrentar é o de definir os contornos de uma ação complexa e importante. As
informações já estão na rede; cabe ao professor trabalhar com elas de modo a gerar situações de aprendizagem significativas”.

Em uma perspectiva interacionista, ao contrário de serem postos em dúvida, podem também ser complementados e ampliados
pelos saberes dos alunos, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais dialético. O que não é fácil, constituindo-se como
mais um desafio a ser transposto. Segundo Tarcia e Cabral (2012), na EaD estudantes e professores apresentam uma relação
diferenciada, mais parceira e dialógica, na qual o poder centrado no professor deixa de existir. Com isso vê-se aqui não mais o
ensino como centro do processo, mas a aprendizagem, que por sua vez, centra-se no aprendiz, ou seja, no aluno.

Grande parte de nossos alunos ao chegarem ao ensino superior não estão preparados para desenvolver tarefas que os levem à
reflexão e crítica, pois sua trajetória escolar não o auxiliou a desenvolver essas práticas, contudo não podemos deixá-los passar
pelo ensino superior da mesma forma. No entanto o desenvolvimento das mesmas também pode ser compreendido como um
desafio, pois cumprir essa tarefa demanda desestabilizar a “zona de conforto” em que o aluno se encontra e isso pode ser um
choque causando conflitos entre os envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem.

Outra habilidade pouco desenvolvida nos alunos em relação ao aspecto educacional é sua autonomia para os estudos, ou seja, sua
capacidade de desenvolver suas próprias estratégias para seus estudos, sabendo determinar a necessidade da busca de novos
conhecimentos e sua organização. Na EaD esse é um pressuposto básico para a adaptação do aluno à metodologia, assim como
também para seu sucesso enquanto acadêmico. Dessa forma, é responsabilidade, também do tutor, levar o aluno a essa autonomia
sem que ela seja impositiva, mas desenvolvida e apreendida.

Bezerra e Carvalho (2011) explicam que a tutoria representa um conjunto de práticas desenvolvidas pelos tutores capazes de
colaborar com o desenvolvimento e a potencialização de habilidades dos alunos para que esses se tornem também autônomos e
agentes de sua aprendizagem.

Assim, será preciso estar apto a trabalhar a complexidade do saber fazer educativo na visão do aprender a aprender, na ótica
reflexiva da construção do saber, é um dos grandes desafios do tutor. Ainda, propiciar momentos em que o aluno aprenda a ler e a
reler o mundo, apropriar-se do conhecimento, redimensionar valores e rever atitudes (MUNIZ; OLIVEIRA, 2013).

Diante do exposto percebemos que os desafios a que estão submetidos os tutores não são poucos. Esses se mostram
proporcionais à complexidade do trabalho do tutor, contudo podem ser vencidos e transpostos quando esse profissional tem a real
consciência de seu papel e de sua importância no processo de ensino e aprendizagem da Educação a Distância, assumindo esse
papel com responsabilidade, comprometimento e profissionalismo.

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ATIVIDADES
1. Tivemos a oportunidade de estudar modelos diferenciados de universidades no século XIX, dentre esses os modelos francês,
inglês, alemão e norte americano. Sobre esse assunto, leia as afirmações que seguem e assinale a alternativa correta:

a) O modelo francês apresentava uma proposta de educação libertadora, em que qualquer forma de autoritarismo deveria ser
coibida. Com isso, a figura do tutor se reafirmava com conselheiro do aprendiz.

b) O modelo inglês pautou-se, prioritariamente, na formação para o mercado de trabalho, vinculando-se às empresas e seu
processo de produção. A formação acadêmica destinava-se a linha de produção das empresas.

c) O modelo norte-americano fundamentou-se na formação profissional e moral dos sujeitos e com isso manteve a tutoria na
condução do processo de formação moral dos alunos.

d) No modelo alemão, a pesquisa figurou como metodologia de aprendizagem para cumprir os objetivos educacionais
estabelecidos, pesquisa essa que era resultado de uma cooperação entre professores e alunos. Nesse modelo, a figura do tutor
permaneceu como mediação do processo.

e) O modelo alemão apresentava uma proposta de pesquisa que não incluía tutoria em seu processo acadêmico.

2. Com nossos estudos nessa aula, pudemos verificar que o processo de tutoria tem forte ligação com a educação, contudo, tal
processo sofreu algumas alterações conforme as mudanças no processo educativo. Sobre alguns fatores que implicaram em
alterações no processo educacional e na tutoria, leia as assertivas que seguem e assinale a alternativa correta:

I. A invenção da imprensa de Gutenberg foi um fator de alteração do processo educativo e, consequentemente, do processo de
tutoria na medida em que promoveu maior circulação de informação desconfigurando a tradição oral do processo de ensino e
aprendizagem que vigorava até então.

II. A Revolução Industrial causou profundas alterações no modelo educacional, uma vez que muitas universidades tiveram que se
adaptar a esse modelo para a formação de profissionais que atuassem nessa sociedade e que desse conta dos modos de produção.

III. A autonomia dos professores e alunos foi um fator decisivo para que os tutores deixassem de existir na educação formal.

IV. A invenção da impressa de Luterberg foi fundamental para as alterações nos modelos educacionais, pois com isso o tutor
passou a produzir livros e manuais para a educação a distância.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas III e IV.


c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Todas as assertivas estão corretas.

3. Conforme estudamos, falar de identidade não é algo muito simples, visto que essa envolve uma série de fatores diferenciados.
Para compreendê-la é preciso relacionar várias áreas do conhecimento como psicologia, antropologia, sociologia, entre outras.
Considerando o que foi exposto sobre identidade, assinale a alternativa correta.

a) A identidade tem cunho, exclusivamente, individual, pois se refere à identificação do indivíduo com ele mesmo.

b) Por ser, exclusivamente, pessoal, individual a identidade não sofre alteração ao longo da vida.

c) Embora o sujeito seja social, pois está inserido em uma sociedade, a identidade não sofre alteração em função dessa mesma
sociedade.

d) A identidade, mesmo sendo individual, é mutável, flexível. Pode se alterar conforme o sujeito passa por novas experiências.

e) A identidade dos sujeitos não corre o risco de sofrer transformações. É algo que o acompanhará por toda a vida.

4. Leia as proposições que seguem:

I. Em uma perspectiva abrangente do processo de ensino e aprendizagem, o tutor necessita de uma identidade docente [...].

Porque

II. É agente transformador nesse processo, não um mero coadjuvante que apenas monitora o que ocorre em um AVA.

a) A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa.

b) A primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira.

c) As duas asserções são verdadeiras, mas suas ideias não se relacionam.

d) As duas asserções são verdadeiras e suas ideias se complementam.

e) As duas asserções são falsas.

5. De acordo com Marcelo (2021, p. 112): “A identidade profissional é um processo evolutivo de interpretação e reinterpretação
de experiências, uma noção que coincide com a ideia de que o desenvolvimento dos professores nunca para e é visto como uma
aprendizagem ao longo da vida.” Acerca dessa afirmação do autor podemos depreender algumas ideias. Leia as afirmativas que
seguem e assinale a alternativa correta.

I. A formação continuada é imprescindível para qualquer professor, inclusive o tutor.

II. A identidade profissional não é imutável, ela sofre alterações conforme as experiências desse profissional.

III. A identidade profissional é constituída ao longo da vida, conforme as experiências desse profissional.

IV. A formação continuada não poderá alterar a identidade profissional do professor, pois essa é estática.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.


6. A instituição X que se valia de modelo de EaD ofertado, prioritariamente, via internet, ao elaborar uma capacitação inicial para
tutores, considerou concepções teóricas e práticas sobre o conceito de EaD e sobre seu modelo de tutoria, mas não considerou a
capacitação paro o uso das mídias e tecnologias. Em relação a esse caso podemos dizer que:

a) Houve uma falha nesse processo de formação, visto que o modelo da instituição em questão é ofertado com auxílio da internet,
assim, seus tutores precisam ser capacitados para o uso dessa tecnologia.

b) Não houve falhas nesse programa. Outros itens são mais importantes que a capacitação para o uso de mídias e tecnologias,
pois em relação a essas habilidades os tutores adquirem na prática, não sendo necessária capacitação.

c) O problema dessa capacitação está no trabalho com as concepções teóricas e práticas da EaD. Esse é um pressuposto para o
trabalho de qualquer tutor, assim, ao ingressar na EaD, ele já deve ter esses conhecimentos.

d) O problema dessa capacitação está nos aspectos sobre o modelo de tutoria. O tutor não precisa ser capacitado quanto isso,
visto que se trata de um modelo único, no qual ele deve estar ciente de suas responsabilidades.

e) Essa capacitação está de acordo com o que preconizam os referenciais de qualidade para a educação a EaD. Abarca as
principais concepções sugeridas pelo referido material.

7.Diante da necessidade de implementação de programas de formação de tutores pelas próprias instituições que ofertam EaD,
uma estratégia importante é o desenvolvimento desse programa via Educação a Distância. Isso por quê:

I. Permite que o tutor vivencie experiências parecidas com as de seus alunos;

II. Permite que se coloque também na condição de aluno da EaD e possa compreender melhor as dificuldades e potencialidades
do modelo;

III. Permite conhecer, na prática, o modelo com o qual trabalhará, bem como suas funcionalidades e necessidades;

IV. Permite compreender, na prática, situações como autonomia e planejamento para os estudos.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e III.

b) Apenas II e IV.

c) Apenas I, II e III.

d) Apenas II, III e IV.

e) I, II, III e IV.

8. Analise citação de Bernal (2008, p. 60) sobre a formação de tutores para a EaD: “O tutor é sujeito que personaliza a educação a
distância, mediante ao apoio organizado e sistemático de um processo que, compreende, em primeiro lugar, o conhecimento da
filosofia institucional e dos objetivos da educação a distância e, em segundo, o conhecimento dos objetivos disciplinares, conteúdo,
metodologias e critério de avaliação das matérias que dirige.” Essa citação nos leva a crer que o processo de formação de tutores:

a) Deve ser simplificado, reducionista.

b) Deve ser amplo, diversificado.

c) É irrelevante para o seu sucesso.

d) Deve comtemplar apenas questões teóricas.

e) Deve comtemplar apenas questões práticas.


9. Preti (2001) explicita que a EaD e seus atores perpassarão por: Desafios no sentido de ingressarmos nas novas linguagens de
comunicação, mas sem sermos por elas abafados e anulados, pelo encantamento, por uma espécie de canto das sereias. Não
podemos alijar o trabalhador da sociedade. Considerando essa citação, leia as afirmações que seguem e assinale a alternativa
correta.

I. Precisamos considerar as tecnologias, porém, sem muitos deslumbramentos.

II. Precisamos considerar as tecnologias como a forma mais eficaz para o desenvolvimento dos trabalhadores.

III. Precisamos considerar as tecnologias, mas com cautela, para que não se tornem fator de exclusão social para alguns grupos.

IV. As tecnologias precisam ser consideradas, pois acabarão substituindo os trabalhadores.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

10. Certo tutor, ao propor a seus alunos um fórum de discussão que tratava sobre assistencialismo público, percebeu na
participação deles muitos pontos de vista diferentes. Além disso, percebeu que em função disso, havia muita divergência de ideias
e até certa hostilidade dos participantes em relação a isso. Dessa forma, teve que mediar a discussão para mostrar a necessidade
da aceitação das diferenças. Nesse caso, dentre outras circunstâncias, o tutor teve que lidar, principalmente, com:

a) A diversidade de seus alunos.

b) A imaturidade de seus alunos.

c) A dificuldade de seus alunos.

d) A inteligência de seus alunos.

e) A falta de respeito de seus alunos

Resolução das atividades

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RESUMO
A tutoria não é uma atividade recente. Suas origens estão relacionadas à educação no seio da família na qual um tutor ou
preceptor cuidava e instruía as crianças. Com o passar do tempo a tutoria, assim como o tutor, desempenharam diferentes papéis
com alternância de importância conforme a época, a sociedade e ao tipo de universidade em que estavam inseridos.

Nessa trajetória, diferentes modelos de tutoria foram estabelecidos. Segundo Preti (2003, p. 3): “No campo acadêmico, então, a
função do tutor seria de assessorar grupos de alunos, de modo individualizado, cuidando de seu comportamento e de seus estudos,
sempre sobre a coordenação do professor titular”. Bem mais tarde, algumas universidades ao implantar a educação a distância
recorreram a esse modelo de tutoria para o acompanhamento do aluno.

Nesse sentido, é importante que o tutor tenha uma identidade docente e que essa, realmente, o caracterize como tal. Sua primeira
tarefa é se aceitar como um docente de grande importância no processo de ensino-aprendizagem da EaD e não como um
cumpridor de tarefas operacionais. Para isso é importante refletir constantemente sobre essa prática e procurar a ter clareza de
suas funções.

Diante disso, algo muito importante é o processo de formação de tutores. Esse é previsto nas referências de qualidade da
educação a distância, visto que essa modalidade de ensino tem muitas particularidades e esse profissional precisa estar atendo a
tudo isso.

Tal processo de formação deve completar conforme anunciado por Brasil (2007) aspectos referentes ao domínio de conteúdo,
capacitação em mídias de comunicação e capacitação em fundamentos da EaD e no modelo de tutoria. Além disso,
compreendemos também que essa formação deve abarcar questões acerca da teoria e da prática da tutoria, comunicação,
interação e mediação pedagógica. Assim, além da formação inicial, a formação continuada deve ser exercitada.

No que diz respeito aos desafios a serem enfrentados pelo tutor, esses não são poucos, contudo, podemos dizer que o
desenvolvimento de estratégias para mediar um processo de ensino e aprendizagem no qual seus partícipes estão dispersos
espacialmente não é uma tarefa fácil, portanto, tornando-se um dos desafios mais relevantes e ser considerado no exercício de sua
profissão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos quatro aulas importantes acerca do processo de tutoria e mediação, a saber, o contexto histórico da
tutoria, a identidade do tutor, o processo de formação do tutor e ainda os desafios da tutoria e dos processos de mediação na
Educação a Distância.

Ao verificarmos as origens da tutoria, percebemos que essa não é uma atividade que se desenvolveu exatamente com a Educação a
Distância, mas se trata de algo que vem se desenvolvendo há anos tendo forte ligação com o processo educativo desde seus
primórdios. Essa atividade foi acompanhando as necessidades sociais e, por isso, foi sofrendo alterações ao longo do tempo.
Percebemos que a tutoria esteve presente e ainda está presente na educação presencial, mas ganhou destaque no século passado
e tem continuado dessa forma desde, então, devido à evolução da educação a distância. Sobre isso, é importante ressaltar o
trabalho do tutor como de grande importância para essa modalidade de ensino.

Esse profissional exerce funções que vão desde o acompanhamento, aconselhamento e monitoramento e motivação do aluno,
assim como atividades do processo de ensino e aprendizagem. Podemos afirmar que é um profissional que tem uma proximidade
muito grande do aluno, suas percepções são essenciais para os processos, sejam eles pedagógicos ou não da educação a distância.

Concluímos ainda que diante dessa complexidade toda, traçar a identidade desse profissional não é algo simples, visto que envolve
tantas situações, mas algo que pode ser facilmente entendido acerca do que foi estudado, é que o ponto de partida para essa
identidade é que o tutor se compreenda como docente e que tenha uma postura adequada a esse papel.

Diante de tudo isso, é claramente perceptível que a tutoria é uma atividade complexa que demanda o desenvolvimento de várias
habilidades e competência além de muito conhecimento. Compreendemos que o processo de formação do tutor, muitas vezes,
deve ser oferecido pela própria instituição de ensino na qual desenvolve a tutoria e que esses vão desde conhecimentos
específicos da área de atuação desse profissional, disciplinas nas quais estão envolvidos, conhecimentos relacionados ao processo
de ensino-aprendizagem em geral e específico da educação a distância.

Outro conhecimento fundamental é o conhecimento acerca das TICs. Esse se faz necessário, tanto para a comunicação com os
alunos, como para a busca de materiais, desenvolvimento de estratégias para ampliar as possibilidades do conteúdo a ser utilizado
e ainda para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, foi possível compreender há necessidade e a
importância de um processo de formação que seja amplo e que contemple todos esses aspectos.

Além de tudo, os desafios a serem enfrentados pelo processo de tutoria são muitos, é preciso ter consciência e conhecimento
desses desafios para procurar vencê-los e fazer com que a EaD não mais uma tentativa frustrada de educação dos sujeitos
carentes dela, mas sim uma modalidade de educação democrática e abrangente, mas que forma com qualidade e solidez.

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Material Complementar

Na Web
Para que você possa ampliar seus conhecimentos sobre aspectos gerais
da tutoria e do trabalho do tutor, sugerimos a você um vídeo que trata
sobre “Tutoria de Educação a Distância do século 21”. Vale à pena assisti-
lo, é bastante interessante e capaz de nos levar a uma reflexão
importante sobre tudo que apresentamos até neste material.

Acesse

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REFERÊNCIAS
ARREDONDO, S. C. Formación / capacitación del professorado para trabajar en EAD. Educar em Revista/UFPR Curitiba, , n. 21, p.
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BARION. E. C. N.; MARQUES, M. A. de R. B. Docência e Tutoria: diálogos e tensões. Rev. Teoria e Prática da Educação Maringá, v.
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BEZERRA, M. de A.; CARVALHO, A. B. G. Tutoria: Concepções e Práticas na Educação a Distância. In: SOUSA, R. P. de; MIOTA, F. M.
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BORGES, J. P. F.; COELHO JUNIOR, F. A.; FAIAD, C.; ROCHA, N. F. da. Diagnóstico de competências individuais de tutores que
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Universidade do Estado de Santa Catarina. UDESC: Florianópolis, 2012.

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APROFUNDANDO
Conforme estudamos, o processo de formação de tutores é muito importante para a Educação a Distância e também é uma
obrigação das instituições de ensino que ofertam tal modalidade. Você verificará agora como funciona um processo seletivo e o
treinamento de tutores de uma Instituição de Educação Superior (IES).

Determinada instituição de ensino da região centro-oeste brasileira integra o sistema UAB, com isso oferta cursos de graduação,
especialização e cursos de extensão. Com base na crescente procura pela EaD e no sentido de aprimorar o trabalho, essa
instituição criou um centro específico para seleção e treinamento dos profissionais que atuarão e atuam na EaD, trata-se do
Centro de Referência em Formação e EaD (CERFEaD).

Em relação ao processo seletivo, esse consta de duas etapas. A primeira delas é a análise do currículo e a segunda é o próprio curso
de formação de tutores que tem caráter classificatório.

O curso apresenta uma carga horária de 100 horas aulas divididas em encontros presenciais (2 encontros) e atividades realizadas
no AVA utilizado pela referida instituição. O primeiro encontro presencial ocorre no início do curso e serve para interação dos
participantes a para as informações gerais, trata-se de uma espécie de ambientação. O segundo encontro é destinado à finalização
do curso que culmina como a realização de uma prova escrita. Esses encontros procuram simular a dinâmica dos cursos ofertados
pela IES, dessa forma, ao passar por esse processo o futuro tutor terá maior dimensão do modelo com o qual trabalhará.

Em relação aos eixos temáticos, esses são semanais e tratam sobre:

• Fundamentos da EaD;

• Tutoria;

• Avaliação da Aprendizagem na EaD;

• Mídias e Tecnologias da Informação;

• Metodologia da IES.

Esses conteúdos são trabalhados por meio de material didático, aulas por videoconferência, chats, Wikis e fóruns. Todo esse
processo, por sua vez, também é mediado pelos tutores responsáveis pelo processo de formação.

Em relação ao processo de avaliação, a prova presencial equivale a 50% da média final, as atividades realizadas no AVA, pelo tutor,
equivalem a 40% da média final e ainda há uma avaliação realizada pela equipe responsável pela formação que leva em conta ação
e interação do candidato. O processo de comunicação, assiduidade no AVA e nível de participação, essa equivale a 10% do valor da
média.

Como o curso é classificatório e eliminatório, serão classificados os tutores com as maiores médias considerando o número de
vagas disponíveis. Vale dizer que a média mínima para classificação é 7,0.

Percebemos com essa apresentação, como está estruturada na prática um modelo de processo seletivo e formação de tutores.
Vale dizer, que se trata de um modelo, visto que as instituições podem criar seus próprios processos seletivos, como também seu
próprio modelo de curso de formação.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação . a Distância; CARNIEL ,

Fabiane.

Tutoria e Processo de Mediação em EAD Fabiane Carniel. .

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

61 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Tutoria 2. Mediação 3. EaD. I. Título.

ISBN: 978-85-459-0628-5

CDD - 22 ed. 370

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

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TUTORIA E
INTERAÇÃO

Professora :

Me. Fabiane Carniel

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar o conceito de mediação pedagógica na EaD.

• Apresentar a importância da mediação pedagógica em qualquer processo de ensino e aprendizagem, em especial na EaD.

• Apresentar as ferramentas e estratégias de comunicação necessárias e usuais na EaD.

• Apresentar a importância do feedback para a interação entre os partícipes do processo de ensino e aprendizagem na EaD.

• Apresentar estratégias eficazes de comunicação de forma a garantir feedbacks claros e esclarecedores.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• A aprendizagem e a mediação pedagógica na EaD

• O processo de comunicação e interação na EaD

• A importância do feedback na EaD

• Estratégias para comunicação

Introdução
Caro(a) aluno(a), a relação dialógica, pautada no diálogo e na interação tem sido muito discutida no que diz respeito às teorias da
aprendizagem. Esse diálogo se faz importante e nos leva a refletir sobre novas formas de ensinar e aprender. Nossa sociedade
passa por muitas transformações e diante disso a educação precisa se adaptar a essas mudanças. É preciso destacar que
vivenciamos um período em que a informação circular existe praticamente em todas as camadas sociais de uma forma mais
acessível, algo que há pouco menos de um século não acontecia. Obviamente que informação e conhecimento são coisas distintas,
contudo não podemos negar que com esse fluxo intenso de informações a forma de conceber e construir o conhecimento também
se altera.

Diante desse processo, a articulação entre ensino e aprendizagem também precisa adotar posturas diferenciadas e tais posturas
devem ser assumidas pelo professor. Esse não deve mais figurar como único detentor do saber, mas deve ser um mediador dele.
Nesse processo de mediação, a interação tem papel fundamental e, consequentemente, o diálogo e as diferentes formas de
comunicação também.

Nessa perspectiva, na EaD não poderia ser diferente, dessa forma, a interação também tem papel de destaque. Na verdade, em tal
modalidade de ensino, a interação é de extrema necessidade, visto que tem, dentre outros objetivos, o intuito de diminuir a
sensação de solidão causada pela distância física que separa os atores do processo de ensino e aprendizagem e ainda, em muitos
casos, tem também o objetivo de orientar e reorientar o aluno em um processo constante de aquisição de sua autonomia e
organização para os estudos.

Vale dizer também que a interação tem relevância nos Referenciais de Qualidade para a Educação a Superior a Distância, um dos
documentos que norteiam a referida modalidade. A interação aparece diretamente ligada aos sistemas de comunicação.
Adjacentes à interação encontram-se diversos fatores e é sobre eles que falaremos nesta unidade. Assim, nesta unidade,
estudaremos a aprendizagem e a mediação pedagógica, a comunicação e a interação na EaD, a importância do feedback na EaD e
ainda estratégias de comunicação.
Verificaremos que a mediação pedagógica dependerá da postura que o tutor assumir em seu trabalho e em suas práticas com os
alunos. Posteriormente a isso, nossa tarefa será estudar a comunicação e a interação na EaD para compreender a ligação
intrínseca que existe entre ambas. Na sequência, verificaremos a importância do feedback para a EaD, visto que esse é fator
primordial de comunicação e interação na modalidade de ensino em questão. Por fim, considerando que a interação está
diretamente relacionada à comunicação, estudaremos algumas estratégias de comunicação de forma a melhorar a perspectiva
dessa, entre tutores e alunos.

Com isso, esperamos que você, caro(a) aluno(a), consiga perceber a importância da interação na EaD e ainda tenha subsídios para
propiciá-la no processo de ensino e aprendizagem a EaD. Venha comigo e tenha bons estudos!

Avançar

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A APRENDIZAGEM E A MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA NA EAD
Ao falarmos de aprendizagem na EaD, adentramos em um campo bastante complexo, pois muitas são as teorias que abordam essa
temática e apresentam diferentes concepções a respeito desse processo. Além disso, as IES que ofertam tal modalidade de ensino
têm autonomia para optarem e determinarem pela concepção pedagógica que for conveniente.

Neste momento, é importante dizer que mesmo havendo diferentes epistemologias, essas precisam convergir para um processo
de formação dos sujeitos que seja amplo e dê conta das necessidades da sociedade como um todo e do mercado de trabalho. Em
relação ao trabalho, não defendemos uma educação mercadológica, mas também não podemos deixar de considerar que o Ensino
Superior, foco da EaD em nosso país, é responsável por essa formação e ela precisa estar adequada a esse propósito.

De acordo com Brasil (2007), o Projeto Político Pedagógico (PPP) dos cursos ofertados pela EaD devem apresentar, com clareza, a
opção epistemológica na qual se pautará e que essa deverá fundamentar o seu currículo e, consequentemente, seu
desenvolvimento.

Nesse sentido, o sistema de tutoria dessas IES deve ser estruturado considerando também essas mesmas concepções de forma
que haja uma unificação entre as partes. A partir disso, embora esse não seja o foco de nossa discussão, é importante ressaltar que
o conhecimento da proposta pedagógica do curso é fator fundamental para o tutor e para o processo de tutoria, pois partindo
desse conhecimento é que tal proposta será efetivada. Existem diferentes possibilidades, mas o tutor precisa dominar tal
concepção pedagógica e agir em consonância com ela.

Filatro (2009 ) ao falar sobre as teorias pedagógicas da EaD pontua, dentre outras possibilidades, a perspectiva associacionista,
cognitiva e situada. De acordo com a autora, a primeira considera a aprendizagem como uma forma de alteração de
comportamentos, já a segunda entende a aprendizagem como alcance da compreensão dos sujeitos e a última entende a
aprendizagem como prática social. Vejamos mais sobre cada uma delas a seguir:

• Perspectiva associacionista ela pontua que suas bases são provenientes de teorias behavioristas de cunho comportamentalista.
,

Nesse sentido, eram enfatizadas “mudanças observáveis e mensuráveis do comportamento, decorrentes de respostas e estímulos
externos. (FILATRO, 2009, p. 96).

• Perspectiva cognitivista a autora explica que se pautou primeiramente em princípios construtivistas individuais e,
:

posteriormente, pautou-se em princípios construtivistas sociais. Em relação a essa última, ela esclarece, pautando-se nos estudos
do psicólogo e filósofo Russo Vygotsky, em que as funções psicológicas superiores são provenientes do desenvolvimento cultural
dos sujeitos e não fruto de um processo biológico. A formação desses processos superiores do pensamento ocorre pela prática por
meio da interação social. É importante dizer ainda que Vygotsky credita boa parte desse desenvolvimento do sujeito a situações
relacionadas à linguagem. Dessa forma, por meio da linguagem, o sujeito se comunicava interagia e se desenvolvia. Outro conceito
muito importante da teoria de Vygotsky é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Trata-se da distância entre o nível de
desenvolvimento atual do sujeito, conforme sua capacidade de resolver independente de resolver problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, esse, por sua vez, determina a capacidade de resolver problemas com o auxílio de outro sujeito cujo
desenvolvimento é superior ao seu ou ainda em conjunto com seus pares. Esse processo refere-se à mediação pedagógica.

• Perspectiva situada: parte de princípios socioconstrutivistas, portanto, ao verificar a literatura existente sobre essa temática
será possível encontrá-la com outras classificações. De acordo com a autora, essa perspectiva considera que o processo de
aprendizagem ocorre a partir da interação do sujeito com o ambiente e com outros sujeitos. Dessa forma “o diálogo cooperativo
permite que os participantes experimentem similaridades e diferenças entre vários pontos de vista” (FILATRO, 2009, p.98).
Professores, materiais instrucionais e colegas de classe são vistos como fontes de informação que podem ser consultadas para
resolver problemas reais.

A partir das ideias da autora podemos depreender um conceito muito importante para o processo de ensino e aprendizagem e,
logicamente, necessário à EaD, trata-se do conceito de mediação pedagógica. Sobre esse assunto, Masetto (2012, p. 144-145)
esclarece que:

É a atitude, o comportamento do professor que se coloca como facilitador, incentivador ou motivador da


aprendizagem, que se apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem –
não uma ponte estática, mas uma ponte “rolante”, que ativamente colabora para que o aprendiz chegue aos
seus objetivos .

Pautando-se nesses conceitos, podemos definir que a mediação, no processo de ensino e aprendizagem, é a relação que permite a
um sujeito mais experiente, professor, tutor, instrutor, reconhecer nas operações realizadas pelos alunos o nível de
desenvolvimento do mesmo para, a partir disso, propor estratégias e ações que os levem a um nível superior de desenvolvimento.

Chamamos sua atenção, aluno(a), neste momento, para considerar a importância do diálogo no processo de ensino e
aprendizagem. Para o desenvolvimento do sujeito, o trabalho com os conteúdos não pode se pautar em uma prática na qual o
professor fala e o aluno escuta. É preciso ouvir e se fazer ouvir. Vale dizer que esse diálogo não precisa ser necessariamente em
tempo real ou tampouco entre sujeitos fisicamente presentes no mesmo ambiente, existem inúmeras possibilidades.

Pensar é aprender a raciocinar, a organizar logicamente o discurso, submetendo-o a critérios, com a busca
de razões convincentes, inferências fundamentadas, organização de explicações, descrição e argumentos
coerentes.

Fonte: Moran (2012, p. 18).

Ao elaborar este material, espero não estar sozinha, espero que a cada parágrafo você leia e que isso desperte sua interação com
os conhecimentos aqui apresentados. Tal interação pode ocorrer por meio de suas dúvidas, de suas críticas, de sua aceitação ou
não do que está sendo apresentado e proposto. Da problematização que você faz dos conceitos lidos. Quero alertá-lo, caro(a)
aluno(a), que a interação não implica necessariamente em presencialidade. Achamos fundamental que você se aproprie dessa
ideia, pois é a base fundamental para um trabalho interativo de tutoria.

Vale dizer que Bernal (2008 ) relata que o papel do tutor se orienta em proporcionar ajuda aos estudantes de forma que esses
construam seus conhecimentos baseados em um processo de interação. As ideias da autora, bem como os demais conceitos
apresentados nos levam a inferir que mediação pedagógica, diálogo e interação relacionam-se entre si e são fundamentais ao
processo de ensino e aprendizagem assim como também à EaD.
Ressaltamos essa necessidade, considerando que a distância física que separa alunos, professores e tutores nessa modalidade de
ensino precisa ser, de certa forma suprida, por meio desse diálogo, dessa mediação e, consequentemente, dessa interação.

O diálogo é a ação de interlocutores, ou seja, dos partícipes do ato comunicativo. De acordo com Ferreira
(2000, p. 396) interlocutor é:

Aquele que fala ou participa de uma conversa, diálogo; cada um dos indivíduos que fazem parte uma interação
comunicativa. Pessoa que faz parte de uma interação efetuada pela linguagem. Cada um dos sujeitos pertencentes
a um determinado ato linguístico.

Nessa interlocução é importante que haja uma situação de troca e uma possibilidade de inversão dos
interlocutores, dessa forma, um diálogo genuíno, temos emissor e destinatário se alternando a cada
momento.

Preti (2009 ) ao propor uma discussão sobre bases epistemológicas para a EaD comenta acerca do empirismo, do inatismo e da
dialética. Dessas três concepções, considerando nosso objetivo de esclarecer conceitos sobre a aprendizagem e a mediação
pedagógica nessa modalidade de ensino, optaremos em verificar a explicação do autor sobre a concepção dialética.

O autor explica que “a realidade é dialética, é um processo de ir e vir, de reflexão - ação, de interação da experiência sensorial e da
razão, da inter-relação sujeito e objeto, sujeito - sujeito” (PRETI, 2009, p. 4). Além disso, utiliza como argumento para sua
afirmação que o conhecimento é um processo de construção, dessa forma, os sujeitos devem construir esses conhecimentos,
porém, muito dessa construção se dá por meio da interação existente entre aqueles que compõem esse ciclo.

Na aprendizagem formal, aquela que ocorre na escola, o professor, instrutor ou tutor é responsável em auxiliar os alunos nesse
processo de construção. Esse auxílio deve constituir--se por meio da mediação pedagógica. Diante disso, precisam ser capazes de
apresentar situações desafiadoras aos alunos que os instiguem a constantes descobertas e não apenas ao recebimento passivo de
informações sobre a falsa ideia de que se constrói conhecimento dessa maneira.

A partir desses princípios, defendemos que qualquer processo de ensino e aprendizagem deve se pautar, dentre outros elementos,
na interação e mediação. É importante dizer que a construção do conhecimento, objetivo essencial do processo de ensino e
aprendizagem, deve se estruturar na interação do sujeito e do objeto de conhecimento e, ainda, sujeito e sujeito.

Dessa forma, medidas simples, mas essenciais podem caracterizar o processo de mediação pedagógica. De acordo com Masetto
(2012, p. 145-146):

Dialogar permanentemente de acordo com o que acontece no momento, trocar experiências, debater
dúvidas, questões problemas, apresentar perguntas orientadoras, orientar nas carências e dificuldades
técnicas ou de conhecimento quando o aprendiz não consegue encaminhá-las sozinho, garantir dinâmica do
processo de aprendizagem, propor situações-problema e desafios, desencadear e incentivar reflexões, criar
intercâmbio entre a aprendizagem e a sociedade real onde nos encontramos, nos mais diferentes aspectos;
colaborar para estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e novos conceitos; fazer a ponte com
outras situações análogas; colocar o aprendiz frente a frente com questões éticas, sociais, profissionais por
vezes conflitivas; colaborar para desenvolver crítica com relação à quantidade e à validade de informações
obtidas; cooperar para que o aprendiz use e comande as novas tecnologias para suas aprendizagens e não
seja comandado por elas ou por quem tenha programado; colaborar para que se aprenda a comunicar
conhecimentos, seja por meio dos meios convencionais, seja por meio das novas tecnologias.

Nesse sentido, é possível propor um sistema de tutoria que permita essa interação e a mediação pedagógica de modo que
possibilite a construção do conhecimento por parte de seus alunos e ainda os preparem para serem autônomos e capazes de
desenvolver sua aprendizagem cada vez mais. Ainda sobre esse assunto, Bezerra e Carvalho (2011, p. 248) esclarecem que:
O professor deve buscar fundamentar sua prática no novo paradigma, atuando como mediador da
aprendizagem, abrindo canais para as intervenções, o diálogo, problematizando de fato o saber. Atuando
como mediador pedagógico, o professor estará focado na aprendizagem do aluno, assumindo que ele é o
centro do processo, devendo favorecer a construção individual e coletiva do saber.

O processo de mediação não pode ser confundido com o simples esclarecimento de dúvidas ou com o repasse de informações
sobre o conteúdo e o curso. É necessário ter conhecimento do que é a mediação pedagógica e desenvolver estratégias que
promovam o desenvolvimento dos alunos por meio dessas ações que devem ser planejadas e executadas sistematicamente.

Gómez-Collado (2012, p. 210) explica que considera:

que la figura del tutor cobra vital importancia, pues debe ser el eslabón para articular el nuevo modelo
[...]

de enseñanza centrado en el alumno, a fin de promover y fomentar ciudada¬nos formados, autónomos y


capaces de analizar críticamente los problemas que lo rodean, así como gestionar, resolver y transformar
conflictos, capaces de buscar soluciones y asumir responsabilidades. Es necesario atender al alumno en su
dimensión personal, social y afectiva.

Percebemos nas palavras da autora a ideia de mediação pedagógica bastante latente, visto que ela pontua que o processo de
ensino e aprendizagem deve estar centrado no aluno e, além disso, centrado em diferentes dimensões do indivíduo. Podemos
perceber que essa mediação tem um objetivo bastante importante que é formação ampla dos sujeitos. Na verdade, a intenção
primeira do processo educativo deve ser essa, porém, muitas vezes, esbarra em questões sociais, políticas e econômicas que
impedem que tal objetivo seja atingido.

A Educação é um subsistema social, pois é responsável por formar sujeitos para viverem em sociedade e, mais do que isso, para
agirem em sociedade. A educação adequada é aquela que liberta o sujeito e o forma criticamente. O prepara para viver em
sociedade aceitando as diferenças ideológicas, raciais, religiosas entre outras, formando sujeitos a partir de preceitos éticos e
morais.

Ocorre que muitas vezes esse objetivo é abafado por interesses de segmentos dominantes dessa mesma sociedade, segmentos
esses dominantes, mas que representam um minoria detentora do poder. Quando isso acontece, a formação de sujeitos críticos e
evoluídos intelectualmente fica abafada para que o poder continue mantido nas mãos de poucos.

Outra situação importante em relação à educação é que como subsistema social, ela deve sofrer alterações conforme a
necessidade da sociedade, contudo, há situações nas quais tais mudanças acabam ocorrendo de forma equivocada provocando um
descompasso entre o processo de formação dos sujeitos e as necessidades sociais. Esse contexto pode ser confirmado ao se
estudar as diferentes tendências pedagógicas e as diferentes didáticas que permeiam a educação através dos séculos.

Nesse sentido, é preciso que o educador, nesse caso, destacamos a figura do tutor, esteja atento às mazelas que envolvem o
processo educacional e assuma o seu papel transformador. Sobre isso, após expormos algumas concepções sobre o processo de
aprendizagem na EaD e a ainda sobre a mediação pedagógica, compartilhamos com as ideias de Aretio (2011, p. 159) quando
explicita que:

es evidente que si deseamos enriquecer el ámbito teórico sobre la educación a distancia, no podemos
[...]

partir de cero, habrán de considerarse las existentes filosofías y teorías de la educación, las propuestas
teóricas provenientes del campo de la comunicación y de la difusión (Sewart y otros, 1988), así como todo el
recorrido de las teorías del aprendizaje.

De acordo com Moore e Kearley (2011), a EaD passou por várias gerações e cada uma delas foi assim definida em função da
epistemologia ou suporte tecnológico que a sustentava. Esses autores explicitam que a primeira geração da EaD teve suporte nas
correspondências. A segunda teve suporte na transmissão por rádio e televisão, a terceira teve suporte na abordagem sistêmica, a
quarta utilizou-se da teleconferência e a quinta teve como suporte as aulas virtuais baseadas no computador e na internet.

Com isso, percebemos a evolução dessa modalidade de ensino e ainda a importância das mídias nessa evolução. Vivenciamos uma
geração da EaD pautada no uso das TIC, dessa forma, a mediação pedagógica, nessa modalidade de ensino, pode ser potencializada
com o uso das TIC como meio para tal mediação. Vale dizer ainda que essa modalidade de ensino deverá vivenciar outras gerações,
conforme a evolução social considerando, principalmente, os preceitos da Sociedade da Informação.

De acordo com Werthien (2000), a expressão Sociedade da Informação tem sido utilizada como substituta
do conceito complexo de sociedade pós-industrial e como forma de conceituar um novo paradigma técnico-
econômico pautado na disseminação da informação, proporcionada pelas novas tecnologias de
comunicação colaborativa.

Nesse sentido o autor explicita que as transformações em direção a essa sociedade, ainda que em estágio
mais avançado nas economias mais desenvolvidas, também se configuram dominantes em países menos
industrializados, caracterizando mais intensamente o paradigma da tecnologia da informação.

Fonte: Luvizotto e Carniel (2013).

Esse cenário permite aos alunos acesso a fontes de informação e de pesquisa excelentes e atualizadas, ainda por meio das TIC
poderá socializar e compartilhar essas fontes, assim como divulgar e compartilhar suas ideias, e essas mesmas ferramentas
permitirão ainda a comunicação e interação dos envolvidos no processo, uma proximidade virtual que supera a distância física e
promove a mediação pedagógica.

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E
INTERAÇÃO NA EAD
A comunicação na EaD é essencial para que a distância física que existe entre os pares do processo de ensino e aprendizagem
nessa modalidade seja amenizada. Outro fator de grande valia é a interação entre os sujeitos que compõem tal processo. Nesse
sentido, esclarecer esses conceitos assim como apresentar a relação existente entre eles é nosso objetivo neste tópico. Vale dizer
que compreender tudo isso é fundamental para o tutor, pois esse profissional é, na maioria das vezes, o elo entre aluno, curso e
instituição, além disso, de maneira geral ele é o maior responsável pela comunicação com o aluno, ainda que essa seja de cunho
pedagógico.

Além disso, a comunicação é importante em qualquer instância social, pois, quando ocorre de forma correta, faz com os sujeitos se
sintam inseridos no contexto no qual ela se dá. No caso da EaD, o aluno se sente realmente parte do processo de ensino e
aprendizagem, além disso, é claro sente-se situado no tempo e no espaço em relação ao curso que faz e ainda ao programa de EaD
que pertence. Essa comunicação adequada auxilia na criação de um sentimento de pertencimento e de proximidade dos alunos
com o curso e com a instituição.

Situação comunicativa

[...]

Denomina-se situação comunicativa o momento imediato em que o gênero discursivo se materializa em


texto em uma situação real de uso. Os fatores que configuram a situação comunicativa, na qual o gênero
discursivo se encontra ancorado, englobam os atores sociais envolvidos (interlocutores), o espaço (contexto
de circulação), os objetivos comunicativos envolvidos na situação, o gênero ou conjunto de gêneros
discursivos utilizados. Ou seja, uma situação comunicativa envolve: o lugar (quadro espaço-temporal), o
propósito comunicativo, os participantes e o gênero discursivo. Os participantes trazem consigo
conhecimentos diversos, tais como: linguísticos, ideológicos, culturais, sociais, crenças e valores, que vão
compor a situação comunicativa.

Fonte: Cavalcante (on-line).

Observe, aluno(a), que falamos sobre comunicação adequada, pois o processo contrário também pode ocorrer, visto que se a
comunicação não for adequada em igual proporção, ela afasta, distancia fazendo com que o acadêmico se sintam marginalizados
no processo de ensino e aprendizagem.

No sentido de comprovarmos nossas afirmações, destacamos que Brasil (2007) pontua a importância de sistemas de comunicação
nos projetos de EaD que deem conta de atender às necessidades de interação do processo educativo. Tal documento menciona a
importância do uso das TIC para os processos de comunicação e interação.

Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pilares para garantir a qualidade de um
curso a distância é a interatividade entre professores, tutores e estudantes. Hoje, um processo muito
facilitado pelo avanço das TIC (BRASIL, 2007, p. 10).

Tais referenciais explicitam ainda que a qualidade dos processos pedagógicos está aliada ao processo de comunicação, dessa
forma, esses devem garantir interação entre professores, tutores e estudantes.

Mas, você já parou para pensar no conceito de comunicação e interação? Por estar inserido na EaD, presumimos que essas sejam
palavras comumente utilizadas, mas a que conceito realmente nos remetem? Vejamos, inicialmente, alguns conceitos de
comunicação.

Ferreira (2000, p. 170) define comunicação como:


Ato ou efeito de comunicar-se, processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meio de
métodos e/ou sistemas convencionados. A mensagem recebida por esses meios. A capacidade de trocar
ideias ou discutir ideias, de dialogar com vista o bom entendimento das pessoas.

Há autores que ao definir comunicação preferem retomar a etimologia da palavra, ou seja, sua origem. Assim, Ferreira (2000)
explica que essa se origina do latim communicattio e que a união dos elementos que formam essa palavra traz a ideia de reunião,
algo realizado conjuntamente.

Já na concepção de Infante (2001), essa palavra carrega em si a ideia de tornar algo comum, nesse caso as ideias, assim ao se
comunicar o sujeito torna suas ideias comuns. O autor explica também que a vida humana é um processo contínuo de
comunicação, visto que integramos uma sociedade letrada na qual a palavra escrita e oral é constantemente utilizada, além disso,
mesmo aqueles mais tímidos precisam se comunicar para exercer as atividades diárias mais simples.

Sobre isso Kenski (2007) relata que o ser humano tem necessidade de expressar suas ideias, essas são apresentadas em suas
opiniões, percepções, experiências, direitos e deveres. Tal necessidade, segundo a autora, acompanha o homem desde os tempos
mais remotos. Por esse motivo, ele criou “um tipo especial de tecnologia, a tecnologia de inteligência” (KENSKI, 2007, p. 27).

A autora segue dizendo que a base dessa tecnologia é impalpável, ou seja, não materializável, tal base, é na verdade, a linguagem.
Essa, por sua vez, é desenvolvida, principalmente, pelos seres humanos justamente para que o processo de comunicação se efetive.
Não adentraremos nos conceitos de linguagem, até porque se trata de algo de bastante complexidade, pois a mesma se relaciona a
questões psicológicas e de desenvolvimento e ainda pelo fato que existem inúmeras formas de linguagem.

É fundamental aluno(a), que você tenha em mente a importância da linguagem na comunicação, pois conforme desenvolvemos
nossa capacidade comunicativa podemos ampliar nossa maneira de compreender a realidade que nos cerca, muito além disso,
podemos compreender melhor o mundo e ainda podemos ser compreendidos.

Outro conceito muito importante que envolve a comunicação é a interação. Teoricamente, essa subjaz aquela, pois todo ato
comunicativo tem um emissor e um destinatário, ainda que esse seja abstrato, pois quem comunica algo, o comunica a alguém.
Ferreira (2000, p. 395) define interação como ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas.
Além da relação existente entre comunicação e interação, há ainda forte ligação com algumas teorias da aprendizagem. Dessa
forma, ressaltamos a importância de o tutor compreender a interação e como ele deve ocorrer na EaD.

É essencial explicar que, ao aprofundar sua pesquisa, você encontrará também o conceito de interatividade relacionado à EaD.
Sobre isso, Mattar (2012) explica que tanto interatividade quanto interação são conceitos complexo, principalmente, quando se
trata de EaD. Nesse sentido, o autor apresenta a distinção entre os termos e entre as ideias as quais se referem. De acordo com
Mattar (2012, p. 24) “a palavra interatividade é recente na história das línguas [...] passando a ser largamente utilizada pela
informática [...] já a palavra interação é utilizada há bem mais tempo que interatividade e em ciências diversas".

Ainda no sentido de esclarecer os dois termos Mattar (2012, p. 24) explica que:

Alguns autores utilizam os dois termos indiscriminadamente, trocando um pelo outro sem diferenciar seus
significados, enquanto outros procuram construir definições distintas para cada um dos conceitos. Alguns
autores criticam, inclusive, o uso do termo interatividade, aceitando apenas o sentido de interação,
enquanto, para outros, a interatividade é um dos fenômenos mais importantes da modernidade, que estaria
provocando uma revolução na educação.

Diante das palavras do autor, inferimos que a interação está ligada aos sujeitos e suas relações dialógicas, enquanto a
interatividade está relacionada às tecnologias e aos canais de comunicação. Devido à ampla utilização das TIC na EaD, podemos
ter a interação e interatividade no processo de ensino e aprendizagem.

Sobre o processo de interação na EaD. Moore e Kearsley (2011) descrevem três tipos de interação, sendo interação
aluno/conteúdo, aluno/instrutor e ainda aluno/aluno. Mattar (2012), por sua vez, descreve além desses, ainda a interação
professor/professor, professor/conteúdo, conteúdo/conteúdo, aluno/interface, autointeração e interação vicária.
De acordo com Moore e Kearsley (2011), os professores e tutores precisam facilitar a interação aluno/conteúdo, pois está
diretamente relacionada à construção do conhecimento, algo primordial em um processo educativo, trata-se de uma característica
que define a educação de forma que o aprendizado planejado e sistematizado ocorra. Ainda os autores dizem que “cada aluno
precisa elaborar seu próprio conhecimento por meio de um processo de inserção pessoal das informações em estruturas
cognitivas previamente existentes” (2011, p. 152).

Mattar (2012) explicita que na EaD o aluno deve interagir com o material de estudo, essa interação ocorre com as informações e
ideias que encontra no material de estudo. É importante dizer que o referido material não se restringe somente ao livro didático,
mas pode ser um vídeo, um áudio, imagens etc.

Em relação à interação aluno/instrutor é preciso nesse caso compreender o tutor como instrutor, os autores explicam que se trata
de uma interação bastante desejável no processo de ensino e aprendizagem, visto que o mesmo também pode representar um ato
de socialização. Nesse sentido, Moore e Kearsley (2011) explicam que o tutor deve aconselhar, apoiar e incentivar o aluno,
mostrar-se presente e ativo no processo.

Outro ponto importante, diz respeito ao apoio do tutor em relação à aplicação do conteúdo, essa interação deve auxiliar o
acadêmico para que tenha condições de desenvolver e aplicar o conteúdo, quando necessário, de forma adequada e o
acompanhamento do tutor nesse momento é de grande valia.

No que diz respeito à interação aluno/aluno, como já dissemos, a educação é processo social, assim, trata-se de uma interação com
seus pares, compartilhando conhecimentos, estratégias de estudo, de aplicação do conteúdo e ainda dividindo suas angústias e
inseguranças. As tecnologias inseridas na EaD, atualmente, são grandes promovedoras dessa interação. Moore e Kearsley (2011)
explicam que nesse caso pode haver interação em atividades presenciais ou ainda em grupos criados nos ambientes virtuais de
aprendizagem.

Nesse último caso, não há interação face a face, mas sim virtual. Essas interações, de forma geral, podem fazer com que o aluno
reflita sobre os caminhos que tem percorrido em seu processo de aprendizagem e construção do conhecimento conforme tem
contato com a experiência dos demais colegas.

Sobre esse tipo de interação Mattar (2012) explica que pode ocorrer de diversas formas, sendo por meio de grupos de discussão,
apresentações dos próprios alunos, relatório sobre trabalhos em desenvolvimento, estudos e trabalhos desenvolvidos em grupos,
orientação de alunos mais experientes entre outras possibilidades.

Mattar (2012) cita a interação aluno/interface, essa diz respeito à relação entre o aluno e as tecnologias utilizadas no programa de
EaD no qual faz parte, levando em conta que serão pressupostos para outras interações, por exemplo, aluno/conteúdo,
aluno/professor ou tutor e aluno/aluno.

Considerando ainda os tipos de interação comentados por Mattar (2012) é importante destacar a interação vicária. Trata-se da
interação silenciosa do aluno. Esse é um tipo de interação que parte do aluno que tem um perfil observador e essa observação é
bastante ativa ao ponto do mesmo construir sua aprendizagem, a partir da observação da interação entre outros alunos. Embora
pareça passiva, é uma maneira, uma estratégia para o desenvolvimento que o próprio acadêmico desenvolveu.

A autointeração também merece nossa atenção. Segundo Mattar (2012) é a interação que o acadêmico faz com ele mesmo. É
bastante importante, pois representa também um momento de introspecção e reflexão dos alunos em relação à aprendizagem.

Percebemos que a interação ocorre de diversas formas na EaD e que essa faz parte do desenvolvimento dos alunos. Nesse sentido
cabe a cada um dos envolvidos no processo desenvolver essa estratégia, é claro que a parcela de responsabilidade que cabe ao
tutor é muito maior, por esse motivo é fundamental que ele compreenda a interação e os processos adjacentes a ela.

Confirmando essa ideia, Oliveira e Santos (2013) relatam que a interação entre aqueles que fazem parte de um curso na
modalidade a distância deve receber atenção, visto que por meio dela a aprendizagem e a construção do conhecimento serão
compartilhados entre tutores e alunos. Dessa forma, os autores consideram que recursos materiais, a logística empregada, os
valores e fatores subjetivos e a comunicação sejam a espinha dorsal da EaD.

Sobre esse assunto Kenski (2007) pontua que a partir das novas formas de comunicação (ocasionadas pelas TIC) a interação ganha
novas possibilidades, com isso, é possível desenvolver ambientes virtuais que proporcionem a realização de atividades didáticas
mais ativas e envolventes nas quais haja a cooperação entre alunos e professores. A autora coloca ainda a importância de um
ensino baseado em trocas e desafios.
Ensinar a aprender são os desafios maiores que enfrentamos em todas as épocas e, particularmente, agora
em que estamos pressionados pela transição do modelo de gestão industrial para o da informação e do
conhecimento.

(J. M. Moran)

Podemos dizer que, dentre outras ações, a tutoria deve proporcionar aos alunos a participação e a interação por meio de
atividades que permitam o debate, o diálogo. Nesse sentido, uma forma de viabilizar essas ações seria por meio das tecnologias
que permitem essa interação mesmo que esses sujeitos estejam afastados fisicamente.

Compartilhando dessa ideia, Balbé (2003, p. 8) ao discutir a interlocução entre tutores e alunos da EaD aposta que:

o sucesso dos sujeitos envolvidos no processo educativo depende da interação constante por meio dos
[...]

meios de comunicação, respeitando a individualidade dos alunos, incentivando o intercâmbio entre os


colegas e orientando o estudo independente do aluno.

Sobre o processo de comunicação na EaD, Preti (2009) relata que na medida em que se promove a comunicação e o diálogo,
superam-se as limitações ocasionadas pela distância existente entre aluno e educador, com isso, rompe-se o isolamento abrindo
espaço para uma perspectiva humanizadora em um processo cuja mediação ocorre por meios tecnológicos.

Partilhamos das ideias de Preti (2009) e acreditamos que é possível humanizar o processo de ensino e aprendizagem da EaD,
principalmente, pelo uso de ferramentas tecnológicas que proporcionem a comunicação. Um ponto crucial para isso é que
sistemas de EaD sejam pautados nessa mesma premissa e considerem a tecnologia como um meio e não como um fim. Nesse
sentido, o tutor utilizar-se-á desse meio para contribuir potencialmente para a interação na EaD e, consequentemente, para o
desenvolvimento de seus alunos.

Determinado profissional com experiência acadêmica se interessou por um processo seletivo para tutoria.
Seu currículo era compatível com edital e o mesmo achou interessante a possibilidade de trabalhar com a
educação, porém distante dos alunos fisicamente. Erroneamente, desconhecia a necessidade de interação,
assim como as possibilidades da mesma na EaD. Tal ideia surgiu porque esse profissional tinha sérios
problemas de relacionamento interpessoal, era de poucas palavras, bastante objetivo e pouco sociável.

Devido à sua formação e experiência acadêmica, ao fazer uma prova sobre o conteúdo da disciplina na qual
trabalharia como tutor seu desempenho foi excelente. As demais etapas do processo seletivo consistiram
em entrevista e prova de título. Diante desse processo o mesmo foi aprovado para a tutoria.

Ao ingressar no treinamento para assumir sua função, o referido tutor se deparou com um processo que
consistia em explicar a importância da interação para a EaD e ainda as maneiras como ocorre. Esse tutor
ficou bastante preocupado com a situação, pois diante de suas dificuldades de relacionamento interpessoal,
poderia ter problemas com essa interação. Isso realmente ocorreu, conforme o treinamento foi ocorrendo,
esse profissional compreendeu que não teria perfil para a comunicação e interação para com os alunos o
que o fez acabar desistindo da profissão.
A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK NA
EAD
Para iniciarmos este tópico, entendemos que nosso primeiro passo é definir o que é feedback, visto que esse é um importante
instrumento de comunicação e interação na EaD.

Romiszowski e Romiszowski (1998, p. 41) na tentativa de traduzirem a palavra feedback, os autores a classificam como
retroalimentação. E ao apresentarem o dicionário de terminologia de EaD, classificam o feedback como:

termo técnico da cibernética (cybernetics) relacionado com o autocontrole de um sistema pela análise
[...]

dos resultados obtidos. Agora usado na EAD para qualquer forma de fluxo de informações do tutor ao
aluno, ou de um gabarito de respostas pré-preparadas.

Abreu-e-Lima e Alves (2011, p. 192) ao apresentarem a definição de feedback explicam que esse pode ser descrito como
procedimento ou comunicação que se realiza com o intuito de responder aos questionamentos do aluno ou para orientá-lo de
forma geral em relação ao curso. As autoras citam ainda que no caso de instrução assistida por computador o “feedback é a
informação apresentada ao aprendiz logo após qualquer insumo com o propósito de modelar suas percepções”.

De acordo com Cardoso (2011) esse termo tem origem na biologia e diz respeito a um processo neutro de ação e reação, era usado
para se referir a uma resposta que o organismo recebia após agir em seu ambiente. A autora também explica que no processo de
ensino e aprendizagem, o feedback teve seu início com o Behaviorismo.

“O feedback era um mecanismo usado para reforçar ou descartar respostas” (CARDOSO, 2011, p. 180). Contudo, tinha um papel,
de certa forma, limitado, visto que nessa corrente teórica o erro deveria ser descartado, enquanto as respostas corretas deveriam
receber um feedback positivo.

Um pouco mais tarde, com a teoria cognitivista, e feedback passou a ter um papel mais relevante no meio educacional, pois para a
referida teoria a reflexão sobre o erro ou sobre as respostas erradas era uma forma de aprendizagem, a partir de tal reflexão era
possível a reorganização do conhecimento adquirido de forma que esse se readequasse a formas mais corretas.
É importante dizer que o feedback, atualmente, aparecerá em muitas áreas como administração, gestão, psicologia e educação.
Nesse último caso, o destaque se dá para a EaD. Nessa modalidade de ensino, ele tem um papel muito especial porque é fonte de
comunicação entre tutor e alunos sendo diretamente associado ao processo de comunicação, interação, motivação, avaliação e até
mesmo à permanência do aluno em um curso na modalidade a distância.

Vrasidas e McIsaac (1999 apud CARDOSO, 2011, p. 18-19) “associam o feedback a respostas que fornecem informações aos
alunos sobre a correção de seus deveres de casa, trabalhos e contribuições em sala de aula”. Já Mason e Bruning (2003 apud
CARDOSO, 2011, p. 19), por sua vez, “caracterizam o feedback como qualquer mensagem gerada em resposta a ação de um
aprendiz”. Vale ressaltar que ao pesquisar as concepções do feedback na EaD, percebe-se que a definição mais relatada, bem como
a mais aceita está relacionada à definição apresentada por Mason e Bruning.

Na modalidade de ensino em questão a comunicação com o aluno e o feedback pode fazer com esse se sinta mais próximo do
professor de forma que diminua a sensação de isolamento. Além disso, o feedback é uma forma de fazer com que o aluno tenha
segurança em contar com alguém para o esclarecimento de suas dúvidas, sejam elas relacionadas ao conteúdo ou não.

Inúmeras são as pesquisas que relacionam o feedback ao processo de comunicação e interação na EaD. Em
relação a isso, Cardoso (2011) em seu artigo “Feedback em contextos de ensino-aprendizagem on-line” cita
o resultado de uma pesquisa realizada por outros autores que constatou a importância do feedback como
uma das formas de permanência em seus respectivos cursos.

“Em uma pesquisa que investigou a interação em cursos on-line, os autores concluíram que os alunos
valorizavam o feedback individualizado fornecido pelo professor e o feedback dos alunos, por servir como
uma fonte de troca de experiências” (CARDOSO, 2011, p. 21). Outra constatação fundamental da pesquisa
foi o fato que o feedback tardio ou a falta dele, considerando o curso investigado, foi motivo de
desmotivação e também desistência do curso.

Diante desse fato, a pesquisa relacionou então o feedback como fonte de interação e motivação para os
alunos, sendo a que a falta do mesmo pode ocasionar problemas de evasão. Assim, ao elencarmos as
competências, como também o papel do tutor, é evidente a necessidade de feedbacks constantes aos
alunos.

Fonte: Cardoso (2011, p. 17-34).

Tenório et al. (2014) ao destacarem as competências do tutor citam as chamadas competências socioafetivas que estão
relacionadas à motivação e interação, os autores enfatizam que a interação tem um papel fundamental na EaD visto que promove
um ambiente mais acolhedor e seguro para o aluno. Dentre tais competências, os autores explicam que o tutor deve ser sociável,
ser ético, ser comunicativo, ser empático e ainda ser inovador.

Para os autores a sociabilidade relaciona-se também à capacidade de aceitação que possibilita aos alunos perceberem a troca de
experiências com mais compreensão. Diante disso, o educador sociável, dentre outros fatores, promove a comunicação com
frequência e qualidade com os participantes de seu curso.

Tenório et al. (2014, p. 527) sobre o fato do tutor ser ético explicam que “acredita que o tutor ético é aquele que consegue
desenvolver no aluno ideias e atitudes que corroborem a liberdade e a cooperação de modo digno”.

No que diz respeito à capacidade de ser comunicativo “algumas ações tutorias que a representam seria compartilhar experiências
durante discussões, convidar alunos ausentes a participarem de debates, responder dúvidas e elaborar correções de atividades
capazes de sanar dificuldades” (TENÓRIO et al ., 2014, p. 527).

Ainda de acordo com os autores a empatia é de grande valia no processo educativo na medida em que a distância física pode ser
diminuída pela relação social e saudável estabelecida entre tutor e alunos. Já sobre a inovação, essa se caracteriza pela capacidade
que o tutor deve ter de lidar com a evolução das ferramentas de comunicação e interação das TIC. Em uma perspectiva centrada
no diálogo, Behling e Cruz (2008, p. 380) relatam que:
[...] análise dos diálogos, numa visão holística, permite que o ambiente virtual de aprendizagem seja
a
entendido como produto cultural. Levar em conta a sua história, as relações contextuais, o momento, e as
trocas entre os agentes, ajuda a favorecer atitudes de ressignificação.

Dessa forma, é importante que o feedback leve em consideração essas dimensões para não cumprir apenas um papel de repassar
informações, mas que vá bem além disso, permitindo interação e norteando o aluno na metodologia de seu curso, bem como no
processo como um todo.

Ressaltamos aqui que a importância desse retorno dado ao aluno deve servir, inclusive, como base norteadora para que esse se
autoavalie e compreenda se está ou não no caminho certo. É importante, também, que esses feedbacks sejam apresentados
gradativamente de forma que o aluno não se choque com os resultados finais das avaliações. Tal retorno é fundamental para que o
aluno consiga se reorganizar caso esteja executando tarefas que não estejam adequadas a um bom rendimento no curso.

Assim, é possível afirmar que o feedback deve ser utilizado também como forma de orientação para que o acadêmico mude seu
comportamento e suas práticas quando necessário para atingir um aproveitamento mais satisfatório tanto no fator acadêmico
quanto no pessoal. Shute (2008 apud ABREU-E-LIMA; ALVES, 2011) classifica esse feedback como formativo.

Nesse sentido, precisam ser observadas ainda questões como tempo de resposta e formato da resposta, em relação a esse último
item, vale ressaltar que ele ocorre por meio da linguagem utilizada, pela quantidade de informações, pela progressão das ideias
apresentadas entre outros fatores.

Fluminhan et al. (2013, p. 726), ao apresentar a importância do feedback como ferramenta pedagógica, aponta algumas práticas
para a elaboração de feedbacks:

a) forneça o feedback com a maior rapidez possível ou dentro do prazo estipulado pela instituição de
ensino; b) sempre abra espaço para que os alunos possam questionar, fazer sugestões e criticar tanto a ação
pedagógica como a avaliação promovida pelo professor; c) realize o feedback do tipo conferência sempre
que possível; d) procure diversificar as formas de fornecer o retorno aos alunos; e) após prover o feedback
aguarde um tempo suficiente para que o aluno possa processar o que lhe foi dito, reformular sua resposta e
produzir um resultado mais coerente e acertado; f ) programe atividades para que os alunos realizem a
correção e avaliação entre os pares, o chamado “ peer feedback ”; g) utilize um modelo de avaliação que seja
honesto ao corrigir as falhas e equívocos apresentados pelos alunos, mas que seja, acima de tudo, uma
ferramenta que valorize os aspectos positivos observados durante a realização da tarefa; h) procure
equilibrar a frequência de feedback ofertado. O excesso de feedback pode gerar efeitos negativos à
aprendizagem.

Nesse sentido, ressaltamos que essas são sugestões importantes que podem servir de base para o feedback no processo de
tutoria. Contudo, o tutor, diante do conhecimento dos objetivos e da importância desse item para seu trabalho, deve também estar
apto a repensar e elaborar suas formas de retorno para seus alunos considerando tanto as particularidades de suas turmas bem
como de seus alunos.

Nesse último caso, isso é fundamental, devido ao caráter individual que o feedback possui, aliás, muitas vezes, é por meio dele que
o professor tem a possibilidade de investigar as necessidades de seus alunos e desenvolver estratégias para auxiliá-los. Não existe
um modelo definido ou ideal de feedback, visto que ele precisa ser adaptado às necessidades das turmas, dos alunos, bem como
das atividades, contudo, de uma forma bastante interessante Abreu-e-Lima e Alves (2011) apresentam dois tipos de feedback,
sendo eles: escada de feedback e feedback sanduíche.

No primeiro caso, trata-se de uma sucessão de etapas, sendo indicado no caso de feedbacks de cunho avaliativo. Assim, essas
etapas compreendem:

1. Esclarecer;

2. Valorizar;
3. Questionar;

4. Sugerir.

Na primeira etapa Abreu-e-Lima e Alves (2011) explicam que o tutor deve esclarecer junto do aluno pontos que não ficaram claros
em sua participação em uma atividade. É ação de grande valia, pois pode trazer algumas informações acerca da percepção que o
aluno teve ao realizar a atividade e evitar alguns equívocos no momento da avaliação propriamente dita.

Na segunda etapa, mesmo que a atividade tenha problemas, é preciso encontrar pontos positivos a serem destacados de forma
que o aluno seja valorizado por isso, visto que “enfatizar os pontos positivos no trabalho, apontar as potencialidades e oferecer um
elogio honesto (sem exageros) mostra o quanto o educador está atento ao processo de aprendizagem do estudante” (ABREU-E-
LIMA; ALVES, 2011, p. 107).

Ainda de acordo com as autoras, na terceira etapa é o momento de o tutor questionar o aluno acerca de suas ideias e pensamentos
propondo uma reflexão sobre os pontos que não estejam claros e/ou ainda sobre conceitos que foram apreendidos
equivocadamente. É preciso ter polidez e cuidado nessa etapa para não causar constrangimento ou ainda um embate de ideias.

Por último, as autoras explicam que na etapa da sugestão é o momento que o tutor deve fazer sugestões concretas para a melhoria
daquilo que não estava adequado assim como para a resolução de problemas. No outro modelo apontado pelas autoras a estrutura
se pauta na proposta de destacar algo positivo, sugerir melhorias e realçar algo muito bom. Nesse caso, a ideia é que, mesmo
havendo a necessidade de correções e adequações, o feedback seja sempre finalizado com algo positivo.

Ainda sobre o feedback, é importante salientar que esse não ocorre somente de tutor para aluno, como já mencionamos. Assim, o
feedback que o aluno encaminha ao tutor também é de suma relevância no processo de ensino e aprendizagem da EaD, uma que
por meio desses retornos, o tutor terá indícios de como está a progressão do aluno no curso, suas percepções, suas dificuldades,
suas expectativas entre outros. De posse dessas informações e dados, poderá procurar meios para fazer um melhor atendimento a
esse aluno de forma que se sinta mais confortável na realização de atividades, na interação com o conteúdo, professores, tutores e
colegas de turma.

O feedback também tem um importante papel na formação do aluno autônomo, um dos objetivos do ensino
a distância.

(Belloni)

É essencial que o tutor tenha ciência da importância do feedback no processo de ensino e aprendizagem da EaD, pois devido à
quantidade de atribuições e da demanda do dia a dia, muitas vezes responder aos alunos tanto no que diz respeito a dúvidas gerais
quanto em relação ao processo avaliativo se torna algo banal que vai perdendo a importância com o passar do tempo ou conforme
esse profissional vai estendo seus dias na tutoria.

Também, muitas vezes, em função do grande número de alunos em uma mesma turma, os feedbacks acabam ocorrendo por meio
de mensagens padronizadas que têm cunho bastante impessoal e desagradam o aluno acentuando a distância existente entre
alunos e tutores. O aluno precisa se sentir acolhido, por isso, o feedback personalizado que trata da sua situação pontual não pode
deixar de existir.

Sobre a constância do envio do feedback é relevante que esse não seja tardio ou escasso, é necessário manter um prazo
considerável para a resposta visto que quanto maior for a agilidade do tutor em responder ao aluno, menor pode ser a ansiedade
gerada pela espera da resposta. Outro fator que merece atenção é a quantidade de feedbacks, nem todos os alunos gostam de
receber mensagens que não tenham solicitado, dessa forma, é preciso estar atento para a necessidade do envio de mensagens
relevantes para que esse contato não se banalize.

O feedback precisa ser claro de forma que transmite realmente as intenções do tutor para com o aluno, mas, obviamente, precisa
ser polido e cordial, ainda que seja para reprender alguma prática inadequada.
ESTRATÉGIAS PARA COMUNICAÇÃO
NA TUTORIA
Para que a comunicação cumpra seu papel de tornar ideias comuns e transmitir mensagens, ela precisa ser eficaz, ou seja, precisa
ser correta. É preciso que os entes envolvidos em um processo comunicativo realmente compreendam o discurso que está
circulando.

Em qualquer esfera social esse processo de compreender e ser compreendido no que diz respeito à comunicação é fundamental,
tanto para evitar equívocos técnicos quanto para evitar constrangimento e desconforto entre as partes. Esse não é um processo
simples. Muitas vezes parece que transmitimos uma ideia de forma muito clara e nosso interlocutor não consegue compreendê-la
ou ainda temos clareza total dessa ideia em nosso pensamento, mas não conseguimos externá-la de forma clara. Para nos
comunicarmos podemos fazer uso de vários tipos de linguagem, porém, a forma mais corriqueira de comunicação se dá por meio
da produção de textos, sejam eles orais ou escritos. Na EaD, na maioria dos modelos, os sistemas de comunicação são baseados na
troca de mensagens escritas. Nesse sentido, uma competência técnica para qualquer tutor é capacidade de boa comunicação. Essa
envolve a oralidade, mas principalmente a escrita.

É comum ouvirmos pessoas relatando dificuldade com a produção de textos escritos, mas vale dizer que em relação a alguns
gêneros textuais existem técnicas e estratégias que auxiliam no desenvolvimento dessa habilidade. No caso da tutoria, há a
necessidade da produção de gêneros textuais diversos que ocorrem também pela linguagem oral, quanto pela escrita.

Nesse sentido, independentemente, da área de atuação do tutor, habilidades linguísticas serão necessárias. Assim, é importante
que esse profissional tenha domínio de algumas técnicas de comunicação. Em virtude disso, vamos apresentar a você algumas
dessas técnicas e ainda algumas estratégias da comunicação a fim de viabilizar uma comunicabilidade fluente.

Gêneros discursivos ou gêneros textuais

É vivendo a vida com os textos, isto é, atuando e nos comunicando em diferentes campos/esferas de
atividade pelas quais circulamos em nosso cotidiano – em casa, no trabalho, estudando, informando-nos por
meio do jornalismo, consumindo, apreciando e fruindo obras de arte, divertindo-nos – que enunciamos e
materializamos nossos textos orais, escritos e multimodais. Os gêneros de discurso nos servem nesses
momentos, pois são as formas de dizer mais ou menos estáveis em nossa sociedade. Todos os cidadãos
sabem o que são e reconhecem notícias, anúncios, bulas de remédio, cheques, livros didáticos, bilhetes etc.

Esses gêneros discursivos são nossos conhecidos e são reconhecidos tanto pela forma de composição dos
textos a eles pertencentes como pelos temas e funções que viabilizam e o estilo de linguagem que
permitem. Os textos pertencentes a um gênero é que possibilitam os discursos de um campo ou esfera
social. Por exemplo, as notícias, os editoriais e comentários fazem circular os discursos e posições das
mídias jornalísticas. Estes três elementos – forma composicional, tema e estilo – não são dissociáveis uns
dos outros: os temas de um texto ou enunciado se realizam somente a partir de um certo estilo e de uma
forma de composição específica.

Autor: Rojo (on-line).

Em relação ao ato comunicativo, esse é constituído de alguns elementos imprescindíveis para que a comunicação ocorra, é,
inclusive a falha em um desses elementos que ocasiona problemas em relação à mensagem. Ocorre que a comunicação é um ato
tão corriqueiro que muitas vezes não nos damos conta desses fatores que a permeiam, porém, a compreensão deles pode
favorecer consideravelmente esse processo.

Diante disso, o ato comunicativo é constituído por:

• Emissor emissor, remetente ou destinador


: é aquele que envia a mensagem, podendo ser representado por um indivíduo,
grupos de indivíduos ou entidade.

• Receptor receptor ou destinatário


: é aquele que recebe a mensagem, podendo ser representado por um indivíduo, grupos de
indivíduos ou entidade.

• Mensagem mensagem : é o conteúdo ou as informações a serem transmitidas, comunicadas.

• Canal canal de comunicação ou contato


: é o meio pelo qual a mensagem está sendo transmitida, repassada.

• Código código é o tipo de linguagem utilizada para a transmissão da mensagem. Código mais comum utilizado nas linguagens
:

verbais é a língua, em nosso caso, a língua portuguesa escrita ou oral. É importante dizer que para codificar e decodificar a
mensagem, emissor e destinatário precisam compartilhar o conhecimento do código no qual a mensagem foi elaborada.

• Referente ou contexto: é a situação, a circunstância que envolve a mensagem.

O código mais comum utilizado em nossas mensagens é a Língua Portuguesa. De acordo com Infante (2001,
p. 25): “a língua é um verdadeiro ‘contrato’ que os indivíduos de um grupo social estabelecem, aceitas as
condições desse contrato, a comunicação está garantida".

Nesse sentido, vamos pensar em um exemplo prático de tudo isso. Ao encaminhar uma mensagem escrita para seu aluno por meio
de um AVA, o tutor estará mobilizando esses elementos. É importante dizer que existem correntes teóricas que incluem, além
desses, outros elementos no processo de comunicação, contudo, fixaremos nossa explicação apenas naqueles apontados
anteriormente.

Como foi possível perceber, a comunicação é constituída por elementos que a fazem acontecer, porém, quando há uma falha em
um desses elementos, possivelmente, teremos um problema com a comunicação de forma que não será possível tonar comum a
mensagem desejada. A essa inconsistência na comunicação chamamos de ruído. Esses podem ser ocasionados por questões físicas,
relacionadas ao ambiente em que se dá a comunicação ou em relação aos equipamentos utilizados para tal.

Por questões fisiológicas, problemas relacionados ao emissor ou ao receptor, problemas com a voz ou com audição, por exemplo.
Questões psicológicas como nervosismo ou falta de atenção de quem emite ou recebe a mensagem e ainda por questões
linguísticas e semânticas, por exemplo, organização e progressão das ideias escritas, pontuação, vocabulário etc.

Acerca dos elementos da comunicação, Infante (2001) alerta que o conhecimento dos mesmos é de grande valia, pois nos
possibilita avaliar melhor o ato comunicativo tanto na posição de emissor, quanto na posição de receptor. O autor ainda explica
que na condição de emissor é importante conhecer as características sociais do receptor, pois de posse dessa informação será
possível a organização mais adequada da mensagem.

Competência comunicativa

A competência comunicativa é a capacidade do usuário da língua de produzir e compreender textos


adequados à produção de efeitos de sentido desejados em situações específicas e concretas de interação
comunicativa. Portanto, é a capacidade de utilizar os enunciados da língua em situações concretas de
comunicação. A competência comunicativa envolve a competência linguística ou gramatical para produzir
frases que sejam vistas não só como pertencentes à língua, mas apropriadas ao que se quer dizer em dada
circunstância. Envolve também a competência textual, vista como a capacidade do usuário de, em situações
de interação comunicativa, produzir, compreender, transformar e classificar textos que se mostrem
adequados à interação comunicativa pretendida, utilizando regularidades e princípios de organização e
construção dos textos e do funcionamento textual, já que os textos são a unidade da língua em uso.

[...].

Fonte: Travaglia (on-line).

A essa questão da compreensão da mensagem a ser transmitidas, podemos envolver ainda conceitos um pouco mais complexos,
pois esse entendimento também dependerá de outros fatores relacionados aos conhecimentos prévios de cada um. Embora não
tenhamos destacado esse item como um ruído, ele é, constantemente, responsável por equívocos e problemas na comunicação.

[...]ação comunicativa surge como uma interação de, no mínimo dois sujeitos, capazes de falar e agir, que
a
estabelecem relações interpessoais com o objetivo de alcançar uma compreensão sobre a situação em que
ocorre a interação e sobre os respectivos planos de ação com vistas a coordenar suas ações pela via do
entendimento (PINTO, 2005, p. 790).

O autor ainda explica que na busca do entendimento, os envolvidos no ato comunicativo, procuram testar a validade da mensagem
mobilizando fatos, normas sociais e experiências subjetivas. Nesse sentido, é possível afirmar ainda a importância do
conhecimento do contexto no qual a mensagem está sendo produzida para o real entendimento dela.

No sentido de estabelecer uma comunicação adequada e funcional, o tutor precisa estar atento aos elementos da comunicação ao
emitir uma mensagem, além disso, precisa compreender ainda algumas diferenças fundamentais entre a escrita e oralidade, sendo
essas, importantes estratégias de comunicação no processo de tutoria.

A oralidade permite maior variedade de construção, até porque apresenta, com maior frequência desvios das regras gramaticais
mais rígidas. Também permite maior variação de temas em uma mesma mensagem pelo fato de que os interlocutores estão, na
maioria das vezes, face a face na conversa.
Assim, a escrita permite e necessita de maior tempo para a elaboração, enquanto a oralidade é mais rápida e há um tempo menor
para a elaboração da mensagem. A escrita permite ainda, na maioria das vezes, uma revisão, ao contrário da oralidade.
Considerando essa ideia, apresentaremos um quadro comparativo entre escrita e oralidade.

Fonte: a autora (2016).

Sobre esse assunto, Primo (2008, p. 20) explicita que:

O diálogo na interação face a face apresenta uma “multiplicidade de deixas simbólicas”, ou seja, as palavras
vêm acompanhadas de informações não verbais como piscadelas e gestos, franzimento de sobrancelhas,
variações na entonação etc. (que podem reduzir ou até mesmo ampliar ambiguidades).

Na EaD, um diálogo presencial é mais difícil, visto a questão da separação no tempo e no espaço que envolvem os partícipes nesse
processo. Dessa forma, a interação ocorre, na maioria das vezes, por meio da linguagem escrita e essa é mediada por ferramentas
de comunicação. Sobre esse assunto, Primo (2008) aponta para a importância das ferramentas do ambiente de comunicação e
ainda das relações que são constituídas pelos sujeitos que fazem parte desse ambiente.

Nesse sentido, o tutor precisa estar atento ao uso dessas ferramentas para a comunicação e ainda ter bastante discernimento que
embora tenha às suas mãos uma série de ferramentas de comunicação muito semelhantes àquelas utilizadas em redes sociais, o
ambiente acadêmico deve primar por uma linguagem formal. Por lado, é preciso esclarecer que a formalidade não pode ser
confundida com construções rebuscadas e prolixas. É importante que os textos tenham clareza e consigam transmitir
adequadamente a informação que desejam.

Linguagem formal a linguagem formal é aquela que segue as regras gramaticais não permitindo variações
:

ou desvios dessas regras. Essa também pode ser chamada de linguagem padrão ou culta. Aparece com
maior frequência na escrita, mas também é passível de utilização na oralidade.

Linguagem informal: permite pequenos deslizes em relação às regras apresentadas na gramática


normativa. É utilizada com maior frequência na oralidade, contudo, devido a uma série de fatores, tem
ocorrido com frequência também na escrita.

Nessa perspectiva, é importante esclarecer que independente da área de formação do tutor a comunicação escrita será
fundamental para o seu trabalho e a eficácia dessa comunicação está diretamente ligada ao desempenho desse profissional, pois
muitas vezes o entendimento do aluno das questões do curso e mesmo do conteúdo dependerá desse processo de comunicação.
Carvalho (2009) explica que a Língua Portuguesa, constitui-se, na EaD, como o principal código de comunicação entre tutores e
alunos, sendo a escrita a forma de comunicação mais utilizada nos AVA. Assim, o código escrito se constitui como um recurso
fundamental para a transmissão de emoções, certezas, dúvidas, inseguranças, questionamentos e respostas tanto para uso do
tutor quanto dos alunos. Dessa forma, deseja-se que o tutor tenha conhecimentos linguísticos que o permitam elaborar,
compreender e interpretar textos diversos.

Sobre esses conhecimentos, uma estratégia essencial para qualquer tutor e o entendimento de alguns conceitos importantes que
permeiam qualquer texto sendo esses classificados em pressuposto e subentendidos. A compreensão desses conceitos se faz
fundamental pelo fato que permitem compreender e interpretar de forma melhor as mensagens recebidas de seus alunos. Essa
compreensão e interpretação corretas podem evitar muitos problemas tanto no nível conceitual como no nível da interação da
relação social.

Todo texto apresenta mensagens explícitas, mas também pode apresentar mensagens implícitas, nas quais será preciso uma boa
dose de inferência para poder encontrar o que está escrito nas entrelinhas. Essa leitura pode ser feita quando se é capaz de
identificar os pressupostos e os subentendidos apresentados em uma mensagem.

[...] leitura não se dá apenas no dito (no posto), mas, principalmente, também no que não está dito (nos
a
implícitos), ativados pelos pressupostos e subentendidos, por meio de elementos linguísticos e pragmáticos
(FRANÇA, 2012, p. 62).

Nosso objetivo é aprofundar a discussão em relação à textualidade e a conceitos linguísticos muito complexos, contudo, é
fundamental ter essa percepção, pois as mensagens emitidas pelos alunos podem conter muita coisa além do que está posto e
identificar que isso é primordial para o processo de ensino e aprendizagem.

Assim, França (2012) explica que os implícitos em um texto são representados pelo conteúdo que fica à margem daquilo que se
está dizendo isto porque ele não fica revelado de forma clara, sendo possível percebê-lo, por meio de pistas linguísticas, ou seja,
por meio de conjunções, advérbios, pronomes que fazem a retomada de alguma informação já apresentada ou pela referência que
fazem a essa informação.

Em relação ao pressuposto, como o próprio termo já indica trata-se de uma suposição que se faz em função das pistas que são
apresentadas no próprio texto. Vejamos um exemplo. Um aluno encaminha a seguinte mensagem para seu tutor: “Oi, professor,
tudo bem? Encaminhei minha nova participação no fórum desta semana, poderia verificar, por favor” .

Nesse caso, a utilização da expressão “nova participação” leva o tutor a pressupor que já há uma participação mais antiga. A pista
linguística foi dada exatamente em função da expressão utilizada: nova participação. Em relação ao subentendido, a identificação
do mesmo é um pouco mais complexa, visto que depende de um grau maior de interpretação e muitas vezes a identificação do
mesmo só se dá a partir dos conhecimentos prévios que o interlocutor lance mão.

De acordo com França (2012) trata-se das insinuações que estão escondidas por trás de uma informação. Vejamos outro exemplo
no qual um aluno encaminha a seguinte mensagem a seu tutor: “Olá, Professor, não vou conseguir fazer a prova da próxima semana
por causa do conteúdo”.

Nesse caso, a utilização das expressões não permite pressupor em que medida o conteúdo impedirá o aluno de realizar a prova, se
por sua extensão, se por sua complexidade, se por sua falta. Nesse caso, a partir do conhecimento que tem do contexto da situação
comunicativa e do conteúdo, o tutor poderá inferir sobre a implicação do conteúdo para a realização da prova, compreender e
interpretar a mensagem do aluno. Sobre isso, como já dissemos, além de constituir mensagens claras que efetivem a comunicação,
no que diz respeito à EaD, no AVA, é preciso ter compreensão da ferramenta correta a ser utilizada para cada tipo de comunicação
ou para cada turma.

Kenski (2007) ao expressar a importância do uso das TIC no cenário educacional diz que é preciso respeitar as particularidades do
ensino e da própria tecnologia para que seu uso faça a diferença, não basta usar essa ou aquela tecnologia, é preciso saber utilizar a
tecnologia correta conforme o objetivo do processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a escolha da tecnologia correta,
também, viabiliza e melhora as possibilidades de uma comunicação que atinja todos os alunos.

Além dessas, é importante dizer que existem muitas outras estratégias que permitem uma comunicação mais eficiente,
considerando a importância dessa para o processo de ensino e aprendizagem na EaD. O tutor precisa estar preparado para o
desenvolvimento constante de novas estratégias, bem como de novas práticas para a realização da comunicação e,
consequentemente, da interação no AVA.
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ATIVIDADES
1. Leia e analise o caso que segue: determinada tutora faz questão de conhecer e colocar em prática a proposta pedagógica da IES
na qual trabalha. Para colocar em prática essa concepção, ela desenvolve atividades nas quais, parte da realidade de seus alunos e
propõem constantes diálogos. Esses devem evoluir no sentido que consigam resolver problemas levantados. Diante desse caso,
podemos dizer que as práticas apresentadas são compatíveis com a concepção:

a) Associacionista.

b) Cognitiva.

c) Situada.

d) Mediada.

e) Interativa.

2. Conforme estudamos, na aprendizagem formal, aquela que ocorre na escola, o professor, instrutor ou tutor são responsáveis em
auxiliar o aluno no processo de construção de conhecimento. Considerando essa ideia, leia as afirmações que seguem e assinale a
alternativa mais adequada à mediação pedagógica.

a) Esse auxílio deve se constituir por meio de situações problematizadoras que leve o aluno a pensar, que o faça se sentir
desafiado a encontrar uma solução para a questão.

b) Esse auxílio deve se constituir por meio da transmissão de regras e conceitos específicos sobre o conteúdo.

c) Esse auxílio deve se constituir por meio da apresentação de material complementar sobre o assunto trabalhado.

d) Esse auxílio deve se constituir por meio da retirada de dúvidas dos acadêmicos a partir do conteúdo trabalhado.

e) Esse auxílio deve se constituir por meio de exercícios de repetição e memorização para a fixação do conteúdo trabalhado.

3. Conforme estudamos, a comunicação é fundamental em qualquer instância social. Muito das relações entre os sujeitos se dá
devido à eficácia da comunicação. Diante disso, na EaD a comunicação é fundamental porque:

I. Trata-se de um processo educativo, no qual a comunicação é fundamental.


II. Quando a comunicação ocorre de maneira correta faz com que os sujeitos se sintam inseridos no contexto em que ela
acontece.

III.No caso da EaD a comunicação adequada faz com que o aluno se sinta, realmente, partícipe do processo de ensino e
aprendizagem.

IV. Essa comunicação permite um sentimento de pertencimento, o aluno se sente integrado ao ambiente educacional.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas III e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Todas as assertivas estão corretas.

4. Um conceito bastante importante que estudamos diz respeito à interação vicária. Sobre esse processo de interação, assinale a
alternativa correta.

a) É a interação que ocorre com o material de estudo em um processo planejado e sistematizado.

b) É a interação que ocorre com o tutor ou com instrutor, é muito importante na EaD, pois representa um processo de
socialização.

c) É a interação que ocorre entre aluno e aluno que é muito importante na EaD, pois representa um processo de socialização.

d) Trata-se da interação silenciosa do aluno que embora pareça passiva, é uma maneira, uma estratégia para o desenvolvimento
que o próprio acadêmico desenvolveu.

e) Interação é um processo planejado e sistematizado para a socialização.

5. Considere nossos estudos a respeito do feedback e suas definições. Pautando-se nisso, leia as afirmações que seguem e assinale
a alternativa correta.

I. Fluxo de informações do tutor ao aluno, ou de um gabarito de respostas pré-preparadas.

II. Processo de comunicação que tem por objetivo responder e orientar os alunos.

III. Feedback é a informação apresentada ao aprendiz logo após qualquer insumo com o propósito de modelar suas percepções.

IV. Processo de comunicação, exclusivo da EaD, que tem como objetivo avaliar o aluno.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Todas as afirmações estão corretas.

6. Observe o feedback a seguir:

“Olá, J., tudo bom com você?


Esta disciplina tem como função apresentar os conhecimentos básicos sobre os sistemas de informação. Ao enviar esta atividade você está
demonstrando a sua compreensão da primeira parte deste tema. Devido a sua atitude você evitou o acúmulo de tarefas, além de ganhar
mais tempo para a disciplina e demais atividades. É importante destacar que você cumpriu o prazo combinado na entrega desta tarefa, e,
isto demonstra que você está seguindo o cronograma do curso e organizando o seu processo de aprendizagem. Suas respostas estão muito
boas, veja as minhas observações a seguir:

Q1) Você surpreende indo além dos conceitos estudados, na sua frase ‘O sistema [...].

Q2) Neste item você relata os 3 componentes (humano, organizacional e tecnológico) provenientes [...].

Q3) Os itens estão exemplificados corretamente. A classificação e seus comentários estão muito bons, em especial o momento onde relatas
que [...].

Q4) Você descreve a classificação [...]. Ficou excelente! Estou alegre com o seu comprometimento na disciplina e desejo que continues assim.

Um forte abraço, Prof.ª xxxx”.

Fonte: Flores (2009, p. 6).

Podemos afirmar que se trata de um feedback:

a) Negativo.

b) Positivo.

c) Irrelevante.

d) Desnecessário.

e) Indiferente.

7. Em um AVA, determinada tutora encaminhou a seguinte mensagem para seu aluno:

Atenção, João, corrigi seu fórum e constatei que você utilizou-se da ideia de outros autores para constituí-lo. Sua pesquisa é muito bem-
vinda, mas não pode substituir sua participação, além disso, ao utilizar as ideias de outros autores, você apresentar o texto do outro em
forma de citação e ainda fazer as devidas referências, do contrário, sua participação poderá ser considerada plágio.

Atenciosamente, Tutora Silvia.

Considerando os elementos da comunicação, leia as assertivas que seguem e assinale a alternativa correta.

I. O receptor da mensagem é o aluno João.

II. O emissor da mensagem é a tutora Silvia.

III. A mensagem trata da participação do aluno em um fórum.

IV. O canal é a língua portuguesa escrita.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas III e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Todas as assertivas estão corretas.

8. Em um simpósio internacional de EaD, determinado tutor brasileiro resolveu trocar ideias com um tutor espanhol de uma
grande instituição de ensino daquele país, contudo, a comunicação acabou sendo ruidosa, pois um não falava a língua do outro.
Considerando os elementos da comunicação, leia as assertivas que seguem e assinale a alternativa correta.

a) O ruído se deu na mensagem, pois as experiências dos tutores eram muito diferentes.

b) O ruído se deu no referente, pois a concepção de EaD dos tutores era muito diferente.

c) O ruído se deu em função de não compartilharem o mesmo código.

d) O ruído se deu em função do canal de comunicação usado.

e) O ruído não se deu na mensagem, pois a concepção de tutores eram diferentes.

Resolução das atividades

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RESUMO
Nessa unidade, tivemos a oportunidade de verificar o conceito de mediação pedagógica o qual versa sobre a atitude ou
comportamento do professor que se propõe como facilitador da aprendizagem de seus alunos, apresentando-se como uma ponte
entre o aluno e a construção do conhecimento. É preciso ter o entendimento que comunicação não é sinônimo de interação que a
primeira pode ser um passo importante para a segunda.

Nesse sentido, ressaltamos a importância do diálogo e da relação dialógica para com o aluno de forma que o conhecimento tenha
maior sentido a partir do momento que o aluno é sujeito ativo desse processo de construção do conhecimento. Nessa perspectiva,
o processo deve estar centrado no aluno.

Dando continuidade a nossa trajetória, verificamos os conceitos relacionados à comunicação e à interação na EaD. A comunicação
é importante em qualquer instância social, pois, quando ocorre de forma correta, faz com os sujeitos se sintam inseridos no
contexto no qual ela se dá.

No caso da EaD, o aluno se sente realmente parte do processo de ensino e aprendizagem, além disso, é claro sente-se situado no
tempo e no espaço em relação ao curso que faz e ainda ao programa de EaD que pertence. Essa comunicação adequada auxilia na
criação de um sentimento de pertencimento e de proximidade dos alunos com o curso e com a instituição.

Sobre a interação, constatamos que ela ocorre de diferentes formas nos AVA sendo possível interação aluno/conteúdo,
aluno/tutor, aluno/aluno e ainda professor/professor, professor/conteúdo, conteúdo/conteúdo, aluno/interface, autointeração e
interação vicária. Estudamos ainda a concepção de feedback na EaD, sua estrutura e importância na EaD.

Por último, estudamos uma série de estratégias de comunicação considerando a importância dessa, para o processo de ensino e
aprendizagem na EaD. Assim, aprendemos que o ato comunicativo é constituído por emissor, receptor, mensagem, canal e código e
que o conhecimento desses elementos pode garantir a comunicabilidade eficiente sem ruídos, ou seja, problemas ocorridos na
mensagem que não permitam a compreensão dela.

Vimos também que a comunicação escrita prevalece na EaD e em função disso o tutor precisa estar apto a elaborar mensagens
escritas que sejam de capazes de transmitir informações a grande número de alunos de forma clara e objetiva sem perder de vista
a formalidade requerida em um ambiente acadêmico. Esse profissional precisa ainda ser capaz de identificar não apenas os
explícitos, mas também os explícitos nas mensagens de seus alunos.

Nesse sentido, compreendemos que a comunicação e a interação nos modelos atuais de EaD que fazem uso das TIC ocorre com a
mediação desses ferramentas, assim, o tutor além de elaborar mensagens qualificadas deve ser capaz de utilizar e optar pela
ferramenta mais adequada para o tipo de comunicação que deseja realizar. Além disso, deve estar apto para desenvolver novas
estratégias comunicacionais sempre que necessário.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de verificar aspectos do processo de interação na tutoria. Devido à relevância do mesmo
para o processo de ensino e aprendizagem, mesmo na EaD, dedicamo-nos a elucidar uma série de outros conceitos que se
relacionam entre si e promovem ou resultam na interação. Não se trata de um processo simples, contudo, precisa ser desenvolvido
visto ser imprescindível para o processo de ensino e aprendizagem. No sentido de compreendê-lo melhor foi preciso visitar
conceitos como a mediação pedagógica, a comunicação e a interação na EaD, bem como o feedback e ainda algumas estratégias de
comunicação. A partir desses conceitos foi possível perceber a intrínseca relação existente entre interação e comunicação.

O ser humano necessita desse processo de interação e comunicação para sua sobrevivência, pois é dessa forma que constitui as
relações sociais e registra sua existência por meio da história, assim, no processo educativo, obviamente essa questão não poderia
ser menos importante, ainda que existam novas formas de ensinar e aprender.

É preciso ter consciência das várias possibilidades de interação existentes na EaD, em especial nos AVA. Nessa perspectiva,
ressaltamos a importância da utilização das ferramentas disponíveis nesses ambientes para a comunicação e para o processo de
interação. É preciso ter o entendimento que comunicação não é sinônimo de interação, mas que a primeira pode ser um passo
importante para a segunda.

Além do uso das ferramentas é preciso destacar a sensibilidade que o tutor precisa ter para identificar as incertezas, as dúvidas, os
medos e as situações que causam ansiedade em seus alunos. E a partir disso, desenvolver estratégias que diminuam essa situação e
priorize um processo de ensino e aprendizagem mais trabalhado no qual o aluno possa realmente se preocupar com o
conhecimento a ser construído e não com questões secundárias.

Diante disso, interessa-nos que você, caro(a) aluno(a), tenha compreendido, com o estudo dessa unidade, que dentre as
competências necessárias ao tutor está a necessidade de manter a interação no AVA. Para isso é preciso ter clareza das
possibilidades de interação bem como ter clareza da forma como ela acontece nesse ambiente e a partir disso interagir e
proporcionar a interação, considerando sua importância para essa modalidade de ensino.

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Material Complementar

Livro
Tutoria e Interação em Educação a Distância

Autor João Mattar


:

Editora Cengage Learning


:

Sinopse Tutor é um personagem recente na história da educação


:

brasileira. Institucionalizou-se não só na educação pública na UAB, como


também em instituições de ensino superior privadas e na Educação a
Distância (EaD) profissional e corporativa. Essa obra tem como objetivo
reinterpretar a atuação do tutor como docente e, simultaneamente,
oferecer subsídios para o trabalho do professor em EaD. Para isso, o texto
apresenta uma reflexão sobre a atuação desse profissional e o suporte
para desenvolver atividades com qualidade e criatividade. Ao longo do
texto o leitor terá acesso a tópicos como conectivismo, ambientes
virtuais de aprendizagem (Moodle), plataformas da web 2.0 e redes
sociais, atividades síncronas e assíncronas e outros. Tutoria e Interação
em Educação a Distância, além de ser uma ferramenta útil para quem tem
interesse em conhecer o mundo da EaD, traz um material de reflexão e
prática sobre uma atividade essencial na EaD: a mediação pedagógica.

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REFERÊNCIAS
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Termos de Alfabetização, Leitura e Escrita para educadores. Belo Horizonte, Brasil. Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/ .

Acesso em: 27 out 2020.

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APROFUNDANDO

Problemas de Comunicação

Determinada tutora de um curso de graduação a distância recebeu a seguinte mensagem de um aluno: “Professora, estou pensando
em desistir do curso, pois tenho pouco tempo para os estudos. Nessa última disciplina não consegui assistir às aulas e fazer as atividades,
não estou conseguindo me dedicar aos estudos”.

A professora respondeu ao aluno da seguinte forma: “Como você mesmo disse, não conseguiu se dedicar ao curso, se tivesse se dedicado
teria ido melhor”.

Após realizar a leitura da resposta da tutora, o aluno se sentiu insultado não admitindo receber esse tipo de resposta e, a partir
disso, uma grande confusão se instaurou, visto que o mesmo utilizou-se de vários canais para reclamar da atitude da tutora.

Nessas reclamações foi perceber, por meio de uma mensagem mal interpretada, que uma situação desencadeou ainda uma
incompatibilidade pessoal entre aluno e tutor.

A tutora, por sua vez, justificou que não teve intenção alguma de insultar o aluno, apenas o respondeu considerando o que ele
havia escrito na mensagem, pois, pautou-se no que estava posto na mensagem e não naquilo que estava implícito, ou seja, nas
entrelinhas.

Percebemos, nesse caso, que houve um ruído na comunicação, pois a ideia inicial não se tornou comum para os envolvidos no ato
comunicativo. Na situação em pauta, o ruído ocorreu na mensagem, não em função de elementos linguísticos, mas sim
extralinguísticos e no plano da inferência.

Diante do fato é possível perceber que o emissor, embora tenha dito que não se esforçou para a realização das atividades,
esperava como resposta uma mensagem de incentivo e não a reafirmação de que havia um problema com ele em relação aos
estudos. Assim, as palavras elencadas apresentavam um discurso diferente da intenção que ele realmente tinha. A professora
também não foi capaz de inferir as reais intenções do aluno, ou seja, ela não se utilizou de conhecimentos linguísticos que
permitissem a identificação de implícitos na comunicação o que ocasionou o ruído e toda a situação constrangedora.

Infante (2001) explica que ao se emitir uma mensagem é preciso considerar características sociais e psicológicas do receptor e a
partir disso elaborar uma mensagem que seja atraente e eficiente, ou seja, que realize a comunicação. O autor ainda explica que o
sucesso de um texto, oral ou escrito (discurso ou situação comunicativa) dependerá da união de vários fatores, dentre eles,
manuseio do código, conhecimento das informações das quais dispõe sobre o referente e ainda uso correto do canal de
comunicação.

Para que não ocorresse esse problema, o aluno deveria ter expressado com clareza sua necessidade de um estímulo e a tutora, por
outro lado, deveria ter lançado mão de mais sensibilidade para a compreensão do caso do aluno. Deveria ter disposto de maior
grau de inferência.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação . a Distância; CARNIEL ,

Fabiane.

Tutoria e Processo de Mediação em EAD Fabiane Carniel. .

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

58 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Tutoria 2. Mediação 3. EaD. I. Título.

ISBN: 978-85-459-0628-5

CDD - 22 ed. 370

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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TUTORIA E
AVALIAÇÃO

Professora :

Me. Fabiane Carniel

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar a importância da avaliação para o processo ensino e aprendizagem considerando os diferentes tipos de avaliação que
podem ocorrer na EAD.

• Apresentar a legislação vigente para o processo de avaliação na EAD.

• Apresentar como se dá o processo de avaliação na EAD considerando os papéis do professor, do tutor e do aluno.

• Apresentar, considerando os tipos de avaliação e atividades mais comuns na EAD, procedimentos para a correção dessas
atividades.

• Apresentar as formas de o tutor mediar o processo entre os resultados da avaliação e a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• As concepções da avaliação na EAD

• O processo de avaliação na EAD

• Critérios e instrumentos de avaliação na EAD

• Os resultados da avaliação e a mediação do tutor

Introdução
Caro(a) aluno(a), a avaliação é inerente ao processo de ensino e aprendizagem, aliás, está presente em nossas vidas, em várias
instâncias dela, não apenas no ambiente escolar. A avaliação já passou por muitas concepções diferentes ao longo do tempo e
ainda de acordo com as necessidades educacionais de cada contexto em que esteve inserida.

Em função de uma escola tradicional, na qual até hoje carregamos resquícios da mesma, a avaliação muito vezes ainda é vista como
um instrumento de medida apenas ou ainda como um momento de acerto de contas entre professores e alunos. Ainda hoje,
quando uma turma não cumpre as determinações do professor, é comum ouvir a seguinte ideia: “Vocês verão o que vai acontecer
na prova”, sendo essa utilizada também como um instrumento de controle e até mesmo, coerção.

É preciso que essa ideia de avaliação seja desmistificada, que seja entendida como um processo e que esse pode ser um
instrumento muito valioso para melhorar a aprendizagem dos alunos e, consequentemente, o processo educacional. Os
professores precisam criar novas concepções, novas ideias e, sobretudo, aprender a avaliar.

Na EaD, além de todas essas ideias basilares acerca da avaliação, é preciso considerar suas particularidades, suas especificidades,
para se pensar um processo adequado de avaliação. Esse processo, como o próprio nome indica, precisa ser constituído de partes e
etapas e sofrer alterações sempre que necessário. Essa, definitivamente, não é uma tarefa das mais simples, porém, será uma
tarefa exercida por todos aqueles que são responsáveis por pensar na metodologia e no sistema de avaliação de um programa de
EaD.

Além disso, dentre todas as competências e responsabilidades do tutor está a condução do processo de ensino e aprendizagem
acompanhando os alunos de uma maneira bem próxima mesmo diante da distância espacial envolvida. Nesse sentido, ele será o
responsável direto por esse processo, tanto no que diz respeito à elaboração, implementação, correção e coleta de resultados da
avaliação. Diante dessa atribuição, é preciso que o professor tenha uma ampla compreensão da avaliação e sua dimensão para o
processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, intitulamos a unidade que você estudará como tutoria e avaliação no sentido de estabelecer e discutir, ainda que
brevemente, a relação entre o processo de tutoria, o processo avaliativo e o processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma,
temos como objetivos que você compreenda, inclusive, a sua importância diante de tudo isso e munido desse arcabouço teórico
consiga melhorar suas práticas.

No primeiro tópico, apresentaremos as concepções acerca da avaliação para que você compreenda alguns conceitos basilares
sobre a mesma, pois a partir desse processo, muitos outros itens práticos poderão se estabelecer.

Na sequência apresentaremos, mais especificamente, o processo de avaliação na EaD. É necessário compreender que há um
processo geral que deve ser considerado para a avaliação da aprendizagem em qualquer modalidade de ensino e outro que atenda
as especificidades da modalidade em questão.

Posteriormente a isso, é necessário ainda verificar o que são os critérios de avaliação e quais instrumentos são interessantes para
se constituir o processo de ensino e aprendizagem na EaD. Lembrando, que nosso intuito não será esgotar o assunto, mas fazer
apontamentos para que você possa refletir a respeito e criar suas próprias estratégias.

Por fim, no último tópico, trabalharemos alguns conceitos importantes sobre os resultados das avaliações e a mediação do tutor,
pois partimos da ideia de que esses resultados não se encerram em si, mas servem para as melhorias no processo de ensino e
aprendizagem.

Avançar

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Página inicial

AS CONCEPÇÕES DA AVALIAÇÃO NA
EAD
Você já parou para pensar que somos avaliados na maioria de nossas atividades diárias mesmo sem estar em um ambiente escolar.
Pois é, a avaliação é um processo que nos cerca. Em nosso trabalho, somos avaliados como pessoas e profissionais, nas relações
humanas essa avaliação também é rotineira. Talvez seja por isso, inclusive, que existam tantas situações que envolvam tal
processo.

Nos diversos ambientes escolares, a avaliação é um processo necessário e previsto na legislação e a concepção mais comum que
temos dela é a aferição de nota em uma escala, seja ela numérica ou conceitual, mas é preciso alertar que a avaliação da
aprendizagem deve ir muito, além disso, e deve funcionar como um importante instrumento para a melhoria desse processo.

Luckesi (2002, on-line), um importante pesquisador da avaliação e seus diversos aspectos, ao falar sobre alguns equívocos que são
cometidos em relação à avaliação, explica que isso ocorre, muitas vezes, pelo fato que os professores desconhecem as concepções
da avaliação e acabam reconstituindo modelos equivocados e obsoletos

o equívoco de denominar sua prática de ‘avaliação’, quando o que se faz é exercitar ‘exames’. Professores,
[...]

professoras, escolas, sistemas de ensino dizem que estão praticando avaliação – assim, existem dias de
avaliação, práticas de avaliação, sistemas de avaliação [...] -, porém, efetivamente, são dias de exames,
práticas de exames, sistemas de exames, ou seja, somos traídos por hábitos que já passaram para nosso
inconsciente e atuamos automaticamente, sem nos perguntarmos sobre o verdadeiro sentido daquilo que
estamos fazendo. Inconscientemente, ‘examinamos’, porém dizemos que ‘avaliamos’ (LUCKESI, 2002, on-
line).

Portanto, ao falarmos de avaliação da aprendizagem, é essencial a compreensão desses conceitos apontados pelo autor. Isso
servirá, inclusive, para marcar sua própria concepção de avaliação, caro(a) aluno(a). Para o autor em questão a avaliação é muito
ampla que os exames. Esses últimos são, na verdade, instrumentos de coleta de dados para a avaliação. Em sua amplitude, a
avaliação deve ser um processo contínuo e reflexivo que deve apresentar subsídios para verificar como está o processo de ensino e
aprendizagem. Deve ser um contínuo fazer, corrigir, orientar, readequar e reconstituir.
Diante do exposto é interessante visitarmos a literatura no sentido de esclarecer o que se entende por avaliação da aprendizagem.
Contudo, é importante dizer que não se trata de algo simples de fazer, uma vez que existem vários fatores que incidem nessa
questão. Estabelecer uma definição objetiva para isso seria muito simplista de nossa parte. Assim, para se compreender a
verdadeira complexidade da avaliação da aprendizagem é preciso explorar as várias concepções que a circundam.

É importante dizer também que não somente aspectos técnicos envolvem esse processo, mas também aspectos psicológicos. Além
disso, de acordo com Garcia (2013 ) a avaliação ainda se relaciona a dimensões sociais, políticas, éticas e de gestão escolar. No que
diz respeito à dimensão social, assim é pelo fato que a educação tem forte ligação com a sociedade na medida em que forma o
cidadão para atuar nessa mesma sociedade. O modelo de educação e o modelo de avaliação estão diretamente ligados ao cidadão
que se quer formar e para qual sociedade se quer formar. Em relação à dimensão política, a partir dos resultados levantados com a
avaliação da aprendizagem se pode traçar um quadro das necessidades de novas políticas públicas para a educação.

Sobre a dimensão ética, essa está relacionada à formação de valores, lugares, significados e culturas. Está-se coerente e
condizente ainda com o que se propõe no curso e com a realidade social a ser enfrentada pelo estudante. Sobre a gestão escolar, a
avaliação da aprendizagem servirá também de parâmetro para a tomada de decisões e a escolha de novos caminhos para a
manutenção ou melhoria do processo.

A avaliação deve englobar em um processo global e compreensivo os diversos aspectos constitutivos da


educação, como os sentidos e valores da cognição, da autonomia moral, da vida social e pública e do
conhecimento, que desenvolve a sociedade e eleva o espírito humano.

(Dias Sobrinho)

Sobre esse assunto, Rocha (2010 ) diz que a avaliação da aprendizagem é um desafio para muitos professores considerando seus
pressupostos teóricos versus seus diferentes conceitos de aplicação, bem como as condições de aplicação. Vale dizer ainda que há
uma relação intrínseca da avaliação com a qualidade, pois quando utilizada em perspectiva mais ampla, seus resultados devem ser
utilizados para a constante melhoria da aprendizagem. Assim, por meio dos dados obtidos com a avaliação é possível reafirmar o
que está correto e corrigir aquilo que não está bom.

Já para Polak (2009), a avaliação da aprendizagem, tanto na EaD quanto no ensino presencial, deve ser utilizada como uma forma
de incentivo ao próprio aluno de forma que esse se sinta motivado na busca do conhecimento. A partir dessa concepção, a
avaliação não deve figurar como um simples elemento de aferição de medida, mas também um instrumento para “modificação de
práticas, redefinição de estratégias de aprendizagem, replanejamento de metas e objetivos, além de ser também instrumento de
inclusão e não classificatório, restritivo e muitas vezes punitivo” (POLAK, 2009, p. 153).

Nesse sentido se faz de grande valia compreender as funções da avaliação no processo de ensino e aprendizagem de modo que a
dimensão da avaliação como punição seja desmistificada e essa funcione como realmente como deve ser, que, de fato, contribua
com o processo. Assim, tais funções versam em avaliação como processo, que seja contínuo, que envolva diagnóstico, tendência,
decisões e ajustes.

Veja, caro(a) aluno(a), que utilizamos com muita frequência a palavra processo de avaliação, pois é importante que fique claro que
a avaliação é decorrente de um processo e não de um único instrumento de aferição ou medida que visa unicamente a aprovação
ou reprovação do aluno. É primordial a utilização de formas e/ou atividades diferenciadas para se verificar como e de que forma a
aprendizagem está realmente ocorrendo.

Ramos (2009 ) relata que é desejável que se considere a avaliação como processo, sendo esse orientado por diferentes
instrumentos que permitam identificar as falhas o mais cedo possível para se desenvolver procedimentos necessários de
reorientação sem que ocorra prejuízo da aprendizagem.

Na EaD, os conceitos ou concepções da avaliação devem ser os mesmos pensados para qualquer outro processo de ensino e
aprendizagem, contudo, devem levar em conta as particularidades da modalidade de ensino e ainda a legislação vigente para tal.
Mattar (2012) destaca que a avaliação dos alunos é determinada pelo modelo de EaD que se faz uso. Assim, para o autor, a
avaliação não é neutra no que diz respeito à abordagem pedagógica que a sustenta.
As ideias de Mattar (2012 ) sobre avaliação versus abordagem pedagógica convergem às ideias de Polak (2009 ) a esse respeito
quando diz ser conveniente compreender que o modelo de avaliação adotado por uma instituição de EaD deve refletir
diretamente a concepção filosófica na qual se pauta o curso e ainda estar de acordo com o modelo de gestão. Na verdade, são itens
que devem estar relacionados entre si para que não ocorram conflitos e divergências entre avaliação, concepção filosófica do
curso e modelo de gestão.

Ter ciência e praticar esses pressupostos é essencial para professores, tutores e gestores da EaD, pois são eles os responsáveis por
planejar e executar a avaliação da aprendizagem na referida modalidade. Dessa forma, esses atores da modalidade em questão
serão responsáveis por conduzir um processo avaliativo de maneira que vá ao encontro de sua concepção de educação.

Outro fator fundamental aqui é a comunhão entre esses agentes. O processo de avaliação na EaD passa pelas mãos de
professores, tutores e gestores, é preciso que haja um interação entre os mesmo para que o processo seja coeso e coerente, as
mesmas concepções devem ser compartilhadas. E, além disso, deve haver uma sistematização do processo de forma que a
subjetividade não o atrapalhe.

Polak (2009, p. 154) também aponta para a necessidade da reflexão acerca da avaliação na EaD para que essa possa ser inovadora
conforme a evolução da modalidade em questão. Nessa perspectiva explicita que:

A avaliação na EaD é um processo dinâmico, aberto e contextualizado, que ocorre num período, não sendo
uma ação pontual e isolada. Para tanto, o processo avaliativo necessita de previamente de informação sobre
quem avaliar e o que avaliar, emitir juízos de valor sobre os objetos de interesse e tomar decisões.

A avaliação se constitui em um conjunto de ações relacionadas entre si e não em instrumentos estanques para a medida de
resultados também isolados, incapazes de reunir e trazer informações que sejam importantes ao processo em sua totalidade. É
preciso que a avaliação seja capaz de abarcar todas as particularidades envolvidas em qualquer processo de ensino e
aprendizagem, em especial na EaD. A avaliação precisa ainda ser condizente com as práticas sociais, precisa ser ética em um
ambiente no qual se propõe a educação e formação dos sujeitos tanto para o mercado de trabalho, quanto para a vida.

Bentes (2009 ) expõe que a avaliação como prática social deve dispor de instrumentos e elementos capazes de oportunizar ao
sujeito avaliado a possibilidade de também avaliar seu desempenho sem preconceitos, sem ser submetido à pressão social, sem
constrangimentos ou ainda infortúnios. Percebemos nas palavras da autora a necessidade de autoavaliação e reflexão dos alunos,
conteúdo, que isso ocorra de uma forma espontânea e tranquila sem mazelas superficiais ou profundas.

Como o próprio nome já indica a autoavaliação é aquela que alguém faz de si mesmo. Assim, alunos,
professores, tutores e gestores podem se avaliar a si mesmo para verificar as potencialidades e falhas. Para
que haja sentido, essa autoavaliação deve ser sincera, sem negações ou desculpas e, obviamente, deve estar
seguida de uma reflexão igualmente sincera.

Ninguém melhor do que o próprio sujeito avaliado para valorizar o esforço realizado, o tempo dedicado, as
dificuldades superadas, a satisfação ou insatisfação, resultantes de seu trabalho (BENTES, 2009, p. 168).

A autoavaliação deve objetivar a melhoria dos resultados a serem atingidos pelo sujeito, sejam eles
quantitativos ou qualitativos. Deve servir, também, como reflexão para a reorganização das práticas do
sujeito.

Portanto, a avaliação não pode ser elemento de punição ou momento de ajustes de contas entre professores, tutores e alunos.
Para que cumpra seu papel é preciso que seja compreendida, pensada, planejada e sistematizada para que o aluno e sua
aprendizagem sejam avaliados em sua totalidade. Quando isso ocorre a avaliação apresenta resultados mais condizentes, é justa e,
de fato, contribui com a aprendizagem.
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA EAD
Na EaD, os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância explicitam que devem existir duas dimensões de
avaliação na EaD, uma do processo de ensino e aprendizagem e outra institucional. Embora haja uma relação entre elas, nosso foco
se dará na avaliação da aprendizagem de forma que possa propiciar melhoria das práticas dos tutores em seu cotidiano.

Para Garcia (2013, p. 26):

O termo ‘avaliação’ pode estar vinculado à avaliação institucional, avaliação educacional, avaliação da
aprendizagem e meta-avaliação (avaliação da avaliação). Apesar de compartilharem um campo semântico,
diferenciam-se pelos objetivos e fins para os quais servem.

Ao falarem sobre o processo de avaliação na EaD, Jesus e Borges (2014 ) reforçam a complexidade dos sistemas da EaD
considerando os múltiplos elementos que o compõem. Dessa forma, as autoras explicam que é preciso que a avaliação na
modalidade de ensino em questão seja capaz de contemplar e verificar a qualidade de suas múltiplas dimensões.

Sobre esse assunto, Rocha (2010 ) também aponta a complexidade da EaD e necessidade de se considerar tal complexidade para a
implementação de um processo de avaliação da aprendizagem eficiente. O autor explica ainda que muitas variáveis interferem no
planejamento, execução e gestão dos resultados decorrentes desse processo de avaliação.

Também Brasil (2007 ) aponta as peculiaridades da EaD como ponto de partida para se estabelecer um modelo de avaliação e
pontua que esse necessita ser um processo contínuo que verifique constantemente a evolução dos alunos e consiga ainda
estimulá-lo a construírem o conhecimento. Há inclusive um destaque ao trecho do texto que prevê a necessidade de
acompanhamento constante do estudante.

Outro ponto de destaque do documento explicita que:

As avaliações da aprendizagem do estudante devem ser compostas de avaliações a distância e avaliações


presenciais, sendo estas últimas cercadas das precauções de segurança e controle de frequência, zelando
pela confiabilidade e credibilidade dos resultados (BRASIL, 2007, p. 17).
Nesse sentido, embora as instituições tenham autonomia para elaborarem seu processo de avaliação da aprendizagem, é
importante ressaltar que esse deve submeter-se e cumprir as regras determinadas pelos órgãos reguladores da modalidade.
Conforme verificamos, as avaliações presenciais na EaD são previstas por lei, assim devem ocorrer para todos os sistemas de EaD
que ofertam cursos de graduação e pós-graduação. Além disso, o decreto 5.622 de 2005, em seu artigo 1º também reforça a
necessidade de momentos presenciais na EaD, dentre elas as avaliações dos estudantes.

A avaliação resulta, então, de um processo de negociação entre avaliadores e avaliados, envolvendo uma
dialética contínua de interação, análise crítica e reanálise, ela está voltada à relação dialética
indivíduo/sociedade e a realidade histórica. Essa geração é fruto também dos próprios debates
educacionais, gerados após o processo de redemocratização do nosso país.

Podemos referenciar o fim da Ditadura Militar (1985 ) e o processo de redemocratização instaurado a partir
de então, por conseguinte, a última Constituição de 1988 e mais precisamente pensando na Educação, a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96).

Essas avaliações são tão relevantes na concepção desses documentos que os mesmos ressaltam a importância das providências e
procedimentos da realização delas de forma que esses garantam a confiabilidade das mesmas. Assim, as instituições de ensino
necessitam de sistematização do processo de realização das avaliações dada a sua necessidade para o processo de ensino e
aprendizagem e ainda em função das questões pontuadas pela legislação vigente.

Temos diante disso, dois aspectos essenciais do processo avaliativo, a saber, sua instância de verificação do processo de ensino e
aprendizagem, mas também sua instância reguladora desse mesmo processo.

Na perspectiva de Rocha (2010 ) de forma distinta da educação presencial, a EaD abre espaço para práticas diversificadas de
avaliação sem perder de vista a essência do processo. Dessa forma, além dos critérios comumente utilizados, essa modalidade de
ensino abre espaço para a criação de novos critérios, bem como de novas práticas. Dessa forma, para se avaliar na é EaD surgem
alguns pré-requisitos, que por sua vez estão pautados nas seguintes competências:

• Do ensino e aprendizagem - incentivar a aprendizagem colaborativo - cooperativa, incentivar a autonomia. Articular e fortalecer
a aprendizagem pela Busca;

• Da didática das nuvens – apropriar-se de novas competências para o aprendizado em redes sociais, em comunidades virtuais de
aprendizagem, no M-Learning2, MOOCS, REAs - Recursos Educacionais Abertos etc.;

• Dos Indicadores de desempenho - desenvolver competências para planejar e acompanhar Indicadores de qualidade pela
aprendizagem significativa, indicadores de cooperação e de apropriação do conhecimento. Indicadores de conformidade e
resultados;

• De contexto ou natureza – avaliar sem perder de vista a diversidade de realidades socioculturais, socioeconômicas,
sociopolíticas, éticas, ideológicas ou religiosas que se misturam nos espaços e salas de aula virtual, além das quatro paredes da
escola tradicional;

• De estilos de aprendizagem – desenvolver competências para o olhar diferenciado na avaliação de aspectos cognitivos, físicos,
emocionais mais andragógicos ou mais pedagógicos (contínuo pedagógico-andragógico); considerar os estilos de aprendizagem
divergente, assimilador, convergente e acomodador recomendados por Kolb (1976);

• De destreza tecnológico-midiática – investir no domínio das tecnologias educacionais previstas para curso ou atividade
mediada tecnologicamente (ROCHA, 2010, p. 7).

A partir do exposto, é possível compreender que para um processo de avaliação coerente, entre outros fatores, será necessário
que o tutor desenvolva as competências apresentas por Rocha (2010). Tais competências demonstram, ainda, que a avaliação
ocorre dentro de um contexto e esse precisa ser considerado para poder pensá-la e planejá-la.
Considerando as particularidades da EaD, Oliveira (2008 ) relata que as instituições podem optar por um sistema de avaliação
complexo e dinâmico ou ainda um sistema de avaliação simplificado e estático. Acerca do primeiro caso, a autora explica que se
estrutura por meios qualitativos e quantitativos utilizando-se de tipos diversificados de avaliação. Já sobre o segundo, pauta-se
muito mais na questão numérica, de nota apenas, utilizando de atividades mecânicas de memorização.

Todos somos constantemente avaliados por outros que o rodeiam e vice-versa. É uma das atividades mais
comuns do ser humano. Na educação, a avaliação precisa estar a serviço da aprendizagem.

(Benites)

Uma proposta bastante interessante para a avaliação da aprendizagem diz respeito a um processo que seja abrangente, capaz de
considerar o público heterogênico que faz parte dos sistemas de EaD e ainda as diferentes formas que as pessoas têm de aprender.
Assim, esse processo deve ser constituído pela avaliação diagnóstica, somativa e formativa. Vale ressaltar que os autores que
propõem o referido processo e não apenas para a avaliação da aprendizagem como também para a avaliação dos cursos.

Rocha (2010, p. 3) conceitua esses tipos de avaliação da seguinte forma:

a) Diagnóstica – Investigativa, previsão, o perfil do aluno e tendências na aprendizagem.

b) Contínua ou Formativa – diagnóstica diária, o comportamento diante do processo.

c) Final ou Somativa – os resultados, onde nós erramos, o que precisamos mudar para melhorar a
qualidade.

Corroborando com Rocha (2010), Ramos (2009 ) também classifica os tipos de avaliação em diagnóstica, formativa e somativa ou
final. Mattar (2012), por sua vez, propõe que o processo de avaliação seja estruturado em três fases que devem integrar-se, são
elas avaliação na entrada do aluno (antes do início do curso), formativa (durante o curso) e somativa (ao final do curso).

A avaliação diagnóstica deve ser realizada ao início do curso ou da disciplina, especificamente, de forma que permita identificar o
nível da aprendizagem dos alunos, quais os conhecimentos estão trazendo consigo. Essa avaliação também permite identificar as
expectativas dos alunos em relação aos conhecimentos que construirão. De posse dessas informações, gestores, professores e
tutores podem adequar o planejamento no sentido de atenderem às expectativas dos alunos, de sanarem problemas de defasagem
para a promoção e mobilização de novos conhecimentos.

Sobre esse tipo de avaliação Mattar (2012 ) sugere dois tipos interessantes de instrumentos de avaliação: testes de habilidades de
entrada e pré-testes. No caso do primeiro instrumento, o autor sugere a aplicação de um teste que verifique, em que medida, o
aluno apresenta as habilidades necessárias para um bom desempenho no programa de EaD em que está inserido. Podemos afirmar
que se trata de uma verificação muito importante, visto que muitas vezes a evasão ocorre em função da falta dessas habilidades
uma vez que o aluno pouco se desenvolve em função da falta delas e acaba se sentindo desmotivado.

No que diz respeito aos pré-testes, esses, efetivamente, devem ser elaborados para verificar o nível dos conhecimentos prévios do
acadêmico em relação ao curso que está optando. A partir desses resultados, saberemos da necessidade de investir em programas
de monitoria, nivelamento entre outros. Além disso, esses dados servem para indicar alguns procedimentos e práticas tantos dos
professores titulares das disciplinas, quanto do tutor. Na EaD, essa avaliação é essencial, pois permite que se conheça os alunos da
turma, mesmo estando afastados no tempo e no espeço.

Todas as atividades realizadas devem ter um objetivo e dessa forma, essas merecem uma avaliação que permita verificar o nível de
desenvolvimento dos alunos em um processo mais particularizado, ou seja, por determinado tipo de atividade para servir de
parâmetros para um processo mais amplo de avaliação. Isso caracteriza a avaliação formativa.
Como a própria nomenclatura indica, a avaliação final ou somativa é aquela realizada para a finalização do processo, ou seja, no
final da disciplina ou de um curso. Tem como finalidade verificar o nível de aprendizagem do aluno considerando a conclusão do
curso.

De acordo com Carlini e Ramos (2009), a avaliação somativa é utilizada com muita frequência na EaD sendo
ou não combinada com a avaliação formativa. As autoras explicam ainda que a avalição somativa é utilizada
ao final das atividades de uma disciplina ou do curso e procura checar o nível de conhecimento dos alunos. É
composta, principalmente, por exames diversificados, sendo esses de cunho objetivo ou dissertativo.

É importante ressaltar ainda que o processo avaliativo deve compreender uma etapa de esclarecimento para o aluno, dessa forma,
o sistema de avaliação do curso ou da disciplina necessita ser explicitado e explicado aos acadêmicos. De acordo com Polak (2009),
a avaliação da EaD deve ocorrer de forma contínua com etapas e elementos bem definidos.

Explica ainda que esses devem ser socializados de forma que os alunos compreendam como e o que está sendo avaliado. “A
socialização prévia dos critérios de avaliação minimiza o poder do avaliador, desmistifica a avaliação e torna o processo avaliativo
natural e inerente ao processo de ensino e aprendizagem” (POLAK, 2009, p. 155).

Polak (2009) apresenta uma concepção acerca do processo de avaliação que apresenta cinco fases. A
primeira delas é a conceptiva-construtiva, trata-se da fase na qual se deve definir que conceito de avaliação
se vai seguir. A segunda fase é classificada como antecipativa-previsora e tem como objetivo definir
instrumentos, critérios e cronogramas de avaliação. A terceira fase, intitulada como organizativa-
procedimental diz respeito à organização do processo como um todo, integrando as partes anteriores. A
quarta e quinta fases são, respectivamente, executiva-operacional e reflexiva-meta avaliativa. Na quarta
fase se aplicam os instrumentos de avaliação escolhidos, pautando-se no que foi definido nas fases
anteriores. E, enfim, na quinta fase é o momento da finalização do processo que culmina com uma reflexão
sobre os resultados para confirma-los ou refutá-los e propor uma reorganização do processo de ensino e
aprendizagem quando a avaliação indicar essa necessidade.

Sobre a avaliação na EaD, Cardoso et al. (2011 ) propõem, com base nos componentes dessa modalidade de ensino, que além da
avaliação convencional sejam utilizados métodos avaliativos complementares, com isso sugerem que sejam verificados número de
acesso ao sistema, acesso às aulas, participação nas videoconferências, fóruns, atividades etc., propondo, inclusive, uma fórmula
para tal.

Vale dizer que processos como esse também trazem certa rigidez à avaliação, visto que a participação dos alunos nas atividades
deveria estar muito mais ligada à sua motivação individual do que a atribuição de nota como fator de motivacional, porém,
dependendo do perfil dos alunos, bem como o sistema de EaD, essa pode ser uma estratégia interessante.

Como percebemos, a avalição precisa seguir um processo e ser sistematizada, além disso, precisa também ser apresentada com
clareza ao aluno para que tenham ciência de como o processo se dá. Sobre isso, é importante afirmar ainda que as instituições
devem formular seu processo avaliativo conforme a concepção de EaD que seguem e esse deve ser condizente com o programa
oferecido.

Para avaliar é necessário saber avaliar. A avaliação da aprendizagem envolve a priori a definição de um
determinado modelo de educação e seus pressupostos teórico-metodológicos, os quais estão implícitos na
prática docente. O modelo teórico de avaliação da aprendizagem apresenta, ou deveria apresentar, uma
sintonia com o método de ensino porque a depender da abordagem mudam-se a concepção da natureza do
conhecimento e as finalidades educacionais (GARCIA, 2012, p. 55).

Dentro desses parâmetros, as IES podem elaborar seus modelos de forma que atendam às suas necessidades, considerando
sempre avaliação como um fator preponderante de reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem.

CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO NA EAD
O processo avaliativo requer etapas e tipos distintos de avaliação, essas, por sua vez, devem ser compostas por diferentes
instrumentos de avaliação que requerem, sistematicamente, critérios de avaliação. Esse processo avaliativo de um sistema de EaD
precisa ser, de certa forma, democrático, isso significa que os vários atores responsáveis pela criação de um curso e pela condução
do processo de ensino e aprendizagem devem participar e contribuir com a elaboração do mesmo.

Além disso, tal processo necessita ser socializado e explicitado para os alunos de maneira que tenham ciência do que e como serão
avaliados. Sobre isso, podemos afirmar que os critérios da avaliação da aprendizagem não são absolutos, eles devem ser escolhidos
e alterados conforme as diferentes necessidades do processo. Luckesi (2002, on-line) explica que o estabelecimento desses
critérios depende:

1 - Da concepção de educação que temos (o que desejamos com a nossa prática educativa?).

2 - Da concepção de educando que temos (quem é o educando? Como ele será olhado? Como será levada
em consideração sua idade? Seu processo psicológico? Os requisitos socioculturais que possui? O seu modo
de relacionar-se? Suas possibilidades de relacionar-se?).

3 - Das necessidades a serem atendidas pela prática educativa proposta (que objetivo se tem ao realizar
essa prática educativa? É teórico? É teórico-prático? Só prático? Qual a perfeição do desempenho
desejado?).

4 - Dos conteúdos propostos para atender à necessidade estabelecida (que conteúdos serão utilizados para
a aprendizagem do objetivo que temos? Em que nível esse conteúdo deverá ser tratado?).
5 - Do nível de exigência do desempenho nesse conteúdo (qual o nível de desempenho que desejamos que
nosso educando apresente com essa).

Partindo desses pressupostos, elencar critérios para a avaliação se torna algo primordial para a seriedade do processo assim como
para sua efetividade. Os critérios de avaliação norteiam e definem a avaliação apresentando itens que devem ser verificados ou
avaliados. Eles podem se dar em nível amplo, do próprio processo de avaliação e/ou em um nível mais reduzido de uma atividade,
por exemplo. Tais critérios são princípios que servirão de parâmetros para se verificar a qualidade do processo de ensino e
aprendizagem.

Rocha (2010) relata que os cuidados referentes aos critérios de uma avaliação estão diretamente ligados ao nível de qualidade e
zelo que se quer a esse mesmo processo. Sobre isso, o autor elenca ainda algumas perguntas fundamentais em relação a esses
critérios:

o que vou avaliar: aprendizagem ou contextos? Ou os dois? Como vou avaliar: quais instrumentos? Quais
[...]

métricas atribuem-se aos indicadores para uma aprendizagem significativa? O que precisamos mudar e
melhorar continuamente, a partir do diagnóstico diário para obter melhores resultados? (ROCHA, 2010, p.
3).

Percebemos aqui não somente a importância da definição dos critérios, mas também a importância sobre a reflexão do que se está
avaliando. Vale dizer ainda que a determinação coerente dos critérios de avaliação representa a busca de um importante objetivo
da avaliação que tange sobre a verificação se a aprendizagem foi significativa. Ao planejar a avaliação dos conteúdos trabalhados,
o avaliador deve ter em mente a importância dos conteúdos para o processo de formação do aluno, o que realmente é relevante
sobre o respectivo conteúdo e quais as habilidades do aluno, referente ao conteúdo, devem ser desenvolvidas.

Considerando os critérios estabelecidos para a avaliação é necessária à criação de instrumentos de avaliação. Ao elaborá-los, o
avaliador deve se pautar nas concepções de avaliação do sistema de EaD no qual pertence. Deve ainda considerar os critérios de
avaliação que foram estabelecidos para tal programa, além de considerar as especificidades da EaD. Nesse caso, é possível chamar
sua atenção, prezado(a) aluno(a), que a EaD permite inovar com os instrumentos de avaliação em função das ferramentas de
comunicação da qual faz uso.

Mattar (2012) recomenda uma série de atividades que podem ser desenvolvidas a partir das ferramentas dos AVAs, dentre essas
ferramentas aponta o questionário, a lição e as tarefas. Nesse sentido, o autor aponta instrumentos de avaliação que podem ser
desenvolvidos a partir do moodle, sendo essa plataforma amplamente utilizada na modalidade de educação em questão. “Os
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) permitem que o professor crie uma variedade de exercícios mesmo sem
conhecimentos de informática, que podem servir tanto como instrumentos de avaliação formativa quanto somativa” (MATTAR,
2012, p. 142).

O autor destaca que as questões podem ser de diversos formatos, contudo, com respostas únicas e o gabarito será disponibilizado
ao aluno pelo próprio sistema. Mattar (2012) ainda ressalta que há certo debate e resistência por parte de muitos educadores em
relação a esse tipo de atividade, contudo, ela pode funcionar como um dos instrumentos dentre os vários outros que devem
compor o processo avaliativo.

Ressaltamos ainda que esse tipo de questionário pode ser uma ferramenta importante e não ter uma representação tão mecânica
dependendo da forma como as questões são organizadas. Esse é um pressuposto básico para qualquer atividade. Dessa forma,
devem apresentar uma estrutura que envolva o acadêmico, que verifique suas habilidades em relação ao conteúdo trabalhado,
ainda suas habilidades em relação à leitura, interpretação, aplicação do conteúdo e sua capacidade em resolver problemas.

Luckesi (2002, on-line) utiliza-se da expressão “instrumento de coleta de dados da avaliação da aprendizagem” para se referir às
diferentes possibilidades de atividades avaliativas e sobre isso o autor apresenta recomendações importantes para a elaboração
das mesmas, independente da modalidade de educação em que estejam inseridas.

O autor ressalta a necessidade de planejamento, de sistematização das avaliações e recomenda que as questões sejam precisas,
sem ambiguidade de forma que não confundam o aluno em relação ao que se está indagando, que sejam elaboradas em uma
linguagem clara. Recomenda ainda que cada questão aborde um único conteúdo de cada vez. O autor pontua ainda que questões
confusas e dúbias não devem integrar os instrumentos de avaliação, pois podem mascarar os dados obtidos.
Em relação às questões de múltipla escolha, na literatura especializada, é comum utilizar-se o termo itens
para se referir a essas questões. Tais questões são utilizadas com maior frequência em testes de larga escala
como ENADE, ENEM e testes vestibulares. As provas de alguns desses testes são constituídas a partir de
um banco de questões, cujas questões são elaboradas por professores especializados que, por sua vez,
fazem um cadastro prévio e participam de treinamento que os instrumentaliza para esse fim.

Para a elaboração desses itens, tais profissionais necessitam seguir uma série de orientações para que as
questões sigam um padrão estrutural e ainda um padrão em relação à verificação de habilidades adquiridas
pelos alunos. Essas questões devem ser problematizadoras, aliás, como a maioria dos instrumentos
avaliativos.

Para adquirir mais informações a respeito, consulte o site : www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-


atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/bni

Mattar (2012) explicita que a lição é uma ferramenta do moodle que também pode proporcionar instrumentos válidos de
avaliação, embora sejam um pouco mais complexos. Trata-se de uma ferramenta que permite a elaboração de mais de uma página,
sendo essa possível agregar arquivos diversificados, inclusive, questões.

Outra ferramenta possibilitada pelo moodle que pode contribuir para diversificar os instrumentos de avaliação na EaD é a “tarefa”.
Mattar (2012) explica que essa, na verdade, é um título da referida plataforma e que a mesma permite modalidade avançada de
carregamento de arquivos sendo possível, com isso, o envio de arquivos em diferentes formatos. Possibilita a elaboração de textos
online em formato HTML. E possibilita também ferramenta para o envio de arquivo único e também permite a realização de
atividades off-line que podem ser avaliadas pelo professor e permitem registro das notas e da avaliação.

Percebemos nas palavras do autor que a partir dessas ferramentas de avaliação podem ser elaborados desde os tradicionais
questionários como outros que envolvem a elaboração de arquivos diversificados. Chamamos a atenção para a possibilidade de
atividades que façam o acadêmico simular situações as quais enfrentará no exercício de sua profissão que não se resumam a um
jogo estático de perguntas e respostas mecânicas.

Temos que cuidar para não reduzir o ato de avaliar a um checklist tampouco reproduzir o modelo de
,

avaliação do ensino presencial no ensino a distância.

(Polak)

Nesse sentido, a elaboração de atividades que requeiram pesquisa e seu registro são bastante válidas, visto as amplas
possibilidades que as TIC nos trazem para isso. A resolução de casos problematizadores também é bastante salutar, o
desenvolvimento de atividades em grupo, por meio das ferramentas que os AVAs apresentam, o desenvolvimento de textos
coletivos, o desenvolvimento de fóruns de discussão, a participação em projetos de ensino on-line são alguns dos instrumentos que
podem e devem ser utilizados.

Ainda sobre esse assunto, Polak (2009, p. 155) relata que:

No sistema de avaliação online pode-se trabalhar com elementos complementares, como gerenciadores de
conteúdo e aprendizagem. Nesses sistemas, um processo de avaliação formativa se completa com outros
elementos, como, por exemplo, portfólios, fóruns, listas de discussão, seminários virtuais, chats etc. Os
inúmeros modelos de sistemas colaborativos existentes e suas respectivas ferramentas de comunicação e
interação visam a melhoria da avaliação em EaD.

No sentido de estabelecer, realmente, um processo de avaliação, além do que expusemos anteriormente nesse tópico, é preciso
ainda estabelecer parâmetros para a correção das atividades. O resultado da verificação de uma determinada atividade deve ser
oriundo dos parâmetros que foram determinados para sua correção.

No caso dos questionários compostos com questões objetivas, normalmente, as questões são corrigidas pelo próprio sistema com
base no gabarito das questões apontadas como corretas. É importante que o aluno tenha previamente estabelecido os valores da
atividade, assim como o valor de cada questão. Isso garante sistematização e clareza ao processo.

No caso de fóruns ou lista de discussão, esses parâmetros também devem ser estabelecidos. É importante ressaltar que esse
procedimento deve ser pensado ao elaborar a atividade. Assim, o avaliador deve elencar uma lista de itens que devem constar na
resposta do aluno e que serão avaliados e devem registrar o valor de cada item que por sua vez resultará na nota final da atividade.
Nesses casos, é importante adotar tabelas de referência para a correção. Tais tabelas apresentam a ordem de itens que serão
verificados na atividade e a nota ou conceito que vale cada um dos itens.

Vale dizer que o avaliador precisa ter discernimento e clareza dos itens escolhidos, se eles realmente são fundamentais e possíveis
para a atividade escolhida e ainda saber exatamente o que representam. Esse conceito deve ser seguido em várias atividades,
como relatórios, estudos de caso, portfólios, pesquisas, seminários entre outros.

Nunes (2012, p. 291) recomenda alguns itens interessantes para a avaliação de um fórum, por exemplo, são eles “a clareza e
concisão, a interação e a consistência das colocações, ou seja, se aquela mensagem agregou valor ao debate, trouxe questões
novas, levantou aspectos problematizadores etc.”. Vale ressaltar que esses itens devem sofrer alteração conforme as necessidades
das atividades.

No processo educativo, precisamos ficar atentos para não seguirmos modelos prontos e para não
esperarmos receitas para nossas práticas pedagógicas. Por meio das concepções teóricas estudadas,
precisamos elaborar nossas próprias práticas, conforme a realidade que enfrentamos. Nesse sentido, em
relação à prática da avaliação, é fundamental que não se procure reproduzir questões, atividades, testes ou
provas que estejam disponíveis na web ou em banco de questões. É preciso pensar a avaliação em sua
totalidade e prepará-la conforme as necessidades de sua disciplina, de seu curso, de seus alunos e de sua
concepção de educação, que por sua vez, deve ser a mesma da instituição. Elaborar bons instrumentos de
avaliação não é uma tarefa simples, contudo, quando nos propomos a fazer isso com responsabilidade,
atingiremos bons objetivos.

Esse processo contribui para diminuir as possibilidades de subjetividade na avaliação. É essencial ressaltar que a avaliação não é
um processo aleatório, no qual, enquanto corretor ou verificador das atividades atribuo nota de acordo com meu estado de
espírito ou ainda de acordo com aquilo que “acho” que está bom ou não.

Diante disso, os parâmetros de correção servem ainda para destituir uma possível subjetividade que circunda o processo
avaliativo, pois é importante que não sejam transpostos para a correção das atividades as impressões pessoais do avaliador
construídas com base em sua cultura, sua ideologia, sua maneira de pensar ou conceber determinados conceitos. Com isso,
podemos compreender a importância e a dimensão desses parâmetros para a idoneidade e fidedignidade do processo.

O processo de avaliação está na construção de uma relação entre o significa daquilo que existe e o
significado daquilo que era esperado. O critério comparece nesta relação justamente como o ponto de
apoio para a seleção do significado que se vai adotar e os critérios se modificam ao mesmo tempo em que as
ações ocorrem (WACHOWICZ; ROMANOSKI, 2002, p. 90).
Outro ponto muito importante em relação a isso, levando em conta a avaliação a serviço da aprendizagem, é que a partir desses
parâmetros de correção, tanto aluno quanto tutor pode verificar em quais itens estão as maiores dificuldades e traçar estratégias
para transpô-las e vencê-las.

Diante das considerações que tecemos nesse tópico, caro(a) acadêmico(a), esperamos que você tenham compreendido a
importância de pensar e elaborar bons instrumentos de avaliação da aprendizagem de forma que esses realmente contribuam com
o processo.

OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO E A
MEDIAÇÃO DO TUTOR
Conforme verificamos, a avalição desempenha uma função adequada quando seus resultados vão além da simples atribuição de
notas ou conceitos, esses, na verdade, servem como uma convenção estabelecida por conta de questões burocráticas do processo
educacional. Essa escala muitas vezes é desmotivadora para o aluno e serve para como um parâmetro para que o professor os
estereotipe e os julgue, sem se preocupar com as reais necessidades de aprendizagem deles.

O processo de avaliação deve ser norteador do processo de ensino e aprendizagem e, desse forma, não se encerra com a aplicação
de um teste, prova ou exame e o lançamento de sua nota. É preciso que esses resultados sirvam para reflexão dos envolvidos e
ainda que sirvam de instrumento para as devidas alterações e adequações necessárias ao processo de ensino e aprendizagem para
que isso ocorra de uma forma mais contundente.

Essa reflexão pode ser uma tarefa delicada tanto para aluno quanto para os professores, pois tem uma carga psicológica muita
grande, visto que todo processo avaliativo transpõe questões técnicas. Além disso, muitas vezes, o aluno se prepara,
exaustivamente, para esses momentos e o resultado apresentado por meio das notas não é satisfatório. Isso causa uma quebra nas
expectativas de todos e ainda deixa uma ponta de frustação.

O tutor, como mediador do processo de construção do conhecimento precisa estar preparado para lidar com situações,
compreender a ansiedade dos alunos e ainda fazer com que o mesmo compreenda o processo. E também esteja preparado para
refletir sobre seus erros e ainda consiga estimulá-lo a desenvolver estratégias para novos formas de estudar e readequar o que for
necessário a respeito do conteúdo. Nessa perspectiva, é mister que professores e tutores precisam saber fazer uso dos resultados
das avaliações e revertê-los em melhorias.

Faz parte do processo de avaliação a autoavaliação e essa deve ocorrer por parte dos alunos e da equipe responsáveis pela
elaboração do processo de avaliação. Trata-se de um importante momento em que cada um deve refletir também sobre o seu
papel no processo de ensino e aprendizagem e checar se realmente está sendo cumprindo. Bentes (2009, p. 168) explica que:
Responsabilidade do indivíduo é cada vez maior, considerando os acelerados processos de mudanças, seja
nas organizações, seja na própria sociedade. Ele deve ser e estar consciente das ações que realiza e ter
muita vontade de que tudo possa ocorrer e fluir da melhor maneira possível, estando suas ações e emoções
próximas da verdade.

Primo (2008) relata que a autoavaliação permite ao estudante desenvolver estratégias de análise e interpretação daquilo que
produziu durante as atividades avaliativas contribuindo para o desenvolvimento de sua autonomia e para a construção do
conhecimento. A autora explica que a autoavaliação pode ainda auxiliar no estabelecimento de metas para a aprendizagem por
parte do aluno.

Vale dizer que o tutor também tem como função, no processo de mediação da EaD, apresentar ao aluno perguntas e
questionamentos intrigantes que o faça desenvolver o exercício da autoavaliação. É possível que o próprio processo avaliativo das
instituições apresente ferramentas e/ou questionários que proponham a autoavaliação.

Defendemos aqui que a autoavaliação deve ser um processo mútuo, assim, tutores, professores e toda a equipe responsável por
elaborar e implementar o processo de avaliação das IES devem exercitá-la. Para tal, é preciso considerar que:

inserir [...] muitas vezes, de fato, o estudante estudou o conteúdo ensinado e o aprendeu, mas não consegue
mostrar o seu desempenho satisfatório devido, de um lado, as eleições esparsas que nós educadores
fazemos dos conteúdos indicados para estudo (escolhemos um que outro dos tópicos de conteúdos, para
levar em consideração), e, de outro, devido à elaboração de questões dúbias, confusas ou com linguagem
incompreensível para o estudante (LUCKESI, 2002, on-line).

Além de refletir e analisar os aspectos diretos das atividades e exames é preciso remeter tal reflexão a amplitude do processo e
questionar quais são os problemas ocorridos no processo de ensino e aprendizagem? Quais são os fatores que precisam ser
alterados? Como as instruções acerca do conteúdo, incluindo metodologias e práticas foram adequadas e inadequadas? E assim
por diante.

Salvador et al. (2012, p. 39) resgatam um importante conceito atrelado à EaD, a interação. Sobre isso, os autores expõem a
importância dela na avaliação da aprendizagem dessa modalidade de ensino:

A avaliação formativa pode se tornar um processo de aprendizagem colaborativa, na medida em que


possibilita a interação e ajuste contínuo ao longo do desenvolvimento da aprendizagem, e não somente,
restringindo-se à correção do produto final de uma atividade. A aprendizagem faz-se colaborativa nas
interações entre sujeitos mais experientes e menos experientes em determinado tema do conhecimento,
estabelecendo uma correta relação entre professor e aprendiz.

Nessa perspectiva, o tutor é um dos maiores responsáveis pela interação na EaD, assim como também um importante ator da
avaliação da aprendizagem, dessa forma, além de muitas outras competências, é de sua responsabilidade mediar os resultados da
avaliação para com os alunos.

Avaliar é uma situação complexa, parece nunca atingir o ideal, em se tratando de ensino a distância, também
tem seus desafios e complexidade. É tarefa do tutor-professor entender e administrar esse processo.
(Gusso)

Gusso (2010) explica que o tutor deve conhecer, elaborar e experimentar maneiras diferenciadas de avaliar e de aprender a
realimentar o processo de forma que procure pelas melhores formas de avaliação. Além disso, enfatiza que tal profissional deve
sempre partir dos objetivos que foram traçados para o processo, pois é preciso atingi-los, contudo é preciso também que os alunos
sintam satisfação em mostrar seus conhecimentos sem medo, sem temor.

Partindo do pressuposto que a avaliação tem um papel fundamental para apresentar como está a aprendizagem para a tomada de
decisões em relação ao processo. O tutor, por sua vez, precisa mediar também esse processo para conduzir a melhoria da
aprendizagem de seus alunos. Isso implica na utilização de novas práticas constantemente. Para a utilização dessas novas práticas
é preciso também uma formação continuada e o acompanhamento da evolução da EaD.

Outro fator importante é compreendê-la como um processo de educação colaborativa e flexível. Chamo sua atenção neste
momento, caro(a) aluno(a), para que não confunda a ideia de flexibilidade com facilidade.

Se, então, tratarmos de qualidade do ensino, o termo poderá ser interpretado diferentemente: na
concepção de avaliação classificatória, a qualidade se refere a padrões preestabelecidos, em bases
comparativas: critérios de promoção, gabaritos de respostas às tarefas, padrões de comportamento ideal.
[...] contrariamente, qualidade, em uma perspectiva mediadora da avaliação significa desenvolvimento

máximo possível, um permanente “vir a ser”, sem limites preestabelecidos, embora com objetivos
claramente delineados, desencadeadores da ação educativa (HOFFMANN, 2003, p. 29).

Vale dizer ainda que a EaD proporciona ferramentas que permitem diversificar os instrumentos de avaliação, muitas vezes essa
realidade é distante do aluno. Tomemos, por exemplo, o acadêmico que veio de um processo de escolarização presencial, cujas
avaliações se pautavam apenas em provas, ele precisará compreender esses novos instrumentos para que a avaliação se torne
salutar para ele.

Neto e Aquino (2009) defendem que a avaliação deve ser um ato de acolhimento, com isso, o professor deve estar preparado para
acolher a verdade como ela é, com suas dificuldades, falhas e ainda acertos. Na concepção de Neto e Aquino (2009, p. 226), “o
professor tem papel importante no processo de aprendizagem, desde que possibilite ao aluno oportunidades para a reconstrução
do conhecimento socialmente produzido".

A avalição precisa ser útil ao processo de ensino e aprendizagem, mas nem sempre isso ocorre muitas vezes
essa situação se dá em função das concepções que a avaliação teve em outros momentos da história da
educação e ainda em função da própria concepção de avaliação como julgamento que carrega o ser humano.

No passado a avaliação era vista como julgamento, um sentido autoritário e que certamente não ajudou a desfazer
o mito. Hoje há um certo consenso de que devemos facilitar a linguagem da avaliação, a partir do próprio
entendimento do que ela é em determinado contexto. Uma das grandes queixas dos professores e outros
profissionais de educação é que em muitos sistemas de avaliação eles não percebem as mudanças, ficam céticos
sobre o valor da avaliação e às vezes até criam resistência. É possível que a origem da resistência, pelo menos a
inicial, esteja no próprio ser humano; por isso faz-se necessário diplomacia, interação e sentido útil para a avaliação
(ROMISZOWSKI, 2004, p. 05).

Assim, compreender sua origem em determinados contextos, também é um fator preponderante para que
mudanças possam ocorrer. É papel de qualquer educador discutir a avaliação e os processos adjacentes a
ela.
Assim, a partir da mediação dos resultados obtidos na avaliação o tutor precisa traçar objetivos gerais e específicos para planos de
recuperação, não da nota, mas da aprendizagem. Esses precisam possibilitar a readequação do conteúdo aprendido por parte dos
alunos.

Determinada tutora, ao receber uma turma de iniciantes na disciplina e na modalidade de EaD, propôs um
fórum de discussão, após o trabalho com um determinado conteúdo. Primeiramente, recomendou a todos
os alunos que passassem por um processo de ambientação para compreender as características da referida
atividade, depois lançou a temática da discussão com uma questão devidamente contextualizada e clara em
relação ao que se desejava.

Conforme foi realizando a leitura da participação de seus alunos, percebeu que os alunos estavam
cometendo equívocos em relação ao conceito que havia sido trabalhado. Diante disso, em conjunto com a
professora da disciplina, elaboraram um esquema com informações básicas sobre o referido conteúdo,
buscaram uma reportagem que falava sobre o assunto e disponibilizaram aos alunos e ainda indicaram um
vídeo bastante esclarecedor sobre o conteúdo que pudesse auxiliar no entendimento do conteúdo.

Após essas intervenções e procedimentos, ao retomar as correções, a tutora percebeu uma melhoria na
aquisição daquele conceito por parte dos alunos, de forma que o resultado da participação foi satisfatório.

Decisão da tutora em redirecionar a aprendizagem dos alunos a partir do resultado das avaliações iniciais se
deu em função de sua concepção de avaliação que levava em conta a avaliação a serviço da melhoria do
processo de aprendizagem.

Diante dessa perspectiva, os resultados da avaliação precisam ir além de conceitos e números, eles precisam servir também como
instrumentos de pesquisa para o tutor e demais membros da equipe que estejam encarregados dos planos pedagógicos dos
sistemas de EaD.

Na modalidade de ensino em questão, embora em muitos casos haja uma grande demanda de alunos por tutor, não podemos
perder de vista que a variedade de instrumento de avaliação proporciona ao tutor acompanhar o processo de forma gradativa.
Assim, sua efetiva participação nessas atividades é fundamental, primeiramente pela interação que se necessita e ainda para que
sua avaliação permita a readequação do processo também em tempo real, enquanto a construção do conteúdo acontece.

Feedbacks constantes e bem estruturados merecem destaque nesse processo. Além disso, muito além do conceito e nota, para que
tenha efeito, esses precisam estar acompanhado de feedback que permita ao aluno compreender o que não está adequado, que
possibilite a autoavaliação e, logo, a correção dessas inadequações.

O professor Celso dos Santos Vasconcellos, em entrevista a Revista Nova Escola, fala sobre
intencionalidade como palavra-chave da avaliação, analisando que de nada adianta mudar ferramentas, se o
professor continuar classificando os alunos em bons e maus. Ele inicia a entrevista, explicando seu olhar
sobre o que é avaliação, explicando que avaliar é localizar necessidades e se comprometer com sua
superação. Em qualquer situação de vida, a questão básica da avaliação é: o que eu estou avaliando? No
sentido escolar, ela só deve acontecer para haver intervenção no processo de ensino e aprendizagem.

Continue a leitura acessando o site do professor Vasconcellos, item Entrevista Nova Escola - Avaliação, que
está disponível em: www.celsovasconcellos.com.br/index_arquivos/Page1028.htm

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ATIVIDADES
1. Conforme estudamos, avaliação deve ser vista como um processo. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta.

a) A avaliação deve ser vista como um processo, pois é preciso que haja a semana de provas ou exames, assim, é preciso elaborar
calendários e cronogramas o que caracteriza um processo.

b) A avaliação é vista como um processo porque precisa contemplar provas com questões objetivas e discursivas.

c) A avaliação é vista como um processo porque se deve aplicar duas mais provas no período de realização de uma disciplina e a
nota do aluno deve ser decorrente da média dessas provas.

d) A avaliação é decorrente de um processo no qual se utilizam, apenas, atividades escritas com constantes reescritas após a
correção.

e) A avaliação deve ser decorrente de um processo que recorre a diferentes formas e instrumentos de avaliação.

2. Tivemos a oportunidade de verificar alguns concepções de Luckesi (2002, on-line) sobre a avaliação da aprendizagem. Em
relação a isso, tratamos das ideias de avaliação e de exames. Sobre esse assunto para esse autor, é correto afirmar que:

a) Para Luckesi, avaliação e exames são as mesmas coisas.

b) Para Luckesi, os exames são a única forma de conseguir coletar dados e avaliar os alunos.

c) Para Luckesi, não devemos confundir avaliação da aprendizagem com exames.

d) Para Luckesi, a avaliação é constituída de exames com data e hora marcadas.

e) Para Luckesi, os exames são muito mais importantes na avaliação.

3. Avalie as proposições que seguem:

I. No processo avaliativo da EaD é preciso considerar a complexidade dos sistemas de EaD e os múltiplos elementos que o
compõem.

ASSIM
II. É preciso que a avaliação na modalidade de ensino em questão seja capaz de contemplar e verificar a qualidade de suas
múltiplas dimensões.

Marque a alternativa correta:

a) A proposição I é verdadeira e a proposição II é falsa.

b) A proposição I é falsa e a proposição II é verdadeira.

c) As duas proposições são falsas.

d) As duas proposições são verdadeiras, porém, uma não complementa a outra.

e) As duas proposições são verdadeiras e se complementam.

4. Determinado programa de EaD estabeleceu seu sistema de avaliação com base em um processo contínuo que acompanhe o
aprendiz constantemente durante todo o período de realização de sua graduação. Tal processo permite, com base nos resultados,
que sejam revistas algumas práticas, que sejam implementadas outras e assim por diante. Considerando esse tipo de sistema de
avaliação, leia as assertivas que seguem e assinale a alternativa correta.

I. Programas como esses são amplos e não dão conta de atender às necessidades da EaD.

II. Programas como esses representam uma evolução no processo, procurando utilizar a avaliação a serviço, de fato, da
aprendizagem.

III. Programas como esses são condizentes ao que preconizam os Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância Superior.

IV. São programas importantes para direcionar e redirecionar a aprendizagem, não se resumindo a meros instrumentos de
medida.

a) Estão corretos apenas I e III.

b) Estão corretos apenas II e IV.

c) Estão corretos apenas I, II e III.

d) Estão corretos apenas II, III e IV.

e) Todas as assertivas estão corretas.

5. Determinado tutor, abriu um fórum de discussão no AVA da disciplina que é responsável sobre a redução ou não maioridade
penal. Logo, após, a abertura do fórum expôs a seus alunos, com clareza, quais itens seriam avaliados nas participações dos alunos,
bem como o valor que seria atribuído a cada item, mesmo a discussão permitindo opiniões e posicionamentos diferenciados. Em
relação aos procedimentos do tutor, podemos afirmar que:

I. Com esse procedimento, o tutor demonstrou responsabilidade acerca do processo avaliativo.

II. Com esse procedimento, o tutor estabeleceu parâmetros de correção para a atividade.

III. Com esse procedimento, o tutor procurou minimizar, ao máximo, as possibilidades de subjetividade em sua correção.

IV.Com esse procedimento, o tutor estagnou o processo e fez com que os alunos se condicionassem a produzir suas participações
em função dos itens avaliados.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.


c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

6.Mobilize seus conhecimentos acerca do que estudamos sobre o estabelecimento de critérios para a avaliação da aprendizagem.
Na sequência, analise as assertivas que seguem e assinale a resposta correta.

I. Os critérios para a avaliação da aprendizagem são absolutos e não devem sofrer alterações.

II. Estabelecer critérios para a avaliação se torna algo primordial para a seriedade do processo assim como para sua efetividade.

III.Os cuidados referentes aos critérios de uma avalição estão diretamente ligados ao nível de qualidade e zelo que se tem com o
processo avaliativo.

IV. Ao processo de criação dos critérios de avaliação deve se considerar um processo de reflexão sobre eles.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

7 Considerando nossos estudos, leia os textos


. I e II levando em conta uma relação de causa e consequência.

Texto I: O processo de avaliação deve ser norteador do processo de ensino e aprendizagem e, dessa forma, não se encerra com a
aplicação de um teste, prova ou exame e o lançamento de sua nota.

PORQUE

Texto II: É preciso que esses resultados sirvam para reflexão dos envolvidos e ainda que sirvam de instrumento para as devidas
alterações e adequações necessárias ao processo de ensino e aprendizagem para que essa ocorra de uma forma mais contundente.

Agora, assinale a alternativa correta.

a) O texto I apresenta uma afirmação falsa e o texto II uma verdadeira.

b) O texto II apresenta uma afirmação verdadeira e o texto I uma falsa.

c) Ambos os textos apresentam afirmações verdadeiras, mas sem relação entre si.

d) Ambos os textos apresentam afirmações verdadeiras que se relacionam.

e) Ambos os textos apresentam afirmações falsas.

8 Etimologicamente falando, a expressão autoavaliação é composta por um prefixo que indica “em si mesmo”. Assim, trata-se da
.

avaliação realizada pelo indivíduo que está sendo avaliado (sobre si mesmo). Sobre a autoavaliação no processo de ensino e
aprendizagem da EaD é correto afirmar que:

I. É um processo que deve partir apenas da equipe de tutores e professores para verificar se as atividade propostas são
relevantes à aprendizagem.
II. É um processo que permite ao estudante criar estratégias de análise e interpretação do que produziu em suas avaliações.

III. É um processo que deve ser realizado apenas pelo aluno para verificar seus erros e melhorar nas próximas avaliações.

IV. É um processo que pode auxiliar no estabelecimento de metas por parte dos alunos e também dos professores e tutores.

a) Estão corretas apenas I e III.

b) Estão corretas apenas II e IV.

c) Estão corretas apenas I, II e III.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

Resolução das atividades

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RESUMO
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de estudar assuntos fundamentais sobre as concepções da tutoria e da avaliação na EaD.
Para tal, visitamos vários conceitos como as concepções da avaliação na EAD, o processo de avaliação na EAD, os critérios e
instrumentos de avaliação na EaD. E, por fim, os resultados da avaliação e a mediação do tutor. Sabemos o quanto esse assunto é
vasto e necessita de reflexão constante para não cair na mesmice e para isso, você, caro(a) acadêmico(a), necessitará revisitá-lo
constantemente.

Verificamos que a avaliação é um processo fundamental para os ambientes escolares, ela inclusive tem seu espaço determinado na
legislação educacional, porém, é de máxima importância para os educadores, compreendê-la muito além de um processo
burocrático de medida, de quantificação. Ela deve funcionar como instrumento para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.

Também pudemos verificar a importância da avaliação se dar em forma de um processo avaliativo que não se resuma a aplicação
de exame e provas finais. Um processo que se estruture a partir da concepção de educação que se tem e ainda do perfil de cidadão
e profissional que se quer formar, levando-se em conta o ensino superior e, especificamente, a EaD.

Nesse sentido, um modelo bastante difundido pelos teóricos da área é um processo de avaliação que comtemple tipos e etapas
diferenciadas de avaliação como avaliação diagnóstica, contínua ou formativa e ainda a final ou somativa. Assim, no primeiro tipo,
como o próprio nome indica, tem-se a possibilidade de investigar o nível de conhecimento que os alunos, assim como seus perfis.
No segundo caso, avaliação contínua ou formativa, trata-se de um processo diário e constante da avaliação dos alunos para reparar
possíveis equívocos o quanto antes e ainda ajustar o processo. Em relação ao último tipo, final ou somativa, é aquele que procura
dar uma espécie de finalização ao processo. A junção dos resultados desses tipos de avaliação deve nortear o trabalho dos
professores e dos tutores.

Seguindo essa ideia de avaliação como processo é muito importante que para tal seja estabelecido parâmetro que deixe claro para
os atores do processo o que e como se está avaliando e, partir disso, elaborar diferentes instrumentos de avaliação. Especialmente
na EaD, as ferramentas dos AVAs permitem a criação de vários instrumentos diferenciados de avaliação. Essas ferramentas
permitem ainda um processo de correção interativo, dependendo das ações estabelecidas pelo tutor.

Assim, alguns instrumentos válidos para a avalição na EaD são fóruns, chats, seminários, questionários, portfólios, atividades de
pesquisa, estudos de caso, projetos de ensino e provas convencionais. Sobre essas últimas, é importante citar, que de acordo com a
legislação vigente, na EaD, elas devem ser obrigatoriamente presenciais.

Por fim, verificamos que o processo de avaliação não se encerra com o lançamento de notas e com a aprovação ou reprovação dos
alunos. O tutor necessita ter discernimento para analisar e mediar esses resultados. Em primeiro lugar preciso utilizá-los para
redirecionar o processo de ensino e aprendizagem corrigindo suas falhas e o potencializando, em segundo lugar, precisa auxiliar os
alunos para que se reorganizem em suas práticas e métodos de estudo. Com isso, é possível trilhar caminhos para que a avaliação
da aprendizagem realmente funcione a serviço da aprendizagem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) acadêmico(a), diante da complexidade que envolve um processo avaliativo sério e integrador, não queremos com essa
unidade esgotar os conceitos sobre esse assunto. Pelo contrário, aqui demos orientações gerais acerca da avaliação e das
concepções adjacentes a ela. De forma que você, ao ser partícipe desse processo seja em qualquer instância dele, esteja
preparado(a) não apenas para organizar e implementar um sistema de avaliação na EaD, mas também para refletir sobre ele e
procurar, constantemente, novas maneiras de melhorá-lo.

A avalição é fundamental em qualquer programa de ensino e tem em bojo muitas concepções envolvidas, principalmente, uma
concepção tradicional que muitos de nós nos pautamos, uma vez que fomos, em muitos casos, também fomos avaliados por esse
processo. Vale dizer também que avaliação deve ser compreendida por professores e alunos como algo que visa à melhoria do
processo e não um momento de acerto de contas. As falhas de ambos os lados devem ser corrigidas por meio da reflexão dos
resultados da avaliação visando sempre um aprendizado coerente, efetivo que forme o aluno com vistas ao enfretamento de
desafios, pois esses, com certeza farão parte do seu cotidiano ao enfrentar o mercado de trabalho e a sociedade.

Sobre isso, resgato nossas discussões acerca da concepção de educação que rege o processo avaliativo de um sistema de EaD e
ainda sobre os instrumentos avaliativos que devem ser utilizados. Esses devem funcionar como um constante exercício da prática
social. A avaliação não deve representar apenas uma questão técnica para determinar aquele deve ou não progredir de série e ano.
Ele deve também simular o complexo sistema de avalição da vida, visto que somos avaliados a todo o momento.

Para se verificar o real nível de aprendizagem de um aluno, principalmente do ensino superior, é necessário que esse acadêmico
seja colocado, durante sua graduação, a situações que simulem aquelas que ele encontrará no exercícios de sua profissão e na vida,
é para isso, principalmente, que ele está sendo formado, assim, essa avaliação tem o dever de verificar essas questões, pois
somente, assim, está sendo coerente como os alunos e com a sociedade.

Independente da área do saber escolhido, ele precisa estar preparado para enfrentá-la, dessa forma, muito mais relevante que
atividades meramente repetidoras, ele precisa estar a apto a desenvolver e resolver atividades que requeiram sua capacidade de
planejamento e execução, do resgate da teoria para a prática. Nesse sentido, professores, tutores, gestores e alunos precisam estar
preparados para essa inovação no processo avaliativo e consequentemente nos exames e atividades diversas que desenvolverão
em seu processo de formação.

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Material Complementar

Na Web
Acessando o link que segue, você poderá assistir a um vídeo muito
interessante sobre avaliação como caminho para a aprendizagem.

Acesse

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REFERÊNCIAS
BENTES, R. de F. A avaliação do tutor . In: LITTO, F. M.; FROMIGA, M. (Org.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo:
Pearson, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância Brasília: 2007. Disponível em: .

http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1 Acesso em 27 out 2020. .

CARLINI, A. L.; RAMOS, M. P. A avaliação do curso . In: LITTO, F. M.; FROMIGA, M. (org). Educação a Distância: o estado da arte.
São Paulo: Pearson, 2009.

CARDOSO, D. S.; SILVA, D. T. da, ESPINOSA, I. de L. Parecer eletrônico no processo de avaliação da EAD Revista Brasileira de .

Aprendizagem Aberta e a Distância. São Paulo: ABED, 2011. V, 10, out 2011.

DIAS SOBRINHO, J. Avaliação Educativa produção de sentidos com valor de formação. Revista Avaliação, Campinas; Sorocaba,
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APROFUNDANDO
Quando se fala em avaliação da aprendizagem, diversos aspectos precisam ser considerados, além disso, como vimos devido a todo
um processo cultural que a envolve não é fácil a tarefa de avaliar. Luckesi é um pesquisador que desenvolve importantes pesquisas
sobre a avaliação, seu real sentido e sua efetividade. Sobre isso, ele esclarece como procede em relação ao processo de avaliação:

Em minha prática docente, tenho experimentado regularmente exercitar aquilo que penso e escrevo sobre avaliação da
aprendizagem. Ultimamente, só tenho atuado em classes de alunos universitários de graduação (turmas com 40/50 alunos) e pós-
graduação (turmas no máximo com 25 alunos). Vejo o potencial transformador da avaliação na medida em que a utilizo como
recurso de diagnóstico da aprendizagem dos meus educandos nas disciplinas que ensino. Assim, utilizo os variados recursos
disponíveis para coleta de dados (testes, questionários de perguntas, pequenas monografias, resenhas de textos etc.) após
correção, devolvo esses instrumentos aos alunos para que revejam suas respostas, reconstruam-nas após novos estudos; corrijo-
as novamente; e assim por diante.

O que posso observar é que, como meu desejo é de que meus alunos aprendam e, por isso, desenvolvam-se, eles aprendem e
espero que, também, desenvolvam-se (a questão de saber os efeitos dessas aprendizagens no desenvolvimento pessoal torna-se
um tanto complicado para o professor universitário, na medida em que as disciplinas são semestrais e, isso, significa permanecer
junto dos educandos um tempo insuficiente para podermos observar mudanças comportamentais, que exigem um tempo maior de
assentamento de condutas).

Assim sendo, não tenho dúvidas sobre o potencial transformador da avaliação, na medida em que a sua função é subsidiar a busca
dos resultados mais satisfatórios possíveis. É preciso criar em nós professores uma cultura da avaliação por oposição a uma cultura
dos exames, arraigada em nossas experiências. Da parte dos alunos, também, importa criar uma cultura da avaliação. Eles
conhecem os valores da cultura dos exames, aos quais sempre foram submetidos. Não será fácil nem simples dar suporte aos
nossos educandos para que façam o trânsito para a cultura da avaliação.

Muitas vezes, ouviremos um pedido para que se volte ao tradicional exame, na medida em que este é menos exigente. No exame,
não se busca o melhor, mas sim uma classificação favorável; ao passo que na avaliação, não se busca uma classificação favorável,
mas sim o melhor. Buscar uma classificação favorável, por vezes, é chegar ao limite (nota 5, por exemplo); buscar o melhor, por
vezes, é chegar ao limite da qualidade superior possível. E isso exige uma nova cultura, especialmente devido vivermos numa
sociedade na qual a dedicação a alguma coisa depende dos ganhos que daí advirão e não do prazer e da alegria de aprender e
desenvolver-se.

REFERÊNCIAS

Fonte: Luckesi (2012, on-line).

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação . a Distância; CARNIEL ,

Fabiane.

Tutoria e Processo de Mediação em EAD Fabiane Carniel. .

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

52 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Tutoria 2. Mediação 3. EaD. I. Título.

ISBN: 978-85-459-0628-5

CDD - 22 ed. 370

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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TUTORIA E AS
ESTRATÉGIAS PARA A
RETENÇÃO DA
EVASÃO
Professora :

Me. Fabiane Carniel

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar o conceito e as concepções de evasão e de retenção na EAD.

• Apresentar as principais causas da evasão relacionadas ao processo de mediação e tutoria.

• Apresentar as principais maneiras de se evitar as causas da evasão relacionadas ao processo de tutoria.

• Apresentar as principais causas da evasão ou da não adesão da realização de atividades no AVA sendo essas avaliativas ou não.

• Apresentar a importância da inserção do tutor nos planos de contensão da evasão.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Os Conceitos de evasão e Retenção na EaD

• Causas da evasão na EaD e a tutoria

• Os desafios da tutoria no combate à evasão

• O papel da tutoria nas estratégias institucionais de retenção da evasão

Introdução
Caro(a) aluno(a), a EaD, inegavelmente, é uma modalidade de ensino que muito tem contribuído para a democratização do ensino
superior em nossa país, visto que seu formato propicia a um maior número de sujeitos ao acesso a tal nível de ensino. Tem
possibilidade de vencer barreiras geográficas, pois pode chegar a localidades afastadas dos grandes centros por meio da internet.
E pode também viabilizar os horários diferenciados de estudo para aqueles que não podem estar todos os dias em uma sala de aula
convencional, seja porque não querem, não têm tempo ou até mesmo por razões físicas.

Com isso, os números do censo da EaD comprovam considerável aumento de instituições e estudantes nessa modalidade de
ensino. Contudo, se por um lado há um grande número de pessoas optando pela referida modalidade, por outro lado, esses
mesmos censos demonstram uma grande evasão. Em função desse quadro, o processo de retenção da evasão acaba sendo uma
preocupação constante para os envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem na modalidade de ensino em questão. Assim,
compreender a evasão e seus motivos e traçar estratégias para a retenção dos alunos faz parte das competências também dos
tutores.

Nessa perspectiva, a unidade que segue visa apresentar a você, prezado(a) acadêmico(a), algumas ideias sobre o processo de
retenção e o trabalho do tutor na EaD, visto a importância desse profissional para essa modalidade de ensino e ainda a
proximidade do mesmo com o aluno. Assim, ele é peça essencial em qualquer processo de retenção. Chamo sua atenção para o fato
que embora a evasão seja um fator de preocupação para a EaD, poucos são os trabalhos que versam sobre esse assunto, se
comparados a outras temáticas relacionadas a essa modalidade de ensino.

Outro ponto muito importante a esclarecer logo de início é que não temos a intenção de apresentar a você “receitas prontas” ou
um manual de retenção. Nosso objetivo é expor algumas ideias e conceitos adjacentes ao tema para que você, diante da
necessidade de sua prática, saiba desenvolver suas próprias estratégias.

Assim, no primeiro tópico trataremos sobre a evasão na EaD procurando defini-la e apresentando aspectos importantes a seu
respeito que respaldarão nossos estudos nos tópicos seguintes. Nessa trajetória, no segundo tópico, falaremos sobre as causas
mais frequentes de evasão na modalidade de ensino em pauta. No terceiro tópico, nossa discussão versará sobre os desafios que
tangem o trabalho do tutor no que diz respeito à evasão, assim, verificamos alguns pontos que representam dificuldades que
deverão ser vencidas por esse profissional. Por último, trataremos sobre o papel da tutoria nas estratégias institucionais de
retenção da evasão, considerando as principais causas apontadas para esse fenômeno tão preocupante na EaD.

Espero que com essa pequena exposição do que veremos a seguir, você tenha ficado mais interessado ainda em nosso conteúdo
considerando a importância do tutor no processo de permanência dos alunos em um curso e, consequentemente, no controle da
evasão.

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OS CONCEITOS DE EVASÃO E
RETENÇÃO NA EAD
Nosso objetivo nesse tópico é procurar falar sobre o processo de retenção de estudantes, mas para falar sobre isso, é preciso
compreender primeiramente o que é a evasão e quais as principais concepções que giram a respeito dela na EaD.

Vale dizer que esse fator é algo bastante preocupante na modalidade de ensino em questão, visto que os índices em relação aos
alunos que não concluem seus cursos não são baixos. Sobre isso o Censo EaD.BR (2013, p. 32) afirma que “A evasão de alunos é
apontada pelas instituições pesquisadas como o maior obstáculo enfrentado na execução de cursos EaD [...]”.

Nesse sentido, tem sido recorrente o número de pesquisas que procuram elencar as principais causas da evasão, contudo, ainda é
pequena essa estatística quando se fala em pesquisas que apresentam estratégias e/ou ainda formas efetivas para a permanência
dos alunos em seus cursos.

Em contrapartida à evasão está à ideia de permanência que para Ximenes (2000, p. 577 apud MAURÍCIO;
SCHLEMMER, 2014, p. 2024) é vista como o “ato de persistir, perseverar e tem como foco a continuidade
dos estudos”; as autoras também chamam a atenção, pautadas em Rovai (2002, p. 01) para a persistência,
que “é vista como o comportamento de ação contínua, apesar da presença de obstáculos”.

Assim, considerando as ideias dos autores apresentados, devemos nos preocupar com a permanência de
nossos alunos a partir de sua persistência, ainda que obstáculos apareçam e, obviamente, como em
qualquer processo, esses aparecerão. Isso dependerá diretamente da forma como serão enfrentados.

Vale ressaltar que, infelizmente, a evasão escolar é um problema recorrente na educação brasileira e acomete todos os níveis e
modalidades de ensino. Os fatores que a ocasionam são diversos e podem variar conforme o nível, contudo, é interessante estudá-
los e compreendê-los para que se possam tomar medidas efetivas no sentido de garantir que nossos alunos permanecem na escola
até o findar de cada uma das etapas nas quais devem passar e, inclusive, no ensino superior, visto a carência que há, em nosso país,
de profissionais qualificados.

Assim, a evasão pode ser descrita, superficialmente, como o abandono dos estudantes de seu curso antecipadamente, ou seja,
antes da conclusão do mesmo. Maurício e Schlemmer (2014. p. 2024) definem a evasão, pautadas em outros autores, como “o
abandono, desistência de um curso”.

Comarella (2009 ) relata que evasão pode ser classificada considerando a desistência, o trancamento, o abandono e os não
iniciantes. Na concepção da autora, a desistência é caracterizada quando o aluno deixa o curso durante seu desenvolvimento e não
mais retorna. Já o trancamento consiste na interrupção temporária do curso, pressupondo que esse ainda retornará. No que diz
respeito ao abandono, a autora explica que o estudante abandona o curso por considerar que o conhecimento adquirido já lhe é
suficiente, enfim, o último item se caracteriza pelo fato de que o aluno efetuou sua matrícula, mas em momento algum chegou a
iniciar o curso.

Embora a evasão seja um problema global da EaD, existem áreas em que a sua incidência é maior ainda, em relação a isso se
destacam os cursos da área de exatas. Inclusive, essa já é uma das características desses na educação presencial e de igual forma
persiste na EaD. Nesse sentido, instituições que ofertam cursos nas referidas áreas, bem como tutores desses cursos, devem estar
mais atentos ainda à necessidade de estratégias para reter seus acadêmicos.

Os projetos de EaD devem permitir que o estudante tenha suas dúvidas sanadas rapidamente, diminuindo a
sensação de isolamento que é uma das principais causas da perda da qualidade educacional e de evasão nos
cursos a distância.

(Vargas e Vargas)

Miranda et al (2014) explicam que a evasão nos cursos de graduação, sejam eles presencial ou a distância, é um fenômeno
.

complexo e de muitas causas, uma vez que envolvem vários itens decisivos para que esse estudante opte em continuar ou não
estudando. De igual forma, Bittencourt e Mercado (2014) explicitam que a evasão é uma situação que resulta de um conjunto de
fatores que levam o aluno a permanecer ou não em determinado curso. Os autores relatam que “consideram-se evadidos os alunos
que, após terem se matriculado, nunca se apresentaram ou se manifestaram de alguma forma para os colegas e mediadores do
curso, em qualquer momento” (2014, p. 471).

Pautando-se em Costa (1991), Bittencourt e Mercado (2014, p. 481-482) pontuam uma concepção interessante sobre evasão,
classificando-a como definitiva e temporária :

Evasão definitiva é a saída definitiva da universidade, ou seja, é aquela pela qual o aluno se afasta da
:

instituição, por abandono, desistência definitiva do curso ou transferência para outra universidade;

Evasão temporária é toda e qualquer saída temporária da instituição; considerando-se todo o tipo de
:

trancamento, isto é, a interrupção do curso – de um até dez semestres.

Diante da importância da contenção da evasão para os sistemas de EaD, os conceitos acerca do que é evasão e ainda de como ela
pode ser calculada circundam tais instituições. Sobre isso, Silva Filho et al. (2007 apud BITTENCOURT; MERCADO, 2014) explicam
que há duas formas para o cálculo da evasão podendo ser a média anual ou ainda a evasão total. O primeiro tipo consiste na
comparação da evasão entre o ano vigente e o ano anterior. Já a segunda consiste na comparação da quantidade de alunos
ingressantes e a quantidade de alunos que obterão o diploma ao final do período de integralização do curso.

Assim, considerando as ferramentas disponíveis nos AVAs, bem como outras ferramentas importantes de acompanhamento da
evasão dos alunos, as instituições têm a possibilidade de fazer cálculos variados sobre o processo de forma a reunir números que
lhes sirvam de norte para ações relacionadas à retenção.
Vale relatar que Censo EaD.BR (2013) destaca que essa é uma preocupação antiga dos programas de EaD, visto que já fora
mencionada em outras pesquisas. Também destaca que dificilmente tal preocupação deixará de existir, pois na modalidade de
ensino em questão os alunos estão mais expostos a estímulos concorrenciais nos ambientes em que escolhe para estudar como
suas residências, trabalho e/ou quaisquer outros ambientes.

Considerando os alarmantes números que são levantados pelas instituições de EaD sobre a evasão, Rumble (2003) faz uma
ressalva ao apontar que um problema que ocasiona esses índices não é exatamente a evasão, mas a concepção que se tem dela e o
cálculo que a instituição faz. O autor explicita que é importante considerar o aluno concluinte e não aquele que, necessariamente,
não participa de forma regular das atividades, pois muitas vezes essa é uma opção do aluno, mas ele continua seus estudos e
conclui seu curso. Assim, para o autor, a efetividade do cálculo da evasão ocorre por meio da comparação realizada entre
ingressantes e concluintes.

Ainda no sentido de classificar a elucidar os critérios das instituições para considerar a evasão, Aretio (2002 apud BITTENCOURT;
MERCADO, 2014) explica que existe a evasão real e a evasão antes de começar o curso. Para o autor a evasão real é aquela na qual
o aluno inicia o curso, inclusive com a realização de atividades e no decorrer dele o abandona. No segundo caso, refere-se aos
alunos que, sequer, iniciaram o curso, esses apenas fizeram sua matrícula, mas nunca realizaram atividade alguma. O autor ainda
adverte que existe uma diferença entre os dois tipos e, por isso, tal situação requer atenção das instituições ao realizarem o cálculo
da evasão.

Compreendemos com essa análise que a evasão é um fenômeno inerente à EaD que apresenta definições e conceitos muito
parecidos os quais todos tangem a não permanência dos alunos em seus cursos e mais do que isso, incorre na inclusão dos mesmos.
Todo esse processo é complexo e envolve uma série de fatores, mas envolve também um certo nível de desgaste tanto por parte
das instituições como também e, principalmente, por parte dos alunos que em muitos casos desistem de seus sonhos e de muitas
perspectivas de vida.

Por esse motivo, muito além de definir a evasão, é preciso identificar suas causas e encontrar formas para diminuí-la, não apenas
em função de ganhos de cunho financeiros para as instituições, mas principalmente em função da formação humana.

CAUSAS DA EVASÃO NA EAD E A


TUTORIA
Ao verificarmos a literatura a respeito das causas e motivos da evasão nos cursos de EaD muitos fatores aparecem, contudo
existem alguns que se destacam e para constituirmos este tópico recorremos àqueles com maior incidência. É importante
conhecer tais causas para procurar coibi-las, contudo, vale ressaltar a importância de a instituição ter um programa que as
conheça em seu contexto, pois podem variar ou ainda, devido a algum processo e à organização do sistema, pode haver algo
específico que comprometa a permanência dos alunos na instituição.

Em relação às principais causas da evasão, o Censo EaD.BR (2013, p. 41) elenca “a falta de tempo para estudar e participar do
curso; acúmulo de atividade de trabalho e falta de adaptação à metodologia”. O tempo é algo crucial em qualquer atividade de
aprendizagem, pois é preciso desenvolver várias habilidades no sentido de construir conhecimento. Sobre isso, Moran (2012, p.
18) explica que:

O conhecimento não é algo fragmentado, mas interdependente, interligado, intersensorial. Conhecer


significa compreender todas as dimensões da realidade, captar e expressar essa totalidade de forma cada
vez mais ampla e integral. Acessando o nosso objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos,
integrando-os da forma mais rica possível.

Dessa forma, esse processo também necessita de dedicação que muitas vezes não pode ocorrer devido a outras ocupações do
aluno, em função do ambiente em que estuda, em função de uma rotina repleta de outras circunstâncias que não sejam seus
estudos. Nesses casos, quando o estudante se vê obrigado a fazer escolhas para organizar seu tempo, os estudos normalmente
ficam em segundo plano, seja por opção, seja por necessidade.

Engana-se quem acredita que na EaD o tempo de dedicação aos estudos será menor, pelo contrário, muitas
vezes, a dedicação precisa ser mais intensa ainda, pois pelo fato de se dispensar de momentos presenciais
em sala de aula, esse precisa ser revertido em estudo de outras formas.

Sobre esse assunto, Neto et al. (2012, p. 3) recomendam que:

Quando se decide estudar nessa modalidade de ensino é extremamente importante a atenção que se dispensa ao
estabelecimento de objetivos de estudo, pois é a partir disso que é possível listar prioridades e organizar o tempo
com as demandas do curso. Assim, é necessário que o aluno seja claro ao estabelecer objetivos, tendo em mente que
um curso a distância exige em média de 12 a 15 horas de estudos semanais, ou seja, é necessário um maior tempo
de estudo do que o presencial.

Dessa forma, além de ensinar o aluno a se organizar, é preciso que ele tenha consciência do tempo
necessário para o estudo e se habitue a essa prática.

Tal situação não ocorre apenas na EaD, mas é uma realidade da educação brasileira. Infelizmente, não temos uma cultura para os
estudos, além disso, as condições sociais em que a maioria dos alunos se encontram os levam a seguir caminhos diferentes que os
desviam da educação superior.

A EaD é uma boa saída para isso, pois, permite que o aluno adapte melhor as questões do tempo e de seus estudos, mas muitas
vezes isso não é possível porque não há uma agenda de estudos bem elaborada e bem definida que permita essa organização tão
necessária para tal modalidade de ensino. Em muitos casos, há ainda, por parte do aluno, um equívoco de que por ser EaD, ele não
necessitará de muito tempo para os estudos, já que não há obrigatoriedade de permanência em uma sala de aula convencional,
com exceção das provas é claro.

Esse fator também pode ter relação com uma das outras causas apontadas que é a adaptação da metodologia. Na EaD, embora o
aluno tenha auxílio de professores e tutores, é inegável que grande parte de seus estudos dependerá, exclusivamente, dele.

Nem todos os acadêmicos estão preparados para isso, visto que durante sua vida escolar, muitos deles, não tiveram um processo
de aprendizagem que os preparasse para aprender a aprender, que os preparasse para a autonomia nos estudos. A própria postura
do ambiente escolar que sempre colocou o professor como único detentor do saber acaba sendo prejudicial para a autonomia e
desenvolvimento do aluno. Nesse contexto, o próprio aluno precisa estar preparado para um quebra de paradigmas. Para
Bittencourt e Mercado (2014, p. 470):
Muitos alunos tendem a evadir de um curso na modalidade a distância por não estarem adequados e
preparados para quebrar paradigmas educacionais. Para Peters (2004, p. 48), uma “mudança de paradigma
na educação” poderia significar que na educação certos modelos ou padrões não existem mais porque novos
modelos e padrões que diferem dos antigos de modo marcante os substituíram.

Na concepção de Isler e Machado (2013, p. 2028), na EaD foi verificado que há uma evasão maior nos primeiros meses do curso,
quando o estudante ainda está se adaptando a esta modalidade de ensino. Esse dado é de grande valia para os sistemas de EaD e,
em especial, para o tutor que poderá então intensificar os trabalhos e a motivação de seus alunos ao ingressarem no curso. Nesses
casos, a integração e a interação são fatores preponderantes para a permanência dos alunos.

Martins et al (2014) ao procurar apontar as causas da evasão em um determinado curso de administração, constatou que questões
.

financeiras também podem figurar como causa da evasão, principalmente, em instituições privadas as quais os alunos pagam
mensalidades. As pesquisadoras investigaram, por meio de formulários que os alunos preenchem ao solicitaram
trancamento/cancelamento de matrícula, os principais motivos apontados pelos alunos. Além dos outros dados foram elencados e
um deles foi bastante interessante:

Em se tratando do primeiro item pesquisado, que é o gênero, os dados indicam que as mulheres são as que
mais desistiram permanentemente do curso. Estabelecendo-se uma comparação do percentual de evasão
feminino e masculino, pode-se verificar que mais de 52% (833) das pessoas do gênero feminino desistiram
do curso de Administração contra mais de 47% (758) das do gênero masculino (MARTINS et al ., 2014, p. 8).

Em relação ao estado civil dos estudantes, as pesquisadoras destacaram que a maior parte dos alunos da EaD são casados,
contudo, os maiores índices de evasão, no curso pesquisado, está entre os solteiros. Vale dizer que esses dados não representam as
causas especificamente, mas são informações importantes para se chegar até elas e ainda para desenvolver um plano de ação para
a retenção.

Bittencourt e Mercado (2014), apoiados em outros autores, explicam que a evasão ocorre em função de causas endógenas e
exógenas. As primeiras são “requisitos didáticos pedagógicos, motivos institucionais e atitudes comportamentais. As
subcategorias estão relacionadas ao aluno quando ele já está na universidade e cursando algum curso” (BITTENCOURT;
MERCADO, 2014, p. 474).

Em relação às causas exógenas os autores explicam que são “conjunturais, características individuais, vocação pessoal e sócio-
político-econômico. As subcategorias estão relacionadas ao aluno antes de ingressar na universidade ou fazendo algum curso”
(BITTENCOURT; MERCADO, 2014, p. 476).

Conforme vimos, alguns autores classificam as causas da evasão na educação a distância como endógenas e
exógenas e a partir desse conceito de interno e externo elencaram tais causas. Vale a pena analisarmos o
que os dicionários dizem acerca dessas palavras:

Endógeno 1. Respeitante a razão ou motivo interno; 2. Diz-se da formação ou constituição que possui início
:

e se desenvolve por dentro, no interior; 3. (Geologia) Diz-se do ato, da força ou da resposta que ocasiona
acontecimentos ou episódios geomorfológicos cuja proveniência se encontra no interior do planeta; 4.
(Biologia) Diz-se do elemento anatómico ou do órgão que possui a sua proveniência ou começo dentro de
um outro órgão; 5. Diz-se da intoxicação provocada por elementos produzidos no interior do corpo. (Etm.
do grego: éndon + génos).

Exógeno 1. Diz-se daquele ou daquilo que tem o seu começo no exterior; que se vai constituindo para fora;
:

2. (Botânica) Referente aos vegetais que apresentam um crescimento em circunferência, ou seja, que não
crescem no centro da haste. (Etm. do grego: éxos + génos)
Fonte: Léxico (on-line).

No que diz respeito às causas endógenas, os pesquisadores indicam que uma boa gestão por parte da instituição seria uma saída
para a resolução do problema. Nesse sentido, um projeto de controle de qualidade, sistema de tutoria bem estruturado, formado
por tutores que tenham conhecimento da EaD, do conteúdo e do processo de interação com os alunos. Professores igualmente
conhecedores do conteúdo e preparados para o trabalho em EaD e ainda um projeto pedagógico de curso com estrutura
compatível ao curso e, consequentemente, com a metodologia adotada para o sistema de EaD em que se insere.

Sobre as causas exógenas em função dos fatores que a motivam é mais complexo que a instituição possa ter controle sobre elas,
pois apresentam uma relação direta com o sujeito. Assim, investir em ações para se traçar o perfil de aluno seria uma estratégia
proveitosa. No sentido de compilar e ainda caracterizar as causas endógenas e exógenas, pautando-nos em Bittencourt e Mercado
(2014) para apresentarmos a você, aluno(a), duas tabelas que permitem uma análise bastante interessante e ampla a respeito de
tais causas. A compreensão das mesmas, assim como a reflexão sobre elas pode se tornar uma importante ferramenta para que o
tutor possa agir diretamente nos problemas apontados e, além de auxiliar na retenção dos alunos, pode também melhorar seu
trabalho e práticas.

Tabela 1 - D as causas endógenas

Fonte: a daptad a de Bittencourt e Mercado (2014).


Tabela 2 - D as causas exógenas

Fonte: a daptad a de Bittencourt e Mercado (2014).

Neto et al. (2012) ao listarem as causas mais recorrentes da evasão na EaD elencam os seguintes fatores: financeiros, não
adaptação ao método e ainda a obrigatoriedade de provas presenciais. Nesse sentido, temos aqui um fator um pouco diferente
daqueles que foram listados pelos demais autores da pesquisa, a questão da obrigatoriedade das provas presenciais. Em relação a
isso, acreditamos que tal fator estabelece relação direta com o fato de que o aluno não desconhece o sistema de EaD, uma vez que
as provas, na modalidade de ensino em questão, são, obrigatoriamente, presenciais. Tal regra é determinada por lei.

Atrelado a isso, também é possível chamar sua atenção, aluno(a), para o conceito de flexibilidade que se agrega à EaD, muitas vezes
ele é concebido de forma inadequada pelo estudante ao iniciar o curso e isso ocasiona uma quebra de expectativas. Muitos são os
motivos que levam à evasão, alguns deles têm relação direta com o curso e com a metodologia, mas outros também estão
diretamente ligados ao aluno. Diante disso, logo de início é importante que a instituição tenha em mente quem são seus alunos,
qual é o perfil predominante para traçar estratégias para permanência deles.

Com relação aos obstáculos enfrentados em 2014, 116 instituições afirmam que o maior obstáculo foi a
evasão dos estudantes. A resistência dos educadores à modalidade EAD, combinada aos desafios
organizacionais de uma instituição presencial que passa a oferecer essa modalidade de ensino, aparecem
em segundo lugar sendo considerados obstáculos para 80 instituições. Em terceiro lugar aparecem os
custos de produção dos cursos, apontados por 77 instituições como obstáculo.

Fonte: Censo EAD.BR (2014).

Vale dizer também que diante da questão da evasão aqui apontada e da miscelânea de fatores que a envolve, a instituição também
deve elaborar suas próprias estratégias de permanência, essas obviamente, devem envolver o tutor, visto a proximidade dele com
os alunos.
OS DESAFIOS DA TUTURIA NO
COMBATE A EVASÃO
Não é preciso ser um profundo conhecedor da EaD para compreender que o trabalho do tutor é repleto de desafios, na verdade, o
trabalho da maioria dos educadores é assim. Contudo, é um trabalho bastante gratificante, pois como está diretamente
relacionado às pessoas e a capacidade que elas têm de se desenvolverem, é bastante gratificante. Como a evasão é um problema
bastante sério na modalidade de educação em questão e se torna um desafio para todos os envolvidos, assim, também o será para
o tutor.

Em especial na EaD, a própria distância espacial que há entre tutores e alunos torna-se um desafio a ser vencido em duas
circunstâncias diferentes. A primeira diz respeito à própria percepção do tutor sobre os indícios de evasão dos alunos. Essa
dispersão, muitas vezes, não permita que esse profissional anteveja os problemas pelos quais seus alunos estão passando. A
segunda circunstância é que a própria distância pode figurar como uma das causas da evasão, visto que muitas vezes o aluno não
se apta à metodologia. Sobre esse assunto, Behling e Cruz (2008, p. 380) explicam que:

A Educação a Distância no ciberespaço pressupõe a aprendizagem de alunos remotos com uma mudança de
foco do ensino (centrado no professor) para a aprendizagem (centrada no aluno). Isso significa, no mínimo,
duas transições: uma, cada vez menos pertinente, que é a transição da aula presencial no Campus para uma
aula não presencial em qualquer lugar que permita a conectividade; outra, emergente, que é a transição da
educação institucionalizada para uma troca generalizada de saberes. O novo paradigma desta transição
pressupõe a necessidade de incorporar a comunidade no processo, e tem como resultado a formação de
alunos mais qualificados para as exigências que se apresentam. A desvantagem é o grande abandono dos
cursos por parte dos alunos que, por seu lado, muitas vezes ainda não estão preparados para a postura de
aprendizagem eterna, constante, ativa, transformadora, aberta e autônoma que a modalidade a distância
exige.

Dentre outros fatores, queremos destacar que a realização das atividades pode ser uma forma bastante interessante de se manter
os alunos mais próximos e ainda ter a noção de como está seu andamento no curso não apenas em termos de avaliação de
aprendizagem, mas também como uma espécie de termômetro para a evasão.
Se o estudante faz as atividades com uma determinada frequência e isso começa a ter alterações negativas, é importante que o
tutor interaja com o aluno no sentido de motivá-lo a continuar realizando tais atividades e ainda para que esse não perca seu foco
nos estudos e tenda ao abandono do curso.

A realização de atividade pode ter forte ligação do aluno em relação à aceitação ou não à metodologia da EaD e ainda ao
desenvolvimento de sua autonomia. Muitas vezes o aluno não consegue realizá-las em função de sua insegurança, da manifestação
e exposição públicas em ambientes como fóruns. Dessa forma, essas situações podem desmotivá-lo de forma que queira desistir
do curso. Constitui-se, então, como um desafio do tutor, ter a dimensão dessas questões em ambientes tão amplos como os AVAs.

O silêncio dos alunos não significa, exatamente, que eles estão bem no curso, ao contrário, isso pode
significar desmotivação. Pode representar ainda insegurança para se manifestarem e um indício muito forte
de evasão.

O tutor precisa estar preparado para essa verificação e ainda saber provocar um diálogo amigável de forma
que o aluno também lhe dê um retorno sobre o andamento das atividades, do curso e, mais do que isso,
sobre sua aprendizagem. Esse profissional precisa desenvolver mensagens que não sejam invasivas, mas
levem o aluno a perceber a preocupação desse primeiro para com ele.

É claro que o processo de realização dessas atividades também está atrelado a diversos outros fatores como o nível de dificuldade
delas, o quanto professores e tutores trabalharam os conteúdos que os respaldem para sua realização e ainda o apoio dado pelo
tutor para a realização das mesmas.

Assim, acompanhar o processo de realização dessas atividades, além de ser uma das funções do tutor acaba sendo uma forma de
permanência dos alunos no curso, porém, essa é uma tarefa árdua, porque muitas vezes o tutor tem uma série de outras atividades
para executar que acaba não exercendo essa atividade, essencialmente, pedagógica e fundamental para a retenção dos alunos.

Na EaD existem atividades que podem ser síncronas e outras que podem ser assíncronas. As atividades
assíncronas não permitem a interação em tempo real, já as atividades síncronas possibilitam interação,
comunicação, em tempo real. Os chats exemplificam a comunicação síncrona, assim, uma atividade
realizada por meio do chat será caracterizada pela interação em tempo real e permitirá maior proximidade
entre alunos e professores.

Trata-se de uma importante atividade para a criação de vínculos e para a aproximação da turma. Além disso,
a realização de atividades periódicas, por meio do chat, pode ser um importante instrumento de verificação
da adesão à atividade e consequentemente ao curso.

Em relação a isso, que se constitui como desafio para o tutor, é importante ressaltar que muitas vezes, por mais que tutor tenha
consciência dessa responsabilidade, muitas instituições preocupadas somente com a questão da quantidade de alunos e não com a
qualidade da educação, acabam atribuindo ao tutor muitas demandas técnicas e não sendo possível esse acompanhamento
próximo da realização das atividades.

Vale pontuar também que muitas vezes, em função do alto investimento em tecnologia, muitas vezes, espera-se que elas por si só
sejam capazes de fazer com que o aluno supere suas dificuldades na EaD. Uma vez que viabilizam consultas diversas, uma
navegação inteligente entre outros fatores, contudo, elas não suprem a necessidade de interação existente entre os seres
humanos, assim, precisam ser utilizadas a favor do processo de forma que alunos e tutores a utilizem em prol da comunicação,
interação e aprendizagem. Neto (2012, p. 6) alerta que:
[...] preciso ter-se consciência de que, da mesma forma que uma aula é planejada por pessoas e não
é
máquinas, a Educação a Distância, incluindo seus alunos, também é composta por pessoas, seres humanos
que possuem necessidades, histórias, vivências e conhecimentos diferenciados.

Devido as particularidades da EaD outra questão desafiadora para o processo de tutoria e que tem relação direta com a evasão é o
fato de o aluno aprender a lidar com uma metodologia diferenciada e entender que sua postura enquanto estudante dessa
modalidade de ensino deverá ser diferenciada. Acerca desse assunto, Santos (2014) ressalta que é necessário que os estudantes
tenham um tempo para se adaptarem ao sistema. Afirma também que uma falha desses alunos é que tendem a reproduzir na EaD
as mesmas atitudes que tinham na educação presencial “de modo que, não havendo mudança de atitude, serão fortes candidatos a
transformar-se em números nos altos índices de evasão” (SANTOS, 2014, p. 10).

Vale voltarmos nossa atenção para o fato que as falhas no processo pedagógico, incluindo a tutoria são causas de evasão na EaD,
dessa forma, as instituições precisam investir na capacitação desses profissionais para que o mesmo não carregue sozinho o fardo
pesado por motivos de evasão. Sobre isso, o desafio se constitui ainda pelo fato que embora a EaD não seja tão recente em nosso
país, muito ainda se tem a aprender em relação a ela ao trabalho dos docentes que nela atuam, incluindo o tutor.

Os cursos em EaD devem ser janelas para o mundo do conhecimento através de espaços compartilhados,
oferecendo acesso a ideias, perspectivas, culturas, novas informações e múltiplos olhares sobre um mesmo
tema.

(Neto et al . )

Nesse sentido, deve fazer parte da formação do tutor capacitações que o levem a compreender a evasão e suas causas bem como
prepare para lidar com esse fenômeno. Muitas vezes os tutores são provenientes de áreas que não envolveram em sua formação
acadêmica a docência, muito menos a docência na EaD, assim, esse realmente, não tem noção exata de sua importância no
processo de retenção e controle da evasão na modalidade de ensino em questão.

O PAPEL DA TUTORIA NAS


ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS DE
RETENÇÃO DA EVASÃO
O tutor é um profissional que está diretamente ligado aos alunos em qualquer sistema de EaD, dessa forma sua experiência bem
como suas ideias e concepções podem ser de grande valia para o plano institucional de contenção da evasão, ou seja, para o
processo de retenção dos alunos. Além disso, as práticas do tutor também estão diretamente ligadas à permanência desses.

Assim, o tutor precisa estar atento às manifestações dos alunos em relação à evasão e apresentar constantemente estratégias que
visem à permanência desses. Não é um trabalho fácil diante de toda a demanda do tutor, contudo, é uma das atribuições de sua
função e precisa ser cumprida adequadamente.

Existem inúmeras estratégias que podem ser desenvolvidas e um ponto forte das competências necessárias ao tutor é justamente
saber se preparar para isso. Vale dizer também que não existem receitas prontas para esse processo de retenção por parte do
tutor, o que ela precisa é estar munido de conhecimentos que proporcionem, conforme a necessidade, o planejamento e a
execução de ações para a retenção.

Uma estratégia basilar é o próprio desempenho de suas funções de forma adequada e correta. Para isso é preciso ter
discernimento do que é e de como colocar em prática suas tarefas enquanto profissional da EaD. Ter ciência de seus deveres e
desenvolver constantemente as habilidades e competências para exercer sua profissão que é galgada em questões pedagógicas e
técnicas. Reconhecer-se como docente, também é primordial.

Rumble (2003, p. 100) explica que a evasão pode ser reduzida por meio de:

Fornecimento de excelente material pedagógico; Prestação de informações rápidas e corretas aos


estudantes, para evitar que o aluno escolha incorretamente o curso que deseja seguir ou para o qual não
esteja ainda preparado; Informação rápida ao estudante e assistência àqueles que já estão no sistema,
ajudando-os a superar problemas nos estudos; Criação de um clima estimulante para que os alunos
busquem orientação junto aos tutores, conselheiros e mesmo com outros estudantes. Enfim, trata-se de
preparar um ambiente que estimule a participação em um grupo de estudos ou em um “clube” de
estudantes, de forma a incentivar a motivação e interesse.

O autor ainda relata que a motivação é algo fundamental para a manutenção do aluno em um curso. Assim, as instituições que
conseguem motivar seus alunos utilizando de materiais e estratégias interessantes de interação e socialização, terão maior chance
de sucesso e maior possibilidade da permanência dos acadêmicos até o término do curso. É importante dizer que muitas vezes o
aluno dá indícios de sua desmotivação para a realização de seu curso, sua própria frequência de acesso ao AVA é um fator
fundamental.

Outra questão é a realização de atividades. Elas têm muita importância no processo de ensino e aprendizagem da EaD, tanto em
relação à prática do conteúdo como também no que diz respeito ao acompanhamento do curso por parte do acadêmico. Assim,
acompanhar tal frequência é uma estratégia importante de retenção.

Para isso, é importante ressaltar que os sistemas de EaD devem apresentar ferramentas que viabilizem esse acompanhamento
constante e o tutor precisa estar apto à utilização das mesmas. Vale dizer que não basta apenas levantar números que indiquem
quem realizou ou não as atividades, mas como foi a realização delas por parte dos alunos, quais foram as maiores dificuldades na
realização das mesmas, que impacto tiveram em seu processo de ensino e aprendizagem, enfim, é preciso ter uma visão global
desse aspecto.

Entre causas da evasão na EaD destaca-se a falta de tempo dos estudantes para a realização do curso. Nesse sentido, o tutor deve
informar com clareza o tempo estimado de realização das atividades e deve propor para o aluno a organização de uma agenda na
qual esse tempo possa ser gerido da melhor forma possível e deixe de se tornar um empecilho ao aluno. A questão do tempo
envolve ainda outras prioridades do acadêmico, assim, ela precisa estar atenta aos seus objetivos quanto aos estudos para o tempo
dedicado a ele também componha sua lista de prioridades. Sobre isso ainda, é importante esclarecer ao aluno, assim que inicia seu
curso, que a EaD permite uma flexibilidade de tempo, ou seja, o aluno vai poder organizar sua disponibilidade ao tempo necessário
para os estudos. Contudo, infelizmente, muitos alunos têm uma concepção errônea dessa modalidade e acreditam que não
necessitarão de tempo algum para os estudos ou que esse poderá ser bem reduzido, o que, na verdade, não acontece. Isso acaba
gerando uma frustação que incorre na evasão.

O professor tradicional prejudica o desenvolvimento do aluno, pois o coloca em um plano de dependência


indesejável e desnecessário.

(Kenski)

Além disso, chamamos sua atenção para dois fatores fundamentais para a permanência do aluno em um curso, quais sejam
motivação e a viabilização da autonomia dos alunos. Dedicarmo-nos, então, a saber, um pouco mais sobre cada um deles. Como já
mencionamos, a motivação faz com que o estudante se sinta o tempo todo desejoso de seu curso, já a autonomia, na EaD, é
necessária para o desenvolvimento do aluno, dessa maneira, conforme esse for desenvolvendo essa autonomia, tem maior chance
de se habituar com a modalidade de ensino em questão e diminuir as possibilidades de evasão e desistência.

Embora a palavra motivação, por si só, já apresenta fortes indícios de sua significação, ao levarmos para o âmbito dos sujeitos, Rosa
(2003, p. 170) define que:

Falar em motivos, por conseguinte, implica referirmo-nos a forças ou energias que impulsionam o
comportamento na obtenção de determinados objetivos. Os motivos dinamizam a personalidade, enquanto
que a motivação é o processo através do qual os motivos surgem, desenvolvem-se e mobilizam
comportamentos.

Percebemos com isso que a motivação está diretamente ligada com os desejos e objetivos dos sujeitos, dessa forma, estabelecem-
se motivos para a escolha e realização do curso. Vale dizer também que a motivação é um dos fatores que viabilizam a
aprendizagem, pois é preciso querer aprender, principalmente, no caso do aluno adulto, foco da EaD no Brasil devido à legislação.
Esse querer aprender, então, está ligado aos motivos de cada um.

Considerando o processo de mediação e aproximação dos envolvidos na EaD, uma estratégia importante do tutor seria conhecer
os objetivos de seus alunos para mantê-los motivados na busca constante desses. Vale dizer que muitas vezes nos depararemos
com alunos com perspectivas pouco animadoras e ainda sem ter intenções claras ao iniciar o curso superior. Dessa forma,
procurando manter a interação e motivação, também é papel do tutor, procurar, juntamente com o aluno, fazer com que esse
último estabeleça seus objetivos e tenha um plano de ação para alcançá-los. De posse dessas informações, o tutor poderá agir no
sentido de manter seus alunos motivados.

Isler e Machado (2013) ressaltam que a motivação dos sujeitos está relacionada a fatores intrínsecos e extrínsecos, assim, devem
ser considerados ambientes de aprendizagem, a personalidade dos sujeitos e, principalmente, o objeto do desejo dos sujeitos.
Esses autores, por meio de uma pesquisa bastante interessante acerca da motivação na EaD pontuam três fatores fundamentais
para a motivação dos alunos dessa modalidade de ensino, “são eles características da personalidade do próprio aluno, a equipe
envolvida na organização (tutores, professores, gestores, dentre outros) e os recursos tecnológicos e didáticos disponíveis” (ISLER;
MACHADO, 2013, p. 77).

Outra situação que merece destaque em relação à pesquisa dos autores supracitados é o fato que a motivação dos alunos estava
bastante relacionada à frequência com que interagiam com o tutor, à clareza com que essa profissional transmite as informações, o
conhecimento que demonstrava ter em relação aos conteúdos e ainda ao atendimento personalizado que dispensavam aos alunos.

Sobre esse assunto Kenski (2009) explica que a motivação dos adultos para a aprendizagem tem forte relação com as
possibilidades que lhe são dadas de partilhar suas histórias de vida. Assim, o ambiente de aprendizagem deve possibilitar a
apresentação da opinião e das vivências desses, contudo, é preciso saber que a aprendizagem, de fato, ocorre quando vai muito,
além disso. Assim, ao mesmo tempo que exposições, suas impressões e experiências são oportunas, a realidade cientificamente
estabelecida, quando difere dessas impressões deve ser trabalhada para que não se constituam conceitos equivocados em relação
aos estudos.

Moran (2012, p. 13) traz uma importante reflexão sobre o ensino e a motivação quando diz que “ensinar depende também de o
aluno querer aprender e estar apto a aprender em determinado nível (depende da maturidade, da motivação e da competência)”.

Conforme estamos estudando, a motivação é um fator necessário e importante para que qualquer sujeito
atinja seus objetivos. Para ser motivador no processo de ensino e aprendizagem, é preciso compreender
esse ambiente e ainda entender como a aprendizagem ocorre em diferentes fases da vida.

Sobre isso, Kenski (2009, p. 243) explica que “o processo de aprendizagem do adulto se desenvolve na
seguinte ordem: sensibilização (motivação); Pesquisa (estudo); Discussão (esclarecimento); Experimentação
(prática); Conclusão (convergência) e compartilhamento (sedimentação)”.

É importante refletir sobre esse processo, visto que a EaD se desenvolve, em nosso país, especialmente no
ensino superior, nível no qual temos aluno adultos.

Relacionando motivação e a retenção e permanência dos alunos na EaD, Pavesi e Oliveira (2011), ao realizarem uma pesquisa
acerca dos motivos da evasão na referida modalidade de ensino, constataram que a influência motivacional do tutor figurou entre
um dos principais motivos da evasão. Nesse sentido, ressaltamos a importância do desenvolvimento dessas ações por parte da
tutoria. Vale dizer que essa não pode ser uma ação isolada como características das atividades desse ou daquele tutor, essa deve
ser uma característica do projeto de tutoria do sistema de EaD.

No que diz respeito à autonomia dos alunos, essa é uma habilidade requerida a eles e que faz toda a diferença para seu sucesso na
EaD. Essa autonomia diz respeito a uma série de fatores, dentre eles, a capacidade que o aluno deve ter de utilizar o AVA de forma
independente, da capacidade que o aluno deve ter em buscar novos caminhos e ferramentas para sua aprendizagem de forma que
isso se torne algo constante em sua vida.

Preti (2009) explica que para o exercício da autonomia o aluno precisa querer ser autônomo e ainda um
ponto de partida importante para isso é fazer alguns questionamentos:

Como estudar? O que devo fazer, enquanto me coloco na posição de aprendiz, para aprender a aprender, a
me autoformar, a regular minha aprendizagem, em suma, a ter minha autonomia no processo de
aprendizagem? Existem instrumentos e técnicas para dar suporte ao aprendiz neste processo?

Pois bem, como o aluno, ao ingressar na EaD, também não tem noção dessa necessidade de autonomia, após
compreendê-la, é essencial que o tutor o leve a refletir sobre essas questões e ainda que mobilize
instrumentos e técnicas que possam auxiliar seus alunos do desenvolvimento dessa autonomia.

Vale dizer que a autonomia é caracterizada pela independência, pela autossuficiência. Com isso, aos poucos o aluno torna-se
gestor de sua aprendizagem tendo discernimento para enfrentar as dificuldades e ainda reverter determinadas situações
desfavoráveis a sua aprendizagem.

Preti (2009) faz uma consideração bastante interessante sobre o processo de aquisição de autonomia dos alunos. O autor pontua
que a autonomia do aluno implica também na liberdade que ele tem para e na postura do professor, pois esse desloca sua condição
de detentor do saber para, de fato, mediador dele.
Tal processo é fundamental para que ele permaneça na EaD, pois esse acadêmico necessitará estruturar sua rotina de estudos,
sabendo se organizar em relação ao tempo e às suas necessidades de aprendizagem. Essa autonomia inclui ainda a partilha dessas
necessidades junto ao tutor, de forma, que esse último seja um orientador da aprendizagem do primeiro e que não ocorra uma
relação de dependência entre ambos.

Diante dos motivos e das causas da evasão, promover a autonomia dos alunos gradativamente pode ser uma ferramenta de
importante valia para a retenção dos alunos nos de EaD.

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ATIVIDADES
1. Conforme estudamos, evasão pode ser classificada considerando a desistência, o trancamento, o abandono e os não-iniciantes.
Sobre esse assunto, verifique a situação que segue: A aluna X iniciou um curso de pedagogia a distância. Adaptou-se rapidamente a
metodologia, estava cumprindo com as atividades e sendo bastante participativa. Conseguia conciliar o pouco tempo que tinha livre com
seus estudos e estava se dedicando bastante ao curso, contudo, durante a realização do mesmo, ela engravidou e com a chegada do bebê,
sendo mãe de “primeira viagem” as coisas ficaram um pouco difíceis. Foi, então, que optou em deixar a graduação durante um
determinado período, até que o bebê completasse um ano. Assinale a alternativa correta sobre a classificação desse tipo de evasão.

a) Desistência.

b) Abandono.

c) Trancamento.

d) Não iniciantes.

e) Contínua.

2. O Censo EaD.BR (2013, p. 32) afirma que “a evasão de alunos é apontada pelas instituições pesquisadas como o maior obstáculo
enfrentado na execução de cursos EaD”. Conforme estudamos, levando em conta a evasão como problemática a ser vencida pela
EaD, leia as assertivas que seguem e assinale a alternativa correta.

I. A evasão é um problema porque representa prejuízos financeiros para as instituições, sejam elas públicas ou privadas.

II. A evasão é um problema, pois nosso país necessita de formação humana em nível superior.

III.Há um desperdício não somente de recursos financeiros, mas também humano, tanto por parte de professores quanto de
alunos.

IV. A evasão é um problema somente em função dos prejuízos financeiros que causa às instituições.

Estão corretas apenas:

a) I e III.

b) II e IV.
c) I, II e III.

d) II, III e IV.

e) I, II, III e IV.

3. O censo da educação a distância é um importante documento que serve de parâmetro acerca dos dados sobre a evasão, sejam
eles numéricos ou não. Acerca das causas, o Censo EaD.BR de 2013, aponta que:

I. A falta de tempo dos estudantes não é problema para a EaD devido sua flexibilidade.

II. A acúmulo de atividade de trabalho, pode ser perfeitamente conciliado com a metodologia EaD, portanto, essa não é uma das
principais causas da evasão.

III. O censo apresenta, entre outros fatores, a adaptação à metodologia como uma das principais causas da evasão na EaD.

IV. Embora a EaD seja flexível em relação ao tempo e ao espaço, o fator tempo ainda figura como uma das principais causas de
evasão na EaD.

É correto o que se afirmar em apenas

a) I e II.

b) III e IV.

c) I, II e III.

d) II, III e IV.

e) I, II, III e IV.

4. Verifique a situação que segue: Um determinado aluno de EaD, ao fazer sua matrícula nessa modalidade de ensino, determinou que
estudaria semanalmente em seu polo, pois em sua casa, devido à quantidade de pessoas que lá moravam, era bastante difícil a
concentração. Ao chegar ao polo na primeira semana, encontrou bastante desorganização e barulho. Os computadores do laboratório de
informática não funcionavam direito e o acesso à internet era precário. Essa situação foi bastante desmotivadora e levou o aluno à
evasão do curso, pois não conseguia realizar suas atividades por falta de estrutura do polo. Sobre as causas endógenas e exógenas que
estudamos, podemos afirmar que esse aluno evadiu em função de:

a) Atitude comportamental.

b) Motivos institucionais.

c) Requisitos didáticos pedagógicos.

d) Vocação pessoal.

e) Características individuais.

5. Em relação às atividades de estudo e a percepção do tutor quanto à evasão, é correto afirmar que:

I. As atividades não representam nenhum indício de evasão, elas estão relacionadas apenas à avaliação da aprendizagem.

II. A realização de atividades não se relaciona a nenhum fator de evasão.

III. A realização das atividades pode ser uma forma bastante interessante de se manter os alunos mais próximos o que pode
auxiliar na retenção dos mesmos.

IV. Quando o aluno deixa de realizar as atividades, que frequentemente realizava, pode estar dando indícios de desistência.
Assinale a alternativa correta:

a) I e II.

b) III e IV.

c) I, II e III.

d) II, III e IV.

e) I, II, III e IV.

6. Analise as afirmações que seguem:

O silêncio dos alunos não significa, exatamente, que ele está indo bem no curso.

POIS

Muitas vezes, não se manifesta porque está perdido, desnorteado em relação à metodologia e tudo mais que diz respeito ao curso.

Assinale a alternativa correta.

a) A afirmação I é verdadeira, contudo a afirmação II é falsa.

b) A afirmação I é falsa, e a afirmação II é verdadeira.

c) Ambas as afirmações são verdadeiras e se complementam.

d) Ambas as afirmações são verdadeiras, mas não se complementam.

e) As duas proposições são falsas.

7. Estudamos neste tópico que o tutor é muito importante no auxílio da retenção dos alunos dos sistemas de EaD. Sobre isso, leia
as afirmações que seguem e assinale a alternativa correta.

V. O tutor está diretamente ligado ao aluno, por isso, pode auxiliar, também diretamente, na retenção.

VI. O bom relacionamento com o tutor, devido à proximidade que terá com o aluno é um fato muito importante para a
permanência dos alunos em seus cursos.

VII. O desempenho de suas atribuições de forma adequada, considerando-as de uma forma ampla, é uma das estratégias de
retenção que o tutor pode lançar mão.

VIII. Na medida em que se assume como docente e realiza ações concretas para isso, o tutor está criando uma estratégia contra a
evasão.

a) Estão corretas somente I e II.

b) Estão corretas somente III e IV.

c) Estão corretas somente I, II e III.

d) Estão corretas somente II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.


8. Conforme estudamos a motivação é uma estratégia eficaz para a permanência dos alunos em seus cursos. Aprendemos que ela
pode ser intrínseca ou extrínseca e que existem fatores fundamentais para a motivação dos alunos na EaD. Sobre isso, leia as
afirmações e assinale a alternativa correta.

I. As características da personalidade do próprio aluno fazem parte desses fatores.

II. A equipe envolvida na organização (tutores, professores, gestores, dentre outros) compõe o quando desses fatores.

III.Os recursos tecnológicos e didáticos disponíveis nos ambientes virtuais de aprendizagem são, entre outros, fatores
importantes para a motivação dos alunos.

IV. Os recursos didáticos têm características peculiares na EaD, porém, não figuram como fatores motivacionais à permanência ou
não dos alunos na modalidade de ensino em destaque.

a) Estão corretas somente I e II.

b) Estão corretas somente III e IV.

c) Estão corretas somente I, II e III.

d) Estão corretas somente II, III e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

Resolução das atividades

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RESUMO
Dessa forma, nosso objetivo nesta unidade foi trazer à tona algumas discussões importantes sobre esse processo. No primeiro
item verificamos a evasão considerando suas definições e ainda os aspectos que a envolvem. Aprendemos que garantir a
permanência dos alunos em cursos de EaD não é algo tão simples, visto os diversos fatores que envolvem essa modalidade de
ensino. Dessa forma, também verificamos que vários são os fatores que podem ocasionar a evasão e que o estudo deles é bastante
importante para compreender esse fenômeno e desenvolver formas de amenizá-lo.

Sobre as causas da evasão verificamos que são muitas e vários autores podem apresentá-las a partir de uma perspectiva diferente,
contudo, ao consultarmos um documento oficial, o censo da educação a distância de 2013, observamos que a causa em destaque
para a evasão, dentre as instituições participantes, foi a falta de tempo para os estudos, seguida do acúmulo de atividade de
trabalho e falta de adaptação à metodologia.

Nesse sentido, verificamos que as causas da evasão podem ser classificadas como endógenas e exógenas. As endógenas estão
ligadas à própria gestão da instituição, enquanto as exógenas são ligadas aos motivos pessoais do aluno, fugindo um pouco do
controle institucional.

As primeiras foram compiladas e apresentadas a você por meio das seguintes temáticas atitude comportamental, motivos
institucionais e requisitos didáticos pedagógicos. Já no caso da segunda, essas foram agrupadas, conforme os autores estudados
em sócio-político-econômicos, vocação pessoal, características individuais e conjunturais.

Traçando uma sequência lógica, sobre esse assunto verificamos também alguns desafios da tutoria e os combates a evasão, na
verdade, conseguimos perceber, com esse tópico, que diversos são os desafios dos tutores e a retenção dos alunos é mais um.
Ainda que não seja tarefa simples, é preciso compreendê-la e trabalhar um prol da permanência dos alunos em seus cursos, até
porque isso envolve outras questões que vão desde as pessoais até as institucionais.

Na última aula, verificamos estratégias para a retenção que tratam do apoio ao aluno na gestão do tempo, sendo essa uma das
causas mais recorrentes da evasão. Outro ponto fundamental foi compreender como a motivação pode manter os alunos no curso
e solucionar vários problemas relacionados ao fenômeno em questão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de refletir sobre vários aspectos relacionados evasão na EaD. Esses transitaram desde os
conceitos de evasão e a relação dela com a tutoria, suas principais causas, consequências diretas de tudo isso nas atividades e
ainda o papel do tutor nesse processo de permanência do aluno em seu curso.

Estudar na EaD é fácil, primeiramente, porque é necessário uma quebra de paradigmas por parte do aluno, pois há muitas
diferenças em relação à educação presencial que é a base de muitos alunos. Essa quebra de paradigma envolve ainda o
entendimento de que o acadêmico necessita desenvolver autonomia para poder organizar seus estudos. É claro que o tutor deve
ser figura atividade nesse processo dando caminhos e orientando como essa organização deve ocorrer, porém, isso deve partir, de
fato, do aluno.

Verificamos que muitas são as causas da evasão e isso relaciona a fatores ocasionados pela instituição de ensino e outro
ocasionados pelo próprio aluno. Assim, verificamos as causas endógenas e exógenas para a instituição. Algumas, assim que
observadas podem ser diminuídas ou sanadas a partir de um plano de gestão bem estruturado que vise à qualidade dos serviços
oferecidos, sejam pedagógicos ou operacionais.

Já em outras situações, depende, realmente, do aluno e de condições adversas que o cercam, que vão desde a falta de emprego, até
mesmo uma mudança de estado ou de país. Vale dizer, que mesmo nesses casos, existem algumas estratégias a serem
desenvolvidas por parte da instituição, contudo, o foco é diferenciado do anterior.

Devido ao fato de o tutor apresentar uma ligação direta com o aluno, o trabalho desse profissional é de extrema importância tanto
para a permanência dos alunos no curso quanto para auxiliar a instituição ao traçar estratégias de retenção. Assim, essas podem
ocorrer em nível micro, ou seja, na alçada do tutor e ainda pode ocorrer em um nível macro, na esfera institucional. Em ambos os
casos, o tutor deve ser figura de destaque.

Nesse sentido, ao se traçar estratégias de retenção essas devem apresentar itens de cunho pedagógico, operacional e ainda
psicológico. É preciso motivar o aluno a ser um estudante EaD e ainda despertar nele um sentimento de proximidade e
pertencimento ao curso. Além disso, é importante que ele tenha conhecimento das particularidades que cercam a EaD, a
metodologia do curso e ainda trace objetivos a serem atingidos.

Ainda considerando a maior causa de evasão que é a questão do tempo para estudar, é necessário que haja um projeto
interessante por parte da instituição e tutoria que dê subsídios para que o acadêmico possa se organizar quanto ao tempo. Desse
modo, a clareza em relação ao tempo de realização das atividades é um fator essencial, assim como também um plano, por parte da
instituição, que vise mensurar tal tempo para a realização das atividades.

Enfim, vale dizer que o processo de permanência dos alunos não é simples, contudo, é necessário para todas as instituições, sejam
elas públicas ou privadas, uma vez que a EaD é uma forma de democratização do ensino, em especial o ensino superior, e ainda da
importância desse nível de ensino para o desenvolvimento do país.

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RELATO DE CASO

AS RELAÇÕES HUMANAS NO CONTEXTO


ESCOLAR

Segundo Medeiros e Hernandes (1999), as relações humanas podem ser entendidas como qualquer contato pessoal. Elas estão
presentes em nossas vivências cotidianas, por meio das relações diversas. Assim, construímo-nos enquanto seres humanos, temos
oportunidades de trocas emocionais, cognitivas e comportamentais. Podemos dizer que estabelecemos relações em todos os
ambientes no qual estamos inseridos: em casa, no trabalho, na escola e em nossos momentos de lazer, no entanto, nem sempre elas
são satisfatórias, podendo levar a dificuldades e conflitos.

Reforçamos a importância da compreensão do homem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e do comportamento,
favorecendo no entendimento das relações que esse estabelece em seu cotidiano. Dessa forma, o professor, no ambiente escolar,
presencia e vivencia uma série de comportamentos motivados pelos mais diversos aspectos e por características de personalidade
e questões subjetivas de cada aluno, interferindo direta ou indiretamente nos relacionamentos no contexto escolar e,
consequentemente, na efetivação do trabalho docente (TADEI, 2012).

A sala de aula frente a sua heterogeneidade é um contexto rico em contatos, no qual muitos comportamentos, emoções e
características de personalidade se evidenciam podendo gerar crises nesse ambiente, exigindo uma boa dose de sensibilidade e
ações interventivas do professor, sendo possível trabalhar as diferenças que muitas vezes levam ao prejuízo escolar. Isso pode
ocorrer tanto na sala de aula presencial, quanto na virtual, pois envolve os seres humanos de forma geral. Mas isso é um trabalho
árduo, não é mesmo? Você professor, pode estar perguntando: como devo intervir com meu aluno?

Um dos pontos essenciais na prática do professor no estabelecimento de relações satisfatórias e diminuição de conflitos é a
comunicação. Ela é fundamental nas relações, independente da faixa etária do seu aluno. Pela comunicação verbal e não verbal é
possível conscientizar o aluno sobre suas ações em relação aos demais, desenvolvendo a empatia e respeito ao próximo. Ainda,
merece destaque, nesta reflexão, os aspectos emocionais. Conhecer seu aluno e compreender os aspectos emocionais de seu
desenvolvimento fará grande diferença para o seu aprendizado, visto que o aluno traz para o ambiente escolar suas dificuldades,
carências e frustrações interferindo na prática do professor (TADEI, 2012).

Podemos dizer que nosso emocional caminha junto com nosso comportamento, dito isso, afirmamos que os aspectos emocionais
do aluno vão interferir no contexto de sala de aula, ou seja, o aluno leva consigo suas emoções, desejos e dificuldades, exigindo do
professor sensibilidade na identificação, acolhimento e possível ação interventiva, tanto de forma individual quanto grupal,
favorecendo para relações satisfatórias e, consequentemente, o desenvolvimento e aprendizagem do aluno (LEONEL, 2015).

Segundo Tadei (2012) muitos dos aspectos emocionais podem gerar problemas ou conflitos em sala de aula e entendemos ser o
professor a referência na resolução dessas situações, sendo mediador e auxilio ao aluno para lidar com os aspectos emocionais que
comprometem seu desempenho escolar. Assim, o olhar atento do professor e sua atuação como educador, compreendendo o aluno
em toda a sua potencialidade e limitações, irão favorecer na resolução dos conflitos e nas relações no grupo.

Compreender todos esses aspecto e saber lidar bem com essas relações humanas e com os aspectos diversos que a compreendem
serão de grande valia para a retenção dos alunos na EaD.

Fonte: Elaborado por Leonel e Carniel (2016).

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Material Complementar

Na Web
No link que segue, você poderá encontrar uma matéria que apresenta
uma discussão interessante sobre a evasão na educação a distância. Vale
a pena conferir.

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REFERÊNCIAS
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ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância. Censo EAD .BR: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil
2014. Tradução Maria Thereza Moss de Abreu. Curitiba: Ibpex, 2015. Título original: Analytic Report of Distance Learning in
Brazil. Disponível em: https://www.google.com/url?
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da educação superior. Campinas: Ano 7 - v. 7 n. 2 junho de 2002.

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APROFUNDANDO
É inegável que o tutor tem um papel fundamental na permanência dos alunos em um curso, pois ele será um dos principais
elementos de condução do processo de ensino e aprendizagem. Ao se recorrer à literatura, é bastante nítida a necessidade de
tutores que tenham conhecimentos e formação na área do curso em que atuam.

Considerando essa ideia, leia o caso que segue retirado da pesquisa de Bittencout e Mercado (2014, p. 490), que procuraram
verificar as causas da evasão em um curso de administração:

O tutor é o responsável pela mediação da aprendizagem, sendo um elo entre aluno e professor, no modelo da UAB existe uma relação de um
tutor para um grupo de 25 alunos. Essa relação serve para garantir uma qualidade na tutoria. O fato é que no início do curso da UFAL, não
se tinha tutores com formação especifica na área de administração, o que contribuiu bastante para evasão dos alunos. Os tutores eram
servidores técnicos administrativos que não tinham nenhuma experiência para atuar na EaD. Após dois anos de curso, foi realizado uma
seleção e treinamento de tutores externos a universidade e com formação especifica das disciplinas ofertadas, possibilitando uma melhoria
na qualidade da tutoria. Segundo os alunos evadidos a motivação e o feedback dos tutores não foi satisfatória, deixando bastante a desejar
e dificultando o aprendizado e a permanência do aluno no curso. Ficou evidenciado que o papel da tutoria no início do Curso Piloto de

Administração deixou a desejar nos quesitos: domínio, motivação e feedback, isso se deu devido ao fato dos tutores não serem da área de
administração e nem terem experiências com a metodologia do trabalho docente na EaD.

O que se observa a partir desse caso é que um sistema de tutoria mal planejado pode pôr a perder todo um sistema de EaD. Tratou-
se de uma falha muito grave a disponibilização de uma equipe de tutores que não pudesse responder contundentemente aos
alunos e conduzir os trabalhos de forma adequada em relação ao conhecimento do curso. Essa falha também aponta para um
reducionismo do trabalho do tutor a uma instância técnica, desconsiderando sua real atuação docente. O que fica nítido nesse caso
é que se o sistema de tutoria tivesse sido devidamente estruturado desde o início do curso, a evasão seria bem menor.

REFERÊNCIAS

Fonte: Bittencourt e Mercado (2014, p. 465-504).

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação . a Distância; CARNIEL ,

Fabiane.

Tutoria e Processo de Mediação em EAD Fabiane Carniel. .

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

49 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Tutoria 2. Mediação 3. EaD. I. Título.

ISBN: 978-85-459-0628-5

CDD - 22 ed. 370

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
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Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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