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ProfHistória
Julho
2016
Introdução
Nesse trabalho pude entender como os acordos diplomáticos influenciam
mais a nossa vida do que imaginamos. Foi um grande desafio, mas espero
contribuir para novas reflexões envolvendo a educação e o ensino de história.
Mas enfim, o trabalho foi concluído, poderia ser melhor, talvez, mas dadas
as minhas limitações me sinto feliz com o que consegui realizar, mesmo que ele
não seja aprovado, não desisti do desafio e essa foi minha grande vitória.
Voltar a estudar foi muito bom. Reler autores, conhecer novos, trocar
experiências com colegas, foi enriquecedor é interessante. O programa do
ProfHistória tem como pré-requisito, que todos sejam professores de história, de
preferência que atuem no ensino básico e público, com o objetivo de qualificar o
professor e consequentemente melhorar a qualidade do ensino.
Apesar do meu tema está relacionado ao Facebook eu não tinha uma página
na rede social. Tive que enfrentar meus preconceitos e temores e criar uma. Foi o
que fiz e comecei a acompanhar uma turma, conforme o combinado com a minha
orientadora. No meio do processo perdi a turma que havia escolhido para
observar, escolhi outra, pois ainda havia tempo hábil, mais uma vez por questões
burocráticas perdi a turma, parti para uma terceira que perdi novamente. Enfim,
tive que desistir do tema e pensar num novo trabalho, em novos rumos e
caminhos. Comecei tudo de novo.
Meu tema atual surgiu de uma inquietação que tenho no meu ofício.
Comecei a trabalhar como professora para o Estado do Rio de Janeiro em 2007,
no início meus alunos faziam algumas avaliações externas, que segundo a Seeduc
(Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro) eram avaliações
diagnósticas com o objetivo de verificar como estava a qualidade do ensino nas
escolas estaduais, para que os recursos fossem dimensionados de forma a
promover a melhoria do desempenho dos estudantes da rede.
Tenho um filho que hoje está com sete anos de idade, na época da escolha
do tema ele tinha uns 5 anos, e eu havia acabado de passar pelo processo de
seleção de uma nova escola para ele.
Meu filho estudava em uma creche particular de bairro da Zona Sul do Rio
de Janeiro, e como o ciclo da creche acabaria, seria necessário colocá-lo em outra
escola. Assim como as outras mães comecei a procurar um colégio para o meu
filho. Queria uma boa escola, que fosse próxima a minha casa e onde ele pudesse
estudar até o fim do ensino médio.
Meu critério de uma boa escola, naquele momento, era a de uma instituição
que tivesse um bom processo de alfabetização, afinal seria nessa escola que ele
aprenderia a ler e escrever, e uma boa alfabetização é importante para o resto da
vida. Busquei escolas tradicionais da cidade, desde que fossem próximas a minha
casa, e minha preocupação (ou critério de qualidade) era com o método utilizado
pela escola para alfabetizar as crianças.
Para minha surpresa, toda vez que eu conversava com outras mães, de
amiguinhos do meu filho sobre o tema, o critério (de qualidade) que a maioria
delas tinha para a escolha da escola de seus filhos era a colocação, que a mesma
apresentava, no Enem. Elas sabiam o ranking do Enem dos últimos três anos, e eu
não fazia a menor ideia da colocação da escola que meu filho estuda estava no
ranking, e sinceramente ainda não sei.
Nessa busca por uma escola pude constatar que na zona sul do Rio de
Janeiro os pais não escolhem mais a escola de seus filhos, são as escolas quem
nos escolhem. O número de vagas (em escolas particulares) é pequeno e a disputa
é grande. Enfim, consegui uma vaga para ele, mas me chamou atenção é a
importância que uma boa colocação no Enem possui para muitas pessoas. No caso
do meu filho, eu sinceramente achava essa referência muito estranha, pois será
que o Enem irá existir quando ele chegar ao final do ensino médio, será que ele
ainda estará estudando nessa escola, gostaria que sim, pois esse processo é muito
estressante, mas o Enem não pode ser o parâmetro mais importante. Enfim, os
rankings e as avaliações externas possuem um grande peso, elas acabam sendo
uma referência para a sociedade do que é qualidade de ensino.
Não sou contra as provas, acredito na sua importância, mas será que as
pessoas, que buscam na prova, uma garantia de qualidade sabem quais os critérios
da mesma. Sabem como ela é elaborada e quais são seus objetivos? Quando
procuram uma escola, pensam na formação do indivíduo como um todo ou apenas
num processo de avaliação e aprovação. Diante dessa questão, que tipo de escola
as pessoas procuram para seus filhos? Em comum todos visam a qualidade, mas
quais são os critérios que eles estabelecem como qualitativos?
Assim como eu e a mãe dos amigos dos meus filhos, os responsáveis por
meus alunos também buscam uma educação de qualidade para seus filhos,
percebo isso quando pergunto para os meus alunos, porque eles estudam naquela
escola, principalmente para aqueles que moram distante, e a resposta é sempre
parecida, essa escola funciona, ou essa escola é melhor professora. Ou seja, as
pessoas se preocupam com a qualidade do ensino e com o trabalho realizado pelo
colégio.
Ainda segundo o autor, a guerra fez com que a ideia de experiência estivesse
em jogo, pois foi um período marcado pela pobreza de “experiências
comunicáveis”3 segundo ele:
3 Ibidem, 115
4 Ibidem, 115.
5 Ibidem, 115 e 116.
minimizadas pelas complexas formas de comunicação, a cidadania não pode ser
algo tão local. Por isso, a busca pela formação de um cidadão global, que esteja
preparado para viver e conviver com as diversidades do mundo, sem no entanto,
perder sua identidade ou suas experiências pessoais e locais.
A questão é que hoje não podemos pensar apenas na “nossa tribo”, mas
também no papel que a mesma exerce no mundo como um todo. E para que
tenhamos consciência disso, precisamos reconhecer o nosso lugar no mundo, nos
referênciar nele, sem no entanto, nos deixar limitar por ele. Outro exemplo, para
pensarmos numa cidadania de forma global, é a questão da saída do Reino Unido
da União européia. A escolha deles, repercutiu no mundo inteiro. E também no
próprio reino, onde os que não concordaram com o resultado estão se
manifestando. A questão mas importante dessa discussão não é o fato do Reino
Unido querer permanecer ou não ao bloco, o grande problema é o motivo que
levou milhões de britânicos a votar a favor da saída, eles foram influenciados por
preconceito e xenofobia, e essa questão, é o pior lado do resultado deste plebicito.
Perceber que questões tão antigas e amargas ainda existem e que podem fazer
muito estrago na humanidade, nos faz pensar que a mensagem deixada pelas duas
grandes guerras, pode ter sido esquecida, e seus motivos podem renascer a
qualquer momento, não estão tão distantes assim, no tempo, como gostaríamos
que estivessem ou achávamos que estavam. A experiência da guerra não foi
suficiente para o homem entender essas questões.
Por isso os projetos apoiados pela ONU e pela Unesco visam a cidadania
global, é notório que o preconceito e a xenofobia ainda existem no mundo. A
busca por um cidadão global, que consiga compreender que faz parte de uma
comunidade, mas que essa comunidade esta inserida num todo, muito maior do
que a nação, que é o mundo é um grande desafio.
O objetivo da ONU e Unesco não é acabar com as nacionalidades (isso é
impensável), mas sim com o preconceito que o nacionalismo exacerbado pode
causar (os estragos são muitos e difíceis de superar). A crise da migração que a
Europa vive hoje, não é um problema apenas das pessoas que estão fugindo da
guerra e da fome, ou mesmo exclusivo de seus países de origem, aliás os europeus
deveriam ser os primeiros a compreender o que passam essas pessoas, mas sim de
todo o mundo, pois de fato atingem a todos nós de alguma forma.
Essa também é uma preocupação que tenho com os meus alunos. Pois
muitos deles, enfrentam guerras diárias, em suas comunidades, que os privam de
exercer plenamente direitos básicos de todo cidadão. Além da experiência de
viver numa cidade muito violenta, nossos jovens também enfrentam o descaso do
poder público. A corrupção é um problema endêmico em nossa sociedade, sempre
tivemos consciência da sua existência, mas talvez nunca tenhamos refletido sobre
suas consequências. Então quando ouço um integrante do Ministério Público dizer
que a corrupção mata. Infelizmente tenho que concordar com ele, pois todo o
dinheiro que é retirado dos cofres públicos para beneficiar um pequeno grupo,
como consequência temos sim, a morte de alguém. A morte de pessoas na fila de
espera de um posto de saúde, que está em precárias condições, a morte de um
jovem que poderia estar na escola, mas não encontra nela um lugar de
aprendizado, a morte do policial que está na linha de frente combatendo o crime,
mas que não foi preparado o suficiente para lidar com aquela situação, ou que
simplesmente não tem todo o apoio necessário, enfim nossa sociedade possui
muitos males, que segundo Walter Benjamin, empobrecem a nossa experiência. E
é a escola um espaço onde essa situação pode ser alterada. O que precisamos é de
apoio, para fazer do espaço escolar algo que seja enriquecedor para o aluno, que
torne essa experiência algo relevante para a sua vida.
Talvez no mundo de hoje não haja mais espaço para os narradores como
Leskov, mas ainda há muito o que se experimentar e se transmitir através das
novas formas de narrativa. A experiência de narrar mudou, ela passou a ser
instantânea e não mais reflexiva, talvez esse seja mais uma papel para a escola
cumprir, tornar o indivíduo capaz de refletir sobre as suas experiências e
transformá-las em conhecimento, para que o indivíduo possa ser capaz de
melhorar as condições da sua existência.
12
mesmo acabarem? Não seria mais viável investir na educação e buscar novas
soluções e tecnologias, que podem poupar esses recursos?
Artigo 26°
1.Toda a pessoa tem direito à educação. A educação
deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino
elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O
ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso
aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena
igualdade, em função do seu mérito.
2.A educação deve visar à plena expansão da
personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e
das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações
e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a
manutenção da paz.
3.Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher
o gênero de educação a dar aos filhos.10
Nesse contexto nos anos 1990 foi feita a Conferência Mundial sobre
Educação para todos em Jomtien na Tailândia. O objetivo da conferência era fazer
com que o 26º Artigo da Declaração de Universal de Direitos do Homem, fosse
uma realidade. Naquele ano os números da educação mundial eram os seguintes:
Assim essas instituições procuram estabelecer parcerias e acordos com seus países
membros para que a educação seja de fato acessível a todos. A crença é a de que através
da educação é possível melhorar as condições de vida de milhões de pessoas. Além disso,
a educação é um dos caminhos para que as pessoas tenham ciência de seus direitos. Não
adianta termos as leis, se os indivíduos não sabem que elas existem ou pior para que
servem.
Outra preocupação dos órgãos internacionais são os jovens e adultos que não são
alfabetizados. Essas pessoas estão excluídas do mundo da leitura, e por tanto de todo o
conhecimento que podem adquirir. Além disso, as condições de vida desses jovens e
adultos são cada vez mais difíceis, no mundo onde o trabalho também está mudando,
essas pessoas não estarão aptas a participar do mercado formal, o que pode prejudicar sua
condição econômica e até mesmo a sua sobrevivência.
Ao propor a meta de acabar com o analfabetismo, a Unesco acredita que isso trará
para as pessoas mas possibilidades de conquistar uma vida melhor, e assim tornar o
mundo mais tolerante, onde as diferenças econômicas e sociais será superadas pela pela
convivência pacífica entre os diferentes povos que habitam o planeta.
24 Ibidem
25 Ibidem
27
26 IBidem
28
Além disso a busca por uma cidadania global também vai de encontro ao
combate a guerra, e a busca da paz que é um dos preceitos da ONU. Essa questão
é muito importante para a instituição, pois se voltarmos para sua origem a
instituição buscará combater todos os motivos que levaram, e ainda levam, o
homem a guerrear. A busca por uma cidadania global, significa a pacífica e
harmônica convivência entre os povos, de forma a diminuir as tensões
ocasionadas por sentimentos nacionalistas exaltados, ou mesmo como uma forma
de combater o preconceito à migrantes, refugiados e fugitivos de guerras,
problemas tão comuns no mundo atual e que tem levado muitos países a
discutirem e se preocuparem com suas questões nacionais, esquecendo que
vivemos numa comunidade global.
Jullien viajou por alguns países europeus, para desenvolver sua pesquisa.
Foi em diversas escolas, dos países visitados, com o objetivo de entender o
sistema educacional de cada país. Com base nos questionários que desenvolveu,
fazia suas análises sobre o sistema de educação dos países e buscava compará-los
com o sistema francês. Seu objetivo através da comparação era o de trazer
melhorias para a educação francesa, mas também para a educação como um todo.
Ele acreditava que ao comparar os sistemas, se poderia tirar o que cada um tem de
melhor e aplicar em outro, tornando a educação mais eficiente e científica.
35 Ibidem, 27.
34
Apesar dos estudos de Jullien terem ficado esquecidos por muitos anos,
quando encontrados eles contribuíram para o desenvolvimento das pesquisas em
Educação Comparada e também em Educação Internacional, conceito utilizado
por Jullien em seus trabalhos, sobre Educação Comparada, nesse contexto os
trabalhos de Jullien, e os estudos e pesquisas sobre educação comparada e
internacional contribuem para o programa Educação para todos, e corroboram
com a formação de uma cidadania global. Os trabalhos e pesquisa em Educação
Comparada avançara desde então, e na publicação organizada, com o apoio da
Unesco, sobre o tema é possível ver diversos artigos e pesquisas sobre o assunto.
Esses trabalhos permitem que o programa esteja amparado por uma base
científica, para analisar e estudar os diversos sistemas educacionais existentes em
várias nações, e utilizar o que cada um deles tem de melhor, e assim contribuir
para os avanços na área e também para cumprimento das metas aprovadas na
convenção.
36 Ibidem, p.p. 36
35
Mas a história da educação no Brasil nos diz muito sobre os problemas que
temos.
Por tanto não é de hoje que o Brasil enfrenta o desafio de consolidar o seu
sistema educacional. Apesar de constar na lei o direito a educação em igualdade
de condições para todos, a gratuidade do ensino público e a garantia de qualidade
do ensino42, a realidade é bem diferente.
Esse processo não é simples e muito menos fácil. O país tem um território
muito vasto, e as regiões possuem diferenças culturais e econômicas. Mas nos
últimos anos o esforço tem sido real e os números da educação brasileira tem
demostrado que estamos avançado, não na velocidade que a sociedade espera, ou
que os jovens precisam, mas existe sim um esforço e uma preocupação com a
educação no país.
41
Como já foi dito no capítulo anterior, o sistema Saeb foi criado para avaliar
a educação básica no país. Em cada estado da federação as provas são realizadas
sob a responsabilidade das secretarias estaduais e municipais de educação. As
provas devem seguir a regulamentação do Inep. No caso do Rio de Janeiro o Caed
(Centro de Políticas Pública e Avaliação da Educação da, Faculdade de Educação
Universidade Federal de Juiz de Fora) é o responsável por elaborar as avaliações,
seguindo os parâmetros curriculares do estado.
Segundo o texto acima o Saerj pode ser classificado como uma avaliação de
terceira geração. Pois o governo do estado do Rio de Janeiro optou por adotar o
sistema meritocrático na educação, acreditando que assim conseguiria melhorar os
índices da seu sistema educacional. Dessa forma o governo estabeleceu metas, que
as escolas deveriam atingir, com o objetivo de alçar uma posição melhor no
ranking nacional de educação.
No blog Luta Educadora a professora Nívea Silva Vieira expõe sua oposição
a essa política, implantada há época, pelo governo de Sérgio Cabral.
O governo não poderá acabar com as avaliações externas, pois elas fazem
parte dos acordos assinados internacionalmente, e estão previstas na constituição
do país. Os números da educação do estado do Rio de Janeiro entram na
formulação dos índices nacionais de educação. Relacionar as avaliações, a um
Como professora todo bimestre tenho que lançar as notas obtidas por meu
alunos num sistema criado pelo governo, o conexão educação. Nunca entendi
porque as notas dos aluno no Saerj, não apareciam no sistema, para os
professores. Éramos50 “orientados” a considerar o Saerj como uma avaliação, mas
se quiséssemos atribuir uma nota a prova, nós tínhamos que recolher as provas
dos nossos alunos e corrigir, sem o gabarito. O que eu e muitos colegas fazíamos,
muitas vezes como uma orientação pedagógica, era atribuir uma quantidade
mínima de pontos para os alunos, só pelo fato de terem feito a prova,
independente do seu desempenho. Mas sempre me questionei sobre essa postura.
Ainda mais depois de começar a fazer esse trabalho, estudar um pouco sobre as
avaliações diagnosticas, mostrou que elas podem ser muito mais do que um
instrumento de validação de prêmios ou de coação do professor.
50 Nesse caso, disse éramos, pois acredito que devido ao movimento organizado pelos
alunos, no qual uma das reivindicações foi o fim do Saerj, essa política irá mudar.
46
52 Ibidem
49
Ter um currículo comum ou uma base curricular nacional pode ser algo
positivo, principalmente quando se tem o objetivo de tornar a educação equitativa.
Dar a chance de todos terem acesso ao mesmo conhecimento, não quer dizer que
estamos desprezando as diferenças locais, culturais ou mesmo sociais. O objetivo
deve ser a formação democrática do indivíduo, dando a ele a chance e as
condições de ter acesso ao conhecimento, seja lá qual for o seu meio social, a sua
religião, sua origem ou cultura. Não é necessário apagar todo o seu conhecimento
cultural para ensinar-lhe um novo, mas é possível refletir sobre ambos, ampliar
seus horizonte e dar ao aluno condições de ser crítico e autônomo. Participar de
uma avaliação externa, por exemplo, pode ser estimulante e um desafio para os
alunos, não ser excluido da mesma, pode significar que estão preparados para
enfrentar diferentes desafios, tudo depende da política e da forma como elas são
implementa, suas metas e seus objetivos.
escolas e comunidades, pois elas são formadas por alunos de diversas origens e
isso seria um fator impeditivo para avaliá-los a partir de um mesmo patamar.
Nesse contexto, as avaliações externas, não atenderiam as necessidades dos
alunos, pois elas não avaliam os mesmos levando em consideração suas
particularidades. O Sepe é contra as avaliações externas, e em seu discurso de
crítica compara as escolas as fábricas, afirmando que os alunos não são
mercadoria.
58 Ibidem, p.p. 5 e 6.
54
Para alguns, a crença de que não há mudança possível é mais forte do que a
tentativa de mudar. A manutenção do status quo é o caminho mais simples, e
muitas vezes, não estão abertos ao novo, mesmo quando as propostas sugerem
cooperação e participação. E a questão cultural em conjunto com a
socioeconômica acaba tornando-se o apoio perfeito para que tudo permaneça
59 Ibidem
55
a formação do indivíduo, desde que ela contemple a questão das diferenças como
algo inerente aos seres humanos. Concordo com Candau quando ela afirma que:
Esse é um dos desafios a ser enfrentado pela escola republicana, que precisa
atender à todos, mesmos com suas diferenças de forma justa, com qualidade e
principalmente equidade.
67 Na realidade não temos certeza da história, dela e muito menos a grafia correta do seu
sobrenome, cada um dos envolvidos contam a sua versão dos fatos. Quando estive em Manaus,
sempre perguntava sobre ela, mas quase não haviam respostas. O único ponto em comum era que
ela morreu no parto do meu avó e que os dois fugiram de Roraima para ficarem juntos.
63
Conclusão
O objetivo desse trabalho é o de compreender a influência que os acordos
internacionais de educação possuem no dia-a-dia das escolas e na formação do
cidadão do novo milênio. Ao começar a pesquisa para realizar a dissertação,
percebi que a questão é muito ampla e que abarca uma série de conceitos e
instituições, cujo objetivo é tornar a educação acessível à todos.
Nos estudos sobre educação comparada essa relação é muito forte, pois
muitas vezes, as pesquisas nesse setor dão o embasamento científico para o
estabelecimento das relações entre os diferentes sistemas educacionais ao redor do
mundo. O Brasil possui na base da sua formação a cultura européia ocidental
cristã. A educação no país durante muitos anos, e até os dias atuais, sofre a
influência da ética cristã nas escolas. Mesmo em escolas do governo, a força do
cristianismo se faz presente. E ela serve como um guia, para muitos programas
escolares.
Por isso a educação é objeto de tantas disputas. Mas uma boa escola pode
produzir indivíduos mais conscientes de que não estão sozinhos, que o mundo é
um grande compartilhamento de espaços, cultura, economia, política, religiões e
66
etc. O grande segredo é tornar esse espaço bom para todos, de forma que cada
indivíduo possa desfrutar dele da melhor maneira possível, preservando a vida e o
respeito ao outro.
As provas, podem determinar conteúdos e metas, mas elas não irão alterar a
experiência única de uma sala de aula. Cada aula é diferente. As vezes, temos o
mesmo professor, o mesmo tema e a mesma série, mas a aula que ele dará em uma
turma, será diferente em outra. Isso é inevitável. Por mais que a escola não mude,
o mundo ao redor está em constante movimento, e ela sofre essa influência.
Hoje a tecnologia pode ser encarada na escola como um grande vilão ou seu
maior aliado, tudo irá depender da forma como cada equipe escolar irá utilizar ou
não as novas ferramentas. Mas o fato é elas existem, não dá para excluir, não falar
ou simplesmente ignorá-las. As novas formas de comunicação transformaram o
aluno, mas ainda não conseguiram transformar a escola. Por mais, que existam
estudos atestando os benefícios e malefícios das novas tecnologias de
comunicação, como a Internet por exemplo, o formato sala de aula, com carteiras
individuais, quadro e professor, ainda está é muito forte e presente na maioria dos
sistemas educacionais. A escola deve e pode mudar, para tornar esse momento
mais prazeroso e produtivo, e se adequar as novas tecnologias e não competir com
elas.
E por isso os acordos de educação são tão importantes, para que de alguma
forma mesmo com tantas diferenças, a humanidade consiga conviver da melhor
maneira possível no mundo. Todos ocupamos o mesmo espaço, podemos achar
que o que fazemos em nossa cidade não tem importância, mas temos que ter a
consciência que não somos isolados no mundo.
professor na sua trajetória em sala de aula, mas acima de tudo elas devem
beneficiar o aluno, preparando-o para outras avaliações que terão ao longo de suas
vidas.
Espero que a pesquisa aqui realizada possa contribuir para o trabalho que
meus colegas realizam em sala de aula. O objetivo foi o de compreender o porquê
da existência de tais avaliações. Ao compreender como elas surgiram entendo que
podem sim contribuir para melhorar a educação, desde que as políticas que elas
acompanham realmente visem a busca da qualidade do ensino e de melhores
condições de trabalho nas escolas para professores, funcionários e gestores. E no
caso do ensino de história que ele possa atender as expectativas da sociedade uma
vez que é o alvo de tantas disputas, pois é a história quem nos dá consciência do
que somos, como chegamos até aqui e para onde queremos ir. Mesmo não fazendo
parte de um grande sistema de ensino global, a história mantém seu espaço na
formação do indivíduo.
A humanidade não rompeu com o seu passado, mas sabe que pode encontrar
muitas respostas nele. A história faz parte da vida de todo indivíduo, e por mais
avanços tecnológicos que o homem crie, ele busca no seu passado as explicações
para o seu presente.
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