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1977)
Fernanda Drummond - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Questionar a “grafia”, o “grafismo” e a “escrita"
Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver não é relatável. Viver não é vivível. Terei que criar
sobre a vida. E sem mentir. Criar sim, mentir não. Criar não é imaginação, é correr o grande risco de
se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Precisarei com esforço traduzir sinais de
telégrafo - traduzir o desconhecido para uma língua que desconheço, e sem sequer entender para que
valem os sinais. Falarei nessa linguagem sonâmbula que se eu estivesse acordada não seria
linguagem.
Até criar a verdade do que me aconteceu. Ah, será mais um grafismo que uma escrita, pois tento mais
uma reprodução do que uma expressão. Cada vez preciso menos me exprimir. Também isto perdi?
Não, mesmo quando eu fazia esculturas eu já tentava apenas reproduzir, e apenas com as mãos.
A
Paix
ão
Segu
ndo
G.H.,
1964
A intuição
A epifania
O contato com o feio, o horror
Pintura rupestre no Parque do Catimbau, Pernambuco, nordeste do Brasil