Você está na página 1de 1

5.

5- John é diagnosticado com esquizofrenia e surgem os primeiros sintomas de doença,


aos 31 anos. Os 20 anos que se seguem são caracterizados por sintomas psicóticos
graves, tais como delírios de perseguição e alucinações auditivas, múltiplos internamentos e
um infindável número de tratamentos. Devido a estes fatores John Nash não só não publica
mais nenhum artigo científico após o diagnóstico, como não obtém nenhuma posição
académica ou profissional. Não obstante a ausência de um emprego formal em Princeton,
nunca lhe foi recusado o acesso à Universidade, sendo frequente durante os anos de
doença vê-lo a vaguear pelo campus universitário e a frequentar as suas instalações.
Os seus antigos colegas também não o rejeitam, convidando-o a frequentar os seus
seminários, dando-lhe pequenos trabalhos e apoiando-o financeiramente. Já numa fase
posterior, ajudam a persuadir aqueles que achavam que o prémio Nobel não deveria ser
dado a alguém com uma doença mental grave. A própria Universidade de Princeton
contribui para este processo, criando uma posição acadêmica para John Nash, evitando
que um prêmio Nobel fosse dado a um desempregado.
John Nash recuperou a razão de uma maneira que muitas pessoas consideraram um
milagre. Isso aconteceu depois de oito internações em vários centros de saúde mental e
após ter sido submetido a uma alta dose de medicação, além de tratamentos agressivos
que incluíram eletrochoques.
Esse gênio da matemática, um dia, parou de tomar os medicamentos que tinham sido
receitados. Em uma entrevista realizada com Xavi Aysén, ele declarou que chega um
momento em que os medicamentos fazem mais mal do que bem. Mas para conseguir parar
de tomar é preciso ter muito cuidado, pois é uma coisa perigosa. No entanto, ele abandonou
o tratamento e, poucos anos depois, estava curado.

5.4- John Nash é conhecido pela teoria dos jogos, geometria diferencial e equações
diferenciais parciais, servindo como Matemático Sénior de Investigação na Universidade de
Princeton. Compartilhou o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de
1994 com Reinhard Selten e John Harsanyi.O que é mais reconfortante, e ao mesmo tempo
intrigante, é que a história de John Nash é uma prova de que a esquizofrenia não é motivo
para marcar necessariamente o final de uma vida. Ao mesmo tempo em que representa um
estímulo para as pessoas que buscam terapias mais eficazes.

Você também pode gostar