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Resumo Geologia

-Descontinuidades

Descoberta do Núcleo:
(núcleo externo)

Em 1906 Oldham verificou que as ondas P registadas no polo oposto ao epicentro de


um sismo se encontravam atrasadas relativamente às ondas registadas nas proximidades
do epicentro, isto é, propagavam-se a uma velocidade menor à esperada.
Então para explicar este fenômeno Oldham sugeriu que as ondas ao penetrarem a grande
profundidade iriam atravessar um núcleo central composto por material diferente que as
iria transmitir a uma menor velocidade.
Admitiu-se então a existência de um núcleo assinalado por uma descontinuidade no
interior da geosfera, isto é uma mudança radical nas propriedades e composição dos
elementos que constituem o seu interior.
Em 1913 o alemão Gutenberg consegui localizar em profundidade esta superfície de
descontinuidade, ao observar que para cada sismo existia um setor da superfície onde era
impossível registar ondas diretas, isto é, ondas que tiveram origem no foco e que atingem a
superfície sem sofrerem refrações nem reflexões.

Podemos então definir três tipos de ondas:


-Ondas diretas: têm origem no foco e não interagem com nenhuma descontinuidade; isto é,
não sofrem reflexões nem reflexões.

-Ondas refletidas: novas ondas que se propagam a partir de uma descontinuidade no


mesmo meio mas em sentido oposto que a ondas inicial.

-Ondas refratadas: ondas que se transmitem por uma descontinuidade, para um segundo
meio.

À faixa da superfície onde não se registam ondas diretas chama-se de zona de sombra
sísmica. Gutemberg percebeu também que a distância angular desta zona ao epicentro era
constante e situa-se entre 103º e 142º que em distância quilométrica corresponde a 11 459
km e 15 798 km.
Esta zona de sombra é constante pois numa superfície de descontinuidade as refrações e
reflexões das ondas que lhe incidem ocorrem em ângulos determinados.
Gutenberg ao analisar e comparar sismogramas admitiu uma profundidade desta
descontinuidade a 2900 km mas este valor sofreu algumas alterações sendo atualmente
2891 km de profundidade.
A esta descontinuidade dá se o nome de
Descontinuidade de Gutenberg.

Nesta profundidade regista-se um anulamento das


ondas S, sabendo que o único meio que é capaz
disso é o líquido, concluímos que o núcleo externo
se encontra neste estado.
(núcleo externo)

Em 1936 Lehmann ao analisar registos sismográficos concluiu que as ondas P chocavam


contra “qualquer coisa dura” a 5150 km, uma vez que se observava um aumento na
velocidade de propagação das ondas.
Sabendo que a velocidade de propagação das ondas P é maior em meios sólidos do que
em líquidos, supõe-se a existência de um núcleo interno no estado sólido.
À fronteira que separa o núcleo externo líquido do núcleo interno sólido dá-se o nome de
Descontinuidade de Lehmann.

Agora saber mais sobre a composição do núcleo.


Baseando se na hipótese de ser constituído por ferro devido a existência da magnetosfera,
estudos realizados em laboratório permitiram estabelecer uma relação entre a velocidade
de propagação das ondas e a densidade de diferentes materiais.
Assim concluiu-se que o centro da terra é constituído por ferro e níquel, já que são
elementos metálicos que apresentam densidades mais próximas das avaliadas
etimologicamente.
Descoberta de Crusta e Manto:

Em 1909 Mohorovicic verificou, ao analisar registos sismográficos que as estações


sismográficas mais próximas do epicentro registaram dois grupos distintos de ondas S e P.
Para explicar as suas observações ele propôs a existência de uma descontinuidade que
separa um meio mais superficial onde as ondas se propagam a uma menor velocidade, a
crusta, de um meio mais profundo onde as ondas se propagam a uma maior velocidade, o
manto.
O registo destes dois grupos distintos seria uma consequência da refração de ondas nesta
descontinuidade, onde o primeiro grupo a ser registado seria as ondas refratadas e o
segundo as ondas diretas.
A esta separação dá-se o nome de Descontinuidade de Moho.

A espessura da crusta não é constante variando entre os 5 e 10 km em crusta oceânica e


os 20 a 70 km em crusta continental, sendo os valores mais elevados consequência da
existência de cadeias montanhosas e suas raízes.
Assim, em média diz-se que a crusta tem uma espessura de 19 km.

Para conhecer a composição da crusta contribuíram:


- dados sísmicos indiretos
- observação de rochas da superfície
- estudos realizados em explorações mineiras
- Sondagens com recolha de amostras de rochas.

Devido à diferença de velocidade de propagação das ondas P nos oceanos e continentes,


dividimos a crusta em oceânica e continental.
Esta variação de velocidade ocorre devido à diferente composição da sua crusta, a
oceânica é essencialmente constituída por basalto, e a crosta continental por granitos.

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