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O que foi a Peste Negra?

A Peste Negra foi um surto epidêmico que ocorreu na Europa no século


XIV. A doença foi trazida por navios genoveses e dizimou um terço de
toda a população europeia.

Pintura medieval de 1411 retratando duas pessoas contaminadas pela Peste Negra.

O século XIV é considerado na Europa medieval um período de crise.


Aumento da violência, alterações climáticas, fome e revoltas foram
elementos que caracterizaram esse século. Além desses fatores, o
principal elemento para essa crise foi a chamada Peste Negra.

A DOENÇA E SEU CONTÁGIO

A Peste Negra foi um dos maiores surtos epidêmicos da história da


humanidade. A doença era contraída a partir do contato humano com
pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis que estavam presentes
em ratos. A peste manifestava-se de duas maneiras:
a) Peste bubônica: contraída pelo contato com as pulgas ou ratos
infectados, caracterizava-se por gânglios que acumulavam sangue
negro, principalmente nas axilas.

b) Peste pneumônica: era contraída pelas vias respiratórias a partir do


contato com outra pessoa infectada.

O último registro da doença na Europa havia sido no século VI, mas ela
sempre esteve presente na Ásia Central e na África|1|. A peste retornou
para a Europa a partir de 1348 e foi trazida por navios genoveses para
vários portos do continente europeu. A colônia genovesa de Caffa,
localizada na Crimeia, foi cercada pelos tártaros, que utilizaram os
cadáveres infectados como armas. Os cadáveres eram lançados por
cima das muralhas para dentro da cidade, o que fez com que a doença
se disseminasse.

Com a cidade cercada e com o surto epidêmico, muitos genoveses


fugiram em seus navios e acabaram levando a enfermidade para
outras cidades da Europa, como Constantinopla, Messina, Gênova e
Marselha. Os navios possuíam ratos infectados e também cadáveres
daqueles que haviam falecido durante a viagem.

SINTOMAS DA PESTE NEGRA

Como ainda não havia um desenvolvimento satisfatório da ciência


médica nesta época, não se sabia as causas da peste e tampouco os
meios de tratá-la ou de sanear as cidades e vilas. A peste foi
denominada “negra” por conta das afecções na pele da pessoa
acometida por ela, isto é, a doença provocava grandes manchas
negras na pele, seguidas de inchaços em regiões de grande
concentração de gânglios do sistema linfático, como a virilha e as
axilas.

Esses inchaços também eram conhecidos como “bubões”, por isso a


peste negra também é conhecida como peste bubônica. A morte pela
peste era dolorosa e terrível, além de rápida, pois variava de dois a
cinco dias após a infecção.

Sintomas específicos:

Os sintomas associados à doença são:

● Cansaço excessivo;
● Febre acima de 38 °C;
● Gânglios inflamados (no local da picada da pulga);
● Dores fortes de cabeça;
● Manchas roxas na pele (causada pela morte do tecido, comum
no nariz, dedos dos pés e mãos);
● Dificuldade de respirar;
● Sensação de falta de ar;
● Dor no peito;
● Tosse constante, em alguns casos contendo sangue.

Bubão da peste na perna.


Peste septicêmica com gangrena das mãos.

Peste nos dias atuais

Com o desenvolvimento dos antibióticos no século XX, a taxa de


mortalidade da peste, que era de 60% a 90%, caiu para apenas 10% a
20%, o que quebrou o ciclo de transmissão da bactéria e tornou essa
doença um problema de saúde pública de pequena relevância em todo
o mundo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2010 e 2015
existiram apenas 3.248 casos de peste em todo mundo, com 584
mortes. Desde o ano 2000, 95% dos casos de peste se concentram no
continente africano. Os três países com mais casos atualmente são
Madagascar, Congo e Peru.

Peste no Brasil

A bactéria Yersinia pestis chegou ao Brasil durante a Terceira


pandemia, no ano de 1899. Atualmente, a bactéria circula entre
roedores silvestres na região Nordeste, no Vale do Jequitinhonha, em
Minas Gerais, e na Serra dos Órgãos, no Estado do Rio de Janeiro.
Os últimos casos relevantes de peste no Brasil ocorreram nos estados
do Ceará e Paraíba, na década de 1980, quando foram notificados 76
casos e três óbitos. Entre os anos 2000 e 2017, apenas 2 casos de peste
foram diagnosticados no país, um na Bahia e outro no Ceará. Não há
casos de mortes por peste no Brasil desde 1986.

Tratamento

O tratamento da peste, em todas as suas formas, deve ser feito com


antibióticos.
A estreptomicina ou a gentamicina são as opções mais utilizadas. A
tetraciclina ou a doxiciclina são opções alternativas, caso a
estreptomicina e a gentamicina não estejam disponíveis.
O tratamento deve ser mantido por 10 dias e a taxa de sucesso, quando
iniciado precocemente, é de mais de 90%.
Os pacientes contaminados devem ficar em isolamento respiratório
durante as primeiras 48 horas de tratamento antibiótico para prevenir
a contaminação de outras pessoas.
Então o meu trabalho de ciências chega ao fim, muito
obrigado a todos que me ouviram e até mais.

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