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Pergunta 2

As ideias envolvidas neste poema de Fernando Pessoa permitem contestar um aspeto da teoria da arte
defendida por Leão Tolstoi ( teoria expressivista), de que o artista deve ser sincero e procurar exprimir os
sentimentos que realmente sentiu (sob pena da obra não ser autêntica) e desta forma fazer com que
outros os experimentem.

Tolstoi escreve que « a arte começa quando alguém, com o intuito de se unir a outro ou a outros num
mesmo sentimento, expressa esse sentimento através de certas indicações externas». Tolstoi defende
que não há arte se não houver expressão de sentimentos ou se esse sentimento não contagiar pessoa
alguma. Assim, defende que a arte é uma forma de comunicação. Claro que há formas de comunicação
que não são arte como, por exemplo, uma notícia de jornal. A diferença é que na arte se expressam
sentimentos e não outra coisa qualquer. A arte é um meio de unir as pessoas através desses
sentimentos.

Surgiram então várias objeções a esta teoria. Algumas dessas objeções dizem respeito ao facto de nem
todos os artistas sentirem aquilo que transmitem nas suas obras. Outro aspeto diz respeito à
intencionalidade dos artistas, pois, segundo esta teoria, o artista transmite intencionalmente os seus
sentimentos, o que nem sempre é uma realidade.

Em conclusão, a teoria da arte como expressão, apesar de mais abrangente do que a teoria da imitação,
não é suficientemente abrangente para incluir muitas das obras que são consideradas arte. Porém,
muitas obras de arte são expressivas.

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