OPERAÇÕES COM BETONEIRAS NOS CANTEIROS DE OBRA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Eduardo Batistetti
1

Discente do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro

Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil
batistetti@hotmail.com;
2
M.Sc. Celso Atienza (orientador); 3 Esp. Luciano José Pelogia Frezatti (orientador);
4
Esp. Ana Elisa Alencar Silva de Oliveira (orientadora);
2, 3, 4
Docentes do Curso em Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de Lins
- Unilins, Lins-SP, Brasil
atienzacelso@gmail.com; luciano.freza@hotmail.com; anaelisa@unilins.edu.br;

Resumo: identify the compliance whit the regulatory

O presente artigo tem por escopo
avaliar a situação de segurança do trabalho
dos operadores de betoneira na construção
civil em uma empresa na região de São
Carlos. O estudo de caso realizado visou
verificar as adequações às normas
regulamentadoras e principalmente,
melhorar as condições de trabalho e uma
melhor produtividade dos operadores de
betoneiras. O primeiro passo consiste em
avaliar a situação atual e planejar, dentro das
possibilidades imediatas as providencias no
sentido de alcançar os objetivos necessários
a atender ao escopo proposto. O resultado
alcançado atende em grande parte aos
objetivos propostos, principalmente com
relação as medidas de segurança e
organização do arranjo físico , fatores que
levaram a uma significativa melhora das
condições de trabalho e um aumento de
produtividade .
Palavras-chave: Segurança do trabalho.
Operadores de betoneira. Construção civil.
Abstract:
The purpose of this paper is
evaluating the situation of the safety in the
mixer operator that works in construction.
The company is situated in São Paulo, in
São Carlos’ county. This article aimed to
standards of the country, improving better
productivity and work conditions. The first
step is to evaluate the current situation and
plan, due to de immediately possibilities, the
providences to achieve the purpose of the
scope. The result achieved largely the
proposed objectives, mainly in safety and
organization of the layout, leading a
significant improvement of working
conditions and increasing productivity.
Keywords: Work safety. Mixer operator.
construction.
1 Introdução
O crescimento da construção civil no
mercado brasileiro nos últimos anos levou a
uma busca de mão de obra já escassa no
mercado. Para atender as exigências deste
crescimento, as normas técnicas e a
legislação trabalhista, se faz necessário uma
busca continua de melhorias e planejamento
das operações de trabalho em todo canteiro
de obra. Trabalho que cabe ao engenheiro de
segurança do trabalho.
Partindo de uma condição de trabalho
inadequada, esse artigo trás um estudo de
caso que tem como foco adequar os
operadores de betoneiras as condições de
trabalho exigidas por lei e melhorar a

1
produtividade através de um planejamento
melhor do ambiente de trabalho,
preservando assim a integridade física dos
operadores.
Em busca de propor medidas que
visem a melhorar a situação existente, este
artigo busca sugerir alterações de arranjo
físico, treinamento e adequar as áreas de
atuação destes profissionais.
O estudo de caso se justifica devido a
necessidade de atender a legislação referente
a saúde e segurança de trabalho e melhorar
as condições operacionais dos
trabalhadores, bem como a sua integridade
física intelectual e moral que deve ser o
foco de todo Engenheiro de segurança do
trabalho.
Tendo conhecimento de que a
betoneira é a única Máquina até o momento
que substitui a mistura manual de argamassa
e concreto e que permite uma melhor
homogeneidade da mistura, visou-se
principalmente melhoras as condições de
trabalho dos operadores nas obras de
construção civil.
2 Referencial teórico
2.1 As condições de trabalho dos
funcionários da construção civil
A Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) foi sancionada pelo então presidente
Getulio Vargas pelo decreto-lei n° 5.452 de
1 de Maio de 1943 e unificou toda legislação
trabalhista existente no Brasil.
Após 13 anos de trabalho, desde o
inicio do estado novo e com a participação
de renomados juristas que se empenharam
na criação de uma legislação trabalhista que
visasse proteção dos trabalhadores dentro de
um contesto do estado regulador (BENITE,
2004).
A abordagem da legislação do estudo
de caso tem como principio a CLT e os
artigos 157 e 158 e as normas
regulamentadoras que se referem à
segurança e medicina do trabalho, em
especial as que fazem parte do escopo
(BRASIL, 1943).
A criação do Serviço Especializado
em Segurança e Saúde do Trabalho
(SESMT) e as normas referencias a
atividade.
Entre elas a norma NR 18 que foi
aprovada pela portaria nº 3214 de 8 de julho
de 1978, do Ministério do Trabalho e
Emprego, que define as condições e meio
ambiente de trabalho na indústria da
construção, sofreu varias atualizações
recentemente, devido aos progressos
tecnológicos e sociais. A nova NR 18
introduz conceitos inovadores que se
apresentam desde a sua formulação, uma
vez que é a primeira norma publicada que
teve sua condução final consolidada através
de negociação clássica nos moldes prescritos
pela organização Internacional do Trabalho
(BENITE, 2004).
A NR 4 que trata dos serviços
especializados em engenharia de Segurança
e em medicina do trabalho que foi publicada
pela portaria GM n° 3.214, de 8 de Junho de
1978 (BRASIL, 1978a).e alterada pela
Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de
1983 (BRASIL, 1983) diz no seu art. 4.1:
A NR 9 (BRASIL, 1978c) alterada
pela Portaria SSST n° 25 (BRASIL, 1994)
que trata do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais do Ministério do
Trabalho determina que:
Segundo Saliba (1998), os riscos
ambientais se classificam em:
a) Riscos físicos - são aqueles que
compreendem, dentre outros, o
nível de pressão sonora, vibração,
temperaturas extremas, pressões
anormais, radiação ionizante e não
ionizante;
b) Riscos químicos - são aqueles que
compreendem as névoas, neblinas,
poeiras, fumos, gases e vapores;
c) Riscos biológicos: são aqueles que
compreendem, entre outros, as
bactérias, fungos, helmintos,
protozoários e vírus (SALIBA,
1998. p. 254).
Oliveira (2009) comenta que apesar da
Portaria SSST n° 25 (BRASIL, 1994) não
cite os riscos mecânicos e ergonômicos são
considerados pela comissão internas de
2
prevenção de acidentes (CIPA) através da
NR 5 (BRASIL, 1978b).
A Norma Regulamentadora nº 12 da
Portaria nº 3214 (BRASIL, 1978) do
Ministério do Trabalho e Emprego -
máquinas e equipamentos estabelecem
critérios básicos sobre a atividade
econômica da construção civil.
A atividade econômica da construção
civil envolve tradicionais estruturas
culturais, políticas e sociais e apresenta um
elevado índice de acidentes de trabalho.
Além de gerador de inúmeras perdas
financeiras e de recursos humanos, estes
acidentes têm sido associados a empregados
displicentes e a patrões negligentes e que
não oferecem condições de trabalho
adequadas aos seus funcionários (PONTES
et al., 2006).
Sabe-se, no entanto, que isso ocorre
devido às condições ambientais a que estão
expostos os trabalhadores e que envolvem
fatores humanos, sociais e econômicos além
do aspecto psicológico (PONTES et al.,
2006).
Os problemas devem ser verificados
não apenas através da legislação vigente,
porque apesar da legislação ser decorrente
de consenso necessária ela é rápida em
identificar falhas. Por outro lado os riscos
que não estiverem mencionadas na
legislação não serão consideradas.
(PONTES et al., 2006).
O item de fundamental importância
para os bons resultados foi a Implantação do
Sistema Integrado de Gestão das Condições
e Meio Ambiente de Trabalho
(SIGESCOMAT). Trata-se de uma ação
planejada e executada através de medidas
técnicas, administrativas e pessoais visando
uma melhor condição de trabalho aos
trabalhadores (PONTES et al., 2006).
2.2 Análise de riscos em operações
específicas
Após a avaliação geral das condições
de trabalho que visam todo o canteiro, o
foco deve estar nas operações especificas a
serem conduzidas nos canteiros de obra, e se
baseia nos vários componentes do projeto
(CRUZ 1998).
O método para esta analise pode ser
partir do próprio cronograma da obra que
contempla as várias operações envolvidas
(CRUZ 1998).
As fontes de informações usadas
devem expor claramente as varias operações
e estas devem ser na análise de risco do
trabalho as de maior interesse e de maior
preocupação (BENITE, 2004).
Justifica-se o exame detalhado de cada
operação com o intuito de determinar as que
trazem a maior ameaça a saúde e segurança
dos trabalhadores. Para cada operação deve
haver um conjunto de questões (BENITE,
2004).
Algumas questões abordam os pontos
mais específicos das operações:
a) Ao desempenhar suas funções os
trabalhadores estão sob algum
risco?
b) O método para desempenhar a
função é seguro?
c) Todos podem desempenhar a
função?
d) As proteções que garantem um
trabalho seguro estão disponíveis?
e) Os trabalhadores possuem
treinamento adequado para
desempenhar as operações com
segurança?
f) Outras operações que tenham risco
estão sendo executadas próximo?
g) Existe risco especial devido a
equipamento pesado? (CRUZ
1998).
3 Estudo de caso
O estudo de caso tem com foco a
segurança do trabalho da construção civil,
especificamente direcionado aos operadores
de betoneiras.
O estudo tem como objetivo atender a
legislação vigente além de avaliar e verificar
procedimentos, condições de trabalho e
conduta destes trabalhadores e sugerir
alterações e adequações de todo processo.
3
3.1 Métodos e técnicas Figura 1 – situação encontrada na obra
(nivelamento inadequado, sem aterramento)
O presente trabalho vem ao encontro à
atender essa nova filosofia aplicada na
empresa que tem como objetivo principal ,
uma melhor qualificação de seus
trabalhadores através da implantação de um
Serviço Especializado de Segurança e Saúde
do Trabalho (SESMT) e uma adequação as
leis e normas que regem a sua área de
atuação; e, como consequência, uma melhor
condição de trabalho aos seus funcionários.
O trabalho visa, através de uma analise
qualitativa das condições atuais de trabalho,
bem como os riscos inerentes a função
especifica dos operadores de betoneira. Fonte: Elaborada pelo autor
Apresentar sugestões de melhorias e
realizar todas as possíveis adequações no Figura 2 – Completa desorganização do
setor, visando uma melhora nas condições local de operação (equipamento defeituoso e
de trabalho. sem proteção)

3.2 A Empresa

O estudo é realizado em uma empresa

do ramo da construção civil estudo foi
realizado nos meses de maio a agosto de
2012 e contou com a participação direta do
autor com apoio total da direção da empresa.
A empresa com sede na região centro-
oeste do estado de São Paulo conta hoje com
358 funcionários.
Apesar de a empresa ter sido fundada
em 1988, portanto com quase 24 anos de
experiência no mercado. Fonte : Elaborado pelo autor .
Somente nos últimos quatro anos
passou a participar da construção de obras Figura 3 – Local inadequado,
de grande porte que obrigaram a um grande desorganizado. Falta chave de segurança.
volume de contratação de mão de obra e
como consequência uma adequação as
necessidades e exigências das condições de
trabalho e uma completa reformulação dos
seus conceitos e diretrizes.

3.3 Setor analisado

O setor em analise é o de produção de

argamassa para os diversos setores da obra.
As Figuras 1, 2, 3 e 4 mostram as
condições de trabalho encontradas na obra.
Fonte: Elaborado pelo autor

4
Figura 4 – Local de circulação e sujeito a
intempéries
Fonte: Elaborado pelo autor
Nota-se na Figura 1 máquina em piso
desalinhado, apoios inadequados,
desorganização da área, insumos localizados
em áreas distantes do local de operação,
além de estar instalada sem proteção contra
intempéries e choques elétricos (aterramento
inadequado) e chave de ligação elétrica fora
dos padrões e instalada em local de
circulação de pessoas.
3.4 Métodos executivos de trabalho
Embora o método de trabalho utilizado
pelos operadores respeitavam as quantidades
de materiais solicitadas para composição das
matérias primas, não existe um
procedimento padrão e nem mesmo um
planejamento quanto à realização do
trabalho.
Não são respeitadas as normas de
segurança e nem mesmo um cuidado com as
ferramentas e máquinas envolvidas na
atividade. Além destes fatos nenhum
operador havia passado por treinamento
formal, executando suas tarefas apenas com
o aprendizado pratico.
3.5 Análise preliminar dos agentes de
riscos
Os agentes de riscos inerentes a
função de operador de betoneira são físicos,
químicos mecânicos ou de acidentes,
ergonômicos e biológicos.
A seguir descrevem-se os mais
inerentes e as suas fontes geradoras
encontrados no estudo de caso.
3.5.1 Agentes de riscos mecânicos (ou de
acidentes)
Os riscos mecânicos encontrados e
suas possíveis consequências são:
a) Arranjo físico inadequado que
geram desgaste físico e acidentes.
b) Máquina sem proteção que podem
ocasionar acidentes graves;
c) Ligações elétricas deficientes que
podem causar choques elétricos,
incêndios, curto-circuito,
queimaduras e acidentes fatais;
d) Armazenamento inadequado que
podem ocasionar acidentes por
estocagem de materiais sem
observação das normas de
segurança;
e) Equipamentos de proteção
individual inadequado ou a falta
deles que podem causar acidentes
e doenças profissionais.
3.5.2 Agentes físicos
Os riscos físicos apontados no local e
suas possíveis consequências são:
a) Nível de pressão sonora que leva
ao cansaço, dores de cabeça, perda
auditiva, elevação da pressão
arterial, além de problemas
digestivos e taquicardia;
b) Calor devido à falta de proteção
que ocasiona aumento da pulsação,
cansaço, irritação, fadiga térmica;
c) Radiações não ionizantes
ocasionadas pela exposição aos
raios solares que podem ocasionar
lesões oculares, na pele e
queimaduras.
3.5.3 Agentes químicos
Os riscos químicos no local são:
a) Poeiras minerais que ocasionam
problemas pulmonares, silicose;
5
 b) Poeiras incômodas que podem
interagir com outros produtos no
ambiente de trabalho e
potencializar a sua nocividade.
3.5.4 Agentes biológicos
Os riscos biológicos considerados no
local são:
a) Vírus, bactérias e protozoários que
ocasionam hepatite, AIDS, tétano e
outros;
b) Fungos e bacilos - infecções
variadas externas como dermatites
internas como doenças
pulmonares;
c) Parasitas que causam infecções
cutâneas ou sistêmicas que podem
causar contágio.
3.5.5 Agentes Ergonômicos
a) Esforço físico que levam ao
cansaço, dores musculares,
fraquezas, problemas de coluna,
acidentes, doenças nervosas,
diabete, e hipertensão arterial;
b) Levantamento e transporte manual
de peso que causam as mesmas
doenças relacionadas
anteriormente.
3.6 Analise Global
3.6.1 Medidas de Proteção Coletiva
Para a realização do trabalho com
betoneiras são necessárias todas as medidas
de proteção inerentes à função.
As medidas de proteção coletiva tais
como proteção contra intempéries,
aterramento dos equipamentos, isolamento
das partes móveis, proteção contra incêndio,
arranjo físico adequado, ferramental correto
e também a utilização de equipamentos de
proteção individual, calça e camisa de
algodão, capacete, luvas látex ou raspa,
óculos de segurança de ampla visão, botina
ou bota de borracha, mascara facial e
protetor auricular, creme protetor para as
mãos, boné tipo árabe, capa de chuva e
protetor solar.
Deve-se visar também um melhor
planejamento das ações nas execuções das
tarefas.
3.6.2 Treinamento e capacitação
Todos os funcionários que executam a
função de operador de betoneira devem ser
capacitados através de treinamento que
atenda os termos da NR 18.
Através do conteúdo pragmático do
curso devem reconhecer avaliar e prevenir
os riscos, ter conhecimento do
funcionamento da Máquina utilizada e
procedimentos de segurança e emergência.
Além evidentemente dos procedimentos
referentes á produção da matéria prima.
A Figura 5 mostra o modelo de check-
list de betoneiras adotado na construtora.
Figura 5 - Modelo de check-list
Fonte: Freitas (2012)
4 Proposta de intervenção
A proposta de intervenção é a
implantação de um Sistema Integrado se
Gestão das Condições e Meio Ambiente de
Trabalho (SIGESCOMAT), avaliada e
planejada e executada através de medidas
técnicas, administrativas e pessoais visando
uma melhor condição de trabalho aos
6
operadores e todas as consequências
positivas que advirão destas medidas.
4.1 Elaboração do arranjo físico
A primeira medida é a elaboração de
um sistema de arranjo físico das áreas de
produção de argamassa, tendo como
prioridade a organização dos insumos e
equipamentos com o objetivo principal de
melhorar as condições de trabalho dos
operadores.
A posição da central de argamassa
também foi escolhida de modo a minimizar
as distancias dentro do canteiro de obra.
A Figura 6 mostra a planta baixa do
setor de argamassa planejado para atender os
objetivos do estudo de caso.
Figura 6 – Planta baixa do setor de
argamassa
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.1 Treinamento – conteúdo pragmático
O passo seguinte visa a adequação dos
operadores através de treinamento ao novo
plano de trabalho.
O conteúdo pragmático abordou as
temas.
a) Descrição, tipos e classificação das
betoneiras.
b) Cuidados gerais (organização, local,
circuito elétrico de proteção,
verificação geral).
c) Segurança operacional e uso de EPI.
d) Manutenção e conservação.
e) Central de argamassa.
f) Transporte de materiais.
g) Limpeza e organização.
h) Destinação de resíduos.
i) Aula prática.
Adotou-se um modelo de registro de
presença de treinamento conforme demonstra
Figura 7.
Figura 7 – Modelo de registro de treinamento
adotado.
Fonte: Scania do Brasil (2012)
4.1.2 Implantação de check–list
A Figura 5 demonstrou o modelo de
check-list de betoneiras adotado na
construtora (deve ser preenchido
diariamente e arquivado no livro de inspeção
da Máquina).
Além do check-list adotou-se o livro
de manutenção (inspeção) conforme pede a
NR 18 no item 18.22.11.
As inspeções de máquinas e
equipamentos devem ser registradas em
documentos específicos, constando as datas
e falhas observadas; as medidas corretivas
7
adotadas e a indicação de pessoa, técnico ou Figura 8 - Central de argamassa coberta e
empresa habilitada que realizou. protegida de intempéries (piso nivelado)

4.1.3 Modelo de Analise Preliminar de

Risco (APR) adotado

No Anexo 1 encontra-se o modelo de

APR adotado e executado

4.1.4 Implantação de Ordem de Serviço

Treinamento e implantação de OS
(ordem de serviço) para adequação dos
funcionarias as exigências legais referentes a
saúde e segurança do trabalho. Implantação Fonte: Elaborado pelo autor
de medidas ergonômicas.
Figura 9 – Distribuição de insumos cimento,
4.1.4.1 Modelo de Ordem de Serviço argamassa para facilitar o trabalho dos
operadores
No anexo 2 deste artigo encontra-se o
modelo de ordem de serviço elaborado pelo
autor e adotado na empresa.

4.1.5 Implantação de modelo de ficha de

EPI

No anexo 3 encontra-se o modelo de

ficha de EPI elaborado pelo autor e adotado
na empresa.

4.2 Implantação da proposta de Fonte : Elaborado pelo autor

intervenção e resultados
Figura 10 - Caixa d’água próximo a central
Após a execução de toda parte para facilitar o abastecimento dos tambores
documental do plano de intervenção focou-
se na próxima etapa que foi a construção do
local planejado e colocar em pratica o plano
elaborado.
A Figura 8 mostra o local construído
conforme arranjo físico planejado, com piso
de concreto nivelado, cobertura contra
intempéries.
As Figuras 9 e 10 mostram a
disposição dos insumos na central de
argamassa visando minimizar os esforços
dos funcionários; diminuindo a distância Fonte: Elaborado pelo autor
percorrida e os volumes a serem
transportados. Nota-se que foi construído ao lado da
central de argamassa, que já se encontra
estrategicamente colocada no canteiro de

8
obra, a caixa d’água facilitando assim todo
processo de produção.
A Figura 11 mostra a disposição dos
insumos próximos à área de trabalho e os
demais itens necessários, tais como:
vasilhames e ferramentas e betoneira
reserva, próximos e com fácil acesso.
Figura 11 - Demais insumos areia e pedra
próximos ao local de operação, colocação de
prateleiras para vasilhames e ferramentas
Fonte: Elaborado pelo autor
As sinalizações e item de prevenção
de incêndio também foram inseridos na
central de argamassa, conforme Figura 12.
Figura 12 - Placas de sinalização de
segurança e extintor de incêndio tipo (CO2)
avisos e orientações impressas fixadas na
parede
Fonte: Elaborado pelo autor
Na Figura 13, as medidas de proteção
elétricas também foram tomadas de acordo
com as referencias da NR 18 das instalações
provisórias em canteiros de obra.
Figura 13 - Aterramento da betoneira,
dispositivo de bloqueio e caixa de energia
com circuito de segurança (disjuntor de
20A) isolada e com cadeado (identificada
com alerta de cuidado e acesso apenas à
pessoas autorizadas)
Fonte: Elaborado pelo autor
A Figura 14 ilustra o resultado de
Treinamento e implantação de Ordem de
Serviço (OS) para adequação dos
funcionarias as exigências legais referentes a
saúde e segurança do trabalho.Implantação
de medidas ergonômicas e utilização de EPI
Figura 14 - Operador utilizando EPI
obrigatórios à função.
Fonte: Elaborado pelo autor
4.3 Medidas ergonômicas
Foram adotados novos padrões de
vasilhames, masseiras e padiolas com a
finalidade de evitar o excesso de carga
exercida pelo funcionário e padronizar os
procedimentos, estes itens estão ilustrados
na Figura 15, visando também uma melhora
na homogeneidade do produto e,
9
consequentemente melhor qualidade e
economia de insumos. Elaborado também
um revezamento dos operadores com
intervalos a cada 5 ciclos de produção de
argamassa ou concreto.
Figura 15 - Operador com vasilhame
(dosador) menor e padronizado, evitando
carga excessiva na execução da função
Fonte: Elaborado pelo autor
4.4 Medidas de segregação de resíduos
Foram adotadas medidas de
preservação do meio ambiente com a
segregação de materiais (resíduos) dando a
eles a destinação correta.
Materiais como sacos de cimento e
argamassa, óleos e graxas, sacos plásticos,
metais, madeira e outros.
Figura 16 – Modelo de local para
acondicionamento de materiais
Fonte: Fortes Engenharia (2013)
A Figura 16 mostra modelo de local
para colocação de materiais a serem
reciclados ou descartados dentro das
normas.
4.4 Melhorias alcançadas
O plano de intervenção desenvolvido
trouxe como resultado, não só uma melhora
significativa nas condições de trabalho dos
funcionários mas outros benefícios de
extrema importância para a empresa. Alguns
deles foram:
a) Aumento da produtividade;
b) Diminuição das distancias
percorridas pelos funcionários e
materiais;
c) Melhor aproveitamento dos
materiais e insumos;
d) Diminuição de faltas e afastamento
de funcionários;
e) Maior durabilidade dos
equipamentos;
f) Eliminação da parada de produção
por quebra de equipamento;
g) Melhora significativa da qualidade
do produto.
Devido aos resultados alcançados a
empresa estendeu o plano piloto á todos os
setores da obra; estes novos estudos de caso
se encontram em fase de implantação.
Através dos resultados obtidos neste
estudo de caso fica evidente a importância
de um plano de ação elaborado pelo
Engenheiro de segurança do trabalho e
executado por todos os outros funcionários
da empresa de forma participativa.
5 Conclusão
O trabalho mostra uma enorme
necessidade de adequação a legislação e
normas técnicas por parte das construtoras
de pequeno porte, alem de um grande
desconhecimento sobre as obrigações e
responsabilidades para com seus
funcionários e sua segurança. Nota-se ainda
um total despreparo por parte dos
engenheiros e dos mestres com relação aos
métodos de organização de trabalho que
levam a uma maior produtividade e
segurança.
Fica evidente a importância do
trabalho desenvolvido pelo Engenheiro de
10
segurança que vai alem do bem estar e
segurança dos trabalhadores. Como ficou
evidenciado neste estudo de caso. Os
benefícios alcançados mudaram
significativamente a visão e o conceito da
empresa e de seus funcionários
(engenheiros, mestres, encarregados e
demais funcionários.).
O SIGESCOMAT passou a ser
instrumento fundamental nos projetos e
planejamentos da empresa.
6 Referências
BENITE, A. G. Sistema de gestão de
segurança e saúde no trabalho para
empresas construtoras. 2004. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Civil e
Urbana), Universidade de São Paulo, São
Paulo.
BRASIL. Decreto-lei n° 5.452 de 1 de Maio
de 1943. Consolidação das Leis do
Trabalho. Diário Oficial da União. Brasília
(DF), 9 ago. 1943. Atualizada em dez. 2012.
______. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO. GM n° 3.214, de 8 de Junho de
1978. Norma Regulamentadora 4 - Serviços
especializados em engenharia de segurança
e em medicina do trabalho. Diário Oficial
da União. Brasília (DF), 6 jul. 1978a.
______. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO. GM n° 3.214, de 8 de Junho de
1978. Norma Regulamentadora 5 -
Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes. Diário Oficial da União.
Brasília (DF), 6 jul. 1978b.
______. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO SECRETARIA DE
SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO. NR 9. Programa de
Prevenção e Risco de Acidentes (PPRA).
Alterada pela Portaria SSST n.º 25, de 29 de
dezembro de 1994. Diário Oficial da
União. Brasília (DF), 6 jul. 1978c.
______. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO SECRETARIA DE
SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO. Portaria nº 33, de 27 de
outubro de 1983. Altera as Normas
Regulamentadoras NR 4 e NR 5. Diário
Oficial da União. Brasília (DF), seção 1 –
pp. 18.338 a 18.349, 31 out. 1983.
______. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO SECRETARIA DE
SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO. Portaria SSST n° 25 de 29 de
dez. de 1994, do Secretário de Segurança e
Saúde no Trabalho. Altera a NR 9. Diário
Oficial da União. Brasília (DF), 30 dez.
1994, republicada em 15 fev. 1995.
CRUZ, S. M. S. Gestão de segurança e
saúde ocupacional nas empresas de
construção civil. 1998. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção),
Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
FORTES Engenharia. Treinamento de
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Disponível em: <http://www.fortes.ind.br/pt/>.
Acesso em: 15 jul. 2012.
FREITAS, R. J. Treinamento de segurança
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em: <http://www.slideshare.net/elianea/treina
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2012.
PONTES, R., et al. Uma filosofia para o
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de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, RJ,
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11
VILELA, R. A. G. Caderno de Saúde e
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riscos e prevenção. Piracicaba: CUTI, 2000,
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ZANLUCA, J.C., A consolidação das leis

do trabalho – CLT. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/tematica
s/clt.htm>. Acesso em:10/2012

12
ANEXO 1. MODELO DE ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO

Fonte: Elaborado pelo autor

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ANEXO 2. MODELO DE ORDEM DE SERVIÇO ADOTADO NA EMPRESA

Ordem de Serviço: Operador de Betoneiras

Através da Ordem de serviço, objetivamos informar aos trabalhadores que executam suas atividades laborais nesse
setor, sobre as condições do ambiente de trabalho, riscos da execução da atividade, medidas de prevenção de
acidente e obrigações. Conforme a NR -17 alínea B, tendo como parâmetro o PPRA e o PCMAT, bem como os
procedimentos e aplicações das normas de segurança e saúde do trabalho, de forma a padronizar comportamentos
para prevenir acidentes e doenças do trabalho

Equipamento Proteção Individual

Uniforme Completo, Botina, Capacete, óculos contra impacto, protetor auricular.
Orientações
1. Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado;
2. Use seus EPI apenas para atividades a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação;
3. Verifique diariamente antes de iniciar o trabalho as condições dos pinos de lubrificações;
4. Após ligar o motor verifique se os sistemas elétricos correias estão funcionando corretamente;
5. Ao termino da jornada de trabalho:
a. Limpe sua betoneira e local de trabalho;
b. Desligue a Máquina e equipamento e entregue a chave ao seu encarregado.
6. Evite manobras improdutivas estudando a melhor forma de operar seu equipamento;
7. Obedeçam as normas estabelecidas pela entre elas as placas de sinalização;
8. Não se afaste da Máquina ou equipamento que estiver operando e principalmente em local de trabalho;
9. Não permita que outras pessoas operem para qual foi designado;
10. Em caso de acidente comunicar imediatamente ao encarregado do serviço que estiver subordinado;

Cabe ao empregado
 Cumprir as disposições legais e regulamentadoras sobre segurança e medicina do trabalho inclusive as
Ordens de Serviços expedidas pelo empregador;
 Submeter aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras;
 Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras;
 Observar atentamente o meio ambiente de trabalho ao circular na Obra e corrigir as condições inseguras,
encontradas, imediatamente;
 E proibido o uso em qualquer tarefa de: Anel, pulseira, relógio, brinco, etc.

Procedimentos em caso de acidentes

Todo e qualquer acidente de trabalho, devera ser comunicado ao supervisor imediato SESMT e na falta
deste para o membro da CIPA para que possa ser providenciada emissão da CAT – Comunicado de
Acidente de Trabalho, cujo prazo e de 24 horas.
OBS - Acidente não comunicado, não será considerado para efeitos legais.

Declaração
Declaro ter conhecimento das orientações contidas desta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o uso adequados
de EPI e que terei de cumprir, obrigatoriamente as normas de segurança dessa empresa e as condições da NR-18.

OBS - Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto anteriormente
podendo gerar advertências, suspensão e ate a dispensa por justa causa.

Registro nº
Nome
Data

______________________ _______________________
Eng. Responsável Técnico de segurança do trabalho

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ANEXO 3: MODELO DE FICHA DE ENTREGA DE EPI

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