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DO ENSINO PRESENCIAL À ADOÇÃO DO ENSINO

REMOTO EMERGENCIAL EM FUNÇÃO DA COVID-19:


EXPERIÊNCIA DOCENTE NAS ATIVIDADES ACADÊMICAS
DE MODELAGEM DE VESTUÁRIO

INTRODUÇÃO
O surgimento da pandemia, ocasionado pelo Novo Coronavírus,
fez com que diversos aspectos da sociedade, como aspectos sociais e
econômicos, fossem modificados para respeitar as formas de
prevenção do vírus. No ensino superior privado, a equipe docente
também teve que se adaptar rapidamente a novas modalidades de
ensino para prosseguir com as aulas e fornecer o conhecimento
adequado. Desse modo, as universidades sulistas do país possuíram
um curto período de tempo para se planejarem ao novo ensino
remoto.
Sendo assim, para evitar que a aprendizagem fornecida
presencialmente não fosse tão impactada pela situação atípica, o uso
dos recursos digitais foram fundamentais para auxiliar nesse processo.
A importância das TIC’s nessa transição, se fez presente até mesmo
nas atividades consideradas essencialmente práticas, como por
exemplo, os recursos necessários para a ministração do componente
curricular Modelagem, do curso superior em Moda da
Universidade do Vale dos Sinos - Unisinos.
De acordo com Niskier (1993), a tecnologia educacional
relaciona a tecnologia e a educação, em que o conhecimento
científico é planejado, elaborado e implementado buscando
soluções para problemas educacionais, auxiliando o processo de
aprendizagem almejando assim uma maior eficiência. A internet
configura-se no maior auxílio utilizado para recursos educacionais
online, como a EAD, possibilitando compenetrar o conteúdo
necessário de forma adequada aos estudantes, contribuindo para a
socialização.
Romero (2017) faz um comparativo entre “educação
convencional”, entendida como presencial e a educação a
distância, onde a partir de ferramentas interativas é possível
aumentar a sensação de proximidade entre os estudantes e
professores, seja por meio de chats, videoconferências facilitando
a relação aluno e conteúdo abordado. Mesmo assim, o autor urge
salientar que independente do distanciamento físico docente e
discente, há ganhos benéficos na aprendizagem online. Isso deve-se
ao fato do surgimento de novas abordagens de ensino, variando no
planejamento das aulas e materiais utilizados. Silva (2006) contribui
explanando que a sala de aula online, equipada com diferentes
recursos, permite ao aluno a autonomia, oportunizando que esses
expressem suas ideias, questionamentos, dúvidas, e que eles se
auxiliem. Desse modo, o autor ainda salienta o avanço gradual da
dificuldade das atividades, em relação à atividade anterior, a fim de
desafiar o conhecimento dos alunos.
Dessa forma, para a realização de atividades simultâneas, há o
discernimento que uma quantidade regulada de alunos seja mais
favorável para os mesmos, pois assim, haverá uma maior atenção e
proximidade entre o professor e o estudante. Já para as atividades não
síncronas, como por exemplo, aulas gravadas, há uma maior
flexibilidade de horários e planejamentos, podendo contribuir para um
maior número de alunos. Para Romero (2017), uma estrutura
programada flexível que promova o diálogo e autonomia dos
alunos diminui a distância transacional que, segundo Moore
(2002), refere-se ao espaço psicológico e comunicacional que
surgem decorrentes da separação geográfica entre os envolvidos.
Como acima citado, o contexto pandêmico se instalou de forma
abrupta na sociedade, fazendo com que os professores revissem seus
planejamentos de ensino, como por exemplo, formas de avaliar os
desempenhos acadêmicos e abordagens usadas na aprendizagem, para
se adequarem às ferramentas remotas. Desse modo, pelo despreparo
com o inusitado momento, muitos docentes enfrentaram desafios para
iniciar o ensino no mundo online em suas residências, por não haver
condições adequadas para o processo.
Com isso, novas situações surgiram decorrentes da transição do
presencial para o online. Diversos alunos tiveram dificuldades em
obter a banda larga necessária para suportar o material simultâneo.
Além disso, a existência de uma infraestrutura de qualidade para se ter
um local propício às aulas onlines, preservando a intimidade da casa,
tornou-se um desafio. Em relação às atividades práticas, é necessário
obter uma boa visibilidade e acompanhamento do processo de
construção de uma modelagem de vestuário, com o uso de
materiais adequados para captar uma favorável visualização e
iluminação, precisando ser improvisados ou adquiridos pelos
estudantes em isolamento. Assim como, os professores precisaram se
integrar na melhoria de edições e transmissões de vídeos para serem
visualizados corretamente pelos alunos e suportados pelos seus
aparelhos eletrônicos mais facilmente.
As questões relacionadas a infraestruturas de qualidade para ter
acesso a internet, além de serem preocupação da parte docente,
também são da parte discente, atentando-se a estabilidade e existência
da internet em suas residências. Visto a situação, maiores estratégias
precisaram ser implementadas pelos professores para garantir a
continuidade das atividades online, sejam elas simultâneas ou não
síncronas. As aulas programadas anteriormente para serem
plenamente presenciais, agora são realizadas de forma síncrona. No
contexto de alunos que não possuem os recursos adequados para as
atividades simultâneas, foi instruído um planejamento que continha
aulas gravadas e disponibilizadas em um arquivo online, além de que,
eram fornecidas através de um link, para evitar grande
armazenamento de dados nos aparelhos eletrônicos. Esses
mecanismos contribuíram para que aparelhos com recursos
computacionais limitados, como o celular, pudessem acessar os
materiais. O conteúdo de ensino-aprendizagem online continuava
semelhante ao oferecido presencialmente.
Cabau e Costa defendem a ideia de que as particularidades de
acesso de cada aluno e sua forma de veiculação deve ser motivo de
preocupação, para poder atender a todas as demandas. “É possível
inferir que é a estrutura que definirá a distância transacional e
esta, por sua vez, definirá o grau de autonomia do aluno”. (Cabau
e Costa, 2018)
Desse modo, o artigo irá apresentar o planejamento e execução
dos mecanismos utilizados para dar continuidade ao ensino-
aprendizagem das aulas práticas de construção de modelagens de
vestuário de forma online, respeitando o decreto de isolamento físico,
aos alunos do bacharelado em Moda da Unisinos. Salientando que,
não foi caracterizado como EAD o modo de ensino utilizado, pois foi
emergencialmente planejado pelos professores, que apesar de
usufruírem de estudos tecnológicos educacionais pela universidade, e
atuando de forma síncrona com os estudantes, não obtinham
experiências para tal recurso. Além de que, essa modalidade não está
prevista no Projeto Pedagógico do curso.

ASPECTOS METODOLÓGICOS
2.1 METODOLOGIA DE PESQUISA
Na pesquisa foi utilizado o estudo comparativo. Nele,
primeiramente são definidas variáveis, para posteriormente
poderem ser comparadas por meio de análise.

2.2 METODOLOGIA DE ENSINO EMPREGADA NA MODELAGEM


MODALIDADE PRESENCIAL E NA MODALIDADE
EMERGENCIAL REMOTA

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