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1.

Identificação

Nome do Residente: Izabela do Vale Neves Magalhães.


CPF: 045.190.912-76
Nome e sigla da IES: Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Curso de Licenciatura: Letras – Português
Séries/Anos e Etapa da educação Básica nas quais desenvolveu atividades: 1° ano
do Ensino Médio.
Escola(s)-Campo onde desenvolveu as atividades: E.E.T.E.P. A Dr. Celso Malcher.
Nome do Docente Orientador: Ana Paula Salgado.
Nome do Preceptor: Rosineide Brandão.

2. Relato de Experiência

Relato de experiência: Práticas de ensino aprendizagem no Programa de


Residência Pedagógica.

Resumo: O programa Residência Pedagógica reuniu uma série de trabalhos, os quais continham
reuniões conjuntas com residentes de outro campus com fins de interação e trocas de
experiências, práticas de ensino aprendizagem direcionada ao ensino médio com ênfase em
Língua Portuguesa e dinâmicas de envolvimentos entre os residentes como: produção de
projetos para os discentes que lhe foram subordinados. A metodologia proposta é feita a partir
de um estudo qualitativo de análise das experiências observadas durante o Programa de
Residência, a fim de contribuir para o olhar sob o ensino aprendizagem e estímulos à formação
profissional do professor na graduação. Dessa forma, o programa contou com reuniões
periódicas e divididas em módulos, e dois momentos de regência, de forma remota e presencial,
respectivamente, estas usadas como material de pesquisa discutível nesse relato de experiência.
Os resultados obtidos foram satisfatórios e colaborativos para o estudo da formação do
professor.
Palavras-chave: Residência Pedagógica. Experiência. Professor.

Diante de um contexto pandêmico, o qual o mundo se encontra, a educação teve


que se desdobrar para atender a demanda proposta para os meios educacionais, neste
caso professores e professores em formação tiveram que se readaptar ao modo de
ensinar e realizar a comunicação com os alunos. Com essa nova realidade, o sistema
remoto foi imposto à educação como uma forma de driblar os acontecimentos e reflexos
da pandemia no cotidiano das pessoas.
O programa de Residência Pedagógica viveu dois momentos, outubro de 2020 a
março de 2022, inicialmente perante um momento conturbado da pandemia o qual a
opção mais viável era o sistema remoto, e o final de 2021 a 2022, com destaque a
vacinação da população em sua maioria, sendo possível que reuniões e regência
propostas pelo Programa pudessem ser feitas de forma presencial. Ao passo que, com o
início das atividades do programa e seguimento delas durante o período proposto, foi
possível reunir experiências que acrescentaram ao panorama de conhecimentos
direcionados a formação de professores.
Dessa forma, como base para as analises realizadas, autores que abordam a
perspectiva didática como Freitas e Pacífico (2015); Lacerda e Silva (2020), além de
autores como Moram (2000) e Figueiredo (2013) para embasar os estudos feitos a partir
das experiências vivenciadas no ensino aprendizagem, tendo em vista como objetivo
destacar a Formação do professor e que experiências são importantes durante esse
processo, além de visualizar como o programa contribuiu para este.

a. Desenvolvimento no sistema remoto durante o Programa de Residência


Pedagógica.

Durantes os estágios inicias do Programa de Residência Pedagógica, foi proposta


uma abordagem teórica, que envolviam reuniões organizadas entre preceptores,
residentes, orientadores e o corpo principal incitadores do programa, estas envolviam
estudos sobre o novo ensino médio, BNCC e outros que contribuíram para visão de
formação pedagógica do professor, dessa forma segundo Freitas e Pacífico,
A sociedade hoje vem passando por constantes mudanças. O
conhecimento é dinâmico, todos os dias novos conhecimentos surgem.
Dessa forma, manter-se atualizado nos dias atuais não é algo fácil. Por
isso, a necessidade de uma formação solidificada em conceitos e
práticas em que, mesmo com as constantes mudanças e
transformações, tais conhecimentos sejam basilares, que figurem mais
como princípios do que como conteúdos específicos da prática
pedagógica. (FREITAS e PACÌFICO, p. 2, 2015).

As autoras verificam a importância de uma formação pedagógica que leva em


consideração as mudanças constantes, contudo destacam os conteúdos específicos
necessários para fortalecimento da base, estes foram pontuados em algumas reuniões
durante a residência, principalmente durante o estágio teórico.
É importante pontuar que a experiência oferecida pela Residência Pedagógica,
resultou no que Freitas e Pacífico (2015) pontuam em seu estudo, que é o
desenvolvimento do professor reflexivo, este sendo um sujeito que tenta ao máximo
chegar à junção da sua teria e prática, refletindo o seu desenvolvimento dentro do
âmbito do ensino aprendizagem, não mais pondo a teoria como fator principal para sua
formação, porém deve haver certo cuidado em não ser extremo.
A culminância dos estudos voltados à teoria foram postos em prática em
regências feitas por dois residentes orientados pelo preceptor e orientador, no primeiro
momento de forma remota com foco no ensino médio, a turma escolhida foi o 1° ano, e
foram realizadas aulas tematizadas no ensino da língua portuguesa direcionada a
redação, os estudos abrangeram coesão e coerência com propostas de atividades que
evolvessem o uso destas na redação ENEM, as aulas foram dividas entre: aplicação da
teoria e desenvolvimento de atividades para entendimento da mesma, a atividade
sugerida para verificação foi à produção de um texto aplicando as técnicas de coesão e
coerência estudadas.
Em decorrência da pandemia, a regência foi feita de forma remota, sendo
necessária uma adaptação por parte dos residentes, como é citado por Lacerda e Silva
(p.125, 2020).
Para contornar essa situação e impedir que os alunos ficassem
prejudicados, as Secretarias de Educação nos estados e municípios
tiveram que se adaptar para oferecer aulas pela televisão (mediadas
por videoconferência), pelas redes sociais, como Instagram (através de
lives e transmissões ao vivo), pela internet (por meio da utilização do
aplicativo Whatsapp, com professores prestando o auxílio com o
envio de vídeos) e pela distribuição de atividades em arquivo PDF
para impressão.

Destes mecanismos, foi possível estabelecer uma conexão me Google Meet com
a turma do 1° ano do colégio Celso Malcher, distribuição de atividades e material de
apoio em PDF, por meio do Google Sala de Aula, que permitia a interação entre
professor e aluno por meio de postagens em um mural, estas contendo o conteúdo
ministrado e atividades de fixação.
Ademais, Lacerda e Silva (2020) pontuam que os recursos tecnológicos
tornaram-se uma nova realidade no processo de formação do professor, em decorrência
da pandemia, os alunos, há mais tempo já estavam inseridos no meio globalizado, dessa
forma facilitou à introdução do sistema remoto a educação, isto sendo fortemente
observado durante as regências de aplicação da teoria aos alunos pelos residentes.
Inicialmente, apresentaram-se dificuldades quanto à atenção dos alunos ás aulas,
estas sendo características em favor do sistema remoto, pois como pontua Moran (2000)
ao apresentar discussões quanto ao uso das tecnologias no ensino aprendizagem, o autor
discorre que as técnicas que envolvem a tecnologia devem ser variadas e adequadas aos
objetivos a serem alcançados quanto à aprendizagem, estas devem promover a
participação e interação dos discentes.
A pesar das dificuldades, os residentes puderam contornar a situação
promovendo a interação dos alunos por meio da apresentação de slides, com recursos
ilustrativos de memes e gifs, fortemente presentes em seu cotidiano, incitou-se o
compartilhamento de entendimentos em momentos específicos durante a regência, os
quais eram destinados para estes fins, demonstrando o uso das técnicas de forma
positiva, pontuadas por Moran.
Outro ponto favorável a ser exposto é a forma de verificação de aprendizagem
feita pelos residentes, que propuseram a correção colaborativa, orientando os alunos,
após sua produção textual, de forma coletiva e aberta a dúvida e compartilhamento de
conhecimentos, este modelo se encaixa no que Araújo (p.16, 2019) pontua em sua
pesquisa sobre a prática de correção em atividades de ensino de português
A correção deixa de ser indicação, resolução ou um caça erros, e passa
a ser o momento de construção conjunta do conhecimento, a instância
de interação entre professor-atividade-aluno e ganha contornos de
ferramenta de ensino, interativa e mediadora. Desse modo, a correção
age através de funções pontuais como de revisar conteúdos vistos
anteriormente, ou até mesmo como pretexto para adentrar em novos
conteúdos.

De fato, ao utilizar-se desse método, os alunos puderam visualizar seus erros e


saber em que precisavam aprimorar seus conhecimentos, além disso, sendo possível a
revisão do assunto ministrado a fim de promover uma visualização na prática de como é
um texto coesivo e coerente, a qual os alunos puderam apresentar suas perspectivas
juntamente aos residentes.
Figueiredo (2003) pontua que os alunos devem se envolver em seu processo de
aprendizagem e ao trabalharem em conjunto podem realizar um compartilhamento de
saberes tornando-os mais produtivos, devido a isso a necessidade de atividades
colaborativas dentro do âmbito escolar.
b. Retorno ao sistema presencial, novos métodos de trabalho.
Em um cenário em que a vacinação tornou-se uma realidade, foi possível que
durante as atividades do programa de residência pedagógica houvesse uma transição do
sistema remoto para o presencial, e a segunda regência pudesse ser feita
presencialmente.
Diante disso, encarou-se essa transição positivamente para as perspectivas de
avaliação da formação docente dos residentes, Verdum (2013) pontua sobre como a
formação docente conversa com as mudanças do cotidiano, seu agir em sala de aula e
outros
O saber profissional do professor não provém apenas da formação, da
experiência, vem também da sua história de vida pessoal, (...) O
professor, habitualmente, não possui uma só e única “concepção” de
sua prática, mas várias concepções que utiliza ao agir em sala de aula,
em função, ao mesmo tempo, de sua realidade cotidiana, de sua
biografia e de suas necessidades, recursos e limitações. (p. 96 e 97)

Ao se deparar com essa transição durante o período de atividades, foi possível


trazer novas perspectivas aos residentes e alunos, tendo em vista que a regência teve a
proposta de promover o ensino da literatura com foco no trovadorismo, á mesma turma
inicial, 1° ano do ensino médio, foi feita uma abordagem de aula expositiva dialogada
favorecendo-se de recursos auditivos possibilitando dinamicidade e interatividade a
aula.
Tais recursos permitiram a observação da interdisciplinaridade que ocorre dentro
da língua portuguesa, a qual os residentes demonstraram ao fazer uma ligação entre as
cantigas líricas e satíricas contidas no trovadorismo, e as musicas atuais presente no
cotidiano dos discentes.
Brito e Sousa (2017) fazem pontuações quanto a leitura de textos literários, e em
como é necessário que seja promovida uma motivação quanto a consciência leitora dos
alunos
A leitura de textos literários deve ser revestida de ações promotoras de
motivação e prazer, deflagradoras de uma interação entre o objeto de
leitura e o seu leitor. Para tanto, é preciso que a escola, por intermédio
dos educadores, se encarregue de garantir, em sua rotina
metodológica, a prática de leitura com dinamicidade e compromisso
com a formação leitora dos alunos. (p. 134)
À vista disso, as autoras salientam a importância de uma metodologia interativa
e lúdica por parte do docente. Brito e Sousa (2017) ainda discorre sobre á musica como
estratégia de ensino, esta pode transportar os discentes a uma amplitude nos métodos de
entendimento do que esta sendo aprendido, além de aprofundar o envolvimento do
aluno em áreas correlacionadas, como acontece com a musica e a literatura.
A fim de enfatizaras experiências relatadas que contribuíram para o processo
formativo docente, uma ação interessante promovida pelo programa foi à realização de
um projeto titulado Sarau Literário, o qual contava com a junção das atividades
produzidas pelos residentes e alunos com a finalidade de interagir e compartilhar os
conhecimentos adquiridos das aulas teóricas ministradas anteriormente.
As atividades partilhadas abrangeram todo Ensino médio da escola,
eventualmente os residentes puderam apresentar os trabalhos desenvolvidos por suas
turmas correspondentes, de forma que o 1° ano desenvolveu trovas, que foram
corrigidas e orientadas pelos residentes, estas foram recitadas no Sarau pelos alunos que
tinham autoria.
Os autores Silva et al (2016) caracterizam alguns fatores sobre os saraus
literários
O sarau também é um local onde se transmite conhecimento, ainda
que de maneira informal, podendo, assim, participar no processo de
construção do pensamento do indivíduo em vários aspectos, não se
restringindo apenas a um tema. (p.152)

De fato, foi possível observar que, em um único momento, foram partilhados


diversos conhecimentos que foram de recitação de poesia a encenação, a ampliação da
metodologia de fixação do conhecimento por meio das atividades, amplia também a
perspectiva do aluno quando a teoria a qual ele se depara facilitando sua compreensão.

3. Considerações finais
Em síntese, a reunião de experiências relatadas promovidas pelo Programa de
Residência Pedagógica, procurou desenvolver embasamento e desenvolvimento da
formação docente, alcançando resultados satisfatórios, tendo em vista que ao conciliar a
teoria à prática, com devida a seus respectivos momentos, culminou na construção de
bons profissionais, ao passo que o retorno dos discentes foi positivo.
Além disso, as regências realizadas foram de grande importância para reflexão
da prática de ensino aprendizagem dos residentes, sendo possível que observassem seus
pontos fracos e fortes, ademais o reconhecimento de outras metodologias, como o sarau
Literário, contribui para o arsenal de trabalho do Professor em formação.
Projetos como a Residência Pedagógica, são de forte contribuição e necessários
para que os estudantes que estão em formação possam refletir em sua trajetória na
graduação, além de aplicar os conhecimentos adquiridos durante a mesma.

Referências
ARAÙJO, Regina Maria A. Práticas de correção em atividades de ensino de português.
Dissertação (Mestrado em Linguagem e Ensino) – Universidade Federal de Campina
Grande, Centro de Humanidades, 2019.
BRITO, Juliana e SOUSA, Elizeu. O uso da música em uma experiência didática no
ensino de literatura. Revista de Letras JUÇARA, Caxias – Maranhão, v. 01, n. 01, p.
126 – 143, Jul. 2017.
FIGUEIREDO, Francisco. A aprendizagem colaborativa: foco no processo de correção
dialogada. In: A interação na aprendizagem das línguas. EDUCAT, Pelotas, p. 125-157,
2003.
FREITAS, Sirley e PACÌFICO, Juracy. Formação docente e os saberes necessários à
prática pedagógica. Rev. EDUCA, Porto Velho (RO), v.2, n.4, pp. 1-17, 2015.
LACERDA, Naziozênnio A. e SILVA, Keyla M. A reescrita remota de textos por
alunos do ensino fundamental em tempos de pandemia. Memorae, Tubarão, v.7, n.3,
set/dez. 2020.
MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José
Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e
mediação pedagógica. 12 ed. Campinas: Papirus, 2000.
SILVA, Fransuelen et al. Saraus contemporâneos: a importância dos saraus como
espaço político de socialização. Cadernos CESPUC. Belo Horizonte. N. 29, p. 150-167,
2016
VERDUM, Priscila. Prática Pedagógica: o que é? O que envolve?. Revista Educação
por Escrito – PUCRS, v.4, n.1, jul. 2013.
4. Autorização de uso pela CAPES

Eu, Izabela do Vale Neves Magalhães, autorizo a utilização pela Capes do presente
relato de experiência, na qualidade de bolsista residente, sob-responsabilidade do (a)
Docente (a) Orientador (a) Ana Paula Salgado vinculado ao Programa de Residência
Pedagógica da UFRA. Meu relato escrito poderá ser incluído nos bancos de dados e nas
plataformas de gestão da Capes, podendo, eventualmente, ser reproduzido, publicado ou
exibido por meio dos canais de divulgação e informação sob-responsabilidade desse
órgão.

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Residente
(Nome e Assinatura)

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