Você está na página 1de 15

1

VIABILIDADE DO ENSINO REMOTO DE MATEMÁTICA


Marcus Vinicius Azevedo da Silva1
Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não
referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado duas vezes por conter plágio
pagarei uma taxa no valor de R$ 250,00 para terceira correção. Caso o trabalho seja reprovado
não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços
(referente aos cursos de pós-graduação lato sensu, com exceção à Engenharia de Segurança
do Trabalho. Em cursos de Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a
apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é obrigatória).

RESUMO
Devido ao prolongamento da reclusão dos indivíduos devido ao número crescente de casos relativos à pandemia
do Corona Vírus, se mostrou necessária alguma medida para que crianças e adolescentes que estavam impedidos
de frequentar o ambiente escolar pudessem de alguma forma manter seus estudos. Uma opção que se mostrou
viável, por ser amplamente aplicada no ensino superior, foi as aulas ocorrerem em regime online. Tal fato,
demandou grandes esforços a alunos, professores e as escolas para se habituarem a este novo espaço de ensino.
Além disto, é possível notar um grande desafio para o ensino de disciplinas como a matemática no regime
remoto devido ao pré-conceito que os alunos possuem com a matéria levando se em conta sua complexidade e
seus pré requisitos. Este artigo busca estudar a viabilidade do ensino remoto de Matemática para estudantes de
ensino Fundamental e Médio a partir de dados coletados no período da Pandemia da Covid 19. Estes dados
foram coletados através de um Formulário respondido por docentes e discentes a respeito de questões
fundamentais para a eficiência do ensino à distância. Considerando a análise dos dados é possível notar que o
ensino remoto necessita de um processo lento de adaptação de alunos, escola e corpo docente para que as
práticas de ensino à distância sejam aplicadas com a eficiência.
Palavras-chave: Ensino Remoto, Matemática e Pandemia

ABSTRACT
Due to the prolongation of the imprisonment of individuals due to the increasing number of cases related to the
Corona Virus pandemic, some measure was shown to be necessary so that children and adolescents who were
prevented from attending the school environment could somehow maintain their studies. One option that proved
to be viable, as it was widely applied in higher education, was for classes to take place online. This fact
demanded great efforts from students, teachers and schools to get used to this new teaching space. In addition, it
is possible to notice a great challenge for the teaching of subjects such as mathematics in the remote regime due
to the preconception that students have with the subject, taking into account its complexity and its prerequisites.
This article seeks to study the feasibility of remote teaching of Mathematics for elementary and high school
students from data collected during the Covid 19 Pandemic the efficiency of distance learning. Considering the
data analysis, it is possible to note that remote learning requires a slow process of adaptation of students, school
and teachers so that distance learning practices are applied efficiently.
Keywords: Distance Learning, Math and Pandemic

1
Discente do curso Complementação Pedagógica em Matemática.
2

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a implementação da tecnologia no cotidiano dos indivíduos evoluiu


de forma significativa devido ao desenvolvimento tecnológico que viabilizou celulares,
smartwatch, laptops e computadores em geral. Tal revolução, permitiu que o ser humano se
conecte com pessoas do mundo inteiro através das redes sociais (Instagram, Facebook, entre
outros). No entanto, as pessoas utilizam estas redes e a internet de forma geral com intuito de
diversão e entretenimento. O Isolamento social ocasionado na pandemia gerou uma
modificação profunda na forma de utilização da Internet, visto que, se tornou necessário o
trabalho em regime de home office e para os estudantes as aulas em ensino a distância (EAD).
Este artigo visa estudar as características e mudanças nos processos de ensino de matemática
a distância e suas consequências para professores e alunos durante o período da pandemia do
Corona Vírus.

Neste contexto, a adaptação dos docentes e discentes para o novo formato de ensino a
distância e o regime híbrido se torna essencial para que os mesmos possam exercer sua
profissão de forma digna e otimizando sua prática pedagógica com as novas tecnologias.
Entretanto, existem situações problema a serem abordadas nessa situação. Dentre elas, devido
a questões socioeconômicas, professores e alunos podem não ter acesso as condições
tecnológicas necessárias para ministrar ou assistir uma aula online em seu domicílio. Dentre
os possíveis problemas estão: ausência de internet estável em seu domicílio, falta de prática
com os aplicativos de videoconferência e espaço físico para lecionar ou assistir as aulas;
sendo que estes desafios podem se tornar mais extremos se for considerada a rede pública de
ensino. Tal fato, permeia a visão deste artigo que busca investigar os problemas e os desafios
enfrentados por docentes e estudantes na adaptação da nova rotina fora do ambiente escolar.

Neste sentido, no período antes da pandemia existia a discussão de uma maior


implementação dos aspectos tecnológicos nas práticas pedagógicas, mesmo que com uma
certa resistência de uma camada de professores mais conservadores. Segundo Ferreira (2020)
pesquisadores como Lima (2017) e Pinheiro (2020) demostram que os docentes não se sentem
confortáveis em utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula, levando se conta alguns
motivos dentre eles: falta de formação acadêmica para uso pedagógico, ausência de recursos
tecnológicos na escola e uma resistência intrínseca baseada na aversão pedagógica em relação
a utilização dos recursos tecnológicos em sala de aula. Contudo, devido as necessidades da
pandemia esta controvérsia teve que ser colocada em prática para que os estudantes não
3

fossem prejudicados em seu período letivo. Dessa forma, as novas práticas pedagógicas foram
implementadas em caráter de urgência, sem um estudo prévio da viabilidade do ensino à
distância para jovens e adolescentes.

Isto posto, deve ser objetivo dos docentes em geral, obter mais informações sobre se as
técnicas pedagógicas utilizadas neste período, se as mesmas foram suficientes para manter ou
aprimorar o nível de exposição dos conteúdos ministrados. Outro aspecto a ser a ressaltado é
que o ensino e aprendizagem da Matemática é normalmente vinculado a um discurso pré
construído no qual está ciência é vista como: complicada de entender, chata, trabalhosa ou até
mesmo sem relevância com os problemas do cotidiano. Nogueira (2016), enxerga à
matemática como uma área de conhecimento de natureza cumulativa, sendo que nos anos
iniciais de vida do estudante são fundamentais para a consolidar os conteúdos básicos
necessários para a obtenção dos conhecimentos matemáticos subsequentes. Tal processo
demanda a atenção dos docentes como construtores deste processo de aprendizagem. A partir
desta perspectiva, torna-se plausível compreender a ideia coletiva de que o estudo da
Matemática é desnecessário ou até certo ponto demasiado.

Diante do conteúdo supracitado se mostrou necessário investigar para compreender as


percepções dos docentes no que tange a sua formação tradicional e as estratégias necessárias
para se adequarem as condições do ensino remoto. Esta pesquisa foi realizada através de
questionário online, formulário preenchido no Google Forms, no qual as perguntas possuíam
o intuito de caracterizar o docente, sua área de atuação, nível de instrução do professor, se
atua na rede pública ou privada e como a implementação das novas tecnologias modificaram
sua prática pedagógica. Outro formulário foi aplicado para os alunos com a finalidade de
caracterizar estudante, o nível de escolaridade, região do seu domicilio, camada social que o
mesmo se encontra, disponibilidade de internet e de dispositivos eletrônicos e sobre sua
opinião com a relação as aulas online.

A metodologia de pesquisa utilizada neste artigo teve como objetivo geral estudar as
demandas e consequências da utilização das práticas pedagógicas no ensino de Matemática
em regime remoto. Dessa forma, o estudo se baseia nas metodologias de ensino tradicionais
aplicadas em contexto escolar e sua adaptação para o regime a distância. Em relação aos
objetivos específicos este trabalho utilizou a metodologia de adquirir dados através de
perguntas em um formulário respondido por docentes e discentes; considerando uma
4

amostragem de 100 professores e 60 estudantes, para investigar de uma forma mais fidedigna
sua nova rotina de ensino ou estudo.

2 Ensino de Matemática

A evolução dos processos de ensino Matemática é um fator preponderante em relação


a melhoria nas formas de implementação didática do docente evidenciada por diversos de
autores durante décadas. Tal fato, permite a este artigo verificar algumas das formas de
apresentar o conteúdo matemático aos discentes. Dentre elas estão: o regime tradicional de
sala de aula e o regime remoto aplicado na Pandemia de COVID 19. Além disto, uma coleta
de dados online através de formulário permitiu a obtenção de resultados para a discussão do
processo de aprendizagem online.

2.1 Ensino de Matemática em regime tradicional

O ensino e aprendizagem da Matemática foi vinculado a um discurso pré construído


no qual está ciência é vista como: complicada de entender, chata, trabalhosa ou até mesmo
sem relevância com os problemas do cotidiano. Tal fato, permeia a ideia coletiva de que o
estudo da Matemática é desnecessário ou até certo ponto demasiado. Este julgamento
preconceituoso ganha mais legitimidade considerando as dificuldades dos alunos em alguns
assuntos específicos durante o Ensino Fundamental e Médio. Ainda mais, considerando que o
conhecimento matemático continua a ser ministrado de forma isolada das demais áreas do
conhecimento (Física, química e Biologia) e de maneira distante da realidade atual dos alunos.
Tal fato, reforça o modelo de pedagogia diretiva que é fundamentada na reprodução e na
repetição conteúdos citados por Kenski (2007).

Segundo a BNCC Brasil (2020), o conhecimento matemático é necessário para todos


os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea,
seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas
responsabilidades sociais. Em relação a aprendizagem da disciplina de Matemática, esta
ocorre quando o estudante além de memorizar determinado conteúdo consegue entende-lo de
forma na qual sua aplicação deste conhecimento seja utilizável nas suas experiências e
descobertas cotidianas. Sendo assim, podemos entender que o papel do professor se torna
5

primordial para mediar a maneira como o aluno se relaciona com os conteúdos matemáticos,
transformando-os em conhecimentos significativos para sua rotina fora do ambiente escolar.

Dessa forma, a inserção da tecnologia no ambiente de sala de aula se mostrou


promissora para facilitar que os estudantes rompessem a barreira predisposta e enxergassem a
disciplina com um olhar mais lúdico. Estes processos podem ser aplicados com ferramentas
interativas como por exemplo: Geogebra ou por recursos didáticos como: jogos, livros,
ábacos, calculadoras. Mesmo que, docentes mais conservadores não observem como os estes
métodos podem ser benéficos. Estudos como os de Gomes e Moita (2016), Lima (2017) e
Pinheiro (2020) demostram anseios dos professores na utilização de recursos tecnológicos
como práticas didáticas em suas aulas. Esta percepção pode ser por fatores como: ausência de
recursos tecnológicos no ambiente escolar, falta de formação pedagógica para aplicação
destes recursos e uma certa dificuldade da geração tradicional de professores em entender o
potencial destes artifícios didáticos para a nova geração de alunos.

No entanto, devido à pandemia as instituições de ensino público e privado foram


orientadas a utilização dos métodos digitais, para que as aulas fossem ministradas de forma
remota, com o intuito de evitar a proliferação da contaminação do Corona Vírus, tais medidas
foram indicadas inclusive pelo Ministério da Educação e da Saúde; assim como para que não
houvesse uma interrupção no aprendizado, enquanto perdurasse o período de isolamento
social.

2.2 Ensino da Matemática em regime remoto

A utilização do ensino remoto, na formação superior de indivíduos se mostrou


bastante relevante, visto que, permitiu que alunos que não tinham condições de frequentar
uma universidade tradicional por diversos motivos pudessem obter um diploma de graduação
reconhecido pelo MEC. Dentre as causas, que inviabilizavam os estudantes ingressarem no
ensino superior são: dificuldade de adaptação da rotina de trabalho com os horários das aulas,
pequena disponibilidade de faculdades próximas a região do domicilio do estudante e o alto
custo dos cursos de ensino superior em geral.

Sendo assim, os cursos de graduação online viabilizaram que estudantes pudessem


realizar o sonho de continuar seus estudos. Consórcios como o CEDEJ no estado do Rio de
Janeiro viabilizaram que os alunos recebessem a qualidade de ensino das faculdades Federais
6

como UFF, UFRJ e UFRRJ. E ao final do curso estes estudantes irão receber um diploma de
graduação idêntico ao do curso presencial.

Tal fato, permeio a ideia da aplicação das práticas de ensino remoto para jovens e
adolescentes em período escolar. Com intuito de disseminar os processos educativos para
localidades de difícil acesso, aumentar as vagas da rede pública de ensino e permitir que mias
crianças e jovens tivessem seu direito a educação atendido. No entanto, se for considerado o
contexto educacional pré - pandemia ainda existia um preconceito com a utilização dos
recursos tecnológicos neste nível de escolaridade devido a uma certa imaturidade dos alunos
ou por falta destes no ambiente escolar. A ausência de tecnologia na escola pode acarretar
uma monótona que não contribui para manter os alunos interessados nos processos de ensino.
Para (Arruda 2020), o momento singular ocasionado pela Pandemia deve propor uma reflexão
na mente dos docentes em geral em relação a complexidade representada pelo confinamento
dos professores e suas limitações fora de seu local de trabalho.

2.3 Dados Obtidos na Pesquisa

A pandemia acelerou o processo de ensino online que teve ser adaptado de forma
imediata como o único recurso para os docentes e discentes. Devido a este fato, esta pesquisa
buscou evidenciar como as questões supracitadas afetaram a vida de professores e alunos em
seu novo formato de ensino remoto. Desta forma, os participantes deste processo de ensino
online foram submetidos a um formulário sendo estes dados expresso nos seguintes gráficos.
A primeira pergunta no questionário era referente a se o docente e discente trabalha ou estuda
na rede pública ou privada. Em relação aos entrevistados, a pesquisa obteve uma distribuição
indivíduos de aproximadamente 38% na rede Pública de ensino e 62% na rede Privada.

Imagem 1. Gráfico de Barras referente a distribuição dos entrevistados na Pesquisa.


7

Fonte: Dados obtidos no formulário

Um aspecto fundamental para ministrar ou assistir aulas em regime remoto é a condição de


internet domiciliar dos entrevistados. Sendo assim, a segunda pergunta foi referente a
velocidade de internet que professores e alunos possuem em suas casas.

Imagem 2. Gráfico de Pizza referente a condições de Internet de professores e alunos.

Fonte; Dados obtidos no Formulário

Dentre os estudantes, os dados mostraram que apenas 10% possuíam em seus


domicílios velocidades de conexão suficientes para acompanhar as aulas em regime online.
Em relação a conexão dos professores, a situação se mostrou um pouco melhor visto que
nesta categoria 35% possuíam em seus domicílios velocidades de conexão suficientes para
ministrar aulas online. Os índices de velocidades utilizados nesta pesquisa foram obtidos
através de dados de pesquisas nos programas, Google Meet e ZOOM mais utilizados por
docentes e discentes para viabilizar salas de aulas neste período de Pandemia. Outro aspecto a
ser considerado é o alto índice de indivíduos em condições de ausência de Internet ou
Conexão lenta: 67% em relação a discentes e 40% em relação a docentes.

Um quesito bastante mencionado por pesquisadores do ensino remoto diz respeito a


escola quanto ao seu aspecto físico, sendo um ambiente propicio para a troca de conhecimento
entre os indivíduos. No entanto, devidos as restrições impostas pela pandemia alunos e
8

professores ficaram impossibilitados de desfrutar deste espaço. Sendo assim, a terceira


questão do formulário considerava este problema.

Imagem 3. Gráfico de Barras referente ao espaço físico de alunos e professores.

Fonte: Dados obtidos no Formulário

A análise dos dados obtidos na pesquisa é preocupante: somente 12% dos estudantes
declaram possuir um ambiente domiciliar viável para o estudo e 30% dos professores detêm
em sua residência as condições necessárias para ministrar suas aulas. Tal fato, demostra a
importância do ambiente escolar no cotidiano dos professores e alunos. Em relação os
docentes, a ausência física da escola acarreta uma certa dificuldade para que os mesmos
possam realizar seu trabalho de forma adequada. No entanto, em relação estudantes este
afastamento escolar e ainda mais preocupante devido as questões sociais e de cidadania e de
desenvolvimento intelectual.

Tendo em vista as dificuldades da implementação do ensino remoto no contexto de


crise sanitária relativa ao Covid 19. Desta forma a quarta pergunta feita a estudantes e
professores foi relativa a disponibilidade de equipamentos eletrônicos em casa ou que o aluno
ou professor possa disfrutar destes benefícios no ambiente escolar.

Imagem 4. Gráfico de Barras referente a disponibilidade de Tecnologia na escola e de


Equipamentos Eletrônicos no domicílio.

Fonte: Dados obtidos no Formulário


9

Segundo os dados obtidos nesta pesquisa, em relação a disponibilidade de


equipamentos eletrônicos em domicílio: 75% dos estudantes deram um parecer favorável e
em relação aos professores somente 5% não possuem recursos eletrônicos suficientes para
ministrar uma aula remota. No entanto, uma estatística preocupante é obtida se considerarmos
a escola como uma possível fornecedora de um ambiente viável para as aulas remotas a partir
dos seguintes dados: aproximadamente 92% dos discentes e 78% dos docentes entrevistados
declaram que suas escolas não detêm as tecnologias necessárias para aplicação de ensino
remoto.

Neste contexto foram endereçadas perguntas específicas para alunos e professores


relativas ao ensino de Matemática em regime remoto. Para os estudantes, a questão era
referente se as aulas remotas de Matemática obtiveram efeito positivo em relação a
aprendizagem dos conteúdos. Outra pergunta foi direcionada aos professores com intuito de
que os mesmos refletissem sobre se os conteúdos de matemática ministrados de forma remota
estão sendo assimilados e compreendidos pelos alunos.

Imagem 5. Gráfico de Barras referente a pergunta de aprendizado remoto para docente e


discentes.

Os

Fonte: Dados obtidos no Formulário


dados obtidos na questão supracitada mostram que: 33% dos professores acreditam que seus
alunos estão progredindo em seus estudos no regime remoto e que 72% dos alunos estão com
dificuldades de prosseguir com seus estudos neste regime. Sendo assim, os dados demonstram
uma certa concordância entre discentes e docentes relativa à dificuldade de aprendizado neste
cenário. Segundo Okumura, 2020, estes desafios mostraram uma grande perseverança dos
docentes em ministrar seus conteúdos e se reinventar de forma adequada ao ambiente virtual.
Em relação aos estudantes, o desafio primordial encontrado é o engajamento com aulas no
regime remoto, devido as dificuldades de internet e de ambiente ideal para focar em seus
estudos.
10

Outra pergunta, direcionada a estudantes e professores, aborda se a utilização de


métodos inovadores para o ensino de Matemática como o Geogebra, mesa digitalizadora e
outras tecnologias estão sendo úteis para o aprendizado nas aulas remotas.

Imagem 6. Gráfico de Barras referente a pergunta de métodos tecnológicos no aprendizado


remoto para docente e discentes.

Fonte: Dados obtidos no Formulário partir


das informações dos gráficos é possível observar que a utilização de métodos inovadores e
amplamente aprovada por estudantes com 95% e por professores com 88%. Desta forma, a
necessidade imposta para pandemia de implementação de aulas online gerou motivação nos
docentes para a aplicação da tecnologia em sala de aula. Tal fator se mostra como
preponderantemente positivo entre os envolvidos no processo educacional. Sendo assim, a
utilização destes métodos pode ser visualizada como caminho se volta. Tal fato corrobora
com as ideias descritas por Imbernón (2016), em relação a professores novatos no universo
digital convivendo com a nova geração de alunos digitais. O autor acredita que os discentes
devem encontrar maneiras de aproveitar as tecnologias para incrementar o aprendizado e
desenvolver ainda mais o conhecimento tecnológico desta geração.
Ao final do questionário uma pergunta foi direcionada somente aos professores, esta
buscava entender os problemas que o docente obteve durante o ensino remoto e as possíveis
soluções que o mesmo enxerga caso os processos de pandemia precisem ser aplicados por um
período maior.
11

Imagem 7- Futuros Desafios mencionados por professores.

Fonte: Dados obtidos no Formulário

Esta amostragem corroborou com os aspectos encontrados na literatura por Ferreira et


al (2020) tendo em vista as dificuldades dos docentes em aplicar novas metodologias remotas
e a falta de hábito em colocar em prática novas tecnologias em sala de aula online. Tal fato, se
reflete pelo 57% dos entrevistados observados estes como desafios futuros para uma melhora
na abordagem das aulas no método EAD. Outro fator que deve ser considerado é a
instabilidade de internet, com 32% dos entrevistados, em algumas regiões que prejudica
bastante o processo de aprendizagem remota.
12

3 CONCLUSÃO

A pandemia do Covid 19 foi um fator que por necessidade biológica que modificou a
rotina de crianças e adolescentes, que neste período, não puderam frequentar o ambiente
escolar. Desta forma, a única opção que se manteve viável para continuidade dos estudos
destes alunos foi o formato de ensino remoto. Levando se em conta que este modelo de ensino
é amplamente aplicado em adultos cursando ensino superior permitindo a continuidade do
sem a necessidade de frequentar uma instituição de ensino tradicional. A partir destes
pressupostos, a aplicação do ensino a distância foi realizada para estudantes desde o Ensino
Fundamental até alunos do Ensino Médio. Este artigo teve como intuito analisar as
consequências deste formato para alunos e professores.

Uma breve leitura na literatura especializada mostra uma certa dificuldade dos
docentes em implementar as novas práticas de ensino tecnológicas, mesmo que em ambiente
escolar. Sendo assim, adicionar tais práticas em âmbito virtual se mostra um grande desafio
aos professores. Contudo, a partir dos dados expostos neste artigo é possível notar que apesar
de todas as dificuldades encontradas os docentes se superaram e ministraram suas aulas da
melhor forma possível.

Em relação aos estudantes é notável a disparidade de condições tecnológicas entre os


matriculados na Rede Pública em comparação com a Rede Privada. Outro Fator importante
são as condições de ensino remoto que as escolas poderiam propiciar, dentro das limitações de
Pandemia, para docentes e discentes. Os dados contidos neste artigo são alarmantes neste
quesito, visto que retratam a precariedade das Instituições de Ensino no Brasil. Com
consequência deste fato, se tornou prerrogativa de alunos e professores a detenção dos meios
necessários para que o processo de ensino remoto ocorresse.

Posto isto, o levamento amostral apresentado neste material agravou ainda mais esta
situação mostrando uma grande dificuldade entre os alunos em ter: uma internet com
velocidade adequada, um espaço em seu domicílio e os equipamentos eletrônicos necessários,
que permitam as condições ideais para assistir as aulas em regime remoto. No que se refere
aos professores nestes quesitos, situação se mostrou um pouco melhor, pois nesta categoria
são menores os problemas de espaço físico e equipamentos eletrônicos. No entanto, as
condições de internet se mostraram distantes das ideais para ministrar suas aulas.
13

Diante do exposto, levando se em conta os dados e a leitura contida neste artigo, faz se
necessária uma maior atenção na implementação do ensino à distância para crianças e
adolescentes, caso este se seja aplicado fora das necessidades imposta pela Pandemia. A partir
disto, se mostra fundamental que as escolas em geral busquem adquirir os meios necessários
para que docentes e discentes tenham a possibilidade de ministrar ou assistir as aulas em
ambiente escolar. Em síntese, cabe aos governantes intensificar os investimentos em
equipamentos eletrônicos e capacitação de pessoal para que este processo ocorra de maneira
eficiente para docentes e discentes. Portanto, para atingir o mesmo sucesso que o processo de
ensino a distância alcançou no ensino superior se faz necessária uma longa jornada que se
percorrida de forma mais lenta pode permitir que mais crianças e jovens tenham seu direito
fundamental a uma educação de qualidade.
14

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANGELO, Jamisson da Silva. O ensino de matemática nos anos iniciais como forma de
aquisição de competências básicas necessárias à formação do estudante. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 01, pp. 84-98,
2021. 

ARRUDA, E. P. Educação remota emergencial: elementos para políticas públicas na


educação brasileira em tempos de Covid-19. Em Rede-Revista de Educação a Distância,
2020.

BRASIL. Parecer CNE/CP n° 9/2020, de 8 de junho de 2020. Brasília, DF: Ministério da


Educação. Conselho Nacional de Educação, 2020

D‘AMBRÓSIO, B. S.; D’ambrósio, U. Formação de professores de Matemática:


professor-pesquisador. In: Atos de Pesquisa em Educação, 2006.

FELDMANN, G. Formação de professores e escola na contemporaneidade. São Paulo:


Editora Senac. São Paulo, 2009.

FERREIRA, L. A; CRUZ, B.D.S.; ALVES , A.O.; LIMA , I.P. Ensino de Matemática e


Covid 19: práticas docentes durante o ensino remoto. EM TEIA – Revista de Educação
Matemática e Tecnológica Iberoamericana – vol. 11 - número 2 – 2020

IMBERNÓN, F. Qualidade do ensino e formação do professorado: uma mudança


necessária. São Paulo: Cortez, 201

KENSKI, V. M.  Educando e Tecnologias: O novo ritmo da informação. São Paulo:


Papirusp, 44. 2007.

LIMA, A. I. B. Aprendizagem docente na era digital: desafios à formação no século XXI.


In: FARIAS, I. M. S. de; NÓBREGA-THERRIEN, S. M.; MORAES, L. M. S de (Orgs.).
Formação e desenvolvimento profissional em educação. São Luiz: EDUFMA, 2017. p.
264-289

Loss, A. S. Anos Iniciais: Metodologia para o Ensino da Matemática. 2. ed. rev. e atual.
Curitiba: Appris, 2016.

NOGUEIRA, C. M. I.; PAVANELLO, R. M.; OLIVEIRA, L. A de. Uma experiência de


formação continuada de professores licenciados sobre a matemática dos anos iniciais do
15

ensino fundamental. In: BRANDT, C. F.; MORETTI, M. T. (orgs). Ensinar e aprender


matemática: possibilidades para a prática educativa [online]. Ponta Grossa: Editora UEPG,
2016. p. 307.

OKUMURA, Renata. Durante a pandemia, 67% dos alunos têm dificuldade para
organizar os estudos online. Estadão, São Paulo, 30, Outubro de 2020. Educação.

PENTEADO, M. A informática em ação formação de professores, pesquisa e extensão –


Miriam Penteado e Marcelo C. Borba (orgs.), Heloísa da Silva, Telma Gracias. São Paulo:
Olho d’Agua 2000.

PINHEIRO, J. L. Formação docente acerca do Campo Conceitual Multiplicativo a partir


do conhecimento tecnológico, pedagógico e de conteúdo. 2020. 322 f. Tese (Doutorado
Acadêmico em Educação). Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2020.

SILVA, R. A. da; CAMARGO, A. L. A cultura escolar na era digital: o impacto da


aceleração tecnológica na relação professor-aluno, no currículo e na organização
escolar. In: BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. (Org.). Educação híbrida:
personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. p. 169-190

Você também pode gostar