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INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
METODOLOGIA.............................................................................................................................. 4
Os recursos ................................................................................................................................ 7
Equipamentos ......................................................................................................................... 10
Georreferenciação de entidades............................................................................................. 16
CRÉDITOS..................................................................................................................................... 47
A crise económica que abraçou o país a partir de 2010 demonstrou que as opções políticas
energéticas em Iluminação Pública (IP) não são sustentáveis face aos custos operacionais
inerentes.
De forma a combater estas dificuldades, as entidades responsáveis pela gestão dos sistemas
de Iluminação Pública têm vindo a recorrer a mecanismos de financiamento que lhes
permitem implementarem algumas medidas de eficiência energética que visam conduzir à
redução de consumos energéticos em Iluminação Pública. São exemplos destes mecanismos os
PPECs (Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica), o QREN (Quadro de
Referência Estratégica Nacional), entre outros, ou ainda o estabelecimento de parcerias com
ESE’s (Empresas de Serviços Energéticos).
Na maioria das situações, esses financiamentos foram afetos a investimentos avulsos, sem que
as entidades gestoras efetuassem uma prévia avaliação do estado de conservação e
operacional dos sistemas de Iluminação Pública, por forma a poderem descortinar quais as
situações a corrigir e canalizar os investimentos para métodos e tecnologia de uma forma mais
assertiva.
Como tal, estas opções foram insuficientes para produzir resultados efetivos a nível de
redução de custos com a fatura energética, pondo assim em causa a operacionalidade normal
do parque de Iluminação Pública instalado. Por essa circunstância, a opção adotada pelas
entidades gestoras com efeitos imediatos, em termos de redução de custos consistiu em
disseminar o “desligar” de pontos de luz com critérios que geralmente não satisfazem as
necessidades das populações.
Foi uma forma simples mas sem uma visão integrada e de sustentabilidade que as entidades
gestoras tomaram.
Para que as entidades gestoras estejam municiadas de informação sobre o estado do seu
sistema de IP é fundamental a existência de um Cadastro de Iluminação Pública, bem como a
implementação de medidas e práticas que conduzam à sua permanente atualização, caso
contrário o cadastro perderá toda a sua potencialidade como ferramenta base de gestão. A
necessidade de uma atualização constante e articulada com todos os intervenientes no
sistema deverá ser um procedimento a adotar entre as partes.
É neste sentido que surge a necessidade da elaboração deste documento, de modo a criar um
Manual de Referência para as boas práticas a adotar na implementação de um Cadastro de
Iluminação Pública.
Este documento tem como metas ajudar as entidades gestoras e demais atores neste processo
na elaboração do Cadastro da Iluminação Pública explicitando as metodologias e modelos de
dados (organização, classes de objetos e atributos) que deverão ser contemplados.
Apenas com um cadastro da Iluminação Pública de qualidade e integrado será possível tomar
medidas de gestão conscientes e conducentes a uma efetiva eficiência energética na
Iluminação Pública.
Como ponto de partida para a elaboração deste documento, foram estudadas algumas
metodologias já implementadas e das quais foi possível concluir que já existe algum trabalho
de aquisição de dados em execução e com algum critério metodológico. No entanto, a grande
maioria dos dados recolhidos não compreende as características necessárias para dar resposta
ao que a um cadastro técnico se exige.
Para atingir tais objetivos, é importante interiorizar que um cadastro de IP tem que ter não só
atividades de georreferenciação, como comumente é assumido, mas também de
inventariação, numeração, identificação de elementos da rede e respetivas características
técnicas, incluindo aspetos construtivos e de instalação, estado de conservação, modo de
ligação, comportamento luminotécnico e elétrico.
Componentes de um cadastro
A realização de um cadastro técnico de Iluminação pública terá que passar por 4 componentes
fundamentais, que são:
A conjugação dos vários dados que se adquirem nas componentes do cadastro serão
fundamentais para as atividades diárias de um gestor de sistema de IP tal como demonstra a
figura abaixo.
Antes de se desenvolver qualquer trabalho de Cadastro, deve-se ter bem presente quais os
objetivos e metas que lhe estão inerentes para se poder definir convenientemente as tarefas
que se vão realizar.
• Organização dos dados numa estrutura de Base Dados relacional (em SIG);
• Completagem a partir de outras fontes de dados;
• Construção de relações de espacialidade entre as entidades de rede e a envolvência
(ruas, áreas funcionais, obstáculos,….);
• Validação de dados.
Uma vez concluído o trabalho de execução de cadastro, e para ser possível gerir
adequadamente a Iluminação Pública, poderão ainda ser consideradas mais duas fases
complementares:
Os recursos
Para a realização dos trabalhos associados às atividades de levantamento e tratamento de
dados, dever-se-á ter a preocupação de reunir os recursos necessários em termos de
características técnicas e quantidade.
Equipa técnica
Recomenda-se que as equipas que realizam os trabalhos de levantamento cadastral sejam
multidisciplinares, capazes de reconhecer com facilidade os elementos da rede de Iluminação
Pública e as diversas tipologias de equipamentos.
Essas equipas devem ter sensibilidade para o modo de funcionamento da rede elétrica,
conhecimento das características elétricas e capacidade de manusear os diversos tipos de
equipamentos de medição. Devem iguais ser capazes de interpretar os resultados das
medições, por forma a assegurar a fiabilidade dos dados recolhidos e oferecer a garantia de
qualidade da informação cadastral.
Os elementos das equipas devem ser detentores de formação de base em segurança e riscos
inerente a toda a atividade a desenvolver, para não colocarem em causa a sua integridade
física e da instalação / sistema de Iluminação Pública, bem como a de terceiros.
O modelo base deverá compreender uma estrutura que compreenda os seguintes elementos:
• Entidade da Rede de IP
• Circuito.
• Vias
No que diz respeito às medições (comprimentos, alturas) estas deverão estar relacionadas com
as entidades sujeitas a estes parâmetros tendo em conta o objeto mais pequeno, que neste
caso serão os braços de IP, cuja sua variação ronda precisões centimétricas de 10cm.
Por outro lado, o rigor da precisão altimétrica assegura as condições necessárias para os
cálculos e simulações de obstáculos e outros parâmetros luminotécnicos.
Tendo em conta estas precisões, recomenda-se que quando se recorra a uso de equipamentos
para a georreferenciação e medição, que estes devidamente calibrados por uma entidade
reconhecida e certificada em metrologia. Estas certificações e calibrações deverão ter uma
validade, sendo que se recomenda uma periodicidade anual.
Para o caso dos recetores de sinal GPS/GLONASS estes deverão, ser portadores de certificados
de aferição emitidos pelos fabricantes ou respetivos representantes, garantindo a precisão e
bom funcionamento de todos os sensores de fase e de mecanismos de recolha e
processamento de dados. Os recetores GPS/GLONASS deverão ainda estar devidamente
atualizados em relação ao respetivo firmware de acordo com as recomendações dos
fabricantes.
1- GPS
Recomenda-se a utilização de um equipamento de precisão mais elevada, sempre que não seja
possível recorrer a recetor GPS/GLONASS, devido aos custos e morosidade que geralmente
estão associados a este método de aquisição.
Como garantia da precisão este equipamento deverá ser detentor da respetiva certificação de
calibração anual.
Esta pode ser uma solução mais vantajosa do ponto de vista orçamental, no entanto, nas
situações em que se opte por utilizar como base de georreferenciação uma cartografia
existente, dever-se-á ter o cuidado de verificar se a precisão planimétrica coincide com a
recomendada, sendo que a altimétrica será sempre uma componente de levantamento de
campo.
Nota: é importante perceber que a georreferenciação efetuada com base em cartografia não
traduz um erro real, pois o erro da cartografia é um erro médio quadrático, calculado com
base numa amostragem.
1- Multímetro
Ilustração 8 – Multímetro
2- Luxímetro
Este Instrumento de leitura deverá ser utilizado para determinar a iluminância de uma fonte
de luz.
Ilustração 9 - Luxímetro
• Ter uma escala de medida adequada, de acordo com os níveis a medir e estar calibrado
por laboratório independente;
• Dispor de correção do cosseno até um ângulo de 85º;
Georreferenciação de entidades
Deverá estar assegurada a qualidade da informação georreferenciada, por isso, esta deverá ser
exata a partir da base, devendo posicionar-se com rigor as colunas, postes, acesso às
instalações. No caso dos apoios de ponto de luz se localizarem em fachada de edifício deverá
ser considerado o posicionamento rigoroso por baixo do postalete, escora ou espia.
Recolha de dados
A recolha de dados deverá seguir o definido no modelo de dados por forma a dar resposta a
um conjunto de necessidades de informação sobre as entidades, como:
a) Caracterização do Município
d) Caracterização do PT/Armário:
Coluna, postalete (braço fixo a poste de rede aérea) ou Consola (fixação à parede).
Características: decorativa ou funcional
Material/Tipo
Aço galvanizado/pintado, Alumínio com/sem pintura/mista, Marmorite, Poste de betão
(tipo cavan), Poliéster, Madeira, Cilíndrica, bicilíndrica, troncocónica, poligonal. (Ver
Anexo 1)
Fixação
Pode ser feita pela base ou por enterramento.
Estado da portinhola
Data de fabrico
Características: decorativa ou funcional
Material/Tipo
Fabricante
Se este estiver visível.
Altura
Entende-se altura útil toda a zona fora do solo até à luminária. A EDP tem
estandardizadas as alturas de 4 metros para jardim, 8 e 10 metros para as vias,
normalmente, fixação por enterramento.
Comprimento do Braço
A EDP normalmente utiliza o comprimento de 1,25 metros.
Inclinação do Braço
A EDP normalmente utiliza 15º mas em geral a inclinação é de 0/5º/10º ou 15º.
Número de luminárias da coluna
• Consola
Tipo
Decorativa ou Funcional
Dimensão e inclinação
Estado de conservação
Marca
Deve ser o gestor do sistema a indicar a marca. Caso não haja a informação deve ser
tirada uma fotografia.
Quadro de luminárias mais usadas na rede da EDP para ajudar os menos
experimentados na identificação. (Ver Anexo2)
Modelo
Informação dada pelo gestor do sistema (GS) se estiver disponível.
Tipo
Viária, decorativa, globo, lanterna, aberta.
Luminária aberta, normalmente associada a rede aérea/rural.
Poderá ser indicado pelo gestor do sistema se a instalação é do tipo rural e neste caso
será conveniente associar esta informação ao ponto de luz.
Potência da Lâmpada
Ponto anterior.
Tipo de Acessórios
Normalmente ferromagnético (balastro/arrancador, exceto para VMAP e condensador).
Ilustração 20 - Antiguidade do Foco: Foco com sinais de degradação e Foco em bom estado
Observações
Estado de conservação geral (Ver anexo 3)
h) Outras características
Para o caso de disposição axial ou placa central, bastará medir um dos lados.
Cruzamento de valores
O cruzamento de valores deverá ter em consideração o DREEIP ou outro.
b) Sistemas de regulação
Pontos parcialmente desligados, telegestão, balastro eletrónico (2 ou mais de níveis e
tipo de comando (stand alone ou remoto) ou regulador de fluxo (características).
d) Ponto de Iluminação
Coluna, postalete (braço fixo a poste de rede aérea) ou Consola (fixação à parede).
(Exemplos Anexo 1)
e) Luminárias
Tipologia de luminárias
(Exemplos Anexo 2)
Por PT/Armário
Opal Nano
IVA
Cripton Rodio Z2
• Corrosão
• Difusores partidos
• Luminárias partidas
• Portinholas danificadas
• Etc...
PT - Cabine alta
PT - Pré-fabricado
PT - Cabine metálica
compacta
PT - Subterrâneo
PT - Integrado em edifício