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Orientada por
Professor Doutor José António Baptista da Costa
Versão Provisória
Não inclui correções ou alterações sugeridas pelo Júri.
Orientada por
Professor Doutor José António Baptista da Costa
Versão Provisória
Não inclui correções ou alterações sugeridas pelo Júri.
A certificação do Sistema de Gestão da Qualidade, pela norma ISO 9001:2015, assenta numa
cultura organizacional de garantia de qualidade e da melhoria contínua e estão implícitas motivações
(internas e externas), dificuldades e benefícios (internos e externos).
Resultados: A principal motivação para a certificação pela norma (NP EN) ISO 9001: 2015 recaiu
no "diminuir as não conformidades, os incidentes, as rejeições e as reclamações". A principal
dificuldade durante o processo de certificação correspondeu aos "custos elevados (consultadoria,
auditoria, certificação)". O principal benefício resultante da certificação do sistema de gestão da
qualidade incidiu na "melhoria da organização interna, dos processos e procedimentos".
vii
Resumen
La certificación del Sistema de Gestión de la Calidad, según la norma ISO 9001: 2015, se basa en
una cultura organizacional de aseguramiento de la calidad y mejora continua y existen motivaciones
implícitas (internas y externas), dificultades y beneficios (internos y externos).
Resultados: La principal motivación para la certificación por la norma (NP EN) ISO 9001: 2015
recayó en "reducir no conformidades, incidencias, rechazos y quejas". La principal dificultad durante
el proceso de certificación fueron los "altos costos (consultoría, auditoría, certificación)". El principal
beneficio resultante de la certificación del sistema de gestión de la calidad fue "mejorar la
organización, los procesos y los procedimientos internos".
Conclusiones: Las organizaciones han avanzado hacia la certificación del Sistema de Gestión de la
Calidad con base en motivaciones internas y externas, con el fin de reducir la vulnerabilidad a los
riesgos. Presentaron una motivación principal sin precedentes. No obstante, las dificultades sentidas
en la certificación, las empresas combatieron la crisis económica y financiera global y la
incertidumbre sobre la evolución futura de la economía portuguesa con la certificación por la norma
(NP EN) ISO 9001: 2015, como factor de diferenciación de las Empresas, alineando las estrategias
empresariales con los Objetivos de Desarrollo Sostenible.
ix
Abstract
The certification of the Quality Management System, according to the ISO 9001: 2015 standard, is
based on an organizational culture of quality assurance and continuous improvement and there are
implicit motivations (internal and external), difficulties and benefits (internal and external).
Objectives: For the development of research, the general and specific objective was to know and
identify the main motivations, difficulties and benefits of the certification of the Quality Management
System by the norm (NP EN) ISO 9001:2015, of the Private Organizations, with profit-making, from
the municipality of Esposende.
Results: The main motivation for certification by the norm (NP EN) ISO 9001: 2015 fell on "reducing
non-conformities, incidents, rejections and complaints". The main difficulty during the certification
process was "high costs (consulting, auditing, certification)". The main benefit resulting from the
certification of the quality management system was "improving internal organization, processes and
procedures".
Conclusions: Organizations have advanced towards the certification of the Quality Management
System based on internal and external motivations, in order to reduce vulnerability to risks. They
presented an unprecedented main motivation. Regardless of, the difficulties felt in the certification,
the companies fought the global economic and financial crisis and the uncertainty about the future
evolution of the Portuguese economy with the certification by the norm (NP EN) ISO 9001: 2015, as
a factor of differentiation of the Companies, aligning business strategies with the Sustainable
Development Goals.
xi
Dedicatória
Esta secção é facultativa. Se não a utilizar, selecione desde o início do título desta secção até ao
início do título da secção seguinte e remova tudo (tecla Del). Se a utilizar, mude a cor do texto deste
parágrafo e do título da secção para branco (de modo a que não sejam impressos, mas sejam
colocados no índice) e coloque a dedicatória desejada no parágrafo seguinte.
À minha Família.
xiii
Agradecimentos
Ao Professor Doutor José Baptista da Costa, orientador da dissertação, uma palavra de gratidão
pela transmissão de conhecimentos, experiência, acompanhamento, disponibilidade, incentivo e
sábios conselhos.
Ao Dr. José Faria Presidente da Direção e Dr. Carlos Ribeiro Diretor-Geral da A.C.I.C.E. -
Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende, uma palavra de gratidão pelo apoio
e colaboração junto dos seus associados.
Ao Arq.to Benjamim Pereira Presidente da Câmara Municipal e ao Dr. Rui Losa Superior Hierárquico
e Vereador do Desporto, Juventude e Tempos Livres da Câmara Municipal de Esposende, uma
palavra de gratidão pelo apoio e a autorização do estatuto trabalhador-estudante até ao término do
curso de Mestrado, o ano académico 2018/2019 e 2019/2020.
Aos meus Pais, Luís e Manuela, as pessoas mais importantes da minha vida! Uma palavra de
gratidão especial pelo apoio, disponibilidade, incentivo diário e ajuda incansável e fundamental ao
longo do percurso académico para alcançar os objetivos propostos desta caminhada! Tenho uns
Pais extraordinários!
Muito obrigado(a)!
xv
Lista de Abreviaturas e/ou Siglas
EN – Norma Europeia
NP – Norma Portuguesa
PDCA – Plan-Do-Check-Act
xvii
Índice Geral
Índice de Figuras ........................................................................................................................... xxi
Índice de Tabelas ........................................................................................................................ xxiii
Introdução ......................................................................................................................................... 1
1. Revisão da Literatura ................................................................................................................... 5
1.1 A Qualidade: Conceito e evolução ao longo do tempo ............................................................ 6
1.1.1 O Conceito da qualidade. .................................................................................................. 6
1.1.2 A evolução ao longo dos tempos do conceito da qualidade. ............................................ 8
1.2 A gestão da qualidade.............................................................................................................. 8
1.3 O sistema de gestão da qualidade. ........................................................................................ 11
1.4 A norma (NP EN) ISO 9001:2015. ......................................................................................... 11
1.5 A certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015. ..... 16
1.6 As motivações, dificuldades e benefícios da certificação do sistema de gestão da
qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015. .................................................................... 18
1.6.1 As motivações para a certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP
EN) ISO 9001:2015. ....................................................................................................... 18
1.6.2 As dificuldades na certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP
EN) ISO 9001:2015. ....................................................................................................... 19
1.6.3 Os benefícios da certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN)
ISO 9001:2015. .............................................................................................................. 20
2. Metodologia ................................................................................................................................ 23
2.1 Plano de Investigação, População e Amostra ....................................................................... 24
2.1.1 Plano de investigação ..................................................................................................... 24
2.1.2 População........................................................................................................................ 24
2.2 Recolha e tratamento de dados ............................................................................................. 28
2.2.1 Recolha de dados ........................................................................................................... 28
2.2.2 Tratamento dos dados .................................................................................................... 35
3. Apresentação de Resultados .................................................................................................... 37
3.1 As motivações das empresas para a certificação do sistema de gestão da qualidade......... 38
3.2 As dificuldades na certificação do sistema de gestão da qualidade. ..................................... 38
3.3 Os benefícios da certificação do sistema de gestão da qualidade. ....................................... 39
4. Discussão dos Resultados........................................................................................................ 41
4.1 A discussão dos resultados.................................................................................................... 42
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de Investigação ............................... 45
Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 51
Anexos ............................................................................................................................................. 57
Anexo I - Inquérito por questionário ............................................................................................. 57
Anexo II - Convite ......................................................................................................................... 63
xix
Índice de Figuras
xx
Índice de Figuras
Figura 1: Evolução do conceito de qualidade ao longo do tempo. .................................................... 8
Figura 2: Fases evolutivas da gestão da qualidade (anos, fases e caraterísticas). ........................ 10
Figura 3: Normas ISO 9000. ............................................................................................................ 12
Figura 4: As revisões da norma ISO 9001. ...................................................................................... 13
Figura 5: Conceitos e abordagens da norma ISO 9001:2015. ........................................................ 13
Figura 6: Representação esquemática dos elementos de um processo simples............................ 14
Figura 7: Representação da estrutura desta Norma Internacional no ciclo PDCA. ......................... 15
Figura 8: Representação do fluxograma do processo de certificação de um S.G.Q....................... 17
xxi
Índice de Tabelas
Tabela 1: Principais motivações, internas e externas, para a certificação do sistema de gestão
da qualidade. .................................................................................................................. 19
Tabela 2: Principais dificuldades na certificação do sistema de gestão da qualidade. ................... 20
Tabela 3: Principais benefícios, internos e externos, da certificação do sistema de gestão da
qualidade. ....................................................................................................................... 21
Tabela 4: O número de trabalhadores das organizações. ............................................................... 25
Tabela 5: O setor de atividade das organizações. ........................................................................... 26
Tabela 6: O organismo da certificação do sistema de gestão da qualidade. .................................. 26
Tabela 7: O ano da primeira certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN)
ISO 9001. ....................................................................................................................... 26
Tabela 8: Ano da certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001.27
Tabela 9: A localização das organizações. ...................................................................................... 27
Tabela 10: As motivações para a certificação, baseados nos principais resultados obtidos nas
investigações científicas. ................................................................................................ 28
Tabela 11: As dificuldades sentidas, baseados nos principais resultados obtidos nas
investigações científicas. ................................................................................................ 29
Tabela 12: Os benefícios da certificação, baseados nos principais resultados obtidos nas
investigações científicas. ................................................................................................ 29
Tabela 13: Alpha Cronbach das Motivações. .................................................................................. 32
Tabela 14: Alpha Cronbach das Dificuldades. ................................................................................. 32
Tabela 15: Alpha Cronbach dos Benefícios. .................................................................................... 32
Tabela 16: Ficha técnica do inquérito por questionário. .................................................................. 33
Tabela 17: As motivações para a certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma
(NP EN) ISO 9001: 2015. ............................................................................................... 38
Tabela 18: As dificuldades sentidas durante o processo de certificação do sistema de gestão da
qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001: 2015. ........................................................... 39
Tabela 19: Os benefícios resultantes da certificação do sistema de gestão da qualidade pela
norma (NP EN) ISO 9001: 2015..................................................................................... 39
xxiii
Introdução
Esta investigação propõe-se a tratar da lacuna de estudos das Organizações Privadas, com
fins lucrativos, do concelho de Esposende, relacionadas com a problemática das motivações, das
dificuldades, dos benefícios decorrentes da certificação do sistema de gestão da qualidade pela
norma (NP EN) ISO 9001:2015.
Face aos imperativos da "globalidade [e da sustentabilidade], a certificação tornou-se
incontornável quando se fala de exportação e internacionalização, verificando-se, cada vez mais,
que nos concursos internacionais, coloca-se como condição, para poder concorrer, que as
empresas estejam devidamente certificadas, uma garantia para que os negócios decorram com
qualidade, transparência, lealdade e segurança" (Santos, 2009, p. 14).
Nesta conformidade, a "implementação e certificação de sistemas de gestão da qualidade
segundo a norma ISO 9001 é, hoje em dia, um aspecto de extrema importância para a realidade de
um número significativo de organizações a nível mundial" (Sampaio, 2008, p. ix).
1
Introdução
Saliente-se ainda que, "à semelhança do que acontece no restante "mundo ISO", em
Portugal a implementação de sistema de gestão da qualidade segundo a norma ISO é, de longe, a
mais importante junto das organizações" (Fonseca & Sampaio, 2011, p. 22).
No concelho de Esposende, encontravam-se 21 Organizações certificadas pela norma (NP
EN) ISO 9001:2015, em 31 de dezembro de 2018 (Instituto Português de Acreditação, 2019a).
Enquanto, no Distrito de Braga existiam 542 (I.P.A., 2019a), em Portugal 6.623 e no Mundo 878.664
organizações certificadas pela mesma norma (International Organization for Standardization, 2019).
Não subsistem dúvidas que, "o aumento do número de empresas certificadas em Portugal
e no Mundo [pela norma ISO 9001] tem vindo a ocupar cada vez mais espaço nas análises sobre o
desenvolvimento empresarial" (Pinto & Pinto, 2011, p. 49).
É importante referir que a "esta tendência para a implementação e certificação de sistemas
de gestão da qualidade estão subjacentes motivações [internas e externas], obstáculos
[dificuldades] e benefícios [internos e externos], cuja investigação tem sido largamente feita em todo
o mundo, por vezes com resultados conflituantes, justificando-se assim mais investigação nesta
área" (Ferreira, Saraiva & Novas, 2011, p. 1).
Nesse sentido, e porque se trata de uma investigação particularmente relevante das
motivações, dificuldades e benefícios da certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma
(NP EN)ISO 9001:2015, das Organizações Privadas, com fins lucrativos, do Concelho de
Esposende, que deve constituir uma atividade sistemática e regular da responsabilidade da
comunidade académica e científica, e porque se entende que no caso concreto há de facto uma
lacuna de investigação nas organizações certificadas do Concelho de Esposende, amostra da
investigação, que justifica o estudo.
Para o desenvolvimento da investigação fixou-se como objetivo geral, o de conhecer as
motivações, dificuldades e benefícios decorrentes da certificação do Sistema de Gestão da
Qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015, das Organizações Privadas, com fins lucrativos, do
concelho de Esposende, e os seguintes objetivos específicos: i) Identificar as principais motivações
para a certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN)ISO 9001:2015; ii)
Identificar as principais dificuldades na certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma
(NP EN)ISO 9001:2015; iii) Identificar os principais benefícios da certificação do sistema de gestão
da qualidade pela norma (NP EN)ISO 9001:2015.
Neste contexto, desenhou-se um plano de investigação do tipo descritivo "o objetivo é
recolher dados que permitam descrever da melhor maneira possível, comportamentos, atitudes,
valores e situações" (Coutinho, 2011, p. 261), de cariz quantitativo com o intuito de quantificar dados.
Nesse sentido, o investigador quantifica "aquilo que descreve, analisa ou regista" (Coutinho, 2011,
p. 261), de acordo com os objetivos fixados.
Relativamente à recolha de dados, utilizou-se o inquérito, definido como "o processo que
visa a obtenção de respostas expressas pelos participantes no estudo" (Coutinho, 2011, p. 100),
por questionário, autoadministrado "tomam quase sempre a forma de formulários impressos"
(Coutinho, 2011, p. 101), não estandardizado, construído de raiz, baseado nos resultados das
investigações científicas utilizadas na revisão da literatura.
2
Introdução
3
1. Revisão da Literatura
5
Revisão da Literatura
6
Revisão da Literatura
7
Revisão da Literatura
antecipação, porque, de facto, está em causa a Sustentabilidade das organizações" (Santos et al.,
2013, p. XIII).
Período
1951- finais dos Finais anos 60 1980 - até ao
1945 - 1951
anos 60 - 1980 presente
Definição
Conformidade com Conformidade Alcance da máxima
de conceito
standards e Adequação ao uso com as exigências satisfação dos
de
especificações técnicas dos clientes clientes
qualidade
Figura 1: Evolução do conceito de qualidade ao longo do tempo.
Fonte: adaptado Lofler (2001, citado por Rocha, 2011, p. 19).
É, deste modo, evidente que a definição de Qualidade surge "em diferentes circunstâncias,
tornando-o um fenômeno complexo" (Mainardes, Lourenço & Tontini, 2010, p. 280). Contudo, "a
qualidade constitui o «motor» do sucesso de qualquer organização e o seu reconhecimento, o fator
de distinção e escolha de produtos e/ou serviços" (Pinto & Soares, 2018, p. 15).
Diga-se ainda que, "um dos fatores de distinção é a pretensão constante pela melhoria da
qualidade e para tal, uma das ferramentas utilizadas pelas organizações é a Gestão da Qualidade"
(Albuquerque, 2017, p. 11).
8
Revisão da Literatura
9
Revisão da Literatura
No que concerne às fases evolutivas da gestão da qualidade, Capricho & Lopes (2007)
referem cinco fases: 1.ª fase - Inspeção do Produto final (anos «30); 2.ª Fase - Controlo Estatístico
da qualidade (anos 30-50); 3.ª Fase - Garantia da Qualidade (anos 50-80); 4.ª Fase - Gestão da
Qualidade Total (anos 80-2000); e 5.ª Fase - Sustentabilidade, do desenvolvimento sustentável
(anos »2000), conforme figura 2.
Desta forma, "a sua evolução acompanha naturalmente a dinâmica do próprio conceito de
organização: de uma visão mais ou menos mecanicista, estável, previsível e racional para uma
conceção mais organicista, sistémica e evolutiva" (Almeida, 2016, p. 35).
Além disso, a evolução da "gestão da qualidade fez surgir a necessidade de avaliar e
melhorar, de forma continuada, os resultados obtidos e, por consequência, a necessidade de
resolver problemas de progressiva complexidade, de forma sistemática, levou ao desenvolvimento
de diversas ferramentas, denominadas ferramentas da qualidade" (Pinto, 2017, pp. 22-23).
A este propósito, Branco (2008, p. 146), considera dezasseis ferramentas da qualidade,
designadamente, 1. Fluxogramas, 2. Folhas de registo de dados, 3. Histogramas, 4. Diagramas de
Pareto, 5. Diagramas de Ishikawa (causa-efeito), 6. Diagramas de Espalho, 7. Cartas de
Controlo/Aplicação Estatístico do Processo, 8. Brainstorming, 9. Benchmarking, 10. 5 S, 11. Análise
de Valor, 12. AMDEC - Análise Modal de Defeitos e Efeitos Críticos, 13. Quality Function
Deployment, 14. Métodos Taguchi, 15. Just-In-Time e 16. Six e Lean Six Sigma.
10
Revisão da Literatura
11
Revisão da Literatura
No assinalado contexto, emerge a "série de normas ISO foi criada pela Organização
Internacional de Padronização (ISO) com o objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços.
A ISO é uma das maiores organizações que desenvolve e estabelece normas no mundo e foi criada
a partir da união da International Federation of the National Standardizing Associations (ISA) e a
United Nations Standards Coordinating Committee (UNSCC)" (Matos, 2016, p. 30).
A International Organization for Standardization, opera oficialmente desde o ano 1947
(Matos, 2016), possui organismo membros em "todos os cantos do mundo, incluindo o Instituto
Português da Qualidade (IPQ) em Portugal" (Associação Portuguesa de Certificação, 2015, p. 23).
Assim, é necessário, para o efeito, clarificar, antes de mais, o conceito de norma que de
acordo com o "Instituto Português da Qualidade, uma norma é um documento estabelecido por
consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, linhas diretrizes ou
características, para atividades ou seus resultados, garantindo um nível de ordem ótimo num dado
contexto. De uma forma geral as normas são de cumprimento voluntário. Tornam-se obrigatórias se
houver legislação que determine o seu cumprimento" (Matos, 2016, p. 30).
Surgem, portanto, as normas da família ISO 9000 "constituída por quatro normas principais
em conjunto com uma quantidade de outras normas de suporte, relatórios técnicos e documentos
orientadores" (A.P.C.E.R., 2015, p. 33), descritas na figura 3. Importa, no entanto, referir que, as
normas são compostas por um prefixo alfabético, seguido de um código numérico, nomeadamente,
NP – designa uma norma portuguesa, NP EN – designa uma norma portuguesa, resultante da
adoção de uma Norma Europeia e, NP EN ISO – Significa uma norma portuguesa, resultante da
adoção de uma Norma Europeia e de uma Norma Internacional.
12
Revisão da Literatura
A tudo isto deve acrescer o facto a norma "ISO 9001 foi desenhada para ser usada por
qualquer tipo de Organização em qualquer ponto do mundo, tendo um reconhecimento global e a
todos os níveis da sociedade, sendo um fator de reputação e prestígio para a Organização
certificada" (A.P.C.E.R., 2015, p. 73).
Para além disso, a "ISO 9001 define uma abordagem sistemática, normalizada e adaptável
da gestão da qualidade nas Organizações para que estas possam conhecer e atender às
necessidades e expetativas dos seus clientes e aumentar a sua satisfação" (A.P.C.E.R., 2015, p.
73).
Deste modo, e em suma, "pode considerar-se que o mundo da Gestão da Qualidade está a
passar por uma grande mudança representada pela publicação da nova revisão da Norma ISO
9001: a revisão de 2015" (Faria, 2017, p. 15).
Como adiante se explicará com mais detalhe, a norma ISO 9001:2015, "tem como pilares
fundamentais os sete princípios de gestão da qualidade" (A.P.C.E.R., 2015, p. 49), assente no
"modelo de abordagem por processos" (Pinto, 2017, p. 10), de forma a "identificar e gerir os seus
processos utilizando a metodologia PDCA" (Pinto, 2017, p. 22) de melhoria contínua e integra o
"pensamento baseado em risco" (A.P.C.E.R., 2015, p. 50), conforme a figura 5.
13
Revisão da Literatura
14
Revisão da Literatura
E, por fim, integra o "pensamento baseado em risco permite a uma organização determinar
os fatores suscetíveis de provocar desvios nos seus processos e no seu sistema de gestão da
qualidade em relação aos resultados planeados, implementar controlos preventivos para minimizar
efeitos negativos e aproveitar ao máximo as oportunidades que vão surgindo" (I.P.Q., 2015b, p. 7).
Em síntese, Pinto (2017), considera 13 etapas fundamentais para a implementação e
posterior certificação do sistema de gestão da qualidade, nomeadamente, 1. comprometimento da
gestão; 2. identificação do contexto da organização; 3. seleção da equipa de projeto; 4. elaboração
e divulgação da política da qualidade; 5. definição e divulgação dos objetivos; 6. definição do plano
da qualidade; 7. formação; 8. elaboração da qualidade do sistema de gestão da qualidade; 9.
auditorias da qualidade; 10. consulta aos colaboradores; 11. implementação das melhorias e ações
corretivas; 12. revisão do sistema de gestão da qualidade e, 13. Seleção da entidade certificadora.
Saliente-se ainda que, "um ponto forte da ISO 9001 é que foi projetada para fins de
certificação de terceiros. Quando uma organização considera que seu SGQ atende aos requisitos
da ISO 9001 e às necessidades da organização, pode nomear uma entidade de certificação
(auditoria de terceira parte) para auditar seu SGQ. Se a auditoria demonstrar que os requisitos ISO
são atendidos, será emitido um certificado oficial de aprovação" (Faria, 2017, p. 16)
15
Revisão da Literatura
16
Revisão da Literatura
Não podendo ignorar-se que, "a esta tendência para a implementação e certificação de
sistemas de gestão da qualidade estão subjacentes motivações, obstáculos e benefícios, cuja
investigação tem sido largamente feita em todo o mundo, por vezes com resultados conflituantes,
justificando-se assim mais investigação nesta área" (Ferreira et al., 2011, p. 1).
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Revisão da Literatura
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Revisão da Literatura
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Revisão da Literatura
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Revisão da Literatura
21
2. Metodologia
23
Metodologia
2.1.2 População
A População “é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características” (Gil, 2008, p. 89).
Para Gonçalves (2006, p. 14) a “população alvo são os indivíduos, as famílias ou os grupos
de interesse para o estudo”.
Por estas razões, optou-se por recolher a informação na Base de Dados de Empresas
Certificadas em Portugal, do Instituto Português de Acreditação (2019a), datada de 31/12/2018,
abrangendo 21 Organizações certificadas pela norma (NP EN) ISO 9001:2015, do concelho de
Esposende.
Todavia, excluíram-se 3 Organizações, 1 da Administração Pública Local, 1 do Setor
Empresarial Municipal e 1 do Terceiro Setor (Cooperativa), com fins não lucrativo.
E, assim, obteve-se a População (N) da investigação, constituída por 18 Organizações
privadas, com fins lucrativos, certificados os Sistema de Gestão da Qualidade pela norma (NP EN)
ISO 9001:2015, do concelho de Esposende, do NUT III do Cávado, do distrito de Braga,
correspondente a 0,40% das empresas não financeiras no concelho de Esposende, do total de 4511,
de acordo com a Pordata (2020) e a Estatística das Empresas 2018 (Instituto Nacional de Estatística,
2020).
2.1.2.1 Amostra
A amostra “é o conjunto de sujeitos (pessoas, documentos, etc.) de quem se recolherá os
dados e deve ter as mesmas caraterísticas das da população de onde foi extraída” (Coutinho, 2019,
p. 89).
De igual forma, Gil (2008, p. 90) define amostra “subconjunto do universo ou da população,
por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população”,
designadamente, “que seja representativa da população, ou seja, a amostra ideal será como uma
miniatura da população” (Gonçalves, 2006, p. 18).
Enquanto, o processo de amostragem, definido pelo “processo de seleção dos sujeitos
que participam num estudo” (Coutinho, 2019, p. 89) e podem “dividir-se em dois tipos: a amostragem
probabilística [aleatória] e não probabilística [não aleatória]” (Coutinho, 2019, p. 91).
24
Metodologia
25
Metodologia
Refira-se, por último, que apenas o ramo de atividade principal foi considerado na
investigação.
2.1.2.1.1.4 O ano da primeira certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP
EN) ISO 9001.
A primeira certificação ocorreu no ano de 2001 (7,7%). Entre o ano 2014 e 2018,
certificaram-se o maior número de empresas (53,9% válida), devido ao cenário macroeconómico
mais favorável, após a conclusão do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro de Portugal
(tabela 7).
Tabela 7: O ano da primeira certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN)
ISO 9001.
Percentagem Percentagem
Ano da primeira certificação Frequência Percentagem
válida acumulada
2001 1 7,1 7,7 7,7
2003 1 7,1 7,7 15,4
2005 1 7,1 7,7 23,1
2006 1 7,1 7,7 30,8
2010 1 7,1 7,7 38,5
2012 1 7,1 7,7 46,2
26
Metodologia
Diga-se ainda que, as empresas agruparam-se em três revisões da norma ISO 9001. Na
segunda e terceira revisão da ISO 9001, certificaram-se 61,6% (cada 30,8% válida) das empresas.
Saliente-se, a terceira revisão acompanhou a profunda crise económica e financeira global e a
incerteza sobre a evolução futura da economia portuguesa. Mas o mais notável, as empresas
combateram a crise com a implementação e certificação de sistemas de gestão da qualidade (30,8%
válidas). Por fim, na quarta revisão da ISO 9001:2015 certificaram-se 38,5% (válida), o maior
número de certificações por revisão de norma no concelho de Esposende, conforme a tabela 8.
Tabela 8: Ano da certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001.
Ano da certificação por revisão da Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
norma ISO 9001 válida acumulada
2.ª Revisão - ISO 9001:2000
4 28,6 30,8 30,8
(Entre o ano 2001 e 2007)
3.ª Revisão - ISO 9001:2008
4 28,6 30,8 61,5
(Entre o ano 2008 e 2014)
4.ª Revisão - ISO 9001:2015
5 35,7 38,5 100,0
(Entre o ano ≥ 2015)
Total 13 92,9 100,0
N/R 1 7,1
Total 14 100,0
27
Metodologia
2.2.1.1 Instrumentos
Nesta investigação, utilizou-se o inquérito, definido como "o processo que visa a obtenção
de respostas expressas pelos participantes no estudo" (Coutinho, 2011, p. 100), por questionário,
autoadministrado "tomam quase sempre a forma de formulários impressos" (Coutinho, 2011, p.
101), não estandardizado, construído de raiz.
Tabela 10: As motivações para a certificação, baseados nos principais resultados obtidos nas
investigações científicas.
Tipo
N.º Código Motivações Internas Externas
(I) (E)
1 MOT_1 Aumentar a quota e acesso a novos mercados; x
2 MOT _2 Melhorar a organização interna, os processos e procedimentos; x
3 MOT _3 Melhorar a imagem e reputação da empresa; x
4 MOT_4 Decisão da Gestão de Topo; x
5 MOT_5 Aumentar a produtividade; x
6 MOT_6 ISO 9001 como ferramenta promocional e/ou de marketing; x
7 MOT_7 Pressão dos Clientes, dos concorrentes e dos parceiros estratégicos; x
8 MOT_8 Melhorar a qualidade da empresa, dos produtos e/ou serviços; x
9 MOT_9 Vantagens comerciais; x
10 MOT_10 Diminuir as não conformidades, dos incidentes, das rejeições e das x
reclamações;
11 MOT_11 Reduzir os custos; x
12 MOT_12 Mobilizar o conhecimento dos colaboradores; x
13 MOT_13 Acompanhar os seus concorrentes certificados pela norma ISO 9001; x
14 MOT_14 Melhorar a relação com as coletividades (comunidade) e com as autoridades; x
28
Metodologia
Tabela 11: As dificuldades sentidas, baseados nos principais resultados obtidos nas investigações
científicas.
Por fim, a terceira questão (Q3): Quais os Benefícios resultantes da certificação do Sistema
de Gestão da Qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015? Constituída por 14 itens, com
respostas fechadas a cada item, numa escala do tipo Likert de 1 a 5 pontos (1 "sem benefícios", 2
"poucos benefícios", 3 "benefícios moderados", 4 "benefícios substanciais" e 5 "benefícios muito
substanciais"), conforme a tabela 12.
Tabela 12: Os benefícios da certificação, baseados nos principais resultados obtidos nas
investigações científicas.
Tipo
N.º Código Benefícios Internos Externos
(I) (E)
1 BEN_1 Melhoria da organização interna, dos processos e procedimentos; x
2 BEN_2 Melhoria da imagem e reputação da empresa; x
3 BEN_3 Melhoria da qualidade da empresa, dos produtos e/ou serviços; x
4 BEN_4 Melhoria da satisfação de clientes; x
5 BEN_5 Melhoria da motivação e satisfação dos Colaboradores; x
6 BEN_6 Aumento da quota e acesso a novos mercados; x
7 BEN_7 Aumento da produtividade; x
8 BEN_8 ISO 9001 como ferramenta promocional e/ou de marketing; x
9 BEN_9 Redução dos custos; x
10 BEN_10 Aumento das entregas dentro do prazo/execução de serviço; x
11 BEN_11 Melhoria da vantagem competitiva; x
12 BEN_12 Diminuir as não conformidades, dos incidentes, das rejeições e das x
reclamações;
13 BEN_13 Melhoria da relação com as coletividades (comunidade) e com as autoridades; x
14 BEN_14 Melhoria da relação e comunicação com o cliente; x
A segunda parte, pelos dados da Organização, constituído por seis questões, com respostas
fechadas, abertas e mistas, respeitante ao número de trabalhadores (Questão 1), ao setor de
atividade (Questão 2), de acordo com a classificação portuguesa das atividades económicas do
Instituto Nacional de Estatística, I.P (2007, pp. 27-31), ao organismo da certificação (Questão 3), ao
ano da primeira certificação (Questão 4), a localização (Questão 5) e a denominação da organização
(Questão 6).
Diga-se ainda que, se “queremos que os resultados da investigação sejam válidos, os dados
em que estes se basearam terão de ser fiáveis” (Coutinho, 2019, p. 116).
29
Metodologia
30
Metodologia
31
Metodologia
Neste sentido, após a recolha de dados, obtiveram-se os Alpha Cronbach das Motivações,
das dificuldades e benefícios.
No que respeita às Motivações, obteve-se um Alpha Cronbach de 0,838, considerado de
Muito Alta consistência interna (tabela 13).
0,838 0,843 14
0,654 0,675 9
0,837 0,835 14
32
Metodologia
do Concelho de Esposende (anexo III), a uma Organização por semana, pelo elevado número de
respostas obtidas deste procedimento na primeira fase (9 questionários), por falta de disponibilidade
de tempo, por economia de custos e pela fraca adesão e abertura do inquérito por questionário via
correio eletrónico.
Lamentavelmente, no dia 18 de março de 2020, data do início de situação estado de
emergência em Portugal pela pandemia de Coronavírus (COVID-19), deu-se por finda a recolha de
inquéritos por questionário, obtendo-se 3 respostas válidas (3 recolhidas pessoalmente), uma
recusou-se participar na investigação, uma não se conseguiu entregar a documentação e informar
da prorrogação do prazo e duas ficaram por recolher, correspondendo a uma taxa de respostas de
16,67%.
Em síntese, obtiveram-se 14 respostas válidas das Organizações privadas, com fins
lucrativos, correspondendo a uma taxa de resposta de 77,78%, superior a outras investigações
científicas, designadamente, 25,19% de Corbett et al. (2003), 61,03% de Costa (2007), 23,2% de
Zaramdini (2007). De acordo com Coutinho (2019, p. 321), “índices de retorno da ordem dos 70%
são considerados aceitáveis (Ghiglione & Matalon, 1997; Mason & Bramble, 1997)”.
33
Metodologia
34
Metodologia
2.2.2.1 Procedimentos
O tratamento dos dados estatísticos recorreu-se ao Software SPSS 21 Statistics
Professional – IBM.
Deste modo, procedeu-se à análise Estatística Descritiva das duas partes do inquérito por
questionário (A e B), de forma a “organizar e descrever os dados de forma clara; identificar o que é
típico e atípico; trazer à luz diferenças relações e/ou padrões” (Coutinho, 2011, p. 132).
Na primeira parte (A), do inquérito por questionário (Questão 1, Questão 2 e Questão 3),
optou-se pela medida de tendência central (média), pelas medidas de dispersão ou variabilidade
(desvio padrão e amplitude mínimo e máximo). Procedeu-se, ainda, ao cálculo do coeficiente de
fidelidade pelo modelo Alpha de Cronbach (Alfa de Cronbach; Alfa de Cronbach com base em itens
padronizados; N de itens).
Na segunda parte (B), os dados das organizações, optou-se pela distribuição de frequência,
a percentagem, a percentagem válida e a percentagem acumulada.
35
3. Apresentação de Resultados
37
Apresentação de Resultados
Tabela 17: As motivações para a certificação do sistema de gestão da qualidade pela norma (NP
EN) ISO 9001: 2015.
38
Apresentação de Resultados
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4. Discussão dos Resultados
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Discussão dos Resultados
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Discussão dos Resultados
43
Discussão dos Resultados
44
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de
Investigação
45
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de Investigação
Conclusões
Os resultados obtidos permitiram alcançar o objetivo geral da investigação, de conhecer as
motivações, dificuldades e benefícios da certificação do sistema de gestão de qualidade pela norma
(NP EN) ISO 9001:2015, das empresas certificadas do concelho de Esposende, com fins lucrativos,
e os seguintes objetivos específicos:
i) Identificar as principais motivações para a certificação do sistema de gestão da qualidade
pela norma (NP EN)ISO 9001:2015.
As principais motivações para a certificação do sistema de gestão da qualidade pela
norma (NP EN) ISO 9001: 2015 são, por ordem decrescente, "diminuir as não
conformidades, os incidentes, as rejeições e as reclamações", "melhorar a organização
interna, os processos e procedimentos", "melhorar a qualidade da empresa, dos produtos
e/ou serviços", "decisão da Gestão de Topo", "reduzir os custos", "melhorar a imagem e
reputação da empresa", "aumentar a produtividade", "aumentar a quota e acesso a novos
mercado", "mobilizar o conhecimento dos Trabalhadores" e "vantagens comerciais",
assentes em motivações de natureza interna e externa.
Perante este resultado, não pode haver quaisquer dúvidas de que a principal motivação
da investigação é inédita e está em desacordo com os resultados das restantes
investigações referenciadas, designadamente, de Corbett et al. (2003), Costa (2007),
Zaramdini (2007), Depexe & Paladini (2012), Lourenço et al. (2012), Santos et al. (2014),
Costa (2015), Bounabri et al. (2018), Duarte (2018), Fonseca & Domingues (2018), Bravi
et al. (2019).
ii) Identificar as principais dificuldades na certificação do sistema de gestão da qualidade
pela norma (NP EN)ISO 9001:2015.
As principais dificuldades durante o processo de certificação do sistema de gestão da
qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001: 2015 são, por ordem decrescente, os "custos
elevados (consultadoria, auditoria, certificação)" e "restrições de tempo".
Saliente-se, o envolvimento da gestão de topo para o sucesso e comprometimento do
resto da empresa na certificação e manutenção do sistema de gestão da qualidade pela
norma (NP EN) ISO 9001: 2015.
iii) Identificar os principais benefícios da certificação do sistema de gestão da qualidade pela
norma (NP EN)ISO 9001:2015.
Os principais benefícios resultantes da certificação do sistema de gestão da qualidade
pela norma (NP EN) ISO 9001: 2015 são, por ordem decrescente, a "melhoria da
organização interna, dos processos e procedimentos" e "melhoria da qualidade da
empresa, dos produtos e/ou serviços", de natureza interna.
A nova cultura de qualidade, evidenciou melhorias na organização interna, privilegiando
novos modelos organizacionais assentes no cliente e na máxima eficiência da
organização, na procura da melhoria contínua da qualidade e operacional, de forma
sustentável.
46
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de Investigação
Limitações
A primeira limitação, prendeu-se com as escassas ou inexistentes investigações científicas
sobre a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001, nas
organizações privadas, com fins lucrativos (empresas não financeiras), do concelho de Esposende.
A segunda limitação, prendeu-se, também, com as escassas ou inexistentes investigações
científicas, nacionais e internacionais, relativas às motivações, dificuldades e benefícios da
certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015 para a
construção do inquérito por questionário, pelo facto de estarem inacessíveis nos repositórios as
mais atuais e, atualmente, as investigações científicas, teses de doutoramento e dissertações de
mestrado incidirem sobre a certificação dos Sistemas de Gestão Integrada pela norma (NP EN) ISO
9001:2015 (qualidade), ISO 14001:2015 (ambiente) e ISO 45001:2018 (segurança).
A terceira limitação, a suspensão da recolha dos inquéritos por questionário a partir do dia 18
de março de 2020, data do início da situação estado de emergência em Portugal pela pandemia de
Coronavírus (COVID-19), criando um viés no procedimento de recolha de dados e tamanho da
amostra (14 respondentes). Desta forma, os resultados obtidos nesta investigação dificilmente
podem ser generalizados para além do grupo investigado. Como bem nota (Malhotra, 2011, p. 276)
“em virtude dessas limitações, não é teoricamente significativo generalizar para qualquer população
os resultados advindos de uma amostra por conveniência”.
A quarta limitação, obtiveram-se os dados baseados nas perceções das Organizações
Privadas, com fins lucrativos, o que poderá não corresponder completamente à realidade. Apesar,
de comummente utilizado pela comunidade científica nacional e internacional.
Por último, a quinta limitação, no decorrer da investigação científica, sentiram-se dificuldades
de gestão de tempo, por motivos da situação de calamidade pública mundial pela pandemia COVID-
19, nomeadamente na recolha de dados e por motivos profissionais, trabalhador na Divisão de
Desporto, Juventude e Tempos Livres, anteriormente no Gabinete de Apoio ao Vereador do
47
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de Investigação
Contributos
A investigação contribui para conhecer e identificar as principais motivações, dificuldades e
benefícios da certificação do Sistema de Gestão da Qualidade pela norma (NP EN) ISO 9001:2015
em Esposende, do setor de empresas não financeiras onde atuam pouco investigado.
Contribui, ainda, para o apoio na tomada de decisão e conhecimento da realidade dos
associados da A.C.I.C.E. - Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende. Permitirá,
a elaborando de um plano de formação específico. Além disso, possibilitará a criação de um serviço
de consultadoria especializada e desenvolvimento organizacional, alinhando as estratégias
empresariais com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Economia Verde com impacto
neutro no clima, para a implementação e certificação do Sistema de Gestão da Qualidade pela
norma (NP EN) ISO 9001:2015, quer no setor de empresas não financeiras (associadas ou não),
quer o Setor Empresarial Municipal, quer o Terceiro Setor, em parceria público-privado com a
Câmara Municipal de Esposende.
Por fim, a investigação permitirá ao Gestor de Topo da Organização que pretenda certificar
o Sistema de Gestão da Qualidade delinear a estratégia mais adequada, alicerçada em resultados
científicos da análise do meio envolvente dos concorrentes, que influenciam diretamente sobre a
Organização e, assim, alcançar o sucesso empresarial de forma sustentável.
48
Conclusões, Limitações, Contributos e Futuras Linhas de Investigação
Por fim, dever-se-á conhecer as razões pelas quais as 4511 organizações privadas, com
fins lucrativos, não implementaram e certificaram o Sistema de Gestão da Qualidade e/ou Sistemas
de Gestão Integrados.
49
Referências Bibliográficas
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Referências Bibliográficas
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Anexos
Anexo I - Inquérito por questionário
57
Referências Bibliográficas
58
Referências Bibliográficas
59
Referências Bibliográficas
60
Referências Bibliográficas
61
Anexos
Anexo II - Convite
63
Anexo III - Carta de apoio da A.C.I.C.E. - Associação Comercial e
Industrial do Concelho de Esposende.
65