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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

FOLHA 18
3º Trimestre

Nome: Nº
6º ano / Ensino Fundamental Turma: Disciplina(s): Língua Portuguesa
Data: __/__/2016 Professor (a): Maria Tereza Munhoz de Freitas

O texto que você vai ler é um relato de viagem do navegador brasileiro Torben Grael. Ele foi publicado no livro
“Lobos do mar: os brasileiros na regata de volta ao mundo.” No trecho que você vai ler, ele e sua tripulação se
preparavam para contornar o Cabo Horn, considerado muito perigoso pelos navegadores, por causa das cor-
rentezas e ondas gigantes. A bordo do “Brasil 1”, enfrentavam forte nevoeiro e tinham problemas no radar, mas
o barco reagia bem e a equipe estava animada. Um desafio, no entanto, iria testar os ânimos de todos. Leia e
saiba o que aconteceu.

Estamos afundando

Pouco antes de chegarmos ao Cabo Horn, no mesmo 2 de março de 2006 que entraria
para a história da vela nacional, recebemos um comunicado assustador. Jamais me esquecerei do
Marcel van Triest colocando a cabeça para fora e gritando:
― O Movistar está afundando!
Logo depois ele voltaria a berrar com novas informações da organi-
zação da regata. Eles pediam que nós nos preparássemos para ir ao
encontro do Movistar e resgatar sua tripulação, pois éramos o barco
mais próximo dos espanhóis e talvez os únicos que poderiam salvar
suas vidas caso acontecesse o pior.
Quando ouvi isso, imediatamente olhei para os instrumen-
tos do Brasil 1 e meu coração deu um pulo. O vento soprava a quase
50 nós e andávamos a quase 30. Isso em ondas gigantescas e nas
proximidades do mais famoso cabo do mundo, que virou lenda jus-
tamente por conta dos numerosos naufrágios que aconteceram naquelas águas.
É lógico que imediatamente nos colocamos de prontidão e começamos a torcer para que
o barco não precisasse de nós ou do Ericson, que também havia sido advertido para ficar em alerta.
Por sorte, não precisamos dar meia-volta e enfrentar aquele mar titânico para salvar nossos amigos.
No entanto, algumas horas depois de cruzar o Horn, ficamos sabendo o que realmente havia acon-
tecido com o Movistar. A história que ouvimos era tudo o que qualquer navegador que já tenha pas-
sado por aquelas águas não gostaria de viver nem em pesadelo.
Eram 3h 15 do dia 2 quando a tripulação do Movistar foi acordada com o grito que jamais
se quer ouvir:
Cabo Horn: Ponto de
― Abandonar navio! Estamos afundando! ― avisou o co- encontro entre os ocea-
mandante, acordando a parte da tripulação que estava fora do turno. nos Atlântico e Pacífico,
Quando os homens pularam de seus beliches e tocaram o está situado na Terra do
chão da cabine, puderam sentir na pele, literalmente, a gravidade do Fogo no Chile. Rota im-
problema. Dentro do barco a água já estava nos seus cal- canhares, e portante para as embar-
pouco tempo depois alcançaria seus joelhos. Ainda sem saber direito cações que navegam
como agir, os tripulantes mer- entre dois oceanos, mas
gulharam naquela piscina extremamente perigosa.
Em suas imediações há
gelada em que se transforma- mais de 100 embarca-
ra o interior do veleiro e co- ções naufragadas.
meçaram a procurar equipa-
mentos que o momento exigia.
― Diminuam a velocidade! Baixem os panos!
Fechem as gaiutas estanques! Preparem as mochilas de
abandono e as balsas salva-vidas! ― continuava gritando o
comandante, em uma sequência ininterrupta de ordens terríveis de se dar. [...]
Por longos minutos, todos continuaram o bombeamento manual até que perceberam que
o nível da água estava baixando dentro da cabine. Alívio. Quando finalmente a água chegou ao rés
do porão, a tripulação pôde ver que o selo mecânico da quilha basculante se rompera e era por ali
que o oceano invadia o barco aos borbotões. Eles fizeram um reparo de emergência que diminuiu
muito o vazamento e seguiram lentamente rumo ao Horn para contorná-lo, ganhar os pontos do
portão de pontuação e suspender a regata [....]
Torben Grabel, em depoimento da Murilo Novaes, Lobos do mar: os brasileiros na regata de volta ao mundo. Rio de Ja-
neiro:Objetiva, 2008.

Glossário
advertido: alertado
aos borbotões: fortes, ininterruptos e em grandes quantidades
basculante: que se move para cima e para baixo
beliche: compartimento dos camarotes dos navios onde se colocam as camas.
estanques: tapadas, calafetadas, vedadas
gaiutas: armação metálica ou de madeira, envidraçada que serve para proteger o interior de uma embarcação
deixando entrar a luz e o ar
quilha: peça de madeira que fica embaixo das embarcações
regata: competição de barcos.
rés: no nível, à altura
titânico: Gigantesco
turno: cada um dos grupos de pessoas que se revezam numa tarefa; turma, vez.
vela nacional: referência à modalidade de barcos a vela

A QUESTÕES 1 A 10 REFEREM-SE AO ESTUDO DESSE TEXTO

1- Por estar mais próxima do Movistar, a tripulação do Brasil 1 ficou


em alerta para resgatar os companheiros.
a) Que obstáculos eles teriam de enfrentar para realizar essa tare-
fa?

O vento soprava muito forte, a quase 50, e eles estavam a quase


30 num mar de ondas gigantescas e nas proximidades do cabo
Horn, o mais famoso do mundo, que virou lenda justamente por
conta dos numerosos naufrágios que aconteceram naquelas
águas.

b) O que eles temiam?


Eles temiam que o barco naufragasse.
2- O autor se declara aliviado por não precisar “enfrentar aquele mar
titânico”.
a) De acordo com o texto, que sentidos podem ser atribuídos ao
adjetivo em destaque?
O adjetivo tem o sentido de bravio, furioso, muito forte.

b) Reescreva essa frase empregando o mesmo adjetivo nos graus


superlativo absoluto e relativo e no comparativo.
Superlativo Absoluto: “enfrentar aquele mar extremamente, mui-
to, bastante titânico”. (forma analítica)
Superlativo Relativo: “enfrentar aquele mar, o mais titânico da
região” (de superioridade)

Comparativo: Eles teriam que enfrentar aquele mar tão titânico


quanto o mais feroz leão do mundo. (de igualdade)

3- O texto relata o quase naufrágio do veleiro Movistar. Complete a


tabela de acordo com informações objetivas retiradas do texto:
Com quem acon- Onde e quando aconte- Como aconte-
teceu? ceu? ceu?
Torben Grael e Aconteceu em uma re- O Movistar, um
os outros os tri- gata em que eles iriam dos barcos que
pulantes do Bra- contornar o Cabo Horn. participava da
sil 1 No dia 2, às 3h 15. regata, sofreu
um vazamento e
quase naufragou.

4- Relacione os trechos do texto “Estamos afundando” ao tipo de


posicionamento registrado pelo autor.
1. Opinião 2. Emoção

 ( 2 ) “[...] Imediatamente olhei para os instrumentos do Brasil 1 e


meu coração deu pulo.”
 ( 1 ) “A história que ouvimos era tudo o que qualquer navegador
que já tenha passado por aquelas águas não gostaria de viver
nem em pesadelo.”
 (2 ) “É lógico que imediatamente nos colocamos de prontidão e
começamos a torcer para que o barco não precisasse de nós
[...]”

5- Releia o trecho:
“Quando os homens pularam de seus beliches e tocaram o chão da
cabine, puderam sentir na pele, literalmente, a gravidade do proble-
ma. Dentro do barco a água já estava nos seus calcanhares, e pou-
co tempo depois alcançaria seus joelhos.”

a) Circule nesse trecho as ações realizadas pelos velejadores.

b) Observe as expressões destacadas no texto. Elas dão um en-


cadeamento e progressão aos fatos relatados no texto. Assinale
a opção analisando o que elas transmitem:

( x ) ideia de tempo
( ) ideia de lugar
( ) ideia de oposição

6- No último parágrafo do texto, a frase “Alívio.” aparece isolada en-


tre dois períodos. O fato de ela ter só uma palavra chama a atenção.
Por que o autor empregou esse recurso?
O autor isolou essa frase para transmitir a emoção, o sentimento
vivido por eles naquele momento com uma pausa, uma atenção
à palavra.

7- Na composição dos relatos de viagem, a fotografia é um recurso


que costuma acompanhar o texto. Crie legenda para as fotografias
do relato, de acordo com o entendimento do texto.
Figura 1: Vista do Cabo Horn onde os velejadores estavam con-
tornando.
Figura 2: O barco Movistar e sua tripulação

8- Releia estas passagens do texto:

“no mesmo 2 de março de 2006”


“O vento soprava a quase 50 nós e andávamos a quase 30 nós”
“Eram 3h15 da manhã”

a) Transforme os algarismos em destaque em numerais, escre-


vendo-os por extenso.

2- dois
2006 – dois mil e seis
50- cinquenta
30- trinta
3h 15 – três e quinze

b) As palavras em destaque, nessas passagens, indicam número


exato, quantidade de seres ou indicam a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa em uma determinada sequência?
Os destaques representam número exato, quantidade de se-
res.

c) Como se classifica esse tipo de numeral?


Esse tipo de numeral é cardinal.

d) Qual a importância do emprego de numerais em relatos de via-


gem?
Os numerais indicam os dados precisos como datas, tempo,
o número de viajantes para situar o leitor.

9- Observe as palavras em destaque, no trecho a seguir:

“[...] recebemos um comunicado assustador.” / O comunicado dizia


para nós irmos ao encontro do Movistar”

As palavras em destaque são artigos, classe gramatical que ante-


cede o substantivo, particularizando-o ou generalizando-o.

a) Transcreva e classifique esses artigos em definido ou indefinido.


Um: artigo indefinido
O: artigo definido

b) Sabendo-se que esses artigos referem-se ao mesmo substantivo,


explique o emprego de “um” e “o” nesse trecho do relato.
No primeiro momento trata-se de um comunicado qualquer,
indeterminado. Na sequência, o comunicado já havia sido ci-
tado antes, portanto era determinado.

10- Marque com um “x” os parênteses que representam as caracte-


rísticas do gênero relato de viagem:

 ( ) Emprega linguagem expressiva


 ( x) Emprega linguagem objetiva, exata.
 ( x) As impressões do autor são explícitas, claras, no texto.
 ( ) O autor procura se distanciar do relato, evitando sua opi-
nião.
 ( x) Escrita na 1ª pessoa do singular
 ( ) Escrita na 3ª pessoa do singular

11- Leia:

Transcreva da tira as palavras acentuadas que exemplifiquem


cada uma das seguintes regras de acentuação:
 Todas as proparoxítonas são acentuadas: música
 Acentuam-se as oxítonas terminadas em a(s); e(s); o(s);
em(ens): também, você

12. Identifique se o termo destacado é numeral ou artigo indefinido.


a. Você só tem uma vida. Cuide bem dela. Numeral (a palavra só
determina quantidade)

b. Ele não fala uma palavra de chinês! Artigo (uma palavra qual-
quer)

c. Aqueles invasores podem representar uma ameaça para os ín-


dios. Artigo (uma ameaça qualquer, e não duas)

d. A decomposição desse material pode demorar um século. Nume-


ral (quantidade numérica)

Desafio: Responda que numeral multiplicativo deve ficar no lugar do ?.

a) Vinte e um é o triplo de sete. b) O quádruplo de cinco é vinte. c) O quíntuplo de


vinte é cem.

Agenda
 Confira correção Folha 18, pós explicação em aula. (ver gabari-
to agenda on line)
 P. 184, 1 e 2.
Próximo livro: Sherlock Moreira
Antonio Carlos Olivieri
Cia das letras – R$ 38,00

(Usaremos em 10/10)

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