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Ficha trabalho
9 Domínio Educação Literária
Domínio Educação Literária
25 Então, a 12 de setembro, o vento acalmou, para logo depois rondar ao sudoeste. Pouco
tardou que soprasse em fúria, zunindo nas enxárcias 10, turbilhonando nuvens, rendilhando
espumas açoitando no escuro os vagalhões roncantes.
Alija11! Alija! Alija carga! Alija! Alijaram tudo que na coberta12 havia, e debaixo da
ponte. Como enfuriasse ainda mais o tempo, trataram de alijar os mastaréus 13 das gáveas14,
30 e todas as caixas que cada um trazia. Para que não fosse isto pesado a alguém, foi a de Jorge
de Albuquerque Coelho a primeira de todas que se lançaram ao mar, na qual ele trazia os
seus vestidos e outros objetos de importância.
E, parecendo que não bastava isto, arrojaram 15 para as águas a artilharia, com muitas
caixas que continham açúcar, e numerosos fardos de algodão.
35 Um mar mais violento desmanchou o leme. Atravessou-se a nau aos escarcéus 16, e não
foi possível desviá-la para a fazer tornar a correr em popa.
1. lenta;
2. preparada, munida;
3. mastro vertical colocado mais à proa;
4. conjunto de velas de uma embarcação;
5. desanimar, perder a coragem;
6. estratagema;
7. desvendou-lhes;
8. prontos, preparados;
9. oportunidade, ocasião;
10. conjunto de cabos fixos que prendem os mastros da gávea (vela imediatamente superior à grande) às mesas de guarnição
situadas nas amuradas dos navios;
11. “alijar”: lançar a carga ao mar para aliviar o navio;
12. pavimento inferior ao convés de um navio;
13. pequenas hastes de madeira com que se rematam, no topo, os mastros;
14. velas imediatamente superiores à grande;
15. arremessaram, atiraram;
16. grandes ondas do mar revolto, vagalhões.