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Edição e Montagem 1

Universidade de Brasília

http://introtoediting.com/mm_entertainment_image1.jpg
Faculdade de Comunicação
Departamento de Audiovisuais e Publicidade
Bloco 1 de Audiovisual

Professor: Mauricio Fonteles


Professor Orientador: David Pennington

Aula 2

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Material
As apresentações e material digitalizado poderão ser acessadas em
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Edição X Montagem

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Edição
editar
v t editar [idi'tar] produzir e publicar livros, revistas http://pt.thefreedictionary.com/
editar uma revista científica

editar
v. t.
Publicar.
Dar à luz (uma obra literária ou científica). http://www.dicionarioweb.com.br
Editorar.
(Do lat. editus)

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Montagem
montagem
subst f montagem (montagens [mõ'taʒɐ̃jʃ] pl) [mõ'taʒɐ̃j]
1 ação de juntar as partes de algo http://pt.thefreedictionary.com/
a montagem de uma máquina
2 ação de ligar as cenas de um filme
a montagem de um filme

montagem
f.
Acto ou efeito de montar. http://www.dicionarioweb.com.br
Preparação das peças de um maquinismo, para que este funcione.

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O Montador

Criador Pensador
Psicólogo
Contraditório
Gerente Juiz
Mágico
Frio
Costureiro
Braço Direito
Finalizador
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O Processo de Finalização
Organização do material Finalização de Som

Pré-montagem Finalização de Imagem

Montagem Base (1º corte) Compilação e Exportação

Refinamento Publicação

Montagem Final
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Num Piscar de Olhos
Autor: Walter Murch

Posfácio - Edição Digital de Filmes


Passado, presente e futuro imaginário

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O início da montagem

• Sala de Montagem X Ateliê de Costura

Margaret Booth
• Muitas das editoras eram mulheres

• No início não se utilizavam Moviolas

• “trambolhudas”, barulhentas
e pouco práticas

• “1 braço” de filme era o equivalente


a 3 segundos
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Equipamentos para Montagem

• Moviola - criada para assistir filmes em casa (evolução da Vitrola)

• Tornou-se necessária com o aparecimento do som no cinema

• Era necessário ouvir o que antes só se via

• Utilizavam Moviolas de duas cabeças

• Apareceram as herdeiras européias


KEM e Steenbeck

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Analógico x Digital

• Fim de uma transição de um processo mecânico para eletrônico

• E estamos cada vez mais perto da "extinção" da película

• Evolução dos sistemas digitais - Avid, Final Cut, Premiere, Lightworks

http://hollywoodreinvented.com/wp-content/uploads/2011/07/avid6.png

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Intermediação Digital

• O processo (digitalização)

• material rodado é revelado e digitalizado frame-a-frame

• cada frame ganha um "endereço" específico, permitindo acesso randômico

• realizada a edição digital, é gerada uma EDL - Edit Decision List para
conformação da guia digital na película

• Um caminho sinuoso, não?!

• Pensamos aí na intermediação digital - filme / digital / filme

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Números Astronômicos

• Número de decisões possíveis para um editor

• Fórmula proposta: C = (e x n!) - 1

• C = numero de maneiras de montar uma sequência

• n = número de planos

• e = número transcendental (constante - 2,7182…)

• No exemplo de 25 planos resultam 39.999.999.999.999.999.999.999.999


possibilidades de montagem

• Com a digitalização, é possível explorar essas possibilidades com maior


velocidade (nem todas é claro)

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As Vantagens Eletrônicas

• Montagem virtual - Não destrutiva

• Montagem em película - Destrutiva

• Na montagem virtual, a construção acontece enquanto assistimos

• Características da montagem digital:


• maior rapidez
• custos reduzidos
• menos gente trabalha na sala de edição
• acesso mais fácil ao material
• possibilidade de rever todo o material original "sem cortes"
• ambiente de trabalho mais civilizado
• versões diferentes são preservadas
• uso sofisticado do som
• integração de efeitos especiais eletrônicos
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Digital: De Volta para o Futuro

• Primeiros sistemas CMX, Montage, EditDroid, E-Pix, EMC, D-Vision

• Utilização do sistema CMX para trechos de O Poderoso Chefão

• Os primeiros sistemas de edição digital chegavam a valores absurdos... cerca


de 1 milhão de dólares

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/76/CMX-IMG_9559.JPG http://www.sundancemediagroup.com/cmx300.jpg

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A digitalização da Montagem

• Os próprios realizadores deram um empurrão para a consolidação dos


sistemas digitais

• Entre eles: George Lucas, Oliver Stone, James Cameron e Francis Ford
Coppola

• O sistema EditDroid foi desenvolvido


com a colaboração de George Lucas

• Nos anos 80, Coppola passou


a usar edição digital em todos
os seus filmes

http://joyoffilmediting.com/wp-content/uploads/2010/12/Editdroid.jpg

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A Transição do Analógico para o Digital

• No início dos anos 80, não era possível digitalizar todo o material de um filme de longa-
metragem

• O material era armazenado em mídia analógica (fitas) e os computadores diziam o que


fazer com essas imagens

• O EditDroid usava discos laser e o Montagem usava fitas

• Os sistemas poderiam ser chamados análogo-eletrônicos

• No fim dos anos 80, com o avanço da tecnologia permitiu que o material fosse
totalmente digitalizado

• Inovação fundamental para o Avid e Lightworks

• A mídia e as informações sobre ela estavam agora "sobre o mesmo teto"

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Mídia = Espaço

• Apocalipse Now tinha cerca de 1.200.000 pés - quase 7 toneladas de


imagem e som

• Editado em duas Moviolas e duas Kem de "oito pratos"

• Os sistemas digitais não eram


capazes de armazenar todo
esse material

http://2011.luff.ch/uploads/tx_templavoila/16mm.jpg

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Problemas no Desenvolvimento

• armazenamento limitado de material

• as máquinas eram caras demais

• complicações na transcrição das mídias

• a qualidade das imagens digitalizadas era muito baixa

• a usabilidade e manuseio dos sistemas com teclado era uma barreira para
muitos montadores

• a capacidade de processamento de dados chegava facilmente ao limite

• as EDLs nem sempre eram confiáveis


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Comparação dos Sistemas

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Um Paciente Inglês e Meio

• Meados dos Anos 90


http://2.bp.blogspot.com/-t1p6y9uEYqU/UAcVkxSrYfI/AAAAAAAAARM/
SeHPc0UQx5Q/s1600/The+English+Patient.jpg

• capacidade de memória e processamento evoluidos para processar um filme inteiro


digitalmente

• duas ilhas poderiam compartilhar o mesmo material armazenado

• um software para 24 quadros (Avid Film Composer) assegurava precisão nas EDLs

• Por problemas de saúde na família, Murch teve que montar O Paciente Inglês em
sua casa e para isso utilizou um sistema digital.
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Transição para o Digital

• Adaptação da usabilidade do sistema AVID em relação à Moviola

• Modificação da Workstation para trabalhar em pé

• Facilidade com o teclado

• Duas características essenciais:

1. alta capacidade de manipular pistas de áudio.


Número e tratamentos diversos

2. possibilidade de monitoração externa


- até mesmo projetado
http://krieger.jhu.edu/magazine/spsum05/images/Murch.jpg

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Acesso Randômico e Velocidade

• Os sistemas digitais não-lineares permitem acesso randômico instantâneo a qualquer


trecho do material filmado

http://www.pigeonracingpigeon.com/wp-content/uploads/2012/04/pigeon-racing-the-pros-and-cons-of-average-speed.jpg
• Isso é um grande facilitador

• O acesso linear porém, permite que os olhos


sejam surpreendidos com determinados trechos ou planos

• Podemos pensar em utilizar o AVID como um sistema linear,


organizando o material de tal maneira.

• O acesso randômico depende muitas vezes de sabermos exatamente o que


desejamos de um determinado plano

• Do que adianta toda essa velocidade se não sabe onde quer chegar?

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• Em vez de "rapidez", os sistemas digitais deveriam alardear o seu maior
"leque de opções"

• Maior "flexibilidade" do filme

http://hollywoodreinvented.com/wp-content/uploads/2011/07/editing_room.jpg http://sainteliotandco.com/wp-content/uploads/2010/04/1168-3869-1-PB.jpg

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A Pintura e A Montagem

• Murch faz uma comparação entre a evolução da edição digital com a


evolução da pintura de afrescos para o óleo sobre tela

• Afrescos e Montagem Analógica:


• Conhecimento total do processo
• Imprevisibilidade
• Não permitia erros e falhas
• Muitas pessoas envolvidas no processo

• Óleo e Montagem Digital:


• capacidade de experimentação
• processo não destrutivo
• mobilidade
• menos pessoas ou somente o próprio artista envolvido no processo

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Vantagens e Desvantagens do Digital

• menos assistentes

• catalogação reduzida

• não se rebobina

• fácil acesso

http://images.apple.com/euro/finalcutpro/images/hero.png

• um ambiente de trabalho mais civilizado

• O objetivo final da edição computadorizada no entanto é atingiar a relação


"um homem / uma máquina"

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Edição Digital - mais rápido, mais rápido... mais rápido?

• Será que a velocidade de edição também aumenta a velocidade entre cortes


dos filmes?

• Crepúsculo dos Deuses (1950) - 85 cortes nos 20 min iniciáis


• O Sexto Sentido (1999) - 170 cortes
• Clube da Luta (1999) - 375 cortes
• O Terceiro Homem (1949) - 225 cortes

"Assim como algumas música são escritas e orquestradas para serem tocadas rapidamente.
É claro que não há uma veloci- dade "certa" e uma "errada". Os problemas surgem quando
algo foi escrito largo e é tocado prestissímo, ou vice-versa."

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A Percepção do Plano

• A leitura do plano no computador X a leitura do plano na tela de cinema

• Sensação de que os filmes estão ficando picotados na sala de cinema

• Devemos estar cientes que o detalhamento da imagem e o andamento estão


intimamente ligados

• Digitalize o material de edição na melhor qualidade possível

• Projete cópias em 35mm (tela grande)


para avaliação

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Cinema X Televisão
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• A televisão é uma mídia "para se olhar", enquanto o cinema é uma mídia


"para se entrar".

• A leitura de uma imagem grande é diferente de uma imagem pequena

• Técnica dos Bonequinhos de Papel para melhorar a percepção de dimensão da imagem

http://www.fernbyfilms.com/wp-content/uploads/2010/02/2008_rocknrolla_001.jpg
O Presente Digital?

• A espera da “Revolução Tecnológica”

• Em 1991 Murch esperava por 4 mudanças

1.aumento da capacidade de armazenamento na memória

2.custo operacional mais baixo

3.criação de um timecode digital equivalente ao do 35mm

4.extinção do 35mm na projeção

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O Presente Digital...

• até 2001
http://img.afreecodec.com/top/screenshot/toy_story_2-12319-1.jpeg

• em 1994 tornou-se possível armazenar o copião digital inteiro de um filme


em 1999 foram armazendos 1.200.000 pés (222 horas) de copião para O Informante

• em 1996, uma ilha de trabalho AVID custava "apenas" 80 mil dólares

• em 1997 foi criado o Open Media Framework - OMF - grande facilitador na edição
de áudio

• em 1999, A Ameaça Fantasma e Toy Story II foram exibidos em projeções digitais

• E agora?!

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O Presente Digital!!!

• Computadores pessoais cada vez mais “possantes”

• Ampla gama de softwares de edição

• Processo de pós-produção simplificado

• Amplas possibilidades de inserção digital

• Câmeras de Cinema Digital mais acessíveis http://www.red.com/products/scarlet

• Formatos e dimensões de imagem variadas - ex: RED Scarlet 5k

• Projeção Digital presente em quase todos os cinemas

• O formato mais comum é conhecido com DCP (Digital Cinema Package)


http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_Cinema_Package

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