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A \ R\ G\ B\ B\ V\ L\ S\

FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE


Fundada em 13 de dezembro de 1898 (E\ V\)
Sob os Auspícios do Gr\ Or\ Paulista
Rua Ana Francisca de Oliveira nº 72 – Caixa Postal 50 – Cep 13920.000
Or\ de Pedreira – SP Telefone (19) 3893-5808

A.·. G.·. D.·. G.·. A.·. D.·. U.·.

S.:
F.: U.:

Peça de Arquitetura OF.·.   Ir.·. Fábio Luís Pocai C.·.M.·. -  CIM 25675

Or.·. de Pedreira, 22 de Setembro de 2022 da E.·. V.·.

Mito da Caverna nos dias atuais.

Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna é uma metáfora elaborada por Platão e contida
em sua obra A República. A República é uma obra política de Platão que disserta sobre
a política ateniense da Grécia Antiga e apresenta a tese de Platão que relaciona o
conhecimento ao poder político. Segundo o filósofo, o conhecimento da verdade mais
profunda proporcionado apenas pelo raciocínio é a condição fundamental para que um
governante tenha uma boa gestão.
No mito é relatado que na caverna haviam pessoas que foram
aprisionadas desde a sua infância com os olhares fixos para uma
parede, onde nela viam diversas sombras dos acontecimentos
externos à caverna e ao contemplar tais imagens, eles buscavam
interpretar a realidade através delas, pois era a única fonte de
informação que possuíam. Eles interpretavam as imagens que se
formavam na parede e discutiam entre si e tiravam suas próprias
conclusões a respeito de cada imagem vista.
Em um dado momento, um deles conseguiu se soltar da prisão e sair
da caverna, ao que teve de imediato o ofuscamento de sua visão devido o contato com
os raios solares, e quando conseguiu enxergar o mundo ao seu redor percebeu que as
verdadeiras imagens, eram diferentes das que ele via na caverna.
Assim adquiriu o conhecimento das verdadeiras origens das sombras que costumava
ver, porém tais representações não eram da maneira que ele pensava, ou seja, aos
poucos foi percebendo que o mundo era totalmente diferente do que eles criaram em sua
imaginação e todos os anos de suas experiências ruíram, pois teve pleno conhecimento
da verdade diante do mundo real lá fora.
Este refugiado não se conteve com tantas informações e resolveu compartilhar a
verdade que acabara de descobrir com seus colegas de infância. Ao retornar à caverna
ele começou a contar o que tinha vivenciado, na medida em que seus companheiros
escutavam os acontecimentos que ele tinha presenciado, o grupo que ali estava o ouviu
atentamente e ficou espantado com as informações relatadas.
O refugiado acreditou que estava fazendo o certo, ou seja, mostrar a verdade e tentar
abrir os olhos dos seus colegas para uma realidade fora da caverna. Os ouvintes
deparando-se com tantas informações, não quiseram acreditar em tudo que acabaram de
escutar, logo concluíram que o refugiado estaria completamente louco.
Para evitar que suas ideias atraíssem também outras pessoas para os “perigos da
insanidade”, os prisioneiros mataram o refugiado.
E hoje?
Hoje as mídias e redes sociais criam uma
caverna, com sombras projetadas nas telas dos
computadores e celulares, de um mundo perfeito,
um mundo onde todos somos felizes e perfeitos.
Para sermos felizes temos que consumir os
produtos certos, estar na moda, usarmos roupas
de grifes, fazer o que os “famosos” fazem.
Nossa vida é comandada pelo que vemos e ouvimos, e quem decide isso são as grandes
corporações, vivemos em um mundo projetado, criado por outrem para obter lucros.
Desde o advento do rádio e tv nos é empurrado o que devemos fazer, o mundo é
recriado a fim de garantir o propósito das empresas, como o Papai Noel da Coca, que se
apropriou da lenda de São Nicolau, da Turquia, que usava roupas em tons de verde ou
marrom e lhe caracterizou em vermelho para associar com sua marca. Hoje em qualquer
propaganda ou buscas pelas redes só vemos o Papai Noel que a Coca criou.
Nas décadas de 80, ser legal era fumar, se fosse um esportista ou aventureiro, você tinha
que fumar Hollywood, mas quem queria ser um cara durão, um cowboy, tinha que
fumar exclusivamente Marlboro.
Com o passar dos anos a mídia de rádio e televisão foram perdendo seu poder para a
internet. Começamos mais e mais a consumir internet ao invés de tv e rádio.
Com isso surgiram mais “influenciadores”, qualquer um pode ter um site, uma rede
social com infinitos seguidores, um canal no youtube, e influenciar milhares de pessoas.
Seguimos pessoas que nos dizem o que comer, o que fazer, como se vestir, e o pior, se
outras pessoas não concordam com isso, se não apoiam o nosso influencer escolhido,
são consideradas como loucas, são desprezadas e humilhadas, e até canceladas.
Mas o que é o certo neste novo mundo em que vivemos?
Os algoritmos das redes sociais só mostram o que queremos ver, ou seja, vivemos numa
bolha do que apreciamos. Se curtimos uma publicação de alguém viajando, o algoritimo
começa a nos bombardear com enxurradas de anúncios de viagens e lugares
paradisíacos.
Não somos inundados somente com o que curtimos, o que falamos, nossa localização,
tudo é material para o algorítimo.
Se comentamos com um amigo, perto de nosso celular, sobre futebol, de repente nas
nossas redes aparecem anúncios de jogos e artigos esportivos.
Nos EUA já é comum usar a geolocalização, ou seja, se você está na frente de um
Burger King, você começa a receber propagandas de combos do McDonald´s.

A evolução das redes.


 Web 1.0
Na década de 1990, o que é chamado como Web 1.0 foi a
primeira fase da World Wide Web. Para entendê-la, é
preciso esquecer o momento atual e imaginar algo simples e
estático, sem qualquer interação. O que consumíamos era
basicamente informação repassada por um servidor, não nos
era permitido acrescentar nada, somente consumir o que nos
era imposto.
Os principais serviços desta época foram sites como o Altavista, o DMOZ e o brasileiro
Cadê – que não existem mais –, além dos recém nascidos Hotmail, Google e Yahoo, que
ainda seguem.

 Web 2.0
A Web 2.0 é o que hoje conhecemos. Os anos 2000 estão
em ascensão. Com ele, a Web 2.0 ganhou força. Nesta
época, que segue até aproximadamente hoje, temos uma
intensa interação do usuário com a rede. A partir dela, é
possível receber o conteúdo e também criá-lo. Os
indivíduos podem comentar, compartilhar e interagir.
Para diferenciar do estágio anterior, nesta fase, o relacionamento online é marcado pela
produção de conteúdos dos usuários, e não apenas do servidor.
Essa era é marcada pela grande atividade de empresas nas redes, seja criando conteúdo
próprio, financiando influenciadores ou desenvolvendo algoritmos para alcançar seu
público mais facilmente.
Nossos dados alimentam as redes, sendo vendidos a peso de ouro para grandes
corporações, a fim de nos encontrarem mais facilmente e direcionarem exatamente o
que queremos/gostamos para nossas telinhas particulares.
Neste meio destacam-se as redes sociais, como a finada Orkut, precursora desta
inovação, servindo de base para as atuais Facebook e Instagram, as mais conhecidas,
dentre outras.

 Web 3.0
Mas o que está por vir?
A Web 3.0 é um celeiro de experimentos, estamos começando a engatinhar neste rumo.
Será uma rede descentralizada, teremos mais controle do que iremos ver, teremos mais
privacidade.
A internet, que já é parte de nosso dia-a-dia, vai estar mais presente, ou melhor, 24
horas por dia presente em nossas vidas.
Assistentes virtuais inteligentes (vide Alexa), IOT (internet das coisas) com relógios
inteligentes, carros conectados a internet, geladeiras, fogões, tvs, já são realidade em
vários lares pelo mundo.
Vivemos conectados, assim como no filme Matrix, mas isso
pode ser bom ou ruím, depende do rumo que esse
desenvolvimento tomar.
Se de uma lado teremos a descomplicação do mundo, aonde
com a segurança de nossos dados pessoais, sendo mantidos
por nós mesmos, poderemos acabar com serviços
burocráticos como cartórios, poderemos ter a total responsabilidade pelo nosso dinheiro,
com menos interferência de bancos, com o uso de criptomoedas, mobilidade autônoma
se tornará uma realidade, com uma vasta rede de servidores, cada um de nós será um
servidor, ou seja os dados serão descentralizados, não mais mantidos por grandes
empresas, e por elas vendidos, mas estarão um pdeacinho em cada computador, e só o
próprio dono dos dados e que pode alterá-lo ou usar como bem entender.
Hoje se vamos a um médico nossa vida toda, nosso prontuário fica armazenado com ele,
no máximo com algum hospital que você já utilizou. Com a Web 3.0 e o uso das
blockchains os dados estarão nos servidores descentralizados, ou seja, se em uma
viagem, você tiver algum problema, de qualquer lugar do mundo você pode ter acesso a
“seus” dados, seu prontuário. Agilizando e tornando o atendimento mais acertivo.
Esse é apenas um dos usos positivos possíveis desta tecnologia.
Maaaas, temos também alguns usos que podem ser, vamos dizer, problemáticos.
Talvez você já tenho ouvido falar do Metaverso, que nada mais é do que uma imersão,
maior do que temos hoje, para dentro das telas e telinhas de celulares, com o uso de
óculos de realidade virtual, aonde ficamos imerso em um mundo virtual que só existe na
blockchain.
No metaverso seremos quem quisermos, teremos a idade que quisermos, a aparência
que quisermos (ou ao menos que pudermos pagar).
Sim, para termos essa metavida, teremos que gastar dinheiro real, para compramos os
tenis da adidas, a calça de diesel ou camiseta da osklen, que nosso “eu virtual” irá usar.
A compra de terrenos virtuais no metaverso já é um negócio extremamente lucrativo,
tendo terrenos sendo vendido pela bagatela de 4,3 milhões de dólares em um espaço no
The Sandbox, um destes mundos virtuais.
Existem pessoas ganhando dinheiro real com o metaverso, a lei da oferta e demanda é
uma das que mais rege esse mercado.
Se compro um tênis que só existem 2 no metaverso, por 10 doláres, posso vender uma
hora, se alguém mais tiver interesse nele, por 1000 doláres.
Mas essa imersão exacerbada pode acabar com as
relações sociais verdadeiras, as pessoas irão passar
cada vez mais tempo neste mundo virtual, seja em
festas virtuais, que já são comum, seja trabalhando
em empresas, o home office já é uma realidade, e no
metaverso você pode trabalhar e “encontrar” seus
colegas de trabalho e chefes, seja tendo
relacionamentos amorosos.
Tecnologias já existentes, desenvolvidas pela Disney em parceria com Audi, criaram o
Holoride, um dispositivo para ser usados em carros e viagens, onde por um óculos de
realidade virtual e usando o movimento do carro estaremos dentro de um jogo, se o
carro vira à direita no jogo você vira também, um jogo interativo, onde os momentos em
família das viagens será suprimido por cada um imerso em um tipo de conteúdo e sem
interação real com os outros passageiros, se aliarmos isso aos carros autônomos,
teremos uma família inteira dentro de um carro sem qualquer contato com seus
familiares.
Talvez estejamos evoluindo, com a tecnologia servindo a nosso propósito e facilitando a
nossa vida.
Mas temos uma linha tênue, aonde podemos estar nos involuindo, entrando cada vez
mais fundo na Caverna de Platão, aonde nossa vida será feita de pixels, de 0 e 1, aonde
não teremos mais reuniões em loja, e sim em um templo virtual, onde nossos encontros
de fim de ano serão em uma chácara no metaverso, com bebidas e comidas virtuais,
cada um em sua casa, de pijamas, pantufas e com um óculos de realidade virtual.
Esperemos os próximos capítulos.

Fontes
A República - Platão
A CAVERNA DE PLATÃO E AS ILUSÕES DA INTERNET | Insight BP – Brasil Paralelo
https://incandescente.com.br/blog/redes-sociais-mais-usadas/
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/comunicacao/redes-sociais-ao-mito-da-caverna
https://www.holoride.com/en
https://blog.toroinvestimentos.com.br/cripto/bitcoin-blockchain-o-que-e?
utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=13987880586&utm_content=&utm_
term=
https://revistacapitaleconomico.com.br/metaverso-e-economia-global-qual-a-relacao-desses-
dois/

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