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“Reaction to Snakes in Wild Moor Macaques

(Macaca maura).”

Clara Hernández Tienda

Víctor Beltrán Francés

Bonaventura Majolo

Teresa Romero

Risma Illa Maulany

Putu Oka Ngakan

Federica Amici

Received: 18 September 2020

Accepted: 31 May 2021

Published online: 13 July 2021

International Journal of Primatology (2021) 42:528–532

Leonardo da Cruz Jesus

Artigo nº1
O artigo em apreciação neste trabalho, “Reaction to Snakes in Wild
Moor Macaques (Macaca maura)”, da autoria de Clara Hernández Tienda,
Víctor Beltrán Francés, Bonaventura Majolo, Teresa Romero, Risma Illa
Maulany, Putu Oka Ngakan e Federica Amici foi publicado no dia 13 de
julho de 2021 no International Journal of Primatology- um fórum
multidisciplinar dedicado à divulgação da investigação sobre primatologia.

Clara Hernández, investigadora na Universidade de Barcelona;


Víctor Beltrán Francés, mestrado em Primatologia, na Universidade de
Girona; Bonaventura Majolo, doutorado e professor de Evolução Social na
Universidade de Lincoln; Teresa Romero, professora na Universidade de
Lincoln (Reino Unido), no departamento de Ciências da Vida; Risma
Maulany, professor de Silvicultura na Universidade de Hasanuddin; Tienda
Putu Oka Ngakan, professor de Silvicultura na Universidade de
Hasanuddin e doutorado em Ciências Bioambientais na Universidade de
Kagoshima; Federica Amici, líder do projeto de pesquisa sobre a seleção de
parentesco de primatas, na Universidade de Leipzig e doutorada em
Cognição Comportamental na Universidade John Moores em Liverpool,
apresentam, neste artigo, a reação da espécie Macaca maura, do género
Macaca e da família Cercopithecidae, ao contacto com diversas espécies de
cobras e também a modelos falsos de cobras.

O objetivo principal da investigação foi perceber os diferentes


comportamentos da espécie Macaca maura quando se deparava com uma
determinada espécie de cobra. Deste modo, os autores dão-nos uma
pequena contextualização sobre como a predação das cobras pode ser uma
força evolutiva importante para os primatas e, depois, sobre alguns
comportamentos que estes podem ter quando detetam uma cobra, como por
exemplo, chamadas de alarme ou mobbing.

De um modo mais pormenorizado, os autores testaram dois cenários:


quais os macacos-mouros que fizeram diferentes abordagens quando
detetavam uma cobra perigosa e uma cobra inofensiva e como é que estes
reagiram ao detetar uma espécie de cobras que não viviam no mesmo local
que eles. Foi estudado um grupo com cerca de 56 indivíduos da espécie
Macaca maura localizados numa área florestal perto da aldeia de Bengo
em Sulawesi, na Indonésia. A investigação durou desde janeiro de 2019 até
março de 2020.

Primeiro, foi monitorizado o comportamento dos primatas quando estes se


encontravam com cobras reais. Foram identificadas as espécies e anotaram
os macacos-mouros que: produziam as chamadas de alarme, a reação a
essas mesmas chamadas de alarme por membros de outros grupos, os que
observavam as características da/s cobra/s, os que a/as rodeavam e, por fim,
aqueles que a/as evitavam completamente. Também foi anotada a distância
mínima entre os macacos-mouros e as cobras.

Seguidamente, os investigadores fizeram experiências com 6 modelos de


cobras. Os 6 modelos estavam categorizados de três formas: as locais e
perigosas, as locais e inofensivas e as que não coabitavam no mesmo
ambiente que os macacos-mouros, mas perigosas. Os modelos foram
colocados em lugares estratégicos para serem detetados pelos primatas.
Foram registados apenas três encontros com cobras reais (todas perigosas)
e oito com cobras modelo.

Os resultados foram interessantes, visto que em nenhum dos momentos


registados os macacos-mouros fugiram. Apesar disso, quando detetaram
uma pitão real, produziram uma chamada de alarme, à qual o resto do
grupo reagiu aproximando-se cuidadosamente. Também foi registado a
exploração feita às cobras, principalmente olfativa e visual. A distância
entre cobras e primatas variou, mas não de uma forma padrão.

Com este artigo, conseguimos perceber as formas de defesa do macaco-


mouro quando se apercebem que um predador como a cobra está por perto.
Também foi interessante perceber que as chamadas de alarme ocorreram só
nos encontros com pitões, mas não com outras espécies locais e venenosas
“(Alarm calls occurred only during python encounters, as in other members
of the Macaca genus. Other local and highly venomous snakes (Bornean
keeled green pit viper and king cobra, Ophiophagus hannah) elicited no
alarm calls, …)” (Ramakrishnan et al., 2005).

Esta é uma espécie não muito agressiva e, portanto também se percebe o


facto de não terem entrado em confrontos violentos com as cobras.
Concluindo, o conteúdo desta investigação é importantíssimo e também
muito interessante, visto que assim se percebe a reação destes primatas em
situações de possível perigo e, por outro lado, como é que a predação por
parte das cobras pode ser também uma força evolutiva para estes primatas.

Webgrafia
ResearchGate | Find and share research

(orcid.org)

Moor macaque - Wikipedia

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