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DISCIPLINA DE BACTERIOLOGIA E

MICOLOGIA

DERMATÓFITOS

26 de fevereiro de 2023 01
INTRODUÇÃO

Infecções superficiais
Evolução subaguda ou crônica
Facil transmissão intra-espécie e inter-espécie
Possuem atividade queratinolítica

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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INTRODUÇÃO
São grupos de fungos diferenciados que infectam a pele, os
cabelos ou pelos) e as unhas dos seres humanos e animais.
Coloquialmente podem ser conhecidos como "Tinhas“
Reprodução assexuada – conídios
- Macroconídios – vagem 100 micrometros de
comprimento e multicelulares
- Microconídios – esferas ou bastonetes unicelulares
menor que 4 micrometros de tamanho.

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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INTRODUÇÃO São divididos em três grupos principais:
Microsporum sp., Trichophyton sp., Epidermophyton sp.
(humanos)

• Zoofílicos – pref. por


animais;
• Antropofílicos – pref. por
humanos;
• Geofílico – pref. por
substrato do solo

E-disciplinas USP/ Prof. Dr. Paulo Coelho

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Microsporum sp
Pouca produção de macroconídios e raros
microconídeos.

Macroconídios**: pluricelulares, têm paredes


espessas e apresentam uma parede celular
grossa, equinulada ou verrucosa.

Microconidios: são pequenos, hialinos e em forma


elíptica ou de gota e prendem-se diretamente às
laterais das hifas.

Microsporum canis. Preparação obtida de cultura em ágar Sabouraud-dextrose corada com


lactofenol azul algodão. Observam-se macroconídios fusiformes, 400×. 4
Trichophyton sp
Produção de microconídios e poucos ou nenhum
macroconídios.
Macroconídios - possuem paredes finas e lisas.
Microconídios são importantes para a
identificação no nível de espécie.
Produzem - pigmento, atividade de urease,
capacidade de penetrar nos pelos.
Padrões de crescimento diferenciados nos meios
de cultura com e sem tiamina e niacina também
são usados para concluir a identificação de
espécies.
Trichophyton verrucosum. Preparação obtida de cultura em ágar Sabouraud-dextrose, em
37°C, corada com lactofenol azul algodão. Macroconídios, 400×. 3
Epidermophyton sp.

- Macroconídios claviformes, com paredes lisas


e duas a quatro células que se originam
separadamente das hifas ou, mais comumente,
em grupos de dois ou três.
- A ausência dos microconídios é essencial à
identificação desse gênero.

E-disciplinas USP/Prof. Nilce Rossi


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Características
Resistência

Sensíveis aos desinfetantescomuns – cresol, iodo ou


cloro
Sobrevivem no ambiente por muito tempo

Possuem alta variabilidade

Reservatório

Podem ser geofílicos, zoofílicos e antrofílicos

E-disciplinas USP/Prof. Nilce Rossi/ Microsporum canis

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Epidemioloia

Dermatófito – Antropofílicas de interesse Principais características


veterinário

Causam doenças zononóticas da pele entre animais


e humanos ou humanos e animais

Trichophyton interdigitale
Linhagens antropofílicas e zoofílicas

E-disciplinas USP/ Prof. Dr. Paulo Coelho

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Epidemioloia Podem ser geofílicos, zoofílicos e antrofílicos

Dermatófito – zoofílicas Principais características

Principais hospedeiros são animais domésticos;


Arthroderma benhamiae Zoonose

Zoonose
Microsporum canis

Infecção em equinos, mas pode acometer


Tricophton equinum outros animais e humanos

Infecção em bovinos, mas podem infectar


Trichophyton verrucosum outros animais

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Epidemioloia Podem ser geofílicos, zoofílicos e antrofílicos

Dermatófito – geofílica Principais características

Raramente causa infecção em humanos e animais


Microsporum gypseum Solo contem elevado número de esporos

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Epidemioloia Podem ser geofílicos, zoofílicos e antrofílicos

Espécie de dermatófitos Hospedeiros animais suscetíveis Seres humanos suscetíveis


Micrsporum canis Gatos, cães (equinos, ovinos, bovinos, +
suínos e outros)
M gallinae Aves domésticas (gatos, cães) +
M. Gypseum Cães, equinos (bovino, suínos e outros +
M. Nanum Suínos +
Trichopyton equinum Equinos (cães) +
T. mentagrophytes Cães (equinos, bovinos, ovinos, gatos, +
suínos e outros)
T. verrucosum Bovinos (gatos, cães, ovinos, equinos e +
outros)
T. simii Macacos, aves domésticas +
() = Hospedeiro incomum
Tabela adaptada de MCVEY, S.; KENNEDY, M.; CHENGAPPA, M. Microbiologia Veterinária, 3ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016.
9788527728263. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728263/. Acesso em: 16 Aug 2022

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Patogênese
Enzimas proteolíticas – elastase,
Mecanismo Artroconídio – hifas que se fragamentam
colagenase e queratinase
Hidrolisam queratina – metabólitos
Virulência – doença inflamatória grave
utilizados pelo fungo
Estruturas de adesão – ligam a
Essa interação ocorre após 3 a 4 horas de
resíduos de manose e galactose
contato
pH do hospedeiro

Calor e úmidade favorecem a


proliferação do microrganismo Resposta immune pouco conhecida –
Crescimento centrifugo – lesões humoral e celular
circulares típicos – 3 semanas após Hipersensibilidade do tipo tardio
exposição Imunidade transitória

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Patogênese

A invasão de pelos - inicia-se com a


germinação de um esporo próximo a um
orifício folicular.
Filamentos de hifas crescem nos folículos
pilosos -> os pelos em crescimento próximos
às células vivas das raízes.
Ectotrix - padrão de acúmulo de artroconídios
na parte externa da bainha dos pelos
Endotrix - enquanto o acúmulo de
artroconídos na parte interna da bainha dos
pelo

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Patogênese-ciclo patogênico

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Patogênese

MCVEY, S.; KENNEDY, M.; CHENGAPPA, M. Microbiologia Veterinária, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. 9788527728263.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728263/. Acesso em: 16 Aug 2022

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Patogênese

MCVEY, S.; KENNEDY, M.; CHENGAPPA, M. Microbiologia Veterinária, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. 9788527728263.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728263/. Acesso em: 16 Aug 2022

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MCVEY, S.; KENNEDY, M.; CHENGAPPA, M. Microbiologia Veterinária, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. 9788527728263.

Patogênese
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728263/. Acesso em: 16 Aug 2022

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Macedo CM, Silva WC, Camargo Junior RNC. Dermatofitose em cães e gatos: aspectos clínicos, diagnóstico e

Sinais
tratamento. Vet. e Zootec. 2021 nov.; v28: 001-013.

Clínicos
passa para
pessoas

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S i l v e i r a E . S . , N o b r e M . O. , S o u z a L . L . , Fa r i a R . O . , C l e f f M . B . & M e i r e l e s M . C . A . 2 0 0 3 .
Tr i c h o p h y ton verrucosum e m b o v i n o s c o m p e l e h í g i d a e c o m l e s õ e s . A c t a S c i e n t i a e V e t e r i

Sinais Clínicos nariae.31:45-49.

bovino nelore b

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Macedo CM, Silva WC, Camargo Junior RNC. Dermatofitose em cães e gatos: aspectos clínicos, diagnóstico e

Diagnóstico
tratamento. Vet. e Zootec. 2021 nov.; v28: 001-013.

Exame direto – Lampada de Wood Técnicas moleculares

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Diagnóstico
Exame microscópico – raspado de pele e pelo são examinados na busca por hifas e artroconídio

VetinLab Banhada com


Dr. Simoni Rocha hidróxido de potássio
a 10 a 20%

Lamínula

Aquecida

nanquim, lactofenol
azul algodão,
dimetilsulfóxido e
calcioflúor branco

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Características de crescimento
Meio tradicional
Ágar Sabouraud-dextrose 2%, 1% de peptone e 4%
dextrose, acidez pH 5,6 (!)
Temperatura ideal – 25ºC a 30ºC
Dias a semanas de incubação
São aeróbios não fermentadores
Suplemento
Seletividade – adição de ciclo-heximida (500 µg/ml)
(fungos saprófitos), e de gentamicina e tetraciclina
(100 µg/ml de cada um) ou cloranfenicol (50 µg/ml)
(bactérias)
Fluorescência in loco
Lâmpada de Wood – Fluorescência
E-disciplinas USP/Prof. Nilce Rossi/ Microsporum canis

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Características de
crescimento

E-disciplinas USP/Prof. Nilce Rossi/ Microsporum canis

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Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Microsporum canis
Crescimento rápido de 3 a 5 dias
Inicialmente são brancas e sedosas e posteriormente
produzem pigmentos amarelo-limão nas suas bordas
periféricas
Microscópio: Macroconídeos e microconídeos.
Formação de macroconídios pluricelulares fusiformes
Ectotrix

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182. 2
Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Microsporum gypseum
Crescimento rápido de 3 a 5 dias
Colônias planas, inicialmente brancas mas a
medida que amadurecem tornam castanho-claras a
castanho avermelhado.
Superfície açucarada a medida que os conídeos
são produzidos
Microscópio: Macroconídeos são mais numerosos,
menos fusiformes e mais arredondado

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182. 2
Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Trichophyton mentagrophytes (zoofílico)


Crescimento rápido de 3 a 5 dias
Colônias cotonosas ou granulosas
Cotonosas – inicialmente brancas, mas tornam-se cremosas a castanhas à medida que
amadurecem, no centro possuem elevações de hifas (“teias de aranha”)
A periferia e o inverso da colônia podem ser rosados a castanho
Granulosas – planas dispersivas. Inicialmente branco a amarelo desbotado, mas
podem tornar castanhas a marrons
Variação de pigmentação entre as espécies
Microscópio: Microconídeos formam estruturas semelhante a cachos de uva. Os
macroconídeos quando presentes possuem a forma de charuto, com paredes lisas finas.
Urease positive
Endotrix

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Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Trichophyton mentagrophytes (zoofílico)

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182. 2
Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Trichophyton Verrucosum (zoofílico)


Infecção em gado
Crescimento lento – 07 a 14 dias
Necessário a presença de tiamina e inositol
Colônias pequenas, cirulares, planas e lisas, progredindo para felpudas e
brancas a amarelo-claras
Microscópio: hifas em formato de chifres. Macroconídeos são raros mas bem
definidos – pluricelulares, paredes finas e lisas. Microconídeos são pequenos,
piriformes e originam nas laterais das hifas

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182. 2
Diagnóstico
Cultura– raspado de pele são cultivados

Trichophyton Verrucosum (zoofílico)

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Diagnóstico
Tricografia

Coletado amostra de pelo por avulsão -> áreas com fluorescência positive ->
embeber em KOH 10 -20% -> deixar por um período ou aquecer por 10 a 30
min - > observer em microscópico
Podendo ser ectotriquia, endotriquia e ectoendotriquia

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Tratamento

Terapia tópica

Tossa dos pelos – 6 cm da região afetada


Limpeza do ambiente q vivem
Banhos com fungicidas - enilconazol, cetoconazol, clorexidine, miconazol ou a combinação
de clorexidine e miconazole – 2 a 3 vezes por semana + terapia sistêmica

*Pomadas, cremes, loções e etc

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Tratamento
Terapia sistêmica

Itraconazol**, griseofulvina e terbinafine

40-70 dias – podendo ser prolongada

Cetoconazol – alterações hepaticas, êmese e diarreia (Felinos)


Griseofulvina – não indicada para filhotes menores de 6 Semanas e fêmeas prenhez
(teratogênico). Possui efeitos adversos

Procop et al. Koneman Diagnóstico Microbiológico, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 9788527733182.
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Questões

2
Questões

2
Questões

1.O que são dermatófitos e que tecido eles infectam?


2.Qual é a classificação dos dermatófitos segundo seu habitat
primário? Qual o significado biológico desta classificação?
3.O que é tinea ou dermatofitose?
4.Quais os possíveis modelos de infecção para estudar
dermatofitose?
5.Qual a relação entre o pH da pele e a infeção por
dermatófitos?

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Leitura em casa: Capítulo 56 livro Doenças infecciosas em Cães e
Gatos (Greene)
Capítulo 83 livro Doenças infecciosas em animais
de produção e companhia

luvas, jalecos e sapatos fechados


limpar,escrever na lamina, coleta

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