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SEDiC - CURSO DE PREPARAÇÃO DE DIRIGENTES E ESCLARECEDORES DE GRUPOS MEDIÚNICOS 7

dizer-lhe que, infelizmente, terá de deixar o Grupo por não se estar adaptando às
condições exigidas pelo trabalho.
O Grupo será a soma d o s seus componentes, disporá das forças de cada u m e
terá c o m o pontos fracos as deficiências de cada participante.
Os encarnados compõem a parte visível; o s desencarnados, a parte mais c o m -
plexa, delicada, extensa e crítica.
Os componentes encarnados já fazem bastante quando não atrapalham, não
perturbam e não interferem negativamente. Porém, ajudam de maneira decisiva,
quando se portam c o m dignidade e em perfeita harmonia c o m o grupo (humano e
espiritual). Um só membro que desafine dessa psicosfera de harmonia poderá
transformar-se em brecha por onde Espíritos desajustados podem introduzir sutil-
mente fatores de perturbação e eventual desintegração d o Grupo.
Há casos também, em que fatores externos ao Grupo, mas inerentes à Casa
Espírita, poderão perturbar o u interferir negativamente, c o m o no caso de proble-
mas obsessivos em membros da Diretoria.
Depois de definida a finalidade d o Grupo Mediúnico e antes de iniciar a traba-
lhar c o m a parte prática (intercâmbio), deverá fazer u m estudo prévio (preparação
o u revisão) d o s assuntos mais relevantes. Inicialmente, somente deverá haver es-
t u d o . Depois, estudo e sessão mediúnica, distribuindo-se o tempo conforme a sua
disponibilidade e as necessidades operacionais.

ESTABILIDADE DO GRUPO MEDIÚNICO


• não depende da localização física ou geográfíca, nem de dias ou horários;
• requer equilíbrio psíquico e emocional;
• renúncia, paciência e resignação ante as provas; pois, mediunidade a serviço do bem comum
é sacrificar-se cada dia um pouquinho;
• abnegação, disciplina, assiduidade, pontualidade, continência sexual e moderação na
alimentação;
• harmonia e cordialidade real entre os membros;
• confiança ( f é ) n o Plano E s p i r i t u a l s u p e r i o r ;
• conduta moral diária (24 horas por dia e 7 dias da semana);
• conversação digna e construtiva em qualquer lugar, evitando fofocas e maledicências.

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE FÍSICO


V ^ realizar c o m antecipação;
^ verificar mesas, cadeiras, ventiladores, condicionadores de ar;
^ livros para leitura, lápis, caneta, papel;
^ água para fluidificação (temperatura ambiente ou não);
^ aparelho de gravação, quando for o caso (obs.: gravar a data da sessão);
^ luz índireta de cor - a luz branca é prejudicial para certos fenómenos mediúnicos (fazer luz
apenas suficiente para se distinguir o ambiente, as pessoas e os objetos).

RENOVAÇÃO DO GRUPO MEDIÚNICO


Os t r a b a l h o s mediúnicos d e v e m s e r r e a l i z a d o s e m g r u p o s p r i v a d o s , m a s
não herméticos, inacessíveis o u inabordáveis. Deve h a v e r espaço p a r a a r e -
novação e m pessoal e e m métodos o u p r o c e d i m e n t o s técnicos, i n e r e n t e s à
própria dinâmica d e u m g r u p o a t i v o , p o r r e p r e s e n t a r u m o r g a n i s m o v i v o s u -
j e i t o a c o n s t a n t e s transformações. L i s t a m - s e a b a i x o a l g u m a s característi-
cas e d i r e t r i z e s q u e nortearão o d i r i g e n t e nessa c o n d u t a :
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O d i s c i p l i n a e coesão do grupo d e v e m s e r m a n t i d a s s e r e n a m e n t e e c o m
firmeza;
O enfatizar que a d i s c i p l i n a deve s e r c o n s c i e n t e ;
O s e alguém destoar, a ponto de introduzir u m fator de perturbação, deve
ser afastado (temporária ou definitivamente, s e for o caso);
O é preciso dispensar o(a) companheiro(a) que traga para dentro da equi-
pe o fermento da dissidência, da discórdia, da inquietação, da i n d i s c i -
plina, que pode provocar até a desagregação da equipe;
O saídas n o r m a i s do grupo: por transferências, óbitos, doenças, m u d a n -
ças n o emprego, abandono da atividade espírita, e t c ;
O ouvir c o m atenção a s recomendações e sugestões dos dirigentes e s p i r i -
tuais, c o m espírito crítico c o n s t r u t i v o ; não devemos acreditar, p a s s i v a
e s i m p l e s m e n t e , e m tudo o que os Espíritos d i z e m o u r e c o m e n d a m ;
O c o r r e ç õ e s e reajustes no método de ação, c o m u m e n t e necessárias à m e -
dida que o grupo c r e s c e e se i n s t r u i .

ADMISSÃO D E NOVOS COMPONENTES NO GRUPO


exame criterioso, franco e leal das qualificações e intenções dos candidatos;
a decisão, quanto à aceitação ou não do novo membro, é do dirigente, porém ele
poderá pedir auxílio, aos mentores espirituais (se houver médium psicógrafo habili-
tado - em outros tempos, chamado "receitista");
o dirigente poderá, também, se julgar conveniente, consultar aos demais
componentes do grupo;
observar o número máximo de integrantes ou criar nova equipe se houver necessi-
dade e possibilidades técnicas (dirigente, local, etc), dependendo da dinâmica utili-
zada (tradicional ou manifestações simultâneas múltiplas);
não aceitar imposições dos candidatos;
não aceitar seleção baseada em perturbação mediúnica, mas acolher a todos com
fraternidade, realizando o devido tratamento espiritual e iniciação ao conhecimento
espírita.

IV - A SESSÃO MEDIÚNICA - REALIZAÇÃO


ESQUEMA PARA DESENVOLVIMENTO DA REUNIÃO
• leitura inicial, d e p r e f e r ê n c i a c o m t e m a e s c o l h i d o , p r e v i a m e n t e ;
• prece: 1 a 2 minutos;
• estudo sistematizado previamente programado;
9 i n t e r c â m b i o m e d i ú n i c o ( 6 0 a 70 m i n u t o s ) ;
• m a n t e r , no t r a n s c o r r e r d a r e u n i ã o , a s e r i e d a d e e o b j e t i v i d a d e q u e
d e v e m c a r a c t e r i z á - l a ( L M - 1. 3 2 7 ) ;
9 v i g i l â n c i a para n ã o cair n a s a r m a d i l h a s d o s Espíritos e n g a n a d o r e s ,
hipócritas, o r g u l h o s o s e p s e u d o - s á b i o s ( E V - c a p . X X I , i. 6 a 8 ) ;
• p r e c e final e irradiações;
• c o m e n t á r i o s finais e e x a m e d e m e n s a g e n s (se for o c a s o ) ;
^ e n c e r r a m e n t o e d e s p e d i d a f r a t e r n a entre t o d o s os m e m b r o s .
Os trabalhos dos componentes de um grupo mediúnico não termi-
n a m c o m o e n c e r r a m e n t o d a s e s s ã o . O s Espíritos o b s e s s o r e s o u
antagonistas podem seguir-nos e m nossas atividades normais para:
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^ testar nossa boa-vontade;


^ avaliar a n o s s a s i n c e r i d a d e ;
^ v e r i f i c a r o c o m p o r t a m e n t o de cada u m ( p r i n c i p a l m e n t e dos médiuns, d i r i -
gentes e dialogadores);
^ e n v o l v e r - n o s c o m s e u s artifícios e v e r s e o f e r e c e m o s b r e c h a s c a u -
s a d a s p o r : i m p u l s o s d e c ó l e r a , d e m a l e d i c ê n c i a , d e intolerância, d e
invigilância, d e d e s e q u i l í b r i o , etc;
^ nos cobrar numa próxima reunião.
D u r a n t e a s e m a n a , t o d a s a s noites, d u r a n t e o d e s p r e n d i m e n t o n o
s o n o , o m é d i u m pode s e r c o n v o c a d o para auxiliar e m t a r e f a s d e e s c l a -
recimento e de socorro, integrando equipes dos benfeitores espiritu-
ais, o u participar d e p a l e s t r a s e r e u n i õ e s d e e s t u d o , c o l o c a n d o - s e ,
p a r a isso, c o n s c i e n t e m e n t e , à d i s p o s i ç ã o d a s e n t i d a d e s b e n f e i t o r a s .

REUNIÕES ESPÍRITAS - Orientação de Allan Kardec


... toda reunião espírita, para ser proveitosa, deve, como primeira condição, ser séria
e recolhida; que tudo deve se passar nela respeitosamente, religiosamente e com digni-
dade, se se quer obter o concurso habitual dos bons Espíritos. É preciso não esquecer
que, se esses mesmos Espíritos aí se fizessem presentes quando vivos, ter-se-ia por eles
considerações às quais têm ainda mais direito depois da sua morte.
(Resumo da Lei dos Fenómenos Espíritas, i. 41)

MEDIUNIDADE - Considerações:
O não é marca de grandeza espiritual;
O pode ser indício de renitentes imperfeições;
O é uma faculdade, uma capacidade, concedida pelos poderes que nos assistem;
O é u m ónus, u m risco, u m instrumento com o qual o médium pode trabalhar, se-
mear e plantar, para colher mais tarde, ou ferir-se mais uma vez com a má u t i l i -
zação dos talentos;
O 6 um recurso para que o médium possa apressar ou abreviar o resgate de suas
faltas do passado;
O não faz d o médium um ser privilegiado;
O quanto mais ampla e variada, mais exposto ficará o médium ao assédio dos Espíri-
tos que se opõem ao seu esforço evolutivo;
O raramente ela eclode espontânea e fulminante, pronta e afinada; isso só ocorre
excepcionalmente;
O o comum é o desabrochar lento da mediunidade, algumas vezes penoso, a exigir
estudo, dedicação e renúncias bastante sérias;
O muitas mediunídades ficam inacabadas, toscas e primitivas, como obras que o
artista não teve suficiente dedicação e tenacidade para concluir;
O o génio é dez porcento inspiração e noventa porcento "transpiração".

As casas espíritas devem incentivar a prática mediúnica, pois a mediu-


nidade é para o Espiritismo o que o sangue é para o corpo humano. Portan-
to, a mediunidade é o "sangue" (vitalidade) do Espiritismo, mantendo-o
vivo e atualizado.
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MÉDIUNS - Considerações:
M são meios, intermediários;
M seres imperfeitos, que fracassaram em passadas existências, constituindo a me-
diunidade oportunidade de trabalho e resgate;
M quanto mais faculdades (dons), mais janelas abertas para o assédio dos Espíritos
inferiores, mais compromissos a cumprir;
Z> u m ser em liberdade condicional, a quem cabe provar que já sabe fazer uso da l i -
berdade;
W deve estar atento, vigilante, ligado a u m bom grupo de trabalho ("feixe de varas");
W deve compulsar livros doutrinários de confíança;
^ deve observar suas próprias faculdades, corrigindo, melhorando, eliminando,
acrescentando, modificando;
por possuir antenas psíquicas, só por Isso, não estará à mercê dos Espíritos desvaira-
dos das sombras, a não ser que ele deixe cair as guardas (vigilância), pois, para con-
trabalançar, estará sempre com a proteção carinhosa de seus mentores espirituais;
M não se t o r n a r "vedete", ou seja, evitar o exibicionismo e o destaque indevido;
^ aquele que não tiver mediunidade ostensiva pode deixar-se envolver pela frustra-
ção, se não tiver condições de "receber" Espíritos, psicografar ou ouvir os desen-
carnados. Se não tiver faculdades ostensivas poderá se t o r n a r u m b o m esclarece-
dor/dialogador.

É ACONSELHÁVEL AOS MÉDIUNS:


o desenvolvimento da autocrítica;
a aceitação dos próprios erros (imperfeições), em trabalho mediúnico, para que
se lhes apure a capacidade de transmissão;
o reconhecimento de que eles são responsáveis pelas comunicações que transmi-
tem;
a abstenção de melindres ante a apontamentos dos esclarecedores ou dos compa-
nheiros, a fim de se melhorarem em serviço;
a abstenção de aceitar compromissos, acima das possibilidades, em vários grupos
ou sociedades;
• i ^ - o domínio completo de si próprios, para aceitarem ou não a influência dos Espíri-
tos, inclusive r e p r i m i r todas as palavras obscenas ou injuriosas que algum Espíri-
to queira pronunciar;
controlar as manifestações mediúnicas, r e p r i m i n d o respiração ofegante, gemi-
dos, gritos, contorções, batimentos de mãos e pés ou outros gestos violentos;
desenvolver o discernimento natural da qualidade dos Espíritos que se aproxi-
mam ou se comunicam;
o uso de vestuário adequado (não confundir com uniformes ou roupas especiais);
a defesa ou vigilância permanente contra elogios e bajulações, conquanto saibam
agradecer o estímulo e a amizade dos companheiros;
• • ^ manter o ânimo e o interesse pela melhoria dos próprios sentimentos e o aprimo-
ramento permanente da cultura espírita e geral.
saber que cada médium possui "FICHAS ESPIRITUAIS" no Plano Espiritual que os
mentores consultam ao encaminhar os Espíritos para as reuniões mediúnicas;
mesmo premidos por extensas dificuldades, colocar o exercício da mediunidade
acima dos eventos efémeros e limitados que acontecem constantemente nos pa-
noramas sociais e religiosos da Terra. A mediunidade é um talento que não pode
|. ser enterrado no solo do comodismo.

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