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Informações
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Propriedades
Código: PR-EPIDEM-0003
Versão: 11
Categoria: Protocolo - Epidemiologia
Revisor: Lediane Melo da Silva
Verificador: Juliana Torres
Aprovador: Juliana Torres
Elaborador: Juliana Gonçalves Leandro
Distribuidores: Administrador Documentos
Avaliador
Tina Urushima Higuchi
Adriana Ferreira Pires
Ana Carolina Coelho Duarte
Ivana Salles Cuba
Juliana Torres
Lediane Melo da Silva
Validade: 21/06/2022
Vigência: 21/06/2021
Estrutura: Apoio / Epidemiologia
Tipo: DOCX/PDF
Data Versão: 21/06/2021
Data Edição: 18/06/2021
Data Criação: 27/07/2011
Acessos: 4
Forma: REPOSITÓRIO
Status: Disponível
Anexos:
Publicação
Ação Responsável Data Limite Data Ação
Verificação Juliana Torres 18/06/2021 21/06/2021
Aprovação Juliana Torres 08/07/2021 21/06/2021
SUMÁRIO
1. SEPSE DEFINIÇÕES........................................................................................................................2
Sepse: definições
Operacionalmente, a sepse é definida pela presença de uma infecção associada a uma disfunção
orgânica nova, que é determinada pelo aumento maior ou igual a 2 pontos do escore total do SOFA basal
do paciente (Sequential Organ Failure Assessment);
Para o diagnóstico de choque séptico, utiliza-se como critério a presença de hipotensão arterial
com necessidade de vasopressor para manter a pressão arterial média maior ou igual a 65 mmHg e
lactato sérico acima de 18 mg/dl, após ressuscitação volêmica adequada
É uma das principais preocupações de saúde pública nos Estados Unidos com um custo anual
acima de 20 bilhões de dólares no início desta década.
Hoje vemos que a incidência de sepse e os custos tendem a aumentar, principalmente pela
evolução científica e tecnológica, que levam, direta e indiretamente, ao envelhecimento populacional.
Além disso, sabe-se também que muitos pacientes que sobrevivem à sepse têm recuperação física,
psicológica e cognitivas a longo prazo, com significativas implicações à saúde pública, à saúde
suplementar e à sociedade, principalmente aqueles pacientes que sobrevivem ao choque séptico.
Em virtude da alta mortalidade desta síndrome, em 2001 com o apoio de importantes entidades
médicas e científicas foi criado um novo consenso, difundido mundialmente, com o intuito de facilitar o
reconhecimento e instituir metas terapêuticas para a sepse, visando reduzir sua morbimortalidade. Deste
encontro surgiu a conhecida, pelo menos para os intensivistas, Surviving Sepsis Campaign, que tinha
como meta salvar 5 milhões das vidas de pessoas vitimadas pela sepse. Apesar do objetivo não ter sido
alcançado em sua plenitude, os resultados foram animadores.
Deste consenso saiu a definição e classificação de sepse, utilizando, para isto, os critérios de
SIRS. De acordo com a gravidade a sepse foi classificada em sepse, sepse grave e choque séptico,
sequência progressiva de gravidade e, portanto, de morbimortalidade. Teve sua importância, melhorando
o atendimento à sepse, mas algumas mudanças eram necessárias.
Atualmente o algoritmo abaixo mostra os critérios de SIRS, que pode ter causa infecciosa e não
infecciosa (p.ex.: trauma múltiplo, grandes queimados), onde sepse é definida como suspeita ou
comprovação de infecção e presença de 2 ou mais critérios de SIRS, levando uma disfunção orgânica,
caracterizada por infecção + maior ou igual a 2 pontos do escore total do SOFA ou qSOFA.
Associado a estes fatos, alguns trabalhos científicos demonstraram que os critérios anteriores de
sepse (2001 - 2 ou mais sinais de SRIS associada à infecção) tinham uma sensibilidade inadequada para
detecção de sepse em alguns casos, como o publicado em um artigo científico neozelandês e australiano
que demonstrou que cerca de 15% dos pacientes com sepse, não atingiam pelo menos os 2 critérios de
SIRS. Ou, por outro lado, que muitos pacientes hospitalizados e sem infecção, apresentam dois ou mais
critérios de SRIS e recebiam, por exemplo, antibioticoterapia sem necessidade.
Deste modo, reforçando, a sepse passou a ser definida como uma síndrome que leva à disfunção
orgânica, causada por uma desregulada, desproporcional resposta imunológica e não imunológica do
paciente frente à infecção, que caso não tratada precocemente, pode levar ao choque séptico, à disfunção
de múltiplos órgãos e sistemas e ao óbito do paciente.
Diante disto a disfunção orgânica na sepse passou a ser representada pelo aumento de 2 pontos
ou mais no escore de SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) em relação ao valor basal ou anterior.
O choque séptico passa a ser definido como um quadro de sepse na qual há importantes alterações
circulatórias, celulares e metabólica. Estes pacientes podem ser identificados como sendo aqueles que
necessitam de vasopressor para manter pressão arterial média (PAM) maior ou igual a 65mmHg e nível
de lactato sérico maior ou igual a 2mmol/L ou 18mg/dl, na ausência de hipovolemia.
O escore SOFA é utilizado e avaliado diariamente dentro das unidades de terapia intensiva como
parâmetro para avaliar resposta ao tratamento instituído e detectar alterações que possam indicar
necessidade de investigar novo evento e/ou mudança de rumo no tratamento. Esta ferramenta não é
muito conhecida fora da área de terapia intensiva e cuja aplicação também não é de fácil execução, de
modo que se criou uma ferramenta de mais fácil aplicação, o quick SOFA (qSOFA), que pode ser aplicado
a beira leito e por qualquer especialista, principalmente os emergencistas, hospitalistas e anestesistas,
que são os outros profissionais que mais se deparam com pacientes em sepse. São 3 critérios, cada um
conta um ponto no escore, portanto corresponde 0 a 3 e tendo uma pontuação igual ou maior a 2, estes
pacientes com suspeita de infecção teriam uma evolução típica de sepse.
Vide abaixo os critérios que determinam o escore de SOFA e qSOFA, nas tabelas 1 e 2.
SOFA: Tem pontuação de 0-24 e quanto maior a pontuação pior o grau de disfunção e pior o prognóstico.
De cada parâmetro avaliado a pontuação vai de 0-4
Outra mudança ocorre na classificação da sepse, passando a não existir mais a entidade sepse
grave e passamos a ter apenas sepse e choque séptico.
Este novo consenso foi publicado em importante revista científica com o título de The Third
International Consensus Definitions for Sepsis e Septic Shock (Sepsis – 3), com o intuito de melhorar o
reconhecimento e otimizar o tratamento da sepse, visando reduzir morbimortalidade e os custos sociais e
para a saúde pública.
- Pacote de 1 Hora: Para pacientes com infecção (ou suspeita de) clinicamente relevante que apresentem
escore qSOFA positivo (qSOFA > ou = 2).
Estas metas devem ser atingidas na primeira hora, a partir do início da suspeita da sepse:
• Coleta de lactato arterial. Nos pacientes sem indicação de coleta de gasometria arterial, coletar
lactato venoso
• Coleta dos outros exames que fazem parte do pacote de sepse: Hemograma completo, Uréia,
Creatinina, eletrólitos, glicemia, TP, TTPA, troponina, bilirrubina total e frações e PCR
• Administrar pelo menos 1L de cristaloide (até 30 mL/kg) para hipotensão (PAS < 90mmHg ou
PAM < 65mmHg ou queda > 40mmHg na PAS) ou ≥ 4 mmol/L ou 36mg/dl de lactato (arterial?)
- Pacote de 6 Horas: Obrigatoriamente para pacientes com lactato sérico maior que 36 mg/dL ou
instabilidade hemodinâmica (PAM abaixo de 65 mmHg) após expansão volêmica inicial.
Estas metas devem ser atingidas em até 6 horas, a partir do início da suspeita da sepse:
- Utilizar parâmetros clínicos, como sinais vitais, tempo de enchimento capilar (> 3 segundos),
presença de livedo e temperatura de extremidades
• Medir novamente o lactato arterial, quando o lactato inicial estiver elevado. Em caso de não
houver indicação de coleta de gasometria arterial, coletar lactato venoso
Se ainda assim não for atingindo estes objetivos, considerar transfusão de concentrado de
hemácias se Ht < 25% e/ou uso de Dobutamina (dose máxima de 20mcg/Kg/min.).
Um marcador hoje muito utilizado pelos grandes centros para monitorar o tratamento da sepse,
ajudar a fechar o diagnóstico de sepse ou choque séptico e até definir a suspensão da antibioticoterapia
é a procalcitonina. A procalcitonina somente se eleva significativamente em infecções bacterianas
sistêmicas, portanto é também utilizada para diferenciar infecção bacteriana de infecção viral.
- Valores de 0,5 – 2,0: São considerados valores bordeline e devem ser repetidos em 12 – 24h para definir
diagnóstico.
O controle inicial do paciente instável baseia-se em variáveis fisiológicas, tais como a pressão
arterial, frequência cardíaco, débito urinário e oxigenação tecidual, sendo que a primeira prioridade, nestes
pacientes, é a estabilização da via aérea e respiração, seguida da restauração da perfusão tecidual, pois
a demanda de oxigênio é aumentada nestes pacientes e alguns deles apresentam importante
desequilíbrio na oxigenação tecidual com estes parâmetros circulatórios ainda normais. A saturação
venosa mista de oxigênio cai quando a DO2 é comprometida, ou então a demanda excede a oferta de
oxigênio, servindo como marcador de aproveitamento tecidual de oxigênio. A implementação de uma
estratégia de reanimação, iniciada precocemente, durante as primeiras 6 horas de admissão baseada na
manipulação da pré-carga, pós-carga e contratilidade miocárdica, com o objetivo de reestabelecer uma
adequada perfusão tecidual, expressada principalmente pela diminuição ou normalização da lactatemia
Miocárdio depressão induzida pela sepse (MDIS) é uma disfunção cardiovascular que ocorre em
até 40% dos pacientes, podendo iniciar-se precocemente, mais evidente entre o 1º e 3º dia, com
recuperação nos sobreviventes entre o 7º e 10º dia, na maioria dos casos. O teste com dobutamina
identifica nos pacientes com resposta positiva um melhor prognóstico. Vem se estudando a injuria
miocárdica através de necropsias evidenciando miocardite intersticial; da dosagem de marcadores de
injuria miocárdica como a troponina I, e quando elevada correlaciona-se com maior necessidade de
drogas vasoativas e maior risco de óbito. O diagnóstico é realizado através do ecocardiograma, associado
à dosagem de enzimas cardíacas e monitoração hemodinâmica invasiva.
Apesar de toda campanha mundial acerca da sepse, a muito o que fazer, principalmente
nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, visto que a mortalidade ainda é muito
significativa. Hoje a mortalidade mundial na sepse está entre 10-15% e no choque séptico 40-
45%.
No Brasil a situação é pior. Dados divulgados pelo ILAS, mostram que em nosso país a
mortalidade é maior e, provavelmente, seria maior ainda, se as notificações ocorressem em todas
as regiões do Brasil.
Esses dados mostram que a mortalidade na sepse no Brasil está em torno de 30% e no
choque séptico em torno de 60%, visto que nos hospitais públicos a mortalidade chega a pouco
mais de 70%
Houve avanços claros, com a redução da mortalidade nestes pacientes nos últimos 20 anos, mas
ela ainda é muito significativa, variando de 28 a 60%, com mortalidade maior no grupo com infecção
pulmonar (mortalidade 56 a 60%). Claramente a mortalidade diminuiu também por admissão precoce na
UTI e início rápido de antibioticoterapia.
Em pacientes com disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS) por sepse a mortalidade no
grupo não oncológico está em torno de 50% e 75% no grupo de pacientes oncológicos, mostrando que a
aplicação adequada do protocolo de sepse, atingindo as metas do pacote de até 6h, tem uma importância,
relativa, até maior nos pacientes oncológicos.
Vale aqui uma menção especial aos pacientes oncológicos neutropênicos (< 500 PMN/ml): em
caso de febre, neutropenia febril, deve-se imediatamente colher hemocultura e cultura de sítios suspeitos
e iniciar antibioticoterapia de largo espectro.
Neste perfil de pacientes a bacteremia é identificada em apenas 15-25% dos pacientes e infecção
com sítio clinicamente documentado em 20-30% dos pacientes e hoje a prevalência é de germes gram
positivo, ao contrário de anos atrás, quando a prevalência era de germes gram negativo. Em pacientes
neutropênicos febris de alto risco, como os portadores de câncer hematológico e os transplantados de
medula óssea, o risco de infecção fúngica invasiva aumenta e dentre os exames solicitados para
Portanto, mãos a obra, porque precisamos melhorar e os esforços devem ser diários, de toda
equipe multiprofissional que está diretamente na assistência (equipes médica, de fisioterapia, de
enfermagem, da assistência farmacêutica, da psicologia, da fonoaudiologia e nutrição) ou não (equipe da
limpeza, do laboratório, do serviço de imagem, das diretorias clínica, técnica e administrativa) e inclusive
de familiares.
Terminologia
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Pronto Socorro
a) Entrada de emergência
c) Triagem de Enfermagem
3) Sala de Observação
a) Solicitado exames
• Enfermeiro: solicita ao auxiliar administrativo ligar no ramal 9733 e informar o nome e o local
que paciente se encontra e avisa que faz parte do Protocolo de Sepse; na impossibilidade de
falar com o técnico de laboratório, a equipe de enfermagem coleta as amostras clínicas e em
seguida o auxiliar administrativo liga no ramal 9282 e informa o nome e o local que paciente se
encontra e avisa que faz parte do Protocolo de Sepse; acompanha o intervalo de tempo entre a
coleta e a liberação dos resultados e, assim que disponíveis, comunica ao médico responsável
pela Sala de Observação Adulto. Quando solicitado RX Tórax, o auxiliar administrativo deve
ligar para o setor informando a urgência do pedido e a necessidade de realização do exame no
leito.
• Equipe de enfermagem: a equipe de enfermagem deve realizar a coleta dos exames
laboratoriais, caso o técnico de laboratório não consiga coletar em até 5 minutos. Solicita ao
técnico de laboratório identificar os tubos com adesivo amarelo. Atenção: coletar as culturas
antes da administração dos antibióticos.
• Técnico de laboratório: coleta a amostra de sangue do paciente, identifica os tubos com
adesivo amarelo, sendo que os resultados dos exames devem estar disponíveis dentro dos
prazos acordados em contrato. Atenção: as culturas precisam ser coletadas antes da
administração dos antibióticos.
b) Prescrição de antibiótico
(PEP) a Escala de Coma de Glasgow, afere e registra os sinais vitais, aciona o Time de
Resposta Rápida (TRR) sendo que:
• nas Unidades de Internação é o Grupo de Apoio ao Paciente Internado (GAPI);
▪ na Unidade de Cuidados Especiais do 6º andar C o intensivista da UTI 3º andar C é quem
faz o atendimento;
▪ nas Unidades de Cuidados Especiais Onco-Hematológicas do S2 e S4 é o intensivista da
UTI 3S quem faz o atendimento.
Após o acionamento, sinaliza no impresso TRR o ícone “Sinais de Sepse” e o resultado do
qSOFA, cola o adesivo circular vermelho na via amarela do TRR e na Prescrição Médica atual,
no canto superior direito, descrevendo o horário de início dos sinais / sintomas. Atenção: o
enfermeiro realiza a avaliação da Escala de Coma de Glasqow, no sistema Prontuário Eletrônico
do Paciente, ao realizar a SAE, na admissão de todos os pacientes (provenientes do PS, eletivo
e UTI).
a) Solicitado exames
• Enfermeiro: solicita ao auxiliar administrativo para que ligue no laboratório no ramal 9282,
informando leito e comunicando que faz parte do Protocolo de Sepse; equipe de enfermagem e
enfermeiro realiza a coleta dos exames laboratoriais solicitados utilizando Kit Sepse-exames
laboratoriais, solicitando após a retirada do material coletado com urgência; acompanha o
intervalo de tempo entre a coleta e a liberação dos resultados e, assim que disponíveis,
encaminha ao médico responsável pelo paciente. Na ausência do auxiliar administrativo, o
enfermeiro providencia o contato com o laboratório e solicita a retirada do material coletado com
urgência.
• Técnico do laboratório: retira a amostra coletada do paciente imediatamente, identifica os
tubos com adesivo amarelo, sendo que os resultados dos exames devem estar disponíveis
dentro dos prazos acordados em contrato; assim que oportuno repõe a caixa de Kit Sepse-
exames laboratoriais. Atenção: as culturas precisam ser coletadas antes da administração dos
antibióticos.
b) Prescrito antibiótico
b) Admitido o paciente
e) Prescrito Antibiótico
• Médico: prescreve o medicamento com a frequência a ser administrada e ajusta o horário a ser
administrado com a descrição “agora”.
• Enfermeiro: verifica os horários gerados pelo sistema e, se necessário, altera para
administração imediata.
• Equipe de enfermagem: solicita o antibiótico na farmácia satélite comunica que faz parte do
Protocolo de Sepse, administra o antibiótico imediatamente.
Centro Cirúrgico
a) Admitido o paciente
• Médico Anestesista: avalia e sinaliza se o paciente deve seguir o fluxo de Sepse na Ficha de
recuperação anestésica no ícone “Protocolo Sepse”.
d) Prescrito Antibiótico
• Seguido todas as etapas anteriores descritas quanto às condutas frente ao paciente com
Sepse e Choque Séptico.
Quanto aos critérios de Alta da RA, antes da Alta do paciente da recuperação Anestésica, os critérios
deverão ser validados pelo enfermeiro e médico anestesiologista:
Caso os pacientes não apresentem os critérios acima, considerando permanência maior do que 2 horas
na sala de Recuperação Anestésica, deverão ser encaminhados para UTI.
Os pacientes que em até 2 horas apresentem os critérios abaixo, deverão ser reavaliados pelo
anestesiologista e liberada a permanência por mais 1 hora na sala de recuperação Anestésica. E, se
após a reavaliação e manejo dos sintomas ainda mantenham o quadro, deverão ser encaminhados a
UTI.
Em sala cirúrgica ou recuperação anestésica, se a cirurgia for infectada ou contaminada e paciente fizer
instabilidade hemodinâmica iniciar protocolo de Sepse. Sempre que cirurgia infectada, independente da
pontuação se há alteração no ítem circulatório iniciar protocolo sepse e transferir para UTI.
Indicadores de Sepse
• Média de permanência
• Taxa de mortalidade
Revisores
Fluxo Assistencial: Serviço de Epidemiologia, Bloco Operatório, Bloco Não Critico, Bloco Crítico, Bloco
Emergencial, Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico e Centro de Distribuição.
Anexos
Para solicitar ativamente exames laboratoriais no sistema informatizado o médico pode utilizar o
descritivo: (PEP - pedido LAB EXAMES SEPSE)
Os exames laboratoriais amarrados à esta solicitação são:
Hemocultura Aeróbio
Hemocultura Anaeróbia
TTPA
TAP
Nas Unidades de Internação há disponível um kit com os materiais necessários para coleta dos exames
acima descritos, para uso exclusivo do protocolo de Sepse:
• Kit Protocolos
Nas Unidades de Internação há disponível um kit com os medicamentos indicados para o tratamento da
Sepse. Este kit permanece lacrado, sendo o lacre conferido diariamente, a cada turno. Na Ala D o kit está
disponível no 3° Andar, nas demais Alas existe um Kit para cada unidade de Internação.
Composição do Kit:
Amicacina 500mg
Ceftriaxona IV 1g
Meropenem 1g
Polimixina B 500.000UI
Teicoplanina 400mg
Amicacina 500mg
Rocefin IV 1g
Meronem IV 1g
Bedfordpoly B 500.000 UI
Targocid 400mg
- Pneumonia:
Meropenem 2g ataque e 1g 8/8h
Associar Teicoplanina (400mg 12/12h) se em ventilação mecânica
Caso paciente colonizado por Pseudomonas ou Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos,
considerar associar Polimixina (750000ui 12/12h)
- ITU:
Meropenem 1g 8/8h
Ou
Amicacina 15mg/kg 1xd
A equipe médica titular deve sempre reavaliar evolução dos pacientes após 24-48h de ATB.
Caso paciente já esteja utilizando os ATB sugeridos quando se instala o quadro de sepse, sugerimos
entrar em contato com a equipe de infectologia para orientação de terapia de resgate.
Os antibióticos disponíveis na caixa são recomendações dos especialistas e consultores do protocolo de
sepse, que consideram estas como sendo as melhores opções iniciais de escolha em uma suspeita ou
confirmação de sepse, considerando o perfil bacteriológico da instituição. Ressaltamos que as
recomendações cabem à maioria da população assistida, podendo ocasionalmente ocorrer situações nas
quais as recomendações podem ser outras. Para discussão de casos específicos, entre em contato com
a equipe de infectologia.
Onde não há o kit (Bloco Emergencial, Bloco Crítico, Bloco Operatório), os medicamentos encontram-se
disponíveis na farmácia satélite.
No pronto socorro o sistema informatizado trará de acordo com o foco infeccioso a sugestão de uma
prescrição de antibiótico:
Pneumonia:
ITU:
1) ceftriaxona 2g EV agora e 1g EV 12/12h (comunitária)
2) Meropenem 2g EV agora e 1g EV 8/8h (internação hospitalar recente)
Infecção intra-abdominal:
1) ceftriaxona 2g EV agora e 1g EV 12/12h + Metronidazol 500mg EV 8/8h (comunitária)
2) Teicoplanina 400mg EV 12/12h + Meropenem 2g EV agora e 1g EV 8/8h (internação hospitalar
recente)
Meningite:
1) ceftriaxona 2g EV agora e 2g EV 12/12h