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Livro - Georreferenciamento de Imóveis Rurais (19286)
Livro - Georreferenciamento de Imóveis Rurais (19286)
de Imóveis Rurais
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof. Gregório Carlos De Simone
S598g
ISBN 978-85-515-0525-0
CDD 342.1136
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Interpretar a aplicabilidade do Georreferenciamento de Imóveis Rurais requer uma
leitura global de diversos temas, a fim de que o profissional, o estudante ou o pesquisador
detenha uma base sólida no que diz respeito à tarefa. Para isso ocorrer perfeitamente, é
necessária uma certa bagagem em temas, como geoprocessamento e aspectos legais,
além de uma aptidão em realizar uma leitura que o remeta ao passado, compreendendo
todos os processos históricos de criação e de evolução territoriais brasileiras.
Por fim, na Unidade 3, encerraremos o nosso livro com uma ampla abordagem
da certificação de imóveis rurais. Detalharemos a base legal e os sistemas, as normas
técnicas para o georreferenciamento de imóveis rurais, e o guia técnico para limites e
confrontações, conforme orientações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA).
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS........................................................................................................66
REFERÊNCIAS......................................................................................................207
UNIDADE 1 -
LEGISLAÇÃO CADASTRAL
RURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CONCEITOS PRELIMINARES E
IMPORTÂNCIA DO CADASTRO RURAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos, preliminarmente, alguns conceitos importantes
a respeito do cadastro rural. Para tanto, analisaremos, brevemente, o histórico da
temática, como e quando ela surgiu, e quais foram as evoluções acometidas ao longo
do tempo. Desse modo, compreenderemos que a colonização do Brasil sempre priorizou
o interesse dos grandes proprietários, ocasionando uma enorme distinção social entre
as pessoas, a qual é notória até os dias de hoje.
2 UM POUCO DE HISTÓRIA
Os princípios das questões relacionadas à distribuição da terra e à necessidade
de leis, cada vez mais efetivas, para o uso da propriedade e do meio ambiente, remontam
à formação do Estado colonial, quando as questões políticas eram consideradas pelas
grandes potências econômicas da época. Conforme Miralha (2006, p. 152),
3
Conforme relatado por Marques (2009), a Coroa Portuguesa, que controlava o
território brasileiro, foi responsável pela ocupação e pela colonização dele, confiando
a tarefa a Martinho Afonso de Sousa. Nessa época, havia tanta terra para alocar que o
governo português tomou, no ano de 1535, 100 léguas de terra, e em caráter irrevogável.
4
O modelo colonial se fundou com base em três componentes fundamentais da
sociedade: a grande propriedade fundiária, a monocultura de exportação e o trabalho
escravo (MIRALHA, 2006). A propriedade fundiária abarcava as grandes lavouras de cana-
de-açúcar prevalentes, algo, fortuitamente, destinado à exportação e à mão de obra
escrava, a qual era responsável por todo o trabalho pesado em troca da supervivência.
Assim, o sesmeiro, mesmo sendo alguém escolhido para obter a concessão das
terras, tinha normas a seguir, e, caso não as cumprisse, tornava-se um sujeito apto a se
despossar delas para a Coroa, momento em que poderiam, novamente, ser direcionadas
a outra pessoa, independentemente do que já havia com ela.
5
Nozoe (2006) corrobora, salientando que o empenho da lei das sesmarias,
no Brasil, sucedeu-se com o uso, mais ou menos generalizado, da posse, como meio
de acesso à terra, o que gerou a interrupção das concessões de terras de sesmarias
em 1822, porém, até a promulgação da Lei de Terras, em 1850, a posse se conservava
com a tarefa rara de apropriação privada das terras públicas. Aqueles que não tinham
condições de ser agraciados com as terras e/ou que se desapossavam delas visavam à
posse como um meio de adquirir uma propriedade (BRASIL, 1850; 1854).
6
Assim, Marques (2009) afirma que ocorria o seguinte:
NOTA
O termo “cair em comisso”, conforme o dicionário digital Aulete, disponível
em https://www.aulete.com.br/comisso#:~:text=s.%20m.%20%7C%7C%20
(jur.)%20o,comisso%20o%20seu%20glorioso%20patrim%C3%B4nio,
significa s. m. || (jur.) o fato de incorrer em uma pena de multa cominada
por lei ou sentença ou em contrato, como consequência da falta de
cumprimento de cláusula estipulada ou da condição imposta. Cair ou
incorrer em comisso. Sem que viesse a cair, quase, em comisso, o seu
glorioso patrimônio. (Lat. Coelho, Vasco da Gama, I, c. 4, p. 35, 1ª ed.). (Fam.)
Pena convencional contra o que faltar a um ajuste. (P. ext.) Infração de
dever. F. lat. Commissum.
7
Isso mostra os princípios das regras referentes à desapropriação e ao uso de
terras em todo o território brasileiro, para que, somente, aqueles que tenham condições
financeiras para, realmente, adquirir e comprovar a compra do terreno, para uso do
imóvel, possam adquiri-lo. Entretanto, além de definir o conceito de terras devolutas e
de proibir a aquisição, através de qualquer forma, de propriedade, que não seja a compra,
a lei inclui disposições para reafirmar as condições de doações anteriores, incluindo as
normas para legalizar as posses mansas e pacíficas, para as quais era necessária a
existência de, pelo menos, um princípio cultural e morada de sesmeiro ou posseiro para
a legitimação (MARQUES, 2009).
Marques (2009) traz que a Lei de Terras só foi regulamentada pelo Decreto nº
1318, de 30 de janeiro de 1854, e que, com propósitos, permitiu a conversão, para o
mundo jurídico, o que, antes, era, apenas, do mundo fálico. Ainda, foi capaz de definir
as terras devolutas, estabelecendo mecanismos de delimitação, diferenciando-as e as
separando das terras particulares (BRASIL, 1854).
Pode-se pontuar que a Lei de Terras foi o berço do regimento das propriedades
como meio legal, alcançando as deliberações da época. No entanto, Miralha (2006)
salienta que tal lei foi uma forma avistada, pela elite, para manter a ordenação agrária,
negando o livre acesso à terra pela população de baixa renda (maioria), e, por conseguinte,
fazendo com que existissem trabalhadores disponíveis paras as grandes lavouras de
café. Isso, diga-se de passagem, já foi feito ao se pensar em imigrar europeus para
substituir o trabalho escravo. A Lei de Terras travava os imigrantes ao acesso à terra,
obrigando-os a trabalharem para os grandes proprietários (BRASIL, 1850; 1854).
A respeito dessa realidade, Nozoe (2006), também, trouxe, em uma obra, uma
afirmação relevante, proporcionando uma reflexão para esse período, o qual, pode-se
dizer, que, de certa forma, ainda, perdura.
8
Logo, como percebido, não ocorreu uma distribuição igualitária de terras no
nosso país, desde a colonização, Lei de Terras, e tantas outras que foram criadas. O
interesse da elite, sempre, foi preservado, exercendo uma disparidade, assim, poucos
tinham muito e muitos tinham pouco, restringindo-se a trabalhar, de modo a contemplar
os direitos daqueles que dominavam (BRASIL, 1850; 1854).
Dessa forma, Miralha (2006) conclui que, com a Lei de Terras, trocava-
se a dominação do homem, do escravo, pela dominação das terras. A partir disso,
legalmente, não se teve mais acesso livre à terra, a qual se tornou restrita a quem
tinha condições, sendo que os escravos, os quais, em breve, seriam libertos, e os
imigrantes colonos, que vieram labutar nas lavouras, não teriam oportunidades para
adquiri-la (BRASIL, 1850; 1854).
3 CONCEITOS E ORIGENS
Antes de abordar questões técnicas que envolvem o tema estudado, vislumbra-
se necessário apresentar algumas conceituações clássicas, incluindo as origens
do que, futuramente, originou o debate, o surgimento e os desdobramentos dos
georreferenciamentos de imóveis rurais.
10
Outros pontos pertinentes a serem destacados aqui são os três aspectos
distintos, e abordados por SILVA (1998 apud GARCIA; SOUZA, 2007, p. 108), em relação
às definições de meio ambiente, os quais serão descritos a seguir:
Nesse sentido, o saudoso autor elucida aspectos do meio ambiente. Assim, com
uma breve análise, destacamos os que envolvem o natural:
11
jurídicos de caráter legal e de natureza constitucional objetivam
viabilizar a tutela efetiva do meio ambiente, para que não se alterem
as propriedades e os atributos inerentes, o que provocaria um
inaceitável comprometimento da saúde, da segurança, da cultura, do
trabalho e do bem-estar da população, além de causar graves danos
ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado, este, a partir do
aspecto físico ou natural.
4 LEGISLAÇÃO GERAL
Sob os aspectos gerais da gerência fundiária nas áreas rurais, é relevante
ressaltar que esta é de responsabilidade do Governo Federal.
12
Enaltece-se, também, a classificação do imóvel rural quanto à dimensão, à
utilização e à eficiência, pois todas as informações envolventes dão respaldo legal ao
principal instrumento de correção das distorções fundiárias, como a desapropriação por
interesse social (COSTA, 2004).
Com relação ao tributo, ou seja, à cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR), fica
sob a responsabilidade da Receita Federal, e é regida pela Lei n° 8.847, de 28 de janeiro
de 1994, e pela Lei n° 9.393, de 19 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1994; 1996).
13
• Monitorar as transformações do meio ambiente e dos recursos naturais.
• Executar ações de gestão, proteção e controle da qualidade dos recursos hídricos.
• Manter a integridade das áreas de preservação permanente e das Reservas Legais.
• Ordenar o uso dos recursos pesqueiros em águas sob domínio da União.
• Determinar o uso dos recursos florestais nacionais.
• Monitorar os status de conservação dos ecossistemas, das espécies e do patrimônio
genético natural, visando à ampliação da representação ecológica.
• Colocar em prática ações de proteção e de manejo de espécies da fauna e da flora
brasileiras.
• Incentivar a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento técnico-científico voltados para
a gestão ambiental.
• Desenvolver o acesso e o uso sustentável dos recursos naturais.
• Participar de estudos analíticos, prospectivos e situacionais, verificando tendências e
cenários, com vistas ao planejamento ambiental.
No parágrafo 3º, Art. 1º, da mesma lei, é determinado que a base comum do CNIR
deve adotar um código único, a ser estabelecido com o INCRA e a Secretaria da Receita
Federal, para os imóveis rurais cadastrados, de maneira a possibilitar a identificação
deles e o compartilhamento das informações entre as instituições participantes. Já no
parágrafo 4°, do mesmo artigo, determina-se, também, que integrem, o CNIR, as bases
próprias de informações produzidas e gerenciadas pelas instituições participantes,
constituídas por dados específicos de interesse, as quais podem, por elas, ser
compartilhadas, respeitadas as normas regulamentadoras de cada entidade (BRASIL,
2001; COSTA, 2004).
A referida lei, ainda, determina como deve ser a relação entre o INCRA e o
serviço de registro de imóveis, e estabelece a obrigatoriedade do georreferenciamento
dos limites das propriedades rurais com o Sistema Geodésico Brasileiro (BRASIL, 2001).
14
O Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamenta a Lei nº
10.267, de 28 de agosto de 2001, determina, por exemplo, que é, o INCRA, a instituição
responsável pela certificação do georreferenciamento de um imóvel rural (BRASIL,
2001; 2002a).
15
§ 1º A isenção de que trata este artigo abrange a identificação do
imóvel rural no caso de transmissão de domínio da área total cujo
somatório não exceda quatro módulos fiscais, na forma e nos prazos
previstos no Art. 10.
Ressalta-se que o INCRA vem atuando a fim de fazer com que todas as instituições
públicas e/ou privadas, envoltas com o meio rural, direta ou indiretamente, colaborem
para a unificação das informações desse meio, assim, busca-se o cumprimento de um
dos maiores preceitos emanados da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, que é o
cadastro único (BRASIL, 2001).
No Art. 176, o diploma legal estabelece que todo imóvel conta com uma matrícula
própria, e que a identificação deve ocorrer a partir das características e confrontações,
localização, área e denominação. Ainda, se rural, com logradouro e número, se urbano,
com designação cadastral, se houver (BRASIL, 1973a).
16
Observa-se que a lei impõe precisão quanto à descrição do imóvel e junção
com o cadastro técnico, porém, somente, quando há. Essa precisão é prejudicada no
momento em que não se exige a obrigatoriedade, além de regras efetivas e objetivas de
integração da questão técnica, que é o cadastro, com a legal, que é o registro.
Azevedo (1976) afirma que, pode-se, pois, assegurar que o sistema de anotações
imobiliárias, no Brasil, está lançado com bases satisfatórias. Pelos indicadores reais e
pessoais, consegue-se, de maneira fácil, definir o dono de certo imóvel e o título de
direito. Pontua-se, no entanto, que as indicações reais são insuficientes, e que, somente,
as pessoais operam corretamente. Desse modo, para firmar o pertencimento de dado
imóvel, é vital apresentar o nome do proprietário. Unicamente, pelas características do
bem, não se atinge um resultado satisfatório, apesar de a lei impor o cadastro do imóvel
através dos indicadores reais.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Lei de Terras, apesar dos diversos problemas, foi o berço do regimento das
propriedades rurais no Brasil. Os propósitos dela permitiram a conversão, para o
mundo jurídico, do que, antes, era, apenas, do mundo fálico. Ainda, foi possível definir
as terras devolutas, estabelecendo mecanismos de delimitação, diferenciando-as e
as separando das terras particulares (BRASIL, 1850; 1854).
• A Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, no parágrafo 2°, do Art. 2°, cria o Cadastro
Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), o qual tem uma base comum de informações,
gerenciada pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada
pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de
informações do meio rural brasileiro (BRASIL, 2001).
• O INCRA vem atuando a fim de fazer com que todas as instituições públicas e/
ou privadas, envoltas com o meio rural, direta ou indiretamente, colaborem para
a unificação das informações desse meio, assim, busca-se o cumprimento de um
dos maiores preceitos emanados da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, que é o
cadastro único (BRASIL, 2001).
18
AUTOATIVIDADE
1 A Lei de Terras, Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, foi uma das primeiras leis a
tratar da questão das terras devolutas no Brasil, isto é, das terras às quais o poder
público não deu nenhuma destinação especial. A respeito desse assunto, assinale a
opção CORRETA:
a) ( ) IBAMA.
b) ( ) EMBRAPA.
c) ( ) Conselho Nacional de Justiça.
d) ( ) Secretaria da Receita Federal.
e) ( ) Ministério do Desenvolvimento Agrário.
19
4 Tendo em vista o que dispõe a Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973, a partir das
alterações decorrentes da legislação posterior, assinale a alternativa CORRETA:
20
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
SISTEMA AGRÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os princípios de funcionamento do
sistema agrário. Desse modo, iniciaremos o nosso conteúdo nos debruçando sobre o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), destacando-se o Sistema
Nacional de Cadastro de Imóveis Rurais (SNCR), a estrutura e o funcionamento dele.
21
O cadastro de terras rurais foi criado em 1966. Na época, foi desenvolvida uma
metodização de coleta de dados estabelecida em todos os municípios, além de um
sistema de processamento eletrônico de dados, o qual suportou o registro de todos os
dados recolhidos e a constituição de informações, até o início da década de 1970.
22
Com essa linha de ação, pôde-se chegar ao momento de implantação,
com a base de dados povoada com todos os registros de imóveis
rurais existentes, recuperados pelo processo de migração de dados
descrito anteriormente, totalizando, aproximadamente, 4.600.000
imóveis rurais, e dispensando, portanto, a realização de revisão
cadastral (COSTA, 2004, p. 62).
LOCALIZAÇÃO
USO APTIDÃO USO
ESTRUTURA
DADOS DADOS
GRÁFICOS LITERAIS
IMÓVEIS
PESSOA
ARRENDATÁRIOS PROPRIETÁRIOS
PARCEIROS NU-PROPRIETÁRIOS
USUFRUTUÁRIO POSSEIROS
FÍSICA JURÍDICA
PÚBLICA
PRIVADA
23
O novo SNCR não obteve alterações na estrutura de coleta de dados, a qual é
composta pelas Superintendências Regionais e Unidades Avançadas do INCRA e pelas
Unidades Municipais de Cadastramento (UMC), localizadas nas prefeituras municipais,
com as quais o INCRA tem convênios, dispondo os materiais necessários, além de
treinamentos para funcionários das prefeituras, os quais necessitam lidar com o público.
24
3 DIREITO AGRÁRIO E QUESTÕES AMBIENTAIS
As leis agrárias, voltadas para o desenvolvimento econômico e para o
aumento da produção agrícola, visam atingir as empresas rurais. No entanto, todos
esses empreendimentos têm preocupações ambientais, pois, quanto maior o número
de atividades agropecuárias, consequentemente, maior deve ser o uso dos recursos
naturais. Embora a Constituição Federal ressalte a necessidade de proteger os recursos
naturais, esses recursos serão, cada vez mais, utilizados, e, potencialmente, ocasionarão
mudanças no meio ambiente.
Wood (2000) indica que o fervor da exploração do meio ambiente não foi
consequência do sistema fabril, mas das relações de propriedade capitalistas e da
necessidade de se aumentarem a produtividade e o lucro. Para a autora, o centro dos
problemas ambientais está correlacionado à obtenção de lucros a todo custo, ocorrendo,
dessa maneira, muitos desmatamentos e explorações dos recursos naturais, sem ou
com pouco controle.
Nota-se que o modo pelo qual o país foi colonizado trouxe problemas
para uma área e para outra, pois o meio ambiente foi destruído de
forma desordenada, e a distribuição de terras, de forma justa, não
ocorreu, o que gerou uma divisão de classe que perpetua até os dias
atuais (RAMOS, 2019, p. 20).
25
que se concorda que a instituição do espaço rural brasileiro afetou (e, ainda mais,
recentemente, vem afetando) o ambiente, causando a degradação socioambiental.
Isso ocorre, firmemente, desde a Revolução Verde, nas décadas de 1960 e 1970, com a
concentração fundiária.
26
4 PROPRIEDADE RURAL E DIREITO DE POSSE
As concepções de domínio e de território vêm desde o princípio da civilização,
assim, em busca da sobrevivência, demarcava-se um território para caça e abrigo.
Conforme Rizzardo (2013), a partir do desenvolvimento de grupos e da constituição
familiar, fixou-se, definitivamente, a propriedade. Ao se avançar durante a Idade Média e
o Feudalismo, Diniz (2013, p. 132) menciona a teoria de que a propriedade “foi concebida,
ao ser humano, pela própria natureza, para que possa atender às próprias necessidades
e às da família dele”.
27
Na consignação ao direito de propriedade, Pereira (apud LEAL, 1981, p. 7) discorre
que “é pedra de toque dos regimes jurídicos e dos regimes políticos. É, através dessa
análise, que se pode apurar a tendência de um poço em um determinado momento da
evolução jurídica”.
De acordo com Viana (1993), os imóveis seriam as coisas que não podem ser
retiradas de um lugar para o outro sem estrago. Estão divididos em quatro classes:
imóveis por acessão física, imóveis por acessão intelectual, imóveis por natureza e
imóveis por determinação legal.
Em tempo, ressalta-se que, de acordo com o Art. 79, do Código Civil (BRASIL,
2002, p. 77), “são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar, natural ou
artificialmente”. Segundo Diniz (2013, p. 151), os Arts. 1.227, 1.238, 1.259 e 1.784, do Código
Civil brasileiro, conferem que “se adquire propriedade imóvel pelo registro do título no
Cartório de Registro de Imóveis, pela usucapião, pela acessão e pelo direito hereditário”.
28
4.2 POSSE
Ao abarcar o termo posse, informa, o Art. 1.196, do Código Civil brasileiro (BRASIL,
2008, p. 287):
Para Diniz (2013, p. 48), a posse é descrita, pela teoria subjetiva de Savigny,
“como o poder direto, ou imediato, que tem, a pessoa, de dispor, fisicamente, de um bem,
com as intenções de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção, ou agressão, de
quem quer que seja”.
De acordo com o Código Civil (BRASIL, 2002, p. 222), Art. 1.204, “adquire-se
a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de
qualquer dos poderes inerentes à propriedade”.
29
Por fim, todo homem tem o direito natural ao uso dos bens e à apropriação
individual desses bens através da posse, a fim de atender à necessidade individual ou
para o bem comum.
30
A consecução denominada de usucapião é conceituada, por Diniz (2013, p. 180),
como “a consolidação da propriedade, dando juridicidade a uma situação, de fato: a posse
unida ao tempo. A posse é o fato objetivo, e, o tempo, a força que opera a transformação
do fato em direito [...]”. Entretanto, Venosa (2004, p. 211) pontua que “se premia aquele
que utiliza, utilmente, o bem em detrimento daquele que deixa escoar o tempo, sem, dele,
utilizar-se, ou não se insurgindo que outro o faça, como se dono fosse”.
31
4.4 USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL RURAL OU AGRÁRIO
Conforme Rizzardo (2013), a datar de 1934, sob a égide da Lei Maior, ocorreram
sentenças que visaram ao direito de posse por usucapião, ou pró-labore. Teve
contiguidade com a Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, do Estatuto da Terra, Art.
98, a partir da qual foi mencionado que o possuidor deve manter a ocupação por dez
anos seguidos, e com produtividade na terra (BRASIL, 1964).
Com diversas mudanças, em relação a essa lei, no decorrer dos anos, atualmente,
o Art. 1º, da Lei nº 6.969, de 10 de dezembro de 1981; o Art. 191, da Constituição; e o
Art. 1.239, do Código Civil brasileiro, estabeleceram a usucapião, apenas, ao sujeito
que cultivar e fazer a terra ser produtiva mediante o próprio laboro ou o dos familiares,
ao menos, por um período de cinco anos ininterruptos (BRASIL, 1981; 1988; 2008;
RIZZARDO, 2013).
NOTA
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua, como própria, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área
de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a
produtiva pelo próprio trabalho ou pelo da família, e tendo, nela, uma
moradia, adquirirá a propriedade (BRASIL, 2008).
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Conforme o Art. 1.239, aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua, como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona
rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva pelo próprio trabalho ou
pelo da família, e tendo, nela, uma moradia, adquirirá a propriedade (BRASIL, 2008).
33
AUTOATIVIDADE
1 O INCRA possui vários sistemas definidos e concebidos setorialmente, sem uma visão
corporativa, sendo que, apenas, o Sistema Nacional de Cadastro de Imóveis Rurais
(SNCR) carrega, na própria estrutura, o conceito de Cadastro Técnico Multifinalitário,
criado por força da lei. Dentre sistemas existentes, atualmente, no INCRA, assinale a
alternativa que corresponde a um deles:
a) ( ) SAAV.
b) ( ) RIBALTA.
c) ( ) SIPTI.
d) ( ) SUIPRA.
e) ( ) SINJA.
a) ( ) somente, dos imóveis rurais; dos detentores, de qualquer título, desses imóveis;
e dos parceiros e arrendatários.
b) ( ) somente, dos imóveis rurais.
c) ( ) somente, dos imóveis rurais e dos parceiros e arrendatários.
d) ( ) somente, dos imóveis públicos.
e) ( ) somente, dos imóveis venosos.
34
4 José da Silva pretende propor uma ação de usucapião para que seja declarado, a ele,
o domínio do imóvel no qual reside com a família há mais de dez anos. Assim, assinale
a alternativa CORRETA em relação a essa ação de usucapião:
a) ( ) Pede a citação das Fazendas Públicas da União, dos Estados e dos Municípios,
para que respondam, querendo, sob pena de revelia.
b) ( ) É possível ter, como objeto, um bem público, em razão do uso social da propriedade.
c) ( ) Está apta a ser uma ação proposta, mesmo com a pendência do processo
possessório.
d) ( ) Dispensa a citação dos confinantes em lugar incerto e não sabido.
e) ( ) Tem-se, como valor da causa, o valor venal do bem usucapiendo.
35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
SISTEMA NACIONAL DE
CADASTRO RURAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, debruçar-nos-emos no Sistema Nacional de Cadastro
Rural (SNCR), isto é, será debatido a partir da análise dos elementos históricos da
gestão pública dos espaços rurais, em especial, com a participação da Lei de Terras
nesse processo. Elencaremos, também, as limitações atuais frente aos problemas
socioambientais derivados do cadastro declaratório no Brasil (BRASIL, 1850; 1854).
37
Como já foi, brevemente, abordado anteriormente, a demarcação das
sesmarias foi um problema que perdurou por séculos. Dentre as principais dificuldades,
destacavam-se os custos de nomeação de funcionários para desempenharem funções
de delimitação, além dos valores associados ao desconhecimento dos territórios
coloniais. Mesmo assim, as cartas das sesmarias continuaram sendo enviadas, com base
em informações imprecisas. Isso gerou diversos problemas, como áreas, com nomes
diferentes, para sesmeiros; ocupação de terras públicas; e latifúndios caracterizados
por grandes extensões fundiárias com pouco ou nenhum desenvolvimento produtivo
(MARIGHELLA, 1980).
38
NOTA
O controle da posse de terra é uma característica da legislação fundiária
brasileira desde o período colonial até após a independência. Como as
sesmarias eram concedidas, apenas, a agentes de confiança do Império
Português, antes da promulgação da Lei de Terras, em 1850, o sistema de
organização administrativa das terras brasileiras dificultava a aquisição de
terras, as quais só eram adquiridas e vendidas por meio de concessões,
ou compras. Mesmo a Lei de Terras, com o objetivo primordial de revisão
fundiária, não conseguiu superar essa característica de controle, o que
garantiu, aos produtores com um grande poder econômico, acesso à terra
(BRASIL, 1850).
39
Conforme Freitas (2007), devido aos números ineficientes, o INCRA acabou
sendo extinto, brevemente, no fim do ano de 1987. No entanto, após a Constituição de
1988, o Congresso Nacional recriou o órgão, e, desde então, a principal função dele é a
gestão da estrutura fundiária nacional (BRASIL, 1988).
3 LIMITAÇÕES ATUAIS
A contar do Estatuto da Terra, Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, o Brasil
tem, oficialmente, um Cadastro Técnico de Imóveis Rurais, o qual visa fornecer, às
instituições públicas, empresas e proprietários rurais, dados e informações, de origem
cartográfica, dos recursos naturais, titularidade, formas geométricas e potencialidades
dos estabelecimentos, de modo que se assegurem a conservação am biental e o
desenvolvimento rural integrado. Por meio desse Estatuto, o INCRA é o órgão público
responsável pelo cadastro (BRASIL, 1964).
40
imóveis), o Cadastro de Terras Públicas e o Cadastro Nacional de Flo
restas Públicas. Entretanto, somente, o primeiro foi implantado. Em
1978, houve outro cadastramento, visando estabelecer coordenadas
geográficas para cada imóvel, de forma a permitir a localização deles
em mapas com pequena escala.
41
O Código Civil, de 1916, criou os cartórios de registro imobiliário
enquanto instituições públicas de caráter jurídico. A partir de então,
a propriedade de imóvel só poderia ser adquirida, legalmente, após o
registro nos cartórios oficiais. A Lei 6.015, de 1973, que dispõe sobre
os registros públicos, definiu os procedimentos a serem seguidos,
pelos cartórios, para o registro de imóveis. Segundo essa lei, o
cartório deve criar um número de matrícula único para cada imóvel.
Nessa matrícula, são registradas as certidões, os demais documentos
públicos emitidos pelos cartórios de registro civil (partilhas,
inventários e aquisições) e os números referentes aos cadastros
públicos brasileiros, como a CCIR vinculada. Na mesma matrícula,
são averbadas, ou retificadas, informações referentes ao imóvel,
como coordenadas, ângulos, rumos magnéticos, confrontações
e localizações de áreas de preservação ambiental, previstas pela
legislação, contidas no Ato Declaratório Ambiental (ADA), vinculado
ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis. A garantia jurídica da propriedade do imóvel é atestada
pelo documento denominado de certidão de matrícula do imóvel.
Uma área declarada ao INCRA, que seja maior, ou menor, do que o tamanho real
do imóvel, pode ter a finalidade de deduções fiscais, ao omitir as terras improdutivas
e ampliar a área para mais financiamentos e grilagem (GIRARDI, 2008). Como se não
bastassem as atuais vulnerabilidades do SNCR, recentemente, foi instituído um novo
tipo de registro, que tem, como principal objetivo, monitorar a legalização das zonas de
proteção ambiental nas instituições rurais.
42
A legislação brasileira detém mecanismos que requerem a caracterização do
imóvel, entretanto, a realização disso está longe de ser alcançada, com êxito, quando
se tratam de objetivos primordiais, como a identificação, a localização e a descrição do
imóvel, ou seja, uma imagem da realidade fundiária do país.
43
4 PERSPECTIVAS PARA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E
SEGURANÇA FUNDIÁRIA
A desarticulação das medidas em curso ganhou um novo ingrediente, com a
criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Esse registro de informações se originou de
ferramentas perscrutadas desde 2005, vinculadas a metodologias de sensoriamento
remoto, visando localizar os desmatamentos na Amazônia Legal, além da realização do
cadastramento na região.
44
Diversos autores, como Araujo & Juras (2012), Camargo (2013) e Laudares,
Silva e Borges (2014), pontuam aspectos polêmicos desse sistema cadastral. Dentre
eles, podemos destacar a falta de estrutura, dos órgãos ambientais, para o serviço
correto; a falta de ação, com segurança jurídica, do sistema declaratório; a dificuldade
de combate às ocupações ilegais, com base em um sistema declaratório em constante
adaptação; e a grande quantidade de erros e de imprecisões.
45
considerar as características socioambientais de uma região, estado
ou município; identificar problemas ambientais e de demarcação
fundiária, além de conflitos a partir do uso do solo; e, assim, definir
políticas públicas coerentes.
46
LEITURA
COMPLEMENTAR
A Integração do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) com o Cadastro
Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR) no Brasil
1- INTRODUÇÃO
47
• Tributário: ter a quitação da taxa do Certificado de Cadastro de Imóveis Rurais (CCIR)
gerida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e do Imposto
Territorial Rural (ITR), tributo, este, atualmente, de competência da Receita Federal do
Brasil (RFB), a qual mantém o CAFIR (Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais).
• Jurídico: estar, regularmente, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da
comarca em que está situado, além de ter averbado a área de Reserva Legal (RL)
com a matrícula do registro do imóvel.
• Ambiental: respeitar e manter as áreas de Reserva Legal (RL) e de Preservação
Permanente (APP), nele, inseridas.
A criação das áreas de Reserva Legal foi determinada pelo Código Florestal,
de 1965 (Lei nº 4.771/65), e pelas alterações posteriores dele, mas pode, ainda, ser
considerada uma abstração normativa, sem consequências concretas. De acordo
com estatísticas cadastrais (INCRA, 1998), é pouco significativo o número de imóveis
rurais que mantém áreas de Reserva Legal no Brasil, apenas, 9,58%, e 3,26% na Bahia,
sendo que dados mais recentes não foram encontrados. Fica caracterizado, assim, um
enorme passivo ambiental, pelo menos, no que se refere ao aspecto legal dos imóveis
rurais no Brasil.
A localização das áreas de Reserva Legal deve ser bem planejada, pois pode
contribuir, favorável ou desfavoravelmente, para a conexão entre os fragmentos
naturais da biodiversidade e a formação de corredores ecológicos. Esse fato é agravado
pelo caráter de inalterabilidade desses espaços, dado pelo Código Florestal, de 1965,
pois incidem sobre o imóvel, e não sobre o proprietário, ou posseiro. Assim, uma vez
averbada, em um Cartório de Registro de Imóveis competente, a localização da área
de Reserva Legal não pode ser alterada, mesmo nos casos de transmissão a qualquer
título, desmembramento e remembramento, salvo exceções legais.
48
Esses aspectos estão, intimamente, relacionados com o Cadastro, visto, hoje,
como uma ferramenta de uso multifinalitário, como de tributação, de retratação da
ocupação territorial, de complemento do Sistema de Registro de Títulos, de fiscalização
da função social da propriedade, de base para o ordenamento do planejamento territorial
(rural e urbano) e para questões ambientais.
49
No desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma pesquisa exploratória, com
uma abordagem, preponderantemente, qualitativa, pois, embora o tema do Cadastro
seja discutido em diferentes instituições, como universidades, órgãos cadastrais e de
registro, não foi encontrado um conhecimento acumulado e sistematizado, que envolva
o Cadastro, relacionado com a Reserva Legal.
De acordo com Cardim et al. (1998), o Brasil apresenta uma estrutura fundiária,
extremamente, concentrada, vista por uma abrangência nacional, mas, geograficamente,
diferenciada, tanto no uso quanto na posse, se analisada por regiões. A concentração da
50
propriedade de terra se sustentou, também, pela ausência de informações públicas e
de um cadastro consistente, o que impediu que o Estado brasileiro se assenhorasse de
todo o território nacional, vigorando a ilegalidade e a instabilidade jurídica dos imóveis.
51
e gráficos do cadastro de imóveis rurais, inclusive, em ambiente web. Esse processo
alterou o enfoque do SNCR, até então, tributário, para fins cadastrais, propriamente,
ditos, potencializando as ações para a identificação de imóveis passíveis de ser objeto
da reforma agrária. No entanto, as informações contidas, até então, nesse cadastro do
SNCR, ainda, eram de caráter declaratório, algo vulnerável à qualidade da informação
prestada pelo proprietário, a qual poderia ser equivocada, tendenciosa ou manipulada.
Decorre, daí, a retratação de um panorama, possivelmente, distorcido da realidade
fundiária brasileira (CARDIM et al., 1998).
Por outro lado, apesar das informações oriundas dos sistemas registral e
cadastral serem indispensáveis para as atividades relacionadas ao planejamento e ao
gerenciamento de um território, esses sistemas funcionam, separadamente, no Brasil
(BRANDÃO, 2003). A fraude, nos registros de imóveis, foi, historicamente, facilitada por
algumas brechas institucionais, como pela inexistência de um cadastro único. Os órgãos
fundiários, nos três níveis (federal, estadual e municipal), não são integrados entre si.
52
Também, denominada de Sistema Público de Registro de Terras, a Lei nº
10.267/01 estabeleceu uma nova sistemática de registro de imóveis, ao exigir medições
georreferenciadas dos limites desses imóveis. Essa lei pretendeu incorporar a base
gráfica do cadastro físico ao registro imobiliário, aumentando, assim, a segurança
jurídica do imóvel.
Com a Lei nº 10.267/01, foi determinada a atualização cadastral, uma vez que
obriga os proprietários, os titulares de domínio útil ou os possuidores de imóvel, de qualquer
título, a declararem, ao SNCR, qualquer alteração relacionada à área ou à titularidade,
incluindo os casos de preservação, conservação e proteção de recursos naturais.
A partir da Lei nº 10.267/01, a identificação do imóvel rural, que, antes, era feita
através de uma descrição literal, deve ser apresentada em um memorial descritivo,
elaborado, executado e assinado por um profissional habilitado e com a devida
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo as coordenadas dos vértices,
os definidores dos limites desse imóvel e as georreferências ao Sistema Geodésico
Brasileiro, com a incerteza posicional máxima de 0,50 metro em cada vértice levantado.
53
Outro importante aspecto da Lei nº 10.267/01 e do decreto regulamentador dela
foi a determinação da certificação dos imóveis rurais. Essa certificação não deve ser
confundida com o CCIR. Não gera o reconhecimento do domínio, a exatidão dos limites e
as confrontações indicadas pelo proprietário. De competência do INCRA, a certificação é
o documento que afirma que a poligonal de determinado imóvel rural não se sobrepõe a
uma outra constante do cadastro georreferenciado, e que o memorial descritivo atende
às exigências técnicas estabelecidas na Norma.
A unidade cadastral adotada pela maioria dos países é a parcela, mas não há
um consenso quanto à definição dela (MARTIN-VARES, 2009). A Lei nº 10.267/01 adotou,
para o CNIR, o imóvel rural como unidade cadastral.
Para o INCRA, o imóvel rural tem uma definição dada pelo Art. 4º, do Estatuto
da Terra, como “o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua localização,
que se destina à exploração extrativa, agrícola, pecuária ou agroindustrial [...]”, conceito
que foi incorporado pela Lei nº 8.629/73, de registros. Contudo, para a Receita Federal
do Brasil, responsável, atualmente, pela cobrança do ITR, segue a legislação tributária, a
qual adota o critério de localização, rural ou urbana.
Considerando que esse cadastro deve ser gerenciado pelo INCRA e pela Receita
Federal do Brasil, com a análise dos sistemas individuais de cadastro de cada instituição
parceira, as divergências relativas à unidade territorial de cadastramento, se imóvel rural
54
ou se parcela, a situação é preocupante. Portanto, adotar um conceito de parcela para
o cadastro, no Brasil, é uma das necessidades mais evidentes e uma exigência, a fim de
possibilitar o uso multifinalitário da informação cadastral (BRANDÃO; CARNEIRO, 2002).
A Lei nº 10.267/01 trata, apenas, dos imóveis rurais, e não engloba todas
as questões necessárias à modernização do cadastro no país. Assim, no sentido de
atendimento às demandas cadastrais do meio urbano, estabelecidas através do
Estatuto das Cidades, da Lei nº 10.257/01, foi, recentemente, publicada a Portaria nº
511/2009, do Ministério das Cidades, com diretrizes para a criação, a instituição e a
atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) nos municípios brasileiros. Essa
portaria estabelece um importante avanço para o cadastro no Brasil, notadamente, sob
o aspecto conceitual:
O Brasil é um país recoberto por ecossistemas variados, contando com uma das
maiores diversidades de vida do planeta. Assim, as iniciativas de conservação da natureza
se deram no período colonial, através de um estilo gerencial baseado mais em documentos
legais, pouco aplicados, do que em políticas de preservação do meio ambiente.
Apesar de ser uma importante estratégia para conter o uso predatório dos
recursos naturais, a criação desses espaços protegidos vem enfrentando grandes
desafios de implementação, relacionados à forma através da qual essas áreas foram,
ou são, estabelecidas, não considerando, muitas vezes, a pressão sobre o uso dos
55
recursos naturais. A gestão dessas áreas, submetidas a regimes de uso diferentes em
comparação ao vigente, com a paisagem circunvizinha, mas, ainda, com dependência,
conta, também, com a limitação de recursos humanos e financeiros.
A Reserva Legal do imóvel rural é um espaço territorial protegido, criada pela Lei
nº 4.771, de 1965. O objetivo inicial era assegurar, em áreas de colonização mais antiga, e
com um alto grau de desmatamento, uma reserva mínima de recursos florestais (lenha,
carvão e madeira) para o uso na propriedade e para o abastecimento de mercados locais.
Em áreas, ainda, não desbravadas, a finalidade seria a de controlar o desmatamento,
assegurando a exploração sustentável da floresta a longo prazo (MERCADANTE, 2001).
56
Apesar de todo esse arcabouço legal de proteção ambiental, no Brasil, essas
áreas são implementadas e geridas por vários órgãos governamentais, das três esferas
do Poder Executivo, setorizados e com dificuldade de comunicação entre si, o que não
contribui para o conhecimento do panorama dessas áreas.
A nível estadual, foi analisado, neste trabalho, pelo vínculo direto com os imóveis
rurais, o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR), no estado da Bahia, com
os objetivos de controle e de fiscalização das atividades florestais, inclusive, das áreas
de Preservação Permanente e de Reserva Legal.
Esse cadastro foi, inicialmente, estabelecido pelo Art. 50, do Decreto Estadual
nº 6.785, de 1997, denominado de CFIR. Posteriormente, em 2005, houve, mais uma vez,
a determinação de criação do CEFIR, por meio do Decreto nº 9.405, com os mesmos
objetivos do decreto de 1997, porém, definia-se, agora, esse cadastro. Seria um banco
de dados georreferenciado, atualizado por meios disponíveis, próprios ou de terceiros,
com informações obtidas através dos processos administrativos, como o processo para
a aprovação da localização da Reserva Legal.
O CEFIR passou por uma evolução conceitual, talvez, imposta pelo avanço
tecnológico dos momentos concebidos, partindo de objetivos de controle e de
fiscalização para o monitoramento ambiental. A gestão desse cadastro, também, foi
sendo alterada, à medida que os documentos legais começaram a ser instituídos. Dessa
forma, a gestão desse cadastro foi atribuída ao Departamento de Desenvolvimento
Florestal (DDF), pelo Decreto nº 6.785/97; posteriormente, à Secretaria Estadual de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH/SFC), pelo Decreto nº 9.405/05; e, mais
recentemente, ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), pelo Decreto nº 11.235/08.
57
2- INTEGRAÇÃO DOS CADASTROS CNIR E CEFIR
58
Alguns pontos dos resultados e discussões da pesquisa estarão destacados
adiante.
O SGT é o produto do programa federal 0138, com ação “Apoio aos Estados
para Implantação do Cadastro de Terras e Regularização Fundiária no Brasil”, o qual
dispersa, ainda mais, os já reduzidos recursos humanos e financeiros para a efetiva
implementação do cadastro, legalmente, estabelecido.
59
estabelecimento de uma parceria formal e de senhas específicas. Assim, a pesquisa
apontou para a viabilidade legal de integração dos cadastros CNIR e CEFIR, mas houve
a necessidade de ajustes na estrutura inicial proposta. O fato de que o CEFIR tinha
inserção, apenas, no Estado da Bahia, não impediu que fosse conectado com os dados
constantes das bases cadastrais do INCRA (SNCR, CNIR, SNCI), referentes ao estado.
Para essa base comum, pode ser utilizada a estrutura já existente do Sistema
Nacional de Imóveis Rurais (SNCI), adotado, pelo INCRA, para a certificação dos imóveis
rurais. O SNCI está estruturado em algumas camadas, ou layers, a exemplo dos próprios
imóveis certificados, dos projetos de assentamento de reforma agrária, dos imóveis
vistoriados etc.
60
A estrutura do SNCI está apta a ser ampliada, com a criação de outras camadas,
cada uma comportando uma situação jurídica específica da composição desse imóvel
(domínio, posse a justo título, posse por ocupação etc.), e com níveis diferenciados de
levantamento cadastral, de tipo de imóvel (particular, público, projeto de assentamento,
vistoria para fins de reforma agrária, quilombola etc.) e de localização (rural ou urbano),
a fim de se resolverem problemas em caso de sobreposição. A camada principal dos
imóveis rurais deve ser aquela que contenha os imóveis certificados pelo INCRA, na qual
se encontra a informação precisa e inequívoca de um perímetro.
A gestão dessa base pode ser mantida pelo INCRA, com a incorporação gradativa
da Receita Federal do Brasil, uma vez que esta última se mantém distanciada do processo
de estruturação do CNIR. No entanto, é necessário que essas duas instituições estejam
bem articuladas, ainda, que promovam a articulação com as demais instituições que
venham a se tornar parceiras.
61
Questões, como sigilo, certificação das informações e natureza dos processos,
necessitam ser, cuidadosamente, trabalhadas entre as instituições e com uma
equipe técnica que venha a ser contratada para estruturar esse cadastro virtual. As
informações cadastrais, ao se aprimorarem os mecanismos de controle da qualidade
da informação nesse ambiente virtual, devem ser, gradativamente, disponibilizadas ao
público, reforçados os princípios democráticos da transparência pública.
3- CONCLUSÕES
[...]
62
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O CAR é imposto, por lei, a todos os estabelecimentos rurais, e deve catalogar dados
ambientais relativos às situações das Áreas de Preservação Permanente (APP), das
áreas de Reserva Legal, das florestas e remanescentes de vegetação nativa, das áreas
de uso restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país.
63
AUTOATIVIDADE
1 A Lei de Terras foi instituída em 1854, pelo Decreto nº 1318, de 30 de novembro. Assim,
quais eram as atribuições da Direção Geral de Terras Públicas, conforme o Decreto?
2 O INCRA cadastra famílias para desocuparem alguma terra indígena no MA. Para o
superintendente regional do INCRA, há uma área disponível para realocar as famílias
que se cadastram. Assim, analise as afirmativas a seguir, a respeito do INCRA, e, na
sequência, indique a opção CORRETA:
64
4 A Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012, conhecida como novo Código Florestal,
instituiu, a partir do Capítulo VI, o Cadastro Ambiental Rural (CAR). No que se refere a
esse cadastro, assinale a alternativa CORRETA:
65
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, A. R. V. Da função social da posse e sua consequência frente à
situação proprietária. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2002
BRASIL. Código Civil (2002). Código Civil brasileiro e legislação correlata. 2. ed.
Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008.
66
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 2002b.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm.
Acesso em: 24 abr. 2021.
67
BRASIL. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra,
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l4504.htm. Acesso em: 24 abr. 2021.
COELHO, F. U. Curso de Direito Civil: Direito das coisas – Direito autoral. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito das coisas. 28. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
68
GIRARDI, E. P. Proposição teórico-metodológica de uma cartografia geográfica
crítica e sua aplicação no desenvolvimento do atlas da questão agrária
brasileira. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 2008.
GOMES, O. Introdução ao Direito Civil. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora Florense, 2000.
MARIGHELLA, E. T. A questão agrária: textos dos anos sessenta. São Paulo: Editora
Brasil Debates, 1980.
MEDEIROS, L. S. História dos movimentos sociais no campo. Rio de Janeiro: Fase, 2002.
69
MURITIBA, M. J. S.; ALENCAR, C. M. M. de. Luta pela terra, reforma agrária e
neoliberalismo. 2007. Disponível em: https://sober.org.br/palestra/6/906.pdf. Acesso
em: 24 abr. 2021.
PINTO, C. V. S. Direito Civil sistematizado. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014.
RIZZARDO, A. Direito das coisas. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Florense, 2013.
RODRIGUES, S. Direito Civil: direito das coisas. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
VENOSA, S. S. Direito Civil: direitos reais. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
VIANA, M. A. Curso de Direito Civil: direito das coisas. v. 3. Belo Horizonte: Del Rey, 1993.
70
UNIDADE 2 —
CARTOGRAFIA E
CADASTRO RURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
71
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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72
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
TÉCNICAS E SISTEMA DE
POSICIONAMENTO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos, fundamentalmente, as técnicas e os sistemas de
posicionamento geoespacial cabíveis para o georreferenciamento rural. De tal modo,
abordaremos, brevemente, aspectos do manuseio do GPS, funcionalidades, observáveis,
erros, dentre outros.
Por fim, sugerimos uma leitura complementar, a qual trará alguns exemplos
práticos iniciais do assunto que abordaremos ao longo desta unidade. Portanto, tenham,
todos, uma ótima leitura e bons estudos!
De acordo com Monico (2000), os sistemas GPS são projetados para permitir
que os usuários rastreiem, pelo menos, quatro satélites em qualquer lugar da superfície
terrestre, ou próximos a ela. Esse número de satélites permite o posicionamento em
tempo real. Para usuários no campo de levantamento geodésico, uma característica
muito importante da tecnologia GPS, em comparação com os métodos tradicionais de
levantamento, é que ela não requer visibilidade mútua entre os locais. Além disso, o GPS
pode ser usado em qualquer condição climática.
73
No GPS, existem dois tipos de serviços, os quais são chamados de SPS (Standard
Positioning Service – Serviço de Posicionamento Padrão) e PPS (Precise Positioning
Service – Serviço de Posicionamento Preciso). O SPS é um serviço com posicionamento
e tempo padrões que está disposto a qualquer usuário e sem custos; já o PPS, que
combina melhores resultados (10 a 20 metros), é exclusivo ao uso militar e aos usuários
autorizados/pagos (MONICO, 2000).
Castillo (2002) traz que cada satélite GPS emite, ao menos, duas ondas
portadoras, as quais podemos citar L1 e L2, obtidas a partir da frequência de 10,23 MHZ,
sendo multiplicada por 154 e 120, respectivamente.
Grande parte dos aparelhos GPS iniciou com receptores de simples frequência,
ao se adotarem a técnica de correlação do código C/A (Course/Acquisition) e medidas
de fase da portadora L1, com capacidade de rastrear, apenas, quatro satélites (MONICO,
2000). Com o passar do tempo, a opção da portadora L2 foi acrescentada, incluindo as
demais, aumentando, substancialmente, o número de satélites rastreáveis.
Com isso, torna-se imperioso o destaque que, desde o ano de 2005, o IBGE, através
da Coordenação de Geodésia, incorporou, nas próprias atividades, o processamento
semanal dos dados de todas as estações da Rede Brasileira de Monitoramento
Contínuo dos sistemas GNSS – RBMC, visando aferir o quilate das observações GPS e o
prosseguimento do novo Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS
2000), oficialmente, implantado a partir de fevereiro do mesmo ano.
74
Após alguns anos, o IBGE passou a ser um dos centros de análise SIRGAS,
com a missão de processar os dados das estações GNSS contínuas que concernem da
parte central da rede SIRGAS-COM, além de concordar com as soluções semanais de
totalidade dos centros de processamento SIRGAS (IBGE, 2011).
3 COORDENADAS E OBSERVÁVEIS
De modo a facilitar o intercâmbio de dados GPS/GNSS, foi produzido o arquivo
de formato “RINEX” (Receiver Independent Exchange Format), o qual consiste em
três arquivos em ASCII, quais sejam: observações, dados meteorológicos e dados de
mensagens de navegação. As observáveis GPS, como todas as demais observáveis
atreladas aos desenvolvimentos de medidas, estão receptíveis a erros sistemáticos,
aleatórios e grosseiros.
O sistema GPS emprega o conceito a partir do qual dois relógios são utilizados,
um pertencente ao satélite e outro ao receptor. Devido à não sincronização dos relógios,
as distâncias são parciais, sendo denominadas de pseudodistâncias.
• Os códigos observados podem ser o código P (precisão) e o código C/A (Fácil Aquisição).
• As portadoras podem ser L1 e L2, sendo geradas através da multiplicação eletrônica de
uma frequência-base, 10,23 MHz, produzida por relógios atômicos com estabilidade
de 10E-13. A portadora L1 é modulada, em fase, pelos códigos P e C/A, e a portadora
L2 é modulada, apenas, pelo código P.
Sendo:
76
= ruídos nas medições da pseudodistância (aproximadamente, 30 cm para o có-
digo- P e valores mais altos para o código C/A, com dependência da tecnologia utilizada).
Sendo:
Por fim, verifica-se que o subscrito indica que as respectivas quantidades estão
em unidades de comprimento. Em tempo, imperioso é o destaque para o conceito de
ambiguidade: representa o número inteiro de ciclos da fase da portadora, referente à
primeira fase de rastreio, e que se mantém constante durante o período de observação,
levando-se em consideração que não ocorram quedas de sinal (LEICK; RAPOPORT;
TATARNIKOV, 2015).
77
4 TÉCNICAS TOPOGRÁFICAS APLICADAS A
LEVANTAMENTOS CADASTRAIS RURAIS
Para Monico (2000), a localização envolve determinar a posição de um objeto em
relação a uma referência específica. Este pode, então, ser dividido em posicionamento
absoluto (quando as coordenadas estão, diretamente, relacionadas ao centro da Terra)
e posicionamento relativo (quando as coordenadas são determinadas em relação a uma
referência materializada, por um ou mais vértices, com coordenadas conhecidas).
78
4.1 APLICAÇÕES DO GPS
O GPS facilita, amplamente, todas as atividades que envolvem o posicionamento
de alta, média e baixa precisões. Como resultado, as aplicações de GPS são numerosas
e crescentes. Algumas das atividades que fazem uso extensivo do GPS incluem:
geodinâmica; navegações global e regional; construção de redes geodésicas locais,
regionais, continentais e globais (ativa e passiva); geodésia para cartografia, suporte à
fotogrametria, controle de deformação; medição de altura etc. (MONICO, 2000).
79
LEITURA
COMPLEMENTAR
Métodos de levantamentos topográficos planimétricos para o
georreferenciamento de imóveis rurais
1 INTRODUÇÃO
Como, ainda, não existe uma definição clara dos limites da faixa de fronteira no
Brasil, cuja responsabilidade é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
podem ocorrer alguns problemas quanto ao georreferenciamento de imóveis rurais na
região do Pantanal, já que faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai, dificultando, assim,
a homologação de registro de imóveis nessa região. Um outro problema que se pode
encontrar é em relação à não homogeneização dos trabalhos topográficos. Para mais
esclarecimentos acerca do assunto, verificar a literatura de Garnés (1998).
80
Visando à densificação das estruturas geodésicas em regiões que abrangem
grandes áreas, como é o caso do Pantanal, serão apresentados, neste trabalho, os
métodos de levantamentos topográficos que possam atender às normas do INCRA e
o ajustamento das observações dos métodos da poligonação e da interseção a vante,
este último, à base de um aplicativo que foi desenvolvido em linguagem MATLAB.
2 OBJETIVOS
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Exemplo de uma poligonal apoiada nos mesmos pontos (P5 e P7).
Figura 2. Exemplo de uma poligonal apoiada em pontos distintos (A, A’, B e B’).
82
Em uma poligonação, é, extremamente, necessário que se aplique o método
da centragem forçada, para minimizar os erros de centragem no ponto. É preciso
evitar ângulos muito agudos (em torno de 180º) e desníveis exagerados entre
estações consecutivas.
La = F(Xa)
Sendo:
Xp = Sp.sen(AZAB – rB + rp);
Yp = Sp.cos(AZAB – rB + rp);
α=(rp – rB) α = diferença entre as direções rp, rB;
AZAB = azimute de AB;
rp, rB = direções medidas;
Sp = distância medida.
q = (SAB)/(SB)
SAB = [(XB-XA)² + (YB-YA)²]1/2
84
Dessa forma, as coordenadas do ponto P são:
Xp = q.Sp.sen(rp + α)
Yp = q.Sp.cos(rp + α)
q representa um fator de escala entre a distância calculada SAB e a distância SB. Esse
método se caracteriza por ser um método não homogêneo no sentido de distribuição
de erro, visto que ele apresenta uma precisão relativa, ou seja, a precisão de um ponto
é relacionada à precisão de outro ponto vizinho.
85
Sendo:
AN = AB (senβ/senγ).
BN = AB (senα/senγ).
σN = (1/senγ).(a2+b2)1/2. σα
Sendo:
a e b – distâncias calculadas;
σα – desvio-padrão das direções;
γ – 180º-(a+b);
α e β – ângulos medidos;
A e B – pontos de coordenadas conhecidas;
N – ponto de coordenadas desconhecidas.
86
Para estudar, detalhadamente, esse método, foi desenvolvido um aplicativo, em
linguagem MATLAB (Figura 6 – (a) e (b)), para o ajustamento das observações. Para isso,
foram utilizados dados de literaturas para verificar a eficácia do programa. Esse programa
possui a vantagem de ser aberto, além de aceitar modificações e implementações
posteriores e de ser uma ferramenta de grande utilidade para cálculos matriciais.
[...]
87
Figura 8 (a) e (b). Configurações ideais para o método da resseção.
A precisão da resseção será dada a seguir (Figura 9). Segundo Kahmen e Faig
(1988), o ponto N é, geometricamente, determinado pela interseção de dois círculos.
Um círculo passa através dos pontos B, N e M, e, o outro, através de M, A e N. Se o novo
ponto (N) é locado nos círculos, passando através dos pontos fixos A, M, B, então, a
solução é indeterminada.
88
4.5 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS PARA GEORREFERENCIAMENTO DOS IMÓVEIS RURAIS
5 CONCLUSÕES
89
Ressalta-se, aqui, a importância da elaboração de uma legislação específica
para os limites de fronteira do país, para garantir o registro de imóvel nessa região.
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os sistemas GPS são projetados para permitir que os usuários rastreiem, pelo menos,
quatro satélites em qualquer lugar da superfície terrestre, ou próximos a ela. Esse
número de satélites permite o posicionamento em tempo real. Para usuários no campo
de levantamento geodésico, uma característica muito importante da tecnologia GPS,
em comparação com os métodos tradicionais de levantamento, é que ela não requer
visibilidade mútua entre os locais. Além disso, o GPS pode ser usado em qualquer
condição climática.
91
AUTOATIVIDADE
1 Um sistema geocêntrico de referência é caracterizado pela origem dos três eixos do
sistema cartesiano estar localizada no centro de massa da Terra. O SIRGAS 2000,
sistema adotado, no Brasil, desde 2005, é exemplo de um sistema geocêntrico. Dentre
os demais sistemas de referência existentes, os parâmetros de transformação são,
praticamente, iguais entre o SIRGAS 2000 e o
a) ( ) SAD 1969.
b) ( ) WGS 1984.
c) ( ) Córrego Alegre.
d) ( ) SAD 1969, realização de 1996.
e) ( ) WHO.
a) ( ) BLEND.
b) ( ) RINEX.
c) ( ) DGN.
d) ( ) TXT.
e) ( ) MDB.
92
4 De modo a facilitar o intercâmbio de dados GPS/GNSS, foi produzido o arquivo de
formato “RINEX” (Receiver Independent Exchange Format), o qual consiste em três
arquivos em ASCII, quais sejam: observações, dados meteorológicos e dados de
mensagens de navegação. As observáveis GPS, como todas as demais observáveis
atreladas aos desenvolvimentos de medidas, estão receptíveis a erros sistemáticos,
aleatórios e grosseiros. Assim, explique, sucintamente, o que são as observáveis.
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
POSICIONAMENTO GEODÉSICO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a temática específica do posicionamento
geodésico. Analisaremos o que é, os conceitos norteadores para a obtenção, as
principais fontes e os princípios de uso.
2 GEODÉSIA E DATUNS
Segundo Castañeda (1986), um sistema de coordenadas (no espaço físico
ou abstrato) é definido como uma relação regular que especifica, inequivocamente, a
localização de cada ponto no espaço por um conjunto de números reais ordenados,
chamados de coordenadas. A propriedade mais importante de qualquer espaço é a
dimensão, que é medida pelo número de coordenadas necessárias para especificar a
localização de cada ponto.
95
Para o SGB, o Elipsoide de Referência Internacional, de 1967, foi
aceito pela Assembleia Geral da Associação Geodésica Internacional,
em Lucerne, no ano de 1967. O referencial altimétrico coincide com a
superfície equipotencial, a qual contém o nível médio do mar, definido
pelas observações maregráficas tomadas na baía de IMBITUBA, SC
(BONIFÁCIO; SEIXAS; MARQUES DE SÁ, 2006, p. 803).
96
Um sistema de referência superior é composto por um sistema de coordenadas
e por um campo de pontos interno para um espaço geométrico. Portanto, o campo de
pontos de referência é o espaço geodésico, ou cartesiano, o qual abarca (SILVA; DE
SEIXAS; ROMÃO, 2004):
97
FIGURA 1 – DENOMINAÇÃO E LIGAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE REFERÊNCIA
98
Conforme Erba et al. (2005), os cadastros, nos diferentes níveis
de governo, continuam sendo para o imposto territorial. Com o
surgimento de novos métodos de avaliação, baseados em detalhes
construtivos e na localização, na forma e nas dimensões dos terrenos,
esses fatores exigem uma ampliação para o uso das bases de dados.
Grande parte dessas variáveis se obtém por meio de levantamentos
topográficos, geodésicos e fotogramétricos, sendo registrados em
documentos cartográficos e bases alfanuméricas que constituem
o cadastro geométrico. A incorporação do controle geodésico,
nas mensuras, tem um valor significativo, pois a locação dos
limites parcelários, para repor marcos, ou determinar modificações
possessórias, pode se efetuar com rapidez e segurança.
99
3 MÉTODOS, ERROS E CORREÇÕES
A seguir, serão descritos os métodos de posicionamento que podem ser usados
nos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais.
• POSICIONAMENTO RELATIVO
100
FIGURA 2 – POSICIONAMENTO RELATIVO
Para a utilização do método relativo estático, o (s) receptor (es) do (s) vértice (s)
de referência e o (s) receptor (es) do (s) vértice (s) de interesse necessitam se manter
estacionados (estáticos) no decorrer de todo o levantamento. Assim, a sessão de rastreio
se fixa por um bom tempo. Sugere-se notar os valores situados a seguir.
101
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA POSICIONAMENTO RELATIVO ESTÁTICO
102
multicaminhamento do sinal GNSS. Como, geralmente, os limites de imóveis rurais se
situam em locais com essas condições, os profissionais necessitam de atenção quanto
à utilização, ou não, desse método, visto que os resultados podem não atender ao
estabelecido na terceira edição da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis
Rurais (NTGIR) (BRASIL, 2013).
• RTK E DGPS
103
• RTK convencional
• RTK em rede
104
FIGURA 4 – RTK EM REDE
105
DICA
Para mais informações a respeito do serviço de RTK em rede, disposto
pelo IBGE, acesse http://www.ibge.gov.br/home/ geociencias/geodesia/
rbmc/ntrip/.
DICA
O IBGE disponibiliza um serviço on-line de PPP que processa dados nos
modos estático e cinemático em http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.htm.
106
número de incógnitas. Desse modo, os posicionamentos devem ter, no mínimo, quatro
vértices de referência, com dois vértices de “partida” e dois de “chegada”, sem incluir a
poligonal do “tipo 1”, que se apoia em, apenas, dois vértices. Pela usabilidade, os vértices
de referência devem ter as próprias coordenadas findadas, via posicionamento por GNSS.
Logo, a triangulação, a trilateração e a triangulateração são alternativas que estão aptas
a ser empregadas para o estabelecimento de vértices de referência, a partir dos quais
se determinam as coordenadas dos vértices de limite por irradiação, interseção linear
ou interseção angular.
• POLIGONAÇÃO
107
FIGURA 6 – POLIGONAL “TIPO 2”
• TRIANGULAÇÃO
108
FIGURA 8 – EXEMPLO DE TRIANGULAÇÃO
• TRILATERAÇÃO
• TRIANGULATERAÇÃO
109
Devido à aferição de distâncias e de ângulos com estações totais, aliada
à viabilidade de processamento automatizado de um grande volume de dados, a
triangulateração, quando comparada com a trilateração e a triangulação, oportuniza
uma melhor precisão e uma análise estatística das observações e das coordenadas,
levando em consideração o alto número de observações redundantes.
• IRRADIAÇÃO
110
FIGURA 11 – EXEMPLO DE IRRADIAÇÃO OBSERVANDO ÂNGULO E DISTÂNCIA
Em tempo, pode ser exercida a determinação por irradiação em casos nos quais
se identifica, diretamente, o azimute da direção entre o vértice de conhecimento e o
vértice de interesse (Figura 12).
• INTERSEÇÃO LINEAR
• INTERSEÇÃO ANGULAR
112
FIGURA 15 – INTERSEÇÃO ANGULAR
• ALINHAMENTO
113
3.3 POSICIONAMENTO POR GEOMETRIA ANALÍTICA
O posicionamento por geometria analítica ocorre indiretamente, quando as
coordenadas são determinadas por cálculos analíticos, via vértices posicionados de
forma direta.
• PARALELA
• INTERSEÇÃO DE RETAS
114
FIGURA 18 – EXEMPLOS DE TRÊS POSSIBILIDADES DE INTERSEÇÃO DE RETAS
115
NOTA
Não se aplica o posicionamento por sensoriamento remoto para a
determinação de vértices tipo “M”, vértices em limites por cerca e vértices
referentes a mudanças de confrontação.
4 APLICABILIDADES
Os diversos métodos de localização propostos, com as características técnicas
utilizadas para realizá-los, devem garantir a precisão da localização, de acordo com a
aplicação do vértice. Os itens a seguir conterão métodos de posicionamento que podem
ser usados em
diferentes situações.
116
PT1 Poligonação
PT2 Triangulação
PT3 Trilateração
PT4 Triangulateração
FONTE: Adaptado de INCRA (2013)
117
PT8 Alinhamento Limite Artificial ou Natural
PA1 Paralela Limite Artificial ou Natural
PA2 Interseção de retas Limite Artificial ou Natural
Limite Artificial*, Natural
PS1 Aerofotogrametria
ou Inacessível
Limite Artificial*, Natural
PS2 Radar aerotransportado
ou Inacessível
Laser scanner Limite Artificial*, Natural
PS3
aerotransportado ou Inacessível
Limite Artificial*, Natural
PS4 Sensores orbitais
ou Inacessível
*Com exceção de vértices tipo M e limites por cerca
118
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
119
AUTOATIVIDADE
1 Explique como o Sistema Geodésico Brasileiro é retratado.
I- O posicionamento por ponto a partir do código C/A tem, como objetivo, obter precisão
submétrica nos levantamentos.
II- No posicionamento relativo estático-rápido, o tempo de rastreio é inferior a 20 minutos.
III- No posicionamento relativo estático, a duração do tempo de rastreio pode variar de
20 minutos a algumas horas.
IV- No posicionamento por ponto preciso, é necessário utilizar a pseudodistância e a
fase da onda portadora L2.
V- No posicionamento relativo semicinemático (stop and go), o receptor deve estar
ligado durante todo o período do levantamento.
a) ( ) Apenas I, II e III.
b) ( ) Apenas II, IV e V.
c) ( ) Apenas III, IV e V.
d) ( ) Apenas II, III, IV.
e) ( ) Apenas I, IV e V.
120
FONTE: <http://ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/introducao.html>.
Acesso em: 24 abr. 2021.
I- O resultado obtido, por meio do serviço IBGE-PPP, apresenta uma pequena diferença
em relação àqueles disponíveis no Banco de Dados Geodésicos (BDG) quando estão
sendo processadas as observações realizadas por marcos geodésicos pertencentes
ao Sistema Geodésico Brasileiro.
II- No que diz respeito às observáveis envolvidas no PPP, pode-se utilizar dados de
receptores de simples e dupla frequências, sem a necessidade do emprego de
modelos de redução dos efeitos da ionosfera.
III- As informações de órbitas e de relógios de satélites são indispensáveis para o
processamento. Na ausência delas, o processamento não ocorre.
121
Assinale a alternativa que apresenta a resposta CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
b) ( ) Somente a afirmativa I está correta.
c) ( ) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) ( ) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
e) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.
122
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
CADASTRO RURAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, observaremos algumas generalidades relacionadas
ao cadastro rural. Abordaremos o imóvel rural e a base cartográfica dele, e veremos a
existência de diferentes definições para esse imóvel rural. Compreenderemos, também,
a importância que o Cadastro de Imóveis Rurais detém ao conter todos os imóveis de
interesse dos órgãos participantes, como INCRA, Receita Federal, IBAMA, SPU etc.
O Cadastro de Imóveis Rurais deve conter todos os imóveis de interesse dos órgãos
participantes, como INCRA, Receita Federal, IBAMA, SPU etc. Esse conceito deve ser,
claramente, definido para os serviços notariais e de registro, pois as informações a respeito
dos atributos são enviadas ao INCRA e estão sujeitas aos requisitos de georreferenciamento,
estabelecidos pela Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001).
123
Características basilares da Base Cartográfica Rural:
FONTE: O autor
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, neste Tópico 3, haverá um extenso item a partir do qual
trataremos, profundamente, de toda a codificação empregada pelo INCRA.
Não se preocupe! A inclusão desse assunto, no fim do Tópico 2, foi, apenas,
para contextualizar o produto cadastral e instigar a sua curiosidade.
124
O INCRA classifica o produto cadastral da seguinte forma:
125
• Planta individual: Deseja proporcionar uma visão detalhada do terreno rural,
através dos limites, das formas e dos enfrentamentos. Com o memorando descritivo,
é elaborado para possibilitar a distribuição dos títulos de propriedade e dos
registros públicos deles. Os tamanhos das plantas individuais são compatíveis com
os formatos de uma tabela padrão e são aplicados proporcionalmente. De acordo
com o modelo padrão, a representação gráfica de uma única planta contempla as
seguintes especificações:
◦ Formato A4/ABNT.
◦ Número ou código, com a parcela e os respectivos confrontantes.
◦ Azimutes dos lados em graus, minutos e segundos-arco.
◦ Comprimentos dos lados e perímetro expressos em metros, com duas casas decimais.
◦ Modelo de selo determinado pelo INCRA.
◦ Representação de acidentes planimétricos julgados importantes e levantados
a partir dos desenvolvimentos poligonais, segundo convenções adequadas à
escala da planta.
◦ Retratação do Meridiano Central (MC) correspondente, da convergência
meridiana, e das coordenadas plano-retangulares (UTM) e geográficas do ponto
mais ao norte da parcela.
◦ Destaque, com detalhes, das Áreas de Preservação Permanente (se existirem),
e excluídas, da área total da parcela, as áreas de vias públicas e, outras,
legalmente, dedutíveis.
126
FIGURA 20 – EXEMPLO DE PLANTA GERAL DO IMÓVEL
128
FIGURA 21 – CADASTROS TEMÁTICOS, CAMADAS OU LAYERS DE INFORMAÇÃO
129
FIGURA 22 – COMPONENTES SIG/LIS
130
4.1 LADM-MODELO DE ADMINISTRAÇÃO DA TERRA
A comunidade internacional, por meio da International Federation of Surveyors
(FIG), e com o apoio da UN-Habitat, propôs o Land Administration Domain Model
(LADM), em 2012, que visa estabelecer um SIT para padronizar a gestão territorial
global, com o objetivo de definir um modelo cadastral padronizado, dadas as grandes
diferenças que existem entre os cadastros ao redor do mundo. Esse modelo permite
a integração e a comunicação de todas as partes, utilizando a informação cadastral, o
que, também, é objeto do “Cadastro 2014”. As normas internacionais citadas propõem
um modelo de dados comum para o cadastro territorial e o SIT. Um dos grandes
problemas da área é a falta de um conjunto padronizado de conceitos, de terminologia
e de modelos conceituais.
131
FIGURA 23 – MODELO GERAL DO LADM
132
O Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais (SINTER) objetiva
integrar diferentes fontes de dados, de órgãos distintos, dos imóveis urbanos e rurais
produzidos pelo governo.
FONTE: O autor
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Cadastro de Imóveis Rurais deve conter todos os imóveis de interesse dos órgãos
participantes, como INCRA, Receita Federal, IBAMA, SPU etc. Esse conceito deve
ser, claramente, definido para os serviços notariais e de registro, pois as informações
a respeito dos atributos são enviadas ao INCRA e estão sujeitas aos requisitos de
georreferenciamento, estabelecidos pela Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001
(BRASIL, 2001).
• O INCRA classifica o produto cadastral como planta cadastral; planta geral do imóvel;
planta individual; e memorial descritivo.
134
AUTOATIVIDADE
1 Qual é a responsabilidade do INCRA, definida pelos manuais técnicos de
posicionamento, de limites e confrontações?
a) ( ) 6.015, de 1973.
b) ( ) 6.216, de 1975.
c) ( ) 10.267, de 2001.
d) ( ) 10.931, de 2004.
e) ( ) 13.838, de 2019.
3 A planta individual deseja proporcionar uma visão detalhada do terreno rural, através
dos limites, das formas e dos enfrentamentos. Com o memorando descritivo, é
elaborado para possibilitar a distribuição dos títulos de propriedade e dos registros
públicos deles. Os tamanhos das plantas individuais são compatíveis com os
formatos de uma tabela padrão e são aplicados proporcionalmente. Considerando o
modelo proposto pelo INCRA, apresente as especificações técnicas para uma planta
de imóvel rural para fins de georreferenciamento.
135
5 O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) necessita de normas e de especificações
técnicas, como do Modelo de Domínio da Gestão Territorial, ou Land Administration
Domain Model (LADM), além de uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE), com a
padronização e a definição de metadados dos dados especiais. A partir do exposto,
analise as afirmativas a seguir e assinale a opção CORRETA:
136
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13133. Execução de
levantamento topográfico. 1994. Disponível em: http://www.carto.eng.uerj.br/cdecart/
download/NBR13133.pdf. Acesso em: 24 abr. 2021.
137
HOFMANN-WELLENHOF, B.; LICHTENEGGER, H.; COLLINS, J. Global positioning
system: theory and practice. 4. rev. New York: Springer-Verlag Wien, 1997.
LEICK, A.; RAPOPORT, L.; TATARNIKOV, D. GPS satellite surveying. 4. ed. Hoboken:
JohnWiley & Sons, 2015.
138
RODRIGUES, D. D. Relação entre coordenadas geodésicas e coordenadas
topocêntricas. Revista Unimar, v. 15, n. 3, p. 307-318., 1993.
139
140
UNIDADE 3 —
CERTIFICAÇÃO DE
IMÓVEIS RURAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
141
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
142
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
BASE LEGAL E SISTEMAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos, preliminarmente, alguns conceitos importantes
da base legal do sistema rural. Para tanto, analisaremos, brevemente, o histórico legal
do Cadastro Técnico de Imóveis Rurais, de quem é essa responsabilidade, quem e/ou
onde se operacionaliza em viés nacional e quais são os principais norteadores legais aos
quais o profissional deve se atentar.
143
A Agência Nacional de Terras coopera, com o INCRA, para o levantamento
cadastral. A partir do ITCG (Instituto de Terras, Cartografia e Geologia, do Estado do
Paraná), por meio da implementação de um conjunto de dados e de informações
disponibilizados pelo cadastro de imóveis rurais, são permitidas diversas aplicações
cartográficas e físicas, promovendo, assim, o planejamento integrado e a gestão
democrática do território.
Com o passar dos anos, o uso da propriedade rural aumentou muito, e o valor
econômico dela também, exigindo, dessa forma, muita atenção dos governantes, que
passaram a promulgar leis, as quais estabeleciam normas e regras para o parcelamento
das terras. A propriedade rural, a identificação mais precisa e a história de posse forçada
dela deram origem ao princípio da particularidade. O Art. 176, da Lei nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, inclui a personalização do imóvel em um documento específico,
denominado de registro, que substitui a entrada do livro tombo, que contém os dados
mais completos do imóvel, do proprietário, do título legal e as principais transações
comerciais que o envolvem, proporcionando segurança para a tempestividade das
informações e comprovação precisa da titularidade pelo legítimo proprietário (BRASIL,
1973; NETO, 2005).
144
As disputas de terra contínuas e crescentes, entre grileiros, proprietários
legítimos e vizinhos, exigem uma intervenção mais forte do Estado, a fim de criar uma
técnica precisa, segura e durável para medir a propriedade rural, e, o mais importante,
evitar a sobreposição de áreas privadas umas sobre as outras, onde essas áreas estão
localizadas em domínios nacionais, como proteções ambiental, indígena etc. Nesse
caso, surgiu um novo sistema revolucionário de divisão e de demarcação de terras,
chamado de georreferenciamento (NETO, 2005).
145
Segundo o INCRA (2003), toda a infraestrutura cartográfica básica, imprescindível
aos trabalhos de natureza fundiária, deve ser adquirida de bases fundamentais do
Sistema Cartográfico Nacional e dos desenrolamentos dele, de redes geodésicas
principais e/ou secundárias e de mapas com escala topográfica, os quais compõem os
produtos finais do sistema.
146
online. O sistema, também, inclui: melhor gestão da rede fundiária rural brasileira;
articulação com cartórios e instituições públicas, com processamento de dados
fundiários; e transparência e objetividade. O SIGEF envolve diferentes atores, conforme
observado na figura a seguir (BRASIL, 2001a).
147
Essas geotecnologias, por sua vez, empregadas nesses sistemas, atuam de
forma integrada, de modo que o processamento das informações georreferenciadas
é realizado de modo interno ao próprio servidor de dados do INCRA. A entrada desses
dados ocorre a partir de uma planilha de cálculo, a qual é, devidamente, estruturada
para desempenhar a totalidade das regras de formatação exigidas pelo SIGEF.
148
FIGURA 3 – INTERFACE DA PLANILHA OPENDOCUMENT (.ODS), DEVIDAMENTE PREENCHIDA
PARA ENTRADA DE DADOS NO SIGEF
149
FIGURA 4 – PLANTA DO SIGEF, ELABORADA, AUTOMATICAMENTE, APÓS CERTIFICAÇÃO DO IMÓVEL
150
A certificação do imóvel fica condicionada à verificação pelo registro imobiliário,
e se encerra, assim, o processo de certificação dos imóveis rurais.
NOTA
CAFIR – Cadastro de Imóveis Rurais da Receita Federal
O CAFIR é o Cadastro de Imóveis Rurais da Receita Federal com um objetivo fiscal, isto é,
de tributação. Tratam-se de informações dos imóveis rurais do país, dos titulares deles,
e, se caso forem, dos condôminos e dos copossuidores.
151
ambos os sistemas. A vinculação dos cadastros do INCRA e da Receita Federal têm,
como designo, o acerto das bases de dados das duas instituições, de modo que se possa
avalizar a uniformidade dos dados manifestados e otimizar a Declaração Integrada de
Cadastro Rural, a qual beneficia os proprietários e/ou possuidores de imóveis rurais,
permitindo que a informação seja fornecida uma única vez (BRASIL, 2017).
152
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O CAFIR é o Cadastro de Imóveis Rurais da Receita Federal com um objetivo fiscal, isto
é, de tributação. Tratam-se de informações dos imóveis rurais do país, dos titulares
deles, e, se caso forem, dos condôminos e dos copossuidores. Estão devidos, à
inscrição no CAFIR, todos os imóveis rurais, mesmo os que se privilegiam de privilégio
ou da isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
153
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com a Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966, modificada pelo Art. 1º, da Lei
nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, o documento emitido pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que constitui a prova do cadastro de um
imóvel rural, indispensável para qualquer transação que envolva desmembramento,
arrendamento, hipoteca, venda ou promessa de venda do imóvel rural e/ou para
homologação de partilha amigável ou judicial, é o (a) (BRASIL, 1966; 2001b):
a) ( ) planta cadastral.
b) ( ) memorial descritivo.
c) ( ) levantamento topográfico.
d) ( ) certidão de registro.
e) ( ) escritura.
154
4 Qual é o nome dado à ferramenta eletrônica desenvolvida pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) para subsidiar a governança fundiária no território nacional? Por ele, são
efetuadas a recepção, a validação, a organização, a regularização e a disponibilização
das informações georreferenciadas dos limites de imóveis rurais, públicos e privados.
155
156
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
NORMA TÉCNICA PARA
GEORREFERENCIAMENTO DE
IMÓVEIS RURAIS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no Tópico 2, trabalharemos com os temas abordados, de
acordo com o que trata a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais,
elaborada pelo INCRA (2003; 2013). Toda a nossa discussão será pautada nesse
documento, assim, inicialmente, observaremos os padrões de precisão e de acurácia a
serem estabelecidos para o levantamento de campo.
Como se pode perceber, muito conteúdo importante vem por aí. Portanto,
fiquem atentos e tenham, todos, uma ótima leitura e excelentes estudos!
157
que se findam ao levantamento da superfície topográfica, como acidentes naturais,
culturais, configuração do terreno e localização exata. Logo, é imperioso ressaltar que
não se justifica a contraposição entre os levantamentos topográfico e geodésico, visto
possuírem finalidades distintas.
158
TABELA 1 – CLASSES, DE ACORDO COM PRECISÃO PLANIMÉTRICA (“P”) APÓS AJUSTAMENTO
159
A seguir, conforme consta na Norma Técnica de Georreferenciamento de
Imóveis Rurais, do INCRA (2003; 2013), realizaremos um compilado do passo a passo
que os profissionais devem seguir para realizar o credenciamento junto ao INCRA e estar
aptos à realização dos serviços.
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, uma explanação mais rica, e detalhada, do modo de se
obterem, corretamente, o levantamento e processamento dos dados,
em relação aos limites e às confrontações das propriedades rurais, será
exposta no Tópico 3 da presente unidade.
160
Os documentos listados devem ser enviados para cada Superintendência
Regional do INCRA, ou para o seguinte endereço: Conselho Nacional de Acreditação
e Acreditação – INCRA Ed. Palácio do Desenvolvimento, 12º andar, sala 1207, Setor
Bancário Norte-SBN, Brasília/DF, CEP 70.057-900.
161
3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS LIMITES EM ESPECIAL
As definições, descritas a seguir, devem ser entendidas, apenas, como
diretrizes gerais, destinadas a facilitar a delimitação de imóveis rurais que não sejam,
perfeitamente, identificáveis pelos documentos existentes. No entanto, os profissionais
credenciados não estão livres de avaliar esses documentos, principalmente, a descrição
do imóvel, contida no registro de registro de imóveis (INCRA, 2003).
• Linha seca: Caracteriza-se pela divisa, entre os imóveis, não definida por acidentes
físicos ou geográficos. A materialização é decorrente de intervenção humana, através
de cercas, canais, muros etc.
• Estrada de rodagem: Tem-se que, nos imóveis rurais confrontantes com estradas
públicas federais, estaduais ou municipais, a identificação dos limites deve estar de
acordo com a faixa de domínio fixada pelo órgão competente (DNIT, DER etc.) ou por
uma legislação específica.
faixa de dominio
estrada
vertice
vertice
eixo da
estrada
162
• Vértice: Mostra-se como todo local onde a linha limítrofe do imóvel muda de direção,
ou onde existe a interseção dessa linha com qualquer outra limítrofe, de imóveis
contíguos. Pode ser representado de três formas distintas:
◦ Marco (ocupado e materializado).
◦ Ponto (ocupado, mas não materializado).
◦ Vértice virtual (não ocupado nem materializado).
163
- Ponto: Determina-se como vértices não materializados na divisa do imóvel, ao longo
de acidentes, como: cursos e lâminas d´água, estradas de rodagem e de ferro, linhas
de transmissão, oleoduto, gasoduto, cabos óticos etc.
estrada vicinal
vertice vertice
FONTE: Adaptada de INCRA (2003)
164
4 LIMITES E CONFRONTAÇÕES
Continue a leitura para acompanhar os limites e as confrontações.
NOTA
A partir da 3ª Edição da Norma Técnica de Georreferenciamento de
Imóveis Rurais, do INCRA, tem-se que os quatro primeiros dígitos serão,
sempre, preenchidos pelo código de credenciamento do credenciado
responsável pelo serviço de georreferenciamento. No entanto, para os
credenciados que receberam codificação com três dígitos, permanecerão
com os mesmos três (BRASIL, 2013).
Exemplo:
MHJ_____
O quarto (ou quinto) campo (quando cabível) será preenchido, sempre, pela
letra M (= Marco), indicando que se trata de um vértice materializado.
Exemplo:
MHJM____
165
Exemplo:
MHJM0001
MHJM9999
MHJMA001
MHJMA999
MHJMB001
MHJMB999
MHJMC001
MHJMZ999
ATENÇÃO
Essa numeração sequencial deverá ser adotada, pelo credenciado, para
todos os imóveis georreferenciados por ele, visando ao atendimento da
Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, de forma que nenhum código,
já utilizado em qualquer vértice de outros imóveis georreferenciados
anteriormente, por esse mesmo profissional, venha a ser reutilizado
(BRASIL, 2001b).
Exemplo 1: M H J M 0 0 0 1:
Código do credenciado
Identificação do vértice
Numeração sequencial
166
4.2 CODIFICAÇÃO DOS PONTOS (NÃO MATERIALIZADOS)
Cada ponto da propriedade rural é identificado por um código único, gerado
por um funcionário credenciado, responsável pelo serviço de georreferenciamento. O
código é composto por oito caracteres, seguindo o mesmo padrão estabelecido para a
codificação de vértices, porém, o quarto campo, preenchido com a letra P, será alterado,
para indicar a presença de um ponto.
Exemplo:
MHJP0001
Código do credenciado
Identificador de ponto
Numeração sequencial
Exemplo: M H J V 0 0 0 1
Código do credenciado
Identificador de vértice virtual
Numeração sequencial
167
FIGURA 12 – EXEMPLO DE IMÓVEL GEORREFERENCIADO
FONTE: O autor
168
4.7 CARACTERÍSTICAS DO MARCO
Os vértices que necessitam de materialização devem atender às seguintes
prescrições:
• Marco de concreto: traço 1:3:4, alma de ferro Æ 4,2 mm, forma tronco piramidal e
dimensões 8 x 12 x 60 cm. O topo do marco deve conter uma chapa de metal, aço
inoxidável, latão, cobre ou bronze, com a identificação do vértice. É preciso aflorar
cerca de 10 cm do solo natural.
• Marco de granito: forma tronco piramidal e dimensões 8 x 12 x 60 cm. O topo do
marco deve conter uma chapa de metal, cobre ou bronze, com a identificação do
vértice. É preciso aflorar cerca de 10 cm do solo natural.
• Marco de ferro: tubo de ferro galvanizado, com Æ 49,5 mm; 900 mm de comprimento;
base pontiaguda, com dispositivos que dificultam a retirada (espinha de peixe). O
topo do marco deve ser revestido por chapa de ferro, com a identificação do vértice.
É preciso aflorar cerca de 10 cm do solo natural.
• Marco de material sintético: alma de ferro Æ 4,2 mm, forma tronco piramidal e
dimensões 8 x 12 x 60 cm. O topo do marco deve conter uma chapa de metal, aço
inoxidável, latão, cobre ou bronze, com a identificação do vértice. É preciso aflorar
cerca de 10 cm do solo natural.
169
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Cada vértice do imóvel rural é identificado por um código único, gerado pela
certificadora responsável pelo serviço de georreferenciamento. Esse código é
composto por, pelo menos, oito caracteres.
170
AUTOATIVIDADE
1 Independentemente da técnica utilizada para obter coordenadas e altitude, como as
medições podem ser divididas?
a) ( ) ao número do vértice.
b) ( ) ao tipo do vértice.
c) ( ) ao código do credenciado.
d) ( ) à coordenada X.
e) ( ) à coordenada Y.
a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) F, F, V, V.
c) ( ) F, V, F, F.
d) ( ) V, V, V, F.
e) ( ) F, F, F, V.
171
5 Conforme definido na Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais, do
INCRA (2013b), e respectivos manuais técnicos, os limites são descritos por segmentos
de reta interligados por vértices. De acordo com o estudado, a respeito dos limites e dos
vértices deles, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
172
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
GUIA TÉCNICO PARA LIMITES
E CONFRONTAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, estamos encerrando o nosso livro, assim, no Tópico 3, o nosso
foco será o Manual Técnico de Limites e Confrontações, do INCRA (2013a). Buscaremos
analisar o sistema cartográfico, visando abarcar os levantamentos de apoio básico, os
quais podem ser divididos por técnicas convencionais e por meio de GPS/GNSS. Nesse
sentido, detalharemos o emprego de cada um deles.
2 LEVANTAMENTO E PROCESSAMENTO
As técnicas de medição apresentadas, embora não pretendam ser exaustivas,
devem ser consideradas ferramentas para ajudar a alcançar a precisão necessária,
discutida nesta unidade. No entanto, a tecnologia mais adequada, à investigação, é,
essencialmente, uma escolha feita pelo credenciado. Assim, os líderes de planejamento
e de execução devem considerar as variáveis eficiência e economia.
NOTA
Os vértices virtuais, fixados em serras inacessíveis, em encostas de
morro, em áreas com cobertura vegetal protegidas por lei e alagadiças,
dentre outras, poderão ter as coordenadas definidas a partir de
cartas topográficas desenvolvidas ou contratadas por órgãos públicos,
vinculadas à antepositiva anuência da Superintendência Regional, do
INCRA, na região na qual os trabalhos serão realizados (INCRA, 2003).
173
2.1 SISTEMA CARTOGRÁFICO NACIONAL
O Sistema Cartográfico Nacional exerce, para a Cartografia Sistemática Terrestre
Básica, nas escalas de 1:250.000 a 1:25.000, a projeção UTM (Universal Transversa
de Mercator). As cartas com escalas superiores (1:10.000, 1:5.000, 1:2.000 etc.), com
a inclusão das cartas cadastrais, não possuem regulamentação sistemática no Brasil.
A respeito dessa ausência de sistematização, o INCRA adota, para a execução dos
cálculos das coordenadas, da distância, da área e do azimute, o plano de projeção UTM
(INCRA, 2003). Assim, a totalidade dos cálculos, com a contemplação da medição, da
demarcação e do georreferenciamento de imóveis rurais, necessita ser executada nesse
plano de projeção UTM.
174
Ao ser usada a transferência de coordenadas por métodos tradicionais, dois
vértices diferentes da rede devem ser utilizados. Em qualquer caso, as coordenadas,
tidas como referências, devem ter as respectivas métricas de precisão dadas pela
entidade que as fornece (MONICO, 2000).
• Teodolitos
175
• Níveis
Sendo:
• Estações totais
176
QUADRO 4 – CLASSIFICAÇÃO DAS ESTAÇÕES TOTAIS, DE ACORDO COM PRECISÃO INTERNA
• Desenvolvimento de poligonais
177
FIGURA 13 – POLIGONAIS GEODÉSICAS DE PRECISÃO (CONTROLE BÁSICO)
178
FIGURA 14 – POLIGONAIS GEODÉSICAS DE APOIO À DEMARCAÇÃO (CONTROLE IMEDIATO)
2.2.2 GPS/GNSS
A finalidade é o transporte de um ponto de controle planimétrico a partir de
dados fundamentais do Sistema Geodésico Brasileiro.
179
Existem dois grandes modos básicos de posicionamento com o GPS:
180
3. A rede resultante deve ser ajustada pelo processo dos mínimos
quadrados, assegurando, ao fim do ajustamento, a existência
de dois vetores independentes para cada ponto de apoio de
controle determinado.
4. Os receptores e o programa de processamento devem ter as
capacidades de armazenar e de pós processar fases de batimento
(j) das portadoras L1 ou L1/L2. Estas devem ser as observáveis
básicas do processamento.
5. O tempo de ocupação mínimo deve ser de 30m, desde que
a distância entre os pontos de referência e a determinar não
ultrapasse 20 km.
6. A geometria da configuração deve ser tal que assegure valores de
Geometric Dilution of Precision – GDOP inferiores a 8 durante o
período de rastreamento. Recomendações diferentes, expressas
pelo fabricante do equipamento, devem ser obedecidas, uma
vez que esta variável é utilizada nos algoritmos de solução de
ambiguidades no software de pós-processamento.
7. O número mínimo de satélites rastreados, simultaneamente,
durante o período, é 4 (quatro), sendo desejáveis cinco ou mais.
8. O horizonte de rastreamento mínimo deve ser de 15°.
9. O intervalo de gravação das observáveis deve ser de até 15S.
Quando associados a estações de referência cujo intervalo
difere de 15S, esses valores podem ser modificados, de modo a
coincidirem os instantes de observação. É aceita a utilização de
receptores de fabricantes diferentes em um mesmo levantamento.
Nesse caso, os dados devem ser convertidos para o formato de
intercâmbio, conhecido como Receiver Independent Exchange
Format, versão 2 – RINEX2. Para o processamento desses dados,
é necessário que os programas de pós-processamento sejam
capazes de decodificar dados do formato RINEX2 para o formato
de processamento proprietário, e vice-versa.
10. Os equipamentos auxiliares devem estar em perfeitas condições
de operação, por se tratar de um posicionamento tridimensional,
dadas as importâncias da centralização e do nivelamento das
antenas sobre marcos de referência e a partir dos quais se
pretende determinar coordenadas e altitudes.
11. A análise dos resultados do processamento, uma função do
software utilizado, deve seguir as recomendações do fabricante
do sistema, observadas as especificações anteriores, capazes
de decodificar dados do formato RINEX2 para o formato de
processamento proprietário, e vice-versa (INCRA, 2003, p. 188).
IMPORTANTE
Com relação às determinações altimétricas, é importante pontuar
que devem ser realizadas através do nivelamento por GPS diferencial,
trigonométrico ou geométrico. As características de cada um estão bem
estabelecidas na literatura.
181
Usar o GPS, para determinar e transmitir a altitude, é menos preciso do que as
coordenadas planares. Isso se deve, basicamente, aos fatores geométricos inerentes à
configuração do satélite, e à transmissão de altitudes ortométricas, ou relativas ao nível
do mar, assim, as variáveis geofísicas passam a fazer parte do problema. Estes envolvem,
basicamente, o campo gravitacional da Terra, por isso, é necessário um mapa, ou um
modelo geoide.
Ainda, de acordo com o INCRA (2013a), é importante enfatizar que cada título de
domínio se designa a, apenas, uma parcela, e vice-versa, com exceção das seguintes
situações:
182
FIGURA 15 – EXEMPLO DE MATRÍCULA REFERENTE A ÁREAS DESCONTÍNUAS
183
FIGURA 17 – EXEMPLO DE DESMEMBRAMENTO/PARCELAMENTO SEM TRANSFERÊNCIA
DE TITULARIDADE
Ao encontrar um imóvel no qual exista (m) área (s) encravada (s), o profissional
credenciado deve ficar atento à situação jurídica dela (s):
• A área interna está integrada no imóvel ao qual se refere o título de domínio, mas
se encontra ocupada por posseiro (s). Essa área interna não deve ser deduzida da
parcela.
184
FIGURA 19 – EXEMPLO DE ÁREA ENCRAVADA - POSSE INTEGRADA AO TÍTULO DE DOMÍNIO
• A área interna se encontra ocupada por posseiros, mas tal situação está, devidamente,
prevista na matrícula, de forma que a área encravada não integra o imóvel matriculado.
Nesse caso, o profissional deve proceder conforme o item “a”.
185
3.2 IMÓVEL RURAL PASSÍVEL DE TITULAÇÃO
Imóveis rurais passíveis de titulação são aqueles correspondentes à:
NOTA
O imóvel (parcela), somente, é certificado após a titulação.
4 LIMITES
Para identificar, corretamente, os limites do imóvel, o credenciado deve realizar
uma análise criteriosa dos documentos relacionados a ele, a fim de tirar dúvidas que
envolvem a localização. Como conteúdo principal da pesquisa, recomenda-se o seguinte:
186
Seja qual for o método de posicionamento utilizado, a identificação
dos limites deve ser feita in loco. É fundamental a presença dos
confrontantes ou dos prepostos, pois o levantamento é realizado
no limite comum entre os imóveis, a respeito do qual deve haver
concordância entre as partes envolvidas (INCRA, 2013, p. 12).
NOTA
Independentemente do método de posicionamento utilizado, a
identificação dos limites deve ser feita in loco.
187
A descrição dos tipos de limites destacados a seguir é extraída, integralmente,
do Manual Técnico de Limites e Confrontações, do INCRA (2013b).
• Cerca
• Muro
• Estrada
• Canal
• Vala
• Linha ideal
Como se trata de uma reta ideal, a descrição desses limites é realizada com a
determinação dos vértices extremos dessa linha, os quais devem ser do tipo “M”.
• Linha de cumeada
• Grota
• Crista de encosta
189
• Pé de encosta
NOTA
Acadêmico, a seguir, apresentar-se-á um resumo com os principais tipos de limites e os
respectivos códigos de identificação.
190
• Vértice tipo “M” (marco)
191
Na parte superior do marco, deve haver uma plaqueta de identificação, com o
código do vértice. No centro, é realizada a medição. A plaqueta necessita ser construída
com um material que garanta durabilidade e fixação no marco. Segue um modelo:
192
5 CONFRONTANTES E ALTERAÇÕES NA
PARCELA CERTIFICADA
Nos serviços de georreferenciamento, a identificação dos confrontantes deve
privilegiar o aspecto objetivo. Desse modo, quando o imóvel lindeiro está inscrito no
registro público, é identificado pelo número da matrícula ou transcrição, e pelo Código
Nacional de Serventia (CNS7) do cartório no qual está registrado.
Os imóveis que não possuem registro são identificados pela própria denominação,
conforme exemplos a seguir:
NOTA
Seguem informações quanto às providências a serem tomadas quando há a necessidade
de alteração de uma parcela certificada, seja por desmembramento/parcelamento ou
remembramento.
[...]
[...]
193
Quando não houver uma parcela confrontante certificada, o
desmembramento poderá demandar a inclusão de vértices
entre alinhamentos já certificados, porém, não poderá ocorrer
a exclusão de vértices do perímetro original.
[...]
NOTA
Para aguçar o interesse em você, acadêmico, a fim de se debruçar
sobre a certificação de imóveis rurais na prática, assista ao seguinte
vídeo: CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEL RURAL – INCRA (em 9 min). Esse vídeo
é de uma empresa de engenharia. Nele, o engenheiro responsável
demonstra todo o passo a passo para a certificação de uma fazenda.
São demonstrados a obtenção dos vértices, os marcos, a documentação
e o preenchimento da tabela ODS para o SIGEF. Oferecem-se um
fácil linguajar e exemplos rotineiros que são empregados. Qualquer
pessoa que tenha interesse nesse assunto está apta a compreender a
explicação. O vídeo tem cerca de 9 minutos de duração e se encontra
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=JC40CO_JG6c.
194
LEITURA
COMPLEMENTAR
Georreferenciamento de imóveis rurais: análise de área entre topografia,
RTK e sistema TM
INTRODUÇÃO
195
A 2ª edição da NTGIR adotava o sistema de projeção Universal Transversa de
Mercator (UTM) para o cálculo de áreas e de perímetros. Conforme Costa (2010), o UTM
é um sistema de projeção plana. A área determinada por ele apresenta ampliações ou
reduções, as quais dependem do meridiano dos vértices dela em relação ao meridiano
central. O cálculo de áreas em polígonos, sobre um elipsoide, cujos lados sejam formados
por arcos de paralelo, arcos de meridiano e linhas geodésicas, não é trivial, a não ser que
os lados sejam formados, apenas, por arcos de paralelo e de meridiano (GALO; MONICO;
OLIVEIRA, 2003).
ÁREA DE ESTUDO
196
[...]
O imóvel está situado em uma região similar a um pequeno vale, com diferenças
máximas de altitude em torno de 40 m, Figura 2. Possui um arroio que a corta de leste
a oeste. O solo é, predominantemente, arenoso e argiloso. A maior parte do local possui
vegetação rasteira, tendo vegetação densa concentrada no limite oeste. O imóvel faz
divisa, a leste, com a Avenida Coronel Orestes (M0015, V-0001 e M-0016); ao norte,
com a Rodovia Estadual ERS-240 (M-0012 e M0013) e com Afonso Paulo Colling (M-
0013, M-0014 e M-0015); ao sul, com Gelsumina Baierle Lucas (M-0016 e M-0017);
e, a oeste, com Florestal Participações Ltda (M-0017, M-0018, M-0019 e M-0020). A
área se encontra demarcada por mourões cercados por arame liso e cercas comuns
de arame farpado. Não há conflitos com os vizinhos em relação às divisas comuns
entre os imóveis. A documentação apresentada está regularizada, faltando, apenas, a
certificação do georreferenciamento de imóvel rural, emitida pelo INCRA.
MATERIAIS E MÉTODOS
197
LEVANTAMENTO COM GNSS/RTK
[...]
Nos pontos de divisa com outras propriedades, foram colocados vértices físicos
artificiais (Tipo M - Marco), sendo, o método utilizado (RTK Convencional), codificado como
PG6. Os vértices confrontantes com rodovias, também, são do tipo M, e implantados
com o mesmo método, porém, foram locados conforme ferramenta de offset, disponível
na coletora do GNSS Topcon Hiper.
Em uma leve curva da Avenida Coronel Orestes Lucas, foi decidido implantar
um vértice virtual do tipo V (não materializado), como cita o Manual Técnico de Limites
e Confrontações 1ª Edição. Dentre as situações nas quais esse tipo de vértice pode ser
utilizado, no caso da área de estudo, este estava situado em um local onde não era
possível a implantação estável de um marco, e o limite não era coincidente com um
elemento físico (INCRA, 2013b).
198
Foi necessário definir a distância de afastamento entre as linhas, a qual era de
11 m a partir do eixo da rodovia (valor da faixa de domínio). Foram coletados diversos
pontos, no eixo da rodovia, com o GNSS, e, através do comando offset, do software
AutoCAD 2017, definiu-se o local do vértice, exatamente, onde se confronta com a
rodovia, os quais são denominados de vértice V, Figura 5.
[...]
[...]
[...]
[...]
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os produtos gerados, no sistema SIGEF, constam nas figuras a seguir, nas quais
há o memorial descritivo, Figura 10, e a planta do imóvel, Figura 11.
[...]
199
ÁREA E PERÍMETRO CALCULADOS
[...]
CONCLUSÕES
200
Os resultados, também, mostraram que, no sistema RTM, obteve-se um resultado
mais acurado quando comparado aos dos sistemas LTM e UTM. Isso se justifica pelo fato
de o imóvel estar localizado em um local mais favorável de fuso nesse sistema, ou seja,
mais próximo da zona de secância.
201
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os limites são descritos por segmentos de reta interligados por vértices, conforme
definido na NTGIR 3ª Edição. Desse modo, não são admitidos elementos curvos, como
arcos de circunferência, de elipse e outros na descrição de limites de imóveis rurais.
202
AUTOATIVIDADE
1 Analise as afirmativas a seguir, relacionadas à Norma Técnica de Georreferenciamento
de Imóveis Rurais, do INCRA (2013b). Logo após, assinale a alternativa CORRETA:
203
3 Um formato de intercâmbio que é feito entre receptores independentes. Arquivo
ASCII com informação legível para a maioria dos programas de processamento.
Além disso, com relação ao sistema de posicionamento, ao se utilizar o GPS no
modo relativo estático, tem-se que o intervalo de gravação das observáveis deve
ser de até 15S. Quando associados a estações de referência, cujo intervalo difere
de 15S, esses valores podem ser modificados, de modo a coincidirem os instantes
de observação. É aceita a utilização de receptores de fabricantes diferentes em um
mesmo levantamento. Nesse caso, os dados devem ser convertidos para o formato
de intercâmbio conhecido como:
a) ( ) WGS.
b) ( ) DWG.
c) ( ) PDOP.
d) ( ) RINEX.
e) ( ) SIRGAS.
5 Conforme definido por INCRA (2013b, p. 4), um vértice limítrofe é "o ponto em que
a linha limítrofe de uma propriedade rural muda de direção, ou onde cruza a linha
limítrofe de qualquer outra propriedade adjacente". Na descrição, os vértices que
definem os limites dos atributos são categorizados por tipo, com o objetivo de mostrar
a forma de posicionamento (direto ou indireto) e a representação em campos. Assim,
identifique e explique os tipos de vértice existentes.
204
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13133. Execução de
levantamento topográfico. 1994. Disponível em: http://www.carto.eng.uerj.br/cdecart/
download/NBR13133.pdf. Acesso em: 24 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966. Fixa Normas de Direito Agrário, dispõe
sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma
Agrária, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l4947.htm. Acesso em: 24 abr. 2021.
205
BRASIL. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm. Acesso em: 24
abr. 2021.
GOMES, E. Medindo imóveis rurais com o GPS. Brasília: LK Editora, 2001. 87p.
206
PESSOA, L. M. C. Normas técnicas para levantamentos topográficos. Brasília:
INCRA, 2001. 71p.
207