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A Liga Utópica (ou Utópicos)

Alcunhas: Utópicos, Etercratas (sarcástico), Dr. Lei, O Colégio Ideal

História: Os Eternautas podem ter sido os mais ultrajados pela Ordem da Razão, mas os idealistas que fundaram
a Liga Utópica sentiram uma traição ainda mais profunda. Formada por protopsicólogos, historiadores e
Cientistas éticos independentes, a Liga nascente reuniu-se após perceber que o potencial da Ciência
Eletrodinâmica — energia livre, viagens ilimitadas e saúde para todos — estava sendo deliberadamente restrita
pela Cabala do Pensamento Puro. Ironicamente, alguns membros da Cabala uniram-se à Liga para protestar
contra a cumplicidade de seus camaradas. Para esses dissidentes, a proibição da Ciência Etérea e a adoração ao
reducionismo científico
pareciam projetados para limitar o que
Adormecidos poderiam conquistar sem a
liderança da Ordem da Razão. Além da
Iluminação guardada no cofre, uma
contravenção direta do ethos original da
Ordem, a medida poderia negar tecnologias
públicas capazes de salvar vidas.
Em 1905, um simpósio Eterita pela Europa
forjou o Ethos Científico e, consequentemente,
o futuro da Tradição. Os Cientistas da Liga
analisavam os esforços Eteritas, então usaram
seus talentos políticos e psicológicos para
ajudar a integrá-los ao Consenso. Ao longo dos
nove anos seguintes, as atividades Utópicas
passaram a incluir serviços de mensageiros e a
gestão da Paradigma, tudo para apoiar uma
causa comum dos Filhos do Éter.

Em 1914, o compromisso com essa causa


enfraqueceu, e a Grande Guerra arrastou
algumas das melhores mentes Eteritas para a
batalha. Ao lado da Tecnocracia, alguns Filhos
do Éter inventaram armas que impressionaram
o Consenso pela sua crueldade. A guerra
dificultou o julgamento da moralidade da
Ciência, a engenharia militar respondeu os
horrores com mais horrores. Através de
contatos governamentais em todos os lados, o
jovem Ministério-Sombra identificou os piores
criminosos contra o Ethos, mas os Eteritas não
tinham qualquer acordo sobre como lidar com
eles. Além disso, o Conselho dos Nove exigiu
que a Tradição desenvolvesse um código de
justiça interna — a menos que eles desejassem
depender das “correções” ocasionais dos
Eutanatos.
Dois anos depois, a Liga Utópica organizou o
Conselho de Aplicação da Ética Científica para
servir como juízes da Tradição. Em um referendo, os Filhos do Éter aprovaram o referendo. Os inconformistas
gradualmente distanciaram-se do centro da Tradição, criando uma nova geração de Cientistas Loucos. Então, em
1918, vários Utópicos desertaram para unirem-se aos bolcheviques russos. Atraídos pela possibilidade de um
“Estado Científico”, atacaram os valores “burgueses” da Liga. Até o final dos anos 1980, havia um pequeno fluxo
de Eteritas emigrando para os estados do Pacto de Varsóvia, onde seus experimentos com percepção extra-
sensorial, Ciência ideologicamente motivada e tecnologia OVNI deixou uma inesquecível marca no pensamento
científico soviético.
O Conselho de Aplicação da Ética Científica sobreviveu a essas provações, ajudando a processar os criminosos
Despertos da Segunda Guerra Mundial e extirpar as maquinações Nefândicas e os Infernalistas das fileiras da
Tradição. O resto da Liga trabalhou com esmero, ajudando a insinuar no Consenso a teoria quântica e da matéria
escura. O Ministério-Sombra também influenciou governos para que apoiassem valores humanistas e
compartilhamento livre de novas tecnologias com o mundo em desenvolvimento. Em muitos casos, a Tecnocracia
acabava levando a melhor, então as nações em dificuldades acabavam por aceitar a ajuda, mas assumiam dívidas
imensas pela mão de obra e pelas inovações estrangeiras. Nem a União nem os Utópicos podem levar todo o
crédito (ou culpa) pelo resultado, mas os compromissos assumidos pelos políticos Adormecidos traziam a marca
de ambos.

Quando a Tempestade de Avatares chegou, a Liga Utópica perdeu contato com pensadores e diplomatas que
haviam sido designados aos vários Reinos do Horizonte. Uma Liga mais prática e enxuta foi preparada para a
tarefa, ainda que com uma ajuda inesperada. Os “Cientistas Bolcheviques” começaram a retornar para ao grupo
no início dos anos 90, muitas vezes contando delirantemente sobre “bruxas” russas e uma barreira psíquica que
impedia seu trabalho. Esta “Cortina de Sombras” parece ter caído em 2000, mas pródigos Eteritas ainda retornam
da Rússia, trazendo invenções estranhas com eles.

Ciência: A Ciência Utópica não está envolvida com uma área particular tanto quanto está com a ideia de que a
pesquisa Científica deve beneficiar os Adormecidos o máximo e o mais rápido possível. É verdade que muitos
Utópicos estudam as Artes da Mente e compõem o principal contingente de psicólogos e sociólogos Eteritas.
Outros estudam teoria política e história para aprender a influenciar sociedade Adormecida para a melhor.

A Liga não vê com bons olhos membros que desenvolvem armas letais, mas entende que este trabalho é, às
vezes, necessário para a autodefesa. Isso não significa, em circunstância alguma, que seus membros permitam
que tais tecnologias caiam em mãos Adormecidas. Duas Guerras Mundiais e os exemplos da Tecnocracia os
convenceram de que o resto da humanidade pode aprender a matar por conta própria. Por outro lado, a Liga
encoraja tecnologias de defesa não letais. Os Cientistas Utópicos provavelmente têm o arsenal de armas não letais
mais diversificado do mundo à disposição e esforçam-se arduamente para torná-las disponíveis aos Adormecidos.
Eles esperam que a retomada de interesse pelos governos ocidentais levará as futuras guerras a serem travadas
sem derramamento de sangue. Estes armeiros conscientes estudam Vida, Forças e Matéria para desenvolver raios
atordoantes, espumas envolventes e drogas tranquilizantes.

Organização: É fácil unir-se a Liga Utópica. Os membros prestam um juramento de defender o Ethos Científico,
as regras que devem reger toda a pesquisa e conduta Eterita. Feito isso, a participação é irregular e alguns
Cientistas são notoriamente cautelosos sobre suas pesquisas, mas um verdadeiro Utópico dá o exemplo do que ele
espera que os membros da Tradição, os Adormecidos, e mesmo os Tecnocratas, seguirão. Obviamente, violar o
Ethos é motivo para expulsão, bem como para punição pelo Conselho de Aplicação da Ética Científica. A Liga é
particularmente inflexível sobre fazer das próprias falhas um exemplo.
Após a adesão, os Utópicos são livres para seguir suas próprias especialidades de pesquisa, mas também
precisam assumir projetos para desenvolver tecnologias que beneficiem a humanidade e compartilhem os frutos
da Ciência com os Adormecidos. No passado, relatórios trimestrais sobre estas atividades eram submetidos
à Paradigma, mas com o colapso da instituição, a maioria adequaram-se a reportar seu trabalho para um dos
sucessores da revista ou contactar outros Professores e Cátedras.

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