PROPRIEDADE: R&A, LDA NAMPULA, QUINTA-FEIRA, 02 MARÇO DE 2023 www.ikweli.co.

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ANO VII, N 1138

Na Escola secundária 12 de Outubro, em Nampula

Director adjunto pedagógico e aluno de 16

anos envolvem-se em pancadaria por causa
de camisa de uniforme

Foto ilustrativa (Governador Manuel Rodrigues visitando a escola)

Celso Correia discute desenvolvimento da

agricultura em Moçambique com a FAO Pág. 4

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Consumo de drogas em Nampula
Há cada vez mais jovens a darem entrada
no Hospital Psiquiátrico
N
ampula (IKWELI) – O
Gabinete Provincial de
Prevenção e Combate
a Droga em Nampula,
no norte de Moçambique, diz-se
preocupado com o número de
jovens que dão entrada no Hos-
pital Psiquiátrico local em conse-
quência da toxicodependência.
A directora daquela instituição
pública, Isabel Sanfins, refere
que Nampula tem registado mui-
tos casos de consumo de drogas,
por o isso o Governo e parceiros
tem se desdobrado a encontrar
soluções para estancar o fenómeno.
“A situação de consumo de droga
a nível da nossa província continua
a ser preocupação, porque com-
parando com os anos 2021 e 2022
houve uma grande subida de casos
de consumidores de drogas. Para o
ano 2021 apenas lidamos com (804)
oitocentos e quatro casos de pes-
soas que deram entrada no centro
de saúde mental, para o tratamento
decorrente aos transtornos por causa
de abusos de substâncias psicoati-
vas”, disse a fonte, prosseguindo
que “em 2022 tivemos, pelo menos,
Sociedade
Por: Nelsa Momade
4489 (quatro mil e quatrocentos e oi-
tenta e nove) casos de pessoas con-
sumidoras de diversas drogas legais
e ilícitas como a cannabis, heroína
e entre outras, também 2050 deram
entrada no centro de saúde mental”.
No âmbito dos esforços de com-
bate e prevenção ao consumo de
drogas, Sanfins assegurou que “já
existe um centro de apoio para os
usuários de drogas e trabalhamos
com psicólogos e psiquiatras para
o tratamento de pessoas com prob-
Na cidade de Nampula
4ª Esquadra intensifica men-
sagens preventivas às uniões
prematuras
Por: Constantino Henriques
N
ampula (IKWELI) – A 4ª
Esquadra da Polícia da
República de Moçambique
(PRM) na cidade de Nampu-
IKWELI
lemas de saúde devido a droga”.
O psicólogo clínico Artajo Monteiro,
não esconde a sua preocupação
com o fenómeno e comenta que “o
consumo de qualquer tipo de droga
causa danos às pessoas e por isso
podemos considerar é uma doença e
constitui um atentado contra a saúde
pública, as pessoas olham o consumo
de álcool como um meio recreati-
vo, também, nalgum momento pode
trazer problemas de saúde mental”.
la, província com o mesmo nome,
no extremo norte de Moçambique,
está a levar a cabo a divulgação
de mensagens de sensibilização
2

às raparigas para não aderirem e
denunciar casos de uniões prema-
turos, ao nível do bairro de Namu-
tequeliua, sua área de jurisdição.
A união prematura em conformidade
com a lei 19/2019 de 22 de Outubro,
lei de proibição, prevenção e comba-
te às uniões prematuras, é a ligação
entre pessoas, em que, pelo menos,
uma seja criança, formada com o pro-
pósito imediato ou futuro de constituir
família. Apenas a lei permite a união
com o propósito de formar família
caso uma das pessoas envolvidas te-
nha idade mínima de dezoito anos”.
Apesar da existência desta lei, in-
clusive que criminaliza as pessoas
que fomentam esta prática, ainda
continua um desafio pôr fim aos ca-
samentos envolvendo crianças me-
nores de 18 anos de idade. E a pro-
víncia de Nampula continua sendo
apontada como que esteja a lide-
rar os casos de uniões prematuras.
Esta é a razão que motivou a 4ª Es-
quadra policial em avançar com as
palestras que acontecem nas esco-
las do ensino primário e secundário,
localizadas no bairro de Namuteque-
liua, posto administrativo municipal
de Muhala, onde divulga a lei das
uniões prematuras e sensibiliza os
alunos, sobretudo raparigas a não
compactuar com tal prática criminosa.
As mensagens são lançadas atra-
vés das palestras que aquela sob
unidade policial tem realizado nas
escolas desde as do ensino primá-
rio até secundário, localizadas no
bairro de Namutequeliua, posto ad-
ministrativo municipal de Muhala.
Na última terça-feira (28 de Feve-
reiro), por exemplo, uma brigada da
4ª Esquadra escalou a Escola Co-
Política
munitária Santa Isabel de Nampula
que se situa naquela circunscrição
geográfica, para o mesmo propósi-
to. “Estamos aqui para realizarmos
palestra, à semelhança das outras
escolas, sobre diversos temas come-
çando pelos direitos da criança, muito
mais para as uniões prematuras, uso
e consumo das bebidas alcoólicas
nas escolas, portanto praticamente
são estes temas que temos estado
a debater nas escolas, mas aqui na
Santa Isabel falamos muito da lei das
uniões prematuras e o consumo de
bebidas alcoólicas”, disse ao Ikweli,
Maria Salomé Libério, chefe da sec-
ção de atendimento da 4ª Esquadra.
No bairro de Namutequeliua, em con-
formidade com Maria Salomé, não têm
sido reportados casos alarmantes de
uniões prematuras, mas que as men-
sagens de sensibilização se tornam im-
portantes como forma de prevenção.
“Para a nossa área as uniões prema-
turas não temos constado assim com
muita preocupação, não representam
pedra no sapato uma vez que não
são todos os dias que registamos
esse tipo de caso. Num semestre,
podemos registar um e outro caso,
talvez com as palestras que tem sido
promovidas nas comunidades tería-
mos muitas denúncias, a não ser que
as pessoas estejam a ocultar”, pros-
seguiu, acrescentando que “o traba-
lho que temos vindo a realizar é muito
mais para a prevenção e combate das
uniões prematuras, embora sabemos
que não é uma coisa que será fácil de
eliminar uma vez que muitos podem
estar dentro das nossas famílias, e
que um e outro é que pode denunciar
esses casos de uniões prematuras”.
A união prematura traz consigo vá-
IKWELI
rias consequências na criançs, desde
a violação dos seus direitos funda-
mentais com destaque para o direito
à escola, direito sexual e reproduti-
vo, para além da incapacidade que a
criança tem para ser chefe de família.
“Todos temos que estar convictos de
que a partir do momento em que es-
tamos a aceitar uma união prematura
para as nossas filhas, nós, também,
estamos a violar os direitos dessa
menina. Nós temos que dizer o casa-
mento só depois de 18 anos. Mas o
que se constata é ser uma obrigação
devido a ganância pela vida, preocu-
pações, dificuldades, mas temos que
ver quais são as consequências que
as uniões prematuras nos trazem. Te-
mos que esperar a criança crescer do
que termos que aderir em pôr a crian-
ça numa situação muito mais caó-
tica”, apelou Maria Salomé Libério.
A lei 19/2019 de 22 de Outubro, es-
tabelece no seu artigo 30 que “o
adulto, independentemente do seu
estado civil, que unir-se com criança
será punido com pena de prisão de
oito (8) a doze (12) anos e multa até
dois (2) anos”. Igualmente, “aquele
que colaborar para que a união com
criança tenha lugar, ou que por qual-
quer outra forma concorra para que
produzam os seus efeitos, desde que
tenha conhecimento de que a união
envolve criança, será punido com
pena de prisão e multa até um (1)
ano”, prevê o artigo 31 da mesma lei.
A lei em causa proíbe, também,
o noivado com crianças, daí que
que noiva uma menor de 18 anos
de idade arrisca-se a cumprir uma
pena de prisão até dois (2) anos.
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 Política IKWELI

Celso Correia discute desenvolvimento da

agricultura em Moçambique com a FAO
Por: Redação

R
oma (IKWELI) – O estágio “A disponibilização de sementes lo que está a acontecer na região,
de desenvolvimento da para a segunda época para hortíco- está fora da lista dos países em
agricultura em Moçam- las vai permitir, logo que as águas risco de fome, segundo a FAO.
bique e da segurança ali- baixem, que as famílias possam ter “Este é um grande sucesso dos
mentar; perspectivas de futuro e sementes. Já estamos a fazer ma- moçambicanos. Nós estamos a ter
a necessidade de uma resposta peamento das zonas mais afecta- estes resultados, mas agora o nosso
conjunta aos desafios ligados aos das – disse Correia - mas temos que grande desafio é ter a certeza que
choques climáticos que Moçam- esperar até o fim do ciclo e ir inter- são sustentáveis e consolidar este
bique e a região enfrentam foram vindo de acordo com as nossas ca- princípio continuando neste caminho.
os temas abordados nesta quar- pacidades, mas também mobilizando Os dados indicam que menos de 10%
ta-feira (1) em Roma entre o Min- todos os parceiros para este efeito”. da população está em situação de in-
istro moçambicano da Agricul- O ministro lamentou a perda de vi- segurança alimentar. Então significa
tura e Desenvolvimento Rural, das humanas, sinalizando o exer- que 90 por cento da população tem
Celso Correia, e o Director-Geral cício contínuo de melhoramentos alimentação segura, ou seja, já con-
do Fundo das Nações Unidas para da capacidade de resposta do País. segue ter três refeições por dia. Agora
a Agricultura (FAO), Qu Dongyu. “Estamos a fazer tudo para que con- temos sim que melhorar a sua dieta e
“Estamos satisfeitos com a reunião sigamos pôr o aprovisionamento das ter mais estabilidade no acesso aos
de trabalho que tivemos. Aprecia- sementes em tempo útil porque o ci- alimentos. Portanto, o trabalho ainda
mos, também, que o Director -Geral clo da resposta é muito curto. Temos não está concluído, mas estamos no
da FAO fez comentários mais técni- 30 dias para conseguirmos lançar as caminho certo”, rematou o ministro.
cos sobre a situação das cheias, sementes de milho de ciclo curto e A visita de Celso Correia em Roma
sendo que ele trabalhou como técni- das hortícolas para poder mitigar o prossegue com encontros no Fun-
co na mesma instituição”, comen- impacto das cheias”, frisou Correia. do Internacional Desenvolvimen-
tou o ministro do MADER à saída Ainda há muito trabalho pela to Agrícola (FIDA); no Programa
do encontro cordial na sede desta frente, mas também boas notícias. Alimentar Mundial (PMA) e no
instituição estratégica para o País. Moçambique, contrariamente àqui- Ministério da Agricultura italiano.
O Director-Geral da FAO quis intei-
rar-se sobre a situação das cheias
ressaltando a necessidade global de
encontrar soluções para a escassez
da água em algumas regiões do mun-
do e as inundações em outras. Segun-
do ele, são necessárias infraestru-
turas, como barragens, que podem
servir para mitigar estes problemas.
O Ministro Correia destacou o
grande esforço que Moçambique
está a fazer para se tornar um país
sustentável a nível de agricultura,
apostando na transferência de tec-
nologia, com o apoio de todos os
parceiros. Segundo ele, há boas
perspectivas para o futuro intensifi-
cando e melhorando a coordenação.
O tema das sementes também foi
abordado. Segundo Ministro, a res-
posta deve ser imediata com o acesso
gratuito das sementes para as popu-
lações, sobretudo neste momento.

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 Sociedade IKWELI

Na Escola secundária 12 de Outubro, em Nampula

Director adjunto pedagógico e aluno de 16

anos envolvem-se em pancadaria por causa
de camisa de uniforme
Por: Esmeraldo Boquisse

N
ampula (IKWELI) – O alu- proferindo respostas não adequadas concluí que a direcção da escola se-
no, de apenas 16 anos de e o seu companheiro apenas fugiu. cundária 12 de Outubro apenas paut-
idade, e que ao fim da tar- No entanto, quando o director adjun- ou pela violência, sem, no entanto,
de da última sexta-feira (24 to pedagógico conduzia o aluno ao desempenhar o seu papel de educar,
de Fevereiro) entrou em confronto seu sector, de forma a apurar a pro- por isso está-se a debater para encon-
físico com o director adjunto ped- veniência, este viu-se agredido fisi- trar resolução extrajudicial, ou não.
agógico da escola secundária 12 camente, momento em que os dois “16 anos é um menor de idade, mas
de Outubro, na cidade de Nam- entraram em confronto e causando foram encarcerar violando assim o
pula, corre o risco de ser expulso desordem na escola, o que condicio- princípio normativo de inimputabi-
daquele estabelecimento de en- nou ainda as aulas do curso nocturno. lidade relativa e houve blasfémia,
sino público por apresentar com- Face ao episódio, Segundo adian- porque enquanto o senhor ped-
portamento não abonatório, se- ta que “o menino ultrapassou aqui- agógico agredia o menino proferiu
gundo entende a direcção daquele lo que era esperado de um aluno palavras que era surumático [con-
estabelecimento ensino público. nas condições normais. O menino sumidor de suruma], o que pode
De acordo com Pedro Segunda, di- pegou a gola do director pedagógi- trazer consequências psicológicas
rector da escola em referência, o co, tentou derrubar e desobede- ao miúdo”, apontou Abel Nove, em
comportamento do aluno é asso- cer as normais, eu penso que se defesa do aluno envolvido no episó-
ciado ao incumprimento do regula- reserva muitas poucas hipóte- dio que viralizou nas redes sociais
mento interno que proíbe a entrada ses de ele continuar connosco”. e divide opiniões sobre o comporta-
e permanência no recinto escolar Já o advogado Abel Nove, que repre- mento dos alunos em diversas es-
aos alunos trajados com uniforme senta os pais e encarregados de edu- colas da província de Nampula, em
camisa mangas compridas, fac- cação do aluno, disse haver situação particular, e a reacção dos profes-
tos verificados aquando da inter- de agressão ao aluno, para além de sores que têm a tarefa de educar.
pelação do aluno pelo director ad- que o mesmo é menor de idade. Nove
junto pedagógico envolvido no caso.
“De facto aconteceu esse episódio
lamentável protagonizado por dois
alunos quando eram 17 horas no
período do último tempo. Estes dirigi-
ram-se atrás do segundo bloco que,
normalmente, escondem-se lá in-
divíduos de má conduta. Então neste
ambiente, e o director pedagógico
na sua actividade normal, depara-se
com aqueles dois meninos e, um de-
les põe-se em fuga”, contou o director.
Outro facto que levantou suspeitas da
proveniência e intenção dos alunos,
segundo Segunda, é que o aluno
não trazia bolso e nem gravata com
timbre da escola e estava trajado de
camisa de mangas compridas, o que
está não previsto no regulamento.
Todavia, quando questionado, o alu-
no pautou pelo mau comportamento

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CONDUTOR
ES DE LIGEIR
OS E PESADO
S

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