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Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ

Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação


Profª: Nysia Oliveira de Sa- Serviço de Referência
Aluno: Adriano Machado Abbagliato DRE: 120137234
Data: 19/01/2022
Resumo Crítico:

1- Estudos de usuários da informação: comparação entre estudos de uso, de


comportamento e de práticas a partir de uma pesquisa empírica de Carlos Araújo

O artigo “Estudo de usuários da informação” reconta brevemente o histórico dos


estudos de usuários informacionais e no decorrer de suas páginas apresenta, define e
exemplifica três abordagens existentes de estudos de usuários da informação: os estudos
de uso, os estudos de comportamento informacional e os estudos de práticas
informacionais. Ao fim de suas páginas, o autor demonstra e prova que nenhum dos
métodos é infalível e todos eles analisam uma realidade a partir de um foco e são
incapazes de chegar a respostas que fogem de seu escopo. Dado isso, todo pesquisador e
profissionais da área deve estar munido de todos os três para que suas pesquisas sejam
completas, amplas e confiáveis, como o autor diz:

“É absolutamente essencial destacar que as três formas de se estudar os usuários da informação


apresentadas acima não são excludentes. Não se trata de identificar qual a melhor e descartar as
demais. Antes, elas são complementares, na medida em que cada uma foi construída para
identificar e estudar determinados aspectos da realidade.” Araujo, Carlos.

Foi em 1996 que ocorreu o primeiro ISIC (Information Seeking in Context,


atualmente denominado The Information Behaviour Conference, mantendo a sigla). Esse
evento foi um marco, principalmente por ter reconhecido a existência dos três grandes
modelos de estudo definidos pelo artigo: O estudo de uso, que remonta desde as origens
dos estudos de usuários em 1930 e teve seu ápice entre 1960 e 1970; O estudo de
comportamento informacional que surgiu na década de 70 e teve seu auge nos anos 80;
E, por fim, o estudo de práticas informacionais que remonta dos anos 90, segundo o autor,
os três foram e continuam sendo amplamente utilizados até a idade contemporânea. O
professor Araújo ainda indica que o método varia de acordo com a região, como no Brasil
que, segundo ele, utiliza amplamente o primeiro método (estudo de uso) enquanto rejeita
os demais, dada a falta de compreensão dos profissionais sobre os conceitos que operam
os mesmo.
O primeiro modelo bebe da fonte positivista, muito forte no início do século XX,
trazendo a ele um aspecto físico da pesquisa. O modelo de uso utiliza de uma estratégia
quantitativa e levanta dados relativos a sociodemográfica do usuário e acesso físico das
fontes e sistemas de informação e correlaciona esses dados de forma a se encontrarem os
fatores intervenientes no uso de informação. Já o segundo, o modelo de comportamento
informacional, possui um aspecto cognitivo, dando foco no usuário e seus processos
cognitivos, modelos mentais e representações dos sujeitos sobre os sistemas de
informação. Por fim, o terceiro e último, o modelo de práticas informacionais possui a
exclusividade de ser Knowledge formation-centered definido pelo professor como
“sensível à percepção de como o usuário assume distintas condições de sujeito conforme
o contexto e conforme a sua inserção social – interferindo, também ele, naquilo que é o
“coletivo”.”.
2- Evolução teórico-metodológica dos estudos de comportamento informacional de
usuários de Kelley Gasque e Sely Costa
O artigo das doutoras aprofunda no tema dos estudos de comportamento
informacional, dando a eles uma perspectiva complexa. Nele as pesquisadoras indicam
sete pontos desse método de estudo: pesquisas mais centradas no indivíduo; inclusão de
outros grupos estudados, além de cientistas e tecnólogos; abordagem multifacetada,
englobando os aspectos sociocognitivo e organizacional; compreensão do
comportamento informacional como processo em que os indivíduos estão constantemente
buscando e usando informações; ampliação dos estudos qualitativos, assim como do uso
de múltiplos métodos; maior consistência teórica com aumento de fundamentação
interdisciplinar, crescimento do número de pesquisas, em todas as partes do mundo.
Estas mudanças de paradigma revelaram um período de mudança das
necessidades de pesquisa desde o início dos anos 70, que precisavam de visões
multidimensionais dado ao aumento da complexidade e multiplicidade das vias de
conhecimento e suas conexões, culminando na quebra da divisão arbitrária das disciplinas
em unidades que eram a norma na época.
Referências Bibliográficas:

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudo de usuários da informação: comparação entre


estudos de uso, de comportamentos e de práticas a partir de uma pesquisa empírica. Inf.
Pauta, Fortaleza, CE, v. 1, n. 1, p. 61-77, jan./jun. 2016.

GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Evolução teórico-metodológica dos estudos


de comportamento informacional de usuários. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 39 n. 1, p.21-32,
jan./abr., 2010.

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