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PLANO DE AULA

PROFESSORES: Amanda Amaral, Guilherme Campos


DISCIPLINA: Geografia
TURMA: 6º ano do Ensino Fundamental
HABILIDADE (S) BNCC: EF06GE01
DURAÇÃO: 1 aula, 50 minutos

TEMA: Urbanização

ASSUNTO: Transformação da paisagem hídrica de Juiz de Fora

OBJETIVO: Busca-se que ao final desta aula os educandos tenham condições de:

 GERAL:
Compreender o processo de transformação da paisagem hídrica urbana.

 ESPECÍFICOS:
Entender a transformação da paisagem urbana de Juiz de Fora;
Comparar ambientes que anteriormente eram dominados por paisagens hídricas que sofreram
o processo de urbanização;
Visualizar a dinamicidade da paisagem.
Analisar de maneira crítica as interferências antrópicas na paisagem.
__

RECURSOS DIDÁTICOS: Quadro, giz ou pincel, projetor, computador, caixa de som, cópias da
atividade.

MÉTODO: Utiliza-se do método expositivo-dialógico para atingir os objetivos.

INTRODUÇÃO:

Parte-se de uma recapitulação de conteúdos das aulas anteriores, evidenciando o


apontado pelos educandos a respeito do conceito de paisagem, após um momento de escuta das
respostas ao conceito, se necessário, fala-se novamente o que é paisagem, pedindo para os
educandos anotarem para posteriores consultas. É de fundamental importância ocorrer esse
processo, pois trata da desconstrução do conceito de paisagem do senso comum para uma
construção científica do conceito incorporando o espaço vivido e percebido pelos educandos
(CAVALCANTI, 1998).
DESENVOLVIMENTO:

Adentrando a temática desta aula lança-se a ideia de que a água é construtora da


paisagem, por exemplo, o Rio Paraibuna influencia na construção das paisagens da cidade de
Juiz de Fora. Busca-se, então, causar a reflexão se seria só o Rio Paraibuna esse agente hídrico
em Juiz de Fora, para isso lança-se mão de um questionamento: Os cursos de água menores de
um rio também influenciam na paisagem? Havendo a concordância coloca-se outro
questionamento: Onde então estão esses cursos de água em Juiz de Fora? Onde estão os
córregos da cidade? Vocês sabem por que a Avenida Itamar Franco era chamada avenida
Independência? Após ouvir atentamente as falas dos educandos apresenta-se uma resposta:
Grande maioria dos córregos urbanos estão canalizados e imperceptíveis aos nossos olhos, o
Córrego Independência, por exemplo, está todo canalizado sob a Avenida Itamar Franco. Esses
questionamentos abrem portas a discussão central da aula, a transformação da paisagem hídrica.
Segue-se tratando com os educandos o pode ser entendido como paisagens hídricas, os
ambientes construídos e constituídos pela água, e dando exemplos desses ambientes, rios,
várzeas, brejos, pântanos, atoleiros e lagoas.
De acordo com Moreira (2008), para perceber um fenômeno em sua dimensão geográfica
é preciso lançar mão dos princípios lógicos como localizar, distribuir, conectar, delimitar a
extensão e verificar a escala de sua manifestação na paisagem. Desse modo, concordando com
o autor, a análise espacial de um fenômeno, no caso a transformação da paisagem hídrica
urbana, implica em antes descrevê-lo na paisagem. Dado o conceito de paisagem hídrica pode-se
tratar do processo de substituição dessa paisagem, onde implica em um processo de destruição e
alteração da mesma através de canalização, retificação, aterro, impermeabilização e alteração
dos cursos. Importante falar o que é cada uma dessas intervenções e como estão associadas ao
crescimento das cidades já que a substituição ou transformação dessas paisagens surgem para
atender demandas da lógica do desenvolvimento vigente.
Após tratar do que é uma paisagem hídrica, o que é sua substituição, olha-se para os
motivos que levaram a essas intervenções, para tal pode-se questionar os educandos: Por que o
córrego Independência foi canalizado? Vocês acham que o Rio Paraibuna sempre percorreu o
trajeto que vemos hoje? Ouvidas as respostas aponta-se o processo de urbanização como
principal motivador dessas intervenções, uma vez que essas paisagens colocam-se como
limitadoras da agregação de espaço para a expansão urbana, ou seja, o crescimento da cidade.
Esclarecidos os motivos questiona-se os educandos se conhecem algum local de Juiz de Fora
nitidamente urbano que passou por um processo de substituição do ambiente hídrico.
Ouvidas as respostas apresenta-se um vídeo. Esse vídeo retrata duas áreas do cotidiano
juiz-forano que passaram pelo processo de urbanização que implicou na remoção do controle das
águas, onde atualmente estão o Largo da Riachuelo e a Praça Antônio Carlos. O uso do vídeo
como instrumentação na aula possibilita a ilustração do tratado assim como contribui com o
desenvolvimento de habilidades como a de “comparar modificações das paisagens nos lugares
de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos”, que corresponde a uma das
habilidades descritas na Base Nacional Comum Curricular para o 6º Ano do Ensino Fundamental
(EF06GE01). Logo após a apresentação do vídeo, pergunta-se aos educandos se eles conhecem
esses lugares e se sabiam de suas histórias. Dialogando a respeito de suas histórias será
possível que os educandos percebam o caráter dinâmico assumido pelo espaço, logo pela
paisagem.
CONCLUSÃO:

Para se encerrar pode-se citar exemplos de outros ambientes lacustres que sofreram esse
processo de substituição de suas paisagens hídricas, como a lagoa que existia na atual Praça do
Bairro Bom Pastor, o Córrego Yung, o Córrego Independência, e interferências que tem ocorrido
no presente, como a canalização do Córrego São Pedro. Com base nesses exemplos pode-se
discutir e refletir com os educandos sobre as formas de uso e apropriação das paisagens hídricas
pelas cidades ou pelo atual modelo de desenvolvimento, onde o recurso hídrico tem evidenciado
novos questionamentos no que se refere à gestão e planejamento para atender às demandas
vigentes.
A discussão da atual configuração e consolidação do espaço urbano de Juiz de Fora a
partir da substituição das paisagens hídricas possibilita aos educandos uma melhor compreensão
e entendimento da ideia de processo de transformação das dessas paisagens considerando a
importância dos recursos hídricos, já que a disponibilidade de água, tanto em quantidade como
em qualidade, é um fator limitante para o crescimento urbano e consolidação do espaço
geográfico.

AVALIAÇÃO:

A atividade será proposta ao final da aula para que os educandos desenvolvam em casa e
consiste na resolução da questão “Explique duas consequências das transformações da
paisagem hídrica no processo de urbanização a partir das imagens seguintes.” As duas imagens
apresentadas retratam a mesma área de paisagem hídrica em momentos diferentes, o primeiro
com as águas ainda dominando a paisagem e o segundo retratando esse ambiente já urbanizado.
Essa atividade assume como objetivo a fixação e externalização do conteúdo pelos educandos de
modo que desenvolvam um olhar geográfico sobre a paisagem, percebendo que ocorrem
processos de intervenção humana no espaço ocasionando remodelagens na paisagem.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO FICTÍCIA – DISCIPLINA GEOGRAFIA – ATIVIDADE X
ALUNO:
ANO: SALA: NÚMERO:
1) Explique duas consequências das transformações da paisagem hídrica no processo de urbanização a partir das imagens
seguintes.

Córrego São Pedro em 2005 Córrego São Pedro em 2018


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:


MEC/CONSED/UNDIME, 2016.

CAVALCANTI, L. S. O conhecimento geográfico através de representações sociais de


determinados conceitos elementares. In: CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e a construção
de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. p.29-86.

GOOGLE EARTH PRO. Córrego São Pedro. Juiz de Fora MG. 2005.

______. Córrego São Pedro. Juiz de Fora MG. 2018.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez. Ed.13. 1994. p.261.

MACHADO, P. J. O.; SANTOS, F. A. S. Urbanização e Substituição de Paisagens Hídricas em


Juiz de Fora/ MG 1883/1893. SILVA, H. C. (org). Gestão de Recursos Hídricos e
Sustentabilidade 4. Ponta Grossa: Atena Editora, 2019, p. 104-115.

MOREIRA, R. Conceitos, categorias e princípios lógicos para o método e o ensino da Geografia.


In: Pensar e ser em Geografia. Ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço
geográfico. São Paulo: Contexto, 2008. p.105-118

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