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DANÇA CORPO E

MOVIMENTO
O CORPO HUMANO

É o centro de estudos das ciências da


saúde, das ciências humanas e
também da arte

Cada uma dessas ciências olha para o corpo e o lê sob uma


perspectiva diferente
O corpo pode ser apenas a matéria física, que tem
vida, estudado por meio da dissecação e fragmentação,
com intuito de compreender como funciona a
máquina humana.

O corpo pode ser a concretização das relações entre


sujeitos e ambientes que eles habitam, analisando as
organizações culturais, políticas e sociais que regem,
dominam e controlam o comportamento dos sujeitos
Pode ser a junção da matéria, das relações e das

subjetividades vividas por cada corpo

Podemos compreender o corpo e, por consequência, o sujeito,


como resultado ou efeito da Cultura.

Sendo o corpo uma mistura de fatores:


como o ambiente em que se encontra
as informações que o rege e o abastece
as individualidades e subjetividades que formam cada sujeito

Considerando suas experiências e vivências de mundo


(PAZ; DIEHL, 2011).
Fregoneis e Bonfitto (2018)

O corpo produz imagens e, por meio delas, relacionamo-nos,


compartilhamos afetos e habitamos nossos próprios corpos
como sujeitos.

Logo, não há como pensar na história do


mundo, já que essa é formada por signos,
símbolos e significados, sem pensar na
história do corpo.
“Falar do corpo é falar da própria história da arte,

porque ela sempre tratou do corpo dos que a

constituíram” (Paz; Diehl, 2011, p. 4).


A partir do nosso repertório de imagens
ao longo da história das Artes Visuais,
podemos visualizar diferentes formas de
corpos, contextos históricos e sociais.
Desta forma podemos dividir este tema
em 3 vertentes:
Símbolo
Idealização
Movimento
DESENHE
UM CORPO
FEMININO
AGORA VAMOS PARA UM

EXERCÍCIO COMPARATIVO
1
Vênus de Willendorf,

período paleolítico / Fonte:

Wikimedia Commons

(2007, on-line).
Um corpo feminino gordo, com quadris
avantajados, seios grandes e a cabeça
arredondada com texturas, ausência de
pescoço e não representa a face
humana.
2
O nascimento de

Vênus (1485-1486) -

Sandro Botticelli

Fonte: Wikimedia

Commons (2012a, on-

line).
Representa o nascimento da deusa Vênus, que está ao centro
do quadro, nua, sobre uma grande conha que boia na
superfície de um mar azul.
Ela possui grandes e sinuosos cabelos que cobrem seu corpo.
Ao seu lado, flutua um casal, um homem e uma mulher
vestidos em tons de azul, que sopram, em direção à deusa,
algumas flores.
Do outro lado da deusa, há uma mulher sobre a terra, usando
vestido longo branco acinzentado com estampa floral neutra,
que estende um tecido na cor goiaba e também com estampa
floral que serve para cobrir a deusa.
Nas duas obras apresentadas, vemos
algo em comum: a referência à
deusa Vênus e a representação do
corpo feminino.

Vênus é considerada, para a


mitologia romana, a deusa do amor
e da beleza, sendo, ainda, associada
à fertilidade
Muitas outras foram criadas e
representadas ao longo da história da arte,
sendo nomeadas como Vênus, retratando
a história e a simbologia que representa.

Apesar de tratarem, supostamente, do


mesmo tema, podemos observar a
diferença entre as formas de
representação do corpo feminino.
A Vênus de Willendorf é uma escultura feita de pedra,
datada do Período Pré-Histórico Paleolítico, na qual
podemos visualizar a ênfase nos seios, na vulva e nos quadris
femininos, que podem ser interpretados como uma alusão à
fertilidade.

Vemos também a não representação do rosto na cabeça,


evidenciando a sua não importância para o contexto.
Além disso, a representação do corpo, nos primórdios da
arte, é dotada de práticas simbólicas, compreendidas como
uma ponte entre o humano e o divino
A história do nascimento de Vênus simboliza a chegada da
beleza divina no mundo (GOMBRICH, 2000)
O quadro do pintor torna-se relevante ao representar o
corpo feminino nu novamente. Esse corpo é associado à
pureza, à fertilidade e à delicadeza
As duas obras apresentadas permitem-nos

compreender que a presença do corpo nas artes não

se dá apenas pela sua retratação e seu registro


Realista ou Naturalista
Mas também pela sua representação simbólica de
acordo com cada contexto e cultura:
pelos traços
pelos gêneros
pelas formas
pelas cores
pelas posições
Se fizéssemos o mesmo exercício
de análise com outros corpos
representados, obteríamos outras
leituras sobre seus significados.
AGORA É SUA VEZ!

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