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Fundação de Pórtico de Entrada de Subestação - Casos de Estudo
Fundação de Pórtico de Entrada de Subestação - Casos de Estudo
Rio de Janeiro
Julho de 2017
FUNDAÇÃO DE PÓRTICO DE ENTRADA DE
SUBESTAÇÃO: CASOS DE ESTUDO
Rio de Janeiro
Julho de 2017
FUNDAÇÃO DE PÓRTICO DE ENTRADA DE SUBESTAÇÃO: CASOS DE ESTUDO
Examinado por:
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
JULHO DE 2017
Lucas, Thaís Macedo
III
DEDICATÓRIA
Ao meu avô.
IV
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, por toda formação, suporte e confiança no meu potencial.
Ao Marcus, não só por ser meu par de valsa, mas meu companheiro de vida.
À Débora, que é uma das pessoas que mais gosto, apesar de sermos tão
diferentes, mas com o coração tão parecido.
Aos amigos da MetalMat, que fizeram entender o que é uma família e que não
foi por acaso que entrei no curso “errado”.
Aos amigos da Civil que sempre me acolheram com todo carinho e fizeram os
anos de estudo passarem tão rápido.
À Karoline, por toda parceria e crescimento profissional que tivemos juntas, tão
novas.
V
VI
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Julho/2017
Este projeto tem como objetivo demonstrar a aplicação de diferentes tipos de fundações
a projetos de Subestação de Energia, onde estas estão submetidas a esforços não
usuais, como tração. Serão apresentados casos típicos de utilização, levando em
consideração o tipo de solo e os esforços solicitantes provenientes da estrutura, não
serão consideras questões de logística do local da obra e também custos envolvidos.
Serão apresentadas as premissas de cálculo, métodos de dimensionamento para cada
consideração, esforço solicitante e tipo de fundação. Para tanto, serão apresentados
três estudos de caso reais, com o desenvolvimento de todo o dimensionamento
geotécnico e estrutural da fundação e demonstrados os resultados finais.
VII
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Engineer.
July/2017
This project aims to show the application of different types of foundations to Energy
Substation projects, where these are subjected to unusual efforts. Study cases will be
presented, taking into account the type of soil and the requesting efforts coming from the
structure, will not be considered logistic questions neither costs estimation. The
assumptions, design methods for each consideration, requesting effort and type of
foundation will be presented.
VIII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 1
2.2.1. Sapata------------------------------------------------------------------------------------- 6
IX
2.5.7. Estimativa de Recalques ----------------------------------------------------------- 46
3.1.9. Arranjo Final das Fundações em Tubulão sem base alargada ------------ 70
X
3.3.5. Dimensionamento Estrutural------------------------------------------------------- 92
XI
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema de uma rede de distribuição de energia --------------------------------- 4
Figura 2 – Torre de Transmissão Autoportante e Torre de Transmissão Estaiada,
respectivamente. (Curso Teórico Andrade Gutierrez, 2016)----------------------------------- 5
Figura 3 – Esquema de Bloco Único, fornecido pelo fabricante ------------------------------ 8
Figura 4 – Estaqueamento submetido à carga vertical e momentos segundo as direções
x e y --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
Figura 5 – Superfície de Ruptura a Tração, Martin (1966) ----------------------------------- 19
Figura 6 – Coeficientes de Capacidade de Carga à Tração 𝑀𝑐 e 𝑀∅ + 𝑀𝛾, segundo
MARTIN (1966) ----------------------------------------------------------------------------------------- 20
Figura 7 – Coeficiente de Capacidade de carga à tração 𝑀𝑞 para λ=Φ/8, segundo
MARTIN (1966) ----------------------------------------------------------------------------------------- 21
Figura 8 – Superfície de Ruptura em Solo Categoria 1, Martin (1966) -------------------- 21
Figura 9 – Superfície de Ruptura em Solo Categoria 2, Martin (1966) -------------------- 22
Figura 10 – Coeficientes de Capacidade de Carga à Tração 𝑀𝑐 e 𝑀∅ + 𝑀𝛾 para λ = arc
tg (0,2), segundo MARTIN (1966) ------------------------------------------------------------------ 24
Figura 11 - Coeficiente de Capacidade de carga à tração 𝑀𝑞 para λ=arc tg (0,2),
segundo MARTIN (1966) ----------------------------------------------------------------------------- 24
Figura 12 – Comportamento Estaca Curta restringida em Argila --------------------------- 26
Figura 13 - Comportamento Estaca Curta Restringida em Areia --------------------------- 26
Figura 14 – Comportamento Estaca Curta não Restringida em Areia--------------------- 26
Figura 15 – Estaca curta não restringida em Argila -------------------------------------------- 27
Figura 16 – Comportamento Estaca Longa restringida em Argila -------------------------- 27
Figura 17 – Comportamento Estaca Longa não Restringida em Areia-------------------- 27
Figura 18 – Ábaco Estaca Curta em Argilas ----------------------------------------------------- 28
Figura 19 – Ábaco Estaca Curta em Areias ----------------------------------------------------- 29
Figura 20 – Ábaco Estaca Longa em Argilas ---------------------------------------------------- 30
Figura 21 – Ábaco Estaca Longa em Areias ---------------------------------------------------- 30
Figura 22 – Efeitos causados por deslocamentos---------------------------------------------- 31
Figura 23 – Deslocamento no Tubulão – Rotação --------------------------------------------- 32
Figura 24 – Deslocamento no Tubulão – Vertical ---------------------------------------------- 33
Figura 25 – Deslocamento no Tubulão – Horizontal. ------------------------------------------ 33
Figura 26 – Esquema de Sapata submetida a cargas excêntricas nas duas direções 36
Figura 27 – Zonas comprimidas de uma sapata retangular (Velloso e Lopes, 2002) - 38
Figura 28 – Fundação retangular submetida a uma carga vertical e dois momentos
(Velloso e Lopes, 2002) ------------------------------------------------------------------------------ 39
XII
Figura 29 – Áreas efetivas de fundação (B’ x L’), inclusive áreas retangulares
equivalentes (Velloso e Lopes, 2002) ------------------------------------------------------------- 40
Figura 30 - Causas do atrito negativo: (a) adensamento de argila amolgada; (b)
adensamento de argila por aterro; (c) idem por rebaixamento do lencol d'água; (d) idem
por alívio de poropressões em Iençol confinado (Velloso e Lopes, 2012) --------------- 41
Figura 31 - O atrito negativo como sobrecarga: (a) caso de Qn forte; (b) caso de Qn fraco
(Velloso e Lopes, 2012) ------------------------------------------------------------------------------ 42
Figura 32 – Perfil do subsolo estratigráfico e instrumentação (Endo et al, 1969) ------ 44
Figura 33 – Valores de λ para fundações circulares (Barata, 1962) ----------------------- 48
Figura 34 - Valores de λ para fundações retangulares a partir da entrada do valor de B/L
(Barata, 1962) ------------------------------------------------------------------------------------------- 48
Figura 35 – Esquema dos Apoios ------------------------------------------------------------------ 57
Figura 36 – Vista em Corte (Eixo x) da Coluna C8 (dimensões em metros) ------------- 58
Figura 37 – Vista em Corte (Eixo y) da Coluna C9, C8 E C7 (dimensões em metros) 58
Figura 38 – Direção dos eixos das forças aplicadas------------------------------------------- 62
Figura 39 – Placa de Base e Posicionamento previsto dos Chumbadores da Coluna C8
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62
Figura 40 – Seção tipo 04 para ábacos adimensionais para aço CA-50 ----------------- 70
Figura 41 – Planta de Formas Tubulões (unidades em metro) ----------------------------- 72
Figura 42 – Corte A-A (unidades em metro) ----------------------------------------------------- 73
Figura 43 – Corte B-B (unidades em metros) --------------------------------------------------- 74
Figura 44 – Disposição das estacas em relação aos apoios e ao bloco de coroamento
(unidades em metro) ---------------------------------------------------------------------------------- 78
Aumentando, então, a quantidade de estacas dispostas para 28, conforme a Figura 454,
além de aumentar a altura do bloco de coroamento para 1,0m, a estimativa de esforços
de compressão e tração será de: ------------------------------------------------------------------ 80
Figura 46 - Disposição das estacas em relação aos apoios e ao bloco de coroamento
(unidades em metro) ---------------------------------------------------------------------------------- 81
Figura 47 – Planta de Formas (unidades em metro) ------------------------------------------ 86
Figura 48 – Corte AA (unidades em metro) ------------------------------------------------------ 87
Figura 49 – Corte B-B (unidades em metro) ----------------------------------------------------- 87
Figura 50 – Parâmetros utilizados no dimensionamento da sapata ----------------------- 90
Figura 51 – Seção Longitudinal (unidades em metro)----------------------------------------- 94
Figura 52 – Seção Transversal (unidades em metro) ----------------------------------------- 95
XIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Compacidade e consistência de solos em função de NSPT, NBR 6484/200112
Tabela 2 - Peso Específico (Areias), Timerman, 1980 ---------------------------------------- 12
Tabela 3 – Peso Específico e Ângulo de Atrito (Argilas), Timerman, 1980 -------------- 12
Tabela 4 – Fatores F1 e F2 – Método Aoki e Veloso ------------------------------------------ 15
Tabela 5 – Fatores (K e α) – Método Aoki Veloso --------------------------------------------- 15
Tabela 6 – Fator C do Método Decourt e Quaresma ------------------------------------------ 16
Tabela 7 – Fatores de Capacidade de Carga de Terzaghi (Bowles, 1968) -------------- 17
Tabela 8 – Coeficiente de reação vertical Kv - Ordujanz-------------------------------------- 35
Tabela 9 – Coeficiente de reação vertical Kv - Terzaghi (1955) ----------------------------- 35
Tabela 10 – Coeficiente de Poisson - µ----------------------------------------------------------- 35
Tabela 11 – Fatores de forma para fundações rígidas a serem empregados no método
do Barata ------------------------------------------------------------------------------------------------- 48
Tabela 12 - Sugestões de valores de coeficiente Poisson (Barata, 1983) --------------- 49
Tabela 13 - Valores de α para a estimativa da profundidade atingida pelo bulbo de
pressões de uma fundação de largura B e comprimento L (Barata, 1984) -------------- 49
Tabela 14 - Valores de K para emprego na correlação entre o ensaio de cone e a
sondagem à percussão (Danziger, 1982) -------------------------------------------------------- 49
Tabela 15 - Valores do coeficiente de Buisman (Barata, 1984) ----------------------------- 50
Tabela 16 – Valores de Cp --------------------------------------------------------------------------- 54
Tabela 17 – Cargas Verticais Máximas de Compressão de Serviço ---------------------- 61
Tabela 18 - Cargas Verticais Máximas de Tração de Serviço ------------------------------- 61
Tabela 19 – Premissas consideradas para o Método de Aoki e Velloso ----------------- 63
Tabela 20 – Estimativa da capacidade de carga à compressão do tubulão, Aoki e
Velloso ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 64
Tabela 21 – Características do aço ASTM A572 Grau 50------------------------------------ 76
Tabela 22 – Esforços de Serviço no eixo da base dos apoios ------------------------------ 76
Tabela 23 - Premissas consideradas para o Método de Aoki e Velloso ------------------ 79
Tabela 24 – Estimativa da capacidade de carga da estaca mais solicitada, através do
método de Aoki e Velloso ---------------------------------------------------------------------------- 79
Tabela 25 – Dimensões e Características da Fundação Superficial ----------------------- 90
Tabela 26 – Esforços Solicitantes no Topo e na Base da Fundação ---------------------- 91
Tabela 27 – Tensões Atuantes no Solo provenientes da Estrutura ------------------------ 91
Tabela 28 – Pressões básicas de serviço nos diferentes tipos de solo (NBR6122/2010)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 92
Tabela 29 – Verificação em relação ao Tombamento ----------------------------------------- 92
XIV
Tabela 30 – Dimensionamento estrutural da Fundação Superficial e Pilaretes --------- 93
Tabela 31 – Resumo das características dos três estudos de caso ----------------------- 98
Tabela 32 – Comparativo dos Esforços Solicitantes atuantes no Caso 01 e 02 -------- 99
Tabela 33 – Esforços solicitantes atuantes no caso 3 --------------------------------------- 100
XV
1. INTRODUÇÃO
1
1.3. Estrutura do trabalho
Este trabalho está dividido em 4 capítulos: Introdução, Revisão Bibliográfica,
Estudo de Caso e Considerações Finais.
Além disso, trata também dos possíveis tipos de fundação que podem ser
adotados para o pórtico de entrada, item que será calculado detalhadamente no capítulo
3, do estudo de caso. Há uma breve descrição dos tipos de fundações e suas principais
utilizações, bem como comentários acerca de seus métodos construtivos e
aplicabilidade em diferentes tipos de solo.
2
O terceiro capítulo compreende os estudos de caso, onde são calculados para
três perfis estratigráficos típicos, obtidos de projetos reais, diferentes soluções em
fundações para o mesmo pórtico de entrada de uma subestação. Considera-se os
esforços solicitantes dados pelo fabricante e dimensiona-se para diferentes premissas
e tipos de solo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3
Figura 1 – Esquema de uma rede de distribuição de energia
4
sustentadas pela própria estrutura, estaiadas as que são sustentadas por cabos
tensionados no solo, conforme ilustrado na Figura 2.
5
2.2. TIPOS DE SOLUÇÕES EM FUNDAÇÕES PARA PÓRTICO
DE ENTRADA
Não há uma solução típica para este tipo de pórtico de entrada, utilizado nas
subestações abaixadoras. Devem ser avaliadas as condições do solo, de logística, de
custo e prazo, de nível d’água e das solicitações para determinação do tipo de fundação
a ser utilizada, assim como ocorre em geral em projeto de fundações. Cumpre salientar
que o pórtico de entrada é mais carregado que o de saída.
Abaixo são citados três tipos de solução que serão utilizadas no estudo de caso,
devido ao favorecimento de alguns fatores encontrados, que serão detalhados e
explicitados mais à frente.
2.2.1. Sapata
2.2.2. Estaca
6
A estaca pode ser diferenciada pelo material em que é constituída, seja de
madeira, de concreto, ou metálica, ou ainda pelo método em que é assente no terreno,
podendo ser cravada ou escavada.
2.2.3. Tubulão
7
apoios, como normalmente acontece com tubulões, surgirão apenas esforços de tração
ou compressão, não havendo o surgimento de flexão, conforme será abordado no
estudo de caso designado Caso 1.
8
bloco de coroamento, este transfere apenas esforços axiais e laterais, que devem ser
calculados individualmente a depender do posicionamento das estacas, conforme
equação 2-1. A premissa básica para utilização desta equação é de os eixos principais
de inércia passaram pelo centro de gravidade do estaqueamento, além deste ser
simétrico.
No cálculo das cargas atuantes nas estacas são consideradas então as parcelas
provenientes da carga vertical centrada, aplicada na fundação, ou seja, o próprio peso
da estrutura, cargas aplicadas bem como as contribuições advindas dos momentos
fletores longitudinais e transversais.
𝑉 𝑀𝑦 𝑥𝑖 𝑀𝑥 𝑦𝑖
𝐹= ± ±
𝑛 ∑ 𝑥𝑖 ² ∑ 𝑦𝑖 ²
Equação 2-1
Onde,
𝑛 = 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çõ𝑒𝑠.
9
Para o caso de uma fundação única, como na situação de fundação superficial,
também chamada de rasa ou direta, onde se adota apenas uma sapata, devido à
interferência que haveria entre as outras, por causa das dimensões e proximidades,
deve-se apenas transferir os esforços para o plano que passa pela base da sapata. É
importante lembrar também de considerar o peso próprio da estrutura da fundação como
esforço vertical.
0,72
𝑁60 = × 𝑁𝑆𝑃𝑇 (𝐵𝑅𝐴) = 1,20 × 𝑁𝑆𝑃𝑇(𝐵𝑅𝐴)
0,60
Equação 2-2
10
Para as equações a seguir, em se tratando de camadas de solo com diferentes
índices NSPT, será adotada uma média ponderada dos mesmos, já compatibilizados,
como pode ser entendido pelas fórmulas expressas abaixo. Cumpre salientar que as
correlações a e b sugeridas a seguir advém do relatório final do projeto de pesquisa
1493-6 elaborado pelo grupo de engenharia geotécnica da Cornell University (Kulhawy
e Mayne) em parceria com: Electric Power Institute, Overhead Transmission Lines
Program – Electrical System Division e V.J. Longo (EPRI Project Manager).
𝑆𝑢 = 0,06 × 𝑁60 × 𝑝𝑎
Equação 2-4
Onde,
Vale destacar que os valores obtidos a partir da tabela 3 de ângulo de atrito são
conservativos, devido às incertezas e baixa qualidade dos ensaios realizados.
11
Tabela 1- Compacidade e consistência de solos em função de NSPT, NBR 6484/2001
Solo Nspt Designação
<4 Fofa (o)
Areias e siltes 5-8 Pouco compacta (o)
arenosos Medianamente compacta
9-18
(classificação quanto (o)
à compacidade) 19-40 Compacta (o)
> 40 Muito compacta (o)
Argilas e siltes <2 Muito mole
argilosos 3-5 Mole
(classificam-se 6-10 Média (o)
quanto à 11-19 Rija (o)
consistência) > 19 Dura (o)
12
Tabela 4b – Características dos solos argilosos não saturados (Marangon, 2002)
Nomenclatura
SPT C (t/m²) para
sondagens
<2 < 1,2 Muito mole
2a4 1,2 a 2,5 Mole
4a8 2,5 a 5,0 Média
8 a 15 5,0 a 10,0 Rija
15 a 30 10,0 a 20,0 Muito rija
> 30 > 20 Dura
2.5. DIMENSIONAMENTO
Para o dimensionamento de fundações, é necessário o conhecimento dos tipos
de esforços atuantes, de acordo com o tipo de estrutura que será suportada. Com base
nestas informações é feito um pré-dimensionamento, em que são definidas as
características geométricas da fundação. Em seguida, são realizadas as verificações da
capacidade de carga geotécnica e dos recalques.
13
Dentre os métodos teóricos, destaca-se o desenvolvido por Vesic, que utiliza
soluções teóricas de capacidade de carga e parâmetros do solo.
Para tanto, nestes métodos a capacidade de carga total de uma estaca é dada
pela soma da parcela de atrito lateral e da parcela relativa à resistência de ponta. Os
valores unitários empregados nas fórmulas gerais se dão de forma distinta para cada
um deles.
Assim:
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 + 𝑄𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎
Equação 2-5
𝑛
𝑄𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 = 𝐴𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 × 𝑟𝑝
Equação 2-7
2.5.1.1.1. Método de Aoki e Velloso (1975)
Este método foi originalmente concebido a partir de correlações entre os
resultados dos ensaios de penetração estática (CPT, cone) e dinâmicos (SPT).
∝×𝐾×𝑁𝑆𝑃𝑇
𝑠𝑖 =
𝐹2
Equação 2-8
𝐾×𝑁𝑆𝑃𝑇
𝑟𝑃 =
𝐹1
Equação 2-9
14
Sendo,
𝐹1 𝑒 𝐹2
= 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜, 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒
∝ 𝑒𝐾
= 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚 𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐶𝑃𝑇 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑆𝑃𝑇, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑡𝑖𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜
− 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 5
15
2.5.1.1.2. Método Décourt e Quaresma (1978)
Os autores consideraram provas de carga executadas, aliadas à sua experiência
profissional, para sugerir os fatores utilizados no método. Deste modo, obtiveram-se as
resistências unitárias por atrito lateral e de ponta, respectivamente, por:
𝑁𝑆𝑃𝑇
𝑠𝑖 = + 1; 𝑒𝑚 𝑡𝑓/𝑚²
3
Equação 2-10
𝑟𝑝 = 𝐶 × 𝑁𝑆𝑃𝑇
Equação 2-11
Sendo,
Para o emprego das equações acima, porém, vale ressaltar que o NSPT
considerado na resistência lateral unitária se dá pela média dos NSPT que constituem o
fuste, ou seja, desconsidera-se o índice da camada de assentamento da base e o seu
antecessor imediato. Em contrapartida, para o NSPT utilizado no cálculo da resistência
unitária de ponta, são contabilizados os dois anteriormente desprezados, ou seja, do
nível da base da fundação e seu antecessor, e ainda o imediatamente abaixo da base.
Por fim, faz-se uma média desses três valores.
16
Para o caso de ruptura generalizada e fundações superficiais corridas, de
comprimento considerado infinito, a tensão de ruptura (qrup) é obtida através da equação
2-12:
1
𝑞𝑟𝑢𝑝 = 𝑐 𝑁𝐶 + 𝑞 𝑁𝑞 + 𝛾 𝐵 𝑁𝛾
2
Equação 2-12
Sendo,
𝐵 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜;
Sendo,
𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜
17
2.5.2. Capacidade de Carga à Tração de Fundações Superficiais e
Profundas
Onde,
𝐷 = 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜;
R = raio do fuste.
18
Há três formas de dimensionamento consideradas pelo método, situação de
estacas cilíndricas, placas e sapatas (ou sistema placa e fuste). Em se tratando de
tubulões, serão analisados os casos de estacas cilíndricas, e se por ventura houver
base alargada, a estrutura será adaptada a um modelo de sapata equivalente, pois a
base alargada é considerada como uma placa, combinada ao fuste do tubulão.
𝑄𝑡 = 𝑝 × 𝐷 ×[𝑐 × 𝑀𝑐 × 𝛾 ×𝐷 ×(𝑀∅ + 𝑀𝛾 ) + 𝑞 × 𝑀𝑞 ] + 𝑃𝑝
Equação 2-15
Sendo,
𝑝 = 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒;
𝐷 = 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜;
19
γ = peso específico do solo;
20
Figura 7 – Coeficiente de Capacidade de carga à tração 𝑀𝑞 para λ=Φ/8, segundo
MARTIN (1966)
a) Categoria 1 (Solos fracos): Argilas com alto grau de saturação e ângulo de atrito
interno Φ < 15°, solicitadas na condição não drenada de carregamento;
b) Categoria 2 (Solos resistentes): Areias (saturadas ou não) e argilas com baixo
grau de saturação e Φ ≥ 15°.
𝑅 = 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒;
Rf = raio do fuste.
21
Deste modo, é determinada a capacidade de carga à tração seguindo-se as
seguintes recomendações:
𝑝𝑏 = 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒;
Ab = área da base;
Af = área do fuste.
Onde,
𝑅 = 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒;
22
Para D ≤ Dc, e considerando-se λ = -Φ/4 obtém-se a capacidade de carga à
tração:
𝑄𝑡 = 𝑝𝑏 ×𝐷 ×[𝑐 × 𝑀𝑐 + 𝛾 ×𝐷 ×(𝑀∅ + 𝑀𝛾 ) + 𝑞 × 𝑀𝑞 ] + 𝑆𝑏 ×𝐷 × 𝛾
Equação 2-19
Sendo que para solos unicamente arenosos, a equação pode ser resumida e seu
único coeficiente restante passa a ser obtido na tabela válida para λ = -Φ.
𝑄𝑡 = 𝑝𝑏 ×𝐷 2 × 𝛾 × 𝑀𝛾 + 𝑃𝑝 + (𝐴𝑏 − 𝐴𝑓 )×𝐷×𝛾
Equação 2-20
23
Figura 10 – Coeficientes de Capacidade de Carga à Tração 𝑀𝑐 e (𝑀∅ + 𝑀𝛾 ) para λ =
arc tg (0,2), segundo MARTIN (1966)
24
a capacidade de resistência lateral da fundação. Assim, serão analisados não só os
efeitos horizontais, mas a sua aplicação com possíveis efeitos conjuntos, como
translação horizontal e vertical, além da rotação, através de estudos de Darkov e
Kusnezow (1953) e Ordujanz (1954).
Onde,
𝐿 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎.
25
Figura 12 – Comportamento Estaca Curta restringida em Argila
26
Figura 15 – Estaca curta não restringida em Argila
27
2.5.3.1.1. Estacas Curtas
a) Solos argilosos
Onde,
𝑒 = 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒;
𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
b) Solos arenosos
Onde,
28
Kp = coeficiente de empuxo passivo do solo;
γ = peso específico.
a) Solos argilosos
𝑀𝑦𝑖𝑒𝑙𝑑
Sabendo-se a relação define-se a condição da estaca, restrita ou livre, e
𝑆𝑢 ×𝐷 3
neste segundo caso informa-se e/D, para enfim obter-se, através do ábaco da Figura
𝑃𝑈𝐿𝑇
20, o valor de , sempre lembrando que com base nos parâmetros do solo, já
𝑆𝑢 ×𝐷 3
Onde,
𝑒 = 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒;
𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
29
Figura 20 – Ábaco Estaca Longa em Argilas
b) Solos arenosos
𝑀𝑦𝑖𝑒𝑙𝑑
Sabendo-se a relação 𝐾𝑝 ×𝐷 4 × 𝛾
, define-se a condição da estaca, restrita ou livre,
𝑃𝑈𝐿𝑇
e neste segundo caso obtém-se o valor de 𝐾𝑝 ×𝐷 3 × 𝛾
, através do ábaco da Figura 21,
considerando que com base nos parâmetros do solo, já estabelecidos, é possível definir
o Pult.
30
2.5.3.2. Método Russo (Darkov e Kusnezow, 1953; Ordujanz,1954;
outros)
O método descrito na norma russa faz considerações baseadas na hipótese de
Winkler, melhor detalhada no item 2.5.4.1, prevendo um coeficiente de reação horizontal
crescente com a profundidade, Kh, e coeficiente de reação vertical atuante na ponta de
valor constante Kv. Como prática de projeto, este método é normalmente utilizado para
o caso de tubulões. Cabe destacar que embora este item (2.5.3.) faça menção à
capacidade de carga a esforços horizontais, a autora optou por compilar todos os
aspectos considerados na proposta do Método Russo, incluindo aspectos de verificação
de deslocamentos e tensões atuantes.
31
Figura 23 – Deslocamento no Tubulão – Rotação
2 ×𝐻 ×𝐿 + 3 ×𝑀
∝=
1 3 3
2 𝐾𝐿 ×𝐿 ×𝐵 + 16 𝐾𝑉 × 𝐴𝑏 × 𝐵²𝑏
Equação 2-22
Onde,
L = Profundidade de assentamento;
B = Dimensão do fuste;
Bb = Dimensão da base;
Ab = Área da base.
32
Figura 24 – Deslocamento no Tubulão – Vertical
𝑉
∆𝑦 =
𝐾𝑉 × 𝐴𝑏
Equação 2-23
Onde,
2 ×𝐻 2
∆𝑥 = + ×𝐿×∝
𝐾𝐿 × 𝐿 × 𝐵 3
Equação 2-24
Onde,
33
2.5.3.2. Tensões Atuantes
𝐾𝐿 𝐾𝐿 ∆𝑥
𝜎ℎ = − ×𝑧 × ∆𝑥 + ×𝑧 2 × ∝, 𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑧0 =
𝐿 𝐿 ∝
Equação 2-25
𝑉 𝐾𝑉 × 𝐵𝑏
𝜎𝑣 = ± ×∝
𝐴𝑏 2
Equação 2-26
Onde,
∅ ∅
𝑚 = 𝛾 𝑥 [𝑡𝑔2 (45° − ) − 𝑡𝑔2 (45° + )]
2 2
Equação 2-27
𝐾𝐿
𝑚 ≥ × ∆𝑥; ou seja, a tangente do diagrama de tensões no fuste do tubulão sendo
𝐿
menor ou igual ao ângulo de inclinação da reta que limita o diagrama de tensões passiva
e ativa.
Vale relatar que existem inúmeras tabelas e fórmulas que permitem a estimativa
dos valores de Kv e Kh (neste caso, Kl) para o emprego no método acima. Porém, é
comum, em projetos, a utilização dos coeficientes sugeridos por K.S.Ordujanz (Tabela
8), por se tratar de um autor russo, de modo que a equivalência com o método se dá de
forma mais acurada.
KH = μ x Kv.
Equação 2-28
34
Tabela 8 – Coeficiente de reação vertical Kv - Ordujanz
Kv
Natureza do solo
(Kg/cm³)
Argila muito mole úmida 1,4
Argila mole úmida 2
Argila média úmida 4,7
Argila compacta úmida 10,7
Areia fina bastante úmida 3,0 a 3,5
Areia fina média úmida 2,0
Areia fina média seca 3,1
Areia fina seca com cascalho 2,0
35
Argila não saturada 0,35 - 0,40
Solo arenoso 0,15 - 0,25
Areia 0,30 - 0,35
a) Hipótese de Winkler;
b) Consideração de área efetiva, como era recomendado pela NBR6122/96;
c) Consideração de meio elástico contínuo.
36
𝑀𝑦
𝑒𝑥 =
𝑉
Equação 2-29
𝑉 6 𝑒𝑥
𝑞= (1 ± )
𝐴 𝐿
Equação 2-30
b) Se e > L/6:
4 𝑉
𝑞𝑚á𝑥 =
3 𝐵 (𝐿 − 2𝑒𝑥 )
Equação 2-31
𝑀𝑦
𝑒𝑥 =
𝑉
Equação 2-32
𝑀𝑥
𝑒𝑦 =
𝑉
Equação 2-33
𝑉 6 𝑒𝑥 6 𝑒𝑦
𝑞= (1 ± ± )
𝐴 𝐿 𝐵
Equação 2-34
𝐵 𝐵 𝐵2
𝑠= ( + √ 2 − 12)
12 𝑒𝑦 𝑒𝑦
Equação 2-35
37
3 𝐿 − 2𝑒𝑥
𝑡𝑔 ∝ =
2 𝑠 + 𝑒𝑦
Equação 2-36
12𝑉 𝐵 + 2𝑠
𝑞𝑚á𝑥 = 2
𝐵 𝑡𝑔 ∝ 𝐵 + 12𝑠²
Equação 2-37
Sendo,
𝐿 𝐿 𝐿2
𝑡= ( + √ 2 − 12)
12 𝑒𝑥 𝑒𝑥
Equação 2-38
3 𝐿 − 2𝑒𝑦
𝑡𝑔 ∝ =
2 𝑠 + 𝑒𝑥
Equação 2-39
12𝑉 𝐿 + 2𝑡
𝑞𝑚á𝑥 = 2
𝐿 𝑡𝑔 𝛽 𝐿 + 12𝑡²
Equação 2-40
38
𝑒𝑥 𝑒𝑦
∝= +
𝐿 𝐵
Equação 2-41
𝑉
𝑞𝑚á𝑥 = ∝ [12 − 3,9(6 ∝ −1)(1 − 2 ∝)(2,3 − 2 ∝)]
𝐵𝐿
Equação 2-42
39
Figura 29 – Áreas efetivas de fundação (B’ x L’), inclusive áreas retangulares
equivalentes (Velloso e Lopes, 2002)
𝑉
𝑞=
𝐴′
Equação 2-43
2.5.5.1. Conceitos
O atrito lateral entre o solo e a estaca é considerado negativo quando o recalque
do solo é maior que o recalque da própria estaca. Esse fenômeno faz com que a argila
sobrecarregue a estaca, devendo ser considerado no dimensionamento geotécnico e
estrutural do elemento da fundação. Segundo Velloso e Lopes (2012), os casos em que
se manifesta o atrito negativo são os seguintes:
40
c) Um terceiro caso, semelhante ao segundo, ocorre quando se promove um
rebaixamento do Iençol d'água em camada de areia acima de argila mole
(Figura 30-c) ou alívio de pressões em camada de areia abaixo de argila mole
(Figura 30-d). Coloca-se a argila mole em processo de adensamento e
provoca-se o atrito negativo nas estacas executadas naquela obra ou em
estacas de obras vizinhas.
d) As estacas cravadas em solos subadensados, em processo de adensamento
sob a ação do peso próprio, também estarão sujeitas ao atrito negativo.
e) As estacas cravadas em solos colapsíveis que, quando saturados, entram
em processo de adensamento. Acredita-se ter sido essa a causa dos
elevados recalques em algumas obras do início da construção de Brasília,
quando se desconhecia a colapsibilidade da argila porosa encontrada no
local.
41
O atrito negativo é um problema de recalque da fundação, não é capaz de levar
à ruptura uma estaca por perda da capacidade de carga do solo, pois essa ruptura seria
precedida de um recalque da estaca em relação ao solo que inverteria o sinal do atrito.
Teoricamente, pelo menos, seria possível a ruptura estrutural da estaca, seja por
compressão, seja por flambagem (Combarieu, 1985).
Figura 31 - O atrito negativo como sobrecarga: (a) caso de Qn forte; (b) caso de Qn
fraco (Velloso e Lopes, 2012)
42
Qp,ult + Ql,utl
Q adm = FS
− Qn
Equação 2-44
U – Perímetro da estaca;
43
inferior cuja finalidade era obter água para uma planta industrial, criando um gradiente
descendente no local. Tal fator acarretou no adensamento dos solos provocando o atrito
negativo.
Os autores propõem que o valor máximo do atrito negativo (Q n ) pode ser dado
pela equação abaixo.
hn
Q n = η. K. tg(δ). U ∫ σ′v dz
0
Equação 2-46
44
Onde: η – Coeficiente relacionado com a ponta (1,0 ponta maciça, 0,6 ponta aberta);
U – Perímetro da estaca;
Antes dos anos 50, era apenas considerada a possibilidade de estacas com
trecho desenterrado flambarem, como no caso de pontes e obras marítimas. Entretanto,
Bergfeld (1957) alerta para a possibilidade de flambagem de estacas totalmente
enterradas. A NBR6122/96 prescreve a seguinte recomendação para estacas
escavadas com injeção (micro-estacas ou estacas tipo raiz):
“7.8.10.3.1 Quando for utilizado aço com resistência de até 500 MPa e a
percentagem de aço for menor ou igual a 6%, a peça deve ser dimensionada como pilar
de concreto armado, levando-se em conta a verificação de flambagem, com a devida
consideração do confinamento do solo, tomando-se para a argamassa (que, neste caso,
deve ter consumo de cimento não inferior a 600 kg/m3 ) um valor de fck compatível com
as técnicas executivas e de controle não superior a 20 MPa. Quanto ao coeficiente de
minoração γc da argamassa, este deve ser adotado igual a 1,6, tendo em vista as
condições de cura da argamassa.”
45
• Estacas totalmente enterradas, se muito esbeltas e em solo de baixa
resistência, devem ser verificadas à flambagem, podendo ser utilizada,
por exemplo, a fórmula de Bergefelt.
𝑄𝑐𝑟 = 8 𝑎 10 √𝑆𝑢 𝐸𝑝 𝐼
Equação 2-47
Sendo,
46
2.5.7.1. Método de Barata
O método de Barata de previsão de recalques associa a Teoria da Elasticidade à
interpretação da prova tríplice de Housel e o ensaio de cone (CPT). O recalque Δh de
uma fundação assente à profundidade h é dada por:
𝑝
∆ℎ = λ ∙ 𝑐∆ . ∙ 𝐵 ∙ (1 − 𝜇2 )
𝐸𝑧
Equação 2-48
Onde:
𝑞𝑐 = 𝐾 ∙ 𝑁𝑆𝑃𝑇
Equação 2-49
𝐸𝑧 = 𝑎 ∙ 𝑞𝑐
Equação 2-50
Onde:
47
Figura 33 – Valores de λ para fundações circulares (Barata, 1962)
48
Tabela 12 - Sugestões de valores de coeficiente Poisson (Barata, 1983)
Tipo de solo Valor de μ
Argilas saturadas 0,5
Argilas não saturadas 0,1 - 0,3
Areias argilosas 0,2 - 0,3
Siltes 0,3 - 0,35
Areias 0,2 - 0,4
49
Tabela 15 - Valores do coeficiente de Buisman (Barata, 1984)
Coeficiente
Tipo de Solo Referência
de Buisman
Silte arenoso, pouco argiloso (solo residual de
Barata
gnaisse, ao natural) 1,15
(1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Areia siltosa (solo residual de gnaisse, ao
Barata
natural) 1,20
(1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Silte argiloso (solo residual de gnaisse, ao
Barata
natural) 2,40
(1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaisse,
Jardim
ao natural) 2,85
(1980)
(local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ)
de Mello e
Silte pouco argiloso (aterro compactado)
3,00 Cepollina
(local - não determinado)
(1978)
Solo residual argiloso (aterro compactado) Barata
3,40
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ) (1962)
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaisse,
Jardim
ao natural) 3,60
(1980)
(local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ)
Solo residual argiloso (aterro compactado) Barata
4,40
(local – Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ) (1962)
Argila areno-siltosa (solo residual de gnaisse,
Jardim
ao natural) 5,20
(1980)
(local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ)
Barata,
Argila areno-siltosa (porosa) (solo residual de
Côrtes e
basalto, ao natural) 5,20-9,20
Santos
(local - Refinaria do Planalto, Campinas, SP)
(1970)
não
Areias sedimentares 2,00
publicado
As expressões aplicadas por este método são apresentadas a seguir, bem como
o significado de seus parâmetros:
50
2𝐵 𝑜𝑢 4𝐵
𝐼𝑧𝑝
𝜌 ≈ 𝐶1 . 𝐶2 . 𝛥𝑝. ∑ . ∆𝑧
𝐸𝑠
0
Equação 2-51
𝜎′𝑣𝑏 𝑡
𝐶1 = 1 − 0,5. 𝐶2 = 1 + 0,2. log(𝑡 )
∆𝑝 0
Equações 2-52
𝑝− 𝜎′𝑣𝑏
𝐸𝑠 = 𝑥. 𝑞𝑐 𝐼𝑧𝑝 = 0,5 + 0,1. √ 𝜎′𝑣𝑝
Equações 2-53
Onde:
ρ – recalque absoluto;
Es – módulo de compressibilidade;
σ'vp – tensão vertical efetiva no solo (sem considerar a carga da fundação) a 0,5
B (fundação axissimétrica) ou a B (fundação longa) de profundidade.
51
influência. De toda forma, devido a tais perturbações, o solo no entorno da estaca,
mesmo se inicialmente homogêneo, o que costuma ser raro, pode exibir variações
bruscas de rigidez, tanto na vertical quanto na horizontal, pelo menos nas zonas de
ampla compressão, característica do entorno de estacas cravadas, o que não acontece
em tubulões.
w0 = ws + wp
Equação 2-54
Sendo,
wp = wpp + wps
Equação 2-55
Onde,
w0 = ws + wpp + wps
Equação 2-56
onde as três parcelas já foram determinadas separadamente.
52
𝐿
𝑤𝑆 = (𝑄𝑃 + 𝛼𝑄𝑠 )
𝐴 𝐸𝑃
Equação 2-57
Sendo:
Qp = Carga de ponta;
considerado;
L = comprimento da estaca;
A = seção transversal;
E 5600fck1/ 2
Equação 2-58
Sendo,
Onde,
53
introduzidos, na determinação de q0, de tal forma que os coeficientes Cp e Cs
praticamente independem das dimensões da estaca.
𝐷
𝐶𝑠 = (0,93 + 0,16 √ ) 𝐶𝑝
𝐵
Equação 2-60
Como estabelecido por análises teóricas e logo após reafirmado por ensaios em
escala real com carga mantida, parte predominante destes recalques na faixa de cargas
de trabalho são de natureza imediata, com exceção para casos em que um trecho
altamente compressível e de baixa permeabilidade exista sob a base da estaca, o
recalque por adensamento não deve ser significativo e normalmente não excede 15%
do recalque total. Contudo, caso ocorra à presença de camada compressível na zona
de influência da carga transmitida pela estaca, uma análise de recalque por
adensamento, similar àquela realizada da forma convencional para fundações diretas,
se torna necessária.
Tabela 16 – Valores de Cp
Estacas Estacas
Tipo de solo
Cravadas Escavadas
Areia (densa a fofa) 0.02 a 0.04 0.09 a 0.18
Argila (rija a mole) 0.02 a 0.03 0.03 a 0.06
Silte (denso a fofo) 0.03 0.06 0.09 a 0.012
54
concomitantemente com o momento fletor resultante, será calculada a armadura,
respectivamente, a flexo-compressão e flexo-tração.
𝑁𝑑
v=
Ac . fcd
Equações 2-61
𝑀𝑑
𝜇=
Ac . h . fcd
Onde,
𝜔 × 𝐴𝑐 ×𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 =
fyd
Equação 2-62
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,5% × 𝐷²
Equação 2-63
55
3. Estudos de Caso
Os Estudos de Caso abordados neste trabalho dizem respeito às fundações de
uma das colunas (C8), conforme indicado na Figura 35, do pórtico de entrada de uma
subestação. Estas estruturas são utilizadas nos projetos de Linhas de Transmissão, que
conforme visto anteriormente, contemplam usina geradora, subestação elevadora,
linhas de transmissão, subestação abaixadora e as linhas de distribuição que,
finalmente, permitem o consumo de energia elétrica em diversas localidades.
Vale ressaltar que foi escolhido como estudo de caso um pórtico de entrada de
subestação abaixadora, pois este pórtico é mais carregado do que o de saída de uma
subestação elevadora. Além disso, vale também comentar a respeito das dimensões
desses pórticos, que conforme a figura 37, chegam a altura de até 43 metros,
equivalente a um prédio de 14 andares.
56
Vale destacar que para os três cenários avaliados foram utilizados os mesmos
esforços solicitantes, conforme memória de cálculo do fabricante da referida coluna
(C8). Entretanto esta consideração é uma simplificação adotada neste trabalho, pois os
fabricantes dimensionam os esforços a depender da localização onde serão instalados
os pórticos.
57
Figura 36 – Vista em Corte (Eixo x) da Coluna C8 (dimensões em metros)
Notas do fabricante:
58
• A estrutura foi dimensionada com as cargas últimas, ou seja, as cargas foram
majoradas pelos seguintes coeficientes de segurança:
Hipóteses com vento extremo:
Peso Próprio dos Cabos: 1,10
Forças de Vento sobre Cabos e estrutura: 1,25
Tração Máxima nos Condutores: 1,35
Hipóteses de montagem sem vento:
Cargas verticais: 1,65
Cargas horizontais: 1,35
γ = 18kN/m³
γ = 19kN/m³
′
∑ 𝑁𝑆𝑃𝑇 7 + 7 + 10 + 15 + 14 + 14 + 19 + 15 + 16 + 39 + 32
𝑁𝑆𝑃𝑇 = = = 17
𝑛 11
′ ′
𝑁60 = 1,20 × 𝑁𝑆𝑃𝑇 = 1,20 𝑥 17 = 20,4
59
Tensão vertical efetiva considerada no centro da camada de areia argilosa.
0,34 0,34
′
𝑁 60 20
∅′ = 𝑡𝑔−1 [ ] = 𝑡𝑔−1 [ ] = 40,0°
𝜎′ 122,5
12,2 + 20,3 × 𝑣 12,2 + 20,3 × 100
𝑝𝑎
Neste caso, em que não foi observado presença de água até a profundidade de
12,45m investigada, não há restrição construtiva para o tubulão, ou seja, não será
necessário executar o tubulão pelo método de ar comprimido. Quando esta solução
construtiva se mostra necessária, é comum na prática de projeto, a realização de estudo
para adoção de outro tipo de fundação, uma vez que trabalhar com ar comprimido
oferece bastante risco à segurança da obra e ao trabalhador que irá executar os
serviços.
60
3.1.3. Esforços Solicitantes
Para este arranjo dos tubulões e seu posicionamento abaixo dos apoios da
coluna, os esforços solicitantes serão considerados os fornecidos pelo fabricante do
pórtico, conforme indicados nas tabelas abaixo de número 17 e 18, cujos valores são
as cargas por apoio nas fundações, conforme descrito no item 2.3.1.
“HV-”: Cabos lado externo inclinados 5° no plano horizontal e vertical para baixo;
“HV+”: Cabos lado externo inclinados 5° no plano horizontal e vertical para cima.
61
Figura 38 – Direção dos eixos das forças aplicadas
3.1.4. Compressão
62
Sendo as dimensões fornecidas pelo fabricante (SAE Towers):
A = 140mm
B = 280mm
C = 90mm
laa = 759,43mm
X0 = 126,57mm
X1 = 136,46mm
X2 = 54,45mm
A1 (área de flexão da placa) = 1355 cm²
Área líquida total da placa = 5244 cm²
Número de chumbadores = 8
O diâmetro da fundação (D) deve ser tal que a diagonal da placa seja circunscrita
a ela:
𝐷 = √2×740 = 1046𝑚𝑚
63
Tabela 20 – Estimativa da capacidade de carga à compressão do tubulão, Aoki e Velloso
Qt
Profun- K Qruptura admissível
Nspt Tipo de Solo α Ql (kN) Qp (kN)
didade (kN/m²) (kN) com lateral
(kN)
1 7 Areia Argilosa 600 0,030 79,17 1583,36 1662,53 1108,35
2 7 Areia Argilosa 600 0,030 79,17 1583,36 1741,70 1161,13
3 10 Areia Argilosa 600 0,030 113,10 2261,95 2533,38 1688,92
4 15 Areia Argilosa 600 0,030 169,65 3392,92 3834,00 2556,00
5 14 Areia Argilosa 600 0,030 158,34 3166,73 3766,14 2510,76
6 14 Areia Argilosa 600 0,030 158,34 3166,73 3924,48 2616,32
7 19 Areia Argilosa 600 0,030 214,88 4297,70 5270,34 3513,56
8 15 Areia Argilosa 600 0,030 169,65 3392,92 4535,20 3023,47
9 16 Areia Argilosa 600 0,030 180,96 3619,11 4942,35 3294,90
10 39 Areia 1000 0,014 343,06 14702,65 16368,95 10912,64
11 32 Areia 1000 0,014 281,49 12063,72 14011,50 9341,00
12 53 Areia 1000 0,014 466,21 19980,53 22394,53 14929,69
3.1.5. Tração
64
a) Areia
𝑅 = 0,6𝑚
36
𝜆= = 4,5
8
𝐷 5
= = 8,3
𝑅 0,6
𝑞 = 18 ×1,0 = 18𝑘𝑁/𝑚²
Mc= 0,75
MΦ+Mγ= 0,32
Mq= 0,42
𝑄𝑡 856,9
𝐹𝑆 = = = 0,58
𝑇 1476
65
𝑅 = 0,6𝑚
36
𝜆= = 3,6
10
𝐷 10
= = 16,7
𝑅 0,6
𝑞 = 18 ×1,0 = 18𝑘𝑁/𝑚²
Mc= 1,02
MΦ+Mγ= 0,36
Mq= 0,50
𝑄𝑡 3200,7
𝐹𝑆 = = = 2,17
𝑇 1476
Embora as cargas horizontais gerem flexão ao longo do fuste do tubulão, foi desprezado
no dimensionamento, conforme critério de projeto em função das suas dimensões e
rigidez.
66
𝐿 10,0
= = 8,3 ≤ 10
𝐷 1,2
𝑃𝑢𝑙𝑡
= 12, 𝑑𝑜 á𝑏𝑎𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 19
𝐾𝑝 𝑥 𝐷 3 𝑥 γ
∅
𝐾𝑝 = 𝑡𝑎𝑛2 (45 + ) = 3,85
2
A carga horizontal máxima atuante em cada tubulão, dada pelo fabricante, tem
o valor de 137 kN.
Assim,
𝑃𝑢𝑙𝑡 1517
𝐹𝑆 = = = 11
𝐻 137
Será necessário estimar a rotação dos tubulões (α) no topo de cada tubulão, uma
vez que as cintas previstas não têm função estrutural.
67
V = 1580 – 343 = 1237 kN, esforço máximo de compressão, descontado o atrito
lateral no fuste do tubulão
Sabendo que o valor admissível para rotação no topo da fundação é 0,01 rad, a
fundação encontra-se segura para este critério.
𝑉 1237
∆𝑦 = = = 0,054𝑚
𝐾𝑉 × 𝐴𝑏 20000 𝑥 (𝜋 𝑥 0,62 )
2×𝐻 2 2 × 137 2
∆𝑥 = + ×𝐿× 𝛼 = + × 10 × 1,4 ×10−5 = 0,0039𝑚
𝐾𝐿 × 𝐿 ×𝐵 3 6000 × 10 ×1,2 3
𝐾𝐿 𝐾𝐿
𝜎ℎ = − ×𝑧 × ∆𝑥 + ×𝑧 2 × ∝
𝐿 𝐿
6000 6000
𝜎ℎ = − × 10,0 × 0,0039 + ×10,02 × 1,7 ×10−5 = 22,4 𝑘𝑁/𝑚²
10,0 10,0
68
Obtidas as tensões, serão analisadas as condições de estabilidade, de modo
que
∅ ∅
𝜎ℎ (𝐿) ≤ 𝑚 ×𝐿 ; onde 𝑚 = 𝛾 𝑥 [𝑡𝑔2 (45° − 2) − 𝑡𝑔2 (45° + 2)]
36 36
𝑚 = 19 𝑥 [𝑡𝑔2 (45° − ) − 𝑡𝑔2 (45° + )] = −68,25
2 2
3.1.7. Recalque
Segundo Danziger (1983), foi observado, tanto para sapatas como para
tubulões, um padrão de comportamento com deslocamentos muito pequenos, mesmo
que muito próximo da ruptura.
3.1.8. Armadura
69
fabricante, conforme mostrado no item 3.1.3, e garantindo-se que seja utilizada uma
armadura maior que a mínima especificada pela NBR6122/2010.
A maneira como foram dispostos os tubulões teve como objetivo evitar que
houvesse flexão, assim só há tração e compressão. Portanto, o momento de flexão
será nulo, logo μ (momento adimensional de cálculo) é igual a zero, existindo apenas
parcela axial. Através do ábaco de flexão composta, fornecido pela norma NBR6118,
obtém-se a taxa de armadura para compressão e tração, para d’/h=0,06/1,2=0,05 e
seção tipo 4, conforme figura a seguir.
Compressão:
Tração:
1,22 20000
𝜔 × 𝐴𝑐 ×𝑓𝑐𝑑 0,1× 𝜋 × ( 4 ) × 1,4
𝐴𝑠 = = = 37,2 𝑐𝑚²
fyd 50
1,15
0,5 π ×1202
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,5% × 𝐴𝑐 = ×( ) = 56,5𝑐𝑚²
100 4
70
Foram calculados e detalhados todos os itens necessários ao dimensionamento
do tubulão e verificou-se que este se demonstra seguro por atender aos critérios de
compressão, tração, esforço horizontal e deslocamentos. Será então, determinado o
esquema final da fundação com os detalhes do projeto para sua execução. É importante
ressaltar a importância do acompanhamento, em campo, de sua execução, além da
verificação das características visuais do solo ao longo da escavação para garantia da
segurança. Isto se deve ao fato de nem sempre a sondagem ser executada no local em
que será construída a torre, conforme já explicado anteriormente.
71
Figura 41 – Planta de Formas Tubulões (unidades em metro)
72
Figura 42 – Corte A-A (unidades em metro)
73
Figura 43 – Corte B-B (unidades em metros)
74
3.2. Caso 2: BG-03
γ = 15kN/m³
Φ’ = 15 graus
C = 1,5t/m² = 15 kN/m²
γ = 22 kN/m³
Φ’ = 22,5 graus
C = 20 t/m² = 200kN/m²
Neste caso, em que não foi encontrado sinal de nível d’água até a profundidade
de 20m, não há restrição construtiva para o tubulão, ou seja, não seria necessária a
execução do tubulão pelo método de ar comprimido. Entretanto, a execução do tubulão
em argila mole é mais complicada, devido à pouca resistência do solo, dificultando a
estabilidade do material escavado.
75
Sendo assim, para este perfil adotar-se-á estacas metálicas cravadas como
solução, uma vez que estas apresentam alta resistência à tração, elevada capacidade
a esforços de flexão e, não correm o risco de serem fissuradas durante a cravação. Para
o caso de solos moles, estacas pré-moldadas de concreto seriam fissuradas ao serem
cravadas, devido ao fato de que neste tipo de material (pouco resistente) as ondas de
compressão são refletidas como ondas de tração durante o procedimento de cravação
da estaca. Assim, a integridade da fundação não seria preservada e a sua capacidade
de carga calculada também não seria garantida.
Para este perfil de sondagem, a profundidade de 17m, com NSPT de 41, será
considerada a profundidade de assentamento, uma vez que mesmo aumentando o
comprimento da estaca, o ganho de atrito lateral no solo de baixíssima resistência não
é suficiente e a parcela de resistência de ponta é reduzida pela pouca resistência da
camada subjacente. Entretanto, deve-se atentar ao fato desta camada resistente ser
apenas uma lente de material com espessura variável ao longo da região da
subestação, onde foi realizada a sondagem. É de fundamental importância, então, que
haja um rigoroso controle no campo no momento de cravação das estacas, para que as
previsões de cálculo se confirmem de modo a garantir a capacidade de carga estimada.
Sendo,
76
HIP: nome da hipótese de cálculo considerada. Hipóteses indicadas com:
“HV-”: Cabos lado externo inclinados 5° no plano horizontal e vertical para baixo;
“HV+”: Cabos lado externo inclinados 5° no plano horizontal e vertical para cima.
𝑀𝑦 = 10.077 𝑘𝑁. 𝑚
𝑀𝑥 = −2.660 𝑘𝑁. 𝑚
77
1046 10077 × 3,5 2660 ×2,5
𝑇= − − = − 220,9 𝑘𝑁, de acordo com a equação 2-1.
20 181,0 85,0
78
3.2.4. Compressão
79
Para a seção escolhida, percebe-se que para suportar a carga de compressão
de 325,4 kN a que a fundação será submetida, a profundidade de 17,0m seria suficiente,
considerando 1,5 como fator de segurança.
3.2.5. Tração
𝑄𝑡 = ∑ 𝑄𝑙 = 287,7 𝑘𝑁
𝑄𝑡 287,7
𝐹𝑆 = = = 1,30
𝑇 220,9
𝑀𝑦 = 10.077 𝑘𝑁. 𝑚
𝑀𝑥 = −2.660 𝑘𝑁. 𝑚
80
1252 10077 × 3,5 2660 ×2,5
𝑇= − − = − 151 𝑘𝑁
28 280,0 95,0
𝑄𝑡 = ∑ 𝑄𝑙 = 287,74 𝑘𝑁
𝑄𝑡 287,7
𝐹𝑆 = = = 1,9 ≈ 2,0
𝑇 151
81
Então, serão necessárias 28 estacas dispostas como demonstrado na Figura
47 para que o fator de segurança em relação à tração seja suficiente.
𝐿 17,0
= = 85 > 10
𝐷 0,2
𝑒 0,2
= = 1,0
𝐷 0,2
𝑀𝑦𝑖𝑒𝑙𝑑
= 992
𝐶 𝑥 𝐷3
𝑃𝑢𝑙𝑡
= 120
𝐶 𝑥 𝐷2
A carga horizontal máxima atuante em cada estaca, dada pelo fabricante, tem o
valor de:
Assim,
𝑃𝑢𝑙𝑡 72
𝐹𝑆 = = = 5,9
𝐻 12,1
82
Então, as estacas passam com bastante segurança pela verificação do esforço
horizontal, como já era de se esperar, pois os esforços de compressão e tração,
principalmente, tem a magnitude muito elevada, quando comparados ao esforço
horizontal.
Neste caso em que a estaca é longa, o perfil é esbelto e o solo é pouco resistente
em função do baixo valor de NSPT, é importante verificar a carga crítica da estaca em
relação à flambagem. Estimando-se, então, a carga crítica, com base na fórmula de
Bergefelt (1957), a equação 2-47, conforme recomendado por Velloso e Lopes (2002),
Como a carga de compressão atuante em cada estaca tem o valor de 240,7 kN,
valor muito inferior à carga crítica estimada. Como o fenômeno de flambagem foi
analisado, levando em consideração o comportamento da estaca isolada mais
carregada em relação à compressão e há um bloco rígido e outras estacas trabalhando
em conjunto, a possibilidade de ocorrência de um esforço maior que o calculado ou de
ruptura de todo sistema é muito improvável. Então, considera-se a estaca segura em
relação à flambagem.
3.2.8. Recalque
Não será feito o cálculo do recalque das estacas, uma vez que foi considerada
a profundidade de 17 metros como impenetrável, devido à elevada resistência à
penetração encontrado através do ensaio de SPT, NSPT=41. Assim, a partir desta
premissa, considera-se que o recalque na ponta da estaca é desprezível.
Conforme indicado pela NBR 6122/1996, o atrito lateral deve ser considerado no
trecho em que o recalque do solo seja maior do que o da estaca. O atrito negativo pode
ser despertado nesta situação, em função do amolgamento do solo quando da cravação
da estaca ou devido à execução do aterro na região da subestação. Para essa
consideração e cálculo desse acréscimo de carga, será utilizado o método de
83
Johanssen e Bjerrum (1965), mais conservativo e a favor da segurança, visto que
consideram o ponto neutro na base da camada compressível.
𝑧
Q n = U. K. tg ∅𝑎 ∫ 𝜎𝑣′ 𝑑𝑧
0
Considerando
𝜎𝑣′ = 𝛾. 𝑧 = 18. 𝑧, uma vez que não foi encontrado nível d’água por ocasião da
realização da sondagem;
Então,
Sendo,
Qp,ult + Ql,utl
FS
= 464,05 𝑘𝑁, conforme calculado na Tabela 25, considerando FS =
1,5;
84
Foram calculados e detalhados todos os itens necessários ao dimensionamento
de uma estaca, desde sua capacidade de carga à compressão e à tração, até sua
possível flambagem e esforço horizontal. Para todos os casos, verificou-se que há
segurança suficiente.
Conforme resultado dos cálculos anteriores, será feito um arranjo de vinte e oito
estacas localizadas segundo a planta demonstrada na Figura 47, sendo os apoios da
estrutura representados pelos quadrados de (0,74x0,74)m na planta, com espaçamento
de (3x5)m, como indicado pelo fabricante. A profundidade de assentamento será de
17,0m a partir do nível do terreno, onde se considerou impenetrável, devido ao resultado
do ensaio SPT.
Além disso, vale destacar a importância das ferragens na etapa construtiva das
estacas, que tem a função de solidarizá-las ao bloco de coroamento, além de garantir a
ancoragem da estrutura. Dentre essas ferragens, destacam-se a armadura de fretagem
da estaca e a armadura chamada de “cabeleira”.
85
possibilidade de fissuração do concreto puder comprometer a resistência do elemento
estrutural.”, trecho que faz menção à importância da armadura de fretagem.
A “cabeleira”, por sua vez, é necessária para solidarização das estacas ao bloco
de coroamento e a garantia de seu engastamento, conforme considerado nos cálculos.
86
Figura 48 – Corte AA (unidades em metro)
87
3.3. Caso 3 – SP 22
γ = 15 kN/m³
Φ’ = 15 graus
C = 1,5t/m² = 15 kN/m²
γsat = 20 kN/m³
′
∑ 𝑁𝑆𝑃𝑇 15 + 21 + 31 + 27 + 28
𝑁𝑆𝑃𝑇 = = = 24
𝑛 5
′ ′
𝑁60 = 1,20 × 𝑁𝑆𝑃𝑇 = 1,20 𝑥 24 = 28,80
88
Para este perfil, considerando que é composto predominantemente por solo de
alta resistência, tanto a camada mais superficial de argila siltosa quanto a um pouco
mais profunda de areia argilosa, segundo o ensaio de SPT realizado, recomenda-se a
utilização de fundação superficial, como uma sapata. Além disso, até o limite da
sondagem, não foi encontrada nenhuma camada de baixa resistência ou de elevada
compressibilidade, de modo que o bulbo de pressões da fundação estará compreendido
também em solo resistente.
Assim, para este perfil adotar-se-á fundação superficial como solução. Para esta
situação são necessários pilaretes que apenas conectam os apoios do pórtico à
fundação, de acordo com a Figura 51, apenas transmitindo os esforços a esta. As
dimensões mínimas da fundação (4mx6m) são estimadas com base na geometria dos
apoios do pórtico de entrada. Após processo iterativo de dimensionamento, chegou-se
às dimensões de 10mx8m em planta e 1m de altura, de modo a atender os critérios de
tensão de ruptura do solo, conforme será descrito no item 3.3.4, cuja metodologia foi
apresentada no item 2.5.4.
89
Tabela 25 – Dimensões e Características da Fundação Superficial
1. Laje da Sapata
L= 10,0 m Lado Maior
B= 8,0 m Lado Menor
hl= 1,0 m Altura
2. Pilaretes
l= 1,0 m Lado Maior
b= 1,0 m Lado Menor
hp= 3,0 m Altura
e= 0,2 m Afloramento
L’max= 5,0 m Maior distância entre pilaretes
L’min= 3,0 m Menor distância entre pilaretes
Profundidade de
H=hl+hp= 4,0 m
assentamento
bal=(L-l-dpl)/2 2,0 m Balanço da Sapata
3. Peso Próprio da Fundação
Peso próprio do
Ppilarete = b.l.hp. γc= 75,0 kN
pilarete
Plaje = L.B.hl. γc= 2000,0 kN Peso próprio da laje
Preat = (B.L-4.b.l)(hp-f).γs 3830,4 kN Peso do reaterro
Ppróprio = 4 Ppilar+Plaje+Preat 5905,4 kN Peso próprio total
90
pilaretes e da fundação. Estes esforços da base serão utilizados para o
dimensionamento da sapata.
Como o solo sob a base da fundação é uma areia argilosa compacta, considera-
se, segundo a tabela 28, fornecida pela NBR 6122, a tensão máxima para este tipo de
solo como sendo 400kN/m². Assim, com relação às tensões na base da fundação, como
a estrutura impõe uma tensão de aproximadamente 159 kN/m², considera-se o
dimensionamento seguro.
91
Tabela 28 – Pressões básicas de serviço nos diferentes tipos de solo (NBR6122/2010)
Valores
Classe Descrição
(MPa)
1 Rocha sã, maciça, sem laminação ou sinal de decomposição 3,00
2 Rochas laminadas, com pequenas fissuras, estratificadas 1,50
3 Rochas alteradas ou em decomposição ver nota c)
4 Solos granulares concrecionados - conglomerados 1,00
5 Solos pedregulhosos compactos a muito compactos 0,60
6 Solos pedregulhosos fofos 0,30
7 Areias muito compactas 0,50
8 Areias compactas 0,40
9 Areias medianamente compactas 0,20
10 Argilas duras 0,30
11 Argilas rijas 0,20
12 Argilas médias 0,10
13 Siltes duros (muito compactos) 0,30
14 Siltes rijos (compactos) 0,20
15 Siltes médios (medianamente compactos) 0,10
A tabela 29, por sua vez, apresenta os critérios para a verificação da fundação
com relação ao tombamento transversal e longitudinal. Foram considerados os valores
de Mx e My totais, obtidos na tabela 26.
92
Tabela 30 – Dimensionamento estrutural da Fundação Superficial e Pilaretes
1. Armadura da Laje da Sapata
Mb=(σrup.bal²)/2= 318,77 kN.m Momento no balanço
Mc=σrup.(L-2bal)/8= 119,54 kN.m Momento no centro
Asb = 7,40 cm² Armadura no balanço
93
3.3.6. Arranjo final da Fundação Superficial e Pilaretes
94
Figura 52 – Seção Transversal (unidades em metro)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1. Conclusão
Este trabalho teve por objetivo principal apresentar a aplicabilidade de diferentes
tipos de fundações para o caso de torres de linhas de transmissão. O dimensionamento
para este tipo de utilização é semelhante ao caso de estruturas off-shore, portuárias e
algumas pontes e viadutos, no qual bem diferente do caso de fundações para edifícios
onde o principal esforço é o de compressão, é preciso dimensionar para o caso de tração
e esforço horizontal. Tais esforços não são usuais e seus métodos de dimensionamento
não são tão difundidos como os disponíveis para previsão da capacidade de carga à
compressão e estimativa de recalques.
95
fundações do pórtico de entrada da subestação para os três casos de estudo
analisados.
É importante ressaltar que para este tipo de obra, nem sempre o acesso ao local
da construção é fácil ou possível, sendo muitas vezes localizado em ambiente remoto,
então deve ser levado em consideração no projeto, além do dimensionamento
geotécnico e estrutural, a logística da obra. Muitas vezes não é possível acessar topos
de montanhas com equipamentos como guindastes ou estruturas pré-moldadas. Enfim,
deve-se levar tudo em consideração no momento de propor a melhor solução.
Vale comentar que nos estudos de caso o dimensionamento foi realizado com
base em informações contidas no catálogo do fornecedor de torres metálicas (SAE
Towers). Além de terem sido utilizadas sondagens associadas ao ensaio SPT realizadas
em locais em que, de fato, há previsão de instalação das referidas fundações. Sendo,
então, necessário o acompanhamento técnico durante a execução da obra.
96
apresentadas foram as melhores, considerando-se o tipo de solo, facilidade construtiva
e nível d’água observado. Na escolha do tipo de fundação não foi considerada a logística
da obra e nem uma análise de viabilidade econômica.
Este trabalho pode ser utilizado como forma de consulta para estudos e
dimensionamentos semelhantes. No entanto, vale destacar que a definição dos
parâmetros, métodos de cálculo, considerações são únicas para cada projeto e cabe ao
engenheiro responsável pelo projeto adotar a melhor solução para o referido caso.
97
Tabela 31 – Resumo das características dos três estudos de caso
Descrição CASO 1 CASO 2 CASO 3
Sondagem associada
SP-16 BG-03 SP-22
ao SPT
Região Gilbués, SE Brasília Povo Novo, RS
Perfil predominantemente argiloso muito
Descrição da Perfil predominantemente Camada argilosa (1,8m) sobrejacente à
mole a mole (≈16m) sobrejacente à lente de
estratigrafia areno argiloso (≈12m) camada de areia fina argilosa (6,64m)
argila arenosa dura (≈3m)
1ª camada: NSPT = 12
NSPT: 17 1ª camada: NSPT = 3 γ = 15 kN/m3
γ = 15 kN/m3 Φ = 15o e C = 15 kN/m2
NSPT médio e demais
γ = 19 kN/m3 Φ = 15o 2ª camada: NSPT = 24
características
Φ = 40o C = 15 kN/m2 γ = 20 kN/m3
C=0 2ª camada: NSPT = 26 Φ = 45o e C = 0
Aterro: γ = 18 kN/m3
Posição do nível d’água
(em relação ao nível do Não encontrado Não encontrado 2,18m
terreno original)
Tubulão sem base alargada Fundação superficial
Estaca metálica – ASTM A572 Grau 50
Diâmetro = 1,2m Dimensões em planta= (10 x 8)m
Tipo de fundação Perfil W 200x35,9
Comprimento embutido = 10m Altura fundação = 1m
adotada Comprimento embutido = 17m
Comprimento total = 10,2m Profundidade de assentamento = 4,0m (após
Comprimento total = 17,2m
Armadura 28 barras de 16mm aterro de 2,0m)
4 tubulões e 4 cintas 28 estacas e 1 bloco de coroamento Sapata e 4 Pilaretes
Arranjo adotado Espaçamento de 3mx5m Espaçamento de 1m ou 3m Espaçamento de 3mx5m
Figuras 41 a 43 Figuras 48 a 50 Figura 51 e 52
Camada de brita de 0,2m Pilaretes de (1x1)m e 2,5 m de altura
Camada de brita de 0,2m
Ancoragem pré concretada > 0,4 m Aterro de 1,5m acima do NT original (γ = 18
Detalhes específicos Bloco de coroamento de (7,5 x 5,5 x 1)m
4 Cintas de 0,25x0,5m, sendo 2 com 3m de kN/m3)
Ancoragem de 0,4 m embutida no bloco
comprimento e outras 2 com 5m Ancoragem pré concretada
Volume de concreto Tubulões = 45 m³ Sapata= 80 m³
Bloco de coroamento= 41,25 m3
(m3) Cintas = 2 m³ Pilaretes= 12 m³
98
Tabela 32 – Comparativo dos Esforços Solicitantes atuantes no Caso 01 e 02
Descrição CASO 1 CASO 2
Em cada tubulão Em cada estaca
Esquema de Bloco único
Esquema por apoio
Esforços solicitantes (esforço axial, lateral e momento fletor)
(apenas esforço axial e lateral)
Figura 3
Método utilizado Aoki e Velloso (1975) Aoki e Velloso (1975)
Verificação da fundação à compressão Qruptura 14701,50 kN 696,07 kN
(FS requerido ≥ 1,5) Qatuante 1580,00 kN 240,70 kN
FS 9,30 2,90*
Método utilizado Universidade de Grenoble Aoki e Velloso (1975)
Verificação da fundação à tração Qadm 3200,70 kN 287,70 kN
(FS requerido ≥ 2,0) Qatuante 1476,00 kN 151,00 kN
FS 2,17 ≈2,00
Método utilizado Broms (1964) Broms (1964)
Verificação da fundação à solicitação horizontal Qadm 1517,00 kN 72,00 kN
(FS requerido ≥ 2,0) Qatuante 137,00 kN 12,10 kN
FS 11,00 5,90
Deslocamentos e rotação Método utilizado Método Russo
(Ordem de grandeza aceitável: Δy (vertical) 6cm Não foi verficado
Δy ≈ 5cm Δx (horizontal) 0,4cm (cravadas no “impenetrável”)
α ≈ 0,01 rad) α (rotação) 1,4 x 10-5rad
Método utilizado Não se aplica Johannessen e Bjerrum (1965)
Atrito negativo
Qn (solo resistente) 187,2 kN
(FS requerido ≥ 1,5)
FS (à compressão) 1,62 (*ao invés de 2,90)
Método utilizado Não se aplica Fórmula de Bergfelt (1957)
Verificação da fundação à flambagem Qcrít (fundação rígida e 1211,00 kN
Qatuante solo resistente) 240,70 kN
99
Tabela 33 – Esforços solicitantes atuantes no caso 3
Descrição CASO 3
Na sapata
Método utilizado Área efetiva
Verificação das Tensões
Qadm= 400,00 kN/m²
de Contato no Solo
Qatuante= 159,38 kN/m²
(FS requerido ≥ 2,0)
FS= 2,50
Mresistente= 22737,0 kN.m
Transversal Matuante= 11369,0 kN.m
Verificação quanto ao
FS = 2,00
tombamento da fundação
Qadm= 28422,0 kN.m
(FS requerido ≥ 2,0)
Longitudinal Qatuante= 3080,0 kN.m
FS= 9,23
100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: projeto e execução
de fundações. Rio de Janeiro, 2010.
COMBARIEU, O. Frottement négatif sur les pieux, Laboratoire Central des Ponts et
COSTA, F. V. Estacas para Fundações. São Paulo: Editora Luso Brasileira, 1959. 2aed.
HACHICH, W. Fundações: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Pini, 1996. 1aed.
HACHICH, W. Fundações: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Pini, 1998. 2aed.
KULHAWY, F.H.; MAYNE, P.W. Manual on Estimating Soil Properties for Foundation
Design – EL-6800 Research Project 1496-6- Final Report, 1990.
101
SILVA, Emanuela Melo Soares. Fundações em tubulão: aplicação em subestações de
energia e linhas de transmissão. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Engenharia Civil) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
TERZAGHI, K.; PECK, B., Soil Mechanics in Engineering Practice, 2aed, John Wiley
and Sons, New York, 1967.
102
ANEXOS
Figura AI.1: Boletim de sondagem SP-22
103
Figura AI.2: Boletim de sondagem BG-03 – página 1 de 2
104
Figura AI.2: Boletim de sondagem BG-03 – página 2 de 2
105
Figura AI.3: Boletim de sondagem SP22
106
Figura AI.4: Ábaco Adimensional 12 – Seção Circular tipo 4 – d’/h=0,05
107
Figura AI.5: Ábaco Adimensional 6 – Seção Retangular tipo 2 – d’/h=0,05
108
Figura AI.6: Perfis para Estacas Metálicas – Catálogo Comercial da Gerdau
109
Figura AI.7: Tabela de Resumo de Métodos de Dimensionamento
Métodos de Cálculo
Fundação Superficial Fundação Profunda
Tipo de fundação:
Sapata Tubulão Estacas
Terzaghi
(1943) Aoki e Velloso
Capacidade de Carga à Vesic (1975)
Compressão (1975)
Verificação da tensão de Décourt e Quaresma
contato (1982)
Capacidade de Carga à Universidade de Universidade de
Aoki e Velloso
Tração Grenoble Grenoble
Capacidade de Carga a
NA Broms (1964)
Esforços Horizontais
Barata
Método Russo (Darkov e
Estimativa de (1962) Vesic
Kusnezow, 1953;
Recalques Schmertmann et al (1969,1975)
Ordujanz, 1954)
(1978)
Johannessen e Bjerrum
Estimativa de Atrito (1965)
NA NA
Negativo Endo et al.
(1969)
Verificação de
NA NA Bergfelt¹
Flambagem
¹recomendado apenas para estacas esbeltas em solo pouco resistente
* Métodos utilizados nos estudos de caso deste trabalho
110