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1.

0- Primeiras civilizações

Mesopotâmia: o berço da civilização

As grandes civilizações e suas organizações

As primeiras civilizações se formaram a partir de quando o homem descobriu a


agricultura e passou a ter uma vida mais sedentária, por volta de 4.000 a.C.
Essas primeiras civilizações se formaram em torno ou em função de grandes
rios: A Mesopotâmia estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a
Índia ao Indo, a China ao Amarelo.

Foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações. Tempos depois foram
se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder
fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris,
como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses
povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes
conflituosas relações com os demais.

Mesopotâmia

A estreita faixa de terra que localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no


Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de
Mesopotâmia, que significa “entre rios” (do grego, meso = no meio; potamos =
rio). Essa região foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de
povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e
dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos
mesopotâmicos. Sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns
desses povos.

Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.

Os sumérios (4000 a.C. – 1900 a.C.)

Foi nos pântanos da antiga Suméria que surgiram as primeiras cidades


conhecidas na região da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Nipur.
Os povos da Suméria enfrentaram muitos obstáculos naturais. Um deles era as
violentas e irregulares cheias dos rios Tigre e Eufrates. Para conter a força das
águas e aproveita-las, construíram diques, barragens, reservatórios e também
canais de irrigação, que conduziam as águas para as regiões secas.

Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento de um tipo de escrita,


chamada cuneiforme, que inicialmente, foi criada para registrar transações
comerciais.

A escrita cuneiforme – usada também pelos sírios, hebreus e persas – era uma
escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma ideia,
dificultando a representação de sentimento, ações ou ideias abstratas, com o
tempo, os sinais pictóricos converteram-se em um sistema de sílabas. Os
registros eram feitos em uma placa de argila mole. Utilizava-se para isso um
estilete, que tinha uma das pontas em forma de cunha, daí o nome de  escrita
cuneiforme.

Quem decifrou esta escrita foi Henry C. Rawlinson, através das inscrições da
Rocha de Behistun. Na mesma época, outro tipo de escrita, a hieroglífica
desenvolvia-se no Egito.

2-  Periodização da história da humanidade: Idade Média, Moderna e


Conteporânea.

A divisão da História é um método usado para separar a história da


humanidade em períodos cronológicos com características em comum. A
historiografia utiliza critérios para dividir os períodos. Geralmente, esses
critérios estão relacionados aos aspectos de cada época como as mudanças
significativas da humanidade no âmbito cultural, político e social.

A divisão da História atende às convenções sociais, bem como serve para fins
didáticos. Ela é feita levando em conta a indicação de períodos, a definição do
tempo histórico e seus marcos, e o apontamento de elementos característicos
do período definido. Os períodos históricos apresentam características
peculiares que os diferenciam entre si. Porém, não é raro que algumas épocas
tenham aspectos em comum com outras.

A divisão da História é feita considerando-se a história do ocidente, incluindo


períodos da pré-história e da história propriamente dita. A divisão da Pré-
História compreende os períodos Paleolítico, Neolítico e Mesolítico. Já a
divisão da História, propriamente dita, abarca a Idade Antiga, a Idade Média, a
Idade Moderna e a Idade Contemporânea. 

Pré-história

O termo Pré-História foi criado em 1851 e utilizado para se referir ao período da


vida humana que antecede a invenção da escrita. O período pré-histórico durou
aproximadamente 5 milhões de anos. Ele tem início com os primeiros registros
históricos e se estende até aproximadamente 4000 a.C. Existem estudiosos
que não usam o termo Pré-História. Eles optam por denominar essa época de
história dos povos pré-letrados ou povos ágrafos. 
Devido à ausência de documentos desse período, tudo o que se sabe sobre
Pré-História é fruto de estudos multidisciplinares das áreas de antropologia,
arqueologia e paleontologia. Arqueólogos, antropólogos, paleontólogos e
geneticistas utilizam fósseis e objetos encontrados para realizar estudos a fim
de traçar a cultura, os costumes e os credos de humanos que viveram na terra
nessa época.

Com base nas evidências deixadas nas cavernas, como as pinturas rupestres,
vestígios de utensílios e ferramentas, os pesquisadores chegaram à conclusão
de que algumas habilidades humanas foram desenvolvidas durante o período
pré-histórico. Existe um divisão da era pré-histórica que classifica os períodos
em: Paleolítico ou Período da Pedra Lascada, Neolítico ou Período da Pedra
Polida e Idade dos Metais.

Período Paleolítico

O período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada foi o período em que os


primeiros hominídeos apareceram na terra. Esse período perdurou por cerca
de 3 milhões de anos, terminando aproximadamente em 10.000 a.C., quando
houve Revolução Neolítica. Durante o período paleolítico, os antepassados do
homem começaram a se diferenciar dos outros animais. Foi nessa época que
eles passaram a produzir os primeiros objetos em pedra lascada.

Na Idade da Pedra Lascada, os hominídeos eram essencialmente nômades e


viviam da caça e da coleta, tendo que se deslocar em busca de alimentos.
Nesse período, eles produziram os primeiros instrumentos de caça feitos em
madeira, osso ou pedra. 

Período Neolítico

O período Neolítico ou Idade da Pedra Polida foi marcado pelo surgimento das
primeiras civilizações. Nesse período, o homem conquistou o domínio do fogo
e começou praticar a agricultura, deixando de ser dependente da caça e da
coleta. A Idade da Pedra Polida teve início por volta do ano 10.000 a.C. 

Idade dos Metais

Esse período foi caracterizado pela fabricação do primeiros instrumentos em


metais. Ainda que de forma rudimentar, nesse período o homem começou a
dominar as técnicas de fundição. A Idade do Metais foi o período em que a
população cresceu em algumas partes da terra. Assim surgiram as primeiras
comunidades, que deram origem às primeiras civilizações.

Transição da pré-história para a história

O período de transição recebe o nome de proto-história. Nessa época as


sociedades agrárias acumularam os primeiros elementos para a futura
aplicação da escrita. Embora anteceda o surgimento da escrita, o período
chamado proto-história, é descrito em documentos posteriores. 

Divisão da História

A historiografia tradicional considera que a História tem início com o


desenvolvimento da escrita, que aconteceu cerca de 4.000 anos a.C.  A partir
dos registros escritos, existe uma divisão da História, feita de forma
cronológica, que classifica cada período histórico em idades: Idade Antiga,
Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.

Vale ressaltar que a divisão da História é um referencial que facilita a


compreensão do estudo histórico. Trata-se de uma divisão convencional que
não é estática e nem imutável. Alguns aspectos de um determinado período
histórico permanecem prevalecendo em outras épocas. Portanto, o término de
um período e o começo de outro, não significa, necessariamente, um momento
de modificação, e sim um momento de transição.

Idade Antiga

Na divisão da História, o período que corresponde à Idade Antiga ou


Antiguidade, vai desde a invenção da escrita, entre 4000 a.C e 3500 a.C até a
queda do Império Romano do Ocidente, 476 d.C. A Idade Antiga se subdividiu
em Antiguidade Clássica e Antiguidade Oriental.

Na Antiguidade surgiram as primeiras civilizações, a maioria delas localizadas


na região chamada Crescente Fértil, às margens do rio Nilo, região adequada
para o desenvolvimento da agricultura. Diferentes civilizações se
desenvolveram durante a Antiguidade, dentre elas estão: as egípcias, as
mesopotâmicas, as chinesas, as persas, as hebraicas e as fenícias, que faziam
parte da Antiguidade Oriental; e as gregas e romanas, que formavam a
Antiguidade Clássica.

Idade Média

A Idade Média ou Idade Medieval compreende o período que se estende de


476, com a queda do Império Romano, até o ano 1453 com a tomada de
Constantinopla pelo império turco otomano. O período foi marcado pela
hegemonia da Igreja Católica, enfraquecimento comercial, sistema de produção
feudal e sociedade hierarquizada.

Idade Moderna

O marco histórico da Idade Moderna ou Modernidade é a queda do Império


Bizantino. Esse período se estende até 1789 com a Revolução
Francesa. Durante a Idade Moderna, o mundo passou por uma série de
transformações. Foi nesse período que o continente europeu começou a
Expansão Marítima, dando início às Grandes Navegações, que resultaram na
conquista de outros territórios como a África e a América.

Durante a Modernidade, as classes dominantes europeias acumularam


riquezas e criaram bases para expandir sua forma de organização pelo
mundo. O período favoreceu também o desenvolvimento do capitalismo e a
transição da produção agrária para produção mercantil e industrial.

Idade Contemporânea 

A Idade Contemporânea ou Contemporaneidade está inserida na divisão da


História como o período que tem início com a Revolução Francesa em 1789 e
perdura até a atualidade.  A Contemporaneidade foi o período em que
aconteceram as mudanças mais profundas nas formas de organização da
sociedade. Esse período histórico também foi marcado por conflitos e grandes
guerras mundiais.
3- Expanção do Capitalismo

A explicação sobre as origens do capitalismo remonta uma história de longa


duração em que nos deparamos com as mais diversas experiências políticas,
sociais e econômicas. Em geral, compreendemos a deflagração desse
processo com o renascimento comercial experimentado nos primeiros séculos
da Baixa Idade Média. Nesse período, vemos uma transformação no caráter
autossuficiente das propriedades feudais na qual as terras começaram a ser
arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário.

Essas primeiras mudanças vieram junto do surgimento de uma classe de


comerciantes e artesãos que viviam à margem da unidade feudal habitando
uma região externa, chamada de burgo. Foi baseado nesse nome que a classe
social anteriormente referida ganhou o nome de burguesia. A burguesia
medieval implantou uma nova configuração à economia europeia na qual a
busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados em diferentes
regiões ganharam maior espaço.

A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em


que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de
troca. Isso fez com que a economia começasse a se basear em cima de
quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria. Dessa
maneira, o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias tendo como
base sua utilidade e demanda, para calcular custos e lucros a serem
convertidos em uma determinada quantia monetária.

Com esse processo de monetarização, o comerciante passou a trabalhar tendo


como fim máximo a obtenção de lucros e o acúmulo de capitais. Essa prática
exigiu uma constante demanda pela expansão do comércio e, assim, nos fins
da Idade Média, incitou a crescente classe comerciante burguesa a apoiar a
formação de Estados Nacionais. Aliado ao poderio militar da nobreza, os
burgueses passaram a contar com o fomento político para dominar novos
mercados, regular impostos e padronizar moedas.

Essas transformações que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade


Moderna incentivaram o nascimento do chamado capitalismo mercantil e das
grandes navegações. Nesse contexto, os Estados Nacionais incentivaram a
descoberta e o domínio de novas áreas de exploração econômica por meio do
processo de colonização. Foi nessa época que os continentes americano e
africano passaram a integrar uma economia mundialmente articulada aos
interesses das poderosas nações europeias.

Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o


capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto concorrencial na qual as
potências econômicas buscavam acordos, implantavam tarifas e promoveram
guerras com o objetivo de ampliar suas perspectivas comerciais. No entanto, a
relação harmônica entre a burguesia e os monarcas ganhou uma nova feição
na medida em que a manutenção dos privilégios da nobreza se transformava
em um empecilho ao desenvolvimento burguês.

Foi nesse período que os princípios da filosofia iluminista defenderam uma


maior autonomia das instituições políticas e criticaram a ação autoritária da
realeza. Foi nesse contexto de valores que as revoluções liberais foram
iniciadas pela convulsão sociopolítica que ganhou espaço na Inglaterra do
século XVII. Na ilha britânica observamos a primeira experiência de limitação
do poder real em favor de uma maior autonomia da economia durante o
processo da Revolução Inglesa.

Pela primeira vez, as autoridades monárquicas passaram a estar submetidas


ao interesse de outro poder com forte capacidade de intervenção política. Essa
mudança na Inglaterra beneficiou diretamente a burguesia nacional ao
conceder maiores liberdades para empreender acordos diplomáticos e articular
os diversos setores da economia britânica ao interesse das atividades
comerciais. Não é por acaso que foi nesse mesmo lugar que o capitalismo
passou a ganhar novas forças com a Revolução Industrial.

A experiência da revolução imprimiu um novo ritmo de progresso tecnológico e


integração da economia no qual percebemos as feições mais próximas da
economia experimentadas no mundo contemporâneo. O desenvolvimento
tecnológico, a obtenção de matérias-primas a baixo custo e a expansão dos
mercados consumidores fez com que o sistema capitalista conseguisse gerar
uma situação de extrema ambiguidade: o ápice do enriquecimento das elites
capitalistas e o empobrecimento da classe operária.

Chegando ao século XIX, percebemos que o capitalismo promoveu uma


riqueza custeada pela exploração da mão de obra e a formação de grandes
monopólios industriais. Nesse período vemos a ascensão das doutrinas
socialistas em franca contraposição ao modelo de desenvolvimento social,
econômico e político trazido pelo sistema capitalista. Mesmo movendo diversas
revoluções e levantes contra o sistema, o socialismo não conseguiu
interromper o processo de desenvolvimento do capital.

No século passado, o capitalismo viveu diversos momentos de crise nos quais


percebemos claramente os problemas de sua lógica de crescimento
permanente. Apesar disso, vemos que novas formas de rearticulação das
políticas econômicas e o afamado progresso tecnológico conseguiram dar
suporte para que o capitalismo alcançasse novas fronteiras. Com isso, muitos
chegam a acreditar que seria impossível imaginar um outro mundo fora do
capitalismo.

No entanto, seria mesmo plausível afirmar que o capitalismo nunca teria um


fim? Para uma afirmativa tão segura e linear como essa, podemos somente
lançar mão do tempo e de suas transformações para que novas perspectivas
possam oferecer uma nova forma de desenvolvimento. Sendo imortal ou
mortal, o capitalismo ainda se faz presente em nossas vidas sob formas que se
reconfiguram com uma velocidade cada vez mais surpreendente.

Brasil Colônia

Brasil Colônia é o período que se estende de 1530, com a missão


“exploradora” de Martim Afonso de Souza, a 1815, quando o então Estado do
Brasil tornou-se Reino de Portugal, Brasil e Algarves. Foi durante esses anos
que grande parte da extensão territorial que o Brasil tem hoje foi conquistada
por meio de diversos conflitos com tamoios, tupinambás, espanhóis,
holandeses, franceses, entre outros povos.

4.1- Período Pré-Colonial- Estrutura econômica,política, social e cultural

O Período Pré-Colonial diz respeito aos anos que antecederam a missão


“colonizadora” chefiada por Martim Afonso de Souza (administrador colonial
português) em 1530. Após a chegada da expedição marítima portuguesa,
liderada por Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, nas terras que,
posteriormente, viriam a ser chamadas de Brasil, Portugal passou a ocupar
pequenos pontos isolados na costa marítima brasileira.
Mapa do império marítimo espanhol e português, publicado em 1623. A
extensão do império colocava desafios à administração colonial.

Um grupo de cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo e seus


descendentes) recebeu o monopólio de extração do pau-brasil, mas se
limitou ao envio de apenas quatro expedições exploradoras com o objetivo de
fazer o reconhecimento e mapeamento do território “descoberto”.

Ainda sem nome, a terra passou a ser chamada, nas cartas de Pero Vaz de
Caminha e Mestre João, escritas em 1º de maio de 1500, de Vera Cruz. Outros
nomes surgiram depois, como Terra dos Papagaios e Santa Cruz. O
nome Brasil começou a aparecer em fontes a partir de 1512 e, posteriormente,
acabou oficializando-se, sobretudo após 1530, com a nomenclatura “Estado do
Brasil”.

No começo daquele século, o Império Português estava voltado para


as Índias, que era a forma como os portugueses referiam-se à região que hoje
consiste na Índia. Desde as Cruzadas, o comércio com o Oriente
desenvolvera-se muito com os reinos cristãos situados na Europa Ocidental e
Meridional. Contudo, desde a tomada de Constantinopla pelos otomanos em
1453, esse comércio começou a entrar em declínio. Quando as barreiras de
comércio tornaram-se intransponíveis, Portugal voltou-se para o território
americano. Nesse momento, começou, portanto, o que a historiografia chamou
de Período Colonial. Para aprofundar seus estudos sobre esse período da
História do Brasil, leia: Período Pré-Colonial.

Ciclo do pau-brasil

Durante o Período Pré-Colonial, quando as terras descobertas na América


pelos portugueses ainda não eram objeto de grande interesse pela Coroa,
desenvolveu-se o comércio do pau-brasil. Nativa da Mata Atlântica, em
abundância sobretudo nas regiões costeiras, essa árvore leguminosa, além de
resistente, também possui um pigmento vermelho, o qual os índios usavam
para tingimento.

Portugal enviou expedições para a extração dessa madeira, iniciando o Ciclo


do Pau-Brasil, que se estendeu até aproximadamente 1530, quando os
objetivos da Coroa com suas terras recém-descobertas ganhou novos
ares, dando início ao Período Colonial. Para aprofundar seus estudos sobre
esse período da História do Brasil, leia: Exploração do pau-brasil.

Início do Período Colonial

Com a tomada de Constantinopla e também com as ameaças das pretensões


de colonização francesa nos territórios do sul da América, Portugal iniciou, a
partir de 1530, missões específicas com o objetivo de demarcar seu território e
instalar uma administração colonial. Martim Afonso de Souza foi o responsável
pela primeira expedição nesse sentido.

Em 1534, houve a tentativa da transplantar o sistema


de capitanias hereditárias, que, na época, era adotado na pequena Ilha de
Madeira, a sudeste da costa portuguesa. Assim, o território brasileiro foi
dividido em 14 capitanias, que, por sua vez, dividiam-se entre membros da
nobreza de confiança do rei português D. João III. Porém, o modelo não
obteve muito sucesso, durando apenas 16 anos. Apenas duas capitanias
destacaram-se: a de Pernambuco e a de São Vicente (hoje São Paulo), onde
de fato se iniciou um processo de colonização.

Novo mapa das capitanias


hereditárias segundo estudos conduzidos por Jorge Pimentel Cintra. [1]

Em junho de 1494, o Reino de Portugal e a Coroa de Castela assinaram um


acordo que dividia territorialmente as terras descobertas na América, o qual
ficou conhecido como Tratado de Tordesilhas. O Reino da França, não
concordando com esse tratado, promoveu suas próprias expedições, fundando,
em 1555, uma colônia francesa na região da Baía do Rio de Janeiro (como era
então conhecida a Baía de Guanabara), a França Antártica.

Para isso, os franceses aliaram-se aos índios tamoios, da nação indígena


tupinambá, que na época liderava uma ofensiva contra os portugueses. No
entanto, em 1560, sob o comando do governador-geral da colônia brasileira,
Mem de Sá, a França Antártica foi destruída. Mais para frente, em 1594, houve
outra ocupação dos franceses, dessa vez no Maranhão, que ficou conhecida
como França Equinocial, mas foi derrotada novamente pelos portugueses em
1615.
O início da colonização do Brasil foi marcado por intensas disputas e
tentativas de demarcação de território. Esse processo estendeu-se em
proporções distintas ao longo do Período Colonial e também durante o Império.

Governo-Geral

Havia uma grande dificuldade de administrar a colônia e os ocupantes que


nela se estabeleciam. A Coroa portuguesa entendia a necessidade de instalar
um corpo administrativo que pudesse organizar de perto toda a imensa
extensão territorial que se formava como posse do Império Português,
sobretudo após o fracasso do sistema de capitanias.

Foi nesse contexto que, em março de 1549, Tomé de Sousa aportou no litoral


brasileiro com a missão de desempenhar uma série de funções administrativas,
como defesa, estímulos à produção agrícola, relacionamento com os indígenas
e a fundação de uma capital colonial – designada, na época, como São
Salvador da Bahia de Todos os Santos, atual Salvador. Tomé de Sousa
assumiu o cargo de governador-geral.

Junto com o governador-geral., veio também a Companhia de Jesus, com o


objetivo de catequizar e “pacificar” os povos indígenas. Os jesuítas (como
eram conhecidos os membros da Companhia de Jesus) fundaram, em 1553, o
Colégio dos Jesuítas da Bahia.

Apesar do relativo êxito da centralização da administração com o governador-


geral, que era um português nomeado pela Coroa para o cargo, as condições
de comunicação e transporte no século XVI eram extremamente precárias. Isso
dificultava bastante o controle administrativo. Esse modelo de administração
durou até a chegada da Família Real no Brasil em 1808, inaugurando aquilo
que ficou conhecido como Período Joanino.

Para aprofundar seus estudos sobre a administração da colônia por meio de


um governador-geral, leia: Governo-Geral.

Ciclo do açúcar

O açúcar foi a primeira grande riqueza produzida em terras brasileiras.


Durante meados do século XVI e XVII, tornou-se a principal fonte de riqueza da
colônia. O sistema que implementou a produção em massa da cana-de-
açúcar ficou conhecido como plantation, conciliando a monocultura, os solos
férteis e a mão de obra escrava.

As primeiras mudas teriam vindo com Martim Afonso de Souza e foram


plantadas em seu engenho em São Vicente. Contudo, as regiões que mais
concentraram a produção de açúcar estavam no Nordeste brasileiro, sobretudo
Bahia e Pernambuco.

Foi nesse período que surgiram os senhores de engenho, donos de grandes


propriedades de terra, os latifúndios, que também são característicos desse
tipo de produção. Outro fator de destaque foi a larga utilização de mão de obra
escrava para produção de açúcar.

Nesse período, mais especificamente durante o século XVII,


os holandeses investiram na tentativa de colonização no Brasil, o que
resultou nos maiores conflitos do Brasil Colônia. Após a expulsão definitiva dos
holandeses, em 1654, eles se instalaram na região das Antilhas,
onde passaram a produzir um açúcar extremamente competitivo, atingindo
diretamente o comércio exterior português. Isso produziu uma crise no ciclo
do açúcar, que se somou à descoberta, no final do século XVII, de ouro.

Entradas e Bandeiras

Ainda no século XVI, Portugal promovia e estimulava pessoas interessadas na


exploração do território colonial. As operações com o objetivo de expansão
territorial, financiadas e organizadas pelo próprio governo, recebiam o nome
de entradas. Já os indivíduos, também incentivados pela Coroa, interessados
em expedições próprias, com recursos próprios, seja para busca de pedras
preciosas, seja para captura de índios para vendê-los como escravos, entre
outras motivações, ficaram conhecidos como bandeirantes.

Essas expedições foram fomentadas em momentos distintos por motivos


diferentes, sobretudo após o fim do ciclo do açúcar, quando Portugal
necessitava buscar novos recursos. Todo metal encontrado durante as
expedições deveria ser levado às Casas de Fundição, onde um quinto era
retirado como imposto pago à Coroa portuguesa. Esses métodos de
exploração foram cruciais para a expansão territorial do Império Português na
América. Para saber mais sobre, leia: Entradas e Bandeiras.

Ciclo do Ouro

As finanças da Coroa Portuguesa estavam extremamente comprometidas


pelos custos da administração colonial de seu imenso território, sobretudo após
as dificuldades competitivas com a monocultura canavieira desenvolvida pelos
holandeses nas Antilhas. Nesse contexto, em meados do século XVIII, as
bandeiras começaram a achar ouro em quantidades significativas no interior
da colônia, especificamente nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso.

Mais uma vez, os escravos africanos foram fundamentais nesse processo,


até mesmo porque dominavam técnicas superiores às dos portugueses na
extração do ouro. Essa interiorização em busca de metais preciosos foi
importante também para a formação de diversas vilas que hoje constituem
importantes cidades, como São João del Rei (MG), Mariana (MG), Ouro Preto
(MG), Jaraguá (GO), entre outras.

É importante ressaltar também que, nesse período (século XVIII), as


manufaturas começaram a se tornar cada vez mais importantes na balança
comercial das nações – um desdobramento da Revolução Industrial,
processo do qual a Inglaterra foi pioneira. Nesse contexto, Portugal assinou
com a Coroa britânica o Tratado de Methuen, que vigorou entre 1703 e 1836.
Esse acordo consistiu no comprometimento de compra dos tecidos ingleses em
troca da venda dos vinhos portugueses aos ingleses.

Enquanto Inglaterra possuía métodos de produção sofisticados, que


aumentavam a rentabilidade de seus produtos, Portugal não estava se
industrializando. Isso provocou um endividamento gigantesco da Coroa
Portuguesa com a Inglaterra, por isso, grande parte do ouro acumulado
serviu como abatimento dessa dívida.

No final do século XVIII, o ouro passou a ser mais escasso pelo esgotamento
das minas. Começou-se, então, o surgimento de uma nova atividade
econômica, ligada, novamente, ao sistema de plantation, que foi a plantação
de café.
Formação da sociedade colonial

Após os portugueses e espanhóis descobrirem o continente americano, uma


série de relatos e crônicas dava o tom de encantamento que as novas
terras despertavam nos habitantes do velho continente. Um misto de inocência
e descrições bíblicas do paraíso indicava que tanto a terra quanto os seus
habitantes precisavam ser “conquistados”, “catequizados” e “civilizados” pelos
reinos cristãos europeus.

Um pouco disso explica, mesmo que de forma subjetiva, aspectos importantes


da formação da sociedade colonial. Afinal, tratava-se de uma terra de
possibilidades, de riquezas escondidas, de descobertas possíveis, um “novo
mundo”.

Com a descoberta cada vez mais frequente de ouro por parte das bandeiras, a
estrutura administrativa que pudesse garantir as posses da Coroa começou a
se estruturar de forma mais efetiva.

Assim, a sociedade colonial constituiu-se, basicamente, de uma elite vinda de


Portugal, que acumulava riquezas; de escravos, que consistiam na força de
trabalho principal do período colonial; e de indígenas, que, apesar de todas as
resistências contra os portugueses, tiveram nações inteiras dizimadas,
territórios tomados, quando não escravizados. Havia também os
representantes da administração colonial, os representantes da Igreja Católica
e, no decorrer do tempo, começou a surgir a figura dos “brasileiros”, ou seja,
pessoas nascidas no território colonial.

É importante dizer que as mulheres, assim como os indígenas e negros,


tiveram grande parte de suas histórias negligenciada e esquecida durante esse
período. Mesmo assim, a historiografia contemporânea já trabalha narrativas
que contam a história de personalidades importantes durante o período
colonial.

Um nome que ficou conhecido é o de Chica da Silva (1732-1796), natural da


região de Minas Gerais e ex-escrava alforriada que ganhou destaque no Arraial
do Tijuco, atual Diamantina. Há também a interessantíssima história de Rosa
Maria Egipciáca da Vera Cruz, que, sendo escrava e tendo se alfabetizado
sozinha, escreveu a obra mais antiga de uma autora negra brasileira,
a Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas.

Revoltas coloniais

Durante o Período Colonial no Brasil, uma série de interesses divergentes deu


origem a diversas revoltas. Há, inclusive, uma forma de se referir, na
historiografia, a esses conflitos: movimentos nativistas. Dentre essas
revoltas, podemos citar: a Insurreição Pernambucana (1645-1654), Revolta de
Beckman (1684) Guerra dos Emboabas (1708-1709), Guerra dos
Mascates (1710), Conjuração Mineira (1789), Conjuração Baiana (1798), entre
outras.

Um dos motivos que também puxavam o tom de insatisfação dos rebeldes


nativistas com a Coroa era o Pacto Colonial, ou Exclusivo Comercial
Metropolitano, que determinava que a metrópole, Portugal, seria beneficiada
com as atividades econômicas de suas colônicas sem a possibilidade de livre
comercialização. Tudo isso foi fundamental para o processo de Independência
do Brasil, que aconteceu em 1822.
Crise do sistema colonial

A crise do sistema colonial explica-se por uma série de fatores inter-


relacionados. Naquele momento, a Inglaterra despontava-se como a principal
potência econômica do mundo, sobretudo pela ‘revolução silenciosa’ que
o novo sistema industrial estabelecia e que Portugal tardou a se adaptar.

Surgiu uma nova força de trabalho baseada no trabalhador assalariado, e a


escravidão passou a ser cada vez mais uma instituição condenada pelos
países europeus. Ao mesmo tempo, ainda na segunda metade do século XVIII,
colônias inglesas e francesas começaram a iniciar seus processos de
independência, o que se alastrou por toda a América Latina durante o século
XIX.

Apesar da letargia em que essas transformações ocorreram no Brasil Colônia,


suas consequências foram cruciais para o fim do seu ciclo.
Após Napoleão ameaçar invadir Portugal e, consequentemente, ocorrer
a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, uma série de interesses
locais, somada às transformações de ordem econômica, social e cultural que
estavam em processo, entre outros fatores, acabou promovendo o fim do ciclo
mais duradouro, até agora, da História do Brasil.

4.2- Sociedade colonial brasileira


O período da colonização brasileira inicia-se em 1500 na costa litorânea
do nordeste. A população era formada por brancos (senhores de engenho),
índios catequizados, negros africanos escravizados e mestiços. A sociedade
colonial brasileira foi constituída em um modelo patriarcal, onde o homem não
era somente o chefe de família, mas também o dono de tudo.

A princípio toda fonte de subsistência da sociedade estava ligada à agricultura


e ao latifúndio. A primeira cultura a render lucros foi a cana-de-açúcar, depois o
tabaco, seguido do algodão e a pecuária. A maior parte da mão de obra era
africana e o objetivo era comercializar com a Europa. Entre os séculos XVI e
XVII o Brasil se tornou o maior produtor e exportador de açúcar.

A sociedade foi se estabelecendo em povoados onde o convívio social se


resumia à lavoura e atividades da Igreja. No início a casa do senhor de
engenho era construída de palha ou sapê, o piso era de terra, havia poucas
portas, janelas e mobílias. Eles costumavam dormir em redes, os utensílios de
cozinha eram de cerâmica e havia poucos talheres.

A casa grande ficava muito próxima das senzalas e por medida de segurança


contra os ataques indígenas e revoltas de escravos, com o tempo, ficaram
maiores e mais seguras para o senhor de engenho. Embora a proximidade
ainda continuasse a mesma, normalmente os colonos ficavam à frente e os
escravos ao fundo, por vezes em pequenos porões.

O senhor de engenho demonstrava sua riqueza através da quantidade de


escravos que tinha ou pelas suas vestes. Só depois da vinda da família real
para o Brasil em 1808, passou a prevalecer a posse de objetos. A casa grande
foi construída perto do engenho, serviu como escola, enfermaria e igreja, onde
eram guardadas as joias e os ouros. Eles acreditavam que haveria menos
possibilidade de roubar tesouros se estivesse ligada à santidade.

Havia pouco tempo de descanso e logo quando nascia o sol, os homens


levavam os escravos para a lavoura e as mulheres designavam as tarefas das
escravas, que além de fazerem tarefas domésticas e cozinhar, eram vistas
como reprodutoras e cuidadoras das crianças. Não havia água encanada, o
que ocasionava um mau cheiro do local. Ao final do dia, era servida uma
refeição, os escravos no geral dormiam juntos e haviam guardas nas portas
onde eles dormiam para garantirem a segurança dos nobres e evitar fugas de
escravos. Os que fossem capturados em fuga, eram espancados na frente da
porta da Casa Grande.

As festas que havia nesse período eram inteiramente ligadas aos santos
católicos e aniversários de príncipes ou princesas de Portugal. A Páscoa,
Semana Santa e o Natal eram datas de grande prestígio. Eram celebradas
missas, procissões, comes e bebes e o mais esperado, o baile. Era um
momento de muita integralidade entre toda sociedade colonial, vestir roupas
novas e luxuosas trazidas da Europa e conversar com as pessoas.

No Natal os senhores de engenho mais ricos preparavam o baile na sua


propriedade. Era uma chance de paquerar uns aos outros e proporcionar maior
convívio social entre os senhores e as famílias dos vizinhos. O mais
interessante era que os escravos também eram liberados para fazer suas
festas do modo que queriam. As danças e culto aos deuses africanos atraíam
muitos brancos, resultando na interação social e cultural entre esses povos que
resultou na formação da sociedade brasileira como um todo. Estudiosos
afirmam que essa proximidade foi o que diferenciou a sociedade colonial
brasileira das outras colônias, pois permitiu um maior convívio de pessoas e
trocas culturais.

4.3- História do Brasil: a chegada da família real e suas regencias

Você quer aprender mais a respeito da História do Brasil? Este artigo foi
idealizado pela equipe do Foco Educação Profissional de modo a abordar as
principais características do período imperial brasileiro. Vamos tratar de temas
que vão esclarecer todas as suas dúvidas no que abrange a época do Primeiro
Reinado, passando pelo Período Regencial, até chegar ao Segundo Reinado.

Para compreender melhor este contexto é importante primeiro entender o que


levou a família real a abandonar Portugal. No início do ano de 1808, o reino
enfrentava graves problemas e estava em iminência de ser invadido pelas
tropas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem aporte militar para suportar
uma guerra contra a França, o então príncipe regente, D. João VI, optou pela
fuga da família real portuguesa para o Brasil.

Em janeiro de 1808, a família real portuguesa e milhares de membros da corte


desembarcaram no Rio de Janeiro e em Salvador protegidos pela esquadra
inglesa, único aliado de portugal na época. Como uma espécie de
"recompensa" pela ajuda, D. João assinou o tratado de abertura dos portos às
nações amigas, o que resultava no ínicio do Brasil Império.
Com a chegada de tantos nobres, D. João então optou por desapropriar
diversas propriedades com a finalidade de abrigá-los, o que gerou grande
impopularidade. Em 1808, foi fundado o Banco do Brasil. Entre muitos outros
acontecimentos, se destacou a mudança dos nomes das capitanias, que
passaram a se chamar províncias a partir de 1821. Você pode até se lembrar
de ter estudado todos esses fatos em suas aulas de História.

Ainda em 1821, com a queda de Napoleão, D. João VI retornou a Portugal


deixando seu filho, D. Pedro I, como príncipe regente. O príncipe se tornou
imperador do Brasil pouco tempo depois. No Curso Online História do Brasil do
portal você poderá ter um panorama completo a respeito desse assunto e da
História brasileira como um todo.

Primeiro Reinado: seu papel e sua importância na História do Brasil

O Primeiro Reinado pode ser descrito como o tempo em que D. Pedro I


governou o Brasil. De acordo com o contexto histórico esse período foi
marcado por muitas divergências, já que a transição de Colônia para o Império
resultou no conflito de interesses de muitas pessoas influentes na época.

Em 1822, D. Pedro foi convocado a retornar para Portugal, pois seu pai, ao
saber que todos o estavam pressionando a não mais obedecer às ordens
portuguesas, tentou intervir. No entanto, em razão do grande clamor da
população para sua permanência, ele decidiu ficar. O dia 9 de janeiro de 1822
então foi marcado na História do Brasil como o "dia do fico" e ficou
caracterizado pela famosa frase do então príncipe regente: "se é para o bem
de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".
Em 7 de setembro de 1822, durante uma viagem às margens do Rio Ipiranga,
D. Pedro recebeu novamente uma mensagem da corte o convocando. Disposto
a ignorar as ordens portuguesas ele decidiu declarar a independência do Brasil
ali mesmo, proferindo a seguinte frase: "Independência ou Morte". Esse fato
marcou o início do Brasil Império, ou seja, o país deixou de ser colônia de
Portugal e passou ao posto Imperial. Os Estados Unidos, em 1824, foram a
primeira nação a reconhecer a independência do Brasil.

Neste momento da história, o Brasil estava dividido basicamente em dois


grupos: os conservadores e os liberais. Logicamente, os conservadores
defendiam uma forma de governo totalmente voltada para a monarquia. Já os
liberais queriam uma monarquia em que o governo do imperador fosse
limitado, ou seja, o poder devia ser de certa forma "dividido".

Como primeiro grande ato, o governante convocou a constituinte de 1823, que


visava a criação da primeira constituição brasileira . No entanto, a assembleia
foi cancelada, pois gerou muitos conflitos, já que D. Pedro I quis centralizar o
poder somente nele, a constituição só foi apresentada em 1824, pelo próprio
imperador. Em razão disso, surgiram algumas revoltas, como a Confederação
do Equador, que logo foi reprimida pelas tropas do Império.

Contexto histórico: as principais características do Primeiro Reinado

O Primeiro Reinado durou de 1822 a 1831, período marcado por diversos


acontecimentos importantes. Após a apresentação da constituição, o poder do
Império passou a se dividir em quatro pilares fundamentais, totalmente
centralizados no imperador:

 Poder moderador: reservado ao imperador. Esse era o poder supremo


no período imperial, ou seja, concedia poderes máximos, podendo
anular decisões dos demais poderes;
 
 Poder executivo: executado pelo imperador e pelos ministros de Estado
que eram nomeados por ele;
 
 Poder legislativo: deputados e senadores permanentes idealizavam as
leis;
 
 Poder judiciário: composto por juízes indicados pelo próprio imperador.

Entre as principais leis da constituição de 1824 se destacavam o voto censitário


(pela renda), a concepção de um governo alicerçado na monarquia hereditária,
a vigência da escravidão e o catolicismo como religião oficial do Império. No
entanto, a Igreja perdeu grande parte de seu poder e passou a ser subordinada
ao Império. O Foco Educação Profissionaldispõe de um curso de
História exclusivo em que você poderá se aprofundar em outros detalhes a
respeito deste conteúdo.
Em 1825, o Brasil entra em guerra pelo território que hoje é o Uruguai. A
Guerra da Cisplatina, como ficou conhecida, foi um divisor importante no
contexto histórico do Primeiro Império, já que o dinheiro investido prejudicou
fortemente a economia do Império, além do fato de saírem "derrotados" da
batalha.

Com as constantes crises, a impopularidade e o aumento das manifestações


nos anos seguintes, D. Pedro I foi aconselhado por seus conselheiros a abdicar
do trono em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, então com cinco anos.
Como a constituição exigia a maioridade para se governar, o Brasil passou a
ser governado por regentes até que o herdeiro pudesse assumir o poder.

Você pode aprender muito mais a respeito desse tema ao realizar cursos


online com certificado, afinal, você poderá se qualificar com conteúdos de
excelência, além disso, eles apresentam inúmeras vantagens como: estudar
onde e, sobretudo, no momento em que quiser, horas complementares para a
faculdade (caso a instituição permita) e muito mais.

História do Brasil: o Período Regencial e suas características


Como explicado no tópico anterior, com a saída de D. Pedro I do governo, se
iniciou uma nova época no Brasil, o Período Regencial. Isso aconteceu pelo
fato de seu filho, D. Pedro II não ter a idade mínima para ser nomeado
imperador, tendo que esperar a maioridade para a consolidação do feito.
Sendo assim, nessecontexto histórico que abrange o período de 1831 a
1840, o Império foi governado, como mandava a constituição: por regentes.

Durante o Período Regencial se destacaram três grupos políticos, sendo eles


denominados de:

 Restauradores: defensores da monarquia, eram a favor do retorno de D.


Pedro I ao trono do Império. Com a morte de D. Pedro I em 1834, o
grupo acabou perdendo força. Dentre seus representantes podemos
citar José Bonifácio como sendo um dos mais influentes.
 
 Liberais moderados: defensores da monarquia, defendiam a coroação
de D. Pedro II, entretanto, eram a favor que o legislativo também
exercesse maior poder no Império, o que representava a restrição de
parte dos poderes imperiais.
 
 Liberais exaltados: defendiam o federalismo de modo a conferir maior
autonomia às províncias do Império, ou seja, eram a favor da
descentralização do poder. Aqui, alguns já defendiam a instauração da
República.

Basicamente, as regências se dividiram em quatro fases, são elas:

 Regência trina provisória (de abril a junho de 1831): Francisco de Lima e


Silva (representava o exército), Nicolau Pereira de Campos Vergueiro
(moderado e com ideias liberais) e José Joaquim Carneiro de Campos
(representava a ala conservadora);
 
 Regência trina permanente (1831 a 1835): brigadeiro de Francisco de
Lima e Silva (novamente representando o exército), Costa Carvalho
(representava o Sul e o Sudeste) e João Bráulio Muniz (representava o
Norte e o Nordeste);
 
 Regência una de Diogo Feijó (1835 a 1837): em virtude do ato adicional
de 1834, a administração do Império passa a ser por uma Regência una.
Marcou a era dos progressistas moderados no poder;
 
 Regência una de Araújo Lima (1837 a 1840): a era conservadora no
poder. Uma boa dica para compreender melhor todas essas fases é
fazer um bom curso de História.

O Curso Online História do Brasil do portal apresenta um panorama


completo a respeito do Período Regencial e de todos os outros ciclos, como a
época colonial e republicana. Aproveite todo esse conteúdo de qualidade em
conjunto com as facilidades proporcionadas por cursos online com certificado.
 
Contexto histórico das principais revoltas do Período Regencial

Devido às disputas pelo poder pelos grupos políticos a era regencial foi
marcada por diversas revoltas. As más condições de vida de grande parte da
população, a miséria, a fome e a centralização administrativa foram os
principais motivos que deram origem aos conflitos.

 Cabanagem (PA): esse movimento popular ocorreu entre 1835 a 1840 e


reuniu mestiços, indígenas, comerciantes e donos de terras contra o
governo, com a finalidade de conquistar a independência da província
do Grão-Pará para terem melhores condições de vida e autonomia
política e comercial. Depois de cinco anos de batalhas sangrentas e
milhares de mortos e presos, os cabanos (como eram conhecidos) não
conseguiram resistir e sucumbiram perante o governo regencial;
 
 Farroupilha (RS): também denominada de Guerra dos Farrapos (1835 -
1845) foi o mais longo movimento civil da História do Brasil, ocorreu no
Rio Grande do Sul e tinha os fazendeiros como líderes em sua maioria.
Tinha caráter republicano e lutava contra o governo imperial;
 
 Sabinada (BA): esse movimento ocorreu entre 1837 e 1838, na Bahia.
Foi um movimento de caráter emancipacionista, liderado por Francisco
Sabino. Ou seja, a revolta era contra o Período Regencial, já que a
intenção era constituir uma República até D. Pedro II assumir o trono,
não possuindo ideal separatista. O movimento não resistiu muito tempo
ante as forças do Império, resultando em mais de dois mil mortos e
milhares de presos;
 
 Balaiada (MA): também conhecida como Guerra dos Bem-te-vis, essa
revolta aconteceu no Maranhão em virtude da violência dos senhores de
terras e da queda da produção de algodão ante a concorrência
dos Estados Unidos, o que ocasionou ainda mais pobreza na região.
Possuiu caráter popular e lutaram contra a exploração dos
trabalhadores. Iniciou em 1838 e terminou em 1841 com a captura e
morte de Cosme Bento, o líder do movimento.

O Período Regencial chegou ao fim em 1840 com o golpe da maioridade que


tornou Pedro de Alcântara, aos 14 anos de idade, o segundo e último
imperador do Brasil. Para você que quer aprender muito mais de forma fácil e
acessível, uma boa dica é estudar com cursos online, afinal, você poderá ter
todo o conteúdo disponível para seu aprendizado no momento e no lugar que
quiser.

História do Brasil: conheça o contexto histórico do Segundo Reinado


O Segundo Reinado pode ser descrito como o período em que D. Pedro II
governou o Brasil por longos 49 anos (1840 - 1889). Dois partidos dominaram o
cenário político brasileiro nessa época, o Partido Liberal, que nasceu dos
progressistas e o Partido Conservador, que foi originado da ala conservadora.
Segundo o contexto histórico, esse reinado passou por três importantes fases
que podem ser descritas como: consolidação (1840 - 1850), apogeu/auge
(1850 - 1870) e declínio (1870 - 1889).

Quando D. Pedro II chegou ao poder enfrentou um cenário que estava repleto


por crises políticas. De modo a solucionar esses conflitos foi instalado o
Parlamentarismo no Brasil em 1847, que passou a funcionar em consonância
como o poder moderador. O imperador então passou a escolher somente o
primeiro-ministro, que passou a decidir os nomes para compor o gabinete
ministerial.

A revolução praieira foi o principal conflito durante este período e durou de


1849 a 1850, outros dois conflitos que se iniciaram durante as regências
tiveram seu fim durante o Segundo Reinado: revolta da Balaiada (1841) e
Farroupilha (1845). Entre 1853 e 1861, ocorreu um período em que liberais e
conservadores governaram sem conflitos, época que ficou conhecida como o
período da conciliação.

O Segundo Reinado ainda veio a ser marcado por acontecimentos importantes,


como a Guerra do Paraguai e a abolição da escravatura, em 1888. Para você
que deseja conhecer mais sobre essa temática,cursos online são perfeitos
para acrescer seus saberes de forma prática e flexível.

O café passou a ser o principal produto de exportação do Império durante o


Segundo Reinado. Consequentemente, o sucesso econômico gerado acabou
por estimular a urbanização e industrialização. Por esse motivo, o espiríto pela
consolidação da República ganhou força e em 1889, o Império de D Pedro II
chegou ao fim em razão de muitas questões, sendo elas populares, religiosas,
abolicionistas e militares.

História do Brasil: cronologia com as características do período

Para tudo ficar mais claro elaboramos uma cronologia do Segundo Reinado,
como aquelas que você estudava em suasaulas de História, com um breve
panorama para que entenda melhor as principais características a respeito
desse importante período:

 1837: nasce o Partido Liberal e o Partido Conservador;


 
 1840: golpe da maioridade (Partido Liberal);
 
 1841: coroação de Dom Pedro II como imperador do Brasil aos 14 anos
de idade;
 
 1847: criação do Parlamentarismo;
 
 1862: criação da Liga Progressista;
 
 1870: fim da Guerra do Paraguai;
 
 1871: questão religiosa, conflitos entre a Igreja e a monarquia;
 
 1873: fundação do Partido Republicano;
 
 1883: questão militar, sucessão de conflitos entre exército e monarquia;
 
 1888: princesa Isabel, filha de D. Pedro II, assina a Lei Áurea. Esse
fato marcou o fim de mais de 300 anos de escravidão no Brasil;
 
 1889: acontece a Proclamação da República.

4.4- Período Republicano

O Brasil tornou-se uma república em 15 de novembro de 1889. Desde então


existiram seis diferentes repúblicas na história do nosso país.

República é a forma de governo vigente no Brasil desde 15 de novembro de


1889, quando foi proclamada por José do Patrocínio na Câmara Municipal do
Rio de Janeiro. Desde essa data, o Brasil já teve seis diferentes repúblicas, a
saber:
 Primeira República (1889-1930)
 Governo Provisório e Constitucional de Vargas  (1930-1937)
 Estado Novo (1937-1945)
 Quarta República (1945-1964)
 Ditadura Militar (1964-1985)
 Nova República (1985-)
A atual república brasileira é conhecida como Nova República e está em vigor
desde o fim da Ditadura Militar. Com a Nova República, foi inaugurado um novo
período democrático, além de ter sido redigida e promulgada, em 1988, uma
nova Constituição para o Brasil.
Veja também: Saiba quantos golpes aconteceram no Brasil desde 1822
Proclamação da República
A Proclamação da República foi resultado de um golpe militar que derrubou a
monarquia brasileira, que se enfraqueceu a partir do momento em que esse
regime perdeu o apoio das elites econômicas do país. Isso aconteceu,
principalmente, pela insatisfação de dois grupos muito importantes naquele
momento: o Exército e a elite cafeeira paulista.
No caso do Exército, essa insatisfação vinha desde a Guerra do Paraguai. Os
militares consideravam-se humilhados pela monarquia e exigiam melhorias
salariais e no sistema de promoção de carreira. Além disso, não pode ser
esquecida a influência dos ideais positivistas, que difundiam o republicanismo
no seio do exército.
Já no caso da elite cafeeira paulista, é importante mencionar que essa classe
havia aderido há tempos os ideais republicanos. Uma prova disso foi a criação
do Partido Republicano Paulista na década de 1870. Quando a conspiração
contra a monarquia tomou força, a elite cafeeira não colocou nenhuma
resistência para a mudança de regime.
Os historiadores também levantam a hipótese de que o desgaste nas relações
da monarquia com a Igreja e com a elite cafeeira do Vale do Paraíba foram
fatores relevantes. O historiador Boris Fausto, no entanto, comenta que o papel
desses grupos na Proclamação da República é muito pequeno, uma vez que
não dispunham de grande força de transformação política no Brasil.
A década de 1880 vivenciou uma crise política crônica no país. No final desse
período, a conspiração contra a monarquia ganhou força no Exército. Poucos
dias antes do golpe que resultou na Proclamação da República, os
conspiradores reuniram-se com o marechal Deodoro da Fonseca para
convencê-lo a aderir ao golpe.
Com a Proclamação da República, foi formado um governo provisório no qual
Deodoro da Fonseca foi nomeado o presidente provisório. Algumas
mudanças foram tomadas de imediato, como a mudança da Bandeira
Nacional e a elaboração de uma nova Constituição, que foi promulgada em
1891.
Com a Proclamação da República, o Brasil tornou-se um país federalista, isto
é, as províncias (renomeadas agora de estados) passaram a ter mais
autonomia em relação ao Governo Federal, e foi adotado o presidencialismo,
como determinou a Constituição de 1891. A princípio o cargo de presidente
tinha duração de quatro anos.
Características do Brasil República
O regime republicano brasileiro tem uma história centenária e, ao longo de sua
existência (como mencionado no início o texto), existiram seis diferentes
repúblicas, cada qual com características distintas.
 Primeira República (1889-1930)
A Primeira República, também conhecida
como República Velha ou República Oligárquica, teve como grandes
características o clientelismo, o mandonismo e o coronelismo. O
clientelismo pode ser definido por uma troca de favores em que alguém
concede algo em troca de benefícios políticos. Já o coronelismo é definido pelo
poder exercido pelos coronéis, grandes proprietários de terra, sobre a
população, exigindo-lhe voto como forma de atender aos interesses da
oligarquia. Por fim, o mandonismo é o controle que os grandes proprietários de
terra exerciam sobre a população comum. Outras marcas desse período foram
a Política do Café com Leite e a Política dos Governadores.

 Era Vargas (1930-1945)


Nesse tópico, estamos incluindo tanto a Segunda República (1930-1937)
quanto a Terceira República ou Estado Novo (1937-1945). No caso da Era
Vargas, algumas características importantes foram: a centralização do poder
no Executivo, a política de massas de Vargas na questão trabalhista, o
fortalecimento da propaganda política, sobretudo durante o Estado Novo, e a
capacidade de negociação de Vargas, que conseguia conciliar grupos com
interesses diversos em benefício próprio. No caso do Estado Novo, destacam-
se ainda o autoritarismo do governo e a imposição de censura.

 Quarta República (1945-1964)


No caso da Quarta República, é muito complicado fazer a definição de
características abrangentes a respeito de todo o período, uma vez que cada
governo possuía interesses diversos e até mesmo uma plataforma ideológica
distinta. De toda forma, muitos definem esse período como a fase
do populismo na política brasileira.
Essa definição, no entanto, tem sido vista com muitas ressalvas pelos
historiadores porque a definição clássica de populismo não abarca todas as
características políticas da Quarta República. De toda forma, a Quarta
República pode ser caracterizada por ser um período minimamente
democrático na história do nosso país.

O número de eleitores cresceu consideravelmente por causa da Constituição


de 1946, que dava sufrágio universal para homens e mulheres maiores de 18
anos e alfabetizados. A vida partidária também cresceu de maneira
considerável, e surgiram partidos de grande alcance nacional, como
o PTB, PSD e UDN.
Além disso, destaca-se também o crescimento das demandas populares, que
apresentavam grandes exigências em torno de melhorias no sistema
educacional do país, da realização da reforma agrária e de uma política
econômica que trouxesse ganhos para o estilo de vida do trabalhador. Essa
experiência democrática foi interrompida com o Golpe Militar de 1964.

 Ditadura Militar (1964-1985)


A Ditadura Militar, como o nome já sugere, foi um período ditatorial em que o
nosso país foi governado de maneira autoritária pelos militares. A ditadura ficou
caracterizada pelo terrorismo de Estado, isto é, pelas ações de terror
praticadas ou incentivadas pelo governo. Os grandes símbolos desse período
foram os sequestros, a tortura e o assassinato de cidadãos por agentes
governamentais ou por milícias apoiadas pelo governo. Houve também casos
de atentado a bomba organizados por agentes do governo, como aconteceu
no caso Riocentro.
A ditadura também ficou marcada por uma política econômica que logo de
início procurou combater os direitos dos trabalhadores. Sendo assim, os
salários foram mantidos baixos, houve redução de direitos dos trabalhadores
(como aconteceu quando o FGTS foi criado) e as greves eram duramente
reprimidas.

Por fim, os gastos astronômicos dos governos militares contribuíram para


aumentar a dívida externa do Brasil e o crescimento da inflação. A censura e o
autoritarismo também eram marcas fortes desse período, o que impedia um
combate transparente à corrupção.

 Nova República (1985-)


Com o final da ditadura, foi iniciada uma nova fase democrática em nosso país:
a Nova República. Foram marcas da democratização que o Brasil sofreu
nesse período o crescimento da vida partidária e o aumento considerável do
número de eleitores, já que podem votar no Brasil todas as pessoas maiores de
16 anos, incluindo os analfabetos.
Outro grande marco importante desse período foi a Constituição de 1988,
conhecida como Constituição Cidadã, que possui muitos artigos que
garantem direitos sociais à população brasileira. Apesar disso, esse período
também é passível de críticas, já que muitas áreas do país, como saúde e
educação, seguem caóticas, e os grandes níveis de corrupção impedem o
desenvolvimento do país.
República Brasileira atual
Como mencionado, a república atual foi iniciada após o fim da ditadura em
1985, quando Tancredo Neves foi eleito presidente. Infelizmente, Tancredo
acabou falecendo, e seu vice, José Sarney, assumiu a presidência do Brasil.
Nesse momento, começaram os esforços dos políticos para reconstruir a
democracia no Brasil após 21 anos de autoritarismo.
Com a Constituição de 1988, ficou determinado que os presidentes teriam
mandato de quatro anos sem reeleição (o direito à reeleição foi implantado
durante o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso). A Constituição de
1988 também garantiu amplos direitos sociais para as minorias do país, como
os indígenas. Porém, apesar das garantias constitucionais, muitos direitos não
têm sido respeitados.

Foram eleitos presidentes nas eleições


de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. Os presidentes desse
período até o presente momento foram: José Sarney, Fernando Collor de
Mello, Itamar
Franco, FHC, Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Alguns
historiadores sugerem que a Nova República encerrou-se em 2016 quando
houve o impeachment de Dilma Rousseff, entendido por eles como “golpe
parlamentar”. Outros historiadores discordam dessa análise e afirmam que a
Nova República ainda está em vigor.

4.5- Tenentismo

O tenentismo foi um movimento de revolta política e militar que surgiu entre os


oficiais rasos do exército brasileiro insatisfeitos com a política da Primeira
República.

O tenentismo foi um movimento político e militar realizado por jovens oficiais


brasileiros durante o período da Primeira República. Esse corpo de oficiais era
composto em geral por tenentes e capitães que estavam insatisfeitos com o
sistema político brasileiro, sobretudo com as práticas do jogo político imposto
pelas oligarquias.
O surgimento do tenentismo na década de 1920 contribuiu para
a desestabilização da ordem política existente na Primeira República. O
surgimento desse movimento remonta à campanha eleitoral das eleições de
1922. Nessas eleições, a oligarquia paulista e mineira lançou Artur
Bernardes como candidato a presidente e enfrentou a concorrência de Nilo
Peçanha, apoiado pelas oligarquias de Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia
e Rio de Janeiro.
A candidatura de Nilo Peçanha ficou conhecida como Reação Republicana, e
sua chapa procurou conquistar o voto das classes médias urbanas. Foi durante
essa campanha eleitoral que a imagem de Artur Bernardes como político
antimilitar popularizou-se por causa de cartas falsas que foram veiculadas com
supostas críticas feitas por ele aos militares.
Apesar de ter sido divulgado à época que os documentos eram falsos, a
relação dos militares com Artur Bernardes desgastou-se profundamente. A
situação agravou-se de maneira definitiva quando o presidente eleito Artur
Bernardes ordenou o fechamento do Clube Militar e a prisão de Hermes da
Fonseca. A partir daí, iniciou-se um movimento de revolta e contestação dentro
do exército contra os governos da Primeira República.
A atuação do movimento tenentista estendeu-se de 1922 a 1927 e, ao longo
desse período, uma série de rebeliões aconteceu. A primeira grande revolta
dos tenentistas aconteceu em 5 de julho de 1922, na cidade do Rio de Janeiro,
e ficou conhecida como Revolta do Forte de Copacabana ou Revolta dos 18
do Forte de Copacabana.
Os tenentes rebelados em Copacabana queriam recuperar a honra dos
militares, alegando que eram reprimidos pelo governo de Artur Bernardes.
Durante essa revolta, os tenentes ficaram cercados no Forte de Copacabana e,
em certo momento, 18 oficiais, em um ato de desespero, resolveram marchar
pela avenida Atlântica na direção das tropas do governo. Somente dois oficiais
dos dezoito sobreviveram: Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Depois desse episódio, o ímpeto da revolta espalhou-se por outros oficiais em


diferentes partes do Brasil. Houve rebeliões tenentistas em Manaus, em 1924,
que ficaram conhecidas como Comuna de Manaus. Houve também
a Revolução Paulista de 1924, que posteriormente deu início à Coluna
Costa-Prestes, quando as tropas tenentistas lideradas por Miguel Costa
uniram-se com os tenentistas liderados por Luís Carlos Prestes.
A Coluna Costa-Prestes surgiu em 1925 e foi considerada o maior movimento
tenentista do período. Os oficiais liderados
por Miguel Costa e Luís Carlos Prestes marcharam no interior do Brasil
durante mais de dois anos, lutando contra as tropas do presidente Artur
Bernardes. Ao todo, a Coluna Costa-Prestes marchou por 25.000
quilômetros e cruzou doze estados. O movimento encerrou-se em 1927,
quando se exilaram na Bolívia.
Qual era a ideologia dos tenentistas?
Primeiramente, eles eram absolutamente contrários às práticas políticas do
período da Primeira República. Assim, eles lutavam contra o poder das
oligarquias, sobretudo no interior do Brasil, onde as desigualdades sociais
manifestavam-se de maneira mais acentuada.
O projeto dos tenentistas foi considerado como um movimento salvacionista,
uma vez que eles alegavam agir em defesa das instituições republicanas. Além
disso, havia uma grande insatisfação nos quadros militares com o pouco
investimento realizado na corporação, segundo a visão deles.

Os tenentistas consideravam a condição política em que o Brasil se encontrava


como a grande causadora das carências existentes. Como lutavam contra as
oligarquias, naturalmente, eram contrários à existência do federalismo no
Brasil, alegando que esse sistema permitia a fragmentação política do Brasil, o
que gerava a concentração do poder em núcleos regionais.

Os tenentistas, em geral, defendiam um projeto para o Brasil baseado


no liberalismo, porém, é importante pontuar que dentro do grupo existiam
oficiais que abraçavam outras ideologias, como o comunismo. Além disso,
defendiam a formação de uma república autoritária que promovesse as
mudanças necessárias. Assim, conforme colocam as historiadoras Lilia
Schwarcz e Heloisa Starling, os tenentistas eram “liberais em temas sociais e
autoritários em política”.
No campo econômico, defendiam a modernização e industrialização do
país e o fim da política que priorizava o café na economia brasileira. Por fim,
vale ressaltar que, em questões sociais, eles defendiam “a reforma do ensino
público, a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política”|2|.
Além disso, “denunciavam, também, as miseráveis condições de vida e a
exploração dos setores mais pobres”|3|.
Os tenentistas, no entanto, não possuíam um plano de ação e não sabiam
como implantariam as reformas que defendiam. Assim, as lutas organizadas
por eles, conforme os historiadores classificam, foram caracterizadas mais pela
ação do que pelo discurso. O tenentismo foi responsável por lançar nomes
importantes nos quadros políticos do Brasil nas décadas seguintes e esteve
diretamente ligado com a Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República
e colocou Getúlio Vargas no poder.
4.6- A crise de 1929

Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em


pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em
grandes quantidades, principalmente, para os países europeus.
Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados
para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas
importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da
década de 1920. Reconstruídas, as nações europeias diminuíram
drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos
Estados Unidos.

Causas da crise

Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-


americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não
conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas
possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-
americanos tinham investimentos nestas ações.

Efeitos da crise

Em outubro de 1929, percebendo a desvalorização das ações de muitas


empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas
ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em
poucos dias. Pessoas muito ricas passaram, da noite para o dia, para a classe
pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu
quase 30% dos trabalhadores.

A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a


história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo
mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando
por quase todos os continentes.

Efeitos no Brasil

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior


comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu
muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma
desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas
de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do
principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo
positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores
começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.

4.7- Era Vargas

A Era Vargas é a fase da história brasileira em que Getúlio Vargas governou o


país de 1930 a 1945. Foi forçado a renunciar à presidência após um ultimato
dos militares.

Era Vargas foi um período iniciado em 1930, logo após a Revolução de 1930,


e finalizado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas. Nesse período da
história brasileira, o poder esteve centralizado em Getúlio Vargas, que
assumiu como presidente do Brasil após o movimento que
depôs Washington Luís da presidência.
Resumo
A Era Vargas foi o período de quinze anos da história brasileira que se
estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A
ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que
destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente
eleito que assumiria o país).
Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos
historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação” da
ditadura de Vargas. Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com
as massas, característica que se tornou muito marcante durante o Estado
Novo.
Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência
por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder, foi
organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa
história: a Quarta República (1946-1964).
Mapa Mental: Era Vargas

Características da Era Vargas


Resumir as características da Era Vargas é uma tarefa complexa,
principalmente porque cada fase assumiu aspectos diferentes. De maneira
geral, as seguintes características podem ser destacadas.
 Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no poder, Vargas
tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar os poderes do
Executivo. Essa característica ficou evidente durante o Estado Novo.
 Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no sentido de
ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o Ministério do Trabalho e
concedeu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de reforçar seu poder
aproximando-se das massas.
 Propaganda Política → O uso da propaganda como forma de ressaltar as
qualidades de seu governo foi uma marca forte de Vargas e que também ficou
evidente durante o Estado Novo a partir do Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP.)
 Capacidade de negociação política → A capacidade política de Vargas não
surgiu do nada, mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de sua vida
política. Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar grupos opostos em
seus governos, como aconteceu em 1930, quando oligarquias dissidentes
e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-lhe.
A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também
relacionada com o populismo, principalmente pelos seguintes aspectos:

1. Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas;


2. Defesa da união das massas;
3. Liderança baseada no carisma;
4. Sistema partidário frágil.

Transição de poder
A ascensão de Getúlio Dornelles Vargas à presidência aconteceu pela
implosão do modelo político que existia no Brasil durante a Primeira República.
Ao longo da década de 1920, inúmeras críticas foram feitas ao sistema
oligárquico que vigorava em nosso país, sendo os tenentistas um dos
movimentos de oposição de maior destaque.
A implosão da Primeira República concretizou-se de fato durante a eleição de
1930. Nessa eleição, a oligarquia mineira rompeu abertamente com a
oligarquia paulista porque o presidente Washington Luís recusou-se a indicar
um candidato mineiro para concorrer ao cargo. A indicação para presidente foi
do paulista Júlio Prestes.
Isso desagradou profundamente à oligarquia mineira, uma vez que a atitude do
presidente rompia com o acordo existente entre as duas oligarquias (Política do
Café com Leite). Assim, os mineiros passaram a conspirar contra o governo e,
aliando-se às oligarquias paraibana e gaúcha, optaram por lançar um
candidato para concorrer à presidência: Getúlio Vargas.
A disputa eleitoral travada entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas teve como
desfecho a vitória do primeiro. No entanto, mesmo derrotados, membros da
chapa eleitoral de Vargas (chamada Aliança Liberal) começaram a conspirar
para destituir Washington Luís do poder (Vargas, porém, havia aceitado a
derrota).
Essa conspiração tornou-se rebelião de fato quando João Pessoa, vice de
Getúlio Vargas, foi assassinado em Recife por João Dantas. O assassinato de
João Pessoa não tinha nenhuma relação com a eleição disputada, mas o
acontecido foi utilizado como pretexto para que um levante militar contra
Washington Luís fosse iniciado.
A revolta iniciou-se em 3 de outubro de 1930 e estendeu-se por três semanas.
No dia 24 de outubro de 1930, o presidente Washington Luís foi deposto da
presidência. Uma junta militar governou o Brasil durante 10 dias e, em 3 de
novembro de 1930, Getúlio Vargas, que aderiu à rebelião quando ela estava
em curso, assumiu a presidência do Brasil.
Fases da Era Vargas
Os historiadores dividem a Era Vargas em três fases: Governo
Provisório (1930-34), Governo Constitucional (1934-37) e Estado Novo (1937-
1945).
 Governo Provisório (1930-34)
O governo provisório, como o próprio nome sugere, deveria ter sido uma fase
de transição em que Vargas rapidamente organizaria uma Assembleia
Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o Brasil. Getúlio Vargas,
porém, nesse momento, já deu mostras da sua habilidade de se sustentar no
poder, pois adiou o quanto foi possível a realização da Constituinte.

Nessa fase, Vargas já realizou as primeiras medidas de centralização do


poder e, assim, dissolveu o Congresso Nacional, por exemplo. A demora de
Vargas em realizar eleições e convocar uma Constituinte teve impactos em
alguns locais do país, como São Paulo, que se rebelou contra o governo em
1932 no que ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932.
O movimento foi um fracasso e, após a sua derrota, Getúlio Vargas atendeu as
demandas dos paulistas, nomeando para o estado um interventor (governador)
civil e nascido em São Paulo, além de garantir a realização de uma eleição em
1933 para compor a Constituinte. Dessa Constituinte, foi promulgada
a Constituição de 1934.
A nova Constituição foi considerada bastante moderna para a época e trouxe
novidades, como o sufrágio universal feminino (confirmando o que já havia
sido estipulado pelo Código Eleitoral de 1932). Junto da promulgação da nova
Constituição, Vargas foi reeleito indiretamente para ser presidente brasileiro
entre 1934 e 1938. Após isio, um novo presidente deveria ser eleito.
Nessa fase, a política econômica de Vargas concentrou-se em combater os
efeitos da Crise de 1929 no Brasil. Para isso, agiu comprando milhares de
sacas de café e incendiando-as como forma de valorizar o principal produto da
nossa economia. Nas questões trabalhistas, autorizou a criação do Ministério
do Trabalho em 1930 e começou a intervir diretamente na atuação dos
sindicatos.
 Governo Constitucional (1934-1937)
Na fase constitucional, o governo de Vargas, em teoria, estender-se-ia até
1938, pois o presidente não poderia concorrer à reeleição. No entanto, a
política brasileira como um todo – o próprio Vargas, inclusive – caminhava para
a radicalização. Assim, surgiram grupos que expressavam essa radicalização
do nosso país.
1. Ação Integralista Brasileiro (AIB): grupo de extrema-direita que surgiu
em São Paulo em 1932. Esse grupo possuía inspiração no fascismo
italiano, expressando valores nacionalistas e até mesmo antissemitas.
Tinha como líder Plínio Salgado.
2. Aliança Libertadora Nacional (ANL): grupo de orientação comunista que
surgiu como frente de luta antifascista no Brasil e converteu-se em um
movimento que buscava tomar o poder do país pela via revolucionária. O
grande líder desse grupo era Luís Carlos Prestes.
A ANL, inclusive, foi a responsável por uma tentativa de tomada do poder aqui
no Brasil em 1935. Esse movimento ficou conhecido como Intentona
Comunista e foi deflagrado em três cidades (Rio de Janeiro, Natal e Recife),
mas foi um fracasso completo. Após a Intentona Comunista, Getúlio Vargas
ampliou as medidas centralizadoras e autoritárias, o que resultou no Estado
Novo.
Essa fase constitucional da Era Vargas estendeu-se até novembro de 1937,
quando Getúlio Vargas realizou um autogolpe, cancelou a eleição de 1938 e
instalou um regime ditatorial no país. O golpe do Estado Novo teve como
pretexto a divulgação de um documento falso conhecido como Plano Cohen.
Esse documento falava sobre uma conspiração comunista que estava em
curso no país.
 Estado Novo (1937-1945)
O Estado Novo foi a fase ditatorial da Era Vargas e estendeu-se por oito anos.
Nesse período, Vargas reforçou o seu poder, reduziu as liberdades civis e
implantou a censura. Também foi o período de intensa propaganda política e
um momento em que Vargas estabeleceu sua política de aproximação das
massas.
No campo político, Vargas governou a partir de decretos-leis, ou seja, as
determinações de Vargas não precisavam de aprovação do Legislativo, pois já
possuíam força de lei. O Legislativo, por sua vez, foi suprimido e, assim, o
Congresso e as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais
foram fechadas. Todos os partidos políticos foram fechados e colocados na
ilegalidade.
A censura instituída ficou a cargo do Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP), responsável por censurar as opiniões contrárias ao
governo e produzir a propaganda que ressaltava o regime e o líder. Para fazer
a propaganda do governo, foi criado um jornal diário na rádio chamado “A Hora
do Brasil”.
Durante esse período, também se destacou a política trabalhista, destacando-
se a criação do salário-mínimo (1940) e Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) em 1943. Os sindicatos passaram para o controle do Estado.
A participação brasileira na Segunda Guerra e o desgaste desse projeto
político autoritário enfraqueceram o Estado Novo perante a sociedade. Assim
demandas por novas eleições começaram a acontecer. Pressionado, Vargas
decretou para o fim de 1945 a realização de eleição presidencial e, em outubro
desse mesmo ano, foi deposto do poder pelos militares.

4.8- Nova República e a globalização mundial


Nova República, ou Sexta República Brasileira,é o período da História do
Brasil que se seguiu ao fim da ditadura militar aos dias atuais. É caracterizado
pela ampla democratização política do Brasil e sua estabilização econômica.
Usualmente, considera-se o seu início em 1985, quando, concorrendo com o
candidato situacionista Paulo Maluf, o oposicionista Tancredo Neves ganha
uma eleição indireta no Colégio Eleitoral, sucedendo ao último presidente
militar, João Figueiredo. Tancredo não chegou a tomar posse, vindo a falecer.
Seu vice-presidente, José Sarney, assume a presidência em seu lugar. Sob
seu governo é promulgada a Constituição de 1988, que institui um Estado
Democrático de Direito e uma república presidencialista.
Historicamente fez parte dos últimos anos do período da História Mundial
conhecido como Guerra Fria, que teve seu fim após as Revoluções de 1989 e o
colapso da União Soviética em 1991. A partir de então passou a fazer parte do
atual período histórico, a Era da Globalização.

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