Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
O Estágio de Regência no Curso de Licenciatura em Química da UEL.
Eliana Ap. Silicz Bueno*1 (PQ), Enio de L. Stanzani1 (PQ), Fabiele C. Dias Broietti1 (PQ). silicz@uel.br.
1
Departamento de Química, Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina.
Palavras Chave: Estágio de Regência, Formação Inicial, Unidade Didática
Introdução
1,2,3
Diversos autores apontam a formação inicial
como um momento importante para discussões e
reflexões acerca da profissão docente, destacando
que o despreparo dos futuros professores ao
ingressarem no ambiente escolar deve-se, entre
outros fatores, a ausência de práticas e
instrumentos de formação diversificados e
inovadores, que devem ser trabalhados ao longo do
curso de formação, em especial nas disciplinas de
Práticas de Ensino e Estágio Supervisionado.
O desenvolvimento das atividades de Estágio
Supervisionado se constitui em uma importante
etapa na formação e construção de saberes
relacionados à prática docente, tendo em vista sua
característica como espaço de articulação entre
universidade e escola. De acordo com Silva e
Schnetzler3 (2008), o estágio compõe-se de uma
interação constante entre o saber e o fazer, entre
conhecimentos acadêmicos disciplinares e o
enfrentamento de problemas decorrentes da
vivência de situações próprias do cotidiano escolar.
Nessa perspectiva, a disciplina de Prática de Ensino
e Estágio Supervisionado IV (Estágio de Regência),
com carga horária de 144h, ministrada para os
estudantes do último ano (4° ano) do Curso de
Licenciatura em Química da Universidade Estadual
de Londrina (UEL) tem como objetivo discutir temas
relevantes à formação inicial, além da elaboração e
desenvolvimento de Unidades Didáticas (UD) nas
escolas públicas da cidade de Londrina e região.
Diante do exposto o objetivo desse trabalho
consiste em apresentar e discutir as atividades
desenvolvidas nesta disciplina ao longo do ano de
2013.
Resultados e Discussão
Durante o ano de 2013, na disciplina de Estágio de
Regência, foram desenvolvidas algumas atividades,
tais como: elaboração de planejamentos de ensino
e de aula; regência de mini-aulas para a própria
turma da graduação, possibilitando autoavaliação e
avaliação dos pares; e planejamento,
implementação e análise de uma UD na escola. As
atividades propostas são desenvolvidas
paralelamente, ou seja, enquanto planejam suas
mini-aulas, suas UD, com a ajuda do orientador de
estágio, os estudantes já estão presentes nas
escolas, vivenciando o ambiente escolar.
Em todos os momentos discutiu-se não apenas as
estratégias de ensino que devem ser
adequadamente utilizadas, mas a linguagem, a
postura do professor, erros conceituais, ou seja,
tudo o que pode influenciar o andamento da aula.
a
37 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Também desprendeu-se grande atenção às
atividades propostas pelos estagiários em suas
aulas, o material didático utilizado e sua concepção
de avaliação. Tanto as mini-aulas quanto as UD
foram planejadas baseadas nos pressupostos dos
4
Três Momentos Pedagógicos , da abordagem
CTSA e da Experimentação Investigativa6. Sendo
5
assim, há necessidade de utilizar um tema, que
envolva os conceitos químicos específicos. A seguir
são apresentados alguns temas abordados durante
o ano de 2013, seguido do conteúdo químico
relacionado.
 Problemas ambientais (transformações
químicas);
 Reações químicas no organismo (equilíbrio
químico);
 A importância da conscientização no
consumo da água e sua relação com a
química no ensino médio (substâncias e
misturas);
 Numerosidade: como os químicos contam
(grandezas químicas);
 Controle de Qualidade na Indústria
(soluções);
 Química e Agricultura (conceitos de ácido e
base; tabela periódica);
 Fontes de energia que movem o mundo
(termoquímica).
Ao final desse estágio, os alunos elaboram uma
espécie de monografia, relatando e discutindo os
resultados obtidos no desenvolvimento da sua UD,
bem como a relação destes com o referencial
teórico estudado.
Conclusões
Acredita-se que os estágios devem ser momentos
privilegiados de um curso de formação inicial, uma
vez que são nesses espaços que os licenciandos
são levados a refletir sobre a profissão docente,
embasados nas pesquisas desenvolvidas na área
de ensino de Química e em discussões oriundas
das experiências vivenciadas nas escolas.
____________________
1 Maldaner, O. A. A Formação inicial e continuada de professores de
Química: professores/pesquisadores. 3.ed. Ijuí: Unijuí, 2006.
2 Silva, C. S; Oliveira, L. A. A. de. In: NARDI, R. org. Ensino de
ciências e matemática, I: temas sobre a formação de professores
[online].São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica,
2009, 258 p.
3 Silva, R. M.; Schnetzler, R. P.. Revista Química Nova, São Paulo, v.
31, n.8, p. 2174-2182, 2008.
4 Delizoicov, D.; Angotti, J. A.; Pernambuco, M. M. Ensino de ciências:
fundamentos e métodos. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2009.
5 Santos, W. L. P dos. Ciência e Ensino, n.1. 2007.
6 Gil-Pérez, D; Valdés Castro, P.. Enseñanza de Las Ciências, 14(2),
p.155-163, 1996.
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