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Departamento de Química
INTRODUÇÃO
1
O desafio colocado aos docentes de Didácticas específicas é o de permitir
que os futuros professores, durante a sua formação inicial ou em exercício,
experimentem momentos de reflexão sobre os conhecimentos científicos
assimilados e os utilizem adequadamente no contexto escolar. Dentro do novo
quadro conceitual e didáctico-metodológico, o aumento do número de horas para a
disciplina de Didáctica de Química (de 3 para 5 horas semanais) e a introdução da
disciplina de Práticas Pedagógicas, sentimos que conquistamos um maior espaço
de actuação para engajar os futuros professores num processo de aprendizagem
com características que o façam aproximar de novas possibilidades e escolhas do
seu futuro profissional. Melhorar a qualidade de formação teórica e prática dos
nossos estudantes e capacitá-los para a actividade de docência através de
conteúdos específicos da ciência Química é uma preocupação permanente.
Acreditamos que uma das formas de contribuir para isso é a produção de meios e
materiais didácticos para orientar e garantir essa formação. Por isso, o objectivo
desta sebenta é de que ela constitua um dos instrumentos para ajudar os futuros
professores a melhorar as práticas escolares.
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metodológicas estabelecidas e utilizadas quanto às várias áreas das disciplinas da
ciência Química. Aliás, são as disciplinas de cunho científico como a Química Geral,
a Química Inorgânica, a Química Orgânnica, a Química Técnica, a Química
Ambiental entre outras, as que fornecem os elementos para o trabalho
interdisciplinar com o trabalho metodológico de ensino-aprendizagem da Química.
Por último, não é nossa intenção apresentar um manual com regras e modelos de
como ensinar a Química, mas sim ajudar os futuros professores na planificação e
execução das tarefas pedagógicas, estabelecendo um diálogo franco, com o
objectivo de despertar reflexões na base da troca de experiências sobre o
conhecimento da realidade específica dos alunos na sala de aula.
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professor torna-se também um sujeito da aprendizagem na medida em que também
ele aprende sobre o modo de aprendizagem dos seus alunos, por exemplo.
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PLANO TEMÁTICO DA DISCIPLINA DE DIDACTICA DE QUÍMICA-I
1. Introdução
1.1. História do Ensino de Química em Moçambique
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1. O ENSINO DE QUÍMICA EM MOÇAMBIQUE
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Perspectivas presentes para o Ensino de Química considerando os
seguintes aspectos: as pesquisas educacionais efectuadas no âmbito
do ensino de Química e das Ciências Naturais; a Revisão Curricular
da UP no que concerne ao curso de Formação de Professores de
Química tendo sempre presente as mudanças que se vão realizando
nos currículos e programas de ensino do subsistema de Ensino
Secundário Geral.
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Os alunos devem adquirir o saber sólido sobre fatos importantes, noções básicas,
leis e teorias da química, assim como, métodos de trabalho cientifico na aula de
química.
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trabalho de casa ou como projectos temáticos em trabalhos de projecto a curto e
longo prazo.
O professor precisa obter uma vista geral sobre as partes mais importantes da
matéria do ensino de Química. A Química tem como objecto de estudo e
investigação a matéria, as substâncias, as suas propriedades e as suas
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transformações. Obviamente, no centro dessas investigações estão a matéria e as
substãncias. As Interrelações entre eles são representadas no triângulo:
Proriedades
Constituição Transformações
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partículas da matéria e dos aspectos energéticos, com ajuda das visões teóricas e
dos modelos.
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Fenomenológico
Teórico Representacional
1. Sugestões metodológicas
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Organizar seminários sobre preparação das experiências
propostas nos programas de ensino tendo em conta os
objectivos gerais e específicos de cada classe;
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qualidade do ensino, aquela que corresponda, efectivamente, às necessidades de
aprendizagem e ao desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos.
Isso significa que ensinar e aprender não existem isoladamente, são duas
facetas do mesmo processo. Ensinar e aprender constituem os dois processos
didácticos básicos. A tarefa principal do professor é garantir a unidade didáctica
entre ensino e aprendizagem, através do processo de ensino (LIBÂNEO, p.81).
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No campo de uma disciplina é possível elaborar princípios metodológicos
na base dos princípios didácticos. Os princípios didácticos caracterizam-se pelo
seguinte
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Conhecer pessoas, conhecer coisas, objectos, conhecer conteúdos de textos
etc. Isso supõe que o acto de conhecer é uma premissa para a convivência entre
pessoas e objectos e entre pessoas, e é efectivamente, uma característica inerente
e necessária ao ser humano (sujeito), pois que, o acto em si pressupõe uma
reciprocidade na comunicação com algo (objecto). Essa necessidade, vital para o
homem, de construção, de produção e, sobretudo, de convivência e apropriação do
conhecimento, aproxima-nos à base semântica da palavra “connaissance”, que o
relaciona, metafóricamente, à ideia de “nascer juntos”, de onde se vê a
possibilidade de coexistir e construir, junto com um outro, um conhecimento
abrangente sobre o mundo e a natureza em que vivemos.
Sabemos algo sobre o “objecto” do conhecimento após o conhecermos.
Reconhecemos esse objecto depois que já tenhamos tido um primeiro contacto com
o objecto sobre o qual desenvolvemos diversos sentimentos. A partir do momento
em que se conhece algo, estabelecem-se vínculos e relações de comunicação e de
familiaridade com o objecto conhecido.
As teorias empiristas, assim como as teorias racionalistas buscam na
realidade objectiva (as experiências sensíveis) ou na realidade subjectiva (as
idéias), o fundamento do conhecimento, o objecto a ser conhecido, através de
várias formas de apreensão. Destas, salientam-se quatro: os sentidos, a razão, o
intelecto e a contemplação intuitiva, não havendo, no entanto, consenso
epistemológico a respeito dessa classificação, propondo-se que tais formas devam
relacionar-se essencialmente a uma categorização das distintas formas de
classificação dos conhecimentos.
Esquematicamente, podemos resumir todas estas considerações do seguinte
forma:
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Conhecimento/conhecer
(relação com o mundo)
Conhecimento sensível
(apropriação física dos objectos)
Conhecimento científico
(rigoroso, transferível, metódico e sistemático)
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para chegar aos juízos finais. Estamos a falar dos processos da indução (do
particular ao geral) e da dedução (do geral ao particular).
Análise Síntese
Comparação
Abstracção Generalização
Consideraçãoes didácticas
O conhecimento da matéria a ensinar e a aprender
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É necessário que o professor saiba reconhecer nos seus alunos as
potencialidades criativas e a sua flexibilidade na resolução dos problemas. Deve-se
tratar a matéria da disciplina como situações de aprendizagem problemáticas as
quais despertam os aspectos motivacionais tais como o interesse e a curiosidade.
Isto requer da parte do professor conhecimentos mais do que dos conteúdos da
matéria a ser ensinada para que ele não se transforme num transmissor da matéria
e os alunos em recpetores. Segundo CARVALHO e GIL-PÉREZ, p. 22, requerem-
se, entre outros,
conhecimentos sobre as orientações metodológicas empregadas na
construção dos conhecimentos, isto é,
a forma como os cientistas abordam os problemas, os critérios de
validação e aceitação das teorias científicas;
o professor deve adquirir conhecimentos de outras matérias
relacionadas, para poder abordar problemas afins, as interacções
entre os diferentes campos e os processo de unificação.
Na aula de química é muito importante transmitir ideias vivas sobre a realidade e os
objectos concretos, as subsatâncias químicas, reacções químicas, para que os
alunos posssam chegar a conhecimentos sólidos sobre os objectos e fenómenos:
através da observação (com trabalho experimental) e através da capacidade ou
actividade imaginativa (usando modelos de átomos p.e.)
Sugestões
O professor, mediante a sua explicação sobre os fenómenos da
realidade, deve dirigir a sua atenção para as particularidades
essenciais, qualidades características e relações para que as
observações dos alunos sejam ordenadas e objectivas.
É importante que o professor parta do princípio de que os alunos
podem descrever bem aquilo que já observaram e reconheceram;
É igualmente importante que os alunos formulem, eles próprios,
oralmente, a suas conclusões para poderem desenvolver aspectos da
linguagem e o pensamento abstracto.
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A linguagem permite o desenvolvimento intelectual, ajuda o
pensamento lógico e dialéctico quando se aprende a formar conceitos,
juízos gerais e a tirar conclusões.
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apresenta modos de organizar as experiências de aprendizagem durante os
períodos de aula
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planifica, dirige e controla constantemente a afetividade dos alunos. uma condição
não contradiz a outra e nele o método desempenha uma função essencial.
Dai que todo o professor ou formador deve ser consciente de que elevar a
qualidade do ensino significa, entre outros aspectos importantes, a busca de novos
métodos que conduzam a eliminação do tipo de ensino que promove a
aprendizagem dogmática e reprodutivo, o que impede, portanto, descobrir suas
características essenciais, suas regularidades.
Deste modo, o método deve ter lógica para que seus passos tenham seqüência.
Deve ter estruturação psicológica para se adapte a formas da estrutura mental do
educando em função da sua idade e maturidade, isto é, parta melhor adaptar-se as
particularidades e as possibilidades do aluno.
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De acordo com este critério, o eixo do processo de ensino é a relação cognitiva
entre o aluno e a matéria. Os métodos de ensino consistem na mediação escolar
tendo em vista as forças mentais dos alunos parta a assimilação da matéria.
Métodos indutivos
Métodos dedutivos
Métodos analítico – sintéctico
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II. O método de elaboração conjunta
A elaboração conjunta é uma forma de interação activa entre o professor e os
alunos visando a obtencao de novos conhecimentos, habilidades , atitudes e
convicoes, bem como a fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já
adquiridos. O método de elaboração conjunta faz parte d conjunto das opções
metodológicas das quais pode servir-se o professor. Aplica-se em vários
momentos do desenvolvimento da unidade didactica, seja na fase inicial de
introdução e preparação para estudo do conteúdo, ou seja, no decorrer da fase de
organização e sistematização, seja ainda na fase de fixação, de consolidação e
aplicação.
A elaboração conjunta supõe um conjunto de condições previas: a incorporação
pelos alunos dos objectivos a atingir, domínio de conhecimentos básicos ou a
disponibilidade pelos alunos de conhecimentos e experiências que, mesmo não
sistematizados, são pontos de partida para o trabalho de elaboração conjunta.
O método de elaboração conjunta é utilizado quando o professor quer transmitir
novos conhecimentos utilizando dialogo ou discussao. Aplica-se quando os alunos
já tem conhecimentos para alcançar o conteúdo da matéria.
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objectivos de trabalho, assegura a condições para o trabalho, corrige e valoriza os
resultados do trabalho.
2. Realização da experiência
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Nesta fase os alunos com base nas questões acima colocadas devem fazer todas
as observações, descrever o decurso da experiência e tomar as devidas anotações
1. Experiência do aluno
Este tipo de experiência é realizada pelo aluno ou um grupo de alunos. Para
prevenir possíveis acidentes usam-se soluções muito deluídas. A experiência do
aluno é caracterizada pela simplicidade de seus aparelhos, poucos passos na sua
realização e segurança no uso de reagentes.
2. Experiência de demonstração
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É um método de apresentação aplicado pelo professor. O professor apresenta
objectivos, assuntos, modelos e processos. A experiência de demonstração é
realizada geralmente pelo professor, mas também pode ser feita por um aluno (com
certas habilidades) escolhido pelo professor. Este tipo de experiência deve ser
realizado com aparelhos de tamanho maior de modo a permitir uma boa observação
por parte dos alunos. Os alunos devem observar, colocar perguntas, protocolar,
desenhar, comentar, e elaborar um relatório do que observam.
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comunicação dos seus resultados para a classe toda. A finalidade principal do
trabalho em grupo é de obter a cooperação dos alunos entre si a realização de uma
tarefa. Para que cada membro do grupo possa contribuir na aprendizagem comum,
é necessário que todos estejam familiarizados com o tema em estudo. Por essa
razão exige-se que esta afetividade seja precedida de uma exposição, conversão
introdutória ou trabalho individual.
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Tarefa: Elaboração de um projecto temático em grupos de quatro estudantes, com o
mínimo de 15 páginas.
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Ao escolher os meios didacticos que vai utilizar, o professor deve ter em
conta os objectivos de cada aula, o seu conteúdo, os métodos que vai empregar e
os alunos que tem.
Os meios didacticos não são eficientes sem que o professor utilize também
um método adequado.
Os meios didacticos são:
-para o professor, meios de apoio para o tratamento da matéria e para o
cumprimento de objectivos
-para o aluno, são meios de observação e de trabalho que contribuem para a
quisicao de conhecimentos e capacidades.
b) Imitações visuais
-Directas
Ilustrações
Esquemas
Mapas
Textos de apoio
Modelos
Desenhos
Quadro mural (quadro mural é diferente do quadro negro como meiodidactico)
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Filmes mudos
Programas de computadores
Slides
Transparências
c) Imitações acústicas
-Directas
letura
Exposição directa do professor
c) Imitações combinadas
-Directas
Experiências: em que se vê e se ouve algo. Por ex: CaCO3 CaO + CO2
Com equipamento técnico: emissão de TV, filmes, sonoros.
-Meios áudio-visuais
Electroenergeticos bisensoriais, p ex: filme sonoro, filme com legenda e som
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Electroenergeticos monosensoriais p.ex: fita magnética, discos, emissões de radio
-Meios gráficos
Pode ser Sistema Periódico dos Elementos, tabelas de solubilidade, fotografias,
retratos, quadro mural
-Modelos
Modelos concretos: tem uma semelhança espacial com os originais, p.ex modelo
da rede de grafite e diamante.
Modelos abstratos ou ideais: podem ser modelos de desenho
Modelos icônicos p.ex: escantilhões de aparelhos.
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Introduzem o assunto da aula
Motivam o aluno, estimulando interresse e captando a atenção
Ajuda clarificar conceitos abstratos
Exemplificar situações diversas
Servem para resumir um determinado assunto
Possibilita o desenvolvimento de certas capacidades e habilidades.
Todos os meios didacticos são portadores de informação com diferentes
objectivos e formas. Os alunos tem que reconhecer o conteúdo apresentado pelo
meio didactico e ocupa-se com ele. Quando entra em comunicação com o meio
didactico, distinguimos:
a) A comunicação linguística
A palavra falada (fita magnética).
A palavra escrita (transparência)
Palavra imprimida (livro)
b) A comunicação figurativa
Figuras, esquemas de aparelhos, fatografias, fichas, slides.
I. Função de informação
Pode dividir-se em 4 grupos:
1. Recepção da informação ou da plasticidade
2. Assimilação da informação
3. Reprodução da informação
4. Aplicacao da informação
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3. Motivar parte da aula
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3.4.4. Utilidade dos meios didácticos
Todos os meios didacticos têm os seus valores específicos que são
aplicáveis e combináveis a muitos factores.
Para a utilização dos meios didacticos, o professor deve fazer uma seleccao
cuidadosa. Ter em conta o método de ensino e empregar, o conteúdo a transmitir e
tem que escolher o momento da aula que deve aplica-lo.
Ao selecionar os meios didacticos, o professor deve ter em conta os seguintes
aspectos:
-Os meios didacticos devem contribuir para a formação de bons hábitos e atitudes
correctas;
-Os meios didacticos servem de estímulos para novas actividades;
O professor emprega os meios didacticos para sustentar a informação,
verificar e avaliar como e que conhecimentos foram adquiridos pelos
alunos.
O professor emprega os meios didacticos com o fim de ilustrar, levar o
aluno a ver, a investigar, a descobrir e construir;
Os meios didacticos assumem assim um aspecto funcional e dinâmico,
proporcionando a oportunidade de enriquecer a experiência do aluno,
aproximando-o da realidade objectiva e oferecendo-lhe a oportunidade
de actuação.
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Durante o estudo da matéria quando queremos a participação dos alunos
e a partir dela para um maior aprofundamento. Por exemplo: Q.P, tabela
de solubilidade, textos de apoio.
Depois do tratamento da matéria quando queremos comprovar e/ou
confirmar uma afetividade e o seu resultado, por exemplo: projectando
um filme, slides, desenhos, fatografia, cartazes sobre a matéria dada.
Realizando uma experiência, trabalhando com fichas de trabalho.
Existe um grande número de objectos reais que por motivos óbvios (tamanho, peso,
raridade) não poderão ser utilizados na escola na sua forma original, p exemplo:
tóxicos, elementos raros, empresas químicas, maquinas, etc.
O professor deve integrar os alunos na escolha de objectos reais para que eles
possam observar de perto a realidade objectiva, tendo em conta as seguintes
relações:
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1. Produtos químicos e a vida diária
2. Química e indústria
3. Química e agricultura
4. Química e medicina
A participação dos alunos na escolha, seleção e feitura deste tipo de meios
didáticos é fundamental para o sucesso da aprendizagem.
I. O quadro mural
1. É um meio extremamente importante que os professores devem usar duma
maneira constante. Mas para que ele seja realmente útil nas escolas tem que
ser bem usado.
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Quadro mural “permanente”, que afixa os resultados essenciais ou importantes de
uma aula e os seus alunos escrevem tudo nos seus cadernos. O quadro mural
“permanente” exige planificação.
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IV. Modelos
V. Livros escolares
Questões
1. Com base na leitura do trabalho de diploma da estudante Ângela Agy, faça uma
reflexão sobre as principais razoes do não uso de meios didácticos pelos
professores. Sumarize as suas reflexões e escreva (em aproximadamente 300
palavras) as suas posições quanto a problemática do uso de meios didacticos. Se
você já é professor use da sua experiência na escrita que você ira apresentar. Se
não lembre-se da sua própria experiência como aluno. Note que você tanto pode
estar em acordo assim como em desacordo com as conclusões da Ângela, pode ter
sugestões ou até duvidas.
3. Com base na leitura de livros escolares (você poderá ler todos, mas escolha
apenas um para o exercício) e faça uma reflexão sobre:
A forma do livro (o texto usa uma linguagem clara? Corresponde ao nível da
classe? Existem figuras, tabelas? Existe o uso de cores? A imagem no geral, é
atraente? A seqüência do livro é adequada?
Conteúdo do livro (são tratados os assuntos relevantes da classe? É feita uma
relação com a realidade do pais? Existe um tratamento esteriotipado nos assuntos?
Outras observações que você ache relevante para a discussão.
Oficinas Pedagógicas
Visão conceitual e seu significado: Texto
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Elaboração de meios didácticos
Tarefa
Concepcao e elaboração de meios didácticos tendo em conta o programa de Ensino
e os aspectos formais a seguir.
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3.4. FUNÇÕES DIDÁCTICAS E A ESTRUTURA DO ENSINO DE
QUÍMICA
Introdução
Nas condições reais das nossas escolas a leccionação das aulas de Química
é realizada de forma expositiva perante uma classe silenciosa e pouco participativa.
No estudo dos métodos de ensino e dos meios didácticos realizado anteriormente
vimos que não podemos ignorar o método expositivo, pelas suas vantagens
particularmente devido à racionalização do tempo e ao elevado número de alunos,
mas devemos considerá-lo no conjunto das outras formas didácticas de mediação
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do PEA e como uma etapa na condução da actividade independente dos alunos. Os
meios didácticos disponíveis e produzidos criativamente pelos professores e/ou
estudantes desempenham um papel fundamental nesse processo.
Tipos de aulas
uma aula na qual tem prioridade uma tarefa didáctica, a aula especializada;
Ainda assim, essa distinção não significa que a condução dessas aulas deva
seguir um esquema rígido e fixo. É importante que o professor faça as opções pela
etapa ou passos didácticos adequados dependendo dos objectivos, dos conteúdos
da matéria da aula, dos métodos, recursos e meios didáctivos, das caracteristicas
dos alunos e das condições da escola. Isso exige flexibilidade e criatividade do
professor na estruturação e organização das etapas ou passos da aula.
Consideremos outras etapas e passos de aula que constituem as Funções
didácticas:
introdução/estimulação da aprendizagem;
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consolidação e aprimoramento dos conhecimentos;
sistematização;
1. Motivos
no início da aula;
durante a aula;
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2. Motivos de aprendizagem
notas;
interesses sociais;
Estímulo “histórico”
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Cientistas e descobertas importantes e significantes na
história da pesquisa da ciência;
Anedotas;
Reconhecimentos actuais
Hidrogénio (8ª/5ª/2ª);
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Pouca consideração das experiências e
préconhecimentos dos alunos;
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portanto, não existe não-saber absoluto. Ou seja, em cada uma dessas operações
prevalecem formas específicas de organização e estruturação do conteúdo da
matéria, determinadas pela conexão e articulação entre os processos de
assimilação dos conhecimentos e os métodos de ensino escolhidos.
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considerando principalmente o método experimental colocando os alunos numa
atitude receptiva-activa, mudando a ideia de que a exposição verbal seja um
“depósito” de informações.
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4.6.2.3. A aplicação do método de trabalho independente do aluno
Para que essa actividade seja um método didáctico o professor deve ser
bastante exigente planeando-a em correspondência com os objectivos, conteúdos e
procedimentos metodológicos adequados:
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Dominar as técnicas de trabalho;
1. colocação do problema;
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4. explicações prováveis e escolha de soluções viáveis em face
das condições existentes;
7. realização da experiência;
a) Formulação da tarefa;
b) Materiais e reagentes;
d) Actividades realizadas;
e) Observação;
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Exemplos do trabalho independente escolhidos na base da matéria escolar
4.6.3. Consolidação
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Consolidação directa ou concreta significa a aplicação de
conhecimentos para situações novas, após a sua sistematização;
implica a integração dos conhecimentos de forma que os alunos
estabeleçam relações de similaridade, de analogias, de diferenças
entre conceitos, fenómenos e liguem os conhecimentos adquiridos
com situações novas e factos da prática social. No programa de
ensino de Química existem algumas unidades didácticas específicas
para uma consolidação concreta. Alguns exemplos são:
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Repetição: há o aspecto memorativo que pode ser repetição permanente,
repetição introduzida , controle de T.P.C., repetição para garantir o nível de partida,
resumos das partes da aula, repetição total da aula. As tarefas da repetição são:
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sistematização dos conhecimentos sobre ligações químicas, sobre propriedades da
Tabela Periódica, sobre o desenvolvimento da teoria atómica, o trabalho com
tabelas, esquemas, transparências etc., p.e. “ Reacções redox: Metais como
redutores” (8ª classe). Aplicam-se aqui os processos lógicos do pensamento como a
indução: os Óxidos metálicos nem sempre reagem com os Óxidos não metálicos.
55
4.6.3.2. A aplicação da consolidação com o método de elaboração
conjunta
56
escola e da turma, o professor deve determinar os objectivos parciais e partes da
aula. Existem 3 formas de organização do ensino:
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procedimentos que possibilitam o levantamento, a discussão e a compreensão
de problemas concretos do quotidiano possibilitam que a matéria de ensino seja
relacionada com os factos sociais a ela conexos. As excursões podem ser feitas
a empresas da indústria química, salinas, oficinas, museus, feiras. Estas
actividades devem ser planeadas e organizadas pelo professor seguindo
algumas sugestões:
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A avaliação na escola tem a função de controle e é expressa através de
notas ou conceitos ( na escala numérica de zero a vinte ou de menção mau,
insuficiente, suficiente a muito bom ou excelente) que comprovam, em
quantidade e qualidade o grau de assimilação dos conhecimentos adquiridos em
função dos objectivos. No caso da escola moçambicana a prática comum situa o
registo da avaliação através de notas.
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O aluno: na apreciação do seu desenvolvimento; para o
desenvolvimento de suas pretensões; como estímulo
constante; permite descobrir métodos e conhecimentos
adquiridos erradamente.
a) Formas de controle
b) Formas de avaliação
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dar razões sobre actividade, resultados do trabalho, resultados
das tarefas: oralmente; de forma escrita (avaliação pelas
palavras, ou seja, verbalmente;
atribuir notas.
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Nunca se deve usar as notas como forma de exclusão evitando a
avaliação arrogante, a humilhação moral dos alunos;
a. Controle oral
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2º passo – realização do controle: a turma ouve, controlando
por si; o professor compara com os critérios já fixados na sua
preparação;
b. Controle escrito
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2) Os casos singulares da resolução de cada tarefa devem ser
avaliados com pontos ou valores etc.. No fim da correcção pode-se
fazer os esquemas:
a) Valores____________________nº de alunos
(.....)
1 _______________________13 alunos
2 _______________________6 alunos
(...)
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factores subjectivos dos alunos e do professor; possibilitam uma
correcção mais rápida no caso em que cada item apresenta apenas
uma resposta correcta. Nesses casos exige-se que o aluno escolha
uma resposta de entre as alternativas possíveis de resposta.
O aluno dá a resposta:
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1. Memorização/reprodução
2. Compreensão
3. Aplicação
4. Análise
5. Síntese
6. Avaliação
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4. PLANIFICAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS AULAS
Introdução
No entanto, seja qual for a opção escolhida, a aula deve ser planificada e
preparada muito cuidadosamente pelo professor, prevendo e antecipando as suas
actividades e a dos seus alunos, avaliando as condições e meios necessários para
a sua efectivação. Ou seja, a aula deve ser organizada e planificada de modo que
ela seja o espaço e o ambiente ideais para a assimilação activa dos conhecimentos,
para o desenvolvimento de capacidades e habilidades dos alunos. Nesse sentido,
estabelecem-se as articulações entre os objectivos e conteúdos do plano de
ensino e as capacidades dos alunos, transformando-os em objectivos dos alunos.
Para isso, o professor ao planificar e preparar as aulas transforma o plano geral do
ensino em planos específicos de aulas sujeitos as alterações e as acomodações
que forem julgadas pertinentes ao longo do ano escolar.
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elementos dessa estrutura são: objectivos, professor, alunos, tempo, conteúdos,
métodos e meios.
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os métodos e meios dirigindo todo o processo na base dos programas de ensino
que contêm as orientações metodológicas para a assimilação dos conteúdos da
matéria de ensino pelos alunos. O professor planifica, controla e avalia todos os
passos didácticos e metodológicos da assimilação dos alunos. Planificar significa,
portanto, uma actividade consciente de previsão das acções docentes
fundamentadas em opções político-pedagógicas (objectivos educacionais) e tendo
como referência permanente as situações didácticas concretas.
Vale, neste ponto, ainda referir que os objectivos educaionais oficiais têm
implicações no trabalho docente na sala de aula e, por essa razão, o professor deve
saber que concepções de homem e de sociedade caracterizam os documentos
oficiais, uma vez que tais objectivos expressam posturas e as vontades daqueles
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que controlam as instituições oficiais. É preciso também que o professor adopte
uma postura crítica em relação aos objectivos preconizados nos documentos
oficiais, exigindo-se para tal, clareza nas suas convicções políticas e pedagógicas,
aquando p.e., da tomada de decisões sobre os objectivos específicos para o seu
trabalho na escola e na sala de aula, isto é, na transformação dos objectivos gerais
em trabalho pedagógico que corresponde às tarefas concretas da sala de aula.
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Recomenda-se por isso, para uma boa redacção, que o professor tenha em conta
que os objectivos especifícos:
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operacionais e as atitudes formativas: definir, listar, identificar, reconhecer,
resolver, explicar, saber usar e ou aplicar, reproduzir, comparar, relacionar,
analisar, justificar, diferenciar, apontar, localizar, desenhar, nomear, destacar,
distinguir, demonstrar, classificar,utilizar, organizar, mencionar, formular etc..
Composição do ar;
↓↓
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Isto significa que os alunos, nestas 14 aulas, aprendem e
generalizam factos e regras. Cada aula completa o saber e
saber fazer dos alunos.
Resumindo:
1. A planificação abrange:
Aulas
Unidades didácticas
Semestres
Anos lectivos
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Programa de ensino
Guiões etc..
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cada aula está integrada no processo inteiro;
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Qual é a matéria a ser transmitida?
Óxido → Oxidação
2 Cu + O2 → 2 CuO
(vermelho (preto)
acastanhado)
o Foram descritas:
2H2 + O2 → 2H2O
C + O2 → CO2
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o Portanto: os alunos têm imagens concretas de
oxidações diferentes (substâncias elementares
combinam-se com Oxigénio).
Resumindo:
Capacidades e habilidades;
Atitudes;
No âmbito do saber
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2. Proposta de uma planificação
Informa aos pais e comunidade no geral sobre o que os alunos estao a aprender.
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psicomotor, e afectivo) e determina o nivel de conhecimento a atingir dentro de cada
um deles.
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