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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Artes e Comunicação


Departamento de Música
Licenciatura em Música

Gabriel Asafe

Unindo os mundos do power metal e do violão erudito através de arranjos adaptados

Recife
2022
Gabriel Asafe

Unindo os mundos do power metal e do violão erudito através de arranjos adaptados

Pré-projeto apresentado na disciplina de Me-


todologia do Trabalho Científico, no curso de
licenciatura em música, na Universidade Fe-
deral de Pernambuco, como requisito para a
avaliação.

Orientador: Georgia Ramine Silva de Lira


Coorientador: Georgia Ramine Silva de Lira

Recife
2022
Sumário

1 Introdução - tema e problematização . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.1 Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2 Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 Referencial teórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.1 Arranjo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.2 Polifonia e Harmonia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

5 Metodologia da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

6 Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
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1 Introdução - tema e problematização

É possível expandir o repertório de violão solo ao ponto de incluir obras de bandas


de power metal através de arranjos adaptados? Com certeza, porém isso não é uma tarefa
fácil. Um dos problemas seria conseguir unir todos os elementos de uma banda inteira em
um único instrumento sem perder a originalidade das peças. Um baixo de 6 cordas possui
uma extenção melódica muito mais grave que a do do violão clássico e uma bateria possui
muito mais recursos rítmicos que nosso amado instrumento de 6 cordas. Por outro lado será
fácil transpor as ideias da guitarra para o violão, já que são instrumentos muito parecidos. A
parte mais simples sem dúvida é a transposição da melodia principal, apagando as letras
e trazendo a melodia em si para as cordas mais agudas do violão. Outra dificuldade será
a execução dessas peças. O power metal é um estilo muito rápido e complexo, exigindo
um alto nível técnico por parte do intérprete, logo os arranjos serão de nível avançado e
portanto, não visa alcançar o violonistas iniciantes. Também será necessário que o intérprete
desenvolva técnicas não muito exploradas no mundo do violão clássico.
Tudo isso será possível com a metodologia desenvolvida durante esse trabalho.
Vamos simplificar, transformar e criar arranjos incríveis a partir da principais características
do power metal aplicados ao violão. A unificação dos padrões rítmicos do bumbo duplo e
as linhas de baixo, por exemplo, vão ser aplicados no violão através da técnica do dedilho,
que consiste em utilizar a unha do polegar da mãe direita de forma alternada, como uma
palheta. dessa forma será possível atingir velocidades necessárias e ser fiel a proposta do
sub-gênero do Heavy Metal estudado durante a pesquisa.
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2 Justificativa

é relativamente comum que violonistas e guitarristas sejam grandes admiradores do


gênero heavy metal, mas não conseguem unir o estilo à prática do instrumento acústico,
por conta da escassez de arranjos e técnicas para exercutar tal repertório.
Com o desenvolvimento do dedilho atrelado a outras técnicas aplicáveis ao violão
solo, será possível criar novos arranjos que simulem peças voltadas ao gênero heavy metal
e seus derivados, gerando evolução tanto do repertório técnico e musical do violonista,
como do próprio gênero, que poderá agregar novas vertentes.
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3 Objetivos

3.1 Geral

Agregar o repertório do power metal à prática do violão erudito.

3.2 Específicos

-Desenvolver arranjos de power metal para violão solo.


-Unir elementos de uma banda completa em apenas um instrumento
-Convergir públicos diferentes.
Utilização prática de técnicas específicas como o dedilho para manter-se fiel às
obras originais.
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4 Referencial teórico

4.1 Arranjo

O arranjo é essencial para o processo de composição. Segundo Ian Guest, o arranjo


é um processo essencialmente criativo, com todas as características da própria composição
musica. Sendo assim, o espírito criativo é indispensável para esse tipo de atividade.
É também muito importante que o arranjador tenha domínio sobre o instrumento ao
qual está arranjando, pois a criatividade é estimulada pelo domínio instrumental. Imagine
dois motoristas que vão fazer uma mesma viagem. Um deles em um um carro com o motor
novo e sem defeitos e o outro num outro carro, cujo motor está cheio de defeitos e problemas.
Mesmo os dois motoristas tendo a mesma capacidade automobilistica, o primeiro vai estar
muito mais livre para aproveitar a estrada e fazer uma boa viagem, já o segundo motorista
vai estar com a atenção desviada para os problemas do carro. Nessa comparação, os
arranjadores são como os motoristase, os motores são como nossa técnica instrumental e a
viagem é nossa própria caminhada musical. Se o arranjador não tem domínio do instrumento
ou pelo menos não o conhece bem, vai ficar muito tempo preocupado com a questão técnica
e perderá a liberdade criativa que, como foi visto anteriormente, é de suma importância no
processo de composição de arranjos.

4.2 Polifonia e Harmonia

João Marcondes diz em seu estudo “O que é polifonia em música”, publicado no blog
Souza Lima que a polifonia é “uma prática musical constituída na interrelação de melodias
entre duas ou quatro vozes que ao se comportar de maneira melódica constituem relação
harmônicas”. Isso significa que é possível unir linhas melódicas distintas em uma única ideia,
contanto que elas tenham sentido harmônico, o que pode ser muito útil quando precisam ser
feitos arranjos de peças com muitos instrumentistas para um ou dois músicos, por exemplo,
a música verano porteño do compositor argentino Astor Piazzolla foi composta para o
seu quinteto, que era formado por violino, piano, guitarra elétrica, contrabaixo acústico e
bandonéon.Existem vários arranjos dessa música para violão solo unindo os elementos de
5 instrumentos para apenas um, utilizando da polifonia para arranjar. Marcondes também
destaca em seu publicação a polifonia e sua evolução história, partindo do organum medie-
val, o qual havia uma melodia principal e uma contraposição livre ou melismática até no
seu resultado final, conhecido como harmonia, também elemento basilar na composição de
arranjos.
Hugo Riemann entende a harmonia no contexto tonal como as relações de enca-
deamento de acordes em seu livro “L’harmonie simplifiée ou théorie des fonctions tonales
des accords“ (Harmonia simplificada ou a teoria das funções tonais dos acordes). Essa
Capítulo 4. Referencial teórico 7

definição é importante, pois paramos de ver “camadas” de melodias horizontalmente para


vizualizar os blocos de acordes verticalmente, o que dá lógica e intenção harmônica ao
som e simplifica muito o processo de arranjamento. O Arranjador pode ouvir um compasso
tocado por uma centena de instrumentos e a partir de seu conhecimento tonal ele percebe
as funções harmônicas que estam sendo executadas. Um acorde maior fundamental pode
ser feito por 100 instrumentistas, mas também por 3 notas de um ukulele. Esse processo
de percepção é muito útil para sintetização de elementos musicais e abre espaço para a
criatividade do compositor, sem ficar preso aos elementos harmônicos, melódicos e rítmicos
da música original. Porém há também alguns elementos que são imutáveis como a melodia
principal se ouver e a letra. Elas podem até sofrer variações, mas nunca perder a essência
original, o que deve ser uma preocupação importante para os arranjadores.
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5 Metodologia da pesquisa

A metodologia utilizada consistirá em 6 etapas:

1 - Pesquisar e ouvir criticamente arranjos de heavy metal para o violão com o intuito de
entender e absorver os métodos de arranjamento já utilizados;

2 - Fazer levantamento de técnicas flamencas e dos métodos para desenvolvê-las na


prática;

3 - Analisar 3 composições do gênero power metal com foco no arranjamento;

4 - Arranjar e escrever versões para violão solo das 3 peças analisadas;

5 - Realizar a performance das 3 obras arranjadas;

6 - Analisar os resultados obtidos;

Na primeira etapa, a análise vai começar com o estudo dos 3 albuns do grupo
“Heavvy Mellow disponível no site do trio. A intenção é identificar e resgatar técnicas e
ideias que possam ser úteis durante o projeto. A segunda etapa será muito importante
para firmar os fundamentos técnicos e reunir todos os recursos que poderão ser utilizados
posteriormente.
As peças que serão analisadas e arranjadas para violão clássico são:
- Millennium Sun(Angra)
- Dawn of Victory(Rhapsody)
- The Glory of Rome(Avantasia)
Para isso será necessário não só ouvir as músicas, mas também lê-las. No caso da
música Millenium Sun, as partituras de todos os instrumentos estão disponíveis no livro
“Angra Songbook - Rebirth”. As partitura das músicas The Glory of Rome e Dawn of Victory
não foram encontradas, logo a transcrição será feita durante a terceira etapa.
As etapas 4 e 5 consistirão na parte mais artística e subjetiva do trabalho. Estarão
disponíveis para ser utilizados todos os recursos e técnicas aprendidos durante o projeto.
Na sexta etapa será feita uma análise pragmática sobre os resultados e a metodologia
utilizada, sobre os pontos positivos e negativos da iniciativa e sobre os erros e acertos
cometidos.
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6 Cronograma

Junho e Outubro e
Fevereiro Março a maio Agosto e setembro Dezembro
Julho novembro

Pesquisa e
Analisar,
análise de Levantamento e Analisar, arranjar
arranjar e Analisar, arranjar e Analisar os
arranjos de desenvolvimento e executar The
executar executar Dawn of resultados
heavy metal prático de técnicas Glory of
Millennium Victory(Rhapsody) obtidos
para o violão flamencas Rome(Avantasia)
Sun(Angra)
solo

Referências

GUEST, Ian. Arranjo - Método prático - Vol. 1. Brasil: Irmãos Vitale, 1996.

MARCONDES,J.G.P. O que é polifonia em música. Blog Souza Lima, São Paulo, 25 set.
2019. Disponível em: <https://www.blogsouzalima.com.br/o-que-e-polifonia-em-musica/>.
Acesso em: 2 jul. 2022, 15:48.

Riemann, Hugo. L’ harmonie simplifiée ou Théorie des fonctions tonales des accords.
Londres: Editora nº 10115 Augener & Co, 1890.

Piazzolla, A. P.Verano Porteño. Buenos Aires: Trova Industrias Musicales S.A., 2014.
Disponível em: https://open.spotify.com/album/7jeP9xCPXXSbKlPdpWcUAV. Acesso em
16 out. 2022

Loureiro, P.H.K. Neto, R.B.P.S. Millennium Sun. São Paulo: Paradoxx Music. 2001.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eJMzOosPX9w
&ab_channel=Angra-Topic

Rhapsody. Dawn of Victory. Hamburg: Limb Music Products. 2000. Disponível em: https://w
ww.youtube.com/watch?v=hpbfSH_PzpU
&list=OLAK5uy_lgAkqANOe5lGgyRLTLkicytEw_FLG_uDM&ab_channel=NuclearBlastRecords.
Acesso em 16 out. 2022.

Avantasia. The Glory of Rome. Schwalmstadt: AFM Records GmbH. 2001. Disponível em: h
ttps://www.youtube.com/watch?v=0AR_0SwMWXk&ab_channel=Avantasia-Topic. Acesso
em 16 out. 2022.

RODRIGUES, Fabiano. Angra Songbook - Rebirth. São Paulo: Rakibitlou Music LTDA,
2002.

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