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Obtenção de Alvarás de Construção

O Doing Business registra todos os procedimentos necessários para que uma empresa do setor de construção possa construir

um depósito (ou armazém), bem como o tempo e o custo para realizar cada procedimento. Ademais, o Doing Business analisa

também o índice do controle de qualidade da construção, para avaliar a qualidade da regulamentação da construção, a

eficácia dos controles de qualidade e dos mecanismos de segurança, os regimes de responsabilização e seguro e os

requisitos de certificação profissional. As informações são obtidas através de um questionário aplicado a especialistas em

licenciamento de construções, incluindo arquitetos, engenheiros civis, advogados especialistas no ramo da construção,

empresas de construção, empresas fornecedoras de serviços públicos e funcionários públicos que lidam com os regulamentos

de construção, como aprovações, autorizações e inspeções.

A classificação das economias em termos da facilidade de obtenção de alvarás de construção é determinada pelas suas

pontuações, que  são calculadas com base na média simples das pontuações para cada componente deste tópico

(procedimentos, tempo, custo e índice do controle de qualidade da construção).

I. Eficiência do processo de obtenção dos alvarás de construção

O Doing Business divide o processo de construção de um depósito em procedimentos distintos e obtém dados a respeito do

tempo e do custo da execução de cada procedimento. Esses procedimentos incluem, entre outros:

•  A obtenção de todos os mapas e plantas requeridos pelo arquiteto e pelo engenheiro para começar o projeto (por exemplo,

levantamentos topográficos, mapas do local e testes de solo).

•  A obtenção e o envio às autoridades de todos os documentos pertinentes para o projeto (por exemplo, plantas de

construção, mapas do local e certificados urbanísticos).

•  A contratação de supervisores externos, engenheiros ou inspetores (caso seja necessário).

•  A obtenção de todas as certidões, licenças, alvarás e certificados necessários para a construção e uso do imóvel.

•  O envio de todas as notificações exigidas para o início e o final da construção e para inspeções.

•  A requisição e realização de todas as inspeções (se necessárias).


O Doing Business também registra os procedimentos para a obtenção das ligações de água e esgoto. São considerados ainda

os procedimentos necessários para registrar o depósito de modo que ele possa ser usado como garantia real ou transferido

para outra empresa. 

Para tornar os dados comparáveis entre as economias, são utilizadas várias suposições acerca da empresa de construção, do

projeto do depósito e das ligações de serviços públicos.

Suposições sobre a empresa de construção

A empresa de construção (construtora):

•  É uma sociedade de responsabilidade limitada (ou seu equivalente legal).

•  Funciona na maior cidade comercial da economia. Em 11 economias são também obtidas informações sobre a segunda

maior cidade comercial. 

•  É 100% de propriedade nacional e privada.

•  Possui cinco proprietários, sendo que nenhum dos quais é uma pessoa jurídica.

•  Possui as licenças e seguros necessários para executar projetos de construção, tais como a construção de depósitos.

•  Possui 60 funcionários, incluindo profissionais do ramo da construção civil, sendo que todos são cidadãos nacionais com a

perícia técnica e a experiência profissional necessárias para obter alvarás de construção e aprovações necessárias.

•  Possui entre os seus funcionários pelo menos um arquiteto licenciado e um engenheiro licenciado, ambos registrados no

conselho de arquitetura e de engenheira local, quando existir tal órgão. A construtora não tem outros funcionários especialistas

técnicos ou licenciados, tais como especialistas em geologia ou topografia.

•  Está com o pagamento de todos os impostos em dia e tem todos os seguros necessários pertinentes à sua atividade

comercial (por exemplo, seguro contra acidentes para os empregados na construção e seguro de responsabilidade civil para

terceiros).

•  É proprietária do terreno onde o depósito será construído e planeja vender o imóvel depois de pronto.

Suposições acerca do depósito

O depósito (armazém):
•  Será usado para atividades de armazenamento em geral, tais como armazenamento de livros ou material de escritório. O

depósito não será usado para armazenar quaisquer mercadorias que exijam condições especiais, tais como alimentos,

produtos químicos ou farmacêuticos.

•  Terá dois andares, ambos acima do solo, com superfície construída total de aproximadamente 1.300,6 metros quadrados

(14.000 pés quadrados). Cada andar terá 3 metros de altura (9 pés, 10 polegadas).

•  Terá acesso à rua e está localizado numa área periurbana da maior cidade comercial da economia (ou seja, na periferia da

cidade, mas ainda dentro dos seus limites oficiais). Em 11 economias as informações são também obtidas sobre a segunda

maior cidade comercial.

•  Não será localizado em nenhuma zona industrial ou econômica especial.

•  Será localizado em um terreno de aproximadamente 929 metros quadrados (10.000 pés quadrados) que é 100% de

propriedade da construtora e está devidamente registrado no cadastro e no registro de imóveis, onde existam títulos de

propriedade. No entanto, se o terreno for uma propriedade do governo sob concessão da construtora, assume-se que a

construtora registrará o terreno no cadastro ou no registro de imóveis, ou em ambos, conforme o caso, assim que o depósito

estiver concluído.

•  Terá um valor avaliado em 50 vezes o PIB (produto interno bruto) per capita da economia.

•  Será uma construção nova (não havendo nenhuma construção anterior no terreno), e no terreno não há árvores, fontes

naturais de água, reservas naturais ou monumentos históricos de qualquer espécie.

•  Terá plantas de arquitetura e projetos técnicos preparados por um arquiteto e um engenheiro licenciado. Caso a preparação

dos planos exija a obtenção de documentação adicional ou de autorizações prévias de agências do governo, estes processos

são contados como procedimentos separados.

•  Incluirá todos os equipamentos técnicos necessários para ser totalmente operacional.

•  Sua construção levará 30 semanas (excluídos os atrasos decorrentes de exigências administrativas e normativas).

Suposições sobre as ligações de serviços públicos

As ligações de água e esgoto:


•  Terão 150 metros (492 pés) de distância entre a rede de encanamento de água e de tubulação de esgoto e a entrada do

terreno. Caso não haja ligação de água na região, um poço será escavado. Caso não haja ligação de esgoto, uma fossa

séptica do menor tamanho possível será instalada ou construída.

•  Não exigirão água para fins de combate a incêndios; como alternativa, será usado um sistema de extintores de incêndio

(sistema seco). Caso haja exigência legal de um sistema hídrico de proteção contra incêndio, supõe-se que a demanda de

água apresentada a seguir também abranja a água necessária à proteção contra incêndio.

•  Terão uma utilização média de 662 litros (175 galões) de água por dia e um fluxo médio de água de 568 litros (150 galões)

por dia.

•  Terão um pico de utilização de água de 1.325 litros (350 galões) por dia e pico de fluxo de água de 1.136 litros (300 galões)

por dia.

•  Terão um nível constante de consumo e de fornecimento de água ao longo do ano.

•  Os canos de ligação serão de 1 polegada de diâmetro para a água e de 4 polegadas de diâmetro para o esgoto.

Procedimentos

Um procedimento é definido como qualquer interação dos funcionários ou gerentes da empresa, ou qualquer agente agindo

em nome da empresa, com terceiros, inclusive órgãos do governo, cartórios, o registro de imóveis, a agência de cadastro,

empresas de serviços públicos, inspetores públicos, e a contratação de inspetores externos ou de especialistas técnicos,

quando necessário. As interações que envolvem somente os funcionários da empresa, tais como o desenvolvimento de

projetos e inspeções do depósito realizados pelo engenheiro interno, não são consideradas como procedimentos. No entanto,

as interações requeridas para que o arquiteto prepare as plantas e projetos (tais como a obtenção de levantamentos

topográficos ou geológicos), ou obter a aprovação destes documentos, são contadas como procedimentos.

São incluídos os procedimentos necessários para que a empresa possa obter a ligação do depósito aos serviços de água e

esgoto. Todos os procedimentos que são exigidos por lei e realizados na prática pela maioria das empresas para construir um

depósito são considerados, mesmo se puderem ser evitados em situações especiais. Por exemplo, a obtenção de verificações

de condições técnicas para ligações elétricas e a aprovação de projetos elétricos são registrados como procedimentos

separados sempre que forem necessários para a obtenção dos alvarás de construção.

Tempo
O tempo é registrado em dias corridos. É registrada a duração média que os peritos locais indicam como necessária para a

conclusão de um procedimento na prática. Supõe-se que o tempo mínimo necessário para cada procedimento seja de um dia,

exceto os procedimentos que possam ser realizados inteiramente através da internet e em poucas horas. Nestes casos,

considera-se meio dia como a duração mínima de cada procedimento. Embora os procedimentos possam ocorrer

simultaneamente, de acordo com a metodologia adotada pelo estudo eles não podem começar no mesmo dia (ou seja,

procedimentos simultâneos começam em dias consecutivos), exceto os procedimentos que possam ser feitos on-line.

Caso um procedimento possa ser legalmente acelerado por meio de um custo adicional, é selecionada a forma mais rápida de

proceder se esta opção for benéfica para a pontuação da economia. Presume-se que a construtora não perca tempo e se

comprometa a realizar cada procedimento remanescente sem demora. O tempo que a construtora gasta para obter

informações é ignorado. Presume-se que a construtora cumprirá com todos os requisitos para a construção e a sua sequência,

tal como requerido.

Custo

O custo é registrado como um percentual do valor do depósito (presume-se que este seja equivalente a 50 vezes o PIB per

capita da economia). São registrados apenas os custos oficiais. São registradas todas as taxas associadas à realização dos

procedimentos para construir legalmente um depósito, inclusive as taxas associadas à obtenção de aprovações para o uso do

terreno e certidões dos projetos antes da construção; realização de inspeções antes, durante, e após a construção; obtenção

de ligações de serviços públicos e cadastramento da propriedade do depósito.

Impostos necessários para a conclusão do projeto do depósito também são registrados, porém impostos indiretos (como

imposto sobre vendas, imposto sobre o valor agregado, ou imposto sobre a circulação de bens e serviços), ou impostos sobre

o ganho de capital ou mais-valia não são incluídos. Depósitos ou cauções que sejam reembolsados a posteriori também não

são considerados no cálculo do custo. O código de construção, as informações fornecidas por peritos locais, as normas e

cronogramas específicos dos pagamentos de taxas são utilizados como fontes de custos. Caso vários especialistas locais

forneçam estimativas diferentes, é usado o valor mediano informado.

II. Controle de qualidade da construção

O índice do controle de qualidade da construção baseia-se em seis componentes: qualidade das regulamentações de

construção, controle de qualidade antes, durante e após a construção, regimes de responsabilização e de seguro e

certificações profissionais. São adotadas as mesmas premissas do estudo de caso que analisa o grau de eficiência do

processo de obtenção dos alvarás de construção.


Índice da qualidade das regulamentações de construção

Este índice tem dois componentes:

•  Facilidade de acesso às regulamentações de construção. É atribuído 1 ponto caso alguma regulamentação de construção

(inclusive o código da construção) ou algum regulamento que trate de alvarás de construção esteja disponível em uma página

na internet que é atualizada tão pronto mudem as regulamentações; 0,5 pontos se as regulamentações de construção

estiverem disponíveis gratuitamente (ou por uma taxa nominal) nos escritórios da autoridade responsável pela emissão de

alvarás de construção; 0 pontos se as regulamentações de construção tiverem que ser compradas ou se não estiverem

facilmente disponíveis ao público.

•  O grau de clareza das especificações dos requisitos para obtenção de um alvará de construção. É atribuído 1 ponto caso as

regulamentações de construção (inclusive o código da construção) estiverem disponíveis na internet, em um folheto ou

panfleto, especificando claramente a lista de documentos que devem ser apresentados, as taxas a serem pagas e todos os

projetos ou plantas que devem ser previamente aprovados pelos órgãos competentes para a obtenção dos alvarás

necessários (por exemplo, ligação elétrica, ligações de água e esgoto, licença ambiental); 0 pontos se nenhuma dessas fontes

especificar qualquer desses requisitos ou se essas fontes especificarem menos de três destes requisitos.

O índice varia de 0 a 2, sendo que os valores mais elevados indicam regulamentações de construção mais claras e

transparentes. Na Nova Zelândia, por exemplo, toda a legislação relevante pode ser encontrada em uma página oficial do

governo na internet (1 ponto). A legislação especifica a lista de documentos que devem ser apresentados, as taxas a serem

pagas e todos os desenhos ou plantas que devem ser previamente aprovados pelos órgãos competentes (1 ponto). A soma

desses pontos confere à Nova Zelândia uma pontuação de 2 no índice da qualidade das regulamentações de construção.

Índice de controle de qualidade antes da construção

Este índice possui um componente:

•  Se, por lei, um arquiteto licenciado ou engenheiro licenciado deve participar na comissão ou equipe que analisa e aprova os

pedidos de alvarás de construção, e se esta pessoa tem a autoridade para recusar um pedido se os projetos não estiverem

em conformidade com a legislação. É atribuído 1 ponto se o conselho nacional de arquitetos ou engenheiros (ou a entidade

equivalente) tiver que analisar as plantas de construção, se uma empresa ou um perito independente que seja arquiteto ou

engenheiro licenciado tiver que analisar as plantas, se o arquiteto ou engenheiro que preparou as plantas tiver que enviar um

atestado para a autoridade responsável pela emissão do alvará declarando que as plantas estão em conformidade com as

regulamentações de construção, ou se um arquiteto ou engenheiro licenciado fizer parte da comissão ou equipe pertencente à
autoridade responsável pela emissão de alvarás que aprova as plantas; 0 pontos caso nenhum arquiteto ou engenheiro

licenciado participe da análise das plantas de modo a assegurar a sua conformidade com as regulamentações de construção.

O índice varia de 0 a 1, sendo que os valores mais elevados indicam um melhor controle de qualidade na análise das plantas

de construção. Em Ruanda, por exemplo, a Prefeitura de Kigali deve analisar o pedido de alvarás de construção, inclusive as

plantas e projetos e tanto um arquiteto quanto um engenheiro licenciados fazem parte da equipe que analisa as plantas e

projetos. Por conseguinte, Ruanda recebe uma pontuação de 1 no índice de controle de qualidade antes da construção.

Índice de controle de qualidade durante a construção

Este índice possui dois componentes:

•  Se inspeções são exigidas por lei durante o processo de construção. São atribuídos 2 pontos se: (i) um órgão

governamental estiver designado por lei para realizar inspeções técnicas durante diferentes etapas da construção ou se um

engenheiro interno (ou seja, um funcionário da empresa de construção), um engenheiro supervisor externo ou uma empresa

estiverem designados por lei para realizar inspeções técnicas durante diferentes etapas da construção do edifício e deverem

apresentar um relatório de inspeção detalhado após a conclusão da construção; e (ii) se for obrigatória por lei a realização de

inspeções baseadas no grau de risco da construção. É atribuído 1 ponto se um órgão governamental estiver designado por lei

para apenas realizar inspeções técnicas durante diferentes etapas da construção ou se um engenheiro interno (ou seja,

funcionário da empresa de construção), engenheiro supervisor externo, ou uma empresa de inspeção externa estiverem

designados por lei para realizar inspeções técnicas durante diferentes etapas da construção e deverem apresentar um

relatório de inspeção detalhado após a conclusão da construção. Atribui-se zero pontos se um órgão governamental estiver

designado por lei para realizar inspeções aleatórias ou não programadas, ou se nenhuma inspeção for exigida por lei durante

a construção.

•  Se as exigências de inspeções durante a construção são implementadas na prática. É atribuído 1 ponto se a exigência legal

de inspeções durante a construção sempre ocorrer na prática. Atribui-se 0 pontos se as inspeções exigidas por lei não

ocorrerem na prática, se as inspeções acontecerem na maior parte dos casos, mas não sempre, ou se as inspeções não

forem exigidas por lei, mesmo se ocorrerem na prática.

O índice varia entre 0 e 3, sendo que os valores mais elevados indicam um melhor controle de qualidade durante o processo

de construção. Em Antígua e Barbuda, por exemplo, a Autoridade de Controle de Desenvolvimento tem a obrigação legal de

realizar inspeções durante diferentes etapas da construção nos termos da Lei de Planejamento Físico de 2003 (1 ponto).
Contudo, tais inspeções são raramente realizadas na prática (0 pontos). A soma desses pontos dá a Antígua e Barbuda uma

pontuação de 1 no índice de controle de qualidade durante a construção.

Índice de controle de qualidade após a construção

Este índice possui dois componentes:

•  Se a legislação exige que seja feita uma inspeção final com o objetivo de verificar se o prédio foi construído de acordo com

as plantas aprovadas e com as regulamentações de construção. São atribuídos 2 pontos se um engenheiro supervisor interno

(ou seja, funcionário da empresa de construção), um engenheiro supervisor externo ou empresa de inspeção externa for

legalmente designado para assumir a responsabilidade de verificar se o prédio foi construído de acordo com as plantas

aprovadas e as regulamentações de construção existentes ou se um órgão governamental tem a obrigação legal de realizar

uma inspeção final após a conclusão da construção; 0 caso não haja obrigatoriedade legal de realização de uma inspeção

final após a construção e se nenhum terceiro tiver a obrigação de assumir a responsabilidade de verificar se o prédio foi

construído em conformidade com as plantas aprovadas e regulamentações de construção existentes.

•  Se a inspeção final é implementada na prática. É atribuído 1 ponto se a inspeção final obrigatória por lei após a construção

sempre ocorrer na prática ou se um engenheiro supervisor ou uma empresa de supervisão de construções verificar que o

prédio foi construído em conformidade com as plantas aprovadas e com as regulamentações de construção existentes; 0 se a

inspeção final obrigatória por lei não ocorrer na prática, se a inspeção final exigida por lei acontecer na maior parte dos casos,

mas não sempre, ou se a inspeção final não for exigida por lei, mesmo se ocorrer na prática.

O índice varia de 0 a 3, sendo que os valores mais elevados indicam um melhor controle de qualidade após o processo de

construção. No Haiti, por exemplo, o Município de Porto Príncipe tem a obrigação legal de realizar uma inspeção final nos

termos do Código Nacional da Construção de 2012 (2 pontos). Contudo, a inspeção final não é realizada na prática (0 pontos).

A soma desses pontos dá ao Haiti uma pontuação de 2 no índice do controle de qualidade após a construção.

Índice de regimes de responsabilização e de seguro

Este índice possui dois componentes:

•  Se alguma das partes envolvidas no processo de construção for considerada legalmente responsável por defeitos latentes,

como falhas estruturais ou problemas que surgem no prédio depois de ocupado. É atribuído 1 ponto se pelo menos duas das

partes a seguir forem consideradas legalmente responsáveis por falhas estruturais ou problemas no prédio depois de

ocupado: o arquiteto ou engenheiro que projetou as plantas da construção, o profissional encarregado de supervisionar a
construção, o profissional ou órgão que realizou as inspeções ou a empresa de construção; 0,5 pontos se somente uma delas

for considerada legalmente responsável; 0 se nenhuma das partes for considerada responsável, se o proprietário do projeto ou

investidor for a única parte considerada responsável, se a responsabilidade tiver que ser determinada pela justiça, ou se a

responsabilidade tiver que ser estipulada em contrato.

•  Se alguma das partes envolvidas no processo de construção for legalmente obrigada a obter uma apólice de seguro de dez

anos de duração ou seguro contra defeitos latentes, para cobrir possíveis falhas estruturais ou problemas no prédio depois de

ocupado. É atribuído 1 ponto se o arquiteto ou engenheiro que projetou as plantas para a construção, o profissional ou órgão

que realizou as inspeções, a empresa de construção, ou o proprietário ou investidor do projeto for obrigado por lei a obter uma

apólice de seguro de dez anos ou seguro contra defeito latentes para cobrir possíveis falhas estruturais ou problemas no

prédio depois de ocupado ou ainda se uma apólice de seguro de algum destes tipos for obtida na prática por alguma dessas

partes na maioria dos casos, mesmo que não haja exigência legal. Atribui-se 0 pontos se nenhuma das partes tiver obrigação

legal de obter algum destes seguros, e o seguro não for comumente obtido na prática por nenhuma das partes, se o requisito

de aquisição de apólice de seguro estiver estipulado em contrato e não na lei, se alguma das partes precisar obter seguro

profissional ou contra quaisquer riscos contra acidentes de trabalho para cobrir a segurança dos funcionários e outros defeitos

durante a construção, mas não um seguro específico, que cubra defeitos latentes ou por dez anos após a ocupação do prédio,

ou ainda se alguma das partes for obrigada a pagar sozinha por algum defeito causado sem que tenha de obter uma apólice

de seguro.

O índice varia entre 0 e 2, sendo que os valores mais elevados indicam regimes mais rigorosos quanto à responsabilização e

seguro por defeitos latentes. Em Madagáscar, por exemplo, o artigo 1792 do Código Civil estipula que tanto o arquiteto que

projetou as plantas quanto a empresa de construção são considerados responsáveis por defeitos latentes por um período de

10 anos após a conclusão da obra (1 ponto). Entretanto, não há exigência legal para que alguma das partes obtenha uma

apólice de seguro por dez anos, nem na maioria dos casos se obtém um seguro na prática (0 pontos). A soma desses pontos

dá a Madagáscar a pontuação de 1 no índice de regimes de responsabilização e de seguro.

Índice de certificações profissionais

Este índice possui dois componentes:

•  Requisitos de qualificação para o profissional responsável pela verificação de que as plantas ou desenhos estão em

conformidade com as regulamentações de construção. São atribuídos 2 pontos se as regulamentações nacionais ou estaduais

estipularem que esse profissional deverá ter um número mínimo de anos de experiência prática, um diploma universitário (pelo

menos de bacharel) em arquitetura ou engenharia, e deverá também estar cadastrado como membro da ordem nacional (ou
associação) de arquitetos ou engenheiros ou ser aprovado num exame de qualificação. É atribuído 1 ponto se as

regulamentações nacionais ou estaduais estipularem que o profissional deverá ter um diploma universitário (pelo menos de

bacharel) em arquitetura ou engenharia, e deverá também ter ou um número mínimo de anos de experiência prática ou ser

cadastrado como membro da ordem nacional de arquitetos ou engenheiros ou ainda ser aprovado em um exame de

qualificação. São atribuídos zero pontos se as regulamentações nacionais ou estaduais estipularem que o profissional

precisará apenas observar um destes requisitos, se estas regulamentações estipularem que o profissional deverá observar

dois destes requisitos, sendo que nenhum deles é a obtenção de um diploma universitário, ou se não houver nenhuma

regulamentação nacional ou estadual que determine os requisitos de qualificação.

•  Requisitos de qualificação para o profissional que realiza as inspeções durante a construção. São atribuídos 2 pontos se as

regulamentações nacionais ou estaduais estipularem que esse profissional deverá ter um número mínimo de anos de

experiência prática, deverá ter um diploma universitário (pelo menos de bacharel) em engenharia e deverá também estar

cadastrado como membro da ordem nacional de engenheiros ou ser aprovado num exame de qualificação. É atribuído 1 ponto

se as regulamentações nacionais ou estaduais estipularem que o profissional deverá ter um diploma universitário (pelo menos

de bacharel) em engenharia e dever também ter ou um número mínimo de anos de experiência prática ou ser cadastrado

como membro da ordem nacional de engenheiros ou ainda ser aprovado num exame de qualificação. São atribuídos zero

pontos se as regulamentações nacionais ou estaduais estipularem que o profissional deverá apenas observar a um destes

requisitos, se estas regulamentações estipularem que o profissional deverá observar dois destes requisitos, sendo que

nenhum deles é a obtenção de um diploma universitário, ou se não houver nenhuma regulamentação nacional ou estadual

que determine os requisitos de qualificação.

O índice varia de 0 a 4, sendo que os valores mais elevados indicam requisitos mais rigorosos de certificação profissional. Na

Albânia, por exemplo, o profissional que realiza inspeções técnicas durante a construção deverá ter um número mínimo de

anos de experiência prática, um diploma universitário pertinente e deverá também ser um arquiteto ou engenheiro cadastrado

na sua ordem (2 pontos). Contudo, o profissional responsável por verificar se as plantas ou desenhos estão em conformidade

com as regulamentações de construção deve apenas possuir um número mínimo de anos de experiência prática e um diploma

universitário em arquitetura ou engenharia (1 ponto). A soma destes pontos confere à Albânia uma pontuação de 3 no índice

de certificação profissional.

Pontuação no índice de controle de qualidade da construção

O índice de controle de qualidade da construção é obtido pela soma das pontuações nos índices de qualidade das

regulamentações de construção; controle de qualidade antes; durante; e após a construção; regimes de responsabilização e
de seguro; e certificações profissionais. O índice varia de 0 a 15, sendo que os valores mais elevados indicam um melhor

controle de qualidade e melhores mecanismos de segurança nas regulações dos alvarás de construção.

Se uma economia não tiver emitido qualquer alvará de construção entre 2 de maio de 2018 e 1º de maio de 2019 ou se a

legislação sobre o ramo da construção pertinente naquela economia não estiver sendo implementada, a economia é

classificada como “sem prática” com respeito aos procedimentos, tempo, e custo de obtenção dos alvarás de construção.

Além disso, uma economia “sem prática” recebe uma pontuação de 0 no índice de controle de qualidade da construção,

mesmo que sua estrutura jurídica inclua disposições relativas ao controle de qualidade da construção e aos mecanismos de

segurança das construções.

Reformas

O tópico da obtenção de alvarás de construção mede as mudanças que afetam a cada ano a eficiência do processo de

obtenção de alvarás e a qualidade do sistema de controles da construção em cada economia. Dependendo do seu impacto

nos dados, certas mudanças são classificadas como reformas regulatórias e incluídas na seção que apresenta as reformas

identificadas pelo Doing Business em 2018-2019. Esta seção do relatório lista as alterações significativas ocorridas no

ambiente regulatório das economias analisadas pelo projeto durante este período. As reformas são classificadas em dois

tipos: reformas que facilitam os negócios e reformas que aumentam a dificuldade das atividades empresariais.

Para se analisar o impacto das mudanças ocorridas em cada economia na área da obtenção de alvarás de construção, utiliza-

se a variação na pontuação obtida por cada economia neste tópico. São classificadas como reformas as alterações nos dados

com um impacto igual ou superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia, e um

impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação da economia, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei,

variam em função do salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo

das pontuações no relatório Doing Business). Por exemplo, se a introdução de um sistema eletrônico para a emissão de

alvarás de construção reduzir o tempo necessário para obter tais alvarás, e se tal diminuição tiver um impacto superior ou

igual a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais

na pontuação da economia, esta iniciativa é classificada como uma reforma na área da obtenção de alvarás de construção.

Por outro lado, não são consideradas reformas as pequenas alterações nas taxas e outras mudanças de menor impacto, que

não afetam a distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia em no mínimo 2% ou por não

afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados sobre a obtenção de alvarás de construção

são atualizados em cada edição do relatório Doing Business de acordo com tais alterações. 

 
Os dados sobre a obtenção de alvarás de construção em todas as economias estão disponíveis

em http://www.doingbusiness.org.  

Comércio Internacional

O Doing Business registra o tempo e o custo associados ao processo logístico da importação e exportação de

mercadorias. São medidos o tempo e o custo (excluindo-se impostos e tarifas) associados a três tipos de

procedimentos – conformidade com a documentação, conformidade com as exigências na fronteira e transporte

doméstico – no contexto do processo geral de exportação e importação de um carregamento de mercadorias. A

classificação das economias quanto à facilidade do comércio internacional é determinada pelas suas pontuações,

que são calculadas através da média simples das pontuações obtidas no tempo e nos custos da conformidade com a

documentação e com as exigências na fronteira para exportar e importar mercadorias.

Embora o Doing Business publique dados sobre o tempo e o custo do transporte doméstico, o relatório não utiliza

estes dados para calcular a pontuação e a classificação das economias em termos da facilidade do comércio

internacional.  O tempo e o custo do transporte doméstico não são incluídos na classificação das economias no

tópico do comércio internacional por serem afetados por muitos fatores externos – tais como a geografia e a

topografia do território de trânsito, a capacidade das estradas e a infraestrutura geral, a distância do porto ou

fronteira mais próxima e a localização dos depósitos onde as mercadorias comercializadas são armazenadas. Tais

fatores não são influenciados pelas políticas e reformas na área do comércio internacional.

Os dados sobre o comércio internacional são obtidos através de um questionário aplicado a especialistas em

logística e transporte internacional, como despachantes alfandegários, autoridades alfandegárias e portuárias e

outros órgãos do governo responsáveis pelo tema. Caso uma economia não tenha um setor de comércio

internacional formal e de larga escala, operado por empresas do setor privado, devido a restrições governamentais,

conflitos armados ou desastres naturais, ela será considerada uma economia “sem prática” nesta área. Uma

economia “sem prática” recebe uma pontuação de 0 em todos os indicadores do tópico do comércio internacional.

Suposições do estudo de caso

Para tornar os dados comparáveis entre as economias, são estabelecidas algumas suposições sobre as mercadorias

comercializadas e as transações:
 Para cada uma das 190 economias analisadas pelo Doing Business, supõe-se que um carregamento tenha origem

num depósito na maior cidade de negócios da economia exportadora e seja transportado para um depósito na

maior cidade de negócios da economia importadora. Em 11 economias também são obtidos dados da segunda

maior cidade de negócios, dentro das mesmas suposições deste estudo de caso.

 Os estudos de caso sobre a importação e a exportação supõem a comercialização de produtos diferentes. Parte-

se da premissa de que cada economia importa um carregamento padronizado de 15 toneladas de peças de

automóvel em contêineres (HS 8708) do seu principal parceiro de importação – a economia da qual ela importa o

maior valor (calculado em preço vezes quantidade) de peças de automóvel. Supõe-se que cada economia exporta

o produto da sua vantagem comparativa (definido pelo maior valor de exportação) para o seu principal parceiro de

exportação – a economia que for a maior compradora desse produto. No entanto, metais e pedras preciosas,

produtos petrolíferos, animais vivos, resíduos de indústrias alimentares, bem como produtos farmacêuticos, são

excluídos da lista de possíveis produtos para exportação. Nestes casos, a segunda principal categoria de

produtos é considerada.

 Um carregamento corresponde a uma unidade de comércio. Os carregamentos de exportação não precisam de

estar necessariamente em contêineres, ao passo que os carregamentos de importação de peças de automóvel

são presumidos como estando acondicionados em contêineres.

 Se as taxas cobradas forem determinadas pelo valor do carregamento, presume-se que o valor seja de US$

50.000.

 O produto é novo e não uma mercadoria de segunda mão ou usada.

 A empresa de exportação/importação contrata e paga a transportadora ou despachante aduaneiro (ou ambos) e

paga todos os custos relacionados com o carregamento e transporte doméstico, liberação alfandegária e

inspeções obrigatórias por parte da alfândega e de outros órgãos, processamento no porto ou na fronteira, taxas

de conformidade com a documentação e afins.

 O modo de transporte é aquele mais amplamente utilizado para transportar o produto de exportação ou

importação selecionado em direção a ou a partir do parceiro comercial. Considera-se o porto marítimo, aeroporto

ou ponto de travessia de fronteira terrestre mais utilizado.


 Todas as apresentações eletrônicas de informações solicitadas por algum órgão governamental que estiverem

relacionadas com o carregamento são consideradas documentos obtidos, preparados e apresentados durante o

processo de importação e exportação.

 Um porto ou posto de fronteira é definido como um local (porto marítimo ou posto de travessia de fronteira

terrestre) por onde a mercadoria pode entrar ou sair de um país de forma legal.

 Considera-se como órgãos relevantes: a alfândega, autoridades portuárias, polícia rodoviária, polícia de fronteira,

órgãos de fiscalização e inspeção, ministérios ou departamentos de agricultura ou indústria, agências de

segurança nacional e quaisquer outras autoridades governamentais envolvidas no processo de importação e

exportação do produto analisado.

Tempo

O tempo é medido em horas e 1 dia corresponde a 24 horas (por exemplo, 22 dias são registrados como 22 x 24 = 528

horas). Se a liberação alfandegária levar 7,5 horas, o tempo deste processo será registrado como sendo de 7,5 horas.

Por outro lado, se os documentos forem apresentados a um órgão da alfândega às 8 horas da manhã, processados

durante a noite e aprovados às 8 horas da manhã do dia seguinte, o tempo de liberação alfandegária seria registrado

como 24 horas.

Custo

O custo de seguros e de pagamentos informais para os quais não forem emitidos recibos são excluídos dos custos

registrados pelo Doing Business. Os custos são registrados em dólares dos Estados Unidos. Os colaboradores da

pesquisa são solicitados a converter a moeda local em dólares dos Estados Unidos tomando por base a taxa de

câmbio prevalente no dia em que responderem ao questionário. Os colaboradores são especialistas em logística de

comércio internacional com conhecimento sobre as taxas de câmbio e das suas oscilações.

Conformidade com a documentação

A conformidade com a documentação registra o tempo e o custo associados ao cumprimento com os requisitos de

documentação de todos os órgãos governamentais da economia de origem, da economia de destino e de quaisquer

economias no trânsito. O objetivo é medir o ônus total da preparação do conjunto de documentos que permitirão a

realização da transação de comércio internacional prevista neste estudo de caso. Quando um carregamento se
desloca de Mumbai para Nova York, por exemplo, o transportador deve preparar e apresentar documentos ao órgão

da alfândega na Índia, às autoridades portuárias em Mumbai e ao órgão da alfândega nos Estados Unidos.

O tempo e o custo da conformidade com a documentação incluem o tempo e o custo para a obtenção de documentos

(tais como o tempo gasto para passar por inspeções para obter um certificado de conformidade ou certificado de

origem); preparação de documentos (como o tempo gasto com a coleta de informações para preparar a declaração

aduaneira ou certificado de origem); processamento de documentos (como o tempo gasto aguardando que a

autoridade competente emita um certificado fitossanitário); e apresentação de documentos (como o tempo gasto para

apresentar uma declaração alfandegária à polícia rodoviária, mostrar um recibo do terminal portuário às autoridades

portuárias ou enviar uma declaração alfandegária ao órgão alfandegário, pessoalmente ou por meio eletrônico).

Todas as apresentações eletrônicas ou físicas das informações solicitadas por algum órgão governamental que

estiverem relacionadas com o transporte da mercadoria são consideradas documentos obtidos, preparados e

apresentados durante o processo de importação ou exportação. Todos os documentos preparados pelo transportador

ou despachante aduaneiro para a transação prevista no estudo de caso estão incluídos, independentemente de serem

exigidos por lei ou na prática. Quaisquer documentos preparados e apresentados com o objetivo de obter acesso a

tratamento preferencial —por exemplo, certificado de origem— são incluídos no cálculo do tempo e custo para a

conformidade com a documentação. Quaisquer documentos preparados e apresentados porque presumidamente

facilitam a passagem do carregamento também são incluídos (por exemplo, os transportadores preparam uma lista de

materiais para embalagem porque sua experiência demonstra que isso reduz a probabilidade de inspeções físicas ou

outras inspeções mais complexas).

Além disso, quaisquer documentos obrigatórios para a exportação ou importação são incluídos no cálculo do tempo

e custo. Documentos que precisam ser obtidos uma única vez, porém, não são computados. O Doing Business não

inclui os documentos necessários para produção e venda no mercado doméstico — como certificados de testes de

padrões de segurança realizados por terceiros que possam ser exigidos para a venda de brinquedos no mercado

nacional — a menos que um órgão governamental os exija também durante o processo de exportação.

Conformidade com as exigências na fronteira

A conformidade com as exigências na fronteira mede o tempo e o custo associados ao cumprimento com as

regulamentações alfandegárias de uma economia e com as regulamentações relacionadas a outras inspeções que

são obrigatórias para que o carregamento atravesse a fronteira dessa economia, bem como o tempo e o custo do

processamento que ocorre no porto ou na fronteira. Considera-se o tempo e o custo para a obtenção, preparo e
apresentação de documentos durante o processamento no porto ou fronteira, liberação alfandegária e procedimentos

de inspeção. O tempo e o custo para obtenção de uma inspeção fitossanitária, por exemplo, seriam incluídos nesta

área.

O cálculo do tempo e do custo de conformidade com as exigências na fronteira depende de onde ocorrem os

procedimentos, quem é responsável por solicitar e realizar esses procedimentos, e qual a probabilidade das

inspeções serem realizadas. Se toda a liberação aduaneira e outras inspeções ocorrerem no porto ou na fronteira ao

mesmo tempo, a estimativa de tempo para conformidade com as exigências na fronteira leva em consideração essa

simultaneidade. É totalmente possível que o tempo e o custo da conformidade com as exigências na fronteira sejam

irrelevantes ou iguais a zero, como acontece no comércio entre os membros da União Europeia ou outras uniões

aduaneiras.

Se algumas ou todas as inspeções alfandegárias ou outras inspeções ocorrerem em locais distintos, o tempo e o

custo desses procedimentos são somados ao tempo e custo daqueles que ocorrem no porto ou fronteira. No

Cazaquistão, por exemplo, todas as inspeções e liberações aduaneiras ocorrem num posto de alfândega em Almaty,

que não se localiza na fronteira terrestre entre o Cazaquistão e a China. Nesse caso, o tempo de conformidade com as

exigências na fronteira é a soma do tempo gasto no posto de alfândega em Almaty e no posto de processamento na

fronteira do país.

O Doing Business solicita que os especialistas que colaboram com a pesquisa calculem o tempo e o custo de

inspeções e liberação por órgãos alfandegários – definidos como inspeções de documentação e inspeções físicas

para fins do cálculo de tarifas mediante a verificação da classificação dos produtos, confirmação da quantidade,

determinação da origem e verificação da veracidade de outras informações contidas na declaração aduaneira. Esta

categoria inclui todas as inspeções destinadas a evitar o contrabando. Estes são os procedimentos de inspeção e

liberação que ocorrem na maioria dos casos e, como tal, são considerados o caso “padrão”. Os cálculos de tempo e

custo visam medir o grau de eficiência do órgão alfandegário da economia.

O Doing Business obtém também informações sobre o tempo e o custo necessários para as inspeções e liberação

por parte da alfândega e de todos os outros órgãos para o produto especificado. Essas estimativas incluem as

inspeções relacionadas com saúde, segurança, padrões fitossanitários e outras inspeções correlatas e, portanto,

registram a eficiência dos órgãos que exigem e realizam essas inspeções adicionais.
Se as inspeções por órgãos públicos – exceto a alfândega – forem realizadas em 20% ou menos dos casos, os

cálculos do tempo e do custo de conformidade com as exigências na fronteira levam em conta somente as inspeções

e a liberação dos carregamentos feitas pela alfândega (o caso padrão). Se as inspeções por outros órgãos ocorrerem

em mais de 20% dos casos, registra-se as inspeções e a liberação dos carregamentos realizadas por todos os órgãos.

É possível que diferentes tipos de inspeção tenham diferentes probabilidades de ocorrer – por exemplo, o

rastreamento pode ocorrer em 100% dos casos enquanto que a inspeção física ocorre em 5% dos casos. Em

situações como essa, o Doing Business só mede o tempo de rastreamento, que acontece em mais de 20% dos casos.

O tempo e custo associados à conformidade com as exigências na fronteira não incluem o tempo e custo de

conformidade com as leis e regulamentos de qualquer outra economia.

Transporte doméstico

O transporte doméstico registra o tempo e o custo associados ao transporte do carregamento a partir de um depósito

na maior cidade de negócios da economia para o porto marítimo ou o posto de travessia da fronteira terrestre mais

utilizado da economia. Em 11 economias também são obtidos dados sobre a segunda maior cidade de negócios. Este

conjunto de procedimentos mede: o tempo (e o custo) do transporte tal como ele ocorre na prática; quaisquer atrasos

no trânsito e atrasos devidos a controles da polícia rodoviária; e o tempo gasto na carga ou descarga no depósito ou

fronteira. Para uma economia situada no litoral com um parceiro comercial no exterior, o transporte doméstico

registra o tempo e o custo desde que a mercadoria é carregada no depósito do comerciante até que essa mercadoria

chegue ao porto da economia exportadora. Para uma economia que comercialize por fronteira terrestre, o transporte

doméstico registra o tempo e o custo desde que a mercadoria é carregada no depósito do comerciante até que essa

mercadoria chegue à fronteira terrestre da economia exportadora. 

As estimativas de tempo e custo são baseadas no modo de transporte mais amplamente usado (caminhão, trem) e na

rota mais usada (estrada, porto, postos de fronteira) conforme relatado pelos contribuidores da pesquisa. As

estimativas de tempo e custo baseiam-se no modo e na rota escolhidos pela maioria dos colaboradores. Nas 11

economias para as quais os dados são obtidos para a maior e a segunda maior cidade de negócios, o Doing

Business admite que a rota e o modo de transporte mais amplamente utilizados sejam diferentes para as duas

cidades, caso isso seja relatado pelos colaboradores do setor privado. Os carregamentos que partem de Delhi, por

exemplo, são transportados de trem até ao porto de Mundra para exportação, ao passo que os carregamentos que

partem de Mumbai viajam de caminhão até ao porto de Nhava Sheva para serem exportados.
No estudo de caso sobre a exportação, conforme observado, o Doing Business não presume um carregamento

acondicionado em contêiner e as estimativas de tempo e custo podem basear-se no transporte de 15 toneladas de

produtos não acondicionados em contêineres. No estudo de caso sobre a importação, presume-se que as peças de

automóvel sejam acondicionadas em contêineres e o carregamento pode consistir em mais de um contêiner. Nos

casos em que o carregamento está em contêineres, o tempo e o custo para o transporte e outros procedimentos são

baseados em um carregamento formado por carga homogênea que pertença a um único código de classificação do

Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (HS). Isto é particularmente importante para as

inspeções porque os carregamentos de produtos homogêneos estão em geral sujeitos a inspeções menos frequentes

e mais breves do que os carregamentos de produtos que pertençam a diversos códigos HS.

Em alguns casos, o carregamento viaja do depósito até um posto ou terminal aduaneiro para liberação ou inspeção e

depois segue viagem até ao porto ou à fronteira. Nesses casos o tempo do transporte doméstico é a soma do tempo

de ambos os segmentos de transporte. O tempo e o custo para liberação do carregamento e de inspeções estão

incluídos nas medições de conformidade com as exigências na fronteira, mas não nos custos de transporte

doméstico.

Reformas

O tópico do comércio internacional registra o tempo e o custo associados ao processo logístico de importação e

exportação de mercadorias. Dependendo do impacto nos dados, certas alterações são classificadas como reformas e

mencionadas no sumário de reformas do período de 2018-2019 do relatório Doing Business, de forma a reconhecer a

implementação de alterações significativas. As reformas são divididas em dois tipos: as que facilitam as atividades

empresariais e as que as dificultam. Este tópico utiliza um critério padronizado para definir uma reforma.

As reformas que ocorrem na área de comércio internacional a cada ano são identificadas com base na variação, em

termos absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia neste tópico. São classificadas como reformas

as alterações nos dados que tenham um impacto igual ou superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do

tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação da economia, com exceção de

alterações nos custos que, de acordo com a lei, variam em função do salário mínimo ou do índice de preços (para

mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo das pontuações no relatório Doing Business). Por

exemplo, se o estabelecimento de um balcão único para o comércio internacional reduzir o tempo ou custo, e se tal

diminuição tiver um impacto superior ou igual a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação

da economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação da economia, esta iniciativa é classificada como uma
reforma. Por outro lado, não são consideradas reformas pequenas alterações nas taxas cobradas e outras mudanças

de menor impacto por não afetarem a distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia em

no mínimo 2%, ou por não afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados sobre o

processo logístico da importação e exportação de mercadorias são atualizados em cada edição do relatório Doing

Business de acordo com tais alterações. 

Os dados sobre o comércio internacional em todas as economias estão disponíveis em

http://www.doingbusiness.org. Esta metodologia foi inicialmente elaborada por Djankov et al. (2008) e posteriormente

revista em 2015.

Registro de propriedades

O Doing Business registra a sequência completa dos procedimentos necessários para que uma sociedade de

responsabilidade limitada (comprador) possa adquirir uma propriedade de outra (vendedor) e transferir o título de propriedade

para o seu nome, podendo utilizá-la para expandir o seu negócio; como garantia para tomar novos empréstimos; ou se

necessário, vendê-la a outra empresa. São medidos o tempo e o custo para a realização de cada procedimento. O tópico do

registro de propriedades inclui também o índice da qualidade do sistema de administração fundiária, que possui cinco

componentes: a qualidade da infraestrutura, a transparência das informações, a cobertura geográfica, a resolução de

disputas fundiárias e a igualdade dos direitos de propriedade.

A classificação das economias quanto à facilidade de registro de uma propriedade é determinada pelas suas pontuações, que

são calculadas com base na média simples das pontuações de cada componente deste tópico.

I. Eficiência do processo de transferência de propriedades    

O processo de transferência de propriedades registrado pelo Doing Business tem início com a obtenção dos documentos

necessários, tais como uma cópia recente do título de propriedade do vendedor, se necessário, e a realização de uma

diligência prévia ou avaliação de risco, se for solicitado. A transação é considerada concluída quando for possível opô-la a

terceiros e quando o comprador puder utilizar a propriedade para expandir o seu negócio, como garantia para um empréstimo

bancário ou revendê-la. Todo procedimento exigido por lei ou necessário na prática é incluído na análise, seja ele de

responsabilidade do vendedor ou do comprador, ou ainda se o procedimento for executado por terceiros em nome de alguma
das partes. As informações acerca dos procedimentos, bem como do tempo e do custo para realizar cada um deles, são

fornecidas por advogados especializados em bens imobiliários e representantes de cartórios, tabeliães e registros de imóveis.

Para tornar os dados comparáveis entre as economias, são utilizadas várias suposições acerca das partes da transação, da

propriedade e dos procedimentos.

Suposições acerca das partes

As partes (comprador e vendedor):

•  São sociedades de responsabilidade limitada (ou a forma equivalente no sistema jurídico local).

•  Estão localizadas na área periurbana da maior cidade comercial da economia (em uma zona periférica dentro dos limites do

municipio). Em 11 economias os dados também são obtidos sobre a segunda maior cidade comercial.

•  São 100% de propriedade nacional e privada.

•  Executam atividades comerciais gerais.

Suposições acerca da propriedade

A propriedade:

•  Tem um valor igual a 50 vezes o PIB (produto interno bruto) per capita da economia. O preço de venda é igual a este valor.

•  É inteiramente de propriedade do vendedor.

•  Não tem hipotecas e pertence aos mesmos proprietários há 10 anos.

•  Está registrada no registro de imóveis ou cadastro, ou em ambos, e não está sujeita a litígios relativos ao título de

propriedade.

•  Está localizada numa zona comercial periurbana (em uma zona periférica dentro dos limites do municipio) e não é

necessário realizar um zoneamento da área.

•  Consiste em um terreno e um imóvel. A área do terreno é de 557,4 metros quadrados (6.000 pés quadrados). No terreno há

um depósito (ou armazém) de dois andares, de uma área de 929 metros quadrados (10.000 pés quadrados). O depósito foi

construído há 10 anos, não tem sistema de aquecimento, está em boas condições e cumpre com todos os padrões de
segurança, códigos de obras e outros requisitos legais. A propriedade, que consiste no terreno e em um prédio, será

totalmente transferida.

•  Não sofrerá reformas nem construção adicional após a compra.

•  Não tem árvores, nascentes de água, reservas naturais ou monumentos históricos de qualquer espécie.

•  Não será usada com finalidades específicas e não serão necessários alvarás especiais, tais como para uso residencial,

instalações industriais, armazenamento de lixo ou certos tipos de atividades agrícolas.

•  Não tem ocupantes (legais ou ilegais) e nenhuma outra parte possui interesse legal na propriedade.

Procedimentos

Um procedimento é definido como qualquer interação do comprador, do vendedor ou de seus agentes (caso haja necessidade

legal ou na prática da contratação de um agente) com terceiros, inclusive órgãos do governo, inspetores, tabeliães, arquitetos,

avaliadores e outros. As interações entre os dirigentes e os funcionários das empresas não são levadas em conta. Todos os

procedimentos que são exigidos por lei ou na prática para o registro da propriedade são registrados, mesmo se puderem ser

evitados em situações especiais.

Cada procedimento é considerado separadamente. O pagamento do imposto sobre gahnos de capital ou mais-valia é

considerado como um procedimento, mas o custo deste tributo não é incluido.

Caso um procedimento possa ser acelerado legalmente a um custo adicional, o procedimento acelerado será tomado em

conta caso essa opção seja mais benéfica para a pontuação da economia e caso seja a opção escolhida nela maioria dos

casos. Embora em muitos casos seja possível que o comprador contrate advogados ou outros profissionais durante o

processo de registro, presume-se que não é contratado um facilitador externo a menos que seja necessário fazê-lo legalmente

ou que isto ocorra na prática.

Tempo

O tempo é registrado em dias corridos. O Doing Business mede a duração média do tempo que os advogados especializados

em bens imóveis, os cartórios ou funcionários do registro de imóveis indicam como sendo necessário para a execução de

cada procedimento. Supõe-se que o tempo mínimo necessário para cada procedimento seja de 1 dia, exceto se os

procedimentos puderem ser realizados inteiramente através da internet. Nestes casos, o tempo mínimo registrado é de meio

dia. Embora os procedimentos possam ocorrer simultaneamente, eles não podem começar no mesmo dia, ou seja,
procedimentos simultâneos começam em dias consecutivos (exceto se estes procedimentos puderem ser realizados

inteiramente através da internet). Presume-se que o comprador não perca tempo e se comprometa a realizar cada

procedimento remanescente sem demora.

Presume-se ainda que as partes envolvidas estejam cientes de todas as exigências para a transferência de um imóvel e de

sua sequência desde o início. O tempo gasto com a obtenção de informações para a realização de um registro de propriedade

não é levado em conta. Se as estimativas de tempo apresentadas pelos vários peritos consultados diferirem, será usado o

valor mediano informado.

Custo

O custo é registrado como uma porcentagem do valor da propriedade, que é presumido como sendo equivalente a 50 vezes o

PIB per capita da economia. São registrados apenas os custos oficiais exigidos por lei, incluindo taxas, impostos de

transferência, impostos de selo e quaisquer outros pagamentos para realizar o registro da propriedade, incluindo custos

cobrados por cartórios, órgãos públicos e advogados. Outros impostos, tais como imposto sobre ganhos de capital ou mais-

valia e imposto sobre circulação de mercadorias ou imposto sobre valor agregado (IVA), não são incluídos no custo. É

considerado o valor do imposto de transferência, ainda que este possa ser substituído pelo IVA ou imposto sobre gahnos de

capital, como é o caso de certas economias. São incluídos os custos que correrem por conta do comprador e os arcados pelo

vendedor. Se as estimativas de custo diferirem entre as fontes, será usado o valor mediano informado.

II. Qualidade da administração fundiária

O índice da qualidade da administração fundiária resulta da soma das pontuações de cinco áreas: qualidade da infraestrutura,

transparência das informações, cobertura geográfica, resolução de disputas fundiárias e igualdade dos direitos de

propriedade. São obtidos dados a respeito da maior cidade comercial de cada economia. Em 11 economias, também são

obtidos dados a respeito da segunda maior cidade comercial.

Índice da qualidade da infraestrutura

O índice da qualidade da infraestrutura possui seis componentes:

•  Em que formato os títulos de imóveis são mantidos no registro de imóveis da cidade. Atribui-se 2 pontos se os títulos de

imóveis forem totalmente digitalizados; 1 ponto se a maioria dos títulos forem mantidos através de uma cópia digital

(escaneada ou microfilme); 0 se forem mantidos em papel.


•  Se existe um banco de dados eletrônico em funcionamento, para verificar todos os tipos de gravames e direitos relativos a

um imóvel registrado. Em caso afirmativo, é atribuído 1 ponto; em caso negativo, zero pontos.

•  Em que formato as plantas dos lotes são mantidas no órgão de mapeamento cadastral da cidade. Atribui-se 2 pontos se a

maioria das plantas forem totalmente digitalizadas; 1 se forem mantidas através de uma cópia digital (escaneada ou

microfilme); 0 se forem mantidas em papel.

•  Se existe um sistema totalmente digitalizado de informações geográficas – um banco de dados eletrônico para registrar os

limites da propriedade, verificar as plantas e fornecer informações cadastrais. Em caso afirmativo, é atribuído 1 ponto; em caso

negativo, 0 pontos.

•  Se o registro de imóveis e o órgão de mapeamento cadastral estão interligados. É atribuído 1 ponto se as informações sobre

a propriedade de imóveis e os mapas dos terrenos forem mantidas em um único banco de dados ou em bancos de dados

interligados; 0 pontos se os diferentes bancos de dados não estiverem interligados.

•  Como os bens imóveis são identificados. É atribuído 1 ponto se o registro de imóveis e o órgão de mapeamento cadastral

utilizarem o mesmo número para identificar os imóveis; 0 pontos se houver diversos números de identificação.

A pontuação deste índice varia entre 0 e 8 pontos, sendo que os valores mais elevados indicam um grau mais alto de

qualidade da infraestrutura e de confiabilidade das informações acerca dos títulos de imóveis e dos limites das propriedades.

Na Turquia, por exemplo, os registros de imóveis em Istambul mantêm os títulos em formato totalmente digital (2 pontos) e

tem um banco de dados totalmente eletrônico para verificar os gravames (1 ponto). Os escritórios da Direção do Serviço de

Cadastro de Istambul possuem mapas totalmente digitalizados (2 pontos) e a Direção de Informações Geográficas possui um

portal público que permite que os usuários verifiquem as plantas e as informações cadastrais de terrenos com imagens de

satélite (1 ponto). Os bancos de dados relativos à propriedade de imóveis e aos mapas estão interligados por meio do sistema

TAKBIS, um sistema de informações integradas, utilizadas pelos registros de imóveis e agências de cadastro (1 ponto).

Finalmente, há um único número de identificação para os imóveis (1 ponto). A soma desses pontos confere à Turquia uma

pontuação de 8 no índice de qualidade da infraestrutura.

Índice da transparência das informações

O índice da transparência das informações possui 10 componentes:

•  Se as informações sobre a propriedade de imóveis estão disponíveis ao público. É atribuído 1 ponto se as informações

sobre a propriedade de imóveis estiverem acessíveis para todos os cidadãos; 0 pontos se o acesso for restrito.
•  Se a lista de documentos necessários para a realização de todos os tipos de transação imobiliária se encontra disponível ao

público. Atribui-se 0,5 pontos se a lista de documentos estiver acessível on-line ou em um quadro disponível ao público; 0 se

esta informação não for disponibilizada ao público ou se somente puder ser obtida quando for solicitada.

•  Se a tabela de taxas e preços para realizar todos os tipos de transação imobiliária se encontra facilmente disponível ao

público. Atribui-se 0,5 pontos se a tabela de preços estiver facilmente acessível on-line ou em um quadro disponível ao público

de forma  gratuita; 0 se esta informação não for disponibilizada ao público ou se somente puder ser obtida quando for

solicitada.

•  Se o órgão responsável pelo registro de bens imóveis se compromete formalmente a fornecer dentro de um prazo específico

um documento juridicamente vinculativo que comprove a propriedade do imóvel. Atribui-se 0,5 pontos se os prazos para este

serviço estiverem acessíveis on-line ou em um quadro disponível ao público; 0 se esta informação não for disponibilizada ao

público ou se somente puder ser obtida quando for solicitada.

•  Se existe um mecanismo específico e independente para protocolar queixas acerca de um problema que tenha ocorrido no

órgão responsável pelo registro de bens imóveis. É atribuído 1 ponto se existir um mecanismo específico e independente para

protocolar uma queixa; 0, se houver apenas um mecanismo para registrar queixas de forma genérica ou nenhum mecanismo. 

•  Se existirem estatísticas oficiais disponíveis ao público a respeito do número de transações ocorridas no órgão de registro

de bens imóveis da principal cidade comercial da economia. Atribui-se 0,5 pontos se forem publicadas, até o 1º de maio de

cada ano, estatísticas sobre transferências de propriedade na maior cidade comercial da economia no último ano civil; 0 em

caso contrário.

•  Se os mapas ou plantas dos lotes estão disponíveis ao público. Atribui-se 0,5 pontos se os mapas ou plantas cadastrais

estiverem acessíveis para todos os cidadãos on-line ou em um quadro disponível ao público de forma gratuita; 0, se o acesso

for restrito.

•  Se a tabela de preços e taxas para acesso aos mapas ou plantas cadastrais se encontra facilmente disponível ao público. É

atribuído 0,5 pontos se a tabela de preços estiver facilmente acessível on-line ou em um quadro disponível ao público de

forma gratuita; 0 se esta informação não for disponibilizada ao público ou se somente puder ser obtida quando for solicitada.

•  Se o órgão de mapeamento se compromete formalmente a fornecer dentro de um prazo específico um mapa ou planta

cadastral atualizada. Atribui-se 0,5 pontos se os prazos estiverem acessíveis on-line ou em um quadro disponível ao público; 0

se esta informação não for disponibilizada ao público ou se somente puder ser obtida quando for solicitada.
•  Se existe um mecanismo específico e independente para protocolar queixas acerca der um problema que tenha ocorrido no

órgão encarregado do mapeamento cadastral. Atribui-se 0,5 pontos se existir um mecanismo específico e independente para

protocolar uma queixa; 0, se houver apenas um mecanismo geral ou nenhum mecanismo.  

A pontuação deste índice varia entre 0 e 6, sendo que os valores mais elevados indicam um grau mais alto de transparência

no sistema de administração fundiária. Na Holanda, por exemplo, qualquer pessoa que pague uma taxa pode consultar o

banco de dados do registro de imóveis (1 ponto). É possível obter informações nos escritórios do órgão responsável, pelo

correio ou on-line, por meio da seguinte página na internet: http://www.kadaster.nl. Qualquer pessoa pode também obter

informações on-line acerca da lista de documentos necessários para solicitar um registro de propriedade (0,5 pontos), a tabela

de preços para o registro (0,5 pontos) e os prazos para registro do imóvel (0,5 pontos). E qualquer pessoa que encontrar

algum problema no registro de imóveis pode protocolar uma reclamação ou informar um erro preenchendo um formulário

específico on-line (1 ponto). Além disso, o órgão responsável (Kadaster) disponibiliza ao público estatísticas sobre as

transações imobiliárias; este órgão informou que em 2018 foram realizadas 34.908 transferências de propriedade em

Amsterdã (0,5 pontos). Ademais, mediante o pagamento de uma taxa, qualquer pessoa pode consultar mapas ou plantas

cadastrais on-line (0,5 pontos). É possível também ter acesso à tabela de preços para a consulta de mapas ou plantas

cadastrais (0,5 pontos), aos prazos para fornecimento de um mapa ou planta atualizada (0,5 pontos) e a um mecanismo

específico para protocolar uma reclamação sobre um mapa ou planta cadastral (0,5 pontos). A soma desses pontos dá à

Holanda uma pontuação de 6 no índice da transparência das informações.

Índice da cobertura geográfica

O índice da cobertura geográfica possui quatro componentes:

•  Quão completa é a cobertura do registro de imóveis ou registro fundiário na maior cidade comercial. Atribui-se 2 pontos se

todos os terrenos de propriedade particular da cidade forem registrados formalmente no registro de imóveis; 0 em caso

negativo.

•  Quão completa é a cobertura do registro de imóveis a nível nacional. Atribui-se 2 pontos  se todos os terrenos de

propriedade particular do país forem registrados formalmente no registro de imóveis; 0 em caso negativo.

•  Quão completa é a cobertura do órgão de mapeamento cadastral na maior cidade comercial. Atribui-se 2 pontos se todos os

terrenos de propriedade particular da cidade forem mapeados; 0 em caso negativo.   

•  Quão completa é a cobertura do órgão de mapeamento cadastral a nível nacional. Atribui-se 2 pontos se todos os terrenos

de propriedade particular do país forem mapeados; 0 em caso negativo.


A pontuação deste índice varia entre 0 e 8, sendo que os valores mais elevados indicam uma cobertura geográfica mais

completa por parte do registro de imóveis e do órgão de mapeamento cadastral. No Japão, por exemplo, todos os terrenos de

propriedade particular estão formalmente registrados no registro de imóveis em Tóquio e Osaka (2 pontos) e em todo o

território nacional (2 pontos). Além disso, todos os terrenos de propriedade particular estão mapeados em ambas as cidades

(2 pontos) e em todo o território nacional (2 pontos). A soma desses pontos dá ao Japão uma pontuação de 8 no índice da

cobertura geográfica.

Índice da resolução de disputas fundiárias

O índice da resolução de disputas fundiárias avalia a segurança jurídica do processo de registro de bens imóveis e os

mecanismos existentes para resolução de conflitos. O índice possui seis componentes:

•  Se a lei exige que todas as transações compra e venda de imóveis sejam registradas no registro de imóveis para torná-las

oponíveis a terceiros. Em caso afirmativo, são atribuídos 1,5 pontos; em caso negativo, 0 pontos.

•  Se o sistema de registro de bens imóveis está sujeito a uma garantia. Atribui-se 0,5 pontos se a lei exigir uma garantia do

governo ou de uma entidade privada para o registro de bens imóveis; 0 se não for exigida uma garantia.

•  Se existe um mecanismo extrajudicial específico de indenização para cobrir os prejuízos incorridos pelas partes que, com

boa-fé, participaram de uma transação imobiliária que teve com base informações errôneas certificadas pelo cartório ou

registro de bens imóveis. Em caso afirmativo, atribui-se 0,5 pontos; em caso negativo, 0 pontos.

•  Se o sistema jurídico exige uma verificação da validade legal dos documentos (tais como a escritura de venda, transferência

ou trespasse) necessários para uma transação imóbiliária. Atribui-se 0,5 pontos se for exigida uma análise da validade legal,

seja pelo funcionário do registro de imóveis ou por um outro profissional (como um tabelião ou advogado); 0 se não for exigida

uma análise.

•  Se o sistema jurídico exige uma verificação da identidade das partes de uma transação imobiliária. Atribui-se 0,5 pontos se

for exigida uma confirmação da identidade, seja pelo funcionário do registro de imóveis ou por um outro profissional (como um

tabelião ou advogado); 0 se não for exigida uma análise. 

•  Se há um banco de dados nacional para confirmar a exatidão de documentos de identidade emitidos pelo governo. Se existir

um banco de dadosnacional, é atribuído 1 ponto; em caso negativo, 0 pontos.

•  Qual é o tempo necessário para se obter uma decisão de um tribunal de primeira instância (sem recurso) no caso de uma

disputa fundiária entre duas empresas locais por direitos de posse de uma propriedade de valor igual a 50 vezes o PIB per
capita da economia, localizada na maior cidade comercial? Atribui-se 3 pontos se for necessário menos de um ano; 2 se levar

entre um e dois anos; 1 se levar entre dois e três anos; 0 se levar mais de três anos para obter a decisão do tribunal.

•  Se existem estatísticas disponíveis ao público sobre o número de disputas fundiárias em um tribunal de primeira instância,

em toda a economia. Para as 11 economias nas quais são coletados dados sobre a segunda maior cidade comercial,

estatísticas a nivel municipal também são consideradas. Atribui-se 0,5 pontos se forem publicadas estatísticas sobre as

disputas fundiárias ocorridas no país no último ano civil; 0 em caso contrário.

A pontuação deste índice varia entre 0 e 8, sendo que os valores mais elevados indicam um grau mais alto de segurança

jurídica no caso de disputas fundiárias. No Reino Unido, por exemplo, segundo a Lei sobre o Registro Predial, as transações

imobiliárias devem ser registradas em cartório para serem oponíveis a terceiros (1,5 pontos). O sistema de registro de imóveis

é garantido pelo Estado (0,5 pontos) e existe um mecanismo de indenização para cobrir os prejuízos incorridos pelas partes

que participaram com boa-fé de uma transação imobiliária com base em erro cometido pelo registro de imóveis (0,5 pontos).

Em conformidade com a Lei sobre Rendimentos Derivados de Atividades Ilícitas de 2002 e os Regulamentos sobre Lavagem

de Dinheiro de 2007, um advogado deve confirmar a validade legal dos documentos em uma transação de imobiliária (0,5

pontos) e os documentos de identidade das partes envolvidas (0,5 pontos). O Reino Unido possui um banco de dados

nacional para verificar a exatidão dos documentos de identidade (1 ponto). Em uma disputa fundiária entre duas empresas

britânicas acerca de direitos de posse de uma propriedade no valor de US$ 2.066.500, a Divisão de Registro Predial da

Câmara de Propriedades (Tribunal de Primeira Instância) emite uma decisão em menos de um ano (3 pontos). Finalmente, as

estatísticas sobre disputas fundiárias são publicadas regularmente; houve um total de 1.030 disputas fundiárias no país em

2018 (0,5 pontos). A soma desses pontos dá ao Reino Unido uma pontuação de 8 no índice da resolução de disputas

fundiárias.

Índice da igualdade dos direitos de propriedade

O índice da igualdade dos direitos de propriedade possui dois componentes:

•  Se mulheres solteiras e homens solteiros têm os mesmos direitos de propriedade perante a lei. Atribui-se -1 ponto se na

economia não houver igualdade de gênero quanto aos direitos de propriedade; uma pontuação de zero é atribuída em caso

contrário.

•  Se mulheres casadas e homens casados têm os mesmos direitos de propriedade perante a lei. Atribui-se -1 ponto se na

economia não houver igualdade de gênero quanto aos direitos de propriedade; uma pontuação de zero é atribuída em caso

contrário. 
Os direitos de propriedade considerados pela metodologia incluem os poderes de gestão, posse, venda e transferência de um

imóvel, ou ainda de gravá-la em ônus real. Considera-se que existem restrições em uma economia se a lei, no regime de

matrimônio padrão, prever um tratamento distinto para o caso de homens e mulheres no que tange ao usufruto de tais

poderes. Para o caso de economias onde a administração fundiária se baseia no direito consuetudinário, presume-se a

existência de igualdade de direitos de propriedade, a menos que algum tipo de tratamento distinto estiver previsto em lei.

A pontuação deste índice varia entre -2 e 0, sendo que valores mais altos indicam um maior grau de igualdade de direitos de

propriedade. No Mali, por exemplo, mulheres e homens solteiros possuem direitos iguais no que tange à propriedade (zero

pontos). Da mesma forma, mulheres e homens casados também possuem direitos iguais, podendo comprar e vender imóveis

com os mesmos direitos (zero pontos). A soma dos pontos dá ao Mali uma pontuação de zero neste índice, o que indica que

nesta economia mulheres e homens gozam dos mesmos direitos de propriedade. Por outro lado, em Tonga homens e

mulheres solteiros não gozam dos mesmos direitos de propriedade, de acordo com os artigos 7, 45 e 82 do capítulo 132 da

Lei Fundiária (“Land Act”), o que resulta em -1 ponto. Ademais, homens e mulheres casados tampouco gozam dos mesmos

direitos de propriedade, de acordo com os mesmos artigos (-1 ponto). A soma destes pontos dá à Tonga uma pontuação de -2

neste índice, o que indica que nesta economia mulheres e homens não possuem os mesmos direitos de propriedade.       

Pontuação total no índice da qualidade da administração fundiária

A pontuação do índice da qualidade da administração fundiária é determinada pela soma das pontuações dos índices da

qualidade da infraestrutura, transparência das informações, cobertura geográfica, resolução de disputas fundiárias e igualdade

de direitos de propriedade. A pontuação varia entre 0 e 30, sendo que os valores mais elevados indicam um grau mais alto de

qualidade do sistema de administração fundiária da economia.

Caso as empresas e outras entidades do setor privado não tenham conseguido registrar transferências imobiliárias em uma

determinada economia entre maio de 2018 e maio de 2019, a economia recebe a classificação de “sem prática” quanto aos

procedimentos, tempo e custo para se registrar uma propriedade. Uma economia “sem prática” recebe zero pontos no índice

da qualidade da administração fundiária mesmo se a sua estrutura jurídica incluir disposições relativas à administração

fundiária.

Reformas

O tópico do registro de propriedades mede anualmente as mudanças que afetam a eficiência e a qualidade do sistema de

administração fundiária de cada economia. Dependendo do seu impacto nos dados, certas mudanças são classificadas como

reformas regulatórias e incluídas na seção que apresenta as reformas identificadas pelo Doing Business em 2018-19. Esta
seção do relatório lista as alterações significativas ocorridas no ambiente regulatório das economias analisadas pelo projeto

durante este período. As reformas são classificadas em dois tipos: reformas que facilitam os negócios e reformas que

aumentam a dificuldade das atividades empresariais. O tópico do registro de propriedades utiliza dois critérios para identificar

as reformas que ocorrem nesta área.

As reformas são identificadas com base na variação, em termos absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia

neste tópico. São classificadas como reformas as alterações nos dados que tenham um impacto igual ou superior a 2% na

distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação

da economia, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei, variam em função do salário mínimo ou do

índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo das pontuações no relatório Doing

Business). Por exemplo, se a criação de um portal para registro eletrônico de transações imobiliárias levar a uma diminuição

no tempo e no número de procedimentos necessários para se registrar uma transação, e se tal diminuição tiver um impacto

superior ou igual a 2% na distância entre a pontuação máxima (do tópico) e a pontuação da economia e um impacto de 0,5

pontos ou mais na pontuação da economia, esta iniciativa é classificada como uma reforma. Por outro lado, não são

consideradas reformas as pequenas alterações nas taxas de registro e outras mudanças de menor impacto por não afetarem

a distância entre a pontuação máxima (do tópico) e a pontuação da economia em no mínimo 2%, ou por não afetarem a

pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados são atualizados em cada edição do relatório Doing

Business de acordo com tais alterações.

Os dados sobre o registro de propriedades em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org.

btenção de Crédito

O tópico sobre a obtenção de crédito é formado por duas áreas: a primeira abrange os direitos legais dos mutuários e

mutuantes no que diz respeito às transações com garantia; a segunda analisa a disponibilidade de informações sobre o

crédito. A primeira área mede o grau em que certas características que facilitam os empréstimos estão presentes na legislação

sobre garantias e no direito de falência. A segunda mede a cobertura, a abrangência e a acessibilidade das informações

disponíveis sobre o crédito mediante órgãos de proteção ao crédito, tais como bureaus ou agências de crédito e registros de

crédito. A classificação das economias quanto à facilidade da obtenção de crédito é determinada pela pontuação de cada uma

das áreas. Tais pontuações são obtidas através da soma das pontuações no índice da eficiência dos direitos legais e no índice

da profundidade das informações sobre o crédito.

Direitos legais dos credores e devedores


Os dados sobre os direitos legais dos mutuários e mutuantes são obtidos junto a advogados especializados em financiamento

e em seguida verificados mediante uma análise da legislação a respeito do uso de garantias e do direito de falência. As

respostas obtidas são verificadas mediante várias etapas de comunicação e esclarecimentos com os entrevistados, bem como

pela confirmação de outros especialistas e por uma consulta junto a representantes do setor público. Os dados são também

confirmados através de contatos como teleconferências ou através de viagens para a realização de reuniões e conferências.

Índice da eficiência dos direitos legais

O índice da eficiência dos direitos legais mede o grau em que a legislação sobre garantias e falências protege os direitos dos

mutuários e dos mutuantes e, dessa forma, facilita a tomada de empréstimos. Para cada economia, primeiro se avalia a

existência de um sistema unificado de garantias. Em seguida, dois cenários (caso A e caso B) são usados para se determinar

como um direito de garantia não possessório é criado, divulgado e aplicado de acordo com a lei. Os dois cenários envolvem

um tomador de empréstimo assegurado (empresa ABC) e um credor assegurado (BizBank).

Em algumas economias, o marco regulatório das transações asseguradas somente permitirá a aplicação do caso A ou caso B,

mas não de ambos os casos. Ambos os casos examinam o mesmo conjunto de disposições legais relativas ao uso de

garantias mobiliárias.

São utilizadas várias suposições acerca do mutuário (ABC) e mutuante (BizBank) assegurados:

•  A ABC é uma sociedade nacional de responsabilidade limitada (ou o equivalente na economia).

•  A ABC tem até 50 empregados.

•  A ABC está sediada e tem sua única base de operações na maior cidade comercial da economia. Em 11 economias os

dados são também obtidos na segunda cidade comercial.

•  Tanto a ABC quanto o BizBank são empresas 100% nacionais.

Considera-se também as seguintes suposições acerca de cada caso. No caso A, como garantia para o empréstimo, a ABC

concede ao BizBank uma garantia não possessória numa categoria de bens móveis rotativos, tal como suas máquinas ou seu

inventário. A ABC pretende assim manter a posse e a propriedade da garantia. Em economias nas quais a legislação não

permite a concessão de garantia não possessória em bens móveis, a ABC e o BizBank usam um acordo de transferência

fiduciária de titularidade (ou um substituto semelhante).


No caso B, a ABC concede ao BizBank um encargo sobre o negócio, encargo sobre o empreendimento, debênture ou

qualquer encargo que forneça ao BizBank uma garantia sobre a totalidade dos bens móveis rotativos da ABC (ou o máximo

possível de bens móveis da ABC). A ABC mantém a propriedade e a posse dos bens neste caso.

O índice da eficiência dos direitos legais considera, somente em seu primeiro componente, equivalentes funcionais à garantia

sobre os bens móveis (tais como a locação financeira ou leasing e as vendas com retenção da titularidade), avaliando assim o

quão integrado ou unificado é o marco regulatório para transações asseguradas (com garantia) da economia. 

Este índice inclui 10 aspectos relacionados aos direitos legais na lei de garantias e 2 aspectos que dizem respeito ao direito de

falência. Uma pontuação de 1 é atribuída se é verificada a existência de cada um dos seguintes aspectos na legislação:

•  A economia tem um marco regulatório integrado ou unificado para transações asseguradas (com garantia) que se estende

até a criação, divulgação e execução de 4 equivalentes funcionais aos direitos de garantia sobre bens móveis: alienação

fiduciária de título; contratos de arrendamento; execução ou transferência de direitos de crédito; e vendas com retenção de

titularidade.

•  A lei permite que uma empresa conceda o direito de garantia não possessório numa única categoria de bens móveis (como

contas a receber, bens móveis corpóreos ou inventário), sem a necessidade de uma descrição específica da garantia.

•  A lei permite que uma empresa conceda o direito de garantia não possessório em praticamente todos os seus bens móveis,

sem a necessidade de uma descrição específica da garantia.

•  O direito de garantia pode ser concedido sobre os ativos futuros e pós-adquiridos e se estende automaticamente aos

produtos, aos rendimentos oriundos dos ativos e às substituições dos bens originais.

•  Todos os tipos de dívidas e obrigações podem ser assegurados entre as partes, e uma descrição genérica de tais dívidas e

obrigações é permitida no acordo de garantia e em documentos de registro da garantia.

•  Existe um registro de garantias ou instituição de registro dos direitos de garantia concedidos sobre bens móveis por

entidades constituídas e não constituídas (como pessoas físicas ou indivíduos), que se encontra em funcionamento, abrange

todo o território (ou seja, o registro é unificado) e possui uma base de dados eletrônica indexada aos nomes dos devedores.

•  O registro de garantias é um registro baseado em avisos e notificações,  que somente  arquiva notificações sobre a

existência de um direito de garantia (não os documentos subjacentes) e não realiza uma revisão legal da transação. O registro

também divulga informações sobre equivalentes funcionais aos direitos de garantia.


•  O registro de garantias permite aos credores assegurados (ou seus representantes) registrar, pesquisar, alterar ou cancelar

os direitos de garantia através da internet.

•  Os credores assegurados são pagos em primeiro lugar (por exemplo, antes de processos tributários e trabalhistas) quando

um devedor está inadimplente sem que haja um processo de falência.

•  Os credores assegurados são pagos em primeiro lugar (por exemplo, antes de processos tributários e trabalhistas) quando

uma empresa é liquidada.

•  Os credores assegurados estão sujeitos a uma suspensão automática em processos de execução quando um devedor entra

num processo de recuperação judicial. Além disto, a lei deve proteger os direitos dos credores assegurados, fornecendo

motivos claros para o relaxamento da suspensão automática (por exemplo, se houver um risco para a existência dos bens

móveis ou se os mesmos forem empregados num processo de reorganização societária da empresa ou na venda de uma

empresa em funcionamento) e definir prazos para esta suspensão.

•  A lei permite que as partes acordem no contrato de garantia que o credor pode fazer valer o seu direito de garantia fora do

tribunal; a lei permite que os bens sejam vendidos através de leilões públicos ou privados e também que o credor assegurado

tome posse dos ativos como forma de liquidação da dívida.

A pontuação deste índice varia entre 0 a 12, sendo que pontuações mais altas indicam que as leis de garantia e de falência

são melhor elaboradas, de forma a expandir o acesso ao crédito.

Reformas

O índice da eficiência dos direitos legais mede as mudanças que afetam a cada ano as transações asseguradas (com

garantia) e o direito de falência ou insolvência. Dependendo do seu impacto nos dados, certas mudanças são classificadas

como reformas regulatórias e incluídas na seção que apresenta as reformas identificadas pelo Doing Business em 2018/2019.

Para uma lei sobre transações com garantia ser considerada como aplicada na prática -  e portanto uma reforma identificada

pelo Doing Business -, o registro de garantias concedidas sobre bens móveis deve existir e se encontrar em funcionamento.

Esta seção do relatório lista as alterações significativas no ambiente regulatório das economias analisadas pelo projeto

durante este período. As reformas são classificadas em dois tipos: reformas que facilitam os negócios e reformas que

dificultam as atividades empresariais.

O índice da eficiência dos direitos legais utiliza os seguintes critérios para identificar as reformas que ocorrem nesta área:
Considera-se todas as mudanças que ocorrem nas leis e regulamentos e têm um impacto na pontuação de uma economia,

por alterarem o marco regulatório da criação, divulgação e execução de direitos não-possessórios de garantia e de seus

equivalentes funcionais. A cada ano, novas leis e alterações nas leis são estudadas para se verificar se estas contribuem para

facilitar a obtenção de crédito por pequenas e médias empresas, permitindo uma máxima flexibilidade na escolha dos ativos

que podem ser empregados como garantias. Não são considerados como reformas as alterações em manuais,

recomendações, princípios jurídicos, regras processuais ou na jurisprudência.

Reformas no índice da eficiência dos direitos legais incluem também a aprovação de uma lei sobre transações asseguradas

(com garantia), de um código civil, um código de insolvência, ou alterações nos mesmos. Considera-se ainda como reforma a

criação ou melhoria de algum dos aspectos analisados do registro de garantias. Por exemplo, a aprovação de uma lei que cria

um registro de garantias, acompanhada do estabelecimento, na prática, de um registro geograficamente centralizado,

unificando todos os tipos de ativos móveis e aberto às sociedades constituídas e não constituídas, que permita a busca pelo

nome do devedor, seria considerada como uma reforma realizada pela economia; esta iniciativa aumentaria a pontuação neste

índice em um ponto.

Informações sobre o Crédito

Os dados sobre o compartilhamento de informações sobre o crédito são obtidos em duas etapas. Primeiramente, as

autoridades de supervisão bancária e fontes públicas de informação sobre o crédito são pesquisadas para se confirmar a

presença de um provedor de serviços de informação sobre o crédito, como um bureau ou agência de crédito e um registro de

crédito. Em segundo lugar, quando for o caso, um questionário detalhado sobre a estrutura, as leis e as regras associadas ao

provedor de serviços de informação sobre o crédito é enviado à instituição. As respostas do questionário são verificadas

através de várias etapas de esclarecimentos juntos aos representantes dos provedores de serviços de informação sobre o

crédito, bem como através da confirmação de terceiros e consulta de fontes públicas. Os dados da pesquisa são também

verificados através de contatos como teleconferências ou através de viagens para a realização de reuniões e conferências.

Índice da profundidade das informações sobre o crédito

O índice da profundidade das informações sobre o crédito avalia as normas e práticas que afetam a cobertura, abrangência e

acessibilidade das informações sobre o crédito disponíveis num bureau de crédito ou registro de crédito. Uma pontuação de 1

é atribuída para cada uma das seguintes 8 características do bureau de crédito ou do registro de crédito (ou de ambos):

•  São compartilhados dados sobre pessoas físicas e jurídicas.


•  São compartilhadas informações de crédito positivas (por exemplo, os montantes dos empréstimos originais, montantes dos

empréstimos sem amortização e dados sobre pagamentos dentro do prazo) e informações negativas (por exemplo,

pagamentos em mora, número e montante das inadimplências).

•  São compartilhados dados fornecidos por empresas do ramo do comércio de bens ao público (retalhistas/varejistas)  ou

empresas de serviços públicos, bem como de instituições financeiras.

•  São compartilhados dados históricos de pelo menos 2 anos. Os bureaus e registros de crédito que distribuem dados

negativos de mais de 10 anos, ou que apagam os dados de pagamentos em atraso assim que os pagamentos são efetuados,

recebem uma pontuação de 0 neste componente.

•  São compartilhados dados sobre os empréstimos com um montante abaixo de 1% do PIB (produto interno bruto) per capita.

•  Por lei, os mutuários têm o direito de aceder aos seus dados no maior bureau ou registro de crédito na economia. Os

bureaus e registros de crédito que cobram mais de 1% do PIB per capita para os mutuários poderem inspecionar os seus

dados obtêm uma pontuação de 0 neste componente.  

•  Os bancos e outras instituições financeiras têm acesso on-line às informações de crédito (por exemplo, através de uma

plataforma eletrônica, uma conexão de sistema-a-sistema ou ambos).

•  O bureau ou registro de crédito oferece informações que auxiliam os bancos e outras instituições financeiras a avaliar a

solvabilidade dos mutuários.

A pontuação neste índice varia entre 0 a 8, com valores mais altos indicando a disponibilidade de mais informações sobre o

crédito por parte de um bureau de crédito ou um registro de crédito, facilitando as decisões do fornecimento de crédito. Caso o

bureau ou registro de crédito não se encontre em funcionamento ou abranja menos de 5% da população adulta da economia,

a pontuação no índice de profundidade das informações de crédito é de zero.  

Na Lituânia, por exemplo, existe tanto um bureau de crédito como um registro de crédito, com uma cobertura superior a 5% da

população adulta. Ambos distribuem dados sobre empresas e pessoas físicas (1 ponto). Embora o registro de crédito não

distribua dados sobre pagamentos efetuados dentro do prazo, o bureau de crédito apresenta de forma completa informações

positivas e negativas. Enquanto que o registro de crédito não apresenta informações sobre empresas atuantes no ramo do

comércio ou empresas de serviços públicos, o bureau de crédito o faz (1 ponto). Ambos distribuem dados históricos de pelo

menos 2 anos (1 ponto). Tanto o registro de crédito e o bureau de crédito distribuem dados sobre empréstimos de valor inferior

a 1% do PIB per capita (1 ponto). Os mutuários têm o direito de aceder aos seus dados, tanto no bureau de crédito como do
registro de crédito, gratuitamente, uma vez por ano (1 ponto). Ambas as entidades fornecem aos usuários acesso a bancos de

dados através de uma plataforma on-line (1 ponto). Embora o registro de crédito não forneça a pontuação de crédito das

empresas e pessoas físicas, o bureau de crédito o faz (1 ponto). A soma desses pontos dá à Lituânia uma pontuação de 8 no

índice da profundidade de informações sobre o crédito.

Grau de cobertura do bureau de crédito

O grau de cobertura do bureau de crédito se refere ao número de indivíduos e empresas listados no bureau de crédito no dia

1º de janeiro de 2019, com informações sobre o seu histórico de empréstimos dos últimos 5 anos, bem como ao número de

indivíduos e empresas que não tiveram histórico de empréstimos nos últimos cinco anos, mas para os quais um credor

solicitou um relatório de crédito no período entre 2 de janeiro de 2018 e 1º de janeiro de 2019. O número é expresso como

uma porcentagem da população adulta (faixa etária da população entre 15 e 64 anos em 2018, de acordo com dados dos

Indicadores de Desenvolvimento do Banco Mundial).

Um bureau de crédito é definido como uma empresa privada ou organização sem fins lucrativos que mantém um banco de

dados sobre a capacidade creditícia dos mutuários (indivíduos ou empresas) no sistema financeiro e facilita a troca de

informações entre os credores. Na prática, muitos bureaus de crédito prestam apoio às atividades bancárias e às atividades

gerais de supervisão financeira, embora este não seja o seu objetivo primordial. Os bureaus de crédito que não facilitam

diretamente a troca de informações entre os bancos e outras instituições financeiras não são considerados pelo estudo. Se

nenhum serviço de bureau de crédito estiver em funcionamento, o valor de cobertura será considerado como sendo igual a

0,0%.

Grau de cobertura do registro de crédito

O grau de cobertura de registro de crédito se refere ao número de indivíduos e empresas listados num registro de crédito no

dia 1º de janeiro de 2019, com informações sobre o seu histórico de empréstimos dos últimos 5 anos, bem como ao número

de indivíduos e empresas que não tiveram histórico de empréstimos nos últimos cinco anos, mas para os quais um credor

solicitou um relatório de crédito no período entre 2 de janeiro de 2018 e 1º de janeiro de 2019. O número é expresso como

uma porcentagem da população adulta (faixa etária da população entre 15 e 64 anos em 2018, de acordo com dados dos

Indicadores de Desenvolvimento do Banco Mundial).

Um registro de crédito é definido como um banco de dados gerido pelo setor público, geralmente pelo banco central ou pelo

órgão superintendente dos bancos, que auxilia principalmente a supervisão bancária e ao mesmo tempo facilita o intercâmbio
de informações entre bancos e as instituições financeiras regulamentadas. Se nenhum registro de crédito estiver em

funcionamento, o valor de cobertura será considerado como sendo igual a 0,0%.

Reformas

O índice da profundidade das informações sobre o crédito mede anualmente as alterações que afetam a cobertura, a

abrangência e a acessibilidade das informações sobre o crédito através de um bureau ou registro de crédito. Dependendo do

seu impacto nos dados, certas alterações são classificadas como reformas regulatórias e incluídas na seção que apresenta as

reformas identificadas pelo Doing Business em 2018/2019. Esta seção do relatório lista alterações significativas no ambiente

regulatório das economias analisadas pelo projeto durante este período. As reformas são classificadas em dois tipos: reformas

que facilitam os negócios e reformas que dificultam as atividades empresariais. Este índice utiliza três critérios para identificar

as reformas que ocorrem nesta área.

Em primeiro lugar, são classificadas como reformas todas as alterações nas leis, regulamentos e práticas que têm um impacto

na pontuação de uma economia. Exemplos de reformas incluem iniciativas para o compartilhamento de informações positivas

de crédito, de informações oriundas de empresas do ramo do comércio ou de empresas de serviços públicos, ou a introdução

de notas de crédito como ferramenta para a análise da situação creditícia. Qualquer alteração que melhore a pontuação de

uma economia em algum dos oito componentes analisados é considerada como uma reforma, sendo que certas reformas

podem afetar mais de um componente. Por exemplo, o estabelecimento de um novo bureau de crédito, que abrange mais de

5% da população adulta e compartilha através da internet informações positivas e negativas sobre empresas e pessoas

físicas, seria considerado como uma reforma que aumentaria em três pontos a pontuação da economia nesta área. Por outro

lado, a aprovação de uma lei garantindo o direito dos devedores de consultar os seus dados no principal bureau de crédito ou

registro de crédito da economia seria considerada como uma reforma que aumentaria em um ponto a pontuação da economia.

Em segundo lugar, alterações que levem a um aumento superior a 5% da população adulta no grau de cobertura do principal

bureau de crédito ou registro de crédito da economia também são classificadas como reformas. De acordo com a metodologia

deste índice, se o bureau ou registro de crédito não for operacional ou não cobrir 5% da população adulta, a pontuação da

economia neste índice é equivalente a zero. Desta forma, o impacto de cada reforma dependerá das características de cada

economia no que diz respeito às informações sobre o crédito. Por exemplo, expansões na cobertura da população que não

atinjam o limite dos 5% da população adulta não são consideradas como reformas, porém o seu impacto é refletido nos dados

publicados sobre esta economia.

Por fim, em certas ocasiões, o índice considera como reformas alterações na lei que não trazem um impacto imediato nos
dados. Isto é válido para alterações particularmente significativas na legislação, como a aprovação de uma nova lei permitindo

a existência de um bureau ou registro de crédito ou a aprovação de leis sobre a proteção das informações sobre o crédito.

Os dados sobre a obtenção de crédito em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org. A

metodologia foi desenvolvida por Djankov, McLiesh e Shleifer (2007) e é adotada com pequenas modificações.

Execução de Contratos

O Doing Business mede o tempo e o custo para a resolução de disputas comerciais através de um tribunal de primeira

instância local, bem como a qualidade dos processos judiciais, determinando se uma economia adota uma série de boas

práticas de forma a promover a qualidade e eficiência do sistema judicial. Os dados são obtidos através do estudo dos códigos

de processo civil e de outros regulamentos judiciais, bem como através de questionários preenchidos por juízes e advogados

especializados no tema. A classificação das economias em termos da facilidade de executar contratos é determinada pelas

suas pontuações nesta área. Estas pontuações são obtidas pela média simples dos 3 indicadores que compõem este tópico.

Eficiência da resolução de disputas comerciais

Os dados sobre o tempo e os custos para se resolver uma disputa comercial são obtidos seguindo a evolução passo a passo

de uma disputa a respeito de uma transação entre duas empresas. Os dados são obtidos considerando-se a resolução de

uma disputa comercial em um tribunal específico para cada cidade analisada, tendo-se em vista as suposições sobre o caso

descrito a seguir. É considerado como sendo o tribunal competente o que tiver jurisdição sobre disputas no valor de 200% do

PIB (produto interno bruto) per capita da economia ou de US$ 5.000 (considera-se o valor mais elevado). Se mais de um

tribunal tiver jurisdição sobre casos similares a este estudo de caso, considera-se o tribunal que for utilizado pelos litigantes na

maioria dos casos. O nome do tribunal competente em cada economia é publicado na página do Doing Business na internet

(http://www.doingbusiness.org/en/data/exploretopics/enforcing-contracts). Em 11 economias para as quais os dados sobre a

segunda maior cidade comercial do país também são obtidos, o nome do tribunal competente nessa cidade também é

informado.  

Suposições sobre o caso

•  O valor da reivindicação é igual a 200% do PIB per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado.
•  A disputa abrange uma transação legal entre duas empresas (Vendedora e Compradora), localizadas na maior cidade

comercial da economia (em 11 economias também são obtidos dados sobre a segunda maior cidade comercial). De acordo

com o contrato de venda assinado entre as partes, a Vendedora vende para a Compradora produtos no valor de 200% do PIB

per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado. Após a entrega das mercadorias para a Compradora, esta

recusou-se a pagar pelos produtos alegando que as mercadorias fornecidas não tinham a qualidade adequada. Tendo em

conta que os produtos foram feitos sob medida, a Vendedora não poderia revendê-los a terceiros.

•  A Vendedora (o reclamante) processou a Compradora (a ré), visando recuperar o valor estipulado no contrato de venda. A

disputa acontece perante o tribunal localizado na maior cidade comercial da economia, com jurisdição sobre casos comerciais

no valor em questão.

•  No começo do litígio, a Vendedora penhorou os ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e

veículos) antes da obtenção da sentença, por receio de que a Compradora pudesse tornar-se insolvente.

•  A alegação é contestada quanto ao mérito, uma vez que a Compradora alega que a qualidade das mercadorias não era

adequada. Como o tribunal não consegue decidir sobre o caso com base apenas em provas documentais, um parecer deve

ser dado sobre a qualidade das mercadorias. Cada uma das partes convoca uma testemunha perita, caso isto seja uma

prática comum na economia. Em economias onde a prática comum é a nomeação por um juiz, considera-se que o juiz nomeia

um perito independente. Nestes casos, o juiz não permite a oposição à prova pericial.

•  Na sequência do parecer dos peritos, o juiz decide que os bens entregues pela Vendedora eram de qualidade adequada e

que a Compradora deve pagar o preço estipulado no contrato. Assim, o juiz faz um julgamento final que é 100% a favor da

Vendedora. A Compradora decidiu não recorrer da sentença. A Vendedora decide começar a cumprir a sentença assim que

decorrer o tempo atribuído por lei para recursos.

•  A Vendedora toma todas as medidas necessárias para a pronta execução da sentença. O dinheiro é obtido com sucesso por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e veículos).

Considera-se que a Compradora não possui fundos depositados na sua conta bancária, o que torna impossível a execução da

sentença através do confisco das reservas depositadas em conta bancária.

Tempo

O tempo é registrado em dias corridos, contado desde o momento em que a Vendedora inicia a ação processual no tribunal

até o momento do pagamento do valor em disputa. O cálculo do tempo inclui tanto os dias em que ocorrem as ações como os

períodos de espera entre elas. É registrada a duração média das três seguintes fases da solução de disputas comerciais: (i)
citação do processo, (ii) julgamento e sentença e (iii) execução da sentença. O tempo de cada fase é registrado considerando-

se o tribunal competente e as premissas de caso mencionadas anteriormente. O tempo é registrado com base no que ocorre

na prática; se não forem observados na maioria dos casos, os prazos estabelecidos na lei não são considerados.

I. A fase de citação do processo inclui:

• O tempo para a Vendedora entrar em contato com a Compradora e tentar obter o pagamento pelos bens vendidos por via

extra-judicial, através de uma solicitação não-litigiosa, incluindo-se o tempo para preparar a solicitação e o prazo conferido à

Compradora para realizar o pagamento.

• O tempo para um advogado preparar a queixa inicial e coletar (e autenticar ou certificar em cartório, se necessário) os

documentos necessários para apresentar a queixa.

• O tempo para se apresentar a queixa ao tribunal.

• O tempo de citação do processo à parte ré, incluindo-se o tempo de recepção da queixa no tribunal e períodos de espera

entre as tentativas de comunicação à parte ré, se normalmente for necessária mais de uma tentativa de comunicação da

queixa.

II. A fase de julgamento e sentença inclui:

• O tempo entre a comunicação do litígio à Compradora e o agendamento de uma reunião pré-julgamento, se o tribunal em

questão empregar tais reuniões nestes casos.

• O tempo entre a reunião pré-julgamento e a primeira audiência, se o tribunal em questão empregar tais reuniões. Caso não

haja reuniões pré-julgamento, considera-se o tempo entre a comunicação do litígio e a primeira audiência.

• O tempo para a realização de todas as ações relacionadas ao julgamento, como a apresentação das evidências, a

organização de várias audiências e a obtenção do parecer de um ou mais peritos.

• O tempo para o juiz emitir a sentença final por escrito, uma vez terminado o período de apresentação das evidências.

• O prazo para apresentação de um recurso judicial.

III. A fase de execução da sentença inclui:


• O tempo para a Vendedora obter uma cópia executável da sentença e entrar em contato com o órgão relevante para iniciar o

processo de execução.

• O tempo para se localizar, identificar, confiscar e transportar os bens móveis da Compradora (incluindo-se o tempo de

obtenção de uma ordem judicial para o confisco dos ativos, se for o caso). 

• O tempo para se anunciar, organizar e realizar um leilão. Se normalmente a realização de mais de um leilão for necessária

nestes casos, inclui-se o tempo entre a realização de cada leilão.

• O tempo para a Vendedora recuperar inteiramente o valor da queixa, após a realização de um ou mais leilões.

Custo

O custo é registrado como um percentual do valor reivindicado, supostamente equivalente a 200% do PIB per capita ou US$

5.000, o que for mais elevado. São registrados três tipos de custos: valor médio dos honorários dos advogados, custos

processuais e custos de execução.

Os custos dos honorários dos advogados são equivalentes ao valor médio dos honorários que a Vendedora (reclamante)

precisa adiantar a um defensor local para representá-la no caso em análise. Os custos processuais incluem todos os custos

do processo que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar ao tribunal, independentemente do custo final para a Vendedora.

Os custos de execução são todos os custos que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar para executar a sentença por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora, independentemente do custo final para a Vendedora.

Custos extra-oficiais não são levados em consideração. 

Qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais analisa se cada economia adota uma série de boas práticas em quatro áreas de

seu sistema judicial: estrutura e procedimentos dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução

alternativa de controvérsias.

Índice de estrutura e procedimentos dos tribunais

O índice de estrutura e procedimentos dos tribunais possui cinco componentes:

•  Se existe um tribunal comercial especializado ou uma seção dedicada unicamente a audiências de ações comerciais. Em

caso afirmativo, são atribuídos 1,5 pontos; em caso negativo, 0.


•  Se existe um tribunal de pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas. É atribuído 1 ponto se existir

tal tribunal ou processo, se ele for aplicável a todas as ações civis e se a lei determinar um teto para o valor das ações que

podem ser tratadas por intermédio desse tribunal ou processo. O ponto é atribuído somente se um tribunal de pequenas

causas empregar um processo simplificado ou se o processo para pequenas causas for simplificado. Atribui-se 0,5 pontos se

as partes puderem representar a si próprias perante esse tribunal ou durante esse processo. Se não houver um tribunal de

pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas, é atribuída uma pontuação de 0.

•  Se os demandantes puderem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam que esses

bens possam ser retirados da jurisdição ou dissipados de outra forma. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 1;

em caso negativo, 0.

•  Se os processos são designados aleatória e automaticamente a juízes da corte competente. É atribuída uma pontuação de 1

se a designação dos processos for aleatória e automática; 0,5 se for aleatória, mas não automática; 0 se não for nem

aleatória, nem automática.

•  Se o testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem. É atribuída uma pontuação de -1 se

a lei diferenciar entre o ônus do testemunho de uma mulher e de um homem em qualquer caso de processo civil, incluindo-se

os litígios de natureza familiar; 0 se não houver distinção de gênero estabelecida na lei.

O índice varia de 0 a 5, sendo que os valores mais elevados indicam uma estrutura judicial mais sofisticada e eficiente. Na

Bósnia e Herzegóvina, por exemplo, existe um tribunal comercial especial (1,5 pontos) e as pequenas causas podem ser

resolvidas por intermédio de uma divisão específica, na qual a auto-representação é permitida (1,5 pontos). Os demandantes

podem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam uma possível dissipação desses bens

durante o julgamento (1 ponto). Os processos são designados aleatoriamente por meio de um sistema eletrônico de gestão de

processos (1 ponto). O testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem (0 pontos). A soma

desses números dá à Bósnia e Herzegóvina uma pontuação de 5 no índice de estrutura e procedimentos dos tribunais.

Índice de gestão de processos

O índice de gestão de processos tem seis componentes:

• Se as leis ou regulamentos pertinentes no código de processo civil preveem prazos para pelo menos três dos seguintes

eventos judiciais relevantes: (i) entrega da citação; (ii) primeira audiência; (iii) ajuizamento da contestação; (iv) término do

período probatório; e (v) apresentação do julgamento final. É atribuída uma pontuação de 1 se esses prazos estiverem

disponíveis e forem respeitados em mais de 50% dos casos; 0,5 se estiverem disponíveis, mas não forem respeitados em
mais de 50% dos casos; 0 se não houver prazos estabelecidos na lei para no mínimo três dentre os eventos judiciais acima

descritos.

•  Se existem leis que regulem o número máximo de adiamentos que possam ser concedidos, se os adiamentos são limitados

por lei para circunstâncias imprevistas e excepcionais e se essas regras são respeitadas em mais de 50% dos casos. É

atribuída uma pontuação de 1 se as três condições forem atendidas; 0,5 se somente duas das três condições forem atendidas;

0 se apenas uma ou nenhuma condição for atendida.

• Se existem relatórios disponíveis ao público acerca do desempenho do tribunal competente, de forma a supervisionar o

andamento dos processos e garantir a conformidade com os prazos estabelecidos. É atribuída uma pontuação de 1 se pelo

menos dois dos quatro relatórios a seguir estiverem disponíveis ao público: (i) relatório sobre tempo de espera pela sentença

(medindo o tempo para o tribunal emitir sentenças); (ii) relatório sobre a taxa de desembaraço (medindo o número de casos

recebidos e casos solucionados pelo tribunal); (iii) relatório sobre a situação dos casos pendentes (mencionando todos os

casos pendentes por tipo de caso, tempo de pendência, última ação realizada e próxima ação agendada); (iv) relatório sobre o

andamento de uma ação individual (mencionando a situação em que se encontra um caso específico). Atribui-se 0 pontos se

somente um ou nenhum desses relatórios estiver disponível para consulta pública.

•  Se uma audiência preliminar se encontra entre as técnicas de gestão de processos utilizadas perante o juiz competente e

pelo menos três das seguintes questões são discutidas durante a audiência preliminar. (i) programação (inclusive o

cronograma para protocolar moções e outros documentos em juízo); (ii) complexidade do processo e previsão de duração do

julgamento; (iii) possibilidade de acordo ou resolução alternativa de controvérsias; (iv) troca de listas de testemunhas; (v)

provas; (iv) jurisdição e outras questões processuais; e (vii) restrição de questões controversas. É atribuída uma pontuação de

1 se for realizada uma audiência preliminar na qual pelo menos três desses eventos forem discutidos no tribunal competente;

0 em caso negativo.

•  Se os juízes do tribunal competente utilizam um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das

seguintes finalidades: (iI) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) gerar automaticamente um cronograma de

audiências para todas as ações em suas pautas; (iii) enviar notificações eletrônicas (por exemplo, via e-mail) a advogados; (iv)

acompanhar o status de um processo em suas pautas; (v) visualizar e gerir documentos dos processos (petições, moções);

(vi) auxiliar em julgamentos por escrito; (vii) gerar decisões judiciais semi-automaticamente; e (viii) visualizar decisões judiciais

e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de processos

estiver disponível para que os juízes possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso negativo.
•  Se os advogados podem utilizar um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das seguintes

finalidades: (i) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) ter acesso a formulários que possam ser apresentados no

tribunal; (iii) receber notificações (por exemplo, e-mails); (iv) acompanhar o status de um processo; (v) visualizar e gerir

documentos dos processos (petições, moções); (vi) protocolar petições e documentos em juízo; e (vii) visualizar decisões

judiciais e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de

processos estiver disponível para que os advogados possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso

negativo.

O índice varia entre 0 e 6, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema de gestão de processos com um maior

grau de qualidade e eficiência. Na Austrália, por exemplo, os prazos para pelo menos três eventos judiciais importantes estão

compreendidos em instrumentos de processo civil pertinentes e são respeitados em mais de 50% dos casos (1 ponto). A lei

determina que somente podem ser concedidos adiamentos em circunstâncias imprevistas e excepcionais e essa regra é

respeitada em mais de 50% dos casos (0,5 pontos). Relatórios sobre o tempo de espera pela sentença, sobre a taxa de

desembaraço e sobre a situação dos casos pendentes podem ser obtidos junto ao tribunal competente (1 ponto). Uma

audiência preliminar está entre as técnicas de gestão de processos utilizadas pelo Tribunal Distrital da Nova Gales do Sul (1

ponto). Um sistema eletrônico de gestão de processos que atende aos critérios descritos acima está disponível para juízes (1

ponto) e advogados (1 ponto). A soma desses pontos confere à Austrália uma pontuação de 5,5 no índice de gestão de

processos, a pontuação mais elevada obtida por uma economia neste índice.

Índice de automação dos tribunais

O índice de automação dos tribunais possui quatro componentes:

•  Se a petição inicial pode ser apresentada eletronicamente por intermédio de uma plataforma especializada no tribunal

competente (não se considera a apresentação de queixas por e-mail ou fax). Atribui-se 1 ponto se existir uma plataforma

eletrônica e se as partes litigantes não precisam enviar uma cópia impressa da petição, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência da plataforma eletrônica independentemente do número de usuários, porém somente se

especialistas locais a tiverem utilizado de forma a poder confirmar que esta se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para se apresentar a petição inicial.

• Se, para casos apresentados ao tribunal competente, a petição inicial pode ser citada ao réu eletronicamente, por meio de

sistema especializado ou por e-mail, fax ou SMS (serviço de mensagem de texto). Atribui-se 1 ponto se houver um sistema

eletrônico para citação da petição inicial ao réu sem interações presenciais, ou zero pontos se não for o caso. Considera-se a

existência do sistema eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se especialistas locais o tiverem
utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma interação presencial for

necessária para citar a petição inicial ao réu.

•  Se, para casos apresentados ao tribunal competente, as custas judiciais podem ser pagas eletronicamente, por meio de

plataforma especializada ou mediante serviço bancário on-line. Atribui-se 1 ponto se as custas judiciais puderem ser pagas

eletronicamente e se as partes litigantes não precisarem enviar uma cópia do recibo, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência do pagamento eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se

especialistas locais o tiverem utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para o pagamento das custas judiciais.

•  Se as sentenças apresentadas por tribunais locais estão disponíveis ao público mediante publicação em diários oficiais, em

jornais ou na internet. É atribuído 1 ponto se as sentenças apresentadas em processos comerciais em todos os níveis estão

disponíveis ao público; 0,5 se somente sentenças apresentadas no nível de tribunal de segunda instância ou na Suprema

Corte estiverem disponíveis ao público; zero pontos em todos os outros casos. Nenhum ponto é atribuído se for necessário

solicitar cada sentença ao tribunal ou se for necessário informar o número do caso ou informações sobre as partes litigantes

para se obter uma cópia da sentença.

O índice varia de 0 a 4, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema judicial mais automatizado, eficiente e

transparente. Na Estônia, por exemplo, as notificações iniciais podem ser apresentadas on-line (1 ponto), podem ser citadas

ao réu eletronicamente (1 ponto) e as custas judiciais também podem ser pagas eletronicamente (1 ponto). Ademais, as

sentenças de processos comerciais em todos os níveis estão disponíveis ao público através da internet (1 ponto). A soma

desses pontos dá à Estônia uma pontuação de 4 no índice de automação dos tribunais.

Índice de resolução alternativa de controvérsias

O índice de resolução alternativa de controvérsias tem seis componentes:

•  Se a arbitragem comercial nacional é regida por uma lei consolidada, capítulo consolidado, ou seção do código de processo

civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso

negativo, 0.

•  Se litígios comerciais de todas as espécies – com exceção daqueles que tratam da ordem pública, política pública, falência,

direitos do consumidor, questões trabalhistas ou propriedade intelectual – podem ser submetidas a arbitragem. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.


•  Se cláusulas ou acordos arbitrais válidos são aplicados pelos tribunais locais em mais de 50% dos casos. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se a mediação voluntária, a conciliação ou ambas são uma forma reconhecida de se solucionar litígios comerciais. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se a mediação voluntária, conciliação ou ambas são regidas por uma lei consolidada, capítulo consolidado ou seção do

código de processo civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma

pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se existem incentivos financeiros para as partes tentarem a mediação ou conciliação (por exemplo, se a mediação ou

conciliação for bem-sucedida, há restituição de taxas de registro no tribunal, crédito fiscal ou outra medida correlata). Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

O índice varia de 0 a 3, estando os valores mais elevados associados à maior disponibilidade de mecanismos de resolução

alternativa de controvérsias. Em Israel, por exemplo, a arbitragem é regulamentada por meio de um estatuto dedicado ao tema

(0,5 pontos), todos os litígios comerciais podem ser submetidos à arbitragem (0,5 pontos) e cláusulas de arbitragem válidas

são geralmente aplicadas pelos tribunais (0,5 pontos). A mediação voluntária é uma forma reconhecida de solucionar litígios

comerciais (0,5 pontos ), é regulamentada por um estatuto dedicado ao tema (0,5 pontos) e parte das taxas de registro é

reembolsada se o processo for bem-sucedido (0,5 pontos). A soma desses pontos dá a Israel uma pontuação de 3 no índice

de resolução alternativa de controvérsias.

Índice da qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais é obtido pela soma das pontuações nos índices de estrutura e procedimentos

dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução alternativa de controvérsias. A pontuação neste

índice varia de 0 a 18, sendo que os valores mais elevados indicam processos judiciais mais eficientes e de melhor qualidade.

Reformas

O tópico da execução de contratos documenta alterações que afetam a eficiência e a qualidade dos sistemas de resolução de

disputas comerciais. Dependendo do seu impacto nos dados, certas alterações são classificadas como reformas e

mencionadas no sumário de reformas de 2018-2019 do Doing Business. As reformas são divididas em dois tipos: as que

facilitam as atividades comerciais e as que as dificultam. O tópico da execução de contratos utiliza três critérios para identificar

uma reforma.
Em primeiro lugar, alterações legislativas e regulamentares que impactem a pontuação do índice de qualidade dos processos

judiciais da economia são consideradas reformas. Exemplos incluem a introdução de arquivamento eletrônico para a queixa

inicial, a criação de um tribunal ou divisão comercial, ou a introdução de um sistema dedicado à resolução de pequenas

causas. Alterações que afetem a qualidade do índice de qualidade dos processos judiciais podem variar em âmbito e

dimensão. Por exemplo, a implementação de um novo sistema eletrônico de gestão de casos para uso de juízes e advogados

representa uma reforma com um impacto de dois pontos no índice, enquanto que a introdução de incentivos ao uso de

mediação representa uma reforma com um impacto de 0,5 pontos.

Em segundo lugar, as reformas que impactem o tempo e custo médios para a resolução de disputas comerciais são

identificadas com base na variação, em termos absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia neste tópico. De

acordo com a metodologia, é classificada como reforma qualquer atualização na legislação que tenha um impacto igual ou

superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou

mais na pontuação da economia, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei, variam em função do

salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo das pontuações no

relatório Doing Business).

Por outro lado, não são consideradas reformas pequenas alterações nas taxas cobradas e outras mudanças de menor

impacto por não afetarem a distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia em no mínimo 2%, ou

por não afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados sobre a resolução de disputas

comerciais são atualizados em cada edição do relatório Doing Business de acordo com tais alterações

Por fim, alterações legislativas de uma magnitude excecional, como revisões significativas no código de processo civil ou na

legislação sobre a execução de sentenças podem ser consideradas reformas, por terem um impacto previsto no tempo e custo

de solução de disputas comerciais no futuro.

Os dados sobre a execução de contratos em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org. A

metodologia foi desenvolvida por Djankov et al (2003) e é aqui adotada com pequenas modificações. O índice de qualidade

dos processos judiciais foi introduzido no relatório Doing Business 2016. As pontuações estabelecidas por este índice foram

determinadas com base em boas práticas internacionalmente reconhecidas, que visam promover a eficiência do sistema

judiciário.

 
O projeto Contratando Trabalhadores mede a flexibilidade da regulamentação do emprego, especificamente no que se refere
às áreas de contratação, jornada de trabalho e regras e custos de redundância. A rodada mais recente de coleta de dados foi
concluída em maio de 2019. O objetivo do conjunto de dados do Contratando Trabalhadores é servir como fonte de
informação para formuladores de políticas, acadêmicos, pesquisadores e o setor privado interessados em regulamentações de
emprego em todo o mundo

Execução de Contratos

O Doing Business mede o tempo e o custo para a resolução de disputas comerciais através de um tribunal de primeira

instância local, bem como a qualidade dos processos judiciais, determinando se uma economia adota uma série de boas

práticas de forma a promover a qualidade e eficiência do sistema judicial. Os dados são obtidos através do estudo dos códigos

de processo civil e de outros regulamentos judiciais, bem como através de questionários preenchidos por juízes e advogados

especializados no tema. A classificação das economias em termos da facilidade de executar contratos é determinada pelas

suas pontuações nesta área. Estas pontuações são obtidas pela média simples dos 3 indicadores que compõem este tópico.

Eficiência da resolução de disputas comerciais

Os dados sobre o tempo e os custos para se resolver uma disputa comercial são obtidos seguindo a evolução passo a passo

de uma disputa a respeito de uma transação entre duas empresas. Os dados são obtidos considerando-se a resolução de

uma disputa comercial em um tribunal específico para cada cidade analisada, tendo-se em vista as suposições sobre o caso

descrito a seguir. É considerado como sendo o tribunal competente o que tiver jurisdição sobre disputas no valor de 200% do

PIB (produto interno bruto) per capita da economia ou de US$ 5.000 (considera-se o valor mais elevado). Se mais de um

tribunal tiver jurisdição sobre casos similares a este estudo de caso, considera-se o tribunal que for utilizado pelos litigantes na

maioria dos casos. O nome do tribunal competente em cada economia é publicado na página do Doing Business na internet

(http://www.doingbusiness.org/en/data/exploretopics/enforcing-contracts). Em 11 economias para as quais os dados sobre a

segunda maior cidade comercial do país também são obtidos, o nome do tribunal competente nessa cidade também é

informado.  

Suposições sobre o caso

•  O valor da reivindicação é igual a 200% do PIB per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado.

•  A disputa abrange uma transação legal entre duas empresas (Vendedora e Compradora), localizadas na maior cidade

comercial da economia (em 11 economias também são obtidos dados sobre a segunda maior cidade comercial). De acordo

com o contrato de venda assinado entre as partes, a Vendedora vende para a Compradora produtos no valor de 200% do PIB

per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado. Após a entrega das mercadorias para a Compradora, esta
recusou-se a pagar pelos produtos alegando que as mercadorias fornecidas não tinham a qualidade adequada. Tendo em

conta que os produtos foram feitos sob medida, a Vendedora não poderia revendê-los a terceiros.

•  A Vendedora (o reclamante) processou a Compradora (a ré), visando recuperar o valor estipulado no contrato de venda. A

disputa acontece perante o tribunal localizado na maior cidade comercial da economia, com jurisdição sobre casos comerciais

no valor em questão.

•  No começo do litígio, a Vendedora penhorou os ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e

veículos) antes da obtenção da sentença, por receio de que a Compradora pudesse tornar-se insolvente.

•  A alegação é contestada quanto ao mérito, uma vez que a Compradora alega que a qualidade das mercadorias não era

adequada. Como o tribunal não consegue decidir sobre o caso com base apenas em provas documentais, um parecer deve

ser dado sobre a qualidade das mercadorias. Cada uma das partes convoca uma testemunha perita, caso isto seja uma

prática comum na economia. Em economias onde a prática comum é a nomeação por um juiz, considera-se que o juiz nomeia

um perito independente. Nestes casos, o juiz não permite a oposição à prova pericial.

•  Na sequência do parecer dos peritos, o juiz decide que os bens entregues pela Vendedora eram de qualidade adequada e

que a Compradora deve pagar o preço estipulado no contrato. Assim, o juiz faz um julgamento final que é 100% a favor da

Vendedora. A Compradora decidiu não recorrer da sentença. A Vendedora decide começar a cumprir a sentença assim que

decorrer o tempo atribuído por lei para recursos.

•  A Vendedora toma todas as medidas necessárias para a pronta execução da sentença. O dinheiro é obtido com sucesso por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e veículos).

Considera-se que a Compradora não possui fundos depositados na sua conta bancária, o que torna impossível a execução da

sentença através do confisco das reservas depositadas em conta bancária.

Tempo

O tempo é registrado em dias corridos, contado desde o momento em que a Vendedora inicia a ação processual no tribunal

até o momento do pagamento do valor em disputa. O cálculo do tempo inclui tanto os dias em que ocorrem as ações como os

períodos de espera entre elas. É registrada a duração média das três seguintes fases da solução de disputas comerciais: (i)

citação do processo, (ii) julgamento e sentença e (iii) execução da sentença. O tempo de cada fase é registrado considerando-

se o tribunal competente e as premissas de caso mencionadas anteriormente. O tempo é registrado com base no que ocorre

na prática; se não forem observados na maioria dos casos, os prazos estabelecidos na lei não são considerados.
I. A fase de citação do processo inclui:

• O tempo para a Vendedora entrar em contato com a Compradora e tentar obter o pagamento pelos bens vendidos por via

extra-judicial, através de uma solicitação não-litigiosa, incluindo-se o tempo para preparar a solicitação e o prazo conferido à

Compradora para realizar o pagamento.

• O tempo para um advogado preparar a queixa inicial e coletar (e autenticar ou certificar em cartório, se necessário) os

documentos necessários para apresentar a queixa.

• O tempo para se apresentar a queixa ao tribunal.

• O tempo de citação do processo à parte ré, incluindo-se o tempo de recepção da queixa no tribunal e períodos de espera

entre as tentativas de comunicação à parte ré, se normalmente for necessária mais de uma tentativa de comunicação da

queixa.

II. A fase de julgamento e sentença inclui:

• O tempo entre a comunicação do litígio à Compradora e o agendamento de uma reunião pré-julgamento, se o tribunal em

questão empregar tais reuniões nestes casos.

• O tempo entre a reunião pré-julgamento e a primeira audiência, se o tribunal em questão empregar tais reuniões. Caso não

haja reuniões pré-julgamento, considera-se o tempo entre a comunicação do litígio e a primeira audiência.

• O tempo para a realização de todas as ações relacionadas ao julgamento, como a apresentação das evidências, a

organização de várias audiências e a obtenção do parecer de um ou mais peritos.

• O tempo para o juiz emitir a sentença final por escrito, uma vez terminado o período de apresentação das evidências.

• O prazo para apresentação de um recurso judicial.

III. A fase de execução da sentença inclui:

• O tempo para a Vendedora obter uma cópia executável da sentença e entrar em contato com o órgão relevante para iniciar o

processo de execução.
• O tempo para se localizar, identificar, confiscar e transportar os bens móveis da Compradora (incluindo-se o tempo de

obtenção de uma ordem judicial para o confisco dos ativos, se for o caso). 

• O tempo para se anunciar, organizar e realizar um leilão. Se normalmente a realização de mais de um leilão for necessária

nestes casos, inclui-se o tempo entre a realização de cada leilão.

• O tempo para a Vendedora recuperar inteiramente o valor da queixa, após a realização de um ou mais leilões.

Custo

O custo é registrado como um percentual do valor reivindicado, supostamente equivalente a 200% do PIB per capita ou US$

5.000, o que for mais elevado. São registrados três tipos de custos: valor médio dos honorários dos advogados, custos

processuais e custos de execução.

Os custos dos honorários dos advogados são equivalentes ao valor médio dos honorários que a Vendedora (reclamante)

precisa adiantar a um defensor local para representá-la no caso em análise. Os custos processuais incluem todos os custos

do processo que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar ao tribunal, independentemente do custo final para a Vendedora.

Os custos de execução são todos os custos que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar para executar a sentença por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora, independentemente do custo final para a Vendedora.

Custos extra-oficiais não são levados em consideração. 

Qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais analisa se cada economia adota uma série de boas práticas em quatro áreas de

seu sistema judicial: estrutura e procedimentos dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução

alternativa de controvérsias.

Índice de estrutura e procedimentos dos tribunais

O índice de estrutura e procedimentos dos tribunais possui cinco componentes:

•  Se existe um tribunal comercial especializado ou uma seção dedicada unicamente a audiências de ações comerciais. Em

caso afirmativo, são atribuídos 1,5 pontos; em caso negativo, 0.

•  Se existe um tribunal de pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas. É atribuído 1 ponto se existir

tal tribunal ou processo, se ele for aplicável a todas as ações civis e se a lei determinar um teto para o valor das ações que

podem ser tratadas por intermédio desse tribunal ou processo. O ponto é atribuído somente se um tribunal de pequenas
causas empregar um processo simplificado ou se o processo para pequenas causas for simplificado. Atribui-se 0,5 pontos se

as partes puderem representar a si próprias perante esse tribunal ou durante esse processo. Se não houver um tribunal de

pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas, é atribuída uma pontuação de 0.

•  Se os demandantes puderem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam que esses

bens possam ser retirados da jurisdição ou dissipados de outra forma. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 1;

em caso negativo, 0.

•  Se os processos são designados aleatória e automaticamente a juízes da corte competente. É atribuída uma pontuação de 1

se a designação dos processos for aleatória e automática; 0,5 se for aleatória, mas não automática; 0 se não for nem

aleatória, nem automática.

•  Se o testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem. É atribuída uma pontuação de -1 se

a lei diferenciar entre o ônus do testemunho de uma mulher e de um homem em qualquer caso de processo civil, incluindo-se

os litígios de natureza familiar; 0 se não houver distinção de gênero estabelecida na lei.

O índice varia de 0 a 5, sendo que os valores mais elevados indicam uma estrutura judicial mais sofisticada e eficiente. Na

Bósnia e Herzegóvina, por exemplo, existe um tribunal comercial especial (1,5 pontos) e as pequenas causas podem ser

resolvidas por intermédio de uma divisão específica, na qual a auto-representação é permitida (1,5 pontos). Os demandantes

podem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam uma possível dissipação desses bens

durante o julgamento (1 ponto). Os processos são designados aleatoriamente por meio de um sistema eletrônico de gestão de

processos (1 ponto). O testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem (0 pontos). A soma

desses números dá à Bósnia e Herzegóvina uma pontuação de 5 no índice de estrutura e procedimentos dos tribunais.

Índice de gestão de processos

O índice de gestão de processos tem seis componentes:

• Se as leis ou regulamentos pertinentes no código de processo civil preveem prazos para pelo menos três dos seguintes

eventos judiciais relevantes: (i) entrega da citação; (ii) primeira audiência; (iii) ajuizamento da contestação; (iv) término do

período probatório; e (v) apresentação do julgamento final. É atribuída uma pontuação de 1 se esses prazos estiverem

disponíveis e forem respeitados em mais de 50% dos casos; 0,5 se estiverem disponíveis, mas não forem respeitados em

mais de 50% dos casos; 0 se não houver prazos estabelecidos na lei para no mínimo três dentre os eventos judiciais acima

descritos.
•  Se existem leis que regulem o número máximo de adiamentos que possam ser concedidos, se os adiamentos são limitados

por lei para circunstâncias imprevistas e excepcionais e se essas regras são respeitadas em mais de 50% dos casos. É

atribuída uma pontuação de 1 se as três condições forem atendidas; 0,5 se somente duas das três condições forem atendidas;

0 se apenas uma ou nenhuma condição for atendida.

• Se existem relatórios disponíveis ao público acerca do desempenho do tribunal competente, de forma a supervisionar o

andamento dos processos e garantir a conformidade com os prazos estabelecidos. É atribuída uma pontuação de 1 se pelo

menos dois dos quatro relatórios a seguir estiverem disponíveis ao público: (i) relatório sobre tempo de espera pela sentença

(medindo o tempo para o tribunal emitir sentenças); (ii) relatório sobre a taxa de desembaraço (medindo o número de casos

recebidos e casos solucionados pelo tribunal); (iii) relatório sobre a situação dos casos pendentes (mencionando todos os

casos pendentes por tipo de caso, tempo de pendência, última ação realizada e próxima ação agendada); (iv) relatório sobre o

andamento de uma ação individual (mencionando a situação em que se encontra um caso específico). Atribui-se 0 pontos se

somente um ou nenhum desses relatórios estiver disponível para consulta pública.

•  Se uma audiência preliminar se encontra entre as técnicas de gestão de processos utilizadas perante o juiz competente e

pelo menos três das seguintes questões são discutidas durante a audiência preliminar. (i) programação (inclusive o

cronograma para protocolar moções e outros documentos em juízo); (ii) complexidade do processo e previsão de duração do

julgamento; (iii) possibilidade de acordo ou resolução alternativa de controvérsias; (iv) troca de listas de testemunhas; (v)

provas; (iv) jurisdição e outras questões processuais; e (vii) restrição de questões controversas. É atribuída uma pontuação de

1 se for realizada uma audiência preliminar na qual pelo menos três desses eventos forem discutidos no tribunal competente;

0 em caso negativo.

•  Se os juízes do tribunal competente utilizam um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das

seguintes finalidades: (iI) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) gerar automaticamente um cronograma de

audiências para todas as ações em suas pautas; (iii) enviar notificações eletrônicas (por exemplo, via e-mail) a advogados; (iv)

acompanhar o status de um processo em suas pautas; (v) visualizar e gerir documentos dos processos (petições, moções);

(vi) auxiliar em julgamentos por escrito; (vii) gerar decisões judiciais semi-automaticamente; e (viii) visualizar decisões judiciais

e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de processos

estiver disponível para que os juízes possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso negativo.

•  Se os advogados podem utilizar um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das seguintes

finalidades: (i) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) ter acesso a formulários que possam ser apresentados no

tribunal; (iii) receber notificações (por exemplo, e-mails); (iv) acompanhar o status de um processo; (v) visualizar e gerir
documentos dos processos (petições, moções); (vi) protocolar petições e documentos em juízo; e (vii) visualizar decisões

judiciais e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de

processos estiver disponível para que os advogados possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso

negativo.

O índice varia entre 0 e 6, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema de gestão de processos com um maior

grau de qualidade e eficiência. Na Austrália, por exemplo, os prazos para pelo menos três eventos judiciais importantes estão

compreendidos em instrumentos de processo civil pertinentes e são respeitados em mais de 50% dos casos (1 ponto). A lei

determina que somente podem ser concedidos adiamentos em circunstâncias imprevistas e excepcionais e essa regra é

respeitada em mais de 50% dos casos (0,5 pontos). Relatórios sobre o tempo de espera pela sentença, sobre a taxa de

desembaraço e sobre a situação dos casos pendentes podem ser obtidos junto ao tribunal competente (1 ponto). Uma

audiência preliminar está entre as técnicas de gestão de processos utilizadas pelo Tribunal Distrital da Nova Gales do Sul (1

ponto). Um sistema eletrônico de gestão de processos que atende aos critérios descritos acima está disponível para juízes (1

ponto) e advogados (1 ponto). A soma desses pontos confere à Austrália uma pontuação de 5,5 no índice de gestão de

processos, a pontuação mais elevada obtida por uma economia neste índice.

Índice de automação dos tribunais

O índice de automação dos tribunais possui quatro componentes:

•  Se a petição inicial pode ser apresentada eletronicamente por intermédio de uma plataforma especializada no tribunal

competente (não se considera a apresentação de queixas por e-mail ou fax). Atribui-se 1 ponto se existir uma plataforma

eletrônica e se as partes litigantes não precisam enviar uma cópia impressa da petição, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência da plataforma eletrônica independentemente do número de usuários, porém somente se

especialistas locais a tiverem utilizado de forma a poder confirmar que esta se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para se apresentar a petição inicial.

• Se, para casos apresentados ao tribunal competente, a petição inicial pode ser citada ao réu eletronicamente, por meio de

sistema especializado ou por e-mail, fax ou SMS (serviço de mensagem de texto). Atribui-se 1 ponto se houver um sistema

eletrônico para citação da petição inicial ao réu sem interações presenciais, ou zero pontos se não for o caso. Considera-se a

existência do sistema eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se especialistas locais o tiverem

utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma interação presencial for

necessária para citar a petição inicial ao réu.


•  Se, para casos apresentados ao tribunal competente, as custas judiciais podem ser pagas eletronicamente, por meio de

plataforma especializada ou mediante serviço bancário on-line. Atribui-se 1 ponto se as custas judiciais puderem ser pagas

eletronicamente e se as partes litigantes não precisarem enviar uma cópia do recibo, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência do pagamento eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se

especialistas locais o tiverem utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para o pagamento das custas judiciais.

•  Se as sentenças apresentadas por tribunais locais estão disponíveis ao público mediante publicação em diários oficiais, em

jornais ou na internet. É atribuído 1 ponto se as sentenças apresentadas em processos comerciais em todos os níveis estão

disponíveis ao público; 0,5 se somente sentenças apresentadas no nível de tribunal de segunda instância ou na Suprema

Corte estiverem disponíveis ao público; zero pontos em todos os outros casos. Nenhum ponto é atribuído se for necessário

solicitar cada sentença ao tribunal ou se for necessário informar o número do caso ou informações sobre as partes litigantes

para se obter uma cópia da sentença.

O índice varia de 0 a 4, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema judicial mais automatizado, eficiente e

transparente. Na Estônia, por exemplo, as notificações iniciais podem ser apresentadas on-line (1 ponto), podem ser citadas

ao réu eletronicamente (1 ponto) e as custas judiciais também podem ser pagas eletronicamente (1 ponto). Ademais, as

sentenças de processos comerciais em todos os níveis estão disponíveis ao público através da internet (1 ponto). A soma

desses pontos dá à Estônia uma pontuação de 4 no índice de automação dos tribunais.

Índice de resolução alternativa de controvérsias

O índice de resolução alternativa de controvérsias tem seis componentes:

•  Se a arbitragem comercial nacional é regida por uma lei consolidada, capítulo consolidado, ou seção do código de processo

civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso

negativo, 0.

•  Se litígios comerciais de todas as espécies – com exceção daqueles que tratam da ordem pública, política pública, falência,

direitos do consumidor, questões trabalhistas ou propriedade intelectual – podem ser submetidas a arbitragem. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se cláusulas ou acordos arbitrais válidos são aplicados pelos tribunais locais em mais de 50% dos casos. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.


•  Se a mediação voluntária, a conciliação ou ambas são uma forma reconhecida de se solucionar litígios comerciais. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se a mediação voluntária, conciliação ou ambas são regidas por uma lei consolidada, capítulo consolidado ou seção do

código de processo civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma

pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se existem incentivos financeiros para as partes tentarem a mediação ou conciliação (por exemplo, se a mediação ou

conciliação for bem-sucedida, há restituição de taxas de registro no tribunal, crédito fiscal ou outra medida correlata). Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

O índice varia de 0 a 3, estando os valores mais elevados associados à maior disponibilidade de mecanismos de resolução

alternativa de controvérsias. Em Israel, por exemplo, a arbitragem é regulamentada por meio de um estatuto dedicado ao tema

(0,5 pontos), todos os litígios comerciais podem ser submetidos à arbitragem (0,5 pontos) e cláusulas de arbitragem válidas

são geralmente aplicadas pelos tribunais (0,5 pontos). A mediação voluntária é uma forma reconhecida de solucionar litígios

comerciais (0,5 pontos ), é regulamentada por um estatuto dedicado ao tema (0,5 pontos) e parte das taxas de registro é

reembolsada se o processo for bem-sucedido (0,5 pontos). A soma desses pontos dá a Israel uma pontuação de 3 no índice

de resolução alternativa de controvérsias.

Índice da qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais é obtido pela soma das pontuações nos índices de estrutura e procedimentos

dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução alternativa de controvérsias. A pontuação neste

índice varia de 0 a 18, sendo que os valores mais elevados indicam processos judiciais mais eficientes e de melhor qualidade.

Reformas

O tópico da execução de contratos documenta alterações que afetam a eficiência e a qualidade dos sistemas de resolução de

disputas comerciais. Dependendo do seu impacto nos dados, certas alterações são classificadas como reformas e

mencionadas no sumário de reformas de 2018-2019 do Doing Business. As reformas são divididas em dois tipos: as que

facilitam as atividades comerciais e as que as dificultam. O tópico da execução de contratos utiliza três critérios para identificar

uma reforma.

Em primeiro lugar, alterações legislativas e regulamentares que impactem a pontuação do índice de qualidade dos processos

judiciais da economia são consideradas reformas. Exemplos incluem a introdução de arquivamento eletrônico para a queixa
inicial, a criação de um tribunal ou divisão comercial, ou a introdução de um sistema dedicado à resolução de pequenas

causas. Alterações que afetem a qualidade do índice de qualidade dos processos judiciais podem variar em âmbito e

dimensão. Por exemplo, a implementação de um novo sistema eletrônico de gestão de casos para uso de juízes e advogados

representa uma reforma com um impacto de dois pontos no índice, enquanto que a introdução de incentivos ao uso de

mediação representa uma reforma com um impacto de 0,5 pontos.

Em segundo lugar, as reformas que impactem o tempo e custo médios para a resolução de disputas comerciais são

identificadas com base na variação, em termos absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia neste tópico. De

acordo com a metodologia, é classificada como reforma qualquer atualização na legislação que tenha um impacto igual ou

superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou

mais na pontuação da economia, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei, variam em função do

salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo das pontuações no

relatório Doing Business).

Por outro lado, não são consideradas reformas pequenas alterações nas taxas cobradas e outras mudanças de menor

impacto por não afetarem a distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia em no mínimo 2%, ou

por não afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados sobre a resolução de disputas

comerciais são atualizados em cada edição do relatório Doing Business de acordo com tais alterações

Por fim, alterações legislativas de uma magnitude excecional, como revisões significativas no código de processo civil ou na

legislação sobre a execução de sentenças podem ser consideradas reformas, por terem um impacto previsto no tempo e custo

de solução de disputas comerciais no futuro.

Os dados sobre a execução de contratos em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org. A

metodologia foi desenvolvida por Djankov et al (2003) e é aqui adotada com pequenas modificações. O índice de qualidade

dos processos judiciais foi introduzido no relatório Doing Business 2016. As pontuações estabelecidas por este índice foram

determinadas com base em boas práticas internacionalmente reconhecidas, que visam promover a eficiência do sistema

judiciário.

Execução de Contratos
O Doing Business mede o tempo e o custo para a resolução de disputas comerciais através de um tribunal de primeira

instância local, bem como a qualidade dos processos judiciais, determinando se uma economia adota uma série de boas

práticas de forma a promover a qualidade e eficiência do sistema judicial. Os dados são obtidos através do estudo dos códigos

de processo civil e de outros regulamentos judiciais, bem como através de questionários preenchidos por juízes e advogados

especializados no tema. A classificação das economias em termos da facilidade de executar contratos é determinada pelas

suas pontuações nesta área. Estas pontuações são obtidas pela média simples dos 3 indicadores que compõem este tópico.

Eficiência da resolução de disputas comerciais

Os dados sobre o tempo e os custos para se resolver uma disputa comercial são obtidos seguindo a evolução passo a passo

de uma disputa a respeito de uma transação entre duas empresas. Os dados são obtidos considerando-se a resolução de

uma disputa comercial em um tribunal específico para cada cidade analisada, tendo-se em vista as suposições sobre o caso

descrito a seguir. É considerado como sendo o tribunal competente o que tiver jurisdição sobre disputas no valor de 200% do

PIB (produto interno bruto) per capita da economia ou de US$ 5.000 (considera-se o valor mais elevado). Se mais de um

tribunal tiver jurisdição sobre casos similares a este estudo de caso, considera-se o tribunal que for utilizado pelos litigantes na

maioria dos casos. O nome do tribunal competente em cada economia é publicado na página do Doing Business na internet

(http://www.doingbusiness.org/en/data/exploretopics/enforcing-contracts). Em 11 economias para as quais os dados sobre a

segunda maior cidade comercial do país também são obtidos, o nome do tribunal competente nessa cidade também é

informado.  

Suposições sobre o caso

•  O valor da reivindicação é igual a 200% do PIB per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado.

•  A disputa abrange uma transação legal entre duas empresas (Vendedora e Compradora), localizadas na maior cidade

comercial da economia (em 11 economias também são obtidos dados sobre a segunda maior cidade comercial). De acordo

com o contrato de venda assinado entre as partes, a Vendedora vende para a Compradora produtos no valor de 200% do PIB

per capita da economia ou US$ 5.000, o que for mais elevado. Após a entrega das mercadorias para a Compradora, esta

recusou-se a pagar pelos produtos alegando que as mercadorias fornecidas não tinham a qualidade adequada. Tendo em

conta que os produtos foram feitos sob medida, a Vendedora não poderia revendê-los a terceiros.

•  A Vendedora (o reclamante) processou a Compradora (a ré), visando recuperar o valor estipulado no contrato de venda. A

disputa acontece perante o tribunal localizado na maior cidade comercial da economia, com jurisdição sobre casos comerciais

no valor em questão.
•  No começo do litígio, a Vendedora penhorou os ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e

veículos) antes da obtenção da sentença, por receio de que a Compradora pudesse tornar-se insolvente.

•  A alegação é contestada quanto ao mérito, uma vez que a Compradora alega que a qualidade das mercadorias não era

adequada. Como o tribunal não consegue decidir sobre o caso com base apenas em provas documentais, um parecer deve

ser dado sobre a qualidade das mercadorias. Cada uma das partes convoca uma testemunha perita, caso isto seja uma

prática comum na economia. Em economias onde a prática comum é a nomeação por um juiz, considera-se que o juiz nomeia

um perito independente. Nestes casos, o juiz não permite a oposição à prova pericial.

•  Na sequência do parecer dos peritos, o juiz decide que os bens entregues pela Vendedora eram de qualidade adequada e

que a Compradora deve pagar o preço estipulado no contrato. Assim, o juiz faz um julgamento final que é 100% a favor da

Vendedora. A Compradora decidiu não recorrer da sentença. A Vendedora decide começar a cumprir a sentença assim que

decorrer o tempo atribuído por lei para recursos.

•  A Vendedora toma todas as medidas necessárias para a pronta execução da sentença. O dinheiro é obtido com sucesso por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora (por exemplo, equipamentos de escritório e veículos).

Considera-se que a Compradora não possui fundos depositados na sua conta bancária, o que torna impossível a execução da

sentença através do confisco das reservas depositadas em conta bancária.

Tempo

O tempo é registrado em dias corridos, contado desde o momento em que a Vendedora inicia a ação processual no tribunal

até o momento do pagamento do valor em disputa. O cálculo do tempo inclui tanto os dias em que ocorrem as ações como os

períodos de espera entre elas. É registrada a duração média das três seguintes fases da solução de disputas comerciais: (i)

citação do processo, (ii) julgamento e sentença e (iii) execução da sentença. O tempo de cada fase é registrado considerando-

se o tribunal competente e as premissas de caso mencionadas anteriormente. O tempo é registrado com base no que ocorre

na prática; se não forem observados na maioria dos casos, os prazos estabelecidos na lei não são considerados.

I. A fase de citação do processo inclui:

• O tempo para a Vendedora entrar em contato com a Compradora e tentar obter o pagamento pelos bens vendidos por via

extra-judicial, através de uma solicitação não-litigiosa, incluindo-se o tempo para preparar a solicitação e o prazo conferido à

Compradora para realizar o pagamento.


• O tempo para um advogado preparar a queixa inicial e coletar (e autenticar ou certificar em cartório, se necessário) os

documentos necessários para apresentar a queixa.

• O tempo para se apresentar a queixa ao tribunal.

• O tempo de citação do processo à parte ré, incluindo-se o tempo de recepção da queixa no tribunal e períodos de espera

entre as tentativas de comunicação à parte ré, se normalmente for necessária mais de uma tentativa de comunicação da

queixa.

II. A fase de julgamento e sentença inclui:

• O tempo entre a comunicação do litígio à Compradora e o agendamento de uma reunião pré-julgamento, se o tribunal em

questão empregar tais reuniões nestes casos.

• O tempo entre a reunião pré-julgamento e a primeira audiência, se o tribunal em questão empregar tais reuniões. Caso não

haja reuniões pré-julgamento, considera-se o tempo entre a comunicação do litígio e a primeira audiência.

• O tempo para a realização de todas as ações relacionadas ao julgamento, como a apresentação das evidências, a

organização de várias audiências e a obtenção do parecer de um ou mais peritos.

• O tempo para o juiz emitir a sentença final por escrito, uma vez terminado o período de apresentação das evidências.

• O prazo para apresentação de um recurso judicial.

III. A fase de execução da sentença inclui:

• O tempo para a Vendedora obter uma cópia executável da sentença e entrar em contato com o órgão relevante para iniciar o

processo de execução.

• O tempo para se localizar, identificar, confiscar e transportar os bens móveis da Compradora (incluindo-se o tempo de

obtenção de uma ordem judicial para o confisco dos ativos, se for o caso). 

• O tempo para se anunciar, organizar e realizar um leilão. Se normalmente a realização de mais de um leilão for necessária

nestes casos, inclui-se o tempo entre a realização de cada leilão.


• O tempo para a Vendedora recuperar inteiramente o valor da queixa, após a realização de um ou mais leilões.

Custo

O custo é registrado como um percentual do valor reivindicado, supostamente equivalente a 200% do PIB per capita ou US$

5.000, o que for mais elevado. São registrados três tipos de custos: valor médio dos honorários dos advogados, custos

processuais e custos de execução.

Os custos dos honorários dos advogados são equivalentes ao valor médio dos honorários que a Vendedora (reclamante)

precisa adiantar a um defensor local para representá-la no caso em análise. Os custos processuais incluem todos os custos

do processo que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar ao tribunal, independentemente do custo final para a Vendedora.

Os custos de execução são todos os custos que a Vendedora (reclamante) precisa adiantar para executar a sentença por

meio de um leilão ou venda pública dos ativos móveis da Compradora, independentemente do custo final para a Vendedora.

Custos extra-oficiais não são levados em consideração. 

Qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais analisa se cada economia adota uma série de boas práticas em quatro áreas de

seu sistema judicial: estrutura e procedimentos dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução

alternativa de controvérsias.

Índice de estrutura e procedimentos dos tribunais

O índice de estrutura e procedimentos dos tribunais possui cinco componentes:

•  Se existe um tribunal comercial especializado ou uma seção dedicada unicamente a audiências de ações comerciais. Em

caso afirmativo, são atribuídos 1,5 pontos; em caso negativo, 0.

•  Se existe um tribunal de pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas. É atribuído 1 ponto se existir

tal tribunal ou processo, se ele for aplicável a todas as ações civis e se a lei determinar um teto para o valor das ações que

podem ser tratadas por intermédio desse tribunal ou processo. O ponto é atribuído somente se um tribunal de pequenas

causas empregar um processo simplificado ou se o processo para pequenas causas for simplificado. Atribui-se 0,5 pontos se

as partes puderem representar a si próprias perante esse tribunal ou durante esse processo. Se não houver um tribunal de

pequenas causas ou um processo acelerado para pequenas causas, é atribuída uma pontuação de 0.
•  Se os demandantes puderem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam que esses

bens possam ser retirados da jurisdição ou dissipados de outra forma. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 1;

em caso negativo, 0.

•  Se os processos são designados aleatória e automaticamente a juízes da corte competente. É atribuída uma pontuação de 1

se a designação dos processos for aleatória e automática; 0,5 se for aleatória, mas não automática; 0 se não for nem

aleatória, nem automática.

•  Se o testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem. É atribuída uma pontuação de -1 se

a lei diferenciar entre o ônus do testemunho de uma mulher e de um homem em qualquer caso de processo civil, incluindo-se

os litígios de natureza familiar; 0 se não houver distinção de gênero estabelecida na lei.

O índice varia de 0 a 5, sendo que os valores mais elevados indicam uma estrutura judicial mais sofisticada e eficiente. Na

Bósnia e Herzegóvina, por exemplo, existe um tribunal comercial especial (1,5 pontos) e as pequenas causas podem ser

resolvidas por intermédio de uma divisão específica, na qual a auto-representação é permitida (1,5 pontos). Os demandantes

podem obter arresto dos bens móveis do demandado antes do julgamento caso temam uma possível dissipação desses bens

durante o julgamento (1 ponto). Os processos são designados aleatoriamente por meio de um sistema eletrônico de gestão de

processos (1 ponto). O testemunho de uma mulher tem o mesmo ônus que o testemunho de um homem (0 pontos). A soma

desses números dá à Bósnia e Herzegóvina uma pontuação de 5 no índice de estrutura e procedimentos dos tribunais.

Índice de gestão de processos

O índice de gestão de processos tem seis componentes:

• Se as leis ou regulamentos pertinentes no código de processo civil preveem prazos para pelo menos três dos seguintes

eventos judiciais relevantes: (i) entrega da citação; (ii) primeira audiência; (iii) ajuizamento da contestação; (iv) término do

período probatório; e (v) apresentação do julgamento final. É atribuída uma pontuação de 1 se esses prazos estiverem

disponíveis e forem respeitados em mais de 50% dos casos; 0,5 se estiverem disponíveis, mas não forem respeitados em

mais de 50% dos casos; 0 se não houver prazos estabelecidos na lei para no mínimo três dentre os eventos judiciais acima

descritos.

•  Se existem leis que regulem o número máximo de adiamentos que possam ser concedidos, se os adiamentos são limitados

por lei para circunstâncias imprevistas e excepcionais e se essas regras são respeitadas em mais de 50% dos casos. É

atribuída uma pontuação de 1 se as três condições forem atendidas; 0,5 se somente duas das três condições forem atendidas;

0 se apenas uma ou nenhuma condição for atendida.


• Se existem relatórios disponíveis ao público acerca do desempenho do tribunal competente, de forma a supervisionar o

andamento dos processos e garantir a conformidade com os prazos estabelecidos. É atribuída uma pontuação de 1 se pelo

menos dois dos quatro relatórios a seguir estiverem disponíveis ao público: (i) relatório sobre tempo de espera pela sentença

(medindo o tempo para o tribunal emitir sentenças); (ii) relatório sobre a taxa de desembaraço (medindo o número de casos

recebidos e casos solucionados pelo tribunal); (iii) relatório sobre a situação dos casos pendentes (mencionando todos os

casos pendentes por tipo de caso, tempo de pendência, última ação realizada e próxima ação agendada); (iv) relatório sobre o

andamento de uma ação individual (mencionando a situação em que se encontra um caso específico). Atribui-se 0 pontos se

somente um ou nenhum desses relatórios estiver disponível para consulta pública.

•  Se uma audiência preliminar se encontra entre as técnicas de gestão de processos utilizadas perante o juiz competente e

pelo menos três das seguintes questões são discutidas durante a audiência preliminar. (i) programação (inclusive o

cronograma para protocolar moções e outros documentos em juízo); (ii) complexidade do processo e previsão de duração do

julgamento; (iii) possibilidade de acordo ou resolução alternativa de controvérsias; (iv) troca de listas de testemunhas; (v)

provas; (iv) jurisdição e outras questões processuais; e (vii) restrição de questões controversas. É atribuída uma pontuação de

1 se for realizada uma audiência preliminar na qual pelo menos três desses eventos forem discutidos no tribunal competente;

0 em caso negativo.

•  Se os juízes do tribunal competente utilizam um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das

seguintes finalidades: (iI) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) gerar automaticamente um cronograma de

audiências para todas as ações em suas pautas; (iii) enviar notificações eletrônicas (por exemplo, via e-mail) a advogados; (iv)

acompanhar o status de um processo em suas pautas; (v) visualizar e gerir documentos dos processos (petições, moções);

(vi) auxiliar em julgamentos por escrito; (vii) gerar decisões judiciais semi-automaticamente; e (viii) visualizar decisões judiciais

e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de processos

estiver disponível para que os juízes possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso negativo.

•  Se os advogados podem utilizar um sistema eletrônico de gestão de processos para pelo menos quatro das seguintes

finalidades: (i) aceder a leis, regulamentos e jurisprudência; (ii) ter acesso a formulários que possam ser apresentados no

tribunal; (iii) receber notificações (por exemplo, e-mails); (iv) acompanhar o status de um processo; (v) visualizar e gerir

documentos dos processos (petições, moções); (vi) protocolar petições e documentos em juízo; e (vii) visualizar decisões

judiciais e sentenças em um determinado caso. É atribuída uma pontuação de 1 se um sistema eletrônico de gestão de

processos estiver disponível para que os advogados possam utilizá-lo em pelo menos quatro desses objetivos; 0 em caso

negativo.
O índice varia entre 0 e 6, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema de gestão de processos com um maior

grau de qualidade e eficiência. Na Austrália, por exemplo, os prazos para pelo menos três eventos judiciais importantes estão

compreendidos em instrumentos de processo civil pertinentes e são respeitados em mais de 50% dos casos (1 ponto). A lei

determina que somente podem ser concedidos adiamentos em circunstâncias imprevistas e excepcionais e essa regra é

respeitada em mais de 50% dos casos (0,5 pontos). Relatórios sobre o tempo de espera pela sentença, sobre a taxa de

desembaraço e sobre a situação dos casos pendentes podem ser obtidos junto ao tribunal competente (1 ponto). Uma

audiência preliminar está entre as técnicas de gestão de processos utilizadas pelo Tribunal Distrital da Nova Gales do Sul (1

ponto). Um sistema eletrônico de gestão de processos que atende aos critérios descritos acima está disponível para juízes (1

ponto) e advogados (1 ponto). A soma desses pontos confere à Austrália uma pontuação de 5,5 no índice de gestão de

processos, a pontuação mais elevada obtida por uma economia neste índice.

Índice de automação dos tribunais

O índice de automação dos tribunais possui quatro componentes:

•  Se a petição inicial pode ser apresentada eletronicamente por intermédio de uma plataforma especializada no tribunal

competente (não se considera a apresentação de queixas por e-mail ou fax). Atribui-se 1 ponto se existir uma plataforma

eletrônica e se as partes litigantes não precisam enviar uma cópia impressa da petição, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência da plataforma eletrônica independentemente do número de usuários, porém somente se

especialistas locais a tiverem utilizado de forma a poder confirmar que esta se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para se apresentar a petição inicial.

• Se, para casos apresentados ao tribunal competente, a petição inicial pode ser citada ao réu eletronicamente, por meio de

sistema especializado ou por e-mail, fax ou SMS (serviço de mensagem de texto). Atribui-se 1 ponto se houver um sistema

eletrônico para citação da petição inicial ao réu sem interações presenciais, ou zero pontos se não for o caso. Considera-se a

existência do sistema eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se especialistas locais o tiverem

utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma interação presencial for

necessária para citar a petição inicial ao réu.

•  Se, para casos apresentados ao tribunal competente, as custas judiciais podem ser pagas eletronicamente, por meio de

plataforma especializada ou mediante serviço bancário on-line. Atribui-se 1 ponto se as custas judiciais puderem ser pagas

eletronicamente e se as partes litigantes não precisarem enviar uma cópia do recibo, ou zero pontos se não for o caso.

Considera-se a existência do pagamento eletrônico independentemente do número de usuários, porém somente se


especialistas locais o tiverem utilizado de forma a poder confirmar que este se encontra em funcionamento e se nenhuma

interação presencial for necessária para o pagamento das custas judiciais.

•  Se as sentenças apresentadas por tribunais locais estão disponíveis ao público mediante publicação em diários oficiais, em

jornais ou na internet. É atribuído 1 ponto se as sentenças apresentadas em processos comerciais em todos os níveis estão

disponíveis ao público; 0,5 se somente sentenças apresentadas no nível de tribunal de segunda instância ou na Suprema

Corte estiverem disponíveis ao público; zero pontos em todos os outros casos. Nenhum ponto é atribuído se for necessário

solicitar cada sentença ao tribunal ou se for necessário informar o número do caso ou informações sobre as partes litigantes

para se obter uma cópia da sentença.

O índice varia de 0 a 4, sendo que os valores mais elevados indicam um sistema judicial mais automatizado, eficiente e

transparente. Na Estônia, por exemplo, as notificações iniciais podem ser apresentadas on-line (1 ponto), podem ser citadas

ao réu eletronicamente (1 ponto) e as custas judiciais também podem ser pagas eletronicamente (1 ponto). Ademais, as

sentenças de processos comerciais em todos os níveis estão disponíveis ao público através da internet (1 ponto). A soma

desses pontos dá à Estônia uma pontuação de 4 no índice de automação dos tribunais.

Índice de resolução alternativa de controvérsias

O índice de resolução alternativa de controvérsias tem seis componentes:

•  Se a arbitragem comercial nacional é regida por uma lei consolidada, capítulo consolidado, ou seção do código de processo

civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso

negativo, 0.

•  Se litígios comerciais de todas as espécies – com exceção daqueles que tratam da ordem pública, política pública, falência,

direitos do consumidor, questões trabalhistas ou propriedade intelectual – podem ser submetidas a arbitragem. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se cláusulas ou acordos arbitrais válidos são aplicados pelos tribunais locais em mais de 50% dos casos. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se a mediação voluntária, a conciliação ou ambas são uma forma reconhecida de se solucionar litígios comerciais. Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.


•  Se a mediação voluntária, conciliação ou ambas são regidas por uma lei consolidada, capítulo consolidado ou seção do

código de processo civil que compreende praticamente todos os seus aspectos. Em caso afirmativo, é atribuída uma

pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

•  Se existem incentivos financeiros para as partes tentarem a mediação ou conciliação (por exemplo, se a mediação ou

conciliação for bem-sucedida, há restituição de taxas de registro no tribunal, crédito fiscal ou outra medida correlata). Em caso

afirmativo, é atribuída uma pontuação de 0,5; em caso negativo, 0.

O índice varia de 0 a 3, estando os valores mais elevados associados à maior disponibilidade de mecanismos de resolução

alternativa de controvérsias. Em Israel, por exemplo, a arbitragem é regulamentada por meio de um estatuto dedicado ao tema

(0,5 pontos), todos os litígios comerciais podem ser submetidos à arbitragem (0,5 pontos) e cláusulas de arbitragem válidas

são geralmente aplicadas pelos tribunais (0,5 pontos). A mediação voluntária é uma forma reconhecida de solucionar litígios

comerciais (0,5 pontos ), é regulamentada por um estatuto dedicado ao tema (0,5 pontos) e parte das taxas de registro é

reembolsada se o processo for bem-sucedido (0,5 pontos). A soma desses pontos dá a Israel uma pontuação de 3 no índice

de resolução alternativa de controvérsias.

Índice da qualidade dos processos judiciais

O índice da qualidade dos processos judiciais é obtido pela soma das pontuações nos índices de estrutura e procedimentos

dos tribunais, gestão de processos, automação dos tribunais e resolução alternativa de controvérsias. A pontuação neste

índice varia de 0 a 18, sendo que os valores mais elevados indicam processos judiciais mais eficientes e de melhor qualidade.

Reformas

O tópico da execução de contratos documenta alterações que afetam a eficiência e a qualidade dos sistemas de resolução de

disputas comerciais. Dependendo do seu impacto nos dados, certas alterações são classificadas como reformas e

mencionadas no sumário de reformas de 2018-2019 do Doing Business. As reformas são divididas em dois tipos: as que

facilitam as atividades comerciais e as que as dificultam. O tópico da execução de contratos utiliza três critérios para identificar

uma reforma.

Em primeiro lugar, alterações legislativas e regulamentares que impactem a pontuação do índice de qualidade dos processos

judiciais da economia são consideradas reformas. Exemplos incluem a introdução de arquivamento eletrônico para a queixa

inicial, a criação de um tribunal ou divisão comercial, ou a introdução de um sistema dedicado à resolução de pequenas

causas. Alterações que afetem a qualidade do índice de qualidade dos processos judiciais podem variar em âmbito e

dimensão. Por exemplo, a implementação de um novo sistema eletrônico de gestão de casos para uso de juízes e advogados
representa uma reforma com um impacto de dois pontos no índice, enquanto que a introdução de incentivos ao uso de

mediação representa uma reforma com um impacto de 0,5 pontos.

Em segundo lugar, as reformas que impactem o tempo e custo médios para a resolução de disputas comerciais são

identificadas com base na variação, em termos absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia neste tópico. De

acordo com a metodologia, é classificada como reforma qualquer atualização na legislação que tenha um impacto igual ou

superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou

mais na pontuação da economia, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei, variam em função do

salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo das pontuações no

relatório Doing Business).

Por outro lado, não são consideradas reformas pequenas alterações nas taxas cobradas e outras mudanças de menor

impacto por não afetarem a distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da economia em no mínimo 2%, ou

por não afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos. Contudo, os dados sobre a resolução de disputas

comerciais são atualizados em cada edição do relatório Doing Business de acordo com tais alterações

Por fim, alterações legislativas de uma magnitude excecional, como revisões significativas no código de processo civil ou na

legislação sobre a execução de sentenças podem ser consideradas reformas, por terem um impacto previsto no tempo e custo

de solução de disputas comerciais no futuro.

Os dados sobre a execução de contratos em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org. A

metodologia foi desenvolvida por Djankov et al (2003) e é aqui adotada com pequenas modificações. O índice de qualidade

dos processos judiciais foi introduzido no relatório Doing Business 2016. As pontuações estabelecidas por este índice foram

determinadas com base em boas práticas internacionalmente reconhecidas, que visam promover a eficiência do sistema

judiciário.

Abertura de empresas

O Doing Business registra todos os procedimentos que são oficialmente necessários, ou normalmente realizados na prática,

para se abrir e operar formalmente uma empresa industrial ou comercial. São também registrados o tempo e custo

necessários para realizar cada procedimento e a exigência de capital mínimo a ser depositado para registrar a empresa. Estes
procedimentos incluem os processos que os empreendedores locais devem realizar para obter todas as licenças necessárias,

bem como todos os registros, alvarás, verificações, ou inscrições da empresa e dos funcionários junto às autoridades. A

classificação das economias em termos da facilidade da abertura de empresas é determinada pelas suas pontuações, que são

calculadas com base na média simples das pontuações de cada componente deste tópico (procedimentos, tempo, custo e

capital mínimo integralizado).

Considera-se dois cenários, envolvendo duas sociedades nacionais de responsabilidade limitada. Elas são idênticas em todos

os aspectos, exceto pelo fato de uma das empresas ser de propriedade de cinco mulheres casadas e a outra, de propriedade

de cinco homens casados. Em cada economia, a pontuação de cada componente é obtida a partir da média da pontuação de

cada uma destas duas empresas.

Após um estudo das leis, regulamentações e informações disponíveis sobre a abertura de empresas em cada economia, é

preparado um questionário com uma lista detalhada de procedimentos, juntamente com o tempo e custo do cumprimento com

cada procedimento em circunstâncias normais, e com os requisitos de capital mínimo integralizado. Posteriormente,

especialistas como advogados societários, funcionários de cartórios e funcionários governamentais preenchem o questionário

e verificam os dados contidos no mesmo.

São também coletadas informações sobre a sequência na qual os procedimentos devem ser realizados e sobre se os

procedimentos podem ser realizados simultaneamente. Pressupõe-se que as informações necessárias estejam prontamente

disponíveis e que o empresário não efetue pagamentos de subornos ou outros pagamentos ilícitos. Se as respostas dos

peritos locais que colaboram com o projeto Doing Business forem diferentes, as consultas e verificações junto a eles

prosseguem até que os dados sejam conciliados.

Para tornar os dados sobre a abertura de empresas comparáveis entre todas as economias, várias suposições são feitas

sobre as empresas e os procedimentos analisados.

Suposições sobre a empresa

A empresa:

•  É uma sociedade de responsabilidade limitada ou o seu equivalente jurídico. Se houver mais de um tipo de sociedade de

responsabilidade limitada na economia, é escolhida a forma de responsabilidade limitada mais comum entre as empresas
nacionais. As informações sobre a forma mais comum são obtidas junto dos advogados societários ou ao departamento de

estatísticas de cada governo.

•  Está localizada na maior cidade comercial da economia. Em 11 economias, os dados também são coletados sobre a

segunda maior cidade comercial.

•  É 100% de propriedade nacional e tem cinco proprietários, sendo que nenhum deles é uma pessoa jurídica.

•  Tem um capital social equivalente a 10 vezes o PIB (produto interno bruto) per capita da economia.

•  Realiza atividades industriais e comerciais gerais, tais como produção ou venda ao público de bens ou serviços. A empresa

não realiza atividades de comércio exterior e não lida com produtos sujeitos a um regime tributário especial, como por exemplo

bebidas alcoólicas ou derivados de tabaco. A empresa não usa processos de produção altamente poluentes.

•  Aluga um espaço para a fábrica e escritórios e não é proprietária de imóveis. O valor do aluguel anual dos escritórios é

equivalente ao do PIB per capita da economia. A área total dos escritórios é de aproximadamente 929 metros quadradros

(10.000 pés quadrados).

•  Não se qualifica para incentivos para investimento ou qualquer outro benefício especial.

•  Contrata entre 10 e 50 funcionários um mês após o início das operações, todos sendo cidadãos nacionais.

•  Tem um faturamento anual previsto de pelo menos 100 vezes o PIB per capita.

•  Tem um contrato social de 10 páginas.

Os sócios:

•  Atingiram a maioridade legal e estão plenamente capacitados para tomar decisões como indivíduos adultos. Se em uma

economia não houver uma idade estabelecida como limite da maioridade legal, presume-se que os sócios têm trinta anos de

idade.

•  São indivíduos com saúde mental e física e sem antecedentes criminais.

•  São casados, sob uma união oficialmente legalizada e monogâmica.


•  Se em uma economia diferentes respostas ao questionário forem possíveis, dependendo do sistema jurídico aplicável,

considera-se as respostas que seriam aplicadas no caso da maioria da população (em certas economias podem

coexistir diferentes sistemas jurídicos). 

Procedimentos

Um procedimento é definido como qualquer interação entre os fundadores da empresa e terceiros (por exemplo, órgãos do

governo, advogados, auditores ou tabeliães) e com os seus cônjuges, se necessário. As interações internas aos fundadores

ou executivos da empresa não são contadas como procedimentos. Os procedimentos que devem ser concluídos no mesmo

local de uma agência ou instituição, mas em diferentes departamentos ou em diferentes balcões de atendimento, são

contados como procedimentos distintos. Se os fundadores precisarem visitar o mesmo departamento várias vezes para

realizar diferentes procedimentos sequenciais, cada um deles será contado separadamente. Os fundadores devem concluir

sozinhos todos os procedimentos, sem intermediários, facilitadores, contadores ou advogados, a menos que o uso desse

terceiro seja exigido por lei ou empregado pela maioria dos empreendedores. Se forem necessários os serviços de

profissionais, os procedimentos realizados por esses profissionais em nome da empresa são computados como

procedimentos separados. Da mesma forma, cada procedimento eletrônico é computado como um procedimento separado.

Se em uma economia forem necessárias autorizações do cônjuge para se abrir uma empresa ou para que se possa sair do

lar, estas aprovações são consideradas como procedimentos somente se forem legalmente necessárias ou se existirem

consequências jurídicas em caso de não-cumprimento (por exemplo, a perda do direito ao apoio financeiro). Se forem exigidas

autorizações adicionais para registrar ou operar uma empresa para somente um dos gêneros, ou se forem exigidos

documentos adicionais para a emissão de um documento nacional de identidade para somente um gênero, estes processos

são considerados como procedimentos adicionais para a abertura de empresas. Nestes casos, considera-se aqueles

procedimentos que forem exigidos somente para um dos gêneros.

São registrados ambos os procedimentos pré- e pós-constituição societária, exigidos oficialmente, ou realizados normalmente

na prática, para que um empresário ou empresária possa operar formalmente um negócio. Os procedimentos para que uma

empresa possa obter um selo para correspondência oficial ou abrir uma conta bancária para realizar transações com órgãos

públicos também são incluídos, se necessários. Por exemplo, se for exigido um selo ou carimbo da empresa nos documentos

oficiais, tais como declarações tributárias, a obtenção do selo ou carimbo é considerada como um procedimento. Do mesmo

modo, se uma empresa precisar abrir uma conta bancária para realizar qualquer procedimento subsequente – por exemplo, se

cadastrar para pagar o imposto sobre valor agregado, ou comprovar um depósito de capital mínimo integralizado – a abertura

de uma conta bancária é considerada um procedimento. Os procedimentos que podem ser concluídos de forma acelerada são
considerados somente se preencherem quatro critérios: devem ser legais, disponíveis para o público em geral, usados pela

maioria das empresas, além de gerarem atrasos se não forem utilizados.

São incluídos somente os procedimentos geralmente exigidos para a constituição de empresas. Os procedimentos específicos

a alguns setores são excluídos. Por exemplo, os procedimentos em cumprimento com os regulamentos ambientais são

incluídos somente quando se aplicam a todas as empresas que conduzem atividades comerciais e industriais gerais. Os

procedimentos aos quais a empresa submete-se para obter uma ligação de eletricidade, água, gás e serviços de saneamento

não são incluídos no tópico sobre a abertura de empresas.

Tempo

O tempo é medido em dias corridos. O cálculo do tempo é baseado na duração média que os advogados societários ou os

cartórios indicam ser necessária, na prática, para concluir um procedimento com acompanhamento mínimo junto aos órgãos

do governo e sem pagamentos extra-oficiais. Supõe-se que o tempo mínimo necessário para cada procedimento seja de um

dia, exceto se os procedimentos puderem ser realizados completamente através da internet; nestes casos, considera-se uma

duração mínima de meio dia. Embora os procedimentos possam ocorrer simultaneamente, de acordo com a metodologia cada

procedimento começa em um dia distinto (ou seja, procedimentos simultâneos começam em dias consecutivos). Um processo

de cadastramento ou registro da empresa é considerado concluído quando a empresa tiver recebido o documento de registro

final ou tiver conseguido iniciar legalmente as suas atividades comerciais.

Se um procedimento puder ser acelerado legalmente por um custo adicional, é considerado o procedimento acelerado se essa

opção for mais benéfica para a pontuação da economia. Se uma autorização do cônjuge for necessária, supõe-se que esse

processo não inclui custos, exceto se for necessária a legalização em cartório. Supõe-se que o empresário ou empresária não

desperdiça tempo e se compromete a cumprir cada procedimento sem atraso. Não é incluído o tempo gasto pelo empresário

ou empresária ao reunir informações para preencher os documentos e formulários necessários. Supõe-se que o

empreendedor ou a empreendedora esteja ciente de todos os requisitos para se constituir uma nova empresa e de sua

sequência desde o início do processo, mas que não tenha tido nenhum contato prévio com os funcionários governamentais

envolvidos no processo de abertura de empresas.

Custo

O custo é registrado como um percentual do PIB per capita da economia, e inclui todas as despesas oficiais e emolumentos

relativos a serviços jurídicos ou profissionais, caso tais serviços sejam exigidos por lei - ou geralmente usados na prática. As

despesas relativas à compra e legalização dos livros da empresa são incluídas caso essas transações sejam exigidas por lei.
O registro da empresa para fins dos impostos indiretos, como o imposto sobre o valor agregado (IVA) ou impostos sobre as

vendas ou a circulação de mercadorias e serviços, é considerado como um procedimento, porém o custo destes impostos não

é incluído no custo de constituição da empresa.

O direito societário, o código comercial, normas específicas e tabelas de taxas e custos são utilizados como fontes para o

cálculo dos custos da abertura de empresas. Na ausência de tabelas de taxas a serem cobradas, a estimativa fornecida por

uma autoridade governamental é adotada como fonte oficial. Na ausência da estimativa de uma autoridade governamental,

são utilizadas as estimativas fornecidas por advogados societários e outros especialistas no tema da abertura de empresas. 

Se vários especialistas fornecerem estimativas diferentes, será considerado o valor mediano das informações recebidas. Em

todos os casos, o custo não inclui o pagamento de custos extra-oficiais.

Capital mínimo integralizado

A exigência de capital mínimo integralizado equivale à quantia que deve ser depositada em um banco ou junto a terceiros (por

exemplo, um cartório) antes do cadastramento ou registro da empresa ou em até três meses após a constituição da sociedade

limitada.

O requisito de capital mínimo é registrado como um percentual do PIB per capita da economia. Este montante é geralmente

especificado no código comercial ou na legislação que trata do direito societário em cada economia. Considera-se somente as

disposições legais que tenham sido aprovadas e adotadas na prática e que estejam em vigor. Qualquer restrição legal às

operações ou decisões de uma empresa que for relacionada ao pagamento do requisito de capital mínimo é considerada. Se

houver um requisito de capital mínimo a ser integralizado por quotas, este custo também será considerado. Nestes casos,

multiplica-se o valor do capital mínimo a ser integralizado por quotas pelo número de proprietários da empresa analisada por

este estudo de caso.  

Muitas economias mantêm uma exigência de pagamento de um capital mínimo, mas permitem que as empresas paguem

somente uma parte dele antes do registro, pagando o restante após o primeiro ano de operação. Em El Salvador, por

exemplo, a exigência de capital mínimo era, em maio de 2019, de 2.000 dólares americanos, sendo que desse montante pelo

menos 5% deveriam ser pagos antes do registro da nova empresa. O capital mínimo integralizado registrado pelo Doing

Business no caso de El Salvador é, portanto, de 100 dólares americanos, o que equivale a 2,6% do PIB per capita da

economia.

Reformas
O tópico da abertura de empresas identifica as mudanças que ocorrem a cada ano no processo de constituição e registro de

uma sociedade limitada. Dependendo do impacto nos dados coletados pelo Doing Business, certas mudanças são

classificadas como reformas regulatórias e incluídas na seção que apresenta as reformas identificadas pelo Doing

Business em 2018-2019. Esta seção do relatório lista as alterações significativas ocorridas no ambiente regulatório das

economias analisadas pelo projeto durante este período. As reformas são classificadas em dois tipos: reformas que facilitam

os negócios e reformas que aumentam a dificuldade das atividades empresariais.

As reformas que ocorrem na área da abertura de empresas a cada ano são identificadas com base na variação, em termos

absolutos e relativos, da pontuação obtida por cada economia neste tópico. São classificadas como reformas as alterações

nos dados que tenham um impacto igual ou superior a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a pontuação da

economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação da economia, com exceção de alterações nos custos que, de

acordo com a lei, variam em função do salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que

trata do cálculo das pontuações no relatório Doing Business). Por exemplo, se o estabelecimento de um balcão único para o

registro de novas sociedades limitadas levar a uma diminuição no tempo e no número de procedimentos necessários para se

constituir uma empresa, e se tal diminuição tiver um impacto superior ou igual a 2% na distância entre a pontuação máxima do

tópico e a pontuação da economia e um impacto de 0,5 pontos ou mais na pontuação da economia, esta iniciativa é

classificada como uma reforma. Por outro lado, não são consideradas reformas as pequenas alterações nas taxas de registro

de empresas e outras mudanças de menor impacto por não afetarem a distância entre a pontuação máxima do tópico e a

pontuação da economia em no mínimo 2%, ou por não afetarem a pontuação da economia em no mínimo 0,5 pontos.

Contudo, os dados sobre o processo de abertura de empresas são atualizados em cada edição do relatório Doing Business de

acordo com tais alterações. 

Os dados sobre a abertura de empresas em todas as economias estão disponíveis em http://www.doingbusiness.org. A

metodologia inicial foi desenvolvida por Djankov et al. (2002) e é adotada com pequenas modificações.

 Legal Privacy Notice Access to Information Jobs Contact

REPORT FRAUD OR CORRUPTION


 IBRD IDA
Resolução de Insolvência

O Doing Business analisa a duração, o custo e os resultados dos procedimentos de insolvência envolvendo as empresas

nacionais, assim como a robustez do regime jurídico aplicável aos processos de liquidação e reorganização de empresas. Os

dados são provenientes das respostas à pesquisa fornecidas por especialistas em insolvência e verificados através de um

estudo das leis e normas vigentes, bem como de informações públicas sobre regimes de falência. A classificação das

economias em termos da facilidade de resolução de insolvência é determinada através da pontuação da economia na área da

resolução de insolvência. Estas pontuações são obtidas através da média simples da pontuação de cada um dos índices que

compõem este tópico.

Recuperação de dívidas no processo de insolvência

A taxa de recuperação é calculada com base na duração, custo e resultado dos procedimentos de insolvência numa

determinada economia. Para tornar os dados comparáveis em todas as economias, utilizam-se várias suposições sobre a

empresa e o caso analisado.

Suposições sobre a empresa

A empresa:

•  É uma sociedade de responsabilidade limitada.

•  Opera na maior cidade comercial da economia. Em 11 economias também são coletados dados da segunda maior cidade

comercial dentro das mesmas suposições do estudo de caso.

•  É 100% de propriedade nacional. A pessoa que fundou a empresa também é presidente do conselho de administração e

detentora de 51% das ações (nenhum outro acionista detém mais do que 5% das ações).

•  Seu principal ativo é um imóvel situado no centro da cidade, onde a empresa opera um hotel. O hotel é avaliado em 100

vezes o valor do PIB (produto interno bruto) per capita da economia ou em US$ 200.000, o que for mais elevado.

•  Possui um gerente geral profissional.

•  Possui 201 funcionários e 50 fornecedores, aos quais deve efetuar pagamentos decorrentes da última entrega de

mercadorias.
•  Concluiu um acordo de empréstimo de 10 anos com um banco nacional, garantido por uma hipoteca sobre a propriedade do

hotel. Uma taxa comercial universal também é considerada nas economias em que essa garantia é reconhecida. Se a

legislação da economia não estipula especificamente uma taxa da empresa, mas os contratos em geral utilizam alguma outra

provisão para esse fim, essa provisão deverá ser especificada no acordo de empréstimo.

•  Observou o cronograma de pagamentos e todas as outras condições do empréstimo até agora.

•  O valor de mercado da empresa em operação é 100 vezes o valor do PIB per capita, ou US$ 200.000, o que for mais

elevado. O valor dos ativos da empresa, se vendidos separadamente, é de 70% do valor de mercado da empresa.

Suposições sobre o caso

A empresa passa por problemas de liquidez. Os prejuízos sofridos pela empresa em 2017 reduziram seu valor líquido para um

número negativo. A data do caso é o 1º de janeiro de 2018. Não há dinheiro em caixa para pagar os juros do empréstimo

concluído com o banco nem o valor principal do empréstimo, a vencer no dia seguinte, no dia 2 de janeiro. Sendo assim, a

empresa ficará inadimplente quanto ao seu empréstimo. A administração acredita que serão registrados prejuízos em 2018 e

2019, mas espera que o fluxo de caixa de 2018 cubra todas as despesas operacionais, incluindo o pagamento de

fornecedores, salários, custos de manutenção e impostos, mas não permitirá o pagamentos do empréstimo ou de juros ao

banco.

O valor em mora conforme o acordo de empréstimo é exatamente igual ao valor de mercado do hotel e representa 74% da

dívida total da empresa. Os outros 26% da dívida são relativos a credores sem garantia (fornecedores, funcionários,

autoridades tributárias).

A empresa tem demasiados credores para negociar um acordo extrajudicial informal, tendo disponíveis as seguintes opções:

um procedimento judicial voltado para a reabilitação ou reorganização da empresa para permitir a continuidade das

operações; um procedimento judicial direcionado para a liquidação ou o fechamento da empresa; ou execução da dívida

(execução hipotecária ou medida de administração) contra a empresa, executada judicialmente (ou por meio de outra

autoridade governamental) ou extrajudicialmente (por exemplo, com a indicação de um depositário).

Suposições sobre as partes

O banco deseja recuperar o maior valor possível do seu empréstimo, da maneira mais rápida e econômica que for possível.

Os credores sem garantia farão tudo o que for permitido pelas leis aplicáveis para impedir uma venda fragmentada dos ativos.

O(a) sócio(a) majoritário(a) deseja manter a empresa em operação e sob seu controle. A administração deseja manter a
empresa em operação e preservar os empregos dos funcionários. Todas as partes são entidades ou cidadãos locais; não há

estrangeiros envolvidos no processo.

Tempo

O tempo necessário para os credores recuperarem o crédito é registrado em anos corridos. O Doing Business mede o período

compreendido entre o início da inadimplência da empresa e o pagamento de parte ou de todo o valor devido ao banco. As

possíveis táticas de atraso pelas partes, tais como apelações dilatórias ou solicitações de extensões, são levadas em

consideração no cálculo do tempo necessário para a recuperação de dívidas.

Custo

O custo dos procedimentos é registrado como um percentual do valor do patrimônio do devedor. O custo é calculado com

base nas respostas da pesquisa e inclui taxas processuais e tributos governamentais; honorários dos administradores da

insolvência, leiloeiros, avaliadores e advogados; e todas as outras taxas e custos aplicáveis.

Resultado do processo

A recuperação da dívida pelos credores dependerá de duas situações: o hotel seguirá sendo uma empresa em funcionamento

após o processo de insolvência ou os ativos da empresa serão vendidos separadamente. Se o negócio continuar em

funcionamento, 100% do valor do hotel está preservado. Se for realizada uma venda fragmentada dos ativos, a quantidade

máxima que pode ser recuperada é de 70% do valor do hotel.

Taxa de recuperação

A taxa de recuperação é registrada em centavos de dólar americano, e equivale ao valor recuperado pelos credores por meio

dos procedimentos de reorganização, liquidação ou execução da dívida (execução da hipoteca ou medidas administrativas). O

cálculo leva em conta o resultado do processo: se a empresa seguirá em atividade ou se os ativos serão vendidos

separadamente. Os custos dos procedimentos são então deduzidos (1 centavo para cada ponto percentual do valor do

patrimônio do devedor). Finalmente, o valor perdido em consequência do tempo em que o montante permanece retido durante

os procedimentos de insolvência é considerado, incluindo a perda de valor devido à depreciação do mobiliário do hotel. Em

conformidade com a prática contábil internacional, a taxa anual de depreciação para o mobiliário usada é de 20%. O valor do

mobiliário é considerado como sendo equivalente a um quarto do valor total dos ativos. A taxa de recuperação é equivalente

ao valor atual dos procedimentos restantes, com base nas taxas de empréstimo do final de 2017 publicadas pelo International
Financial Statistics (IFS) do Fundo Monetário Internacional, completado com dados dos bancos centrais e da Economist

Intelligence Unit.

Se em uma economia foram registrados menos de 5 casos por ano nos últimos cinco anos envolvendo uma reorganização

judicial, liquidação judicial ou procedimento de pagamento da dívida (execução de hipoteca ou receivership), a economia

recebe a classificação de “sem prática” nos índices de tempo, custo e resultado do processo. Isso significa que os credores

provavelmente não recuperarão o seu capital por meio de um processo jurídico formal (judicial ou extrajudicialmente). A taxa

de recuperação das economias com uma classificação de “sem prática” é igual a zero. Por mais que a legislação da economia

inclua disposições relativas aos processos de insolvência (liquidação ou reestruturação), nestes casos a economia recebe

uma pontuação de 0 no índice do marco regulatório da resolução de insolvência.

Marco regulatório da resolução de insolvência

O índice do marco regulatório da resolução de insolvência baseia-se em 4 outros índices: índice do início de processos, índice

de gestão de ativos dos devedores, índice de processos de reorganização e índice dos direitos dos credores.

Índice do início de processos

O índice do início de processos possui 3 componentes:

•  Caso os devedores possam iniciar processos de liquidação e reorganização. Uma pontuação de 1 é atribuída caso os

devedores possam iniciar os dois tipos de processos; 0,5 caso possam iniciar apenas um destes tipos (liquidação ou

reorganização); 0 caso eles não possam iniciar um processo de insolvência.

•  Caso os credores possam iniciar processos de liquidação e reorganização. Uma pontuação de 1 é atribuída caso os

credores possam iniciar os dois tipos de processos; 0,5 caso possam iniciar apenas um destes tipos (liquidação ou

reorganização); 0 caso eles não possam iniciar um processo de insolvência.

•  O critério utilizado para dar início ao processo de insolvência. A pontuação de 1 é atribuída caso o teste de liquidez (o

devedor é geralmente incapaz de pagar as suas dívidas na data do vencimento) seja utilizado; 0,5 caso o teste de balanço (os

passivos do devedor excedem seus ativos) seja utilizado; 1 caso ambos os testes de liquidez e de balanço sejam utilizados,

mas apenas um seja necessário para iniciar o processo de insolvência; 0,5 caso sejam necessários dois testes; 0 caso um

teste diferente seja utilizado.

O índice varia entre 0 e 3, com valores mais altos indicando um acesso mais fácil aos processos de insolvência. Na Bulgária,

por exemplo, os devedores podem iniciar processos de liquidação e reorganização (1 ponto), mas os credores podem dar
início apenas a um processo de liquidação (0,5 pontos). O critério para dar início a um processo de insolvência é o teste de

liquidez, ou seja, o devedor não pode pagar as suas dívidas (1 ponto). A soma desses pontos dá à Bulgária uma pontuação de

2,5 no índice do início de processos.

Índice de gestão de ativos dos devedores

O índice de gestão de bens dos devedores tem seis componentes:

•  Caso o devedor (ou um representante de insolvência em seu nome) possa continuar realizando contratos essenciais para a

sobrevivência da empresa. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 caso a continuação dos contratos não seja

possível ou caso a lei não contenha disposições sobre esta matéria.

•  Caso o devedor (ou um representante de insolvência em seu nome) possa rejeitar contratos excessivamente onerosos. Uma

pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 caso a rejeição dos contratos não seja possível.

•  Caso operações contratadas antes do início do processo de insolvência, que dão preferência a um ou vários credores,

possam ser evitadas após o processo ser iniciado. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 caso não seja possível

evitar tais operações.

•  Caso as transações subvalorizadas assinadas antes do início do processo de insolvência possam ser evitadas após o

processo ser iniciado. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 caso não seja possível evitar tais operações ou

caso a lei não preveja esta situação.

•  Caso o regime da insolvência inclua disposições específicas que permitem que o devedor (ou um representante de

insolvência em seu nome), após o início do processo de insolvência, obtenha o financiamento necessário para a empresa

seguir em funcionamento durante o processo. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 caso a obtenção de

financiamento pós-início não seja possível ou caso a lei não contenha disposições sobre esta matéria.

•  Caso o financiamento pós-início receba prioridade sobre os credores quirografários comuns ou credores sem garantia

durante a distribuição de bens. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0,5 caso ao financiamento pós-início seja

concedido prioridade sobre todos os credores, garantidos e não garantidos; 0 caso não seja concedida qualquer prioridade ao

financiamento pós-início ou caso a lei não preveja esta situação.

O índice varia de 0 a 6, com valores mais altos indicando um tratamento mais vantajoso do patrimônio dos devedores, tendo

em vista a perspectiva da empresa. Em Moçambique, por exemplo, os devedores podem continuar contratos essenciais (1

ponto) e rejeitar os onerosos (1 ponto) durante o processo de insolvência. O regime da insolvência permite evitar transações
preferenciais (1 ponto) e subvalorizadas (1 ponto). Porém, o regime da insolvência não contém disposições que permitem o

financiamento pós-início (0 pontos) ou que concedem prioridade a tal financiamento (0 pontos). A soma desses pontos dá a

Moçambique uma pontuação de 4 no índice de gestão de bens dos devedores.

Índice de processos de reorganização

O índice de processos de reorganização tem 3 componentes:

•  Caso o plano de reorganização seja votado apenas pelos credores cujos direitos são modificados ou afetados pelo plano.

Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0,5 caso todos os credores votem pelo plano, independentemente do seu

impacto sobre os seus interesses; 0 caso os credores não votem pelo plano de reorganização ou caso não seja possível

estabelecer um plano de reorganização societária.

•  Caso os credores com direito de voto no plano sejam divididos em classes, cada classe votando separadamente e os

credores dentro de cada classe sendo tratados igualmente. Uma pontuação de 1 é atribuída caso o processo de votação tenha

essas três características; 0 caso o processo de votação não tenha essas três características ou caso a reorganização não

seja possível.

•  Caso o regime da insolvência exija que os credores dissidentes recebam, no âmbito do plano de reorganização, o mesmo

montante que eles teriam recebido através de um processo de liquidação. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0

caso não existam disposições a respeito ou caso a reorganização não seja disponível.

O índice varia de 0 a 3, com valores mais altos indicando uma maior conformidade com as práticas internacionalmente aceitas

nesta área. A Nicarágua, por exemplo, não tem um processo de recuperação judicial e, portanto, recebe uma pontuação de 0

no índice de processos de reorganização. Outro exemplo é o caso da Estônia, onde apenas os credores cujos direitos sejam

afetados pelo plano de reorganização podem votar (1 ponto). O plano de recuperação divide os credores em classes, cada

classe vota separadamente e credores dentro da mesma classe são tratados da mesma forma (1 ponto). Contudo, não há

disposições que exigem que o capital recuperado pelos credores dissidentes seja igual ao que seria recebido em uma

liquidação (0 pontos). A soma desses pontos dá à Estônia uma pontuação de 2 no índice de processos de reorganização.

Índice de direitos dos credores

O índice de direitos dos credores tem 4 componentes:

•  Caso os credores participem da seleção de um representante para os processos de insolvência, podendo escolher, aprovar

ou rejeitar a escolha de um representante. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 em caso negativo.
•  Caso os credores sejam obrigados a aprovar a venda de ativos substanciais do devedor no processo de insolvência. Uma

pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 em caso negativo.

•  Caso cada credor tenha o direito de acesso às informações financeiras sobre a empresa devedora durante os processos de

insolvência. Uma pontuação de 1 é atribuída em caso positivo; 0 em caso negativo.

•  Caso cada credor possa opor-se a uma decisão do tribunal ou do representante para o processo de insolvência, que aprove

ou rejeite as queixas feitas pelo próprio credor ou por outros credores contra o devedor. Uma pontuação de 1 é atribuída em

caso positivo; 0 em caso negativo.

O índice varia de 1 a 4, com valores mais altos indicando uma maior participação dos credores no processo e um grau mais

alto de proteção dos direitos dos credores. Na Islândia, por exemplo, o tribunal nomeia o representante para o processo de

insolvência sem a aprovação dos credores (0 pontos). O representante decide unilateralmente sobre a venda de bens do

devedor (0 pontos). Qualquer credor pode inspecionar os registros mantidos pelo administrador da insolvência (1 ponto). A

qualquer credor é permitido contestar uma decisão do representante para o processo de insolvência que aprove todas as

reivindicações da empresa, caso esta decisão afete os seus direitos (1 ponto). A soma desses pontos dá à Islândia uma

pontuação de 2 no índice de direitos dos credores.

Índice do marco regulatório da resolução de insolvência

O índice do marco regulatório da resolução de insolvência é obtido pela soma das pontuações dos índices do início de

processos, de gestão dos ativos dos devedores, do processo de reorganização e dos direitos dos credores. A pontuação do

índice varia de 0 a 16, com valores mais elevados indicando uma legislação de insolvência mais sólida e mais adequada para

recuperar empresas viáveis e liquidar as inviáveis.

Reformas

O tópico da resolução de insolvência assinala alterações anuais na eficiência e na qualidade do marco regulatório da

resolução de insolvências em cada economia. Dependendo do seu impacto nos dados, algumas mudanças são classificadas

como reformas e mencionadas no sumário de reformas de 2017-2018 do Doing Business, de forma a reconhecer a

implementação de alterações significativas. As reformas são divididas em dois tipos: as que facilitam as atividades

empresariais e as que as dificultam. O tópico da resolução de insolvência utiliza três critérios para identificar uma reforma.

Em primeiro lugar, todas as alterações às leis e regulações que afetem a pontuação de uma economia no que diz respeito ao

índice do marco regulatório da resolução de insolvência são classificadas como reformas. Exemplos de tais reformas incluem
alterações ao início do processo de insolvência, a introdução de procedimentos de reorganização e medidas de regulação do

financiamento pós-início e de sua prioridade. Alterações que afetem este índice são consideradas como reformas apesar de

variarem em âmbito e extensão. Por exemplo, a implementação de um sistema de financiamento pós-início e o

estabelecimento de prioridades para o mesmo representa uma reforma com o potencial de acrescentar 2 pontos ao índice,

enquanto que uma mudança do padrão de início do teste de balanço para o teste de liquidez constitui uma reforma com um

acréscimo de 0,5 pontos ao índice.

Em segundo lugar, alterações que afetem a duração, custo e resultados dos procedimentos de insolvência podem ser também

classificadas como reformas dependendo da sua magnitude. De acordo com a metodologia deste tópico, qualquer atualização

na legislação que resulte numa alteração superior ou igual a 2% na distância entre a pontuação máxima do tópico e a

pontuação da economia é classificada como uma reforma, com exceção de alterações nos custos que, de acordo com a lei,

variam em função do salário mínimo ou do índice de preços (para mais detalhes, favor consultar a seção que trata do cálculo

das pontuações no relatório Doing Business). Alterações com menor impacto não são classificadas como reformas, mas o seu

impacto é refletido nos dados publicados pelo relatório. 

Por fim, o tópico da resolução de insolvência ocasionalmente considera como reformas alterações legislativas que não

impactam nos dados publicados. Esta opção reserva-se geralmente a alterações legislativas de magnitude excepcional, como

revisões significativas nas leis de insolvência.

A metodologia foi inicialmente desenvolvida por Djankov, Hart et al (2008) e é adotada com certas alterações. O índice do

marco regulatório da resolução de insolvência foi introduzido no relatório Doing Business 2015. As boas práticas nesta área

foram desenvolvidas com base na publicação Principles for Effective Insolvency and Creditor/Debtor Regimes do Banco

Mundial (2011) e no Guia Legislativo sobre a Lei de Insolvência da Comissão sobre as Leis sobre Comércio Internacional das

Nações Unidas (UNCITRAL 2004).

Este tópico identifica as deficiências na lei de falências existente e os


principais gargalos processuais e administrativas no processo de
insolvência. A mais recente rodada de coleta de dados para o projeto foi
concluída em maio de 2019

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