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Texto expositivo
A dissimulação é um dos temas da farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente.
Efetivamente, algumas personagens da peça revelam ser o que, na realidade, não são; ou
seja, cultivam uma falsa aparência, que esconde a sua verdadeira natureza. De facto, a
dissimulação e a hipocrisia, marcam figuras que representam diferentes grupos sociais.
O escudeiro faz-se passar por distinto, mas é um pelintra. É também galanteador quando
corteja Inês; contudo, no casamento, mostra-se autoritário e violento com a sua mulher. No
final, comporta-se como um fraco quando é morto por um pastor.
Também o clérigo que tenta seduzir Lianor revela ser dissimulado: o religioso devia ser
celibatário e viver em reclusão; todavia, este clérigo em mundano e licencioso. Por fim,
Lianor faz-se passar por mulher honrada e virtuosa, mas a sua lascívia vem à superfície no
relato da tentativa de sedução do clérigo, em que, subtilmente, se regozija com o sucedido.
Concluindo, desta forma se comprova que a Farsa é um género propício à crítica social e á
denúncia dos comportamentos condenáveis.
Caracterização
Caracterização direta:
Descrição das características das personagens, ou pelo narrador ou por outra personagem
-» Auto-caracterização
-» Hetero-caracterização
Caracterização indireta
Deduzida, resulta dos atos, dos discursos e das reações da personagem face aos estímulos
que lhe são oferecidos por outras personagens e pelo desenrolar da ação
Caracterização física
“Diz que os olhos com que via
eram de Santa Luzia
cabelos da Madalena.
Se ela fosse donzela
tudo essoutro passaria.”
Caracterização psicológica