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Questões éticas da

reprodução assistida
Gestação de
substituição
Definição

O que é a gestação de substituição?


 Acordo estabelecido entre duas partes: os solicitantes – um casal
hétero ou homoafetivo, infértil, ou uma mulher infértil e a mulher
portadora
A gestação de substituição possui duas formas:
 - Gestacional, na qual a mulher portadora não tem qualquer tipo de
relação biológica com o feto
 - Genética, na qual a mulher portadora doa o seu património
genético para a criação do feto
Contextualização

Surgimento da gestação de substituição


 » âmbito científico das técnicas de procriação medicamente assistidas
 » enorme vontade do ser humano de querer ter filhos e consequentemente
deixar a sua descendência

Conceito de gravidez em termos da sociedade | passado -


presente
 A conceção de ter um filho para entregar a outra pessoa é algo que num
passado mais remoto, seria impensável, porém na atualidade, é algo de que
provavelmente todas as pessoas já ouviram falar
Gestação de substituição á volta do mundo

 Ao redor do mundo as opiniões e as ações legislativas


tomadas em relação a esta prática, não são unanimes,
havendo assim países onde esta prática é :
 Legislada ( Ex: Grécia e Reino Unido)
 Não legislada ( Ex: Dinamarca e na Bélgica)
 Admitida ( Ex: Geórgia , Rússia )
 Proibida ( Ex: Espanha, Alemanha e França)
Gestação de substituição em Portugal

 A legislação Portuguesa foi alterada pela última vez, no


passado dia 26 de novembro
 » o governo aprovou a alteração que fez com que esta
prática deixasse de poder ser compensada
monetariamente, fazendo assim com que passasse
somente a poder ser exercida como um ato altruísta.
Problema

 A partir deste tema, é possível formular o seguinte


problema: Será eticamente correto e moralmente
aceitável utilizar a prática da gestação de substituição
para gerar um novo ser? 
Objetivo e Importância
 Objetivo - Expor as diferentes teses relativamente á
prática da gestação de substituição e defender a
posição que se estabelece a favor da prática da mesma.
 Importância

Contrariamente á adoção, a gestação de substituição dá


aos solicitantes a hipótese de construir uma família com
crianças biologicamente relacionadas
Principais teses concorrentes

 A tese que defende a liberalização desta prática, porém com certas


restrições, como limites de idade, condições económicas e a própria
saúde das mães geradoras
 A tese que defende a proibição de todo o tipo de gestação de
substituição
Argumentos a favor da tese a ser
defendida
1º Argumento
Baseia- se no direito constitucional de criar uma família.
 O artigo nº 36, nº1 da Constituição da República Portuguesa, que consagra que
"todos têm direito de constituir família e de contrair casamento em condições
de plena igualdade”.

 Adicionalmente, o artigo nº 67, n.º 1 que prevê a família como um "elemento


fundamental da sociedade, que tem direito à proteção da sociedade e do
Estado, e à efetivação de todas as condições que permitam a realização
pessoal dos seus membros”.
Argumentos a favor da tese a ser
defendida

2º Argumento
 Defende o princípio da autonomia e liberdade pessoal da mulher
portadora.
 Como manifestação da sua autonomia pessoal, a mulher tem o
direito sobre o seu corpo, podendo assim decidir se deseja colocar
os seus direitos reprodutivos ao serviço de terceiros
Principais objeções e contra-argumentação das
mesmas
Objeção ao 1º argumento
Não temos forma de saber se o desejo de ter filhos, de quem adere a
esta prática, tem um fundamento ético.
 Não sabemos se engloba:

 direito de os ter

 desejo de querer deixar descendência genética

(este último baseia-se num interesse pessoal e egoísta, e que por isso não é ético)
Principais objeções e contra-
argumentação das mesmas

Contra-argumento – Objeção 1 (1º Argumento)


 A grande maioria dos casos em que a esta prática é utilizada,
englobam-se na primeira situação, em que o desejo de ter
filhos tem um fundamento ético, pelo que seria moralmente
incorreto vedar o recurso à gestão de substituição a milhares
de famílias, consoante o argumento apresentado na objeção
anterior
Principais objeções e contra-
argumentação das mesmas
Objeções ao 2º argumento
Objeção 1
 1 - Surge a favor da defesa da ideia kantiana, e entende
que o fim não justifica os meios e defende também,
que ainda que se aceite o contrato de gestação de
substituição gratuitamente, a mulher é sempre
reduzida a uma coisa, um objeto, e ainda, reduzida a
uma simples incubadora.
Principais objeções e contra-
argumentação das mesmas

Objeção 2
 2 - Assenta na instrumentalização da vida da mulher,
por durante a gravidez ocorrer a “utilização de todo o
corpo, durante a plenitude do tempo que dura a
gestação”.
Principais objeções e contra-
argumentação das mesmas

Contra-argumento – Objeção 1 (2º argumento)


1 - O seu imperativo categórico traça uma linha
demasiado extremista e com várias falhas.
 No fundo, a mulher fá-lo com a intenção de ajudar a
formar uma outra família, pelo que a sua ação pode ser
vista como moralmente correta.
Principais objeções e contra-
argumentação das mesmas
Contra-argumento – Objeção 2 ( 2º argumento)
 2- A gravidez não é de todo algo impeditivo e/ou
restritivo, no sentido em que a mulher pode
perfeitamente manter a sua liberdade de
autodeterminação e prosseguir com as atividades que
desenvolvia anteriormente, desde que assegure o bem-
estar da criança. 
Conclusões tiradas

A prática da gestação de substituição deve


ser permitida (com restrições),
Esta, no entanto, só deve ser aplicada caso
se respeitem os direitos da gestante e dos
pais biológicos.

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