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Curso de Letras
Seropédica – RJ
Fevereiro de 2021
TAYLANY VIEIRA DOS SANTOS
Seropédica – RJ
Fevereiro de 2021
FARACO, Carlos Alberto. Ensinar x Não ensinar gramática: ainda cabe essa
questão?. Calidoscópio, São Paulo, v. 4, n. 1 , p. 15-26, jan./abr. 2006.
Carlos Alberto Faraco (1950) é um conceituado linguista brasileiro que possui em seu
currículo graduação em Letras Português/Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (1972), mestrado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1978),
doutorado em Linguística - University of Salford (1982) e pós-doutorado em Linguística na
University of California (1995-96). Sua eminência, também, se dá pelo fato de ser um dos
especialistas brasileiros na obra de Mikhail Bakhtin.
Enquanto Professor Sênior do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), Faraco publicou um artigo que muito contribui para o
entendimento das questões que norteiam a gramática brasileira. Trata-se de: “Ensinar x Não
ensinar gramática: ainda cabe essa questão?”
O estudo gramatical é muito longevo e podemos encontrá-los em datas antes de a.C.,
porém a gramática que conhecemos hoje está diretamente ligada à cultura greco-romana, onde
se deu o conceito de gramática como a arte do uso correto da língua.
Atribui-se à gramática um conjunto de regras acerca do falar e escrever corretamente;
por evoluir ao longo do tempo e sofrer constantes transformações, a gramática requer que
estejamos interados sobre todas estas mudanças. Por este motivo o autor a chama de bicho-
papão, por carregarmos por toda a vida a constante indagação do que é certo e errado na fala e
na escrita.
Como já citado anteriormente, a gramática é bastante antiga e perpassou pelo mundo
medieval. Nesta época, na comunicação cotidiana desenvolviam-se as línguas vernáculas,
oriundas das variedades do latim popular falado. Mas essas variações começaram a se
intensificar com o passar do tempo, após a desintegração do Império em decorrência das
constantes invasões dos povos germânicos.
Ao final do século XV e começo do XVI, com a situação mais sazonada para o início
de estudos gramaticais mais aprofundados das línguas vernáculas, viu-se a necessidade de
sistematizar a descrição dessas línguas e registrar uma referência normativa a fim de atender
os objetivos da unificação linguística. Principalmente o português e o castelhano que
favoreciam os movimentos unificadores por estarem se tornando línguas imperiais.
Um dos mecanismos de impor a norma culta é a escola, pois nela está incutida uma
obsessão no normativismo e um compromisso com afinco à gramática. Mas Faraco vê uma
real possibilidade no estudo prazerosa da gramática: