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O ENSINO DA GRAMÁTICA
NO CONTEXTO ATUAL
CONTEXUALIZANDO
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o filólogo devia e deve ser um erudito, ou seja, conhecer várias línguas, ter
conhecimento de história, literatura, paleografia e outras áreas que auxiliam na sua
pesquisa.
Por razão de seu ofício, o filólogo também tornou-se um estudioso da
estrutura da língua. Para decidir que passagem do texto deve ser a mais fiel ao
espírito original, esse “especialista-erudito” deve saber descrever a língua em
questão, ou seja, conhecer a sua gramática. Isso implica reconhecer a grafia e a
composição das palavras, a ordem dos termos na sentença de modo a ajudá-lo a
estabelecer o texto final deste ou daquele autor. Segundo Carlos Faraco e Ana
Maria Zilles,
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Mas as gramáticas não são escritas só por gramáticos. São escritas por
filólogos como Celso Cunha, por exemplo. São escritas por linguistas, como
Ataliba Castilho. E são escritas por professores, geralmente com finalidade
didático-pedagógica. Resumindo, gramático puro sangue é raro. O que existe é a
gramática, ora escrita por filólogos, ora por linguistas, ora por professores, ora por
gramáticos.
1.2 O linguista
O linguista, por sua vez, é aquele que se interessa por todos os assuntos
ligados à linguagem: desde a língua escrita até a língua falada, passando pela
linguagem visual (ainda que essa seja hoje objeto mais específico da semiótica e
da semiologia). Ele emprega métodos científicos de análise, ou seja, ele parte da
“observação dos fatos, formula hipóteses e estuda seu objeto sistematicamente
mediante experimentação e uma teoria adequada” (Petter, 2005, p. 13).
Esse estudioso é uma figura que surge no século XIX e vai se firmar no
início do século XX com a publicação do Curso de Linguística Geral, do suíço
Ferdinand Saussure, em 1916.
A linguística surge quando o conhecimento de diversas línguas se amplia
e a ideia de compará-las se desenvolve. Com isso, constata-se que as línguas se
modificam de acordo com motivações internas, de forma regular e por condições
históricas. Mattoso Câmara Jr. sintetiza bem este “nascimento”:
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Portugal no período. Livro de caráter didático (epítome significa resumo), cujo
objetivo era “[...] o ensino da norma literária na escola de nível elementar”
(Cavaliere, 2001, p. 58). A tradição que se seguiu à obra de Morais manteve o
viés didático e racionalista, o que implicou, como já vimos na Aula 1, um
distanciamento do português brasileiro e uma aproximação do português europeu.
Gramáticas escritas por brasileiros, algumas já publicadas no Brasil, descreviam
como a “boa língua”, não o PB, mas o PE: “a rigor volumes de cunho meramente
didático, pautados pela concepção da gramática como repositório de normas do
bem-dizer.” (Cavaliere, 2001, p. 51)
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adiante). Outro aspecto decisivo na passagem do século XIX para o XX é a
relação muito forte entre professor – ensino, portanto – e gramáticos, dado que é
nesse período que se dá a institucionalização da língua portuguesa como
disciplina escolar. (Costa, 2016, p. 62)
Quatro décadas mais tarde, em 1941, um livro importante introduziria os
modernos estudos sobre a língua, representada pela Linguística: Princípios de
linguística geral, de Joaquim Mattoso Câmara Jr. A linguística firma-se como um
ramo autônomo no reino das ciências humanas e das letras, graças a forte
influência e repercussão do Curso de Linguística Geral, de Ferdinand Saussure.
Essa autonomia se mostra pelo emprego de métodos mais abstratos e voltados
para a forma pelas quais as partes da língua se articulam de modo a constituir um
sistema com leis e regras universais. Ou seja, cada unidade passa ter um valor
estrutural ou funcional, como no caso das oposições entre as consoantes /p/ e /b/
e as conjugações ou tempo verbais. Isso significa que ao usar a forma /p/ constituo
o segmento sonoro pato – substantivo masculino – e a /b/ constituo o segmento
verbal bato. Com a troca de um elemento por outro formam-se significados
diferentes. Assim como as palavras amava e amou, em que as desinências
diferentes opõem dois tempos verbais distintos: passado imperfeito (am-ava) e
passado perfeito (am-ou). Essas análises prescindem de outros campos teóricos,
como o histórico, o literário entre outros. Daí a autonomia da linguística.
Essa abordagem criou uma divisão no Brasil, que opôs filólogos e
linguistas:
Quando falamos em cânone, talvez venha a sua mente outra palavra mais
corrente entre nós: canonizar. Esta significa incluir alguém no cânone dos santos,
ou seja, na “lista dos santos reconhecidos pela Igreja” (Houaiss, 2017). Quando
usamos esta palavra fora do campo da religião, seu sentido se amplia para o
conjunto de obras que são o modelo de uma determinada área. Ou seja, as
melhores obras segundo a escolha dos homens e mulheres de sua época. Assim,
as gramáticas que serviram de suporte para o ensino de língua portuguesa a partir
da segunda metade do século XX e início do XXI – o “cânone” – foram a Gramática
Normativa da Língua Portuguesa (1957, 1972, 1992), de Rocha Lima, a Moderna
Gramática Portuguesa (1961, 1997, 2009), de Evanildo Bechara, e as Gramática
do Português contemporâneo (1970), Gramática da Língua Portuguesa (1972), e
a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1985, 2001), de Celso Cunha
(a última contou com a colaboração do filólogo português Lindley Cintra [1925-
1971]).
Embora não escritas para o uso em sala de aula, foram recomendadas a
nossos alunos até pelos menos a década de 1960, quando pouco a pouco foram
sendo trocadas pelos livros didáticos, fenômeno ligado à expansão da oferta
escolar havida a partir das décadas de 1960 e 1970. De todo modo, ainda são as
gramáticas que servem de apoio aos autores desses livros – os quais pouco a
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pouco começam a usar também materiais produzidos pelos cursos de Linguística
e Língua Portuguesa de todo Brasil, incluindo gramáticas com outros perfis
teóricos, como veremos mais adiante.
Esses três autores participaram de importantes momentos de formalização
do ensino e da língua portuguesa no Brasil, como a elaboração da Nomenclatura
Gramatical Brasileira, a NGB (1959), e a Reforma Ortográfica da Língua
Portuguesa (1990). Todos eles ligados, uns mais outros menos, à tradição
filológica brasileira. Foram eles que tomaram para si o papel de descrever e
normatizar a língua escrita, enquanto os linguistas se voltavam para a análise
científica da língua.
Carlos Henrique da Rocha Lima, ou Rocha Lima como ficou conhecido por
causa, sobretudo, de sua gramática. Era carioca, fez quase toda sua carreira no
Rio de Janeiro e escreveu quase 40 obras, entre estudos filológicos e textos
didáticos. Sua gramática, desde o nome – Gramática normativa da língua
portuguesa – pretende-se normativa e é baseada nos textos dos cânones literários
português e brasileiro. É a mais conservadora das três. Segundo Cláudio Cezar
Henriques, Rocha Lima diz que “as regras da gramática normativa se
fundamentam nas obras dos grandes escritores, ‘em cuja linguagem as classes
ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o
uso idiomático estabilizou e consagrou’” (Lima, 1977, p. 7 citado por Henriques,
2003, p. 45)
Rocha Lima buscava mostrar como as normas provinham de “fatos da
língua”, os quais eram ratificados por meio dos textos dos escritores dos cânones
português e brasileiro. Os quase dois mil exemplos (“fatos de língua”) que ele
distribui pelas páginas de sua gramática foram extraídos das obras de 150
autores. Destes, quase 30% são portugueses; e os demais, 70%, brasileiros.
Neste ponto, sua gramática inclui-se na tradição de reafirmar o português
brasileiro em face do europeu. Mas no que se refere à modernidade dos autores
escolhidos, sua gramática prefere a estabilidade e um certo conservadorismo,
empregando exemplos majoritariamente do século XIX: 99 autores desse século
contra apenas 19 do século XX (Henriques, 2003, p. 51). A sua gramática adotou,
como muitas outras dessa época, a ordem que depois foi estabelecida pela NGB:
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começando pela Fonética/ Fonologia, seguida pela Morfologia e terminando na
Sintaxe, com um capítulo a mais voltado para a Estilística.
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Portuguesa, que alia a preocupação de uma científica descrição
sincrônica a uma visão sadia da gramática normativa, libertada do ranço
do antigo magister dixit e sem baralhar os objetivos das duas disciplinas.
(Bechara, 2009, p. 7 – grifo nosso)
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considerada” (Cunha, 1985, p. 7). Nesse sentido, a ideia de correção muda de
aspecto, está mais próxima da ideia de adequação. O viés antiprescritivista de
Cunha e Cintra é bem claro, pois para eles é preciso uma descrição detalhada
das
Essa visão de Cunha era tão forte que ele se engajou no projeto NURC, no
qual trabalhou na seção do Rio de Janeiro. Projeto esse que foi a base para a
elaboração de novas gramáticas, com viés mais linguístico do que filológico.
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à escola pública brasileira, por conta de sua expansão nos governos
militares, os linguistas deram um novo tom à discussão, redirecionando
o debate a partir, principalmente, da inserção do tema da variação
linguística e suas decorrências, seja quanto ao conceito de gramática,
seja quanto à funcionalidade das variantes. (Faraco; Castro, 1999, p. 1)
Uma das consequências desses novos olhares sobre a língua foi, segundo
Ilari, levar o professor de língua portuguesa a “desautomatizar a visão corrente
dos fatos de língua”, ou seja, não aceitar de pronto o que estava na gramática
tradicional. Outro aspecto foi a possibilidade desse mesmo professor praticar o
método de investigação científica (Ilari, 2003, p. 10). Mas o que o “cientifico” da
linguística tem de diferente do método cientifico dos filólogos que mencionamos
nesta aula alguns temas atrás? Na verdade, mudam as teorias, as quais exigem
outros métodos. Ilari, nas entrelinhas, está opondo o método científico da
linguística aos gramáticos prescritivistas ou a perspectivas dogmatizantes que
ignoram a língua real empregada pelos brasileiros.
A diferença que os linguistas procuraram marcar em relação ao ensino
prescritivista ou normatizante era de que a Linguística não confundia a língua com
a gramática. Era preciso não desconsiderar “a realidade multifacetada da língua”,
como dizem Faraco e Castro (1999, p. 1). Ou seja, considerar a heterogeneidade
da língua como uma petição de princípio e colocá-la no centro dos estudos
linguísticos é um divisor de águas – em temos teóricos – entre a linguística e a
tradição gramatical normativa. Não que essa diversidade não fosse aceita. Foi
Bechara quem cunhou a expressão que todos devemos ser “poliglotas na mesma
língua”, ou seja, conhecer e dominar o melhor possível as variantes do Português.
Mas esse gramático, assim como outros, não as incorporaram como um princípio
norteador de suas gramáticas.
Outra diferença de postura é a determinação da linguística em descrever
“os falares de camadas sociais desprestigiadas” (Ilari, 2003, p. 19), algo que ainda
aparece na gramática de Bechara, por exemplo, como vícios de linguagem
(Bechara, 2010, p. 487).
Do ponto de vista da escrita, os linguistas ampliaram esse universo,
incluindo o exame de textos não-literários. Postularam, portanto, uma outra
relação com o texto, retirando da literatura o lugar de autoridade e ratificação dos
usos linguísticos. Em vez disso, investigam diferentes textos que passarão a
chamar de gênero textual ou gênero do discurso. Sem entrar no mérito de suas
definições, gêneros do discurso pressupõem e implicam a ideia de interação, ou
seja, são produzidos de acordo com as necessidades de comunicação e de
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propósito entre interlocutores. Trata-se de incluir a sociedade e o contexto na
investigação da linguagem:
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faz mediante “o produto da observação do funcionamento das unidades
linguísticas em contextos que incluem os sujeitos falantes, a situação espaço-
temporal e a própria língua” (Flores, 2006, p. 11). Trata-se de deixar as regras de
lado e estimular e exercitar a percepção de fatos linguísticos a partir dos textos. E
é o texto o grande protagonista de novas propostas do ensino da língua, uma vez
que nele a língua se manifesta de forma mais viva, dado que só nos comunicamos
por meio dele.
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Da teoria, os linguistas foram à gramática. Percebendo que a crítica à
gramática tradicional ou à dos filólogos, e a indicação de como a língua deveria
ser pensada ou descrita não eram suficientes, alguns linguistas resolveram
colocar a mão na massa e escrever novas gramáticas. Isso começa a acontecer
na década de 1980 com a Gramática da Língua Portuguesa, de Mira Mateus e
outras (1983), prosseguindo nos anos 1990 com a Gramática descritiva do
português, de Mário Perini (1996), até chegar à primeira década do século XXI,
quando esse processo toma fôlego com as gramáticas de Maria Helena Moura
Neves, Mário Perini Ataliba Castilho e Marcos Bagno:
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autoridade literária; ao contrário, a partir do uso analisa o produto linguístico
realizado pelo usuário.
A teoria também é outra. O texto é a unidade maior de funcionamento da
língua, ou seja, “a interpretação das categorias linguísticas não pode prescindir
da investigação de seu comportamento na unidade maior – o texto –, que é a real
unidade de função” (2000, p. 15).
Além disso, os itens gramaticais devem ser vistos em todas as suas
dimensões funcionais. Ou seja, ao analisar a ocorrência de um artigo definido
não basta verificar seu papel no nível do sintagma, mas também seu papel
referencial, o que muitas vezes implica levar em conta aspectos do contexto
extralinguístico como em “O guarda mete o dinheiro no bolso e vai saindo (UC)”,
em que o referente (o guarda) está presente no momento da enunciação, condição
necessária para o estabelecimento de sentido (Neves, 2000, p. 391).
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Perini não ignora o português padrão (a língua escrita formal), mas acredita
que se deve estudar a língua mais usada por seus usuários, pois o padrão: “só se
usa em situações especiais, relativamente raras: escrevendo textos para
publicação, fazendo discursos de formatura, coisas assim. O padrão nunca é
usado na fala cotidiana [...]” (Perini, 2010, p.20). Seu método é o descritivo, por
meio do qual pretende mostrar o que ocorre no PB, como ele o chama. Perini
ainda enfatiza o caráter científico de sua gramática nos termos que vimos no tema
anterior e na aula sobre norma culta: “O linguista, cientista da linguagem, observa
a língua como ela é, não como algumas pessoas acham que ela deveria ser”
(Perini, 2010, p. 21). Esse é um mantra dos linguistas, não?
A diferença de objeto em relação ao da gramática dos filólogos produz
também uma diferença na teoria e metodologia empregadas. Com isso, Perini
introduz conceitos novos, reexplica os tradicionais, e propõe modificações na
Nomenclatura Gramatical Brasileira.
A gramática de Ataliba T. Castilho, o ex-professor das três maiores
universidades de São Paulo (Unesp, Unicamp e USP), é seguramente a mais
ousada, exaustiva e complexa. Mas não se assuste: é escrita de forma clara e,
até em muitos momentos, coloquial. A sua gramática considera a língua como um
objeto dinâmico. Nesse sentido, difere-se das gramáticas de Moura Neves e
Perini, que, mal ou bem, partem de um produto linguístico acabado.
No caso da gramática do professor paulista, a “intensa atividade”
desencadeada pela fala é enfrentada por uma teoria que encara todos esses
processos ao mesmo tempo: a teoria multissêmica. Trocando em miúdos, uma
teoria que analisa o fenômeno linguístico considerando simultaneamente quatro
aspectos: o léxico, a semântica, o discurso e a gramática. Não separadamente,
mas “tudo junto ao mesmo tempo”, como se diz por aí.
Por exemplo, quando ele vai estudar o sujeito, Castilho levanta do seu
corpus exemplos e os discute segundo suas propriedades gramaticais
(fonológicas, morfológicas e sintáticas), discursivas, e semânticas. Claro que cada
item linguístico vai demandar uma ênfase maior neste ou naquele aspecto, mas o
que salta aos olhos nessa gramática é a extensão da análise, que parece
pretender percorrer tudo que é possível observar em cada caso proposto.
Ataliba Castilho enfatiza que a gramática deve analisar desde a língua do
analfabeto até a do “escritor laureado”, por isso examina tanto o texto escrito
quanto o falado. Para ele, as “regularidades que as gramáticas identificam devem
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fundamentar-se no uso comum da língua, quando conversamos, quando lemos
jornais, como cidadãos de uma democracia” (Castilho, 2010, p. 32). Por fim, indica
sua gramática para pesquisadores, professores, alunos de letras e curiosos. Não
é, portanto, uma gramática escolar. No entanto, em 2012 lançou uma gramática
escolar com a professora Vanda Maria Elias, disponível em nossa Biblioteca
Virtual.
Já a gramática de Marcos Bagno, como informa seu título, é pedagógica.
Ainda que não se destine a alunos e alunas, é orientada para uso de professores
do ensino fundamental e médio, “como um auxiliar para a tarefa de promoção da
reflexão sobre a língua e linguagem em sala de aula” (Bagno, 2011, p. 26). Para
isso, o professor da Universidade de Brasília (UnB) descreve as características
básicas do português brasileiro, usa exemplos contemporâneos e autênticos,
além de propor “atividades práticas para levar seus aprendizes a conhecer melhor
o funcionamento da língua que falam e escrevem e para se apoderar do que é um
português brasileiro contemporâneo urbano culto” (Bagno, 2011, p. 26).
O viés pedagógico está presente em outros aspectos. No começo da obra,
Bagno sugere leituras da gramática tradicional aos seus leitores professores, pois
são um pressuposto para entender a sua gramática. Ele indica as gramáticas de
Cunha e Bechara, que estudamos aqui, comentando suas características, além
de recomendar a Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, de José Carlos de
Azevedo (2008). Entre outros aspectos importantes, Bagno enfatiza que incorpora
formas do português urbano culto à gramática, considerando-as como “já
devidamente implantadas no nosso sistema linguístico” (2011, p. 27). Muitas delas
vimos na discussão sobre o português brasileiro em aula anterior. Assim,
descreve uma “norma que já existe”, como também defendem Neves, Perini e
Castilho.
FINALIZANDO
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Brasil, os estudos gramaticais adotam critérios científicos, boa parte herdados dos
métodos da linguística histórica e comparada, correntes que fundaram a
linguística. Isso aprimorou e muito a descrição da língua.
Quase na metade do século XX, a linguística chega ao Brasil com a obra
de Joaquim Mattoso Câmara Jr. e dá o impulso à linguística. Daí em diante,
filólogos, linguistas e gramáticos vão conviver, brigar e muitas vezes ocupar dois
ou três papéis desses ao mesmo tempo. Com a expansão do ensino e a
consolidação dos estudos linguísticos no Brasil, novas concepções ganham
espaço, sobretudo depois da criação do Projeto NURC, que permitiu que os
estudos de língua falada se desenvolvessem a ponto de possibilitar a redação de
gramáticas da língua falada do português brasileiro. Ataliba Castilho resume bem
– e de forma conciliadora – o cenário atual em que vivemos:
LEITURA OBRIGATÓRIA
21
CAVALIERE, R. S. Uma proposta de periodização dos estudos linguísticos no
Brasil. Alfa – Revista de Linguística, v. 45, p. 49-69, 2001. Disponível na internet.
FARACO, C.; CASTRO, G. Por uma teoria linguística que fundamente o ensino
de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre
é bom). Educar em revista, v. 15, n. 15, 1999. Disponível na internet.
Saiba mais
22
REFERÊNCIAS
FARACO, C.; CASTRO, G. Por uma teoria linguística que fundamente o ensino
de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre
é bom). Educar em revista, v.15, n. 15, 1999.
23
HENRIQUES, C. C. A canonização linguístico-literária na moderna gramática
portuguesa, de Evanildo Bechara. Idioma (UERJ), Rio de Janeiro, v. 20, p. 25-36,
1998.
LUFT, C. Língua e liberdade. Por uma nova concepção da língua materna. São
Paulo: Ática, 1996.
24