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UERJ

Língua portuguesa VI
Professor: Charleston
Integrantes do grupo: Thiago da Silva Penna...

Tema: 3. Linguística histórica, Filologia e Gramática histórica, diferenças e


aproximações entre as disciplinas e como colaboram para os estudos da história da
língua portuguesa.

Tarefa difícil a de conceituar todo um campo científico e delinear suas


características mais peculiares quando sua aproximação com outro é tão estreita e
paralela. Tanto a Linguística histórica, como a Filologia e a Gramática histórica têm
como objeto de estudo a Linguagem, porém a abordagem de cada uma, ou seja, a
maneira pela qual se aproximam desse fundo comum, seja diferente.
Seguindo a doutrina de Cláudio Cezar Henriques, a Gramática é o suporte para a
Linguística e também o suporte para a Filologia. A primeira está presente nessas duas
outras disciplinas1
Ao acrescentarmos o epíteto histórico à gramática, temos a ciência, conceituada
por Ismael Lima Coutinho, “que estuda os fatos de uma língua, desde a origem até a
época atual.” Sendo, portanto, seu objetivo muito mais amplo do que o das gramáticas
expositiva, descritiva ou prática.2
Portanto, a gramática histórica estuda as transformações que a língua passa e os
processos de mudança, desde a origem. Enquanto a gramática expositiva se ocupa de
apontar irregularidades na língua, aquela busca explicar, por meio de seu cabedal
científico, o fato em sua origem.3
Para este Autor, a gramática histórica divide-se em Lexiologia e Sintaxe. Aquela
estuda a palavra de forma isolada, seja pelo seu aspecto fonológico, considerando a
sonoridade da língua, seja em seu matiz morfológico, atinente as formas que as palavras
assumem na língua; enquanto esta se ocupa das palavras relacionadas na frase.
Segundo Hermann Paul, a gramática histórica provém da gramática descritiva e
conserva a sua forma. Limitando-se, porém, a alinhar, para fins comparativos, algumas
gramáticas descritivas de diferentes períodos, escorando-se em um ponto de partida que
lhe seja transmitido pela tradição.
A definição da gramática histórica-comparativa conforme Mário Eduardo
Martelotta é a de uma proposta a fim de “comparar elementos gramaticais de línguas de
origem comum a fim de detectar a estrutura da língua original da qual elas se
desenvolveram.”4
Essa nova linha de pesquisa sobre a linguagem teve origem quando se viu que o
sânscrito, o latim, o grego e outras línguas da Europa possuíam inúmeras semelhanças
1
Henriques, Cláudio Cezar. Filólogos, gramáticos e linguistas. Idioma – 18. Conferência proferida no dia
23/10/1996, na abertura do I fórum de Estudos Linguísticos, promovido pela Coordenação de Pós-
Graduação do Instituto de Letras da UERJ
2
Coutinho, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. 6º ed. Rio de Janeiro. Livraria Acadêmica.
1974. p.13
3
Ibidem
4
Martelotta, Mario Eduardo (org.). Manual de linguística. 2 ed., São Paulo: Contexto, 2021. p.47
entre si. Outros fatores que impulsionaram seu desenvolvimento foi o Romantismo
alemão, que estimulou os comparatistas a buscarem uma língua original, vendo a
mudança como a perda de sua pureza, em estado primevo e também a aparição das
ideias de Darwin sobre a origem das espécies, o que levou a alguns linguistas a procura
de meios de explicar como as línguas mudavam e sumiam.5
São Franz Bopp e Jacob Grimm os responsáveis por desenvolver de forma
sistemática o estudo comparativo das línguas. Grimm enxergou mudanças fonéticas
decorrentes de transformações históricas, criando uma Lei de Grimm, que explicava
algumas dessas alterações. Segundo esta lei, as consoantes oclusivas nas línguas
germânicas teriam passado por uma mutação em algum momento de sua história. As
oclusivas surdas teriam se tornado aspiradas e as sonoras viraram surdas, o que
diferencia o grupo de línguas germânicas de outras línguas indo-europeias. As línguas
germânicas ainda possuem um /f/ onde o grego e o latim têm um /p/. Além de que as
línguas germânicas apresentam um fonema aspirado /h/, enquanto o grego e o latim
apresentam um /k/, nas palavras correspondentes.6
Franz Bopp é tido como o criador da gramática comparativa do indo europeu,
trabalho esse, publicado em 1816, que compara os verbos do sânscrito, latim, grego,
persa e línguas germânicas. Obra seminal para o estudo comparativo das línguas indo
europeias.7
Com base nesses estudos, os comparatistas entenderam que haveria uma língua
em comum entre essas línguas, que seria o indo-europeu primitivo. Contudo, a
existência dessa língua nunca foi provada historicamente, uma vez que não há nenhum
registro que a confirme.8
Outros comparatistas importantes foram os neogramáticos. Estes defendiam leis
fonéticas como processos mecânicos passiveis de exceção pela “analogia”, entendida
como um elemento universal da mudança linguística existente em todos os períodos
históricos. Por meio da analogia, a mente humana interfere na atuação das leis fonéticas,
como por exemplo a palavra “estrela” que deriva do latim stella, que ganha um /r/ por
meio da analogia com a palavra “astro”.9
Outra exceção as leis fonéticas, para os neogramáticos, é o “empréstimo”, que
consiste na influência de uma língua sobre outra, dentro de uma mesma comunidade
linguística. Como se deu, por exemplo, com a palavra cap, em francês, que foi tomada
de empréstimo do provençal. Essa palavra teria, segundo os neogramáticos, violado as
leis fonéticas esperadas na formação de palavras do francês.10
No tocante à Filologia, Lima Coutinho a presenta a seguinte definição: “a
ciência que estuda a literatura de um povo ou de uma época e a língua que lhe serviu de
instrumento.” Esta ciência surgiu de uma necessidade hermenêutica, de interpretar
textos antigos. Logo, é uma ciência da linguagem voltada ao texto. Conforme August
Schleicher, não se encontra a filologia onde não se tem a presença de uma literatura, de
uma história documentada, uma vez que ela tem por objeto documentos históricos.11
Segundo Leite de Vasconcelos a história da filologia portuguesa pode ser
dividida em 4 períodos: o 1º os quatro primeiros séculos da monarquia lusitana; o 2º do
princípio do século XVI ao ano de 1779, quando se funda a Academia Real das

5
Idem, p.49
6
Idem, p.50
7
Idem, p.50
8
Ibidem
9
Idem, p.51
10
Ibidem
11
Coutinho, Ismael de Lima. Idem, p.18
Ciências, em Lisboa; o 3º de 1779 a 1868, quando Adolfo Coelho inaugura novos
métodos científicos; e o 4º com início em 1868 e vai até os dias atuais.12
A filologia lida, por exemplo, com a fragmentação de textos, a edição e
comparação de textos antigos, ainda em manuscritos, a identificação de lacunas, a
identificação das informações contidas nesses documentos e a sua tradução. 13 Problemas
referente a datação dos documentos são, de igual modo, objeto da filologia, que pode,
inclusive, valer-se, por vezes de outras ciências, como, por exemplo, a História, para o
deslinde de alguma questão que, eventualmente, surja durante a análise dos textos. A
etimologia, ciência que estuda a origem das palavras e de seu significado, é um ramo
que surgiu da filologia.14
Para Gladstone Chaves de Melo, a filologia difere-se da linguística, pois esta é
uma ciência especulativa e aquela uma ciência aplicada. A linguística tem como objeto a
língua como fato social e a filologia o estudo de documentos escritos.
A Ecdótica é também uma atividade filológica, que lida com a fixação do texto,
sua apresentação e publicação. Tudo que leve ao sentido visado pelo autor. Nada
impede, todavia, que a Filologia utilize estudos linguísticos para comparar textos de
diferentes épocas ou para decifrar inscrições antigas, comentar textos, fixar seu sentido
etc.15
Segundo Maximiliano de Carvalho e Silva a Critica textual também é uma parte
da filologia. Ele define critica textual como “o conjunto de operações que preparam um
texto para publicação ou mesmo aproxima da última vontade manifestada por seu autor
ou autora”.16
Das três ciências (a filologia, a gramática histórica e a linguística), a Filologia é
a mais antiga. Suas origens remontam à escola de Alexandria e aos estudos dos textos de
Homero, por Erastóstenes (276-194 a.C.) e outros sábios da Academia. 17
A Linguística, por sua vez, possui atualmente diversas escolas ou linhas de
pesquisa, como a linguística cognitiva; a linguística estrutural; a linguística
funcionalista; a linguística gerativa; a sociolinguística e outras.
Para Mattoso Câmara Jr. A linguistica “estuda os processos de linguagem,
depreendendo as técnicas pelas quais a humanidade cria a representação e a
comunicação intelectiva, pela “língua”, e a exteriorização e comunicação emotiva, pelo
“estilo”.18
A linguistica gerativa, abordagem desenvolvida por Noam Chomsky, tem como
objetivo descrever princípios – propriedades gramaticais que todas as línguas possuem –
12
Ibidem
13
Ferrari, Márcio. A redescoberta da filologia. Edição 239, jan.2016. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/a-redescoberta-da-filologia/. Acesso em: 21 de nov.2023.
14
Ibidem
15
Müller, Munniky. Filologia e linguística: encontros e desencontros. Soletras, Ano X, nº19, jan./jun.2010.
São Gonçalo: UERJ, 2010 – Suplemento 155. Disponível em: < https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi8j4_F0dWCAxVYjZUCHcWNAYU4ChAWegQICx
AB&url=https%3A%2F%2Fwww.e-publicacoes.uerj.br%2Findex.php%2Fsoletras%2Farticle%2Fdownload
%2F15836%2F11988&usg=AOvVaw2ZZNFvAry8JZr9BQNkA760&opi=89978449. Acesso em: 21 de nov.
2023
16
Ibidem
17
Rosa, Camilo. A relação filologia/linguística – trajetória, percalços, impasses e convergências. Mneme,
revista de humanidades, V.2 – n.4, jun./jul. de 2001. DIsponivel em: https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi9ze212dWCAxUfppUCHauyDuc4ChAWegQICB
AB&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.ufrn.br%2Fmneme%2Farticle%2Fdownload
%2F36%2F27&usg=AOvVaw2YNke7sVG0_Kf0vfSqxcs1&opi=89978449. Acesso em: 21 de nov. 2023
18
Câmara Junior, Joaquim Mattoso. Princípios de linguística geral: como introdução aos estudos
superiores da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro. Liv. Acadêmica, 1974. p.32
e parâmetros – variações binárias entre as línguas – de uma gramática universal –
propriedades gramaticais presentes em todas as línguas naturais e suas diferenças
previsíveis – subjacente à competência linguística dos falantes, de modo a poder
explicar a aquisição e a faculdade da linguagem. A gramática universal é vista ainda
como uma espécie de algoritmo, ou dispositivo inato, capaz de promover instruções
para o desenvolvimento de uma língua. Desde a década de 1990 até os dias atuais, os
gerativistas estudam o funcionamento dessa GU (gramática universal) por meio do
programa minimalista.19
Outra abordagem linguística atual importante é a cognitivista. Nesta,
diferentemente da gerativista, não se entende que a sintaxe é autônoma em relação ao
léxico, a morfologia e a fonologia, mas que essas configuram “uma espécie de
continuum de unidades simbólicas que se subordinam à estrutura conceptual para fins
comunicativos.20” Para os cognitivistas, a língua não é vista como um módulo autônomo
da mente, mas que se comunica com outras faculdades mentais, como a memoria, a
capacidade de organização etc. O significado é atribuído em grande parte por um
processo social que inclui a capacidade de categorização de objetos e atos. Não é mais o
falante/ouvinte ideal, mas um real, envolvido em uma situação comunicativa quem
produz o sentido. E como sua mente está atrelada ao corpo, seus pensamentos são
“corporificados”, no sentido de que conceitos abstratos são metafóricos e ocorrem por
projeção entre domínios do conhecimento.21
A linguística moderna certamente trouxe novas contribuições para o domínio da
Linguagem. Contudo, não podemos de modo algum afirmar que o aporte científico da
linguística não assenta em uma tradição que remonta a antiguidade, se considerarmos as
discussões existentes sobre origem e características da língua. Mattoso Câmara Jr.
chama, porém, esses diferentes estudos sobre a linguagem, feitos na Antiguidade, de
“pré-linguísticos” e “paralinguísticos”.22
É, porém, apenas no Renascimento que vemos o início de uma história
comparativa das línguas. Começa-se a cotejar línguas diversas e fases históricas de uma
mesma língua, como as explicações referentes a transformação do latim nas línguas
românicas, como o francês, o português, o espanhol, o romeno e outras. Passa-se a
atribuir essas mudanças linguísticas, entre outros fatores, às mudanças causadas por
substrato ou por superestrato.23
No entanto, Eugenio Coseriu insiste que a linguística moderna tem suas origens
na Antiguidade. Por exemplo, a distinção entre significante e significado, que é
normalmente atribuída a Ferdinand de Saussure, já existia em Aristóteles e nas obras
dos Estoicos. Estes diferenciavam semainon (significante) semainómenon (significado)
de prãgma (a própria coisa referenciada). 24
Outra diferença comumente atribuída ao linguista genebrino é o referente à
sincronia e diacronia. Esta, todavia, já era feita por Georg von der Gabelentz, que fazia
a distinção entre fatos linguísticos pertencentes a uma mesma língua, simultâneos, e
fatos sucessivos. Gabelentz diferencia, também, língua (Sprache) de fala (Rede) –
diferença esta que, embora presente em toda gramática de forma intuitiva, já se
encontrava em Hegel, de forma explicita, em sua Enciclopédia das ciências filosóficas,

19
Martelotta, Mario Eduardo (org.). idem, p.135
20
Idem, p.180
21
Idem, p.182
22
Câmara Junior. História da Linguística, Editora Vozes, 7ºedição, p.22
23
Coseriu, Eugenio. Lecciones de linguistica general. Segunda edición revisada. Editorial Gredos, Madri,
1999. p. 17
24
Idem, p.21
parágrafo 459, “Die Rede und ihr System, die Sprache” (que traduzido é “O falar e seu
sistema, a língua”).25
Para ambos os linguistas (a saber: Saussure e Gabelentz) a distinção entre língua
e fala acrescido da faculdade de linguagem é fundamental, para a divisão entre
linguística descritiva, que trata do sistema, no qual a fala se manifesta; linguística
histórico-comparativa: que trata da explicação das línguas quanto a sua história; e
linguística geral: que tem por objeto de estudo a faculdade da língua26.
As linguísticas modernas, porém, possuem como orientação metodológica mais
a teoria e a descrição do que a comparação e a história 27 (embora haja abordagens como
a sociolinguística que não desprezam a metódica comparatista, porem, mais sob um
aspecto sincrônico), razão pela qual têm mais semelhanças com a Antiguidade e com os
pensamentos filosóficos sobre a língua (e.g. Crátilo de Platão, Heráclito sobre o logos
etc.) – que integram a filologia, em uma acepção antiga, como amor ao culto da
linguagem28 – do que com os estudos da língua que surgiram durante o Renascimento
europeu retomados no século XIX (cuja metodologia utilizada é a comparativa) – que
servem de base para a gramática histórica. Outrossim, a filologia e a gramática histórica
têm um enfoque maior na perspectiva diacrônica da língua, enquanto a linguística (não
histórica) sói estudar a língua sob uma ótica mais sincrônica.
Mattoso Câmara Jr. Afirma que a separação entre filologia e linguística só
ocorreu no século XIX, com os estudos de August Schleicher. Antes as duas ciências
eram mais ou menos interligadas. Para este Autor, o lugar da linguística (que chamava
glottiker) era entre as ciências naturais, já que, inspirado nos estudos de Darwin, via a
língua como um organismo. Já a filologia, para ele era um ramo da história. Portanto,
ele via o desenvolvimento da língua não como algo histórico, mas como um
acontecimento natural.29

Referências bibliográficas:

COSERIU, Eugenio. Lecciones de linguística general. Segunda edición revisada.


Editorial Gredos, Madri, 1999

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. 6º ed. Rio de


Janeiro. Livraria Acadêmica. 1974.

CÂMARA JUNIOR, Joaquim Matoso. Princípios de linguística geral: como


introdução aos estudos superiores da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro. Liv.
Acadêmica, 1974.

25
Idem p.24
26
Idem, p.25
27
Idem, p.20
28
Rosa, Camilo. Idem
29
Câmara Junior, Joaquim Mattoso. História da Linguística, p.65
______. História da linguística. Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro. 7º
edição, 2011.

FERRARI, Márcio. A redescoberta da filologia. Edição 239, jan.2016.


Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/a-redescoberta-da-filologia/. Acesso
em: 21 de nov.2023.

HENRIQUES, Claudio Cezar Henriques. Idioma -18.

MARTELOTTA, Mario Eduardo (org.). Manual de linguística. 2 ed., São Paulo:


Contexto, 2021.

MÜLLER, Munniky. Filologia e linguística: encontros e desencontros. Soletras,


Ano X, nº19, jan./jun.2010. São Gonçalo: UERJ, 2010 – Suplemento 155. Disponível
em: <https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi8j4_F0dWCAxVYjZUCH
cWNAYU4ChAWegQICxAB&url=https%3A%2F%2Fwww.e-publicacoes.uerj.br
%2Findex.php%2Fsoletras%2Farticle%2Fdownload
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Acesso em: 21 de nov. 2023

PAUL, Hermann. Princípios fundamentais da história da língua. Fundação


Calouste Gulbenkian, 2ed.

Rosa, Camilo. A relação filologia/linguística – trajetória, percalços, impasses e


convergências. Mneme, revista de humanidades, V.2 – n.4, jun./jul. de 2001. DIsponivel
em: https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi9ze212dWCAxUfppUCHauyD
uc4ChAWegQICBAB&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.ufrn.br%2Fmneme%2Farticle
%2Fdownload%2F36%2F27&usg=AOvVaw2YNke7sVG0_Kf0vfSqxcs1&opi=89978449.
Acesso em: 21 de nov. 2023

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