Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Língua portuguesa VI
Professor: Charleston
Integrantes do grupo: Thiago da Silva Penna...
5
Idem, p.49
6
Idem, p.50
7
Idem, p.50
8
Ibidem
9
Idem, p.51
10
Ibidem
11
Coutinho, Ismael de Lima. Idem, p.18
Ciências, em Lisboa; o 3º de 1779 a 1868, quando Adolfo Coelho inaugura novos
métodos científicos; e o 4º com início em 1868 e vai até os dias atuais.12
A filologia lida, por exemplo, com a fragmentação de textos, a edição e
comparação de textos antigos, ainda em manuscritos, a identificação de lacunas, a
identificação das informações contidas nesses documentos e a sua tradução. 13 Problemas
referente a datação dos documentos são, de igual modo, objeto da filologia, que pode,
inclusive, valer-se, por vezes de outras ciências, como, por exemplo, a História, para o
deslinde de alguma questão que, eventualmente, surja durante a análise dos textos. A
etimologia, ciência que estuda a origem das palavras e de seu significado, é um ramo
que surgiu da filologia.14
Para Gladstone Chaves de Melo, a filologia difere-se da linguística, pois esta é
uma ciência especulativa e aquela uma ciência aplicada. A linguística tem como objeto a
língua como fato social e a filologia o estudo de documentos escritos.
A Ecdótica é também uma atividade filológica, que lida com a fixação do texto,
sua apresentação e publicação. Tudo que leve ao sentido visado pelo autor. Nada
impede, todavia, que a Filologia utilize estudos linguísticos para comparar textos de
diferentes épocas ou para decifrar inscrições antigas, comentar textos, fixar seu sentido
etc.15
Segundo Maximiliano de Carvalho e Silva a Critica textual também é uma parte
da filologia. Ele define critica textual como “o conjunto de operações que preparam um
texto para publicação ou mesmo aproxima da última vontade manifestada por seu autor
ou autora”.16
Das três ciências (a filologia, a gramática histórica e a linguística), a Filologia é
a mais antiga. Suas origens remontam à escola de Alexandria e aos estudos dos textos de
Homero, por Erastóstenes (276-194 a.C.) e outros sábios da Academia. 17
A Linguística, por sua vez, possui atualmente diversas escolas ou linhas de
pesquisa, como a linguística cognitiva; a linguística estrutural; a linguística
funcionalista; a linguística gerativa; a sociolinguística e outras.
Para Mattoso Câmara Jr. A linguistica “estuda os processos de linguagem,
depreendendo as técnicas pelas quais a humanidade cria a representação e a
comunicação intelectiva, pela “língua”, e a exteriorização e comunicação emotiva, pelo
“estilo”.18
A linguistica gerativa, abordagem desenvolvida por Noam Chomsky, tem como
objetivo descrever princípios – propriedades gramaticais que todas as línguas possuem –
12
Ibidem
13
Ferrari, Márcio. A redescoberta da filologia. Edição 239, jan.2016. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/a-redescoberta-da-filologia/. Acesso em: 21 de nov.2023.
14
Ibidem
15
Müller, Munniky. Filologia e linguística: encontros e desencontros. Soletras, Ano X, nº19, jan./jun.2010.
São Gonçalo: UERJ, 2010 – Suplemento 155. Disponível em: < https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi8j4_F0dWCAxVYjZUCHcWNAYU4ChAWegQICx
AB&url=https%3A%2F%2Fwww.e-publicacoes.uerj.br%2Findex.php%2Fsoletras%2Farticle%2Fdownload
%2F15836%2F11988&usg=AOvVaw2ZZNFvAry8JZr9BQNkA760&opi=89978449. Acesso em: 21 de nov.
2023
16
Ibidem
17
Rosa, Camilo. A relação filologia/linguística – trajetória, percalços, impasses e convergências. Mneme,
revista de humanidades, V.2 – n.4, jun./jul. de 2001. DIsponivel em: https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi9ze212dWCAxUfppUCHauyDuc4ChAWegQICB
AB&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.ufrn.br%2Fmneme%2Farticle%2Fdownload
%2F36%2F27&usg=AOvVaw2YNke7sVG0_Kf0vfSqxcs1&opi=89978449. Acesso em: 21 de nov. 2023
18
Câmara Junior, Joaquim Mattoso. Princípios de linguística geral: como introdução aos estudos
superiores da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro. Liv. Acadêmica, 1974. p.32
e parâmetros – variações binárias entre as línguas – de uma gramática universal –
propriedades gramaticais presentes em todas as línguas naturais e suas diferenças
previsíveis – subjacente à competência linguística dos falantes, de modo a poder
explicar a aquisição e a faculdade da linguagem. A gramática universal é vista ainda
como uma espécie de algoritmo, ou dispositivo inato, capaz de promover instruções
para o desenvolvimento de uma língua. Desde a década de 1990 até os dias atuais, os
gerativistas estudam o funcionamento dessa GU (gramática universal) por meio do
programa minimalista.19
Outra abordagem linguística atual importante é a cognitivista. Nesta,
diferentemente da gerativista, não se entende que a sintaxe é autônoma em relação ao
léxico, a morfologia e a fonologia, mas que essas configuram “uma espécie de
continuum de unidades simbólicas que se subordinam à estrutura conceptual para fins
comunicativos.20” Para os cognitivistas, a língua não é vista como um módulo autônomo
da mente, mas que se comunica com outras faculdades mentais, como a memoria, a
capacidade de organização etc. O significado é atribuído em grande parte por um
processo social que inclui a capacidade de categorização de objetos e atos. Não é mais o
falante/ouvinte ideal, mas um real, envolvido em uma situação comunicativa quem
produz o sentido. E como sua mente está atrelada ao corpo, seus pensamentos são
“corporificados”, no sentido de que conceitos abstratos são metafóricos e ocorrem por
projeção entre domínios do conhecimento.21
A linguística moderna certamente trouxe novas contribuições para o domínio da
Linguagem. Contudo, não podemos de modo algum afirmar que o aporte científico da
linguística não assenta em uma tradição que remonta a antiguidade, se considerarmos as
discussões existentes sobre origem e características da língua. Mattoso Câmara Jr.
chama, porém, esses diferentes estudos sobre a linguagem, feitos na Antiguidade, de
“pré-linguísticos” e “paralinguísticos”.22
É, porém, apenas no Renascimento que vemos o início de uma história
comparativa das línguas. Começa-se a cotejar línguas diversas e fases históricas de uma
mesma língua, como as explicações referentes a transformação do latim nas línguas
românicas, como o francês, o português, o espanhol, o romeno e outras. Passa-se a
atribuir essas mudanças linguísticas, entre outros fatores, às mudanças causadas por
substrato ou por superestrato.23
No entanto, Eugenio Coseriu insiste que a linguística moderna tem suas origens
na Antiguidade. Por exemplo, a distinção entre significante e significado, que é
normalmente atribuída a Ferdinand de Saussure, já existia em Aristóteles e nas obras
dos Estoicos. Estes diferenciavam semainon (significante) semainómenon (significado)
de prãgma (a própria coisa referenciada). 24
Outra diferença comumente atribuída ao linguista genebrino é o referente à
sincronia e diacronia. Esta, todavia, já era feita por Georg von der Gabelentz, que fazia
a distinção entre fatos linguísticos pertencentes a uma mesma língua, simultâneos, e
fatos sucessivos. Gabelentz diferencia, também, língua (Sprache) de fala (Rede) –
diferença esta que, embora presente em toda gramática de forma intuitiva, já se
encontrava em Hegel, de forma explicita, em sua Enciclopédia das ciências filosóficas,
19
Martelotta, Mario Eduardo (org.). idem, p.135
20
Idem, p.180
21
Idem, p.182
22
Câmara Junior. História da Linguística, Editora Vozes, 7ºedição, p.22
23
Coseriu, Eugenio. Lecciones de linguistica general. Segunda edición revisada. Editorial Gredos, Madri,
1999. p. 17
24
Idem, p.21
parágrafo 459, “Die Rede und ihr System, die Sprache” (que traduzido é “O falar e seu
sistema, a língua”).25
Para ambos os linguistas (a saber: Saussure e Gabelentz) a distinção entre língua
e fala acrescido da faculdade de linguagem é fundamental, para a divisão entre
linguística descritiva, que trata do sistema, no qual a fala se manifesta; linguística
histórico-comparativa: que trata da explicação das línguas quanto a sua história; e
linguística geral: que tem por objeto de estudo a faculdade da língua26.
As linguísticas modernas, porém, possuem como orientação metodológica mais
a teoria e a descrição do que a comparação e a história 27 (embora haja abordagens como
a sociolinguística que não desprezam a metódica comparatista, porem, mais sob um
aspecto sincrônico), razão pela qual têm mais semelhanças com a Antiguidade e com os
pensamentos filosóficos sobre a língua (e.g. Crátilo de Platão, Heráclito sobre o logos
etc.) – que integram a filologia, em uma acepção antiga, como amor ao culto da
linguagem28 – do que com os estudos da língua que surgiram durante o Renascimento
europeu retomados no século XIX (cuja metodologia utilizada é a comparativa) – que
servem de base para a gramática histórica. Outrossim, a filologia e a gramática histórica
têm um enfoque maior na perspectiva diacrônica da língua, enquanto a linguística (não
histórica) sói estudar a língua sob uma ótica mais sincrônica.
Mattoso Câmara Jr. Afirma que a separação entre filologia e linguística só
ocorreu no século XIX, com os estudos de August Schleicher. Antes as duas ciências
eram mais ou menos interligadas. Para este Autor, o lugar da linguística (que chamava
glottiker) era entre as ciências naturais, já que, inspirado nos estudos de Darwin, via a
língua como um organismo. Já a filologia, para ele era um ramo da história. Portanto,
ele via o desenvolvimento da língua não como algo histórico, mas como um
acontecimento natural.29
Referências bibliográficas:
25
Idem p.24
26
Idem, p.25
27
Idem, p.20
28
Rosa, Camilo. Idem
29
Câmara Junior, Joaquim Mattoso. História da Linguística, p.65
______. História da linguística. Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro. 7º
edição, 2011.