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POUCO SE SABE quando a impureza dos homens o destinaram

para a iniquidade e a virtude perdida como um naufrago em pélagos


tempestuosos. As civilizações redesenharam as terras pelo continente e
mais um momento, as areias do destino foram apanhadas com o vento,
que consigo, levara a história para além dos cosmos e de toda expansão de
Auni. No florescimento das raças em Kalindor, muitos confrontos haviam
sido travados que dispersaram os mortais pelos ermos e refundidos pelos
seus alvéolos. O preconceito, o egoísmo, a traição e a sede de poder fez
com que o inclusivo se tornasse eliminatório, e não foi diferente para o
povo do mar, os tritões. A história conta que antes, humanoides normais,
não muito diferente dos primeiros homens. Conviviam numa cidadela
nomeada por Rygath, no oceano de Kahan. É decerto que eram seres que
dissemelharam das demais raças por terem conhecimento de tecnologias
mais avançadas.

Entretanto, a inveja e o roubo de informação dos restantes os


levaram para ações radicais, desafogaram seus rios de fúria e
desconfiança em Rygath. Com o mutirão dos feiticeiros e magos,
afundaram a cidade nas profundezas oceânicas. Mas, um tritão
manifestou-se das ravinas aquáticas como uma luz no fim do poço e
sagrou uma essência forte o suficiente para reanimar o povo de Rygath
em criaturas marinhas. Com o passar dos ciclos, reconstruíram a cidadela
nas funduras marítimas de Kahan e estabeleceram sua hierarquia e
política geográfica. Galan, possui uma crônica um tanto quanto curiosa,
sempre admirou a assembleia de Rygath e almejava se tornar do conclave
de paladinos do imperador Nidriun . Sempre gostou de se aventurar pelos
mares, por mais que a direção da fortaleza notificava os civis de não
ultrapassarem as fronteiras, o que Galan se arriscava a fazer em
conveniência da sua curiosidade e conhecimentos.

Contudo, em uma das suas peregrinações no íntimo e desconhecido


oceano de Kahan, deparou-se com uma silhueta assustadoramente
colossal, a maior coisa que já viu vagando pelos mares em sua vida.
Vislumbrou a sua bocarra inconcebível se abrindo em sua direção, pensou
que eram seus últimos momentos. E de repente, um clarão dourado
ofuscou na sua frente. Quando abriu os olhos, não mais estava lá, mas sim
hospedado em seu domo na cidade. Aquilo foi Valir o protegendo,
disseram os altos clérigos após Galan descrever o ocorrido, disseram que
o jovem tritão tinha um propósito a cumprir quando o tempo revelasse.
Então, foi lecionado no corpo militar da cidadela, passou por um
juramento sagrado e finalmente se tornou do conclave de paladinos.

O EQUILÍBRIO NOS salões reais estava se desmanchando quando


o duque Eron alimentava um discurso de guerra contra os homens. Uma
vingança juramentada era fomentada na cabeça de seus seguidores, o que
Nidriun sempre tentou evitar que a ideia colapsasse. Não foi muito cedo
para que Eron comprasse os lordes com promessas de títulos e riquezas.
O duque com a ajuda da alta cúpula de Rygath, forjou a morte do rei com
um sequestro. Os desconfiados das palavras do duque foram exilados,
alguns mortos, outros desertores e alguns caçados como Galan que
resolveu participar da rebelião, pois, assim como os outros não tinha uma
boa impressão da imagem de Eron na corte.

Assim, Galan fez refúgio para a terra dos homens, onde nenhum
soldado de Eron atreveria de pisar só. O discurso do duque nunca o
convenceu, fazendo crer que o rei ainda estivesse vivo e que sua falsa
morte seria um gatilho para um golpe de estado, e os que consentiram
com a palavra de Eron, eram tementes de sua tirania ou apenas
subordinados. Galan peregrina pelas terras em busca de refugiados do
conclave ou até mesmo informações do paradeiro de Nidriun, e desse
jeito, provaria a usurpação para o povo de Rygath e livraria os tritões da
tirania que é reescrita num amontoado de glórias.

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