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Londrina
2020
CAMILA BIANCONI ROSA
Londrina
2020
2
CDU 159.9
3
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
Acredito que a conquista de uma pessoa nunca é individual, de modo que percebo
a ajuda e apoio de muitas pessoas na realização deste trabalho, as quais desejo agradecer.
ciência e pesquisa.
apoiador financeiro, emocional e gastronômico. Obrigada, meu amor, pelo seu amor,
ausências, cansaço e até mal humor muitas vezes. Obrigada pela ajuda nos momentos
difíceis, e por aceitar o que eu pude oferecer nos momentos de maior desgaste físico e
Sou também muito grata por esta instituição de ensino, pelo Programa de
Mestrado ofertado e pelos professores com os quais convivi e com os quais muito aprendi.
pesquisadora, mas também comportamentos que modificaram meu jeito de ser e perceber
o mundo em outras esferas da minha vida. Certamente, sou uma pessoa muito melhor
tornaram as idas e vindas de campo muito mais divertidas. Obrigada, minhas queridas
juízas, tão dispostas a ajudar na análise de uma grande quantidade de dados. Obrigada,
6
colegas de orientação: Jenifer, Edneli e Fernanda, por me salvarem tantas vezes com dicas
e conhecimentos partilhados.
De modo especial, agradeço a minha querida orientadora, Nádia Kienen, por ter
me aceitado e escolhido como parceira nessa pesquisa, por acreditar nessa grande
sobre o desempenho dos professores, tema tão necessário quanto espinhoso. Sinto que
uma sincera amizade e parceria surgiram, e que há uma relação de admiração e carinho
mútuos. Você sempre me estimulou a dar o meu melhor e sempre esteve disposta a me
admiro muito, por fazer sempre o seu melhor. Especialmente, admiro sua coerência ao
agir educar a partir do que você estuda, pesquisa e acredita. Quero ser igual a você quando
eu crescer!
foi realizada, aos professores que se dispuseram a participar dela, com tanto respeito e
Por fim, obrigada a todos os professores com os quais convivi em minha vida.
Certamente, todos vocês foram, de alguma forma, inspiração para esse trabalho.
RESUMO
A proposição de objetivos de ensino se constitui uma prática de fundamental importância
na atuação docente. Pesquisas têm demonstrado que a formação, tanto inicial quanto
continuada dos professores, tem ensinado aos docentes a planejar e propor objetivos de
ensino baseando-se na transmissão de conteúdos escolares que possuem pouca relação
com a realidade social na qual os aprendizes atuarão. Diante dessa situação, formações
continuadas para professores que se proponham a sanar lacunas no repertório de
proposição de objetivos de ensino se fazem importantes e necessárias. A Programação de
Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos (PCDC) apresenta uma
alternativa tanto na proposição de objetivos para o ensino, quanto para o planejamento de
condições para tal ensino, baseada nos princípios da Análise Experimental do
Comportamento. Tendo como base a metodologia da PCDC, a presente pesquisa foi
realizada em dois estudos. O Estudo 1 teve como objetivo adaptar um Programa de
Ensino, originalmente elaborado por Carvalho (2015), para capacitar professores atuantes
em Ensino Fundamental II de uma escola pública da região de Londrina. Para isso, foi
aplicado um instrumento de caracterização sociodemográfica com os participantes, a fim
de identificar as necessidades de aprendizagem específicas de tal público. A partir dessa
caracterização, o comportamento-objetivo terminal foi alterado para “propor objetivos de
ensino conforme necessidades sociais do contexto em que os aprendizes atuarão” e foram
propostos 52 comportamentos-objetivo, para os quais planejaram-se condições de ensino
e atividades correspondentes. A adaptação realizada no Estudo 1 deu origem ao
planejamento de condições de ensino e caderno de aplicação dessas condições que
permitiram a realização do Estudo 2, cujo objetivo foi avaliar a eficiência e a eficácia da
aplicação do Programa de Ensino adaptado. A aplicação se deu com quatro professores,
em 13 encontros semanais e presenciais de uma hora e meia. Para a avaliação da eficiência
e eficácia do Programa de Ensino, foram aplicados instrumentos de pré e pós-teste,
utilização de sondas, questionário de follow-up e de satisfação da participação no
programa. Os resultados apontam a eficiência no desenvolvimento de comportamentos-
objetivo intermediários e menos complexos do Programa como conceituar
comportamento e conceituar aprender, e baixa eficácia para o desenvolvimento do
comportamento-objetivo terminal. Esses resultados apontam necessária reformulação do
Programa de Ensino, de modo especial na reformulação e ampliação de condições de
ensino e reestruturação do diagrama de decomposição para que o desenvolvimento do
comportamento-objetivo terminal seja alcançado.
Palavras-chave: Programação de Condições para Desenvolvimento de Comportamentos;
Programação de Ensino; formação continuada; treinamento de professores.
9
ABSTRACT
The proposition of teaching objectives is a practice of fundamental importance in
teaching. Research has shown that teacher training, both initial and continuing, has taught
teachers to plan and propose teaching objectives based on the transmission of school
content that has little relation to the social reality in which the learners will act. In view
of this situation, continuous training for teachers who intend to remedy gaps in the
repertoire of proposing teaching objectives is important and necessary. The Programming
of Conditions to Develop Behaviors (PCDC) presents an alternative both in proposing
objectives for teaching, as well as in planning conditions for such teaching, based on the
principles of Experimental Behavior Analysis. Based on the PCDC methodology, the
present research was carried out in two studies. Study 1 aimed to adapt a Teaching
Program, originally developed by Carvalho (2015) to train teachers working in
Elementary Education II at a public school in the region of Londrina. For this, a
sociodemographic characterization instrument was applied with the participants, in order
to identify the specific learning needs of such audience. From this characterization, the
terminal objective behavior was changed to “propose teaching objectives according to the
social needs of the context in which the learners will act” and 52 objective behaviors were
proposed, for which teaching conditions and corresponding activities were planned. The
adaptation carried out in Study 1 gave rise to the planning of teaching conditions and the
application book of these conditions that allowed the realization of Study 2, whose
objective was to evaluate the efficiency and effectiveness of the application of the adapted
Teaching Program. The application took place with four teachers, in 13 weekly and face-
to-face meetings of one and a half hours. To evaluate the efficiency and effectiveness of
the Teaching Program, pre and post-test instruments, the use of probes, a follow-up
questionnaire and satisfaction with participation in the program were applied. The results
indicate the efficiency in the development of intermediate and less complex objective
behaviors of the Program, such as conceptualizing behavior and conceptualizing
learning, and low efficiency for the development of terminal objective behavior. These
results indicate a necessary reformulation of the Teaching Program, especially in the
reformulation and expansion of teaching conditions and restructuring of the
decomposition diagram so that the development of the terminal objective behavior is
achieved.
Key words: Programming of Conditions for Development of Behaviors, Teaching
Programming; continuing education, teacher training.
10
Lista de Figuras
Estudo 1
Ensino ............................................................................................................................. 40
Estudo 2
Programa ........................................................................................................................ 87
Lista de Tabelas
Estudo 1
programa ........................................................................................................................ 38
Estudo 2
fase ................................................................................................................................. 81
comportamento............................................................................................................... 85
professores: como propor objetivos de ensino?” produziu, de forma geral na vida dos
Lista de Apêndices
“Programa de capacitação para professores: Como propor objetivos de ensino?” ........ 147
ensino............................................................................................................................ 246
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 17
ESTUDO 1 – Adaptação de um programa de ensino para capacitar
professores do ensino fundamental II a propor comportamentos-objetivo
.......................................................................................................................... 19
RESUMO ......................................................................................................... 19
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 21
MÉTODO ........................................................................................................ 32
Fontes de Informação ..................................................................................... 32
Equipamentos e materiais .............................................................................. 34
Instrumentos .................................................................................................. 34
Procedimento ................................................................................................ 34
RESULTADOS ............................................................................................... 39
Decomposição e sequenciação dos comportamentos-objetivo do 39
programa de ensino............................................................................................
Adaptação das condições de ensino tendo em vista o público-alvo do 44
programa ...........................................................................................................
DISCUSSÃO .................................................................................................... 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 58
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 60
Instrumentos ................................................................................................... 78
Delineamento Experimental .......................................................................... 80
Procedimentos ................................................................................................ 80
RESULTADOS ............................................................................................... 92
DISCUSSÃO .................................................................................................... 106
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 123
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 126
REFERÊNCIAS DA DISSERTAÇÃO ......................................................... 134
APÊNDICES ................................................................................................... 146
17
APRESENTAÇÃO
para planejar minha prática docente de maneira adequada e para me dedicar à formação
continuada.
Algumas das dificuldades enfrentadas por mim tinham relação direta com a minha
formação como licenciada. Apesar de ter cursado Letras em uma das universidades
públicas de maior prestígio do país (UEL), tal formação foi insuficiente em alguns pontos
específicos, como: o que ensinar, como ensinar, e principalmente, para quem ensinar. Não
porque tais “pontos” não haviam sido ensinados durante a formação, porém avalio que
tal ensino possa ter sido feito sem levar em conta a realidade a ser encontrada pelos futuros
Apesar da minha busca por formação continuada, minhas dúvidas sobre o que,
como e para que ensinar nunca foram respondidas adequadamente, até o dia em que entrei
(PCDC). A partir deste encontro, muitas das minhas questões docentes começaram a ser
minha formação como psicóloga, com minha experiência anterior como professora,
Sentindo que posso contribuir apontando alternativas mais produtivas para um dos
muitos problemas educacionais existentes em nosso país, meu desejo é de que a presente
participantes, a fim de refinar uma relação que tem sido bastante profícua entre a PCDC
e a prática docente.
19
RESUMO
ABSTRACT
The planning of teaching in formal education is of great importance for the exercise of
teaching action and involves answering questions about what to teach, how to teach and
what to teach for. Literature in the area of education demonstrates that the decision on
what to teach has been made with analysis of guidelines and official education documents,
in order to propose what the teaching objectives would be. This form of proposition is
based on content little related to the students ‘reality, the target audience of the teaching
action, since it disregards the articulation of the areas of knowledge with the students’
social learning needs. The technology of the Programming of Conditions to Develop
Behaviors presents a new form of proposition of the teaching objectives taking as a
20
starting point the students’ social learning needs. The present study aimed to adapt a
Teaching Program originally designed to teach future teachers (undergraduate students)
to “establish teaching objectives” of learning programs (Carvalho, 2015), so that the
adaptation allows the application of the program with elementary school teachers from a
public school in Londrina. For this, a socio-demographic characterization instrument was
applied with elementary school teachers from a public school in Londrina, in order to
identify the specific learning needs of such public. From this characterization, 52
objective behaviors were proposed, distributed in teaching conditions planned to be
taught through 19 Programmed Instructions, which generated the Program Application
Notebook. This study suggests that the elaboration and adaptation of teaching programs
should be carried out based on the social learning needs of the learners at all stages of the
process, in order to increase the probability of the development of the objective behaviors
during the application of the program.
Key words: Programming of Conditions to Develop Behaviors, teacher training,
continuing education.
21
exercício da ação docente e envolve responder a questões sobre o que ensinar, como
ensinar e para que ensinar (Castro, Tucunduva, & Arns, 2008; Scarinci & Paca, 2015;
Thomazi & Asinelli, 2009). Ao responder tais questões, o professor pode propor os
objetivos de ensino, que dizem respeito àquilo que ele planeja ensinar aos seus alunos.
Como tem sido feita tal prática no Brasil? Ela tem sido efetiva para planejar um ensino
de qualidade aos alunos do ensino básico brasileiro? Caso essas propostas de objetivos de
ensino não estejam adequadas à função da escola numa sociedade, haveria melhores
formas de propor tais objetivos? O presente estudo se propõe a responder algumas dessas
ensino.
As pesquisas, nos últimos dez anos, sobre como planejar ensino e propor objetivos
serem ensinados para os alunos. Essa forma “conteudista” de planejar o ensino pode ser
objetivo de ensino pelos livros didáticos (Correia & Giacomin, 2012) e escolhas de
conteúdo pelos professores ( Correia & Giacomin, 2012; Dos Santos, Ortigão, & Aguiar,
2014; Nunes, 2006; Silva, 2017); teorias de análise de currículo (Fonseca & Silva Vilela,
2014; Pires, 2009); e teorias cognitivistas, cujo foco é a construção do conhecimento por
meio da aprendizagem de “conteúdos” (Aguiar Jr., 2004; Lima, 2011; Santana, Alves, &
Nunes, 2015).
efetiva para produzir como consequência um ensino de qualidade aos alunos do ensino
22
básico brasileiro? Uma vez que os processos educacionais são determinados por muitas
baseado em conteúdo, como causa unívoca da qualidade do ensino ofertado pelo sistema
educacional brasileiro, nem como único determinante do desempenho escolar dos alunos.
Obviamente, o fracasso escolar, evidenciado tanto pela evasão quanto pela repetência,
pode ter como causas diversos fatores, extrínsecos e intrínsecos à escola (Garcia, Prearo,
Entretanto, sabe-se que a atuação docente é uma das variáveis que também
satisfatório, é porque provavelmente o ensino também não ocorreu num nível satisfatório,
ensino esse planejado e executado pelo professor (Caetano & Ribeiro, 2015).
que a escola tem desconsiderado a cultura e linguagem próprias dos alunos, tendo como
foco da prática de ensino “conteúdos extensos e específicos”, os quais, por serem distantes
Esse distanciamento entre a realidade dos alunos e as práticas escolares pode ser
a nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que desconsidera a diversidade das
recepção passiva, por parte dos alunos, de conteúdos como fórmulas, conceitos,
social dos estudantes, o que dificulta a percepção, pelo aluno, da ciência e cultura como
partes integrantes de uma formação escolar eficiente (Gallon, Silva, Galle, & Madruga,
2018). Obviamente, as causas do fracasso escolar não podem ser atribuídas apenas a
maneira como o ensino tem sido planejado. Como fatores extrínsecos que também
interferem no desempenho escolar dos alunos, pode-se citar falta de apoio familiar, classe
sido o desempenho escolar dos alunos brasileiros nos últimos anos. De acordo com o
censo escolar realizado em 2017, entre 2014 e 2015, a taxa de evasão no 9º ano do ensino
fundamental foi de 7,7%, enquanto o Ensino Médio apresentou taxa de 11,2%. (Inep,
2017). Estes números, porém, podem ser ainda maiores do que os registrados, uma vez
que há grande taxa de alunos que abandonam o ano letivo, retornando no ano seguinte,
dado que, segundo Filho e Araújo (2017), não é levado em consideração nos censos
escolar), que em 2017 foi de 28,2% no Ensino Médio e de 18,1% no Ensino Fundamental,
sendo que a rede pública apresenta taxa de distorção quatro vezes maior do que a rede
alunos; e considerando também o baixo desempenho escolar atual dos alunos brasileiros,
partir de “conteúdos”, mas propondo objetivos de ensino que se aproximem mais das
24
manutenção das culturas, enquanto agência de controle ideal para a identificação dos
possíveis problemas, atuais e futuros, que determinado grupo cultural poderia enfrentar.
A ela caberia também identificar quais seriam os comportamentos dos indivíduos que
aumentar cada vez mais a capacidade dos indivíduos de prever problemas e planejar
soluções para os problemas enfrentados pelo grupo; de modo especial, problemas que
necessidades sociais dos alunos, de forma que esse ensino os capacite a identificar as
of Instruction (PSI) (Keller, 1972). Sua aplicação nos EUA e no Brasil permitiu uma
e análise da realidade social do aprendiz (Nale, 1998). A partir dessa observação e análise,
seria possível propor objetivos de ensino mais relacionados com as necessidades sociais
dos aprendizes, de maneira a aumentar a probabilidade de que tal ensino fosse mais
pelo professor.
Na proposta de ensino da PCDC, o que se ensina não são conteúdos, mas sim
refere aos comportamentos “relevantes a serem ensinados e, por essa relevância eles
aprendiz como resultado do ensino do professor (Kienen, Kubo, & Botomé, no prelo). Os
são “eliminados”, uma vez que os comportamentos-objetivos ensinados tem relação com
os “conteúdos”, mas sim quais comportamentos os alunos devem aprender para interagir
esse ensino, na PCDC, é a análise das necessidades sociais dos aprendizes para os quais
em construção dentro do próprio quadro teórico da PCDC (Botomé, 1997; Kubo &
Botomé, 2001; Nale, 1998; Souza, 2013). Ao examinar tal conceito, é possível observar
que esse está relacionado com os aspectos específicos da realidade com os quais os alunos
26
que necessitam ser superados por meio do ensino formal (Kubo & Botomé, 2001). Ao
tomar como ponto de partida as necessidades sociais dos aprendizes para a proposição
dos objetivos de ensino, o comportamento de ensinar do professor fica sob controle dos
aspectos da realidade com as quais os aprendizes deverão lidar após o processo de ensino
Essa forma de planejar o ensino, partindo das necessidades sociais dos alunos vai
de encontro ao que se tem praticado no sistema educacional. Kaufman (1977) afirma que,
em geral, as ações das agências escolares são planejadas a partir das necessidades internas
a partir de suas leis, políticas públicas e ações que visam a continuidade desta agência
social. Uma proposição deste tipo seria embasada numa “avaliação interna” à agência
desta avaliação, Kaufman propõe que, mais do que assegurar sua sobrevivência enquanto
de qual seria o valor de sobrevivência que a escola poderia oferecer, enquanto produto,
aos seus aprendizes, o que é definido pelo autor como uma “avaliação externa” de
necessidades. Para Kaufman (1977), portanto, uma avaliação das necessidades mais
devem visar o ensino que possibilite aos alunos lidarem com suas necessidades sociais.
Isso significaria os aprendizes apresentarem na realidade cotidiana, para além dos muros
ensinados pelo professor, por meio do planejamento de condições de ensino. Para elaborar
desses conhecimentos?
algumas etapas (Kienen, Kubo, & Botomé, 2013). Inicia-se o processo de programação
pela identificação das necessidades sociais dos aprendizes, os aspectos da realidade social
poderá alcançar tais objetivos, qual será o caminho a ser percorrido pelo aprendiz até que
corresponde à ordem na qual tais comportamentos serão executados, uma vez que a
frequência pelos aprendizes são alguns exemplos desses critérios (Botomé, s/d; Cortegoso
público-alvo deste programa de ensino foram quatro profissionais de uma ONG na área
exercessem essa função. A pesquisadora realizou oito encontros coletivos semanais, com
processo aprender”, “Indicar aspectos que observa para verificar ocorrência dos processos
afirma que relatos dos participantes após participar do programa apontam que eles
relação entre esses objetivos e a avaliação das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos.
Kienen (2008), Carvalho (2015) elaborou um programa de ensino, cujo objetivo foi
sociodemográficas do público-alvo.
planejado para ser aplicado em nove encontros coletivos semanais. Para tal aplicação,
para propor objetivos de ensino a partir das necessidades sociais de seus alunos. Uma
planejamento de ensino para a atuação docente, de como tem sido feito esse planejamento
Método
Fontes de informação
Tabela 1
Etapas e procedimentos da adaptação do programa de ensino
Etapa Procedimento
1. Selecionar fontes de informação 1.1. Obtenção e seleção das fontes de
informação
Equipamentos e materiais
comportamentos.
Instrumentos
Apêndice A, p. 147).
Procedimento
de ensino”. A autora baseou-se no trabalho de Kienen (2008), cuja tese apresenta a classe
(2013), trabalho no qual foi elaborado um programa de ensino para ensinar funcionários
dos participantes, adaptado de Carvalho (2015). A coleta foi realizada duas semanas antes
escola pública de ensino básico da região de Londrina, após anuência da direção da escola
(Apêndice D, p. 151) pelos professores. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê
nº: 99452918.6.0000.5231)
nas necessidades sociais dos aprendizes como ponto de partida para a proposição de
por Carvalho (2015). Essa adaptação da sequência de ensino se fez importante, pois
aprendizagem.
os seguintes critérios: (1) do geral para o específico: iniciar a aprendizagem pelos aspectos
mais gerais para depois abordar aspectos mais específicos do fenômeno a ser ensinado;
interessantes aos alunos, a fim de manter o engajamento até o final do programa; (3)
aprendizagens numa sequência que permita ao aprendiz realizar uma atividade completa;
7) simplicidade para ensinar ou facilidade para aprender: considerado pelo autor o critério
mais importante, diz respeito a ensinar primeiramente o que for mais fácil de ser
posterior. Como o próprio autor salienta, os critérios apontados devem ser tomados em
contingências foi planejado para que pudesse ser generalizado e apresentado pelo
objetivo a ser ensinado, quais são as atividades previstas para o ensino do comportamento
Tabela 2
Exemplo de protocolo de registro do planejamento das condições de ensino do
programa
Unidade de aprendizagem
Condições
Comporta Atividades antecedentes de Classes de Consequências a
mento- previstas ensino a serem respostas serem garantidas Materiais
objetivo garantidas pela esperadas pela
Capacitadora do aprendiz Capacitadora
Resultados
segunda sessão será relatado o resultado da adaptação das condições de ensino, tendo em
3 4 6
8 7
2 10 11
13
12 14
16 15
19 20
21
18 22 23
1
24
28
25
29
26 27
30
32 33
31
34
37
35
38
36
39
41
40
42
44
17 45
46
43 47
51 48
52 49
50
aprendizagem que podem ser resolvidas por meio de ensino formal”, “identificar
tivessem maior relação com a realidade social dos aprendizes do programa, aumentando
no programa.
42
Tabela 3
18. Caracterizar necessidades de aprendizagem que podem ser resolvidas por meio de ensino
formal
19. Identificar situações com as quais os aprendizes lidam ou terão de lidar depois de
formado
20*. Analisar necessidades de aprendizagem expressas em documentos oficiais
de educação (PCN’s, diretrizes, PPP)
21. Identificar os sujeitos que serão “alvos” da intervenção
22. Caracterizar os sujeitos que serão “alvo” da intervenção
23*. Identificar as características dos sujeitos que serão alvo da intervenção com
base em documento oficial da escola
24. Avaliar as decorrências da aprendizagem dos comportamentos propostos para a
sociedade e para os aprendizes
25*. Identificar comportamentos que atenuem ou solucionem a situação problema de
acordo com a disciplina que ministra
que haviam aprendido durante sua formação profissional sobre objetivos de ensino e
planejam sua prática docente, propondo objetivos de ensino, pelo menos a cada semestre
letivo.
45
ensino propostas no programa de ensino original foram substituídas por outras, que
fossem mais relevantes para os aprendizes. Como exemplo, pode-se citar as condições de
formação ou pesquisados na internet, para a partir deles simular condições nas quais
objetivo foi planejada uma condição de ensino baseada na realidade profissional dos
para ser realizada com os alunos dos professores participantes do programa); e uma cópia
(2015). Considerando-se que o presente programa adaptado foi planejado para ser
Tabela 4
Exemplo de tabela de planejamento das condições de ensino para desenvolvimento da classe de comportamentos “conceituar
comportamento”
Unidade 1 – Relacionando os processos de ensinar e aprender
Condições
“
Comportamentos- Atividades antecedentes de ensino Classes de respostas Consequências a serem
objetivo previstas a serem criadas pela esperadas do aprendiz garantidas pela Capacitadora Materiais
Capacitadora
1. Identificação de Fornecer material - Ler o material e histórias A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
comportamentos impresso e solicitar que em quadrinhos impressos; atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
em histórias em os participantes - Redigir os componentes feedback contingente a três borracha, projetor
quadrinhos respondam às atividades dos comportamentos dos tipos de desempenho: multimídia e computador.
impressas propostas. personagens; a) correto: feedback positivo,
com indicações positivas sobre
o desempenho apresentado;
b) parcialmente correto: indicar
Conceituar 2. Discussão oral Apresentar metáforas da Apresentar oralmente a o que está certo e errado e
comportamento em grupo a definição analítico definição analítico solicitar a revisão da parte
respeito da comportamental de comportamental de incorreta sugerindo analisar o
definição de comportamento no comportamento. que poderia ser ao invés da
comportamento projetor multimídia. resposta apresentada, por meio
de dicas;
3. Atividade escrita Solicitar que os - Estabelecer relação entre os c) incorreto: explicar o erro e
sobre definição de participantes realizem componentes apresentados solicitar que ele verifique outras
comportamento as atividades sobre nos exercícios; possibilidades por meio de dicas
definição de - Realizar os exercícios sobre para a possível correção, se for
comportamento definição de comportamento possível, ou apresentar a
e ao final, redigir o conceito resposta correta
de comportamento
48
ensino estão nomeados nas tabelas, ainda que o planejamento das condições de ensino também
a linguagem de alguns textos adaptada, uma vez que algumas afirmações que constavam nos
textos originais, a respeito da atividade docente, poderiam ser aversivas para o público-alvo da
presente pesquisa. Por exemplo, o texto base utilizado na Instrução 2, cujo comportamento-
formal, você consegue imaginar situações como estas, em que o aluno passa pelo período de
uma disciplina e ao término dela só consegue dizer informações básicas sobre alguns assuntos,
identificar lugares nos mapas sem interpretá-los adequadamente, ou ainda memorizar datas
de acontecimentos históricos sem que consiga estabelecer relação entre eles e como um
influenciou ao outro, etc.? Isso parece ser muito mais comum do que se possa imaginar, não
é mesmo? (grifos nossos). Este trecho explicita as relações entre os comportamentos de ensinar
e aprender e afirma ao leitor do texto que é muito comum que os professores, apesar de planejar
o ensino, por vezes não ensinam efetivamente o que havia sido planejado. Na instrução
adaptada, o trecho acima permanece semelhante até a frase sublinhada, a qual foi suprimida e
ao seu final foi acrescentado o seguinte trecho: Quando esse tipo de fenômeno acontece, as
consequências não recaem apenas sobre o aluno: o professor pode se sentir confuso e
frustrado, por não ter alcançado seu objetivo, ao se propor ensinar o que planejou tão
cuidadosamente. Esse acréscimo teve a função de amenizar um possível efeito aversivo sobre
os participantes, à respeito da forma como as relações entre ensinar e aprender estavam sendo
49
estabelecidas na instrução, uma vez que estava precedido de um trecho que afirmava de como
que ensinassem aos participantes como identificar de forma mais precisa as necessidades de
aprendizagem de seus aprendizes que não constavam no programa de Carvalho (2015), por
sujeitos que serão alvo da intervenção com base em documento oficial da escola”. Duas
atividades foram elaboradas para o presente programa: uma análise de uma entrevista da
professora Gina Vieira e seu projeto Mulheres Inspiradoras, elaborado a partir das
de análise que solicita informações como: quais eram as características dos alunos dessa
utilizadas por ela; quais comportamentos foram ensinados por ela e quais as consequências
dessas aprendizagens no cotidiano desses alunos. O objetivo de uma atividade elaborada dessa
dos sujeitos que serão alvo da intervenção com base em documento oficial da escola” por meio
A Unidade 3 foi planejada para ser aplicada por meio de quatorze condições de ensino.
Uma característica importante das condições de ensino adaptadas para essa Unidade é o grau
ensinados por meio das instruções 14 a 16 apresentam maior nível de exigência para a
As atividades planejadas para esse fim são textos instrucionais e slides cuja função seria
orientar discussões orais durante os encontros. Nessas atividades são propostos critérios para
antecedente, ação e consequência da ação); que sejam relevante para o aluno (ou seja, proposto
a partir das necessidades sociais do contexto em que os aprendizes atuarão); escritos de forma
Por fim, para aplicação da Unidade 4, foi planejada uma condição de ensino para o
de um programa de aprendizagem”. Apesar de apenas uma condição ter sido planejada, esta
foi uma atividade planejada para ser uma simulação de como os participantes poderiam propor
intervenção de ensino, cópia impressa de PPP da escola) e que proponham objetivos de ensino
sob controle das informações produzidas nessas atividades anteriores, bem como dos critérios
para proposição de bons objetivos de ensino, de modo que tal instrução pudesse ter a função
de um modelo a ser seguido pelos participantes aos propor objetivos de ensino após o término
do programa.
51
(Apêndice F, p. 171), composto também a partir do caderno desenvolvido por Carvalho (2015),
editadas ou substituídas por outros tipos de atividades. Textos muito longos foram resumidos,
atividades compostas por leitura de mais de um texto foram divididas em mais de uma
atividade. Da mesma forma que o programa original, foram planejadas atividades para serem
realizadas presencialmente e atividades extras para serem realizadas pelos participantes além
interpretação de pequenos textos, como histórias em quadrinhos, textos curtos que embasem
atividades em grupo; preenchimento de tabelas tendo como base leitura prévia de textos
maiores, previstos para serem lidos pelo participantes antes do encontro presencial; atividades
para serem realizadas não-presencialmente contêm textos instrucionais maiores que os textos
utilizados presencialmente, ainda que muitos deles sejam menores que os textos utilizados no
programa original. A partir da leitura dos textos, é solicitado que o participante realize
atividades de leitura do texto e responda questões ou preencha esquemas e tabelas que ajudem
na organização das ideias abordadas nos textos. O Caderno de Aplicação produzido a partir da
adaptação das condições de ensino (Apêndice E, p. 153), é composto por dezenove Instruções
Programadas, previstas para serem aplicadas em treze encontros semanais e presenciais, com
Discussão
complexa, porém necessária para a atuação docente (Castro, Tucunduva, & Arns, 2008;
Scarinci & Paca, 2015; Thomazi & Asinelli, 2009). A PCDC pode ser uma alternativa para
fazer com que esse processo resulte em aprendizagens mais eficientes e eficazes para a clientela
à qual se destina, devido aos seus pressupostos teórico-metodológicos. Tendo em vista tal
um processo complexo, pois é composto de muitas etapas (Kienen, Kubo, & Botomé, 2013;
Kienen, 2015; Kubo & Botomé, 2001), dentre as quais pode-se destacar a identificação das
levam em conta essas necessidades, mas são planejados a partir da seleção de “conteúdos” a
serem ensinados para os alunos, os quais apresentam pouca ou nenhuma relação com a
realidade social dos estudantes (Gallon, Silva, Gallee, & Madruga, 2017; Kubo & Botomé,
2001; Silva, 2018). A falta de relação entre os conhecimentos ensinados na escola e a realidade
social dos alunos pode ser um dos fatores que determinam o afastamento dos alunos do sistema
de educação formal (Filho & Araújo, 2017). Portanto, elaborar e adaptar programas de ensino
que tomem como ponto de partida a necessidade social de aprendizagem dos aprendizes, como
preconiza a PCDC, pode ser um alternativa para tornar o processo de aprendizagem mais
significativo, tanto para o aprendiz quanto para a sociedade na qual ele irá atuar, quer seja em
sua comunidade quer seja em um contexto profissional (Cortegoso & Coser, 2011; De Luca,
2013; Kienen, Kubo, & Botomé, 2013; Kubo & Botomé, 2001; Nale, 1998).
53
Kubo e Botomé (2001) apontam que, nos processos educacionais formais, costuma-se
de conhecimento. A partir dessa seleção, os professores tomam decisões como o que deve ser
ensinado e a melhor maneira (método) de fazê-lo. Esses autores apresentam, como ponto de
conta o que a sociedade na qual o aprendiz irá atuar necessita, bem como as situações com as
quais o aprendiz deverá lidar após o processo de aprendizagem. Tendo isso em consideração,
original não especificava a relação entre a proposição de objetivos e como tal comportamento
deve estar sob controle, no professor, das necessidades sociais dos aprendizes. Alcançou-se
terminal do programa, uma vez que esta refere-se a expressão mais específica da área de
estudos da PCDC e diz respeito a critérios que devem basear a proposição do comportamento-
objetivo, critérios como clareza, precisão, concisão, entre outros (Botomé, 1977; De Luca,
2013)
ensino. Por essa razão, comportamentos cuja ênfase era na conceituação e análises teóricas
presente programa. Ainda de acordo com o mesmo critério, comportamentos foram acrescidos
cotidiana dos professores em atuação e exatamente por isso deu-se preferência para o ensino
por Botomé (s/d) como fundamentais para garantir aprendizagens efetivas dos
programa, pelas aprendizagens que poderiam ser mais interessantes aos professores, a fim de
1
Os comportamentos constituintes dessa unidade são: “identificar os princípios básicos do Ensino Programado;
“avaliar as possibilidades do processo de decompor situações complexas, sequenciá-las em ordem de
complexidade e organizá-las em unidades para ensiná-las como um instrumento de trabalho do professor em
situações de ensino”; “relacionar o trabalho feito com princípios básicos de ensino: o aprendiz como sujeito do
processo de aprendizagem, aprendizagem ativa, humanização (em oposição à “domesticação”) do aprendiz,
aprendizagem progressiva (por etapas apropriadas às condições e dificuldades do aprendiz)”. Esses
comportamentos constam na Tabela 3 e aparecem tachados por terem sido excluídos no processo de adaptação do
programa.
55
precisariam ser apresentadas com mais frequência pelo aprendiz foram critérios norteadores no
podem ser resolvidas por meio de ensino formal”, “identificar situações com as quais os
sujeitos que serão ‘alvos’ da intervenção” (Unidade 2) foram planejadas para serem ensinadas
critérios acima mencionados. De acordo com a PCDC, o que se ensina são comportamentos,
entendidos como a relação entre a ação de um organismo e o meio no qual ocorre tal ação,
sendo este meio tanto as situações antecedentes à ação quanto situações decorrentes dessa ação
no ambiente (Botomé, 2013; Catania, 1999; Kubo & Botomé, 200; Matos, 1994/ 2001; Skinner,
1981; Todorov, 1989). Ao considerar comportamento como essa forma de relação, planejar o
às respostas que são esperadas dos aprendizes, como resultado do processo de aprendizagem
(Cortegoso & Coser, 2011; Kubo & Botomé, 2001; Santos, Kienen, Viecili, Botomé, & Kubo,
2009). Isso posto, planejar condições de ensino para professores em atuação difere do
planejamento de condições de ensino para professores ainda em capacitação inicial, uma vez
ser diferentes das situações a que os professores em atuação estão expostos. Com relação à
semelhantes aos do cotidiano de atuação docente. Uma vez que esses estímulos são diferentes,
as atividades de ensino planejadas a partir das contingências expressas nas condições de ensino
também serão diferentes (Bori, 1974). As atividades de ensino propostas, portanto, devem estar
(Botomé, 1977; Cortegoso & Coser, 2011; Kubo & Botomé, 2001).
apresentadas. São exemplo dessa adaptação as atividades planejadas para o ensino dos
objetivo e falsos objetivos de ensino”, que no programa de Carvalho (2015), foram ensinados
dissertativas preenchimento de uma tabela sobre os tipos e características dos falsos objetivos
de ensino, além de uma apresentação em slides com os critérios para proposição de objetivos
duas instruções programadas (Instrução 14 e 16) para serem realizadas em casa pelos
participantes, as quais eram compostas por textos que apontavam critérios para a proposição
ensino e falsos objetivos de ensino coletados junto a professores de ensino fundamental. Essa
tempo limitado do público-alvo para execução das atividades; maior relação das atividades do
57
programa com a prática docente, por meio de exemplos utilizados nas instruções e redução na
extensão das atividades escritas utilizadas no programa. Apesar dessas adaptações, ao planejar
1972/ 1999), segundo o qual a participação ativa do aprendiz na realização das atividades
quantidade de textos utilizados, seja pelo planejamento de atividades que dependam de menos
leitura e escrita e cujos exemplos baseiem-se em sua prática docente parecem ser variáveis
desenvolvimento de pesquisas que tornem mais claros quais comportamentos fazem parte dessa
“grande” classe e como se pode ensiná-los se faz necessário e importante para que o sistema
educacional brasileiro possa ser efetivo em diminuir as dificuldades enfrentadas no país (Kubo
& Botomé, 2001). A presente pesquisa apresentou uma proposta de capacitação de professores,
objetivos de ensino. Para que o objetivo dessa proposta fosse alcançado, foram investigados
condições de ensino para que as aprendizagens fossem alcançadas. Uma vez que o
para a atuação docente (Castro, Tucunduva, & Arns, 2008; Scarinci & Paca, 2015; Thomazi &
58
importante de ser ensinado aos professores, seja por meio da formação inicial ou continuada.
Considerações Finais
capacitação continuada para profissionais docentes, uma vez que essa forma de planejar o
ensino vai de encontro com a forma atual de planejamento tradicionalmente realizada nesse
contexto. Tanto a forma como se tem planejado o ensino dos alunos como a formação dos
orientados por documentos oficiais e muitas vezes não levam em consideração a diversidade
(Gallon, Silva, Gallee, Fontanive, & Klein, 2010; Madruga, 2017; Magalhães & Leal, 2012;
Silva, 2018).
planejar condições de ensino pode fazer com que as aprendizagens desenvolvidas sejam mais
significativas para o aprendiz e para a sociedade em que vive (Botomé, 1981; Kubo & Botomé,
2001; Nale, 1998), posto que são ensinados comportamentos a partir dos quais os aprendizes
pode ser compreendida como uma condição de ensino e, portanto, também pode ser planejada
utilizando-se da tecnologia da PCDC, de modo que o professor passa a ser o aprendiz cujas
importância atualmente. Grandes mudanças sociais ocorridas nos últimos anos têm tido como
necessidades de aprendizagens bastante específicas (Caetano & Ribeiro, 2015; Dias & Passos,
2016). Essa mudança no perfil do aluno exige uma formação mais atualizada dos professores,
porém não em forma de “conteúdos” mais atuais, mas sim com metodologias mais adequadas
aprendizes a modificarem o meio em que vivem, criando melhores condições de vida para si e
A partir do que foi considerado, parece ser importante que o programa de ensino
verificar sua eficiência e eficácia para o ensino dos comportamentos-objetivo a que se propõe
e, assim, contribuir para a melhoria da atuação dos professores submetidos a tal programa.
60
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68
RESUMO
A formação docente tem sido apontada como variável importante no desempenho acadêmico
dos alunos e, por conseguinte, como fator determinante na resolução de alguns problemas
educacionais brasileiros. Quando a formação inicial não se dá de forma satisfatória, a formação
continuada tem como função sanar possível lacunas da formação inicial docente. A formação
continuada no Brasil tem tido como foco o domínio de conteúdos e metodologias de ensino e
planejamento das práticas em sala de aula. Diante desse cenário, formações que se proponham
ensinar os professores a identificar necessidades sociais de aprendizagem dos alunos e a propor
objetivos de ensino de acordo com tais necessidades pode auxiliar no aperfeiçoamento do
repertório comportamental dos professores com relação às práticas relacionadas ao
planejamento de ensino. O presente estudo teve como objetivos aplicar um Programa de Ensino
adaptado de Carvalho (2015) para ensinar professores de educação básica de uma escola
pública de Londrina a “propor objetivos de ensino conforme necessidades sociais do contexto
em que os aprendizes atuarão” e avaliar a eficiência e eficácia de tal programa, tendo como
base metodológica a Programação de Condições para Desenvolvimento de Comportamentos
(PCDC). O Programa de Ensino foi composto por 52 comportamentos-objetivo, aplicado em
13 encontros presenciais com quatro professores do Ensino Fundamental II, de uma escola
pública da região de Londrina. Foram aplicados instrumentos de Pré-teste e Pós-teste,
utilização de sondas, questionário de follow-up e de satisfação da participação no programa,
além da coleta periódica dos planejamentos de ensino dos professores participantes. A análise
de dados foi realizada intrassujeitos, a partir da comparação dos desempenhos dos participantes
em condições de Pré, Pós-teste e follow-up. Os resultados apontam a eficiência do programa
de ensino para desenvolver comportamentos-objetivo intermediários e menos complexos como
conceituar comportamento e conceituar aprender, porém baixa eficácia em desenvolver o
comportamento-objetivo terminal. Conclui-se que, quando seguidos todos os princípios da
PCDC na elaboração e aplicação das condições de ensino, há maior probabilidade de que os
comportamentos-objetivo sejam desenvolvidos pelos aprendizes. Sugere-se que futuras
adaptações e aplicações do programa levem em consideração variáveis como o tempo para
aplicação do programa, a fim de aplicar as condições de ensino planejadas seguindo com rigor
todos os princípios da PCDC, aumentando a eficiência e eficácia do Programa de Ensino.
Palavras-chave: formação continuada de professores, Programação de Condições para o
Desenvolvimento de Comportamentos, objetivos de ensino.
ABSTRACT
Teacher education has been identified as an important variable in students’ academic
performance and, therefore, as a determining factor in solving some Brazilian educational
problems. When initial training is not satisfactory, continuing training has the function of filling
possible gaps in initial teacher training. Continuing education in Brazil has focused on
69
mastering content and methodologies for teaching and planning classroom practices. In view
of this scenario, training that aims to teach teachers to identify students’ social learning needs
and propose teaching objectives according to those needs can help to improve the behavioral
repertoire of teachers in relation to practices related to teaching planning. The present study
aimed to apply a Teaching Program adapted from Carvalho (2015) to teach basic education
teachers from a public school in Londrina to “propose teaching objectives according to the
social needs of the context in which the learners will act” and to evaluate the efficiency and
effectiveness of such a program, based on the Programming of Conditions to Develop
Behaviors Methodology (PCDC). The Teaching Program consisted of 52 objective behaviors,
applied in 13 face-to-face meetings with four elementary school teachers from a public school
in the region of Londrina. Pre- and post-test instruments, the use of probes, a follow-up
questionnaire and satisfaction with participation in the program were applied, in addition to the
periodic collection of teaching plans from participating teachers. Data analysis was performed
intrasubject, from the comparison of the participants’ performances in Pre-test, Post-test and
follow-up conditions. The results show the efficiency of the teaching program to develop
intermediate and less complex objective behaviors such as conceptualizing behavior and
conceptualizing learning, but low efficiency in developing the terminal objective behavior. It
is concluded that, when all the PCDC principles are followed in the elaboration and application
of teaching conditions, there is a greater probability that the objective behaviors will be
developed by the learners. It is suggested that future adaptations and applications of the
program take into account variables such as the time for application of the program, in order to
apply the planned teaching conditions strictly following all the principles of the PCDC,
increasing the efficiency and effectiveness of the Teaching Program.
XX para o XXI parecem não ter exercido grandes mudanças sobre a estrutura física nem sobre
o sistema educacional vigente no Brasil (Caetano & Ribeiro, 2015). Conquistas sociais de
podem ser apontadas como exemplos dessas modificações, as quais devem ser levadas em
ensino contemple a multiculturalidade dos alunos presentes na escola atualmente (Dias &
Passos, 2016). Esse descompasso entre as mudanças sociais e o sistema educacional vigente se
aplica também à formação de professores, a qual está defasada, ocasionando, entre outras
brasileiro. Como tem sido, então essa formação docente? É possível estabelecer relações ente
formação docente e desempenho escolar dos alunos? Caso haja tal relação, pode a formação
XIX até os dias atuais, Saviani (2009) afirma que as políticas de formação docente nunca foram
Vários autores apontam que a fórmula de formação docente conhecida como “3+1” (três anos
garantir uma formação de qualidade aos futuros professores (Ayres & Selles, 2012; Dias &
71
Passos, 2016; Romanowski & Da Silva, 2018). Esse tipo de formação docente, também
professor deve selecionar o que ensinar, como ensinar e para quem ensinar (Caetano & Ribeiro,
2015). Portanto, uma formação inadequada e insuficiente para ensinar os professores a planejar
o ensino pode ser uma das variáveis que influenciam no desempenho docente em sala de aula
De fato, uma formação docente de qualidade tem sido apontada como uma variável
importante para a resolução de problemas da educação no Brasil (Bernardo, 2018; Caetano &
Ribeiro, 2015; MEC, 2018; Mourão & Esteves, 2013). Uma solução que tem sido apontada
continuada aos professores (Bernardo, 2018; Dias & Passos, 2015; Fontanive & Klein, 2010).
aperfeiçoamento profissional docente e pode ser feita por meio de palestras, seminários cursos
instituição de ensino, por meio de cursos coletivos de capacitação, essa última sendo a forma
mais usual (Magalhães & Leal, 2012). De maneira geral, os cursos ofertados têm tido como
Quais podem ser os efeitos de uma formação docente que parece insuficiente e
planejamento do ensino pelos professores, quando já estão atuando em sala de aula? Essa
pergunta se faz relevante uma vez que uma das práticas cotidianas mais importantes na atuação
72
pedagógica, uma vez que implica a organização das aulas e tomadas de decisão, como o
estabelecimento dos objetivos de ensino a serem alcançados por meio do trabalho docente
públicas de educação básica de sete estados brasileiros, por meio de entrevistas, verificou que
apenas 17,6% dos professores sentiam-se muito preparados para realizar o planejamento das
atividades docentes (GESTRADO/UFMG, 2015). Uma hipótese a ser levantada é que essa
que o planejamento de ensino muitas vezes é realizado sem nenhum tipo de orientação da
equipe pedagógica, nem momentos ou espaços adequados para essa prática (Thomazi &
Asinelli, 2009). Essa prática docente torna-se, portanto, apenas uma “exigência burocrática”,
realizada no início do período letivo e pouco utilizada pelos professores como guia para a
atuação em sala de aula ou para especificar seus objetivos de ensino (Luckesi, 1992; Scarinci
& Paca, 2015). Como resultado, esses planejamentos muitas vezes, são cópias dos
planejamentos de anos letivos anteriores (Fusari, 1990), são cópias do sumário dos livros
Diante da formação inicial e continuada ofertada, que parece não estar produzindo como
efeito uma maior efetividade do trabalho docente, o qual é uma variável importante no
desempenho acadêmico dos alunos, parece ser relevante que sejam realizadas capacitações cujo
objetivo seja suplementar a formação inicial dos professores, de maneira específica em relação
ao planejamento do ensino no que se refere à proposição dos objetivos para esse ensino. O
73
ensino dessa efetividade, via capacitação continuada necessita ser realizada por meio da
articulação entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e educação básica (Bernardo, 2018;
Romanowski & Da Silva, 2018). Como então oferecer uma capacitação, articulada a pesquisas
científicas realizadas nas IES, cujo foco seja o ensino de comportamentos que aumentem a
Uma alternativa para uma capacitação nesses moldes pode ser desenvolvida por meio
elaboração de programas de ensino tomando como ponto de partida, para planejar o ensino, as
Kienen, 2015; Kubo & Botomé, 2001). No caso de uma capacitação para professores, o
determinar com melhor precisão quais são os comportamentos que deve ensinar aos
por exemplo, uma situação-problema pode ser identificar quais são os objetivos de ensino mais
serem apresentados pelo aprendiz como resultado do ensino do professor (Kienen, Kubo, &
modo a facilitar a aprendizagem, uma vez que se planeja o ensino numa sequência progressiva
(Cortegoso & Coser, 2011). A partir dessa sequenciação, são planejadas as condições de
durante a capacitação possam ser generalizados para o ambiente natural do aprendiz (Kubo &
Botomé, 2001).
que foram aprendidos durante um programa de ensino e que são apresentados durante a
aplicação deste programa, nas atividades planejadas para cada condição de ensino. O termo
eficácia se refere aos comportamentos que, aprendidos durante o programa de ensino, são
75
apresentados em ambiente natural de atuação do aprendiz, ambiente esse que pode ser a
comunidade em que mora ou local de trabalho (De Luca, 2013). Um programa de ensino que
produza, de fato aprendizagem, portanto, de acordo com os critérios da PCDC, vai além “dos
muros da escola” (Kaufman, 1977): é uma aprendizagem que pode e deve ser generalizada para
sociais significativas para o sujeito e sua comunidade (Kubo & Botomé, 2001, Nale, 1998).
O seguimento das etapas descritas deve guiar-se pelos princípios da PCDC, como o
aprendiz ativo (processo de ensino e aprendizagem tendo como ênfase a ação do aluno e não
programa de ensino de acordo com suas “condições pessoais”); o feedback imediato (em vez
sugestões sobre seu processo de aprendizagem de forma contingente, o mais próximo possível
nas universidades para promover formações docentes de qualidade (Bernardo, 2018; Kubo &
Botomé, 2001), parece ser social e cientificamente relevante produzir conhecimento acerca de
sido feitas pesquisas sobre a proposição de objetivos de ensino, como as de Kawasaki (2013)
e Carvalho (2015), pesquisas sobre como ensinar professores em atuação de ensino básico a
76
propor objetivos de ensino não foram encontradas, o que indica a necessidade de pesquisas a
que pode auxiliar a amenizar algumas lacunas na formação de professores, por meio de um
PCDC, por meio da utilização de sua metodologia e princípios na realização de pesquisas sobre
o presente tema.
OBJETIVOS
Geral
Específicos
MÉTODO
Participantes
77
Ensino Fundamental II, de uma Escola Pública Estadual de Londrina. Os professores foram
selecionados por meio de reunião com equipe pedagógica e convite aos professores, feito
hora e 30 minutos, no mesmo dia e horário, para favorecer a aplicação do Programa em grupo;
convidados a participar, porém foi estipulado o número máximo de 10 vagas, sendo que 4
Local
O Programa de Ensino foi aplicado em uma Escola Pública Estadual de Londrina, pré-
escola para aplicação do programa foram: ofertar o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano);
Tabela 1
Caracterização dos participantes do Programa de Ensino
Participante P1 P2 P3 P4
Quantidade de 1 1 2 1
escolas em que
leciona
Quantidade de
turmas em que 2 14 12 9
leciona
Equipamentos e materiais
como lápis, borrachas, canetas, papel. Também foram utilizadas instruções programadas
escritas, nas quais constavam as atividades planejadas para serem realizadas durante os
encontros e como tarefas para casa. Essas instruções constituíram o Caderno de Aplicação do
programa (Apêndice F, p. 171), e foram compostos por capa, objetivos a serem alcançados ao
final da instrução, atividades a serem realizadas e material de apoio, como figuras, textos, entre
outros. Foi também utilizado aplicativo de celular Voice Memos, da Apple, para a gravação
Instrumentos
composto por questões adaptadas do roteiro utilizado por Carvalho (2015) (Apêndice G, p.
79
241). As perguntas visaram investigar o que os professores entendiam sobre fenômenos como
prévio, de modo a avaliar o desempenho dos participantes com relação aos comportamentos-
As sondas foram constituídas por instruções que solicitavam aos participantes que fizessem um
programa.
semiestruturada, composto por questões abertas (Apêndice J, p. 248). Foram feitas oito
DCE’s para cada matéria/ ano letivo, os objetivos de ensino propostos pelos professores
(Apêndice L, p. 251).
Delineamento experimental
com pré e pós-teste, sondas durante a intervenção e follow-up. As respostas dos participantes
como linha de base (condição A), de modo a serem comparadas com as respostas coletadas
pelo instrumento pós-teste (condição B), a fim de avaliar o resultado do desempenho de cada
comportamentos (De Luca, 2013). Por sua vez, a utilização da condição de Follow-up permitiu
a avaliação da eficácia do programa de ensino, por meio de coleta de dados após o período de
intervenção.
Procedimento
conforme necessidades sociais do contexto em que os aprendizes atuarão” foi constituído por
Tabela 2
Etapas da pesquisa, atividades realizadas e instrumentos utilizados em cada fase
Aproximadamente 1 mês
Follow-up 1 (planejamento de após o término do
ensino) Programa
Etapa 1. Pré-intervenção
a comparecer a uma reunião nas dependências da escola na qual trabalhavam. Nesta reunião,
99452918.6.0000.5231, Apêndice C). Nesta reunião também foram decididos o dia e horário
82
Foram realizados treze encontros coletivos presenciais, com duração de uma hora e
trinta minutos cada. A decisão de aplicar o programa de ensino em grupo foi tomada
criar uma condição de ensino favorecedora da aprendizagem, uma vez que algumas atividades
do programa de ensino foram planejadas para serem realizadas em duplas e grupos, por
exemplo: dar feedback escrito aos colegas participantes a respeito das atividades realizadas
aplicação individual, em dias e horários diferenciados com os quatro sujeitos poderia favorecer
que os mesmos trocassem informações entre si a respeito dos encontros. Essa troca de
planejadas, a priori, para serem realizadas por meio de instrução programada foram adaptadas
para discussões orais mediadas por slides. A pesquisadora forneceu feedbacks orais nos
alcançar a resposta correta) ou incorretas (dicas para alcançar a resposta correta). Os feedbacks
para as atividades realizadas como tarefas extraclasse foram feitos por escrito, de acordo com
os mesmos critérios dos feedbacks orais, e eram entregues uma semana após a realização das
tarefas.
desenvolver nos aprendizes os comportamentos planejados por meio das condições de ensino,
de modo que para essa avaliação são levados em conta os comportamentos apresentados
elaboração/ adaptação do programa de ensino. (Botomé, 1981; De Luca, 2013; Kubo &
Botomé, 2001).
Na presente pesquisa, a eficiência foi avaliada por meio da análise do desempenho dos
por meio das sondas durante aplicação do programa. A eficácia foi avaliada por meio dos
analisados foram submetidos também à análise de um juiz, além da pesquisadora, que foi
selecionadas duas juízas para esse procedimento: a primeira juíza realizou a análise do
desempenho dos participantes na proposição de objetivos de ensino, tendo como critério a ficha
que um consenso fosse estabelecido. Quando necessário, critérios de análise foram revisados e
programa de ensino
comportamentos-objetivo intermediários
A avaliação da eficiência do programa por meio dos dados coletados nos instrumentos
pré-teste e pós-teste foi realizada a partir das respostas verbais escritas, fornecidas pelos
enquanto o pós-teste foi coletado no último dia de encontro presencial do programa, de modo
respostas verbais escritas, fornecidas pelos participantes, foram medidos os desempenhos nos
conceituar aprender, para os quais Carvalho (2015) havia elaborado escalas Likert de análise
Tabela 3
Exemplo de protocolo de registro e organização de dados de avaliação de repertório de
entrada e saída em relação ao comportamento “conceituar comportamento”
P1 Ênfase Ênfase
Apresenta um componente Na conceituação apresenta a
nuclear ao conceito de relação entre todos os
comportamento: resposta componentes nucleares ao
conceito de comportamento
Desempenho Desempenho
2 6
um modelo dessa escala, na qual são estabelecidos os graus mínimo e máximo de desempenho
“conceituar aprender” foram adaptadas a partir da análise das respostas fornecidas pelos
(p.249).
Tabela 4
Escala de avaliação de desempenho dos aprendizes em relação à classe de comportamentos
“Conceituar Comportamento”
análise dos objetivos de ensino propostos pelos participantes, os quais foram coletados dos
planejamentos de ensino entregues por eles. Foi realizada uma coleta na etapa de pré-
intervenção; duas coletas ao longo do programa de ensino; uma coleta no último dia de
encontro do programa de ensino (pós-teste); uma coleta no follow-up 1 (um mês após o término
do programa de ensino) e uma coleta no follow-up 2 (três meses após o término do programa
87
sondas de avaliação, totalizando duas sondas. O objetivo dessas sondas foi verificar, com maior
Legenda
(3 meses após)
Pós-teste
Follow-up 1
Follow-up 2
(1 mês após)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Encontros realizados
Figura 1. Ocasiões do Programa de Ensino nos quais foram coletados os planejamentos para posterior
análise dos objetivos de ensino, em termos de eficiência e eficácia do Programa.
planejamentos feitos especificamente para a pesquisa. Essa possibilidade de escolha foi uma
estratégia adotada pela pesquisadora para diminuir o custo da resposta de produzir tais
do programa foram realizados como tarefas de casa pelos participantes. Para a avaliação da
coletados, foram transcritos para planilhas do Excel, organizadas por participante. Em cada
planilha de cada participante, os objetivos de ensino propostos foram digitados de modo que
objetivos de ensino foram coletados. Nas colunas também foram anotados os anos letivos a que
se referiam tais objetivos e a data de entrega de cada planejamento. Em seguida, cada objetivo
de ensino foi analisado de acordo com os critérios de uma ficha de análise, adaptada a partir da
ficha de análise de Carvalho (2015) e de critérios apontados por De Luca (2013) a respeito das
Tabela 5 e indica critérios formais de escrita dos objetivos de ensino, de acordo com os quais
Esses aspectos formais apresentam quatro graus de desempenho, sendo que os três primeiros
graus se referem a falsos objetivos de ensino e o grau mais alto faz referência aos critérios que,
Além da análise dos aspectos formais dos objetivos de ensino propostos pelos
Curriculares do Paraná de 2008 (DCE’s), a fim de avaliar em que grau os objetivos de ensino
propostos estavam de acordo com as necessidades sociais dos alunos. De acordo com o
Tabela 5
Objetivos de ensino
aos verbos
Escolarização. Uma vez que as DCE’s expressam as aprendizagens oficialmente esperadas dos
sociais dos alunos. Em função disso, os participantes faziam referência às DCE’s em seus
Portanto, as DCE’s foram escolhidas como parâmetro para avaliar o quanto cada objetivo de
determinações das DCE’s a esse respeito. É importante ressaltar que as informações retiradas
das DCE’s e consideradas nesta pesquisa como objetivos de ensino, na verdade não são
descritas como objetivos nesses documentos, nos quais há tabelas com as seguintes colunas:
as que mais se aproximaram do que seriam objetivos de ensino sendo, portanto, eleitas como
os objetivos de ensino propostos pelo estado do Paraná para cada disciplina e ano letivo,
de análise, enviados a professores da mesma área de atuação dos professores que haviam
proposto os objetivos de ensino, e que também lecionavam em uma escola estadual e pública,
objetivos propostos com relação às DCE’s, por meio de uma ficha de análise (Apêndice L, p.
propostos pelas DCE’s e três colunas a serem preenchidas de acordo com a análise do professor.
Essas colunas correspondiam a três análises possíveis do objetivo de ensino: nada pertinente,
pouco pertinente e totalmente pertinente aos objetivos de ensino propostos pelas DEC’s.
91
follow-up
A avaliação da eficácia também foi realizada por meio da análise das respostas
celular. O roteiro de questões da entrevista (Apêndice J, p. 248) foi composto por questões
em categorias gerais de implicação. Foram selecionadas para essa análise questões cujas
na vida dos participantes (questão 1); as modificações percebidas pelos participantes ao realizar
3); modificações no processo de avaliação da aprendizagem dos alunos (questão 4); e sobre as
meio de um questionário composto por duas partes: na primeira, o participante atribuiu nota de
participantes no programa, os treze aspectos aos quais foram atribuídas notas foram transcritos
em uma tabela do Excel e calculou-se a média de nota atribuída a cada aspecto, de modo a
identificar quais os aspectos com maiores e menores médias. Para análise das questões
dissertativas do instrumento, as mesmas foram transcritas pra uma planilha do Excel e foram
programa (questão 11) As respostas a essas questões foram lidas na íntegra; para as questões
dois e três foram consideradas as respostas com graus 1 de importância apontado pelos
participantes. Para a questão onze, por se tratar das sugestões para aperfeiçoamento do
programa, todas as respostas fornecidas pelos participantes foram consideradas para sugestões
RESULTADOS
objetivo intermediários
aprender” foram comparadas as respostas dos participantes nos questionários pré-teste e pós-
teste, de acordo com o grau de desempenho alcançado nas respostas, analisadas por meio de
Conceituar Comportamento
6
Graus de desempenho 4
2
0
P1 P2 P3 P4
Participantes
Conceituar Ensinar
4
Graus de desempenho
3
2
1
0
P1 P2 P3 P4
Participantes
Comportamento de Aprender
4
Graus de desempenho
3
2
1
0
P1 P2 P3 P4
Participantes
Analisando os dados da Figura 2, é possível perceber que três dos quatro participantes
um componente nuclear referente ao conceito, qual seja, a resposta, ambos atingindo grau 2 de
de se opor diante de uma situação (resposta de P4). No pós-teste, P1 aumentou seu desempenho
para grau 6, uma vez que definiu comportamento como a relação entre a ação antecedente,
componentes como P1, definindo “comportamento” como significa ação, modo de agir,
compreende 3 etapas- situação antecedente/ ação/ consequência (P3). Por sua vez, P4 manteve
passando do desempenho grau 1, ao definir ensinar como prática, ação, para grau 2 uma vez
ensinar, porém sem relaciona-lo com o comportamento do aluno ao conceituar “ensinar” como
transmissão de conteúdos ou metodologia”, um dos critérios que caracteriza o nível mais baixo
que o educando absorva o que está sendo proposto, com clareza, utilizando metodologias
novamente, apresentou trechos cuja ênfase foi “transmissão de conteúdos”, critério que
aprender”, percebe-se que tanto P1 quanto P2 apresentaram desempenho grau 1 no pré, o que
deve ao fato de terem definido “aprender” com ênfase na transmissão de “conteúdos”, por
exemplo, adquirir informação significativa que gera conhecimento teóricos ou práticos (P1).
é o comportamento que o aluno apresenta durante o processo de não saber fazer para o saber
fazer (P1).
ao mesmo tempo ou com aspectos imprecisos por parte dos participantes, tanto no pré quanto
no pós-teste. Como exemplos dessas repostas, pode-se citar a resposta de P3 que definiu
mudar de comportamento, foram também citadas outras definições incompatíveis com uma
apesar de não alcançar grau máximo de desempenho, teve o maior desempenho em comparação
com os demais participantes, passando de grau 1 para grau 2. Por outro lado, P4 teve o pior
96
objetivos de ensino propostos. Cada um dos objetivos foi analisado de acordo com os critérios
apontados na ficha de análise dos aspectos formais (Tabela 5) e de acordo com o grau de
se os objetivos de ensino propostos estavam de acordo com as necessidades sociais dos alunos.
todas as fases de coleta dos planejamentos. Os dados coletados por meio do pré-teste, Sonda 1,
Sonda 2 e pós-teste servem de base para avaliação da eficiência do Programa, pois permitem
comparados ao pré-teste, permitem avaliar a eficácia do Programa de Ensino, uma vez que
após a condição de ensino, em seu ambiente cotidiano, nesse caso, no ambiente profissional.
ensino (eficiência do programa) quanto após sua aplicação nos follow-up 1 e 2 (eficácia do
100% P1
Porcentagem
80%
60%
40%
20%
0%
Pré-teste Sonda 1 Sonda 2 Pós-teste Follow-up Follow-up
(20/03) (30/04) (04/06) 1 (29/08) 2 (22/10)
Comportamentos-objetivo Pertinência
P2
100%
Porcentagem
80%
60%
40%
20%
0%
Pré-teste Sonda 1 Sonda 2 Pós-teste Follow- Follow-
(20/03) (30/04) (21/05) (18/07) up 1 up 2
(17/08) (14/10)
Comportamentos-objetivo Pertinência
P3
100%
Porcentagem
80%
60%
40%
20%
0%
Pré-teste Sonda 1 Sonda 2 Pós-teste Follow- Follow-
(20/03) (30/04) (29/05) (09/07) up 1 up 2
(09/08) (17/10)
Comportamentos-objetivo Pertinência
P4
100%
Porcentagem
80%
60%
40%
20%
0%
Pré-teste Sonda 1 Sonda 2 Pós-teste Follow- Follow-
(20/03) (03/05) (19/05) (08/07) up 1 up 2
(18/08) (21/10)
Comportamentos-objetivo Pertinência
eficiente para a maior parte dos participantes (P1, P2 e P3), com relação aos critérios formais
de proposição de comportamentos-objetivo.
0% na Sonda 1, passando para 50% na Sonda 2 e, apesar de queda no desempenho para 15%
ensino propostos por este participante (vinte objetivos, de um total de setenta e cinco objetivos
ambíguas consideradas como objetivos de ensino (critério 1-e da mesma ficha), como associar
que alcançaram grau de desempenho 4, de acordo com os critérios estabelecidos, pode-se citar
e realizar operações simples com polinômios Com relação à pertinência dos comportamentos-
nota-se aumento ao final desse processo, uma vez que inicia-se em 89% no pré-teste, atinge
100% na Sonda 1, decai para 86% na Sonda 2 para atingir novamente 100% de desempenho
fato de o participante não ter entregado o planejamento de ensino solicitado pela pesquisadora
na ocasião.
99
para 38% na Sonda 1, caindo para 17% na Sonda 2 para, em seguida, apresentar tendência de
aumento no desempenho com 20% nos Pós-teste, 27% no Follow-up 1, atingindo desempenho
classificados nesse grau de desempenho (1-a) e também para este participante, grande parte
dos objetivos de ensino propostos foram classificados de acordo com o critério 1-a da ficha de
fenômenos naturais que ocorrem nas regiões polares: sol da meia noite e gêiser e verificar os
produtos nobres da China (porcelana e seda). O grau de pertinência desse participante iniciou-
Sonda 2, após a qual o desempenho voltou a cair para 75% no Pós-teste, 51% no Follow-up 1
enquanto seu desempenho com relação aos aspectos formais aumentou progressivamente, no
caindo para 57% na Sonda 1, atingindo 100% de pertinência na Sonda 2 para iniciar queda
0% respectivamente.
21%, chegando a 0% na Sonda 1, aumentando para 14% na Sonda 2, voltando a 0% nos Pós-
teste para em seguida aumentar progressivamente para 12% no Follow-up 1 e 33% no Follow-
desses (44) foram classificados no nível 1-a de desempenho, ou seja: utilização de verbos
100
como trabalhar os conceitos de imperialismo, truste , cartel e holding e refletir sobre o valor
Sonda 1, para em seguida iniciar queda para 59% na Sonda 2 e 0% no Pós-teste e, a partir deste
comparativamente aos outros participantes, seu desempenho foi o mais baixo em todos os
simbólica (equações, gráficos, fórmulas, etc.) e resolver uma equação completa usando o
pertinência, o qual inicia em 55% no Pré-teste, passando para 100 % na Sonda 1 e 2, caindo
up
implicações que o Programa de Ensino produziu, de forma geral, na vida dos participantes.
Tabela 6
6. Replaneja o ensino
P4
P2 indica três categorias de implicação: “1. Identifica que planejava ensino baseado
em conteúdos estruturantes sem significado para os alunos”; “2. Identifica falta de precisão
nos objetivos de ensino anteriormente propostos pela participante” e “3. Faz referência a
implicação, “4. Identifica verbos metafóricos nos objetivos de ensino propostos pelo próprio
participante”; P3 também identifica apenas uma categoria de implicação: “5. Faz referência a
estar sob controle das necessidades de aprendizagem dos alunos para elaborar o planejamento
102
de ensino”, assim como P4, que também aponta apenas uma categoria: “6. Replaneja o
ensino”.
categorias, quais sejam: “1. Faz referência a propor objetivos de ensino como comportamentos
observáveis”, apontada por P1; “2. Define comportamento como ação que produz
consequências” e “3. Faz referência a estar sob controle das necessidades de aprendizagem dos
alunos para elaborar o planejamento de ensino”, identificadas por P2; “4. Identifica o critério
“propor objetivos de ensino de forma concisa”, apontado por P3; e “5. Replaneja o ensino”,
Tabela 7
produziu na prática docente dos participantes, em sala de aula. Foram identificadas pelos
participantes três categorias, sendo que P1 indica “1. Mudou a maneira de perceber sua
prática docente” como implicação produzida em sua prática docente; P2 cita como
“3. Faz referência a estar sob controle das necessidades de aprendizagem dos alunos para
Tabela 8
Tipos de implicação que a participação no “Programa de capacitação para professores: como
propor objetivos de ensino?” produziu na prática docente dos participantes, em sala de aula.
Categorias de implicação Participantes
Tabela 9
Tipos de implicação que a participação no “Programa de capacitação para professores: como
propor objetivos de ensino?” produziu no processo de avaliação da aprendizagem realizado
pelos participantes.
Categorias de implicação Participantes
4. Relato impreciso P4
implicação apontada por P2 foi refinar a identificação a respeito de qual comportamento está
104
realmente sendo avaliado durante um processo avaliativo (categoria 2). P3 não indica nenhuma
(categoria 4), assim classificado pelo fato de o participante afirmar perceber modificações no
seu processo avaliativo, porém sem apontar precisamente quais seriam essas modificações.
resultantes da participação no Programa são apresentadas na Tabela 10. Foram apontadas cinco
categorias de dificuldades, além da última categoria apontada por P4, o qual relatou não ter
P2 também cita duas dificuldades: propor objetivos de ensino mais precisos (categoria 3) e
propor objetivos de ensino como comportamentos observáveis (categoria 4). P3 aponta como
Tabela 10
Tipos de dificuldades para aplicar as aprendizagens resultantes de sua participação no
“Programa de capacitação para professores: como propor objetivos de ensino?” apontadas
pelos participantes
Categorias de dificuldades Participantes
A análise dos dados da pesquisa de satisfação revelou que a média das notas atribuídas
para quase todos os aspectos listados no questionário foram altas. Dos treze aspectos avaliados
com notas de 0 a 5, apenas dois obtiveram média abaixo de 4,0. Esses aspectos foram
“quantidade dos encontros realizados”, com média de nota 3,5 e o critério “duração de cada
encontro”, com média 3,75. A análise da respostas dos participantes à questão dissertativa 4
fato de que eles gostariam que tivessem ocorrido mais encontros e com duração maior de cada
encontro, sendo que “poucos encontros” e “duração curta de encontros” foram respostas
como sugestões para próximas intervenções por meio de capacitações como esta.
Cinco aspectos alcançaram média 5,0, são eles: “objetividade das instruções elaboradas
pela instrutora”, “novidade das informações apresentadas nos encontros”, “relevância dos
objetivos das unidades do programa”, “adequação das tarefas solicitadas entre os encontros”,
“clareza das instruções recebidas para a realização das tarefas”. É importante apontar que no
participantes foram “relevância do estudo para minha profissão” (P1), “saber elaborar um bom
objetivo de ensino” (P2), “contribuiu muito para eu repensar meus objetivos de ensino” (P3);
apontaram a curta duração dos encontros, destacando que devido à relevância do tema do
programa, deveria ter havido mais encontros. Ao ser solicitado que apontassem sugestões para
Discussão
A presente pesquisa teve como objetivo aplicar um Programa de Ensino para capacitar
e características do programa que contribuíram para tais resultados passam a ser examinados a
seguir.
desempenho foi conceituar comportamento, uma vez que P1, P2 e P3 apresentaram aumento
no grau de desempenho do Pré para o Pós-teste. Esse foi o comportamento-objetivo com maior
de um organismo e o ambiente e, como tal, podendo ser controlados por arranjos contingenciais
(Botomé, 2001, 2013; Catania, 1999; Matos, 1994/ 2001; Skinner, 1977/2007; 1981/ 2007;
qual o desempenho dos participantes foi mais baixo após o Pós-teste foi conceituar ensinar,
uma vez que apenas P1 apresentou pequena melhora de desempenho, passando de grau 1 para
grau 2.
dos participantes nas atividades propostas, novas condições de ensino foram sendo propostas
atividades foram baseadas em um texto no qual foi apresentado um esquema adaptado de Kubo
& Botomé (2001) sobre o comportamento de ensinar; no mesmo texto foram apresentadas
ensinar. Atividades como responder questões interpretativas a partir do texto base, preencher
planejamentos de ensino elaborados pelos participantes são exemplos das condições de ensino
elaboradas.
desempenho dos participantes em conceituar ensinar foi bastante baixo mesmo após a aplicação
aprender (definido como uma mudança do não saber fazer para o saber fazer), ilustrado na
Instrução 2, tenha se constituído a condição de ensino determinante para que dois dos quatro
quais aprendem, durante sua formação acadêmica, a conceituar aprender e ensinar sob controle
processos mentais do indivíduo e sua interação com o ambiente, como Teoria Histórico-
(Cavalcante & Góis, 2010); ou teorias de base Piagetiana (Alves, Velho, & Barwaldt, 2016;
Polese, 2012; Ramos, & Brito, 2018), baseadas no construtivismo psicogenético (Alves et al.,
2016). Além disso, durante os encontros, as respostas verbais orais e escritas dos participantes
“boa vontade” ou “esforço”, de modo que os participantes afirmavam que pouco poderiam
fazer caso o aluno “não quisesse aprender”. Considerado esse histórico comportamental dos
conteúdos” e “só aprender quem quer”), é importante que, ao propor condições de ensino para
comportamentos.
109
foram organizados numa sequência de ensino dos comportamento mais simples para os mais
objetivo, por exemplo); recebendo feedbacks imediatos sobre seu desempenho durante os
programa de ensino de acordo com o ritmo individual dos aprendizes; sendo planejadas novas
execução das atividades propostas no programa indicasse que o comportamento não havia sido
que os aprendizes atuarão”, foi avaliado considerando-se o grau de Pertinência com as DCE’s
e em relação à qualidade dos aspectos formais de tais proposições. Com relação aos aspectos
formais, percebe-se desempenho baixo e irregular dos participantes, o que pode indicar que a
poderia indicar baixa eficiência e eficácia do programa de ensino para desenvolver tal
propostos por todos os participantes: de acordo com a ficha de análise (p. 79) o grau 3 de
essa descrição, os objetivos de ensino assim classificados estariam mais próximos do nível
máximo de desempenho (4), não sendo classificado em nível 4 apenas por apresentar mais de
110
um verbo e/ou complemento no mesmo objetivo, ainda que esses verbos e complementos
triângulo, losango e trapézio) (P1). Este objetivo apresenta dois complementos (perímetro/
paralelogramo, triângulo, losango e trapézio) para um mesmo verbo (calcular), o que pode
precisam ser desenvolvidos nos alunos para calcular o perímetro são diferentes dos
para calcular o perímetro de um paralelograma não são os mesmos para calcular área dessa
ensino que foram classificados com grau 3 de desempenho, mas atendem aos demais critérios
de análise são definir fordismo e Toyotismo (P2), caracterizar o cangaço e suas principais
modalidades (P3) e deduzir e aplicar as relações das cordas numa mesma circunferência (P4)
aos aspectos formais de proposição de objetivos de ensino estaria mais próximo ao grau
máximo de desempenho. Para P1, por exemplo, dos setenta e cinco objetivos de ensino
vinte nove); para P2, dos cento e quarenta e quatro objetivos de ensino, vinte e oito atingiram
nível 4 e vinte e quatro nível 3 (total de cinquenta e dois); P3 propôs oitenta e um objetivos de
111
ensino, dos quais nove foram classificados no nível 4 e dois no nível 3 (total de onze); e P4
propôs um total de sessenta e oito objetivos de ensino, dos quais oito objetivos de ensino
Outra variável a ser considerada para explicar o baixo desempenho dos participantes
diz respeito aos critérios estabelecidos para os graus de desempenho, os quais, na presente
estabelecidos por Carvalho2 (2015). Apesar dos critérios utilizados na presente pesquisa terem
sido elaborados com base no trabalho da pesquisadora citada, houve modificações importantes
desempenho) e grau 1 (que especifica o grau mais baixo de desempenho) da Ficha de Análise
(p. 79). Na pesquisa de Carvalho (2015), para que o participante alcançasse grau 4 foram
que o aprendiz deve ser capaz de fazer, não o professor ou outra pessoa que não passe pelas
condições de ensino propostas). Ao comparar com a ficha dos critérios de análise do presente
trabalho, percebe-se que apenas dois deles foram comuns às duas pesquisas, quais sejam,
complemento (na presente pesquisa redigido escrito de forma concisa). Mais três critérios para
2
Os critérios estabelecidos por Carvalho (2015) para classificar os objetivos de ensino propostos pelos
participantes em sua pesquisa se encontram, no referido trabalho, nas p. 161.
112
classificação dos objetivos propostos, especialmente o que faz referência à linguagem utilizada
na redação dos objetivos (clareza e precisão) e sobre o tipo de comportamento que deveria ser
descrito (observável e mensurável). Essa hipótese pode ser comprovada pela análise qualitativa
dos comportamentos-objetivo, a qual revela que a maioria dos objetivos de ensino propostos
por todos os participantes foram classificados no grau 1-a da ficha de análise, o qual faz
referência direta ao grau 4-a, uma vez que são critérios mutuamente excludentes: o objetivo de
ensino classificado como 1-a não poderia ser classificado como 4-a e vice-versa. Dessa
objetivo de ensino com grau 4 (nível máximo de desempenho) contribuiu para que o
tenha sido avaliado como mais baixo do que o desempenho apresentado na pesquisa de
Com relação ao grau mais baixo de desempenho (grau 1), os critérios também foram
alterados para garantir uma classificação mais refinada dos objetivos de ensino propostos.
Alguns critérios diferenciam-se apenas pelo estilo da redação, mas dois critérios foram
acrescentados na presente pesquisa: 1-a) utiliza verbos metafóricos, amplos e imprecisos, que
ensino. Como já apontado, a maior parte dos objetivos de ensino propostos por todos os
113
participantes foram classificados no grau 1-a, não alcançando, portanto, o grau de desempenho
que poderia classificar tais objetivos como comportamentos-objetivo, uma vez que a análise
dos objetivos de ensino, em função deste critério foi mais minuciosa do que de Carvalho
(2015).
Apesar das adaptações necessárias nas condições de ensino no presente programa para
essas adaptações não foram suficientes para que os objetivo de ensino propostos pudessem
Parece óbvio, portanto, que se há um nível de exigência maior com relação ao desempenho dos
ser condizentes com esse nível de exigência. Desta forma, seriam necessárias mais condições
de ensino sobre os critérios que fazem com que um objetivo de ensino seja classificado como
A esse respeito, é importante destacar que poucas condições de ensino foram planejadas
objetivos de ensino, especificada na Instrução 17. Uma vez que o programa é baseado, entre
outros princípios da PCDC, no princípio dos pequenos passos (Botomé, 1970), para o
encontros presenciais e nas tarefas para casa. Sendo assim, não houve tempo hábil para criar
mais condições nas quais os participantes pudessem propor objetivos de ensino e ter seu
114
planejar e fornecer consequências imediatas para determinada resposta pode aumentar sua
Cortegoso & Coser, 2011; Matos, 2001; Skinner, 1972). Portanto, o planejamento e aplicação
de mais condições de ensino nas quais os participantes pudessem propor objetivos de ensino
variável importante a ser considerada em capacitação de professores como a que foi realizada
nesta pesquisa.
Ainda a respeito do desempenho dos participantes com relação aos aspectos formais
dos objetivos de ensino, é importante destacar que características dos participantes e a forma
como participaram do programa podem ter influenciado nesse desempenho. Por exemplo, P4
exceção do aspecto de pertinência dos objetivos de ensino. Esse participante faltou em três
pode explicar em partes o baixo desempenho do participante, além do fato de que, das 19
instruções, P4 entregou 6 instruções com atraso de pelo menos uma semana, retardando o
Com relação as características pessoais dos participantes, vale destacar que P1, cujo
desempenho é o mais alto ao longo de todo o programa, lecionava há menos tempo e em apenas
duas turmas à época da aplicação do programa. É possível cogitar a possibilidade de que, por
ter menos tempo de exercício docente, a cultura escolar de um ensino baseado em “transmissão
comportamentos-objetivo e que, por trabalhar menos horas por dia (a participante lecionava
apenas na escola em que foi aplicada a pesquisa), tenho tido a possibilidade de consultar os
curso desenvolvidas poderiam ter influenciado seu desempenho no presente programa. Com
relação a P3, pode-se levantar a hipótese de que sua área de formação acadêmica possa ter
exercido influência sobre os verbos escolhidos para a proposição de objetivos de ensino. Como
Ensino Médio de História apontam que verbos pouco precisos e metafóricos são utilizados com
posicionar-se, tipos de verbos que foram muito utilizados pelo participante (em 44 dos 81
objetivos de ensino propostos). Apesar da análise de Luiz e Botomé (2017) ser relativa à
disciplina de história, uma breve análise da proposta da DCE de Geografia indica o mesmo
espaço mundial em suas implicações sociais, econômicas e políticas, aproprie-se dos conceitos
de região, sociedade, território, paisagem, natureza e lugar. É possível, portanto, que o padrão
relação aos aspectos formais. Além disso, tanto P2 quanto P3 eram os participantes que
conforme ensinado pelo programa. Uma vez que as variáveis acima mencionadas não tenham
sido controladas, não é possível precisar o quanto tenham determinado o comportamento dos
os objetivos propostos nas DCE’s (2018), apesar de certa variabilidade no desempenho dos
participantes, todos obtiveram altos índices de total pertinência. A relação de pertinência entre
os objetivos de ensino dos participantes e os objetivos propostos pelas DCE’s foi eleito como
um critério para classificar o grau de pertinência dos objetivos propostos com as necessidades
lecionavam. As DCE’s são documentos oficiais elaborados pelo governo estadual, mesma
poderiam indicar quais seriam as necessidades sociais de aprendizagem dos alunos de escolas
escola (o qual faz referência às DCE’s) ou às próprias DCE’s, de modo que verificar a
pertinência entre os objetivos de ensino propostos e tais documentos pareceu uma medida
adequada para verificar o quanto tais objetivos estavam de acordo com as necessidades sociais
mesma área de formação dos participantes, porém atuando em escolas diferentes da região de
ensino estabelecidos pelas DCE’s, de acordo com cada disciplina e ano letivo, juntamente com
ressaltar que as informações retiradas das DCE’s e consideradas nesta pesquisa como objetivos
encontradas nas DCE’s das disciplinas consultadas (matemática, geografia e história) objetivos
de ensino assim definidos, de modo que para a presente pesquisa interpretou-se as informações
relativas às formas de avaliação descritas nesses documentos como objetivos de ensino, uma
vez que essas informações eram as que mais se aproximavam do que seriam objetivos de
ensino. De modo geral, esses documentos ainda estão baseados numa visão “transmissiva de
conteúdos”, pois neles constam lista de “conteúdos estruturantes” e “conteúdos básicos”, mas
não há nenhuma menção aos objetivos de ensino. Levando-se em conta essas informações
sobre as DCE’s, parece coerente que quanto mais próximos ao grau máximo de classificação
estejam os objetivos de ensino, com relação aos aspectos formais, mais baixo estejam esses
objetivos em relação aos aspectos de pertinência, uma vez que esses não fazem referência a
a utilização das DCE’s para se avaliar a pertinência não forneceu medidas fidedignas do quão
concepção conteudista como documentos oficiais de educação têm sido elaborados (Gallon,
118
Silva, Galle, & Madruga, 2018; Silva, 2018) ou analisado a qualidade dos objetivos de ensino
propostos em alguns desses documentos, (Luiz & Botomé, 2017) Apesar do grande desafio que
se configura, é necessário que se encontrem formas mais precisas de medir o quanto objetivos
participantes se referiram, pelo menos uma vez, a algum dos critérios ensinados para propor
comportamentos observáveis, apontados por P1 e P2; Faz referência a estar sob controle das
por P2, P3 e P4; e Identifica o critério “propor objetivos de ensino de forma concisa”, apontada
comportamentos que descrevem como o aprendiz deve fazer; no terceiro nível de complexidade
estão os comportamentos que descrevem com o que o aprendiz deve fazer (instrumentos dos
quais pode utilizar para realizar as ações de níveis mais altos de complexidade); e no nível de
aprendiz deverá fazer a ação especificada. Categorias como Faz referência a propor objetivos
de ensino como comportamentos observáveis; Faz referência a estar sob controle das
o critério “propor objetivos de ensino de forma concisa” podem ser considerados indicativas
fazer aquilo que deve fazer, neste caso, propor comportamentos-objetivo. De fato, foram
planejadas e aplicadas condições de ensino para critérios como propor objetivos de ensino
Outro dado importante revelado pela análise das categorias de implicações foi a
classificariam como falsos objetivos. As categorias como Identifica que planejava ensino
alunos ao ensino, apontadas por P2, indicam modificação, após a aplicação do programa, das
concepções sobre como propor objetivos de ensino. Apesar de esse tipo de modificação ser
menos expressiva do que se havia planejado alcançar por meio das condições de ensino,
considerando-se que esta participante foi a que propôs mais objetivos de ensino ao longo do
programa (cento e quarenta e quatro), tal modificação se demonstra importante, uma vez que
120
(Aguiar Jr., 2004; Correia & Giacomin, 2012; Dos Santos, Ortigão, & Aguiar, 2014;Nunes,
2006; Lima, 2011; Santana, Alves, & Nunes, 2015; Silva, 2017)
P1 e P2, uma vez que não correspondem a comportamentos-objetivo para os quais foram
planejadas condições de ensino, mas correspondem a dois dos procedimentos adotados pela
pesquisadora durante a aplicação do programa e que foram discutidos pela pesquisadora com
programa de ensino (princípio dos pequenos passos) (P1) e Refinou a identificação sobre qual
comportamento está sendo avaliado por meio do instrumento de avaliação proposto (P2), são
e Rizzon (citado por De Luca, 2013) comentam que, costumeiramente, o processo de avaliação
nas escolas limita-se a medir o desempenho dos alunos, classificando-os por meio de notas e
processo educacional, incluindo o desempenho docente, por exemplo. Diante dessa percepção
tradicional do processo avaliativo escolar, na qual se avalia apenas o desempenho do aluno por
meio de comparação de seu desempenho com objetivos de ensino por vezes muito amplos e
imprecisos, relatos dos participantes que indiquem possível modificação dessa cultura escolar,
O programa de ensino aplicado na presente pesquisa foi mais eficaz para o ensino de
objetivo terminal, como sugerido pela análise das categorias de implicação de participação no
quando, em função de outras variáveis, como pouco tempo disponível para a execução de mais
condições de ensino, alguns princípios não foram seguidos com tanto rigor. Os participantes
do programa são professores atuantes, alguns com várias turmas de alunos por semana (P2, por
pela escola e participantes. Dessa forma, nem sempre foi possível desenvolver mais condições
de ensino para os comportamentos-objetivo que foram alvo de análise nesta pesquisa, como os
condições para ensinar como esses processos se relacionam de maneira funcional. Entretanto,
aprender ou mesmo distinguir entre duas concepções de ensino: a de que conhecimento é fim
com comportamento-objetivo final, pode levar a uma má compreensão nos participantes dos
uma simples modificação metodológica que embasa uma nova ação, porém executada de forma
aprendido.
encontros semanais com duração de uma hora e meia. É provável que capacitações de
professores como esta necessitem de mais tempo, a fim de que seja possível o planejamento e
terminal, porém seguindo os princípios da PCDC, de forma a garantir sua eficiência e eficácia.
123
CONSIDERAÇÕES FINAIS
formações continuadas, tem sido apontada como uma variável muito importante para o
(Bernardo, 2018; Caetano & Ribeiro, 2015; Dias & Passos, 2016; Fontanive & Klein, 2010;
MEC, 2018; Mourão & Esteves, 2013), o que justifica a importância da elaboração ou mesmo
avaliar o quanto o Programa adaptado foi eficiente e eficaz para produzir tal aprendizagem.
das que foram realizadas no presente estudo, uma vez que o programa apresentou baixa
Sendo possível que alguns dos comportamentos-objetivo intermediários não sejam pré-
aplicador do programa.
semestrais, bimestrais, de aula, com quantidades de objetivos que variavam desde apenas 2 a
61 para o mesmo participante, como no caso de P2, por exemplo. Pode-se aprimorar o
instrumento de coleta utilizado nas sondas e follow-up, estabelecendo parâmetros mais claros
objetivos de ensino que devem ser propostos nesses planejamentos. Um maior controle dessa
variável pode produzir resultados diferentes, que permitam uma análise mais padronizada dos
dados coletados.
meio de capacitações. Professores precisam de tempo disponível para analisar o contexto social
dos alunos, identificar seu nível de aprendizagem atual para então propor comportamentos-
objetivo que estejam de acordo com as necessidades de aprendizagem desses alunos. Pesquisas
têm apontado que as precárias condições de trabalho dos professores brasileiros têm grande
influência sobre a qualidade de seu trabalho (Jacomini & Penna, 2014; Sampaio & Marin,
2004). Entre os fatores que constituem a precarização das condições do trabalho docente pode-
se apontar: baixos salários, excesso de trabalho, pouca hora-atividade e excesso de alunos por
turma (Sampaio & Marin, 2004), falta de valorização da prática docente em sala de aula,
jornada de trabalho levada para casa, a pressão para produzir o bom desempenho dos alunos,
profissionais especialistas para auxiliar no processo (Ricardo & Hobold, 2015). Enquanto não
houver mudanças nas condições de trabalho dos docentes, dificilmente poderão exercer suas
Futuras replicações deste estudo, portanto, devem considerar uma capacitação aplicada
por mais tempo, com mais condições de ensino para desenvolver o comportamento-objetivo
também variáveis intervenientes na pesquisa, próprias da prática docente, como perfil da área
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145
APÊNDICES
147
APÊNDICE A
Nome do participante:___________________________________________________________
Data:______________
5) Caso tenha feito algum curso de pós-graduação, cite os nomes e data de realização:
10) O que você aprendeu durante a graduação (ou pós-graduação) a respeito de planejamento de
ensino?3
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
11) Como você utiliza essa aprendizagem sobre planejamento de ensino para realizar seus
planejamentos atualmente como professor(a)?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3
Questões 10 e 11 adaptadas de Carvalho (2015)
148
13) Em sua opinião, qual seria a relevância do planejamento de ensino para a prática docente
cotidiana?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
149
APÊNDICE B
Unidade de aprendizagem
Condições
Comporta Atividades antecedentes de Classes de Consequências a
mento- previstas ensino a serem respostas serem garantidas Materiais
objetivo garantidas pelo esperadas pela
aprendiz do aprendiz Capacitadora
150
APÊNDICE C
Atenciosamente,
___________________________
Nome da Diretora Geral
Nome da Escola Estadual do Núcleo de Londrina
151
APÊNDICE D
Esclarecemos ainda, que você não pagará e nem será remunerado(a) por sua
participação. Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão
ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação.
Os benefícios esperados são a aprendizagem de uma nova ferramenta para a preparação
de planejamento de ensino e possíveis melhoras na aprendizagem dos alunos em consequência
disso. Os riscos de participação na pesquisa são os inerentes à própria prática docente. Caso
seja necessário, o professor poderá ser encaminhado ao serviço de psicoterapia ofertado
gratuitamente pela Universidade Estadual de Londrina.
Caso você tenha dúvidas ou necessite de mais esclarecimentos poderá nos contatar
(Camila Bianconi Rosa, Rua Professor Samuel Moura, 750, telefone (43) 3351-9117 e (43)
99901-8656, e-mail: camila.rhm@gmail.com), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, situado junto ao LABESC
– Laboratório Escola, no Campus Universitário, telefone 3371-5455, e-mail: cep268@uel.br.
Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas
devidamente preenchida, assinada e entregue a você.
APÊNDICE E
Tabelas de Planejamento de Contingências de Ensino
154
4
As tabelas descrevem as condições de ensino elaboradas para cada um dos comportamentos especificados nas mesmas. Contudo, as tabelas não indicam necessariamente a
ordem em que tais comportamentos foram ensinados, uma vez que, tendo o ritmo0 e aprendizagem dos aprendizes como variável importante para o comportamento da
programadora/ capacitadora de programar essas condições, por vezes foi necessário que se programassem mais de uma condição de ensino para ensinar o esmo
comportamento, em momentos diferentes ao longo do processo de ensino.
155
1. Atividades de Solicitar leitura e - Enquanto lê, grifar no A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
caracterização de realização de exercícios texto características de uma atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
duas concepções de com base no texto e de outra concepção de feedback contingente a três borracha.
ensino. apresentado no material ensino, identificando-as tipos de desempenho:
impresso. com “comp.” referindo-se à a) correto: feedback positivo,
concepção de ensino por com indicações positivas
desenvolvimento de sobre o desempenho
Questionar oralmente os comportamentos e “cont.” apresentado;
participantes a respeito de referindo-se à concepção de b) parcialmente correto:
dúvidas e/ ou opiniões ensino por “conteúdos”; indicar o que está certo e
acerca das ideias - Responder às questões errado e solicitar a revisão da
apresentadas no texto. solicitadas após a leitura do parte incorreta sugerindo
texto; analisar o que poderia ser ao
- Preencher uma tabela de invés da resposta apresentada,
Distinguir entre
Orientar os participantes caracterização sobre ambas por meio de dicas;
duas concepções de
em relação a atividade de as concepções de ensino, c) incorreto: explicar o erro e
ensino
grifar trechos específicos indicando como cada solicitar que ele verifique
do texto. concepção de ensino é outras possibilidades por
posicionada em relação a meio de dicas para a possível
diferentes aspectos; correção, se for possível, ou
- Justificar na tabela a apresentar a resposta correta
classificação realizada para
cada concepção de ensino;
- Apresentar na tabela
vantagens e desvantagens
de cada concepção de
ensino;
- Responder às questões
finais sobre as concepções
de ensino com base no que
foi estudado.
161
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Registrar no - Fornecer material - Preencher de esquema das etapas Instrução de atividade
material impresso impresso aos aprendizes em que realizam seus A Capacitadora corrigirá as impressa, lápis, caneta,
processo de - Solicitar que os planejamentos de ensino atividades e apresentará borracha, projetor
planejamento de aprendizes preencham feedback contingente a três tipos multimídia e computador.
ensino esquema das etapas em que - Apresentar oralmente as etapas em de desempenho:
realizam seus que realiza seu planejamento. a) correto: feedback positivo,
planejamentos de ensino com indicações positivas sobre o
Identificar as
- Solicitar que os desempenho apresentado;
características do
aprendizes relatem b) parcialmente correto: indicar
público-alvo da
oralmente ao grupo as o que está certo e errado e
intervenção de
etapas de seu planejamento solicitar a revisão da parte
ensino
de ensino incorreta sugerindo analisar o
que poderia ser ao invés da
resposta apresentada, por meio
2. Discussão oral a Apresentação de slides - Identificar os principais critérios de dicas;
respeito da com sugestões de critérios para caracterizar o público-alvo da c) incorreto: explicar o erro e
caracterização do a serem levados em conta intervenção de ensino solicitar que ele verifique outras
público-alvo da na caracterização do - Apresentar sugestões de critérios possibilidades por meio de dicas
intervenção de público-alvo da caracterizar o público-alvo da para a possível correção, se for
ensino intervenção de ensino intervenção de ensino. possível, ou apresentar a
- Anotar os principais critérios para resposta correta
caracterizar o público-alvo da
intervenção de ensino, discutidos
em grupo
162
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
3. Responder - Fornecer material - Identificar as principais Instrução de atividade
juntamente com o impresso aos aprendizes características do público-alvo da A Capacitadora corrigirá as impressa, lápis, caneta,
grupo questões em - Solicitar oralmente a intervenção de ensino atividades e apresentará borracha, projetor
material impresso resolução de cada questão - Propor objetivos de ensino feedback contingente a três tipos multimídia e computador.
Identificar as a respeito das do material levando em conta as características de desempenho:
características do características do apontadas pelo aprendiz nas a) correto: feedback positivo,
público-alvo da público-alvo da questões com indicações positivas sobre o
intervenção de intervenção de - Apresentar oralmente ao grupo as desempenho apresentado;
ensino ensino. respostas às questões e os objetivos b) parcialmente correto: indicar
de ensino propostos. o que está certo e errado e
solicitar a revisão da parte
incorreta sugerindo analisar o
4. Análise de - Apresentar o vídeo da Preencher roteiro de análise da que poderia ser ao invés da
entrevista da entrevista da professora entrevista da Profa. Gina Vieira, resposta apresentada, por meio
professora Gina Gina Vieira sobre seu identificando e registrando os de dicas;
Vieira projeto Mulheres pontos-chave do seu projeto: c) incorreto: explicar o erro e
Inspiradoras solicitar que ele verifique outras
- Fornecer roteiro para possibilidades por meio de dicas
anotações de pontos chave para a possível correção, se for
do projeto relatado na possível, ou apresentar a
entrevista. resposta correta
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Discussão oral Apresentação em projetor - Apresentar oralmente pontos A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
sobre pertinência multimídia de trechos do positivos e negativos da descrição atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
das informações PPP da escola que de objetivos da disciplina no PPP feedback contingente a três tipos borracha, projetor
contidas no PPP contenham os principais de desempenho: multimídia e computador.
da escola no objetivos de ensino - Propor novos objetivos de ensino a) correto: feedback positivo,
processo de estipulados para as ou adaptar os objetivos descritos no com indicações positivas sobre o
identificação das disciplinas ministradas PPP, de acordo com o que já foi desempenho apresentado;
necessidades de pelos aprendizes do aprendido sobre comportamentos- b) parcialmente correto: indicar
aprendizagem do programa objetivo, caso seja necessário. o que está certo e errado e
público-alvo da solicitar a revisão da parte
intervenção de incorreta sugerindo analisar o
ensino que poderia ser ao invés da
resposta apresentada, por meio
Analisar 2. Análise das - Fornecer aos aprendizes -Ler trecho do PPP da disciplina de dicas;
necessidades de necessidades de material impresso para ministrada c) incorreto: explicar o erro e
aprendizagem aprendizagem do registro - Identificar as necessidades de solicitar que ele verifique outras
expressas em público-alvo da - Fornecer aos aprendizes aprendizagem do público-alvo da possibilidades por meio de dicas
documentos oficiais intervenção de cópia impressa de parte do intervenção de ensino descritas no para a possível correção, se for
de educação ensino descritas PPP da escola PPP da escola possível, ou apresentar a
(PCN’s, diretrizes, no PPP da escola correspondente a disciplina - Avaliar adequação do objetivo de resposta correta
PPP) que cada participante ensino proposto em atividade
ministra. anterior às necessidades de
aprendizagem do
público-alvo da intervenção de
ensino descritas no PPP da escola
- Registrar no material impresso as
necessidades de aprendizagem do
público-alvo da intervenção de
ensino identificadas no PPP da
escola.
164
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
- Fornecer roteiro de - Escolher uma turma de alunos em A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
Analisar 3. Atividade observação e anotações de que o aprendiz lecione na escola atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
necessidades de prática de características do público- onde ocorre a capacitação feedback contingente a três tipos borracha, projetor
aprendizagem identificação das alvo da intervenção de - Observar o comportamento verbal de desempenho: multimídia e computador.
expressas em necessidades de ensino dos alunos (ou propor atividade que a) correto: feedback positivo,
documentos oficiais aprendizagem do - Fornecer explicação oral favoreça a coleta de informações) com indicações positivas sobre o
de educação público-alvo da aos aprendizes de como em relação aos pontos especificados desempenho apresentado;
(PCN’s, diretrizes, intervenção de realizar a atividade de no roteiro de b) parcialmente correto: indicar
PPP) ensino caracterização - Anotar as informações percebidas o que está certo e errado e
no roteiro de observação solicitar a revisão da parte
incorreta sugerindo analisar o
que poderia ser ao invés da
resposta apresentada, por meio
de dicas;
c) incorreto: explicar o erro e
solicitar que ele verifique outras
possibilidades por meio de dicas
para a possível correção, se for
possível, ou apresentar a
resposta correta
165
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Leitura de texto Fornecer o material Leitura do texto A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
sobre as impresso e solicitar a atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
características de leitura do mesmo. feedback contingente a três tipos borracha, projetor
comportamentos- de desempenho: multimídia e computador.
objetivo a) correto: feedback positivo,
adequados com indicações positivas sobre o
desempenho apresentado;
2. Atividade de Fornecer tabela impressa - Preencher tabela impressa de b) parcialmente correto: indicar
sistematização em para preenchimento dos acordo com o nome da categoria o que está certo e errado e
tabela de critérios dos critérios para comportamentos- solicitar a revisão da parte
diferentes critérios objetivo adequados, suas principais incorreta sugerindo analisar o
Caracterizar para estabelecer características apontas no texto e
comportamentos- que poderia ser ao invés da
um exemplos de comportamento- resposta apresentada, por meio
objetivo comportamento- objetivo que obedeçam tais de dicas;
objetivo adequado critérios. c) incorreto: explicar o erro e
solicitar que ele verifique outras
possibilidades por meio de dicas
para a possível correção, se for
3. Discussão oral - Apresentação de slides - Apresentar oralmente possível, ou apresentar a
sobre critérios para em projetor multimídia de apontamentos ou dúvidas a respeito resposta correta
estabelecer um critérios para estabelecer de cada critério apontado no slide
comportamento- um comportamento- - Analisar feedbacks da tabela feito
objetivo adequado objetivo adequado pela capacitadora
- Devolver tabela - Comparar as anotações pessoais e
preenchida em atividade feedbacks da tabela com os
anterior com feedback da apontamentos da discussão feita no
capacitadora encontro.
- Fornecer nova tabela para - Preencher nova tabela, corrigindo
preenchimento pelos e/ou adaptando as anotações de
aprendizes a partir da acordo com os feedbacks orais da
discussão capacitadora durante a discussão
oral.
166
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Leitura de texto Fornecer o material Leitura do texto A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
sobre impresso e solicitar a atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
comportamento- leitura do mesmo. feedback contingente a três tipos borracha, projetor
objetivo de desempenho: multimídia e computador.
a) correto: feedback positivo,
com indicações positivas sobre o
desempenho apresentado;
2. Responder Fornecer o material Resolver questões sobre a definição b) parcialmente correto: indicar
questões de impresso e solicitar a de comportamento-objetivo o que está certo e errado e
Conceituar
definição e resolução das atividades. solicitar a revisão da parte
comportamento-
conceituação de incorreta sugerindo analisar o
objetivo
comportamento- que poderia ser ao invés da
objetivo resposta apresentada, por meio
de dicas;
3. Discussão oral Apresentação de slides em - Apresentar oralmente definição de c) incorreto: explicar o erro e
sobre o conceito projetor multimídia de comportamento-objetivo solicitar que ele verifique outras
de questões orientadoras e possibilidades por meio de dicas
comportamento- exemplos de - Comparar a própria definição de para a possível correção, se for
objetivo comportamento-objetivo comportamento-objetivo com a possível, ou apresentar a
definição apresentada pelos demais resposta correta
aprendizes
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Discussão oral Apresentação de slides em - Avaliar o nível de complexidade A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
sobre os conceitos projetor multimídia de dos comportamentos-objetivo atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
de esquema explicativo de apresentados nos exemplos feedback contingente a três tipos borracha, projetor
comportamento- comportamento-objetivo de desempenho: multimídia e computador.
Diferenciar objetivo terminal e terminal e intermediário, -Apresentar oralmente a definição a) correto: feedback positivo,
comportamento- intermediário exemplos de de comportamento-objetivo com indicações positivas sobre o
objetivo terminal comportamento-objetivo terminal e intermediário desempenho apresentado;
de comportamento- terminal e intermediário. b) parcialmente correto: indicar
objetivo o que está certo e errado e
intermediário solicitar a revisão da parte
incorreta sugerindo analisar o
2. Responder Fornecer o material - Apresentar definição por escrito que poderia ser ao invés da
questões de impresso e solicitar a de comportamento-objetivo resposta apresentada, por meio
definição e resolução das atividades. de dicas;
conceituação de c) incorreto: explicar o erro e
comportamento- solicitar que ele verifique outras
objetivo possibilidades por meio de dicas
para a possível correção, se for
possível, ou apresentar a
resposta correta
168
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Leitura de Fornecer material impresso - Ler trechos do PPP referentes a A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
trechos do PPP da com trechos do PPP da sua disciplina atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
escola referentes escola referentes aos feedback contingente a três tipos borracha.
aos “conteúdos” “conteúdos” previstos para de desempenho:
previstos para a a disciplina ministrada pelo a) correto: feedback positivo,
disciplina aprendiz com indicações positivas sobre o
ministrada pelo desempenho apresentado;
aprendiz b) parcialmente correto: indicar
o que está certo e errado e
Derivar solicitar a revisão da parte
comportamentos 2. Seleção de - Propor atividade de - Selecionar “conteúdo do PPP para incorreta sugerindo analisar o
dos conteúdos “conteúdos” seleção de algum dos derivação comportamental que poderia ser ao invés da
expressos nos previstos no PPP conteúdos listados no PPP - Apresentar oralmente dúvidas e resposta apresentada, por meio
documentos oficiais para derivação da escola sugestões de conteúdos escolhidos de dicas;
de educação comportamental - Discussão oral com cada para derivação comportamental c) incorreto: explicar o erro e
(PPP, PCN’s e participante sobre o solicitar que ele verifique outras
diretrizes) conteúdo escolhido possibilidades por meio de dicas
para a possível correção, se for
possível, ou apresentar a
resposta correta
3. Planejamento Fornecer ficha de Preenchimento de uma ficha de
de ensino em ficha planejamento de ensino planejamento com dados como
impressa. série, características dos alunos,
necessidade de aprendizagem dos
alunos, conteúdos e
comportamentos a serem ensinados
a partir dos conteúdos escolhidos.
169
Condições antecedentes
Comportamentos- Atividades Classes de respostas esperadas do Consequências a serem
de ensino a serem criadas Materiais
objetivo previstas aprendiz garantidas pela Capacitadora
pela Capacitadora
1. Leitura de texto Fornecer material impresso Ler o texto, respondendo questões A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
autoinstrutivo aos aprendizes dispostas ao longo do mesmo. atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
sobre a diferença feedback contingente a três tipos borracha.
entre atividades de de desempenho:
ensino e objetivos a) correto: feedback positivo,
de ensino com indicações positivas sobre o
desempenho apresentado;
2. Preenchimento - Fornecer material - Ler, na primeira coluna da tabela, b) parcialmente correto: indicar
de tabela sobre a impresso aos aprendizes a descrição de atividades de ensino o que está certo e errado e
relação entre - Ler a atividade com os - Preencher a segunda coluna da solicitar a revisão da parte
atividades de aprendizes tabela com os objetivos de ensino incorreta sugerindo analisar o
ensino e objetivos - Realizar em grupo o correspondentes a cada conjunto de que poderia ser ao invés da
Distinguir de ensino primeiro exercício da atividades de ensino descritas na resposta apresentada, por meio
atividades de correspondentes a atividade primeira coluna de dicas;
ensino de objetivos cada conjunto de - Apresentar oralmente os objetivos c) incorreto: explicar o erro e
de ensino atividades. de ensino propostos para cada solicitar que ele verifique outras
conjunto de atividades possibilidades por meio de dicas
- Apresentar oralmente correções e para a possível correção, se for
sugestões aos objetivos de ensino possível, ou apresentar a
apresentados pelos demais resposta correta
aprendizes do grupo
1. Atividade de - Fornecer material Anotar no material o resultado da A Capacitadora corrigirá as Instrução de atividade
proposição de impresso; observação do comportamento atividades e apresentará impressa, lápis, caneta,
comportamentos- - Solicitar que o aprendiz verbal dos alunos a respeito de seus feedback contingente a três tipos borracha, cópia impressa de
objetivo de ensino tenha em mãos a atividade interesses de desempenho: trecho do PPP referente à
de caracterização do - Anotar no material quais seriam as a) correto: feedback positivo, disciplina lecionada por
público-alvo da necessidades de aprendizagem do com indicações positivas sobre o cada participante, atividade
intervenção de ensino com público-alvo da intervenção de desempenho apresentado; de caracterização do
os feedbacks da ensino, com relação à disciplina que b) parcialmente correto: indicar público-alvo da intervenção
capacitadora; o aprendiz leciona o que está certo e errado e de ensino.
- Solicitar que o aprendiz - Analisar trecho do PPP solicitar a revisão da parte
tenha em mãos a atividade relacionado aos “conteúdos incorreta sugerindo analisar o
de identificação das estruturantes” da disciplina que o que poderia ser ao invés da
Definir
necessidades de aprendiz leciona resposta apresentada, por meio
comportamentos-
aprendizagem do público- - Selecionar “conteúdo de dicas;
objetivo de um
alvo da intervenção de estruturante” da disciplina que o c) incorreto: explicar o erro e
programa de
ensino com os feedbacks aprendiz leciona solicitar que ele verifique outras
aprendizagem
da capacitadora; - Derivar comportamentos-objetivo possibilidades por meio de dicas
- Solicitar que o aprendiz final e intermediário a partir do para a possível correção, se for
tenha em mãos cópia conteúdo estruturante escolhido; possível, ou apresentar a
impressa de PPP; - Verificar a escrita dos objetivos resposta correta
segundo os critérios dispostos em
forma de check-list no material
impresso;
- Alterar, quando for o caso, a
redação final de comportamentos-
objetivo de acordo com critérios
propostos no programa de ensino
desenvolvido.
171
APÊNDICE F
Participante:
________________________________________
Unidade 1
Relacionando os processos de ensinar e aprender
ENCONTRO 1
Instrução 1
02/04/ 2019
Conceituar “Comportamento”
A educação, vista como essencial à nossa cultura é atribuída como responsabilidade de
várias agências sociais, como a família, o governo (por meio das escolas), igreja, etc. Seja qual
for a agência social que irá promover o ensino formal, sempre existe a figura de alguém que
atuará como educador ou mediador (pai, mãe, professor, líderes religiosos, etc.) entre o que
precisa ser aprendido e quem deverá aprender. O educador que visa ensinar alguém precisa ter
claro o que é importante ensinar e como promover essas aprendizagens. Uma das maneiras
possíveis de entender o que o educador ensinará é compreender a prática de ensino como um
processo comportamental. Isso quer dizer que o ensino envolve comportamentos. Mas afinal,
o que é comportamento?
Grande parte das pessoas responderia à pergunta “o que é comportamento”, de forma a
frisar a ação de alguém. De fato, com esta resposta, essas pessoas não estariam equivocadas
acerca do conceito de comportamento. Entretanto, será que comportamento seria somente a
ação de uma pessoa, ou abarcaria também outras condições? Por exemplo, piscar quando uma
pessoa está vindo em sua direção é o mesmo comportamento, a mesma ação de piscar quando
existe um cisco no seu olho? A ação (de piscar) é a mesma, mas, como a situação em que a
“piscada” acontece é diferente, parece que devemos considerar também as situações em que
uma pessoa age.
Será que determinada ação de alguém é mais ou menos provável de acontece a depender
de outras condições, como o contexto em que ela se encontra? Apesar de não existir consenso
entre todas as perspectivas da Psicologia acerca do conceito de comportamento, existe uma
ciência que tem o comportamento como objeto de estudo e que desde a década de 1930 vem
produzindo conhecimento científico sobre esse fenômeno em laboratórios e em ambientes
naturais. Essa ciência se chama “Análise do Comportamento”, que tem como filosofia o
Behaviorismo Radical, proposta pelo psicólogo americano Buhrrus Frederick Skinner. A
perspectiva analítico-comportamental entende que o comportamento é composto pela relação
entre três componentes: a ação (ou resposta) de um organismo, a situação antecedente na
qual essa ação é apresentada e as consequências dessa ação.
175
***** *****
*****
176
***** *****
*****
3) A partir do que foi considerado no texto inicial desta instrução, e a partir dos exercícios que
você acabou de realizar, proponha uma definição do que seria comportamento:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Sempre quando chove (situação antecedente), Paulo chega atrasado à aula (ação) e leva uma
anotação do professor em sua agenda (consequência).
Responda:
a) Comportamento: Copiar a matéria do quadro.
Descrição: Sempre quando a professora passa matéria no quadro João a copia e, ao final da
aula nota que seu caderno está repleto de anotações que serão importantes para estudar em
casa.
João _____________________________________________ (ação) sempre que
___________________________________________ (situação antecedente) e ao final da aula
nota que ______________________________________________ (consequência).
b) Comportamento: Lanchar.
Descrição: Quando toca o sinal, Mariana e seus colegas correm para o pátio para lanchar e
aproveitar os quinze minutos de recreio.
Mariana e seus colegas_____________________________ (_____________________), ao
ouvirem____________________________________(_______________________) e assim
podem ____________________________________ (_____________________).
178
e) Depois de tudo o que você estudou até agora, o que você entende por comportamento?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Ao término das atividades, entregue esta instrução à professora e retire a Instrução 2, a ser
realizada em casa e entregue no próximo encontro.
Até lá!
A professora!!
UNIDADE 1
Instrução 2 – atividade para casa
19/03/2019 a 25/03/2019
Nome:
________________________________________________________________
Bom trabalho!
A professora.
Atividade 1:
c) Responda às perguntas do roteiro somente após ter lido o Texto 1 todo e depois de
registrar as informações que considerou importantes, assim como suas dúvidas.
Em tempo:
● Atente-se para explorar ao máximo sua resposta pensando nos processos de
“ensinar” e “aprender” como comportamentos, apresentados provavelmente de uma forma
diferente da que você respondeu na nossa avaliação de repertório inicial no primeiro
encontro;
● A sequência das atividades foi apresentada desta maneira considerando a
importância da mesma para o desenvolvimento das aprendizagens que são o objetivo da
instrução. Busque realizar as atividades na sequência proposta, tudo bem?
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
DÚVIDAS
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Quadro 1: local para anotar informações e dúvidas extraídas do Texto 1 da instrução 2
3) Que diferenças você nota entre ambas as concepções acerca do conceito de “ensinar”?
5) Que diferenças você nota entre ambas as concepções acerca do conceito de “aprender”?
6) A partir de tudo o que você estudou até aqui, o que pode ser entendido como “ensinar”?
7) A partir de tudo o que você estudou até aqui, o que pode ser entendido como “aprender”?
181
Após o término das atividades, guarde esta instrução e entregue-a à professora no início do próximo
encontro.
Até lá,
A professora!!
A visão tradicional que se tem sobre o ensino é a de que ele se refere à transmissão de
“conteúdos” ou “conhecimentos” dos professores (ou qualquer pessoa que exerça o papel de
ensinar alguém) aos seus alunos (ou qualquer pessoa na condição de aprendiz). Essa ideia
parece remeter a uma noção de que um transmite ativamente e o outro absorve passivamente
informações sobre assuntos diversos. Contudo, será que é desta forma mesmo que acontece o
ensino? Quais são as implicações de entendê-lo desta forma? É possível medir e avaliar quanto
desta “informação” o aluno “absorveu”? Mesmo que tentemos quantificar por meio de
atribuição de notas, essas são suficientes e fidedignas para sabermos quanto, de fato, o aluno
aprendeu?
Para refletir sobre este tipo de ensino, vamos pensar juntos numa situação hipotética:
imagine um aluno que se matriculou em um curso de férias sobre “cultura indiana”, no qual,
em três meses, o objetivo é que ele consiga “caracterizar a cultura indiana” identificando seus
componentes, costumes, língua, histórico de desenvolvimento da cultura, entre outras coisas.
Espera-se, portanto, ao final do período de curso, que ocorra uma mudança na condição do
repertório do aluno de: a) não saber caracterizar a cultura indiana para b) caracterizar a
cultura indiana. Se, ao final do curso o aluno for capaz de caracterizar a cultura indiana, então
dizemos que ele aprendeu, ou seja, que aconteceu o processo de aprendizagem. Aprender,
portanto, seria justamente a mudança de uma condição de “não saber fazer” algo para “saber
fazer” algo, como ilustrado abaixo:
Situação Situação
antecedente Resposta Consequência antecedente Resposta Consequência
5
Texto adaptado de “Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais”,
desenvolvido por Olga Mitsue Kubo e Silvio Paulo Botomé (2001) e Carvalho (2015)
182
Suponha que, após três meses fazendo o curso, o aluno não consiga caracterizar a
cultura indiana. Não houve mudança na condição de “não saber fazer” para “saber fazer” isso.
Será então que o professor, de fato, ensinou? Parece razoável concordarmos que NÃO ocorreu
o processo de ensino planejado, qual seja, caracterizar a cultura indiana. Mas então, o que o
professor fez, se não ensinou ao aluno a caracterizar a cultura indiana? O que pode ter
acontecido é o professor ter ensinado ao aluno outras coisas mais básicas, como: repetir
informações que o professor apresentou durante as aulas, identificar palavras da língua indiana
que possam ter relação com palavras da língua portuguesa, identificar a Índia no mapa do
continente asiático, etc. Então, se a pessoa não caracteriza a cultura indiana, não é possível
dizer que o professor do curso ensinou o aluno a caracterizar a cultura indiana, mas, ensinou
alguns outros comportamentos mais básicos, que são aqueles que o aprendiz desenvolveu a
partir das condições de ensino planejadas pelo professor.
Pensemos agora numa segunda situação hipotética: suponhamos que o aluno aprendeu
alguns aspectos da cultura indiana sem que o professor o tenha ensinado no período de aula.
Você consegue pensar formas de o aluno ter aprendido sem a intervenção do professor? Alguns
exemplos podem ser considerados: ver filmes que retratam a cultura do país, conviver com uma
pessoa da cultura indiana, pesquisar na internet sobre aspectos dessa cultura, ler matérias em
revistas e jornais sobre o assunto, etc. Esses exemplos mostram que as pessoas podem criar
suas próprias condições de aprendizagem e, portanto, nem sempre precisam de outras pessoas
para aprender.
Quais seriam as decorrências deste “aprender” por conta própria? Provavelmente o
aluno demore mais coletando informações a partir de diferentes fontes de dados. Pode ser que
ele não tenha acesso fácil a pessoas da cultura indiana com quem conversar. Talvez enfrente
dificuldades de aprender sozinho, por não saber quase nada sobre as características que são, de
fato, da cultura indiana. Apesar das dificuldades citadas, o aluno poderia sim aprender
características da cultura indiana, sem a intervenção do professor. Aprendizagem, portanto,
pode acontecer sem que uma pessoa ensine, de maneira intencional, alguma coisa à outra
pessoa. Contudo, será que o contrário também é verdadeiro? Pode o ensino acontecer sem a
aprendizagem?
Para responder a essa questão, pense: no ensino formal existem situações semelhantes
à primeira situação hipotética? Você já viu situações em que o aluno passa pelo processo
escolar formal de aprendizagem em uma disciplina, mas ao término desse processo consegue
apenas repetir informações básicas sobre alguns assuntos, sem estabelecer uma relação lógica
entre eles? Ou percebeu que o aluno conseguia identificar lugares nos mapas, porém sem
interpretá-los adequadamente? Ou memorizar datas de acontecimentos históricos sem
estabelecer relação entre eles e como um influenciou ao outro? Quando esse tipo de fenômeno
acontece, as consequências não recaem apenas sobre o aluno: o professor pode se sentir confuso
e frustrado, por não ter alcançado seu objetivo, ao se propor ensinar o que planejou tão
cuidadosamente.
Você pode estar pensando: existiria uma concepção de ensino alternativa para garantir
que alunos passem por processos formais de ensino e aprendam aquilo que foi planejado pelo
professor? Uma concepção alternativa de ensino seria considerar ensinar e aprender como
processos comportamentais relacionados entre si. Nesta relação, ensinar seriam os
comportamentos do professor (ou de qualquer pessoa que exerça o papel de ensinar algo a
alguém) e aprender seriam as mudanças no comportamento do aluno, como consequência do
que o professor fez, ou seja, aprender seria a consequência do comportamento de ensinar. Se
183
Espero que possamos fazer um trabalho que corresponda às suas necessidades neste
momento!
Será um prazer trabalharmos juntos!
184
Unidade 1
Instrução 3
Conceituar “Comportamento”
Caracterizar “ensinar” e “aprender” por meio da análise de seus componentes
09/04 /2019
Nome: ________________________________________________________________
6
Atividade adaptada de Kawasaki (2013)
185
Use o espaço abaixo para anotações que julgar importantes, caso queira anotar algo:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________
Quadrinho 2: Magali
Situação antecedente Ação Consequência
Instrução: organizem-se em duas duplas para a realização desta atividade. Uma dupla
ficará responsável pelo comportamento de “ensinar” e a outra dupla pelo comportamento de
“aprender”.
a) Vocês terão 15 minutos para debater e sistematizar o que descobriram sobre o conceito
que lhes foi designado (ou o de “ensinar” ou o de “aprender”) a partir do que estudaram durante a
semana. Após discutirem, vocês dois deverão preencher a Tabela 1 de sua própria instrução com
as principais características que encontraram em relação ao conceito de ensinar ou de aprender
(conforme o conceito que lhes foi designado). Escreva somente no local designado (“I.” ou “II.”)
para as características do conceito que sua dupla ficou responsável.
Atividade 4: Discussão em grupo (15 minutos).
Após todos preencherem as primeiras linhas referentes às características do conceito que
recebeu, a professora escreverá no quadro as características que cada grupo elegeu como principais.
Ela também intermediará uma discussão na qual uma dupla avaliará as características expostas pela
outra dupla, complementando o que achar necessário. Aproveite para completar a tabela toda após
a discussão orientada pela professora.
Tabela 1
Características dos processos de “ensinar” e “aprender”
Ensinar Aprender
I. Principais características encontradas
pelo grupo
II. Outras características a partir da
discussão
187
Vamos analisar juntos, nos slides, um esquema dos comportamentos de ensinar e aprender.
Esse mesmo esquema estará representado na página 5. O esquema representa, no quadro de cima,
a análise do comportamento de “ensinar” do professor, especificando os três componentes do
mesmo. Diante de necessidades de aprendizagem, os professores propõem atividades que servirão
como meios para que os aluno desenvolvam os comportamentos de interesse. O quadro seguinte
representa a análise do comportamento de “aprender” do aluno. Nesse quadro, a atividade
apresentada pelo professor acaba servindo como situação antecedente para a resposta do aluno, que
produz como consequência a aprendizagem especificada previamente pelo professor, além do
aumento da probabilidade de agir em sua realidade de forma mais eficaz. O ensino, nessa
concepção, acaba tendo um papel social importante. Por fim, as atividades do professor são meios
pelos quais a mudança do comportamento do aluno provavelmente acontecerá.
A partir do que foi exposto, algumas questões podem orientar nossa discussão
1) O que o professor deve levar em conta ao propor ações de promoção do ensino?
2) Que tipo de consequências essas ações devem produzir no ambiente?
3) Essas consequências devem acontecer em relação ao comportamento de quem?
4) As respostas do aluno devem ser apresentadas em função das ações do professor. O que significa
dizer que deve haver uma relação funcional entre o comportamento de um e de outro?
5) Que tipo de consequências deve ser decorrente das ações do aluno?
6) Se após o período de ensino o aluno não apresentar o comportamento esperado pelo professor,
podemos deduzir que o aluno aprendeu tal comportamento? Por quê?
7) E em relação ao professor, podemos deduzir que professor ensinou? Por quê?
8) Para onde se deve olhar para dizer que o aluno aprendeu ou que ele não aprendeu?
9) Caso o professor queira observar uma mudança no comportamento do aluno, o que ele deve
fazer?
Use o espaço abaixo para anotações que julgar importantes, caso queira anotar algo. Não é
necessário responder nem preencher nada específico neste espaço. Apenas aproveite para
usar as linhas abaixo, caso sinta vontade anotar algo exposto durante o encontro, ok?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
188
3. Aumento da probabilidade da
4. Apresentação de atividades de 4. Realizar as atividades de
identificação das preposições em
usos adequados das preposições. usos adequados das
textos escritos.
preposições.
Unidade 1
Instrução 4
Finalizar a conceituação de comportamento
Caracterizar “ensinar” e “aprender” por meio da análise de seus componentes
16/04/2019
Nome:
________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Atividade 2: Analisando “ensinar” e “aprender” como processos comportamentais
relacionados.
(30 minutos).
Vamos analisar juntos, nos slides, um esquema dos comportamentos de ensinar e aprender. Esse
mesmo esquema estará representado na página 5 da instrução 3. Uma vez que não houve tempo
hábil para realiza-la no encontro passado, realizaremos esta atividade agora, portanto, tenha em
mãos a instrução 3, ok?
Instrução 5
Finalizar a conceituação de comportamento
Caracterizar “ensinar” e “aprender” por meio da análise de seus componentes
Propor objetivos de ensino
De 16/04/2019 a 23/04/2019
Nome:
________________________________________________________________
Atividade 1: A partir de tudo o que foi estudado até o momento, responda às questões.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
b) O que é ensinar?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
c) O que é “aprender”?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
com mais clareza como esses processos ocorrem em sua sala de aula, quando leciona sua disciplina.
Ao estabelecer essas relações, você poderá analisa-las com maior precisão e modifica-las quando
julgar necessário.
Ensinar (comportamento do professor)
Instrução 6
23/04/2019
Nome: _______________________________________________________________
Ótimo trabalho!
A professora
Atividades:
7
Texto 1 para uso didático no “Programa de Capacitação de Professores: Como propor objetivos de ensino?”,
adaptado de Carvalho (2015)
196
a leitura dessas categorias no livro didático, ou as escreveria no quadro para que os alunos as
copiassem, além de ler com os alunos as regras de uso de um ou outro pronome relativo, talvez
até mesmo esperando que os alunos decorem tais regras. Em seguida, proporia exercícios
constituídos por frases com espaços em branco a serem preenchidos com os pronomes mais
adequados a cada contexto.
Já numa concepção de ensino baseada no desenvolvimento de comportamentos,
provavelmente o professor partiria da pergunta: “Quais comportamentos o aprendiz deve estar
apto a realizar em sua realidade a partir dos Pronomes Relativos? A partir da descoberta de
quais são esses comportamentos (por meio das respostas à pergunta anterior), o professor
poderia pensar em planejar atividades e condições de ensino-aprendizagem que levassem em
conta a necessidade do aluno em usar os pronomes relativos. Provavelmente, o professor
constataria que a utilidade de conhecer e usar esses pronomes no cotidiano se dá no nível textual
e não apenas frasal, ou seja: os alunos precisam conhecer os tipos de pronomes para aprender
a utilizá-los adequadamente em seu cotidiano, seja em textos orais ou escritos. A partir dessa
perspectiva, o professor poderia pensar em identificar conhecimentos na literatura que
poderiam servir de base para ele planejar as atividades de ensino, de forma que estas aumentem
a probabilidade de o aluno desenvolver o comportamento de usar adequadamente os pronomes
relativos em textos orais e escritos. Você consegue perceber diferenças entre a postura do
professor em ambas as concepções? Se sim, que tipo de implicações cada uma delas pode ter?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________
Os comportamentos que serão alvos de ensino nesta disciplina, por exemplo, devem ser
expressos de forma clara e precisa, explicitando além da ação esperada do aluno, também a
situação na qual a ação deve ser apresentada, bem como as consequências que essa ação deverá
produzir no ambiente (lembra-se dos quadrinhos da Turma da Mônica? – situação antecedente
– ação ou resposta – consequências da ação). Os alunos devem ser preparados principalmente
para interagir de determinada maneira com os fenômenos da sua realidade (produzir
determinadas consequências em determinados contextos). Lembra-se da definição de
comportamento? Nesse sentido, não é o conhecimento que é ensinado, mas a interação entre
aspectos do mundo (situações antecedentes, ação e consequências da ação) dentre os quais o
conhecimento é integrante ou parte do que “ajuda” a perceber estes aspectos. Conhecimento,
portanto, não seria o fim do aprendizado, mas, parte integrante dos aspectos do ambiente
(antecedente ou consequente) que o aprendiz terá que interagir.
Em cursos característicos de “transmissão de conhecimento” geralmente a avaliação da
aprendizagem do aprendiz é feita a partir do quão próximo a resposta apresentada na tarefa
estiver daquilo que foi informado previamente pelo professor. A ênfase é muito grande na
atividade do professor e seus métodos de ensino e a função do professor resume-se basicamente
em “repassar informações”.
Já nos cursos baseados em desenvolvimento de comportamentos a avaliação e
feedbacks de desempenho são constantes e mais individuais, identificando se o aprendiz
apresenta ou não o desempenho esperado. Nesta concepção, é menos frequente o uso de aulas
expositivas informativas e a ênfase está na função (ou objetivo) da atividade e não na atividade
propriamente dita e o papel do professor é planejar condições que facilitem a aprendizagem do
198
aluno. Na medida em que o ambiente natural muda constantemente, as condições de ensino dos
comportamentos requeridos também devem mudar.
Por fim, o papel do conhecimento na concepção de ensino por “conteúdo” parece ser o
de ser transmitido ao aprendiz. Já na concepção de ensino por desenvolvimento de
comportamentos o conhecimento se refere a insumo, ou seja, material a partir do qual é possível
planejar condições de ensino eficazes para o aprendiz desenvolver os comportamentos que são
esperados dele em sua realidade.
Figura: Papel do conhecimento: insumo para planejar condições de ensino que produzam
comportamentos relevantes tanto para o aprendiz quanto para sua realidade social.
4) Após preencher às questões, você receberá uma tabela à parte, com uma atividade referente
ao texto que acabamos de ler. Vamos preencher juntos a Tabela 1 da seguinte forma:
a) Vocês irão anotar na tabela as características relativas à “postura do professor”, “papel do
conhecimento”, “avaliação do aprendizado do aluno” e “atividades de ensino”, de acordo com
cada tipo de curso e conforme as anotações que fizeram no texto.
199
Instrução 7
23/04 2019 a 30/04/2019
Planejamento de ensino
Nome:
________________________________________________________________
Faça um planejamento de ensino de algum conteúdo básico que você irá ministrar
dentro da próxima quinzena ou bimestre. Pode ser também o planejamento de uma aula, caso
seja mais fácil e útil para você. Fique à vontade para colocar os elementos que julgar necessário
no planejamento. Esta atividade pode ser enviada via e-mail, se você preferir, até terça-feira da
semana que vem, antes do encontro, ok?
Vantagens: Vantagens:
Desvantagens: Desvantagens
Nome:
________________________________________________________________
DEFININDO COMPORTAMENTO
Um dos primeiros processos que tentamos definir e estudar e nossa capacitação foi o
conceito de comportamento. Você com certeza tem uma definição pessoal do que seja
comportamento, não é mesmo? Porém, ao começarmos nossa capacitação, começamos a
estudar o comportamento de maneira diferente, pelo ponto de vista da ciência, da Análise do
Comportamento, você se lembra? Pois bem, para essa ciência, comportamento não é só uma
ação, algo que uma pessoa faz, nem tem relação com julgamentos de valor, ou seja: não
caracterizamos comportamento como “bom” ou “mau”, apenas analisamos seus componentes.
Comportamento, assim entendido, não é apenas a ação do organismo, mas um fenômeno
204
composto por mais componentes além da ação. Mas quais seriam esses outros componentes?
Para entender isso melhor, vamos dar um exemplo8.
Imagine que alguém está movimentando a mão direita pendularmente, da direita para a
esquerda, na altura do ombro. 1) O que você acha que esta pessoa estaria fazendo? Responda
abaixo:
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Agora, imagine que essa pessoa está fazendo o mesmo movimento, porém sobre a
superfície de uma janela. 2) O que você diria que esta pessoa está fazendo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Provavelmente, voce deu nomes diferentes para a ação dessa pessoa. O movimento era
o mesmo, ou seja, a ação era a mesma, mas quando foram descritos para você outros
componentes da situação, voce deu nomes diferentes, não é mesmo? Isso significa que a
situação onde a ação acontece (no ar ou na superficie de uma janela) mudou. O fato de
modificar a situação em que a ação acontece tem como resultado a modificação da relação
entre a ação e a situação em que a ação acontece. Se há modificação nessa relação, também há
modificação no nome do comportamento, para que o nome do comportamento deixe claro não
apenas a ação que está acontecendo, mas também a situação na qual acontece. Fale agora para
o grupo: que nomes você deu para cada comportamento no exemplo de cima, nas duas situações
diferentes?
Analisando esses exemplos, já encontramos dois componentes do comportamento. 3)
Você saberia dizer quais são? Se necessário, leia novamente o parágrafo anterior.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Vamos continuar agora nossa definição de comportamento pensando em outro
exemplo. Suponha que você peça que alguém limpe as janelas e varra o chão de sua casa. Ao
chegar em casa, você notou que os vidros das janelas estavam com marcas de poeira e que o
chão da casa ainda estava sujo. Ao observar as janelas e o chão nesse estado, 4) você
consideraria que a pessoa fez o que você havia pedido? Por quê?
___________________________________________________________________________
8
Os exemplos deste texto foram adaptados de Kawasaki (2013)
205
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5) O que precisaria acontecer para que você considerasse que a pessoa limpou as janelas e
varreu o chão?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Vamos concordar numa coisa: quando você solicita que alguém limpe as janelas e varra
o chão, ao final desse processo (que poderíamos chamar de limpeza ou faxina) você espera que
essa limpeza tenha acontecido, não é mesmo? Ou seja, a consequência que deveria acontecer
após a ação de limpeza é que a janela e o chão estejam limpos. Isso significa que para definir
o que é um comportamento de uma forma mais completa e apropriada, é necessário considerar
o ambiente em que ocorre a ação, a ação propriamente dita e as consequências dessa ação.
Afinal de contas, ao chegar em casa e encontrar as janelas e o chão sujo, você não diria que
este comportamento se chame “limpar” ou “fazer faxina”, não é mesmo? Veja então que para
caracterizar um comportamento também é preciso olhar para as consequências dessa ação.
Achamos aqui então mais um componente do comportamento, mais uma característica ou
situação que devemos olhar para definir comportamento. 6) Qual seria esse componente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7) A partir deste texto, portanto, podemos concluir que, para definir o que é
comportamento de uma forma mais completa, devemos considerar que ele é composto por
_______________ componentes. Esses componentes são: a
____________________________________________________________, a
__________________________ e a
______________________________________________. É a relação entre esses três
componentes que define o que é comportamento.
A partir do que você acabou de ler, como você definiria agora o que é
comportamento? Antes de responder, analise bem o que acabamos de ler e procure se lembrar
das discussões que tivemos nos encontros. 8) Responda abaixo:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9) Para você, quais seriam as vantagens de passar a olhar o seu comportamento e dos alunos a
partir dessa conceituação de comportamento que acabamos de fazer?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Também vimos nos textos estudados que podemos considerar os processos de ensinar
e aprender como comportamentos. Se o comportamento é composto por uma situação
antecedente, uma ação e as consequências dessa ação, então ensinar e aprender também podem
ser entendidos dessa maneira, correto?
Vamos tentar entender isso com um esquema parecido com o que já estamos estudando.
Tente preencher os componentes do comportamento de ensinar a partir do que já estudamos e
dos feedbacks fornecidos pela professora na instrução 5:
Comportamento de ensinar
Situação antecedente Ação Consequência
Comportamento de aprender
Situação antecedente Ação Consequência
Unidade 2
Identificando o público-alvo do processo de ensino-aprendizagem
ENCONTRO 6
Unidade 2
Identificando o público-alvo do processo de ensino-aprendizagem
Instrução 10
Identificar as características do público-alvo da intervenção de ensino
Analisar as necessidades de aprendizagens dos alunos
07/05/2019
Nome: ________________________________________________________________
Vimos durante nosso último encontro duas diferentes maneiras de planejar o ensino: uma,
tomando como ponto de partida os conteúdos referentes a um determinado assunto; e outra,
tomando como ponto de partida as necessidades de aprendizagem dos alunos, a partir da análise do
seu cotidiano e dos problemas que ele precisa amenizar ou mesmo resolver em sua realidade. Essa
distinção é importante para que possamos dar continuidade ao nosso programa de capacitação, pois
está relacionada com o que faremos a partir de agora.
Para iniciar nossas atividades de hoje, vamos refletir e responder: o que levamos em
consideração ao planejar o ensino? Que fatores eu considero antes de escolher o que e como
ensinar? Quais são as consequências das escolhas que faço ao planejar o ensino?
RESULTADO: O QUE
ALCANÇO AO FINAL
DESTE PROCESSO?
209
Instrução 11
Caracterizar cursos baseados em desenvolvimento de comportamentos e cursos baseados
em conteúdo
De 07/05/2019 a 14/05/2019
Nome: ________________________________________________________________
Vimos durante nosso último encontro duas diferentes maneiras de planejar o ensino:
uma, tomando como ponto de partida os conteúdos referentes a um determinado assunto; e
outra, tomando como ponto de partida as necessidades de aprendizagem dos alunos, a partir da
análise do seu cotidiano e dos problemas que ele precisa amenizar ou mesmo resolver em sua
realidade. Tomar como ponto de partida as necessidades de aprendizagem dos alunos e os
problemas com os quais lida não significa reduzir o processo de ensino e aprendizagem a
assistência social. Também não significa limitar o professor a ensinar apenas o que o aluno vai
utilizar de maneira mais prática e imediata em sua realidade ou ensinar apenas o que ele gosta
Significa levar em conta quais aprendizagens o aluno já apresenta, para que o professor não
proponha condições de ensino muito além do repertório atual do aluno, nem se proponha a
ensinar o que ele já sabe. Considerar as necessidades sociais dos alunos diz respeito a analisar
a realidade mais ampla em que vive. Devemos nos perguntar: quais são as necessidades da
sociedade em que ele vive e as quais deverá ser capaz de atender, após terminado o período de
ensino? Quais os problemas de nossa sociedade que o aluno pode vir a resolver, tendo como
ajuda para isso a formação obtida na escola?
9
Texto 2 para uso didático no programa “Estabelecendo Objetivos de Ensino” produzido a partir dos materiais:
- Botomé, S, P. (1977). Atividades de ensino e objetivos comportamentais: no que diferem?. Texto não publicado
adaptado para uso didático.
- Botome, S. P.; Kubo, O. M. (2002). Responsabilidade social dos programas de pós graduação e formação de
novos cientistas e professores de nível superior. Interação em Psicologia, 6(1), 81-110.
- Kienen, N. (2008). Classes de comportamentos profissionais do psicólogo para intervir, por meio de ensino, sobre
fenômenos e processos psicológicos, derivadas a partir das diretrizes curriculares, da formação desse profissional e de um
211
Diante de uma disciplina, ementa, planos de aula, uma série de alunos e todo um período
de trabalho, não é raro o professor fazer a seguinte pergunta: “afinal, o que os alunos necessitam
aprender nesta disciplina?”. Com base na resposta a essa pergunta é possível identificar os objetivos
de ensino de uma disciplina ou curso, que nada mais são do que as aprendizagens que são esperadas
do aluno na sua realidade, passado o período de ensino. É o que todo professor deseja obter como
resultado sobre os alunos.
A partir da década de 1970 um número muito grande de materiais sobre objetivos de ensino
ficou à disposição de professores. Esses materiais apresentavam diferentes formas de como definir
ou descrever um “bom objetivo de ensino”. Entretanto, a quantidade de terminologias e os
significados atribuídos a este fenômeno não parece ter sido satisfatório para esclarecer o termo.
Segundo estas literaturas, existiriam diversos tipos de “objetivos”: gerais, educacionais,
instrucionais, práticos, teóricos, básicos, específicos, intermediários, terminais, operacionais,
sociais, éticos, políticos etc. Os termos acrescidos ao “objetivo” acabaram tendo o efeito de torná-
lo inadequado, impreciso e confuso. Assim, o foco passou a ser o tipo de objetivo em vez da
adequação desse objetivo à clientela à qual se destina o ensino. E qual seria o problema dessa
inadequação?
Para tentar responder a isso, vamos a uma reflexão: dois alunos do ensino médio acabam
de se matricular em um curso pré-vestibular e estudarão juntos na disciplina de biologia até o final
do ano. Um aluno prestará a prova para o curso de Psicologia e o outro para o curso de Biologia.
Diante dessa situação, imagine: a necessidade de aprendizagem em biologia de ambos os alunos é
a mesma? Parece adequado dizer que não, pois o aluno de biologia provavelmente precisará ter um
desempenho melhor e dominar mais do que apenas algumas aprendizagens mais básicas da
biologia, em comparação com o aluno que prestará a prova para Psicologia. Se as necessidades
sociais a serem resolvidas ou atenuadas pelo profissional formado em Biologia e em Psicologia são
diferentes, os objetivos de ensino para ambos também serão diferentes. No nosso exemplo, se os
objetivos forem os mesmos para os dois estudantes, corre-se o risco de exigir do aluno do curso de
Psicologia aprendizagens relacionadas à Biologia que não serão necessárias em sua realidade de
trabalho; ou então exigir pouco e “afrouxar” as aprendizagens do aluno de Biologia, negligenciando
aprendizagens que são importantes em sua vida acadêmica e profissional.
Os objetivos de ensino devem, portanto, expressar duas coisas, inevitavelmente: o que o
aluno aprenderá e o que a sociedade terá como profissional nos anos seguintes. Por isso vale
lembrar a relevância dos objetivos para o ensino bem-sucedido e para a qualidade de alunos e
profissionais que estão sendo formados. Dessa forma, parece razoável definirmos as aprendizagens
que são esperadas dos alunos como comportamentos relevantes tanto para eles próprios
(aprendizes) quanto para o meio do qual fazem parte,
Um termo mais adequado do que “objetivos comportamentais” ou objetivos de ensino seria
o termo “comportamento-objetivo”, por ser mais claro e preciso. Comportamentos-objetivo são
as aprendizagens esperadas nos alunos, como produto das ações do professor. Esses
comportamentos-objetivo são propostos a partir da descrição da situação antecedente, da ação ou
resposta a ser apresentada pelo aprendiz e das consequências que ele deve produzir, a partir das
suas ações.
De onde o professor deve partir então para tomar as decisões que irão influenciar o ensino
dos comportamentos-objetivo? Existem, basicamente duas formas de analisar essa questão,
segundo as Figuras 1 e 2, reproduzidas de Kubo & Botomé (2001):
procedimento de decomposição de comportamentos complexos. Tese de Doutorado não publicada, curso de Pós-graduação
em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC.
- Kubo, O. M., Botomé, S. P. (2001b). Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais.
Interação (5), 133-170.
212
Atividades:
2) Geralmente, ao estabelecer objetivos de ensino, qual é o seu ponto de partida? Ele é mais
parecido com a figura 1 ou com a figura 2? Dê exemplos.
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214
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3) O texto apresenta uma proposta para estabelecer objetivos de ensino (ou comportamentos-
objetivo): tomar como ponto de partida a realidade cotidiana e as necessidades sociais dos alunos.
A partir das discussões em grupo, você consegue imaginar uma forma de fazer isso na sua prática
docente? Justifique sua resposta.
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4) Use este espaço para anotações extras, dúvidas ou reflexões feitas a partir do eu foi estudado. Não é
necessário preencher caso você não queira nem precise, ok?
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“Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
(Paulo Freire)
215
Unidade 2
Instrução 12
Caracterização do público-alvo de intervenção
Analisar necessidades de aprendizagem do público-alvo
14/05/2019
Nome:
________________________________________________________________
No último encontro discutimos bastante sobre como planejar o ensino tomando como
ponto de partida as necessidades de aprendizagem dos alunos. Algumas sugestões foram
apresentadas por vocês, enquanto outras foram sugeridas pela professora, dicas essas sugeridas
por Kubo e Botomé (2001).
Abaixo você encontrará todos os pontos discutidos pelo grupo, tanto os sugeridos por vocês,
quanto os sugeridos pela professora. Um dos questionamentos levantados por vocês foi a
impossibilidade de fazer um planejamento levando em conta as necessidades de aprendizagens
dos alunos, talvez em função da falta de recursos, tempo ou devido à grande quantidade de
alunos. Portanto, hoje faremos juntos atividades em práticas em relação ao tema discutido, qual
seja, a identificação das características de nosso público-alvo.
PARTE I
De acordo com nossas discussões no último encontro, alguns pontos foram considerados
importantes para a identificação das características de nossos alunos, as quais poderiam ser
levadas em consideração ao planejar o ensino. Elas se encontram abaixo:
d) Para o objetivo de ensino que você descreveu acima, qual é sua expectativa em relação ao nível
de conhecimento dos alunos? Como geralmente eles chegam até você em termos de conhecimento,
na série que você escolheu e em relação ao objetivo de ensino que você escolheu?
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______________________________________________________________________________
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e) Vamos expor aos colegas o que respondemos, aproveitando para solucionar possíveis
dúvidas neste processo.
Use esse espaço para anotações que julgar importantes ou para registrar dúvidas:
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
PARTE II
f) Leia novamente o objetivo de ensino que você havia escolhido na letra C, na primeira parte
da instrução e relacione com o PPP que você tem em mãos. Você avalia que este objetivo
escolhido leva em conta as necessidades de aprendizagem do seu público-alvo? Justifique sua
resposta:
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* Dica: para planejar o ensino a partir da realidade do aluno e das suas necessidades de
aprendizagem, tente imaginar situações com as quais seus alunos se relacionam no contexto
em que estão inseridos, para além dos muros da escola e se pergunte: como a minha disciplina
pode ajudar esses alunos nesta necessidade de aprendizagem? O que ele pode aprender comigo
e com a minha disciplina que o ajude a resolver pequenos problemas do cotidiano?
218
Instrução 13
14/052019 a 21/05/2019
Planejamento de ensino
Nome:
________________________________________________________________
Faça um planejamento de ensino de algum conteúdo básico que você irá ministrar
dentro da próxima quinzena ou bimestre. Pode ser também o planejamento de uma aula, caso
seja mais fácil e útil para você. Fique à vontade para colocar os elementos que julgar necessário
no planejamento. Esta atividade pode ser enviada via e-mail, se você preferir, até terça-feira da
semana que vem, antes do encontro, ok?
Unidade 3
Instrução 14 para casa
De 21/05/2019 a 28/05/2019
Caracterizar comportamentos-objetivo
Nome:
________________________________________________________________
Temos discutido nos últimos encontros sobre como definir o que ensinar, sobre o que é
realmente ensinado: conteúdo ou comportamento? Talvez aqui você já esteja revendo algumas
das suas concepções sobre comportamento humano, ensinar e aprender, entendendo melhor a
proposta apresentada e se familiarizando melhor com ela. É difícil quando somos convidados
a pensar de uma forma diferente da que estamos acostumados, não é mesmo? É assim com todo
mundo, em todas as profissões e atividades humanas, pois estamos diante do desconhecido e
não sabemos o que haverá do outro lado deste novo conhecimento, comportamento ou
proposta. O mais importante é se permitir conhecer algo novo e, principalmente, estabelecer
relações entre o que está sendo proposto e sua prática docente. Se perguntar se essa proposta
tem algo para acrescentar ao seu trabalho, ampliando não somente o aprendizado do aluno, mas
também sua satisfação como profissional da educação ao ver seu aluno aprendendo.
Na instrução de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre os comportamentos-
objetivo, que como vimos é um outro nome, um pouco mais apropriado, para objetivos de
ensino. O que devemos levar em consideração ao estabelecer objetivos de ensino? Como
podemos verificar se tais objetivos foram alcançados, ou seja, se a aprendizagem aconteceu?
Essas e outras questões serão abordadas no texto de hoje.
Mas antes de tudo, me diga: como está sendo a experiencia desta capacitação para você?
Está sendo muito difícil compreender alguns conceitos? Quais? Você consegue ver alguma
aplicação prática do que aprendeu na capacitação em sua prática docente ou na sua vida
pessoal? Se quiser, comente livremente abaixo.
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___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
220
1) Desenvolver uma compreensão crítica dos fatores que levaram à eclosão da primeira guerra
mundial.
2) Escrever um texto opinativo-argumentativo.
3) Compreender os tipos de relevo do estado do Paraná.
4) Resolver equações de 2º grau.
5) Ser um bom cidadão.
6) Identificar no mapa do Brasil os nomes dos estados brasileiros.
O que você acha desses objetivos? Eles são claros para você? Se você tivesse que
ensinar a partir dos objetivos acima, como você saberia o que ensinar? Vamos analisar os
exemplos 2, 4 e 6. Repare que os verbos utilizados (escrever, resolver e identificar) e seus
complementos, deixam bem claro qual é o desempenho do aluno a que o objetivo se refere. É
algo verificável, observável, algo que você pode medir: é um comportamento. Após o período
de ensino, o professor pode ter acesso ao produto da aprendizagem, que foi especificado no
objetivo. É possível verificar se o aluno escreveu ou não um texto opinativo-argumentativo,
basta ler o texto do aluno; para verificar se ele resolve equações de 2º grau, basta olhar o
raciocínio e resultado final do cálculo realizado por ele; se o aluno levanta a mão e aponta com
o dedo cada estado brasileiro, dizendo ao professor os nomes de cada estado, então é possível
saber que o objetivo de ensino, que era a identificação dos estados brasileiros, foi alcançado.
Agora, observe os verbos e os complementos dos exemplos 1,3 e 5. Estes
objetivos deixam claro para você quais são os desempenhos esperados dos alunos? Já sabemos
que os objetivos de ensino expressam o resultado esperado no comportamento do aluno, que é
a aprendizagem, certo? E sabemos também que essa aprendizagem é resultado das ações do
10
Texto elaborado para fins didáticos no curso de capacitação para professores “Como estabelecer objetivos de
ensino?” a partir dos seguintes materiais:
Mager, R.F. (1985) A formulação de objetivos de ensino. Porto Alegre: Editora Globo.
Mager, R.F. (2001) Análise de Metas. São Paulo: Market Books do Brasil.
Danna, M.F., Matos, M.A. (2006) Aprendendo a observar. São Paulo: Edicon
221
professor. Então que ações o professor deveria realizar para “desenvolver uma compreensão
crítica dos fatores que levaram à eclosão da primeira guerra mundial”? Que ações observáveis
no comportamento do aluno o professor poderia observar e dizer: “Ah, esse aí sim, desenvolveu
uma compreensão crítica dos fatores que levaram à eclosão da primeira guerra mundial”?
Podemos nos perguntar até: o que seria uma “compreensão crítica” de fatores, em primeiro
lugar. Como o professor pode verificar que essa compreensão foi realizada?
Na verdade, ele não pode, pois não é um comportamento observável e essa é a primeira
característica de um bom objetivo de ensino: ele deve ser observável e mensurável. Isso
equivale dizer que o objetivo deve descrever comportamentos que sejam observáveis, portanto,
que sejam externos.
Analise agora o exemplo 3: como posso saber se um aluno compreendeu os tipos de
relevo do estado do Paraná? Aliás, o que significa compreender: é repetir oralmente o que a
professora falou em aula? É escrever numa prova os tipos de relevo? É identificar oralmente
ou por escrito a partir de gravuras apresentadas pela professora? Perceba que, a partir do
objetivo descrito, podemos identificar vários comportamentos observáveis, mas quais desses
será que a professora tinha imaginado como seu objetivo? Será que ela chegou a pensar em
quais seriam os comportamentos que deixariam claro para ela que seu objetivo foi alcançado?
O exemplo 5 apresenta o mesmo problema: o que seria um bom cidadão? Há tantos
comportamentos que podem explicitar isso, não é mesmo? Mas nenhum deles foi especificado
no objetivo: seria devolver uma carteira achada na rua ao seu verdadeiro dono? Ajudar um
deficiente visual a atravessar a rua? Pesquisar os candidatos à eleição antes de escolher um e
votar nele? Pagar seus impostos?
Perceba que, quando o objetivo de ensino não está claro, também não estarão claros
quais comportamentos do aluno o professor deve observar para concluir que a aprendizagem
ocorreu. Por isso, é importante conseguir traduzir os objetivos de ensino em termos
comportamentais porque não temos outra escolha, esta é a única base confiável que temos para
julgar o que está acontecendo durante o processo de ensino e aprendizagem. Não importa o
quanto estejamos bem-intencionados como professores, nem o quanto desejamos ensinar: a
única evidência que temos de que aprendizagem ocorreu é o que o aluno faz.
A segunda característica importante para que se estabeleça um bom objetivo de ensino
é a clareza e a precisão. Mas o que seria isso? Um objetivo de ensino é claro quando sua
compreensão é fácil e é preciso quando descreve os comportamentos com exatidão. A clareza
e a precisão podem ser obtidas quando escrevemos nossos objetivos de ensino obedecendo as
regras da estrutura gramatical da nossa língua. Para isso, devemos utilizar verbos que
identifiquem de maneira exata e precisa qual é o comportamento que estamos planejando
ensinar; também precisamos escolher complementos para esse verbo que estejam de acordo
com as ações que expressam. Devemos evitar utilizar termos muito amplos, cujo significado
pode incluir uma série de ações. Por exemplo, podemos propor o seguinte objetivo de ensino:
Perceba que a ação de resolver problemas é muito ampla e por isso pouco precisa.
Podemos nos perguntar o que seria resolver problemas, que tipos de problemas seriam
resolvidos e quais seriam as ferramentas para resolver tais problemas. Portanto, tal objetivo
está muito amplo.
Outro tipo de termos que devemos evitar são termos ou expressões ambíguas, nas quais
não fica claro quem deve praticar a ação. Por exemplo, no objetivo abaixo:
Quem irá trabalhar os conceitos citados? O aluno ou o professor? Talvez você esteja
pensando: “qual é a necessidade disso, de ser assim tão detalhista e preciso? Afinal de conta
sou o professor e sei o que quero dizer com isso!” Sim, provavelmente você sabe o que isso
quer dizer, mas você conseguiria definir em termos de ações dos alunos o que eles deveriam
fazer para que você possa dizer que tais conceitos foram trabalhados? O que exatamente é
trabalhar conceitos? Este termo é muito vago. Será que o professor quis dizer conceituar
imperialismo, truste, cartel e holding? Ou pensava em usar esses conceitos para ensinar outras
ações aos alunos como comparar imperialismo, truste, cartel e holding ou identificar contextos
socioeconômicos de imperialismo, truste, cartel e holding. Perceba que, nesses novos
objetivos, as ações estão mais precisas e é mais fácil atribuir ao aluno a realização dessas ações.
Portanto, para estabelecer objetivos de ensino com clareza e precisão devemos usar
verbos mais precisos, seguir a norma gramatical da língua portuguesa e utilizar termos e
expressões que sejam de fácil verificação, para que consigamos observar as ações do aluno e
verificar que o objetivo foi alcançado. Por outro lado, devemos evitar termos muito amplos,
vagos e expressões ambíguas, que não deixem claro se determinada ação será realizada pelo
aluno ou pelo professor.
Unidade 3
Instrução 15
28/05/2019
Conceituar comportamentos-objetivo.
Caracterizar comportamentos-objetivo (ou objetivos de ensino)
Derivar comportamentos dos conteúdos expressos nos documentos oficiais de
educação
(PPP, PCN’s e diretrizes)
Nome: ________________________________________________________________
Estamos agora na reta final da nossa capacitação, e nosso foco é mais prático e direcionado
à prática docente, mais especificamente a prática de planejar o ensino e estabelecer os objetivos de
ensino, que aqui estamos chamando de comportamentos-objetivo. Na instrução passada que vocês
levaram para casa, vocês tiveram a oportunidade de identificar duas características de bons
comportamentos-objetivo. Hoje vamos continuar a definir e caracterizar os comportamentos-
objetivo, tendo como base as instruções anteriores e as discussões no encontro. Para tanto, fique
atento às discussões e participe, tirando dúvidas e aproveitando para relacionar as discussões com
sua prática docente. As atividades abaixo estão planejadas para que você possa acompanhar pelos
slides as discussões e ao mesmo tempo, anotar na instrução as conclusões a que for chegando a
partir delas.
Bom trabalho!
Estabelecimento de comportamentos-objetivo
Ano/ série
Características
dos alunos
Necessidades de
aprendizagem
Conteúdo/
conhecimento de
referência
Comportamentos
a serem
ensinados
utilizando esse
Conhecimento
226
Utilize esse espaço caso precise fazer anotações sobre as discussões em sala de aula:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
227
Unidade 3
Instrução 16
28/05/2019 a 04/06/2019
Caracterizar comportamentos-objetivo (ou objetivos de ensino)
Nome: ________________________________________________________________
Você pode estar se perguntando: por que estamos retomando isso agora? Estamos
retomando para falar sobre a terceira característica de um bom objetivo de ensino: ele deve ser
escrito como um comportamento. Sempre que possível, devemos especificar qual é a situação
antecedente, a ação e a consequência esperada para esta ação. Isso pode parecer complicado, mas
na verdade não é. Não há necessidade de descrições longas, mas é preciso que fique claro para você
quais são as ações que você espera do aluno, para que possa reconhecê-las quando acontecem. É
importante saber em quais condições você espera que as ações dos alunos aconteçam, para que
você possa planejar e organizar essas situações antecedentes, favorecendo assim que as ações
aconteçam. E por último, é necessário saber que consequências você espera dessa ação, quais são
as consequências que você espera que a ação do aluno produza no ambiente. Resumindo: o objetivo
de ensino (ou comportamento-objetivo) deve descrever ação do aluno e, portanto, ser descrito em
forma de verbos que especifiquem essa ação. Vamos a um exemplo:
Primeiramente, vemos que o objetivo está descrito utilizando um verbo, o que aumenta as
chances de estar descrevendo uma ação do aluno. Dessa forma, o objetivo permite que o professor
verifique, observando a ação do aluno, se a ação foi realizada e o objetivo alcançado. Também
podemos perceber diante de qual situação o aluno deve identificar as rivalidades entre as potências
229
europeias: ele deve identificá-las no contexto preciso das vésperas da eclosão da Primeira Guerra.
Veja que o que ele identificará não é qualquer tipo de rivalidade, mas uma bem específica. Como
consequência, de maneira mais imediata podemos pensar que, após o processo de ensino, o aluno
aprende a fazer essa identificação das rivalidades proposta pelo professor. Porém, apesar de não
descrita no objetivo de ensino, podemos pensar em consequências mais amplas, para além da sala
de aula? A partir da aprendizagem do comportamento de identificar as rivalidades entre as
potências europeias às vésperas da Primeira Guerra, que consequências o aluno pode produzir em
seu cotidiano? Com que parte do mundo ele pode lidar melhor ou compreender melhor por meio
deste ensino? Esses questionamentos são bastante pertinentes, se desejamos que nossos alunos
tenham interesse pela nossa disciplina e que a usem para resolver pequenos problemas do cotidiano,
como entender processos históricos que se desenrolam diante dele e a partir desta compreensão,
tomar decisões expressas na sua maneira de votar, consumir, trabalhar, estudar...
Ainda que não esteja expresso em nosso objetivo de ensino específico, podemos pensar,
em termos gerais, quais são as consequências esperamos produzir no comportamento do aluno por
meio do nosso ensino. Também podemos pensar em quais são as consequências que esperamos que
as ações dos aluno produzam em seu cotidiano e realidade. Ao pensar sobre essas consequências,
podemos anotá-las em nosso planejamento e sempre que formos propor um objetivo de ensino mais
específico, confrontar esse objetivo mais específico com o objetivo geral, nos perguntando se
ambos estão em concordância.
Levando em conta a relação dos objetivos de ensino com as consequências a longo prazo
para o aluno, chegamos à quarta característica de um bom objetivo de ensino: que ele tenha
relevância para o aluno, que faça sentido para ele aprender o comportamento especificado pelo
objetivo. Já comentamos sobre isso quando discutimos sobre a importância de levarmos em conta
as necessidades de aprendizagem dos alunos. Essas necessidades são reais e muitas vezes estão
distantes do que as diretrizes apontam como o que deve ser ensinado ou do que planejamos e
idealizamos para nosso aluno. Aqui devemos nos perguntar: qual é o repertório prévio do meu
aluno a respeito deste conhecimento e dos comportamentos relacionados a ele? Há necessidade de
que ele aprenda a se relacionar com este conhecimento agora? Ao se relacionar com este
conhecimento, ele aprenderá comportamentos que serão relevantes para ele, não apenas no futuro,
mas até mesmo de maneira mais imediata? Vejamos o exemplo abaixo:
a) Interpretar textos.
b) Identificar trechos opinativos em textos de opinião.
Nos dois exemplos o sujeito não está expresso nas frases, mas facilmente deduzimos que o
sujeito do verbo interpretar ou identificar, ou seja, quem irá realizar essas ações, é o aluno. Porém,
o primeiro exemplo não deixa claro que tipo de textos ele irá interpretar, nem como isso será feito.
Já no segundo exemplo, temos um objetivo de ensino descrito de forma mais completa e precisa,
fica mais claro qual é o comportamento que se deseja ensinar e que se espera que o aluno aprenda:
ele deverá identificar trechos muito específicos que descrevam opiniões e isso será feito em textos
opinativos. Será que se fosse solicitado que o aluno identificasse um trecho opinativo em outro tipo
de texto o procedimento do professor para planejar o ensino seria diferente? Provavelmente sim,
por isso é importante que no nosso objetivo de ensino coloquemos as informações que são
importantes para orientar nosso trabalho docente. Veja outro exemplo:
Sem um complemento que especifique que tipo de hipóteses deve ser formulada e a partir
do que essas hipóteses devem ser formuladas, o professor perde precisão e controle sobre o
processo de aprendizagem. Como ele poderá verificar que essas hipóteses estão sendo formuladas
se ele mesmo não especificou quando, como e a partir de que situações o aluno fará isso? Percebe
agora a importância dessa característica?
A sexta e última característica sobre a qual iremos discutir é: escrever os objetivos de forma
concisa, ou seja, breve, sem muitos complementos. Para cada objetivo de ensino, devemos escrever
uma frase completa, porém para cada verbo (ou seja, cada ação esperada do aluno) devemos utilizar
apenas um complemento. Você consegue imaginar por que isso é importante? Veja o exemplo
abaixo:
Veja que no objetivo acima há três verbos (identificar, comparar e reconhecer), portanto
são três ações esperadas do aluno e para cada uma delas é necessário que se planeje condições
adequadas de ensino. Será que o mesmo procedimento do professor, com os mesmos recursos
didáticos é capaz de ensinar o aluno a identificar, comparar e reconhecer? Veja abaixo como ficaria
este objetivo de ensino, escrito de forma mais clara:
Atente também para o fato de que os complementos dos dois últimos objetivos são, na
verdade, diferentes do complemento do primeiro: uma ação é identificar o conjunto dos números
naturais como um todo, nos demais objetivos há uma descrição de ações realizadas a partir dos
elementos de maneira particular. Aliás, qual seria a diferença entre reconhecer e identificar?
Haveria necessidade de descrever esse objetivo também, ou ele já não estaria contemplado no verbo
identificar? Talvez não haja necessidade deste último verbo, o que deixaria o objetivo mais claro
para o professor planejar o ensino.
É importante destacar que as seis características aqui apontadas não esgotam as
possibilidades de discussão a respeito deste assunto, são apenas algumas características
selecionadas para fins didáticos durante nossa capacitação. Você pode ter aprendido outras
231
características e dicas sobre como elaborar objetivos de ensino e elas serão muito bem-vindas para
discutirmos em nosso próximo encontro.
Unidade 3
Caracterizando comportamentos-objetivo (objetivos de ensino)
Derivar comportamentos dos conteúdos expressos nos documentos oficiais de educação
(PPP, PCN’s e diretrizes)
Distinguindo atividades de ensino de objetivos de ensino
Instrução 17
25/06/2019
Nome: ________________________________________________________________
Estamos encerrando nossa capacitação e nessa reta final nosso objetivo tem sido descobrir
as principais características dos objetivos de ensino e quais fatores devemos levar em consideração
ao propor tais objetivos. Nos dois últimos encontros, faremos bastante atividades práticas,
utilizando dos planejamentos e objetivos já elaborados por vocês, analisando como foram propostos
e propondo novos objetivos, quando necessário.
Hoje, terminaremos a caracterização dos objetivos de ensino, anotando suas principais
características em uma tabela, a fim de que a mesma possa ser consultada por vocês sempre que
precisarem propor objetivos de ensino. Também finalizaremos a última atividade da instrução 15,
na qual estávamos derivando objetivos de ensino a partir de conteúdos do PPP. Por fim, vamos
distinguir objetivos de ensino das atividades de ensino propostas pelo professor.
Já no quadro que representa o “aprender”, está presente a descrição de cinco ações, dentre
as quais temos: “categorizar das regras de usos adequados das preposições”. Ao olhar para esta
frase, qual é o verbo? E qual é o complemento? Qual é o sujeito da oração? Esse verbo se refere a
ação de quem? __________________________________________________________________
Temos que observar sempre o verbo, o complemento e quem é o sujeito da frase. Sendo o
sujeito o professor e o verbo e complemento se referindo ao comportamento do professor de
ensinar, teremos provavelmente uma atividade de aprendizagem sendo proposta. Sendo o sujeito
da oração o aluno e o verbo e o complemento se referindo aos comportamentos que o aluno deverá
ser capaz de apresentar, teremos especificados objetivos de ensino (ou comportamentos-objetivo).
A partir desse quadro, vocês identificaram que o ensinar (qualquer comportamento do
professor com relação funcional ao comportamento de aprender do aluno e que consiste em
planejar o que se chama de “condições de ensino”, “atividades”, “exercícios”, etc.) é um MEIO
para desenvolver os comportamentos que se espera que o aluno aprenda durante o período de
ensino. E que apresente esses comportamentos após o período de ensino (a que chamamos de
objetivos de ensino ou, de forma mais precisa, comportamentos-objetivo).
A partir dessa rápida constatação, vocês conseguiriam diferenciar atividades de
aprendizagem (condições propostas pelo professor) de objetivos de ensino? Atividades de
aprendizagem e objetivos de ensino são a mesma coisa? Para responder a tais questões, prossigam
com o exercício:
A) Na Coluna1 da tabela abaixo vocês encontram atividades de aprendizagem propostas
por um professor fictício. Essas atividades visam atingir um fim: que é ensinar ao aluno algum
235
comportamento específico (objetivo de ensino). Com base nas informações apresentadas sobre as
atividades propostas, que comportamento (s) vocês acham que o professor pretende ensinar com
essas atividades? Individualmente, em sua instrução, escreva as respostas na Coluna 2 da tabela.
Coluna 1 Coluna 2
Atividades de aprendizagem fictícias Objetivo de ensino
propostas pelo professor (Qual comportamento o aluno deve ser
capaz de apresentar por meio das
atividades propostas?)
Exemplo 1:
- Apresentar o conceito de comportamento;
- Solicitar que o aluno adivinhe o
comportamento que está sendo apresentado;
- Expor histórias em quadrinhos a partir das
quais o aprendiz identifique o contexto, a ação e
a consequência da ação dos personagens
indicados na história.
Exemplo 2:
Exemplo 3:
Unidade 4
Instrução 18
Unidade 4: Propondo objetivos de ensino
02/07/2019
Nome: ________________________________________________________________
Objetivo final:
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238
Objetivos intermediários:
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3) Está escrito como um comportamento: o objetivo deixa claro qual é a ação esperada do
aluno, em quais situações ela deve acontecer e quais as consequências esperadas dessa ação? ( )
6) Está escrito de forma concisa: analise se cada objetivo está descrito com apenas um verbo
e um complemento, especificando um comportamento para cada objetivo. Caso haja mais de um
verbo ou complemento, talvez seja necessário “dividir” esse objetivo em mais de um objetivo. ( )
6) Redação final:
Chegamos ao final da nossa atividade. Após verificar os critérios acima, o que você mudaria
em seus objetivos? Eles estão claros e bem redigidos ou você alteraria algo? Use o espaço abaixo
para fazer as modificações necessárias e escrever a versão final de seus objetivos:
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239
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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.”
Unidade 4
Instrução 19
02/07/2019 a 09/07/2019
Planejamento de ensino
Nome:
________________________________________________________________
Faça um planejamento de ensino de algum conteúdo básico que você irá ministrar
dentro da próxima quinzena ou bimestre. Pode ser também o planejamento de uma aula, caso
seja mais fácil e útil para você. Fique à vontade para colocar os elementos que julgar necessário
no planejamento. Esta atividade pode ser enviada via e-mail, se você preferir, até terça-feira da
semana que vem, antes do encontro, ok?
APÊNDICE G
Nome:___________________________________________ Data:_______________
Não existe consenso em relação a muitas coisas quando o assunto é Ensino, como por
exemplo: há muitas definições sobre conceitos como “ensinar” e “aprender”, identificação de
diferentes métodos que favorecem ou dificultam a aprendizagem do aluno, fórmulas para
propor objetivos de ensino relevantes, indicações de por onde começar o processo de ensino e
como, de fato, ensinar. Na medida em que cresce o número de cursos de licenciatura no
Brasil, cresce também o número de pesquisas sobre a formação do professor e o que se
encontra é um número grande de profissionais lidando com ensino e com definições muito
diferentes entre si sobre os aspectos mencionados acima.
O primeiro passo para poder ensiná-lo as aprendizagens planejadas para essa
capacitação é identificar o que você entende sobre alguns conceitos e princípios básicos
relacionados ao ensino.
Você não será avaliado sobre estar “certo” ou “errado”, o objetivo aqui é identificar a
sua visão acerca de conceitos e princípios básicos, servindo como “matéria-prima” para o
trabalho que será desenvolvido daqui por diante no programa e, para avaliar quanto ele foi
eficiente em ensiná-lo o que está se propondo. Terminando esta leitura, responda às questões
apresentadas a seguir escrevendo o máximo que puder, conforme a compreensão que tem, em
cada uma das questões. Depois disso, responda as perguntas seguintes que têm como objetivo
coletar algumas informações sobre suas características em relação a quesitos pessoais e de
formação.
11
Adaptado de Carvalho (2015)
242
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6). Na sua visão, qual é a função dos “objetivos de ensino” no processo de ensino-aprendizagem?
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7). Descreva como você faz para propor os objetivos de ensino em seu planejamento: como você
decide o que ensinar?
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8). Na sua visão, qual o papel do “conhecimento” (acúmulo de informações, teorias, conceitos,
regras e leis de uma ciência) no processo de ensino-aprendizagem?
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APÊNDICE H
12
Adaptado de Carvalho (2015)
245
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4). Como você relaciona os processos de “ensinar” e “aprender”?
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5). O que você entende por “objetivo de ensino”?
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6). Na sua visão, qual é a função dos “objetivos de ensino” no processo de ensino-
aprendizagem?
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7). Descreva como você faz para propor os objetivos de ensino em seu planejamento: como
você decide o que ensinar?
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8). Na sua visão, qual o papel do “conhecimento” (acúmulo de informações, teorias,
conceitos, regras e leis de uma ciência) no processo de ensino-aprendizagem?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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246
APÊNDICE I
objetivos de ensino?”
ensino?”, que auxiliará no aperfeiçoamento do mesmo. Para isso, é importante que você
responda às questões a seguir procurando ser o mais sincero possível. Se necessário, utilize o
verso da folha para completar suas respostas. Desde já, agradeço sua colaboração e ressalto a
todo o processo!
1. Atribua uma nota de 1 a 5, sendo 1 a nota mínima e 5 a nota máxima, para aspectos
ensino?”. Lembre-se de que as notas são artifícios utilizados para graduar a qualidade de cada
aspecto de acordo com a sua percepção. Elas servirão de subsídio para orientar exames e
2. Caso queira comentar qualquer um dos aspectos listados na Questão 1 ou outros aspectos
relacionados ao programa não contemplados nesse conjunto, indique aqui.
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248
APÊNDICE J
para professores: como estabelecer objetivos de ensino?” produziu, de forma geral, em sua
vida?
3) Você percebeu alguma modificação em sua prática docente, em sala de aula, após a
5) Houve ocasiões em que outras pessoas sinalizaram eventuais mudanças que elas
comentários de colegas, alunos, familiares etc.? Que ocasiões foram essas? E quais foram
essas sinalizações?
programa de ensino? Se sim, quais seriam, na sua opinião, as dificuldades para tal
implementação?
249
APÊNDICE K
com a definição nuclear, mas que não atingissem o critério “definidor” do conceito, como por
exemplo, “comportamento de quem ensina”, “mediação e/ou relação entre o que o professor
250
escala.
‘não saber fazer’ para o ‘saber fazer’ algo (Kubo & Botomé, 2001) foi considerado como
APÊNDICE L
Prezada Professora,
Graus de pertinência:
1 – Nada pertinente: o objetivo não apresenta nenhuma relação com nenhum aspecto dos
objetivos propostos pelas DCE’s.
2 – Pouco pertinente: o objetivo apresenta uma relação parcial com alguns aspectos dos
objetivos propostos pelas DCE’s.
3 – Totalmente pertinente: o objetivo apresenta clara relação com pelo menos um dos objetivos
propostos pelas DCE’s.
Para a análise, você deverá ler os objetivos de ensino propostos pelo participante da
pesquisa (segunda coluna) e verificar o grau de pertinência (o quanto ele está relacionado) em
relação aos objetivos das DCE’s. Em seguida, anote a letra do objetivo da DCE na coluna do
grau de pertinência que, na sua análise, o objetivo de ensino proposto pelo professor apresenta.
Caso o grau de pertinência seja 1, marque apenas um X. Na próxima página, você encontrará
um exemplo de como preencher a tabela.
252
É importante que este trabalho seja realizado com cuidado e sigilo, de modo que você
não deverá consultar a opinião de outros colegas especialistas, a fim de manter a coerência das
análises.
Desde já, agradeço muito a dedicação e cuidado com essa análise, que será
extremamente relevante para o meu estudo e para sugerir melhorias na formação continuada
dos professores a longo prazo!
D) Entenda o papel sintático e estilístico 6) Redação de um gênero de texto diversificado que conclua o
dos pronomes na organização, retomadas e projeto interdisciplinar A
sequenciação do texto; 7) Revisar as características do conto de suspense;
X
E) Perceba a pertinência e use os
8) Demonstração de modelo do gênero proposto na TV pen-drive; A, D, E
elementos discursivos, textuais, estruturais discussão de suas principais características; orientação para
e normativos, bem como os recursos de
produção da página.
causa e consequência entre as partes e
elementos do texto
254